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O Ensino da Arte no Brasil

Ensino de arte no Brasil possui três grandes tendências


conceituais, que, didaticamente, classificamos em:
Ensino de Arte Pré-Modernista- Tradicional;

 Ensino de Arte Modernista- Livre expressão;

 Ensino de Arte Pós- Modernista ou Pós-Moderno-


Sociointeracionista.
Na Tendência Pré-Modernista - Arte como Técnica;

Na Tendência Modernista –Expressão

Na Tendência Pós- Modernista - Arte como Conhecimento.


Pré modernista - Tradicional
Unânime na maneira de ensinar desde o fim do século 19 até a década
de 1950. Ainda está presente em muitas escolas.

Foco: Aprendizado de técnicas e desenvolvimento de habilidades


manuais, coordenação motora e precisão de movimentos para o
preparo de um produto final.

Estratégia de ensino: Repetição de atividades, cópia de modelos e


memorização. O professor adota a postura de transmissor do
conhecimento. Ao aluno, basta absorver o que é ensinado sem espaço
para a contestação. A turma era bem avaliada quando conseguia
reproduzir com rigor as obras de artistas consagrados.
Academia Imperial de Belas
Artes do RJ: Proposta
neoclássica, das escolas
europeias. Aprendizado por
“mimese”, copia do modelo do
natural, tendo em vista a
contenção dos sentidos.
Pedagogia Tradicional e o Ensino de
Artes
Rui Barbosa: seguindo os modelos educativos americanos, belgas e
ingleses, se copiava e transcrevia literal mente as propostas de
desenho (de Walter Smith), sem qualquer relação com o contexto.
Relacionando o trabalho para preparação dos alunos para o trabalho
industrial, sentido utilitário.
Concepção neoclássica: ênfase na linha, no contorno, no traçado e na
configuração. Pedagogia marcada pela concepção do homem em sua
essência. Nesse contexto, o treino intensivo, a repetição e a
memorização são formas pelas quais o professor, elemento principal
desse processo, transmite o acervo de informações aos seus alunos.
Nos anos 50 foram incorporados o canto orfeônico (nos anos 30), trabalhos
manuais (diferenciando gêneros), e o teatro para via de apresentações
comemorativas. Entre 1930 e 1970, o currículo de artes era composto por
desenho natural, desenho decorativo, desenho geométrico e desenho
pedagógico nas escolas normais.

Aspectos metodológicos da escola


Tradicional

• Desenho - forma utilitária - preparação técnica


• O produto final mais importante do que o
processo dos alunos
• Conteúdos reprodutivistas
• Desvinculados da realidade social
• Sem a exploração da criatividade
• Memorização pela repetição (método ainda
presente)
Modernista – Livre expressão
Nasceu por volta de 1960 sob a influência das ideias do movimento da
Escola Nova.

Foco: O que importa não é o resultado, mas o processo e,


principalmente, a experiência. Há a valorização do desenvolvimento
criador e da iniciativa do aluno durante as atividades em classe.

Estratégia de ensino: Desenho livre e uso variado de materiais. Não há


certo ou errado na maneira de fazer de cada estudante. Ao professor,
não cabe corrigir ou orientar os trabalhos nem mesmo utilizar outras
produções artísticas para influenciar a turma. A ideia é que o
estudante exponha suas inspirações internas.
PÓS MODERNISTA - SOCIOINTERACIONISTA

É a tendência atual para o ensino da disciplina. A ideia de considerar a


relação da cultura com os conhecimentos do aluno e as produções
artísticas surgiu na década de 1980.

Foco: Favorecer a formação do aluno por meio do ensino das quatro


linguagens de Arte: dança, artes visuais, música e teatro.

Estratégia de ensino: A experiência do aluno e o saber trazido de fora


da escola são considerados importantes e o professor deve fazer a
intermediação entre eles. O ensino é baseado em três eixos
interligados: produção, apreciação e reflexão sobre a arte.
Aprender Artes envolve não apenas uma atividade de produção
artística pelos alunos, mas também a conquista da significação do que
fazem, por meio do desenvolvimento da percepção estética,
alimentada pelo contato com o fenômeno artístico visto como objeto
de cultura por meio da história e como conjunto organizado de
relações formais. (PCN – Artes)

O objeto de conhecimento da Arte é o próprio universo da Arte.


Produção em Arte: o fazer artístico

É o próprio ato de criar, construir, produzir. São os momentos em


que a criança desenha, pinta, esculpe, modela, recorta, cola, canta,
toca um instrumento, compõe, atua, dança, representa, constrói
personagens, simboliza...

• Toda criança, antes de entrar na escola, “faz arte”.


Fruição: apreciação significativa da Arte
e do universo a ela relacionado
Arte é linguagem. A apreciação estética é o próprio ato de perceber,
ler, analisar, interpretar, criticar, refletir sobre um texto sonoro,
pictórico, visual, corporal. Supõe a decodificação dos signos das
linguagens da arte, o estudo de seus elementos, sua composição,
técnica, organização formal, qualidades, etc. É uma “conversa” entre o
apreciador e a obra, em que estão presentes também a intuição, a
imaginação, a percepção.

• Arte é linguagem, portanto, um sistema simbólico de representação.


Reflexão: a Arte é produto da história e da
multiplicidade das culturas humanas

Além do fazer e do apreciar arte, é de fundamental importância a


contextualização da obra de arte; todo o panorama social, político,
histórico cultural em que foi produzida; como ela se insere no
momento de sua produção e como esse momento se reflete nela.

• Arte é área do conhecimento humano, patrimônio histórico e


cultural da humanidade;

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