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DE SAÚDE MENTAL
DE PERNAMBUCO
Franco Basaglia
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FICHA TÉCNICA:
Governador do Estado de Pernambuco
Paulo Câmara
Secretário de Saúde do Estado de Pernambuco
José Iran Costa Júnior
Coordenador de Saúde Mental do Estado de Pernambuco
João Marcelo Costa
EQUIPE TÉCNICA:
Alda Roberta Campos
Gustavo Arribas
Josieda Saraiva
Jucineide Borges
Léa Lins
Marcia Neto
Rita Acioly
Riva Karla Vieira
Sílvia Cavalcanti
Valdiza Soares
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SUMÁRIO
1 – APRESENTAÇÃO
2 – INTRODUÇÃO
3 – POLÍTICA ESTADUAL DE SAÚDE MENTAL
2.1 Diretrizes
2.2 Objetivo geral e objetivos especí cos da Política Estadual de
Saúde Mental
2.3 Eixos de atuação da Política Estadual de Saúde Mental
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1. APRESENTAÇÃO
A política de Saúde Mental de Pernambuco foi construída por
muitas mãos! Entendemos que só assim podemos garantir um
cuidado que priorize a diversidade de saberes, olhares e fazeres
que contribuam para a organização e execução de uma política que
foca na complexidade da existência humana.
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construímos a nossa Politica de Saúde Mental, onde Gestão e o
controle social uniram suas forças no processo de consolidação do
SUS no Estado de Pernambuco. A execução da política depende de
TODOS nós (gestão, trabalhadores/as, estudantes, usuários,
familiares e a sociedade), a partir de cada ação cotidiana que se
transforma em trabalho vivo. Esperamos que as gestões da política
e do cuidado sejam garantidas em nosso território.
Equipe GASAM.
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2. INTRODUÇÃO
O Estado de Pernambuco ocupa um lugar de destaque no âmbito da
legislação de saúde para a área de saúde mental e politicas sobre
álcool e outras drogas, tendo se constituído como o terceiro Estado
brasileiro a promulgar uma Lei própria, a 11.064 de 16 de maio de
1994, que dispõe sobre a substituição progressiva dos hospitais
psiquiátricos por rede de atenção integral à saúde mental,
regulamenta a internação psiquiátrica involuntária e dá outras
providências.
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(RAPS) por ter pactuado no Comitê Intergestor Bipartite – CIB a
modelagem da RAPS e pela clareza dos passos a serem dados, a
partir da aprovação dos desenhos regionais pactuados em todas as
regiões de saúde que compõem o Estado, rumo à implementação
dos dispositivos de cuidados necessários à assistência integral em
saúde mental no Estado.
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3. POLÍTICA ESTADUAL DE SAÚDE MENTAL
DE PERNAMBUCO
PRINCIPAIS DIRETRIZES
- Respeito aos direitos humanos sem qualquer forma de
discriminação;
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- Respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana,
especialmente quanto à sua autonomia e sua liberdade, incluindo
pessoas com sofrimento psíquico e com problemas decorrentes do
uso de drogas;
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necessidades decorrentes
do uso prejudicial de
drogas e suas famílias, ao
acolhimento e cuidado na
rede de atenção
psicossocial de base
territorial,
comprometida com os
princípios
antimanicomiais e da
redução de danos, de forma
singular e equânime em todas as
regiões do Estado.
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ALÉM DE:
- Garantir a articulação e integração dos pontos de atenção da
RAPS qualificando o cuidado por meio do acolhimento;
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- Garantir a ampliação e efetivação da RAPS em todas as regiões de
saúde, considerando o ciclo de vida (infância, adolescência,
juventude, vida adulta e terceira idade) diversificada em todos os
níveis de atenção, com ênfase, na atenção básica, em dispositivos
com acolhimento e cuidado integral, através de unidades com
funcionamento 24 horas e estratégias de inserção social.
- Garantir a efetivação da Política de Saúde do(a) Trabalhador(a) no
Estado, através de ações de saúde mental com foco em cuidados
integrais voltadas para trabalhadores(as) em sofrimento psíquico,
ocasionados pelo contexto e processos relacionais do trabalho.
