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A obra referente à esta memória crítica trata-se da Clínica Peripatética - como

o próprio título já diz -, produzida pelo do autor Antonio Lancetti, uma figura
importante no âmbito da saúde mental. Apesar do termo peripatético já ter sido
utilizado por figuras importantes, logo no inicio da obra, o autor afirma que
utilizou este termo tendo em vista o sentido usual da palavra, uma vez que
expressa a ideia de ‘’passear, ir e vir conversando’’. Deste modo, o autor
divide o seu livro em 6 capítulos que podem ser compreendidos como o que ele
denomina de ‘’ensaios’’, intimamente ligados à esta prática terapêutica, que ao
decorrer da obra se mostram como alternativas à pratica terapêutica comum,
ou seja, como uma estratégia clínica elaborada para aqueles que não se
adaptam aos protocolos clínicos tradicionais.

Pode-se observar que o inicio da clinica peripatética deu-se a partir da


necessidade de ultrapassar os limites impostos pelo atendimento dentro
apenas de um consultório, uma vez que principalmente aqueles pacientes que
possuíam transtornos psíquicos mais graves demandavam um
acompanhamento terapêutico em ambientes que lhe eram comuns ou
coletivos. O autor exemplifica tal questão através das caminhadas feitas com
pacientes, uma vez que apenas o atendimento usual dentro dos hospícios e
clinicas eram insuficientes. Assim, deu-se a entender que diante disto, tornava-
se necessário um acompanhamento de certa forma, mais ‘’personalizado’’.
Diante disso, foi ressaltado o reflexo positivo desta prática, principalmente, no
que diz respeito ao fortalecimento de vínculos tanto com a rede social
pertencente ao individuo, tanto quanto à atividades - o que ao meu ver,
demonstra-se essencial para a formação de uma sensação de pertencimento
com si e com a sociedade.

É tratado na obra também, sobre a preocupação do autor em relação à


burocracia presente no CAPS. Para isto, ele relembra que esta mesma
instituição possuía o nome de NAPS, e esta transição se deu pelo fato de antes
ser considerado um núcleo destinado à convivência grupal, passou a ser
‘’centro’’ ???. Visando melhorias neste espaço que tem como objetivo o
cuidado com a saúde mental de seus integrantes, Lancetti..

Expondo seus ideais sobre a questão da redução de danos, o autor demonstra


que tal conceito diverge-se da ideia de combate às drogas, já que tem como
pressuposto o compartilhamento de informações à respeito das drogas e da
sexualidade, sem necessariamente induzir o individuo à abstinência – atitude
que pode fazer o individuo se sentir incapaz e com maiores chances de
retornar ao uso. Como efeito, haveria a minimização dos prejuízos e riscos
consequentes de tomadas de decisões ‘’inconsequentes’’, através da decisão
do próprio indivíduo. Com isso, no âmbito da saúde, problemas seriam evitados
ou minimizados. Vale lembrar também, que o autor expõe uma entrevista feita
com um dos principais lideres deste ideal de redução de danos, introduzindo a
ideia da importância de intervenções dentro das periferias, uma vez que na
nossa sociedade capitalista existem aqueles que estão à margem da sociedade
e utilizam, por exemplo, do tráfico para se sentirem parte desta.

Lancetti expõe sua ideia também sobre o potencial e a importância dos agentes
comunitários do PSF em relação à promoção da saúde mental. Diferente dos
profissionais da saúde, que há mais tempo, priorizavam apenas a questão
diagnóstico/tratamento, o autor demonstra um ponto fundamental da ação dos
agentes comunitários: o contexto/meio em que determinado individuo está
inserido como um ponto importante e como estratégia de intervenção.

Finalizando, o autor fala sobre o vínculo entre o paciente e o analista


peripatético, conceituando como paradoxal esta relação uma vez que ao
mesmo tempo que este último se torna um amigo para o primeiro, ele é
também um ‘’estrategista’’ tendo em vista que está exercendo a sua profissão,
ou seja, .... . Finalizando, o autor fala sobre a clinica cartográfica, que seria

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