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O ensino de Arte é identificado pela visã o humanista e filosó fica que demarcou as
tendências tradicionalista e escolanovista . Embora ambas se contraponham em
proposiçõ es, métodos e entendimento dos papéis do professor e do aluno, ficam
evidentes as influências que exerceram nas açõ es escolares de Arte. Essas
tendências vigoraram desde o início do século e ainda hoje participam das escolhas
pedagó gicas e estéticas de professores de Arte.
Depois de cerca de trinta anos de atividades em todo o Brasil, o Canto Orfeô nico foi
substituído pela Educaçã o Musical, criada pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educaçã o Brasileira de 1961, vigorando efetivamente a partir de meados da
década de 60.
As aulas de Desenho e Artes Plá sticas assumem concepçõ es de cará ter mais
expressivo, buscando a espontaneidade e valorizando o crescimento ativo e
progressivo do aluno. As atividades de artes plá sticas mostram-se como espaço de
invençã o, autonomia e descobertas, baseando-se principalmente na auto-
expressã o dos alunos. Os professores da época estudam as novas teorias sobre o
ensino de Arte divulgadas no Brasil e no exterior, as quais favorecem o
rompimento com a rigidez estética, marcadamente reprodutivista da escola
tradicional .
De maneira geral, entre os anos 70 e 80, os antigos professores de Artes Plá sticas,
Desenho, Mú sica, Artes Industriais, Artes Cênicas e os recém-formados em
Educaçã o Artística viram-se responsabilizados por educar os alunos (em escolas
de ensino médio) em todas as linguagens artísticas, configurando-se a formaçã o do
professor polivalente em Arte. Com isso, inú meros professores deixaram as suas
á reas específicas de formaçã o e estudos, tentando assimilar superficialmente as
demais, na ilusã o de que as dominariam em seu conjunto. A tendência passou a ser
a diminuiçã o qualitativa dos saberes referentes à s especificidades de cada uma das
formas de arte e, no lugar destas, desenvolveu-se a crença de que bastavam
propostas de atividades expressivas espontâ neas para que os alunos conhecessem
muito bem mú sica, artes plá sticas, cênicas, dança, etc.
Pode-se dizer que nos anos 70, do ponto de vista da arte, em seu ensino e
aprendizagem foram mantidas as decisõ es curriculares oriundas do ideá rio do
início a meados do século 20 (marcadamente tradicional e escolanovista), com
ênfase, respectivamente, na aprendizagem reprodutiva e no fazer expressivo dos
alunos. Os professores passam a atuar em todas as á reas artísticas,
independentemente de sua formaçã o e habilitaçã o. Conhecer mais profundamente
cada uma das modalidades artísticas, as articulaçõ es entre elas e conhecer artistas,
objetos artísticos e suas histó rias nã o faziam parte de decisõ es curriculares que
regiam a prá tica educativa em Arte nessa época.
É com este cená rio que se chegou ao final da década de 90, mobilizando novas
tendências curriculares em Arte, pensando no terceiro milênio. Sã o características
desse novo marco curricular as reivindicaçõ es de identificar a á rea por Arte (e nã o
mais por Educaçã o Artística) e de incluí-la na estrutura curricular como á rea, com
conteú dos pró prios ligados à cultura artística e nã o apenas como atividade.
Dentre as vá rias propostas que estã o sendo difundidas no Brasil na transiçã o para
o século XXI, destacam-se aquelas que têm se afirmado pela abrangência e por
envolver açõ es que, sem dú vida, estã o interferindo na melhoria do ensino e da
aprendizagem de arte. Trata-se de estudos sobre a educaçã o estética, a estética do
cotidiano, complementando a formaçã o artística dos alunos. Ressalta-se ainda o
encaminhamento pedagó gico-artístico que tem por premissa bá sica a integraçã o
do fazer artístico, a apreciaçã o da obra de arte e sua contextualizaçã o histó rica .
http://penta3.ufrgs.br/CAEF/PCNArte/historico.html