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GESTÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2
ORGANIZAÇÃO, QUALIFICAÇÃO,
EXPANSÃO E MONITORAMENTO E
FORTALECIMENTO AVALIAÇÃO DE
DA RAPS POLÍTICA
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EIXOS DE ATUAÇÃO:
EIXO I - GESTÃO DA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL EM
PERNAMBUCO ORGANIZAÇÃO, EXPANSÃO E FORTALECIMENTO
DA RAPS
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- Apoiar a realização bienal do Encontro de Coordenadores de
Saúde Mental de Pernambuco – ECOSAM.
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- Garantir a efetivação da RAPS pactuada em CIB, através dos
instrumentos de planejamento, programação e governança do SUS
a serem executados no âmbito municipal:
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- Articular a rede intersetorial para atender às dimensões da vida
do sujeito, em suas diversas faixas etárias, com o sistema
judiciário, conselhos, rede de assistência social, rede de ensino,
órgãos de acesso a emprego, geração de renda, economia solidária,
setores ligados à cultura e oferta de atividades de lazer, sistema de
transporte coletivo, acesso à moradia, abrigamento provisório,
proteção a pessoas em situação de ameaça e violência, além dos
cuidados que fazem parte das politicas públicas que fazem
proteção a pessoas em situação de ameaça e violência, além dos
cuidados que fazem parte das politicas públicas que fazem
frequente interface como as politicas voltadas para a infância, as
mulheres, do idoso, da população negra, quilombola, LGBT,
indígena, do campo, em situação de rua e carcerária.
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QUALIFICAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA POLÍTICA
- Ordenar a formação de recursos humanos para a área de saúde e
incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico
e tecnológico, conforme previsto na Constituição Federal Brasileira
e na Lei nº 8.080/90, a partir da instituição de diretrizes voltadas à
celebração dos compromissos das instituições de ensino,
programas de residência em saúde e gestões municipais e
estaduais de saúde para o desenvolvimento das atividades de
ensino-aprendizagem e formação no âmbito do SUS,
especialmente nos serviços previstos por meio da Política Nacional
de Atenção Básica em vigência.
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- Garantir a integração entre ensino, serviços e comunidade no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os
estabelecimentos de saúde da RAPS sob a responsabilidade do
gestor da área de saúde como cenário de práticas para a formação
no âmbito da graduação e da residência em saúde.
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- Promover atividades de alinhamento sobre a Politica de Saúde
mental diante do modelo territorial e de cuidado em liberdade, para
os Centros de Atenção psicossocial;
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- Monitorar as notificações de violência autoprovocadas e efetivar
cuidado de forma compartilhada com a rede local de saúde.
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- Garantir apoio técnico, político e financeiro aos Programas de
Residência em psiquiatria e multiprofissional em saúde mental,
diversificados na Rede de Atenção Psicossocial - RAPS.
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EIXO II – GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL EM
PERNAMBUCO SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA
- Fortalecer a Atenção Básica como ordenadora do cuidado no SUS
de acordo com as linhas de cuidado especifica e a Política Estadual
de Saúde Mental;
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- Realizar o matriciamento na Atenção Básica como um conjunto de
ações que visam garantir a resolutividade do cuidado na Atenção
Básica e/ou a continuidade da atenção neste nível assistencial.
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CAPS III – Realiza atenção psicossocial estratégica a pessoas em
uso prejudicial de drogas, pessoas com sofrimento mental na
infância, juventude, adultos e idosos, com funcionamento nas vinte
e quatro horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana
e feriados, sendo serviço especializado de atenção à crise, para
municípios que possuam a partir de 150.000 habitantes;
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- Estabelecer o limite de atuação da população adstrita dos CAPS
municipais e que os CAPS regionais tenham seus fluxos e termos
de compromisso e acordos de convivência do equipamento
pactuados através do colegiado regional de saúde mental e grupo
condutor regional;
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- Compreender o papel do CAPS enquanto local prioritário de
atenção à crise, articulado à Rede de Urgência e Emergência (RUE)
da região e atenção hospitalar em hospital geral;
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ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTO JUVENIL
- Nortear o cuidado psicossocial dentro do contexto de vida desta
população, com uma perspectiva intersetorial que prime pelo
envolvimento da escola, dos equipamentos de saúde, da
assistência social, dos dispositivos para juventude e especialmente
da família, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de
Saúde Mental Infantojuvenil
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- Primar pela avaliação contextualizada e singular do sujeito e das
relações que ele estabelece para definição do seu projeto
terapêutico, priorizando sempre o cuidado no território.
