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BELÉM
2022
JESSICA LIZANDRA SOUZA DOS SANTOS
LARISSA DE OLIVEIRA DINIZ
SORAIA DOS SANTOS SILVA
BELÉM
2022
JESSICA LIZANDRA SOUZA DOS SANTOS
LARISSA DE OLIVEIRA DINIZ
SORAIA DOS SANTOS SILVA
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________
Prof. Octávio Augusto Barbosa Mendonça - Presidente