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- Nortear o cuidado à pessoa que faz uso de drogas pelo paradigma
da redução de danos enquanto política pública que atende
plenamente os princípios do Sistema Único de Saúde, a saber:
Universalização, Equidade e Integralidade.
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- Garantir que os CAPS I, acolham, articulem e executem o cuidado
à pessoa que faz uso prejudicial de drogas, de acordo com cada
caso e contexto.
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- Assegurar que as Unidades de acolhimento adulto e infantojuvenil
(UA e UAIJ) sejam reguladas exclusivamente pelas equipes
multiprofissionais dos CAPS;
- Direcionar/Propor/Criar/Fortalecer/Estimular/Incentivar ações
voltadas para a prevenção e promoção da saúde que visem a
prevenção primária, secundária, terciária, quaternária, indicada
alinhada aos INCLUINDO o Programa Saúde na Escola (PSE) e a
saúde da criança e do adolescente, devendo articular estas ações
com a Secretaria Estadual de Educação, Secretaria Estadual de
Politicas Sobre Drogas (SEPOD) e outros órgãos que se fizerem
pertinentes CEPAD, CONAD, CGSMAD/MS, SENAD/MJ.
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DESINSTITUCIONALIZAÇÃO
- Garantir às pessoas com transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em situação de
internação de longa permanência (um ano ou mais ininterruptos), o
cuidado integral por meio de estratégias substitutivas, na
perspectiva da promoção de autonomia e do exercício de cidadania
em busca de sua progressiva inclusão social.
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- Fortalecer e ampliar o cuidado em liberdade no território;
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- Promover o acesso de pessoas que podem ser beneficiadas com o
Programa de Volta pra Casa.
ATENÇÃO À CRISE
- Ofertar cuidado em saúde mental à crise, em todos os pontos de
atenção da RAPS, conforme a dinâmica de vida do sujeito,
identidade de gênero, orientação sexual e território em que habita,
bem como, nível de complexidade da unidade de saúde.
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- Definir que os leitos de Saúde Mental em Hospital Geral são
componentes da RAPS, sendo necessária a discussão deste ponto
de atenção articulado aos outros pontos da rede, de forma a compor
o projeto do município ou da região de saúde, não devendo ser
jamais concebido como um ponto de atenção isolado.
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Definir diretrizes e organizar estratégias para qualificar os
atendimentos de urgência/emergência em saúde mental nas
UPAS.
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- Garantir que sejam esgotadas todas as possibilidades de cuidado
no território nos casos de maior complexidade que envolva
decisões judiciais, ao articular a rede de atenção psicossocial com o
judiciário, deliberando pela internação como sendo sempre o
último recurso a ser ofertado, e apenas, após esgotadas todas as
possibilidades de cuidado comunitário/territorial, sendo
criteriosamente indicada a internação, esta deve acontecer em
Leitos de Hospital Geral (Portaria GM nº 148/12 e nº 1.615/12) e
deve-se:
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- Articular a referência em Saúde Mental da Gerência Regional em
Saúde – GERES para fortalecer a discussão e condução
compartilhada do caso e se necessário, também envolver a
Gerência Estadual de Saúde Mental – GASAM para o suporte e
orientações necessárias.
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Portanto, é imprescindível: :
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- Propor ações de promoção e prevenção em saúde mental voltada
para as populações do campo, das florestas e das águas, em
situação de vulnerabilidade social.
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REFERÊNCIAS:
AMARANTE. P. (org) Loucos pela Vida: A trajetória da Reforma
Psiquiátrica no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1995.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Caminhos para uma política de saúde mental infantojuvenil.
Brasília, 2005.
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_________. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM nº 3.088 de 23 de
dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para
pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do
Sistema Único de Saúde. Brasília, 2011.
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RESOLUÇÃO Nº 747 DE 11 DE JULHO DE 2018.
O SECRETÁRIO ESTADUAL DE SAÚDE, nomeado pelo Ato nº 004 de
01 de janeiro de 2015 (DOE/PE de 01/01/2015), no uso das
atribuições que lhes são conferidas pelo Art. 42 da Constituição do
Estado de Pernambuco, e considerando:
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disposto no Art. 13, que assegura ao usuário/usuária o acesso
universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do
SUS;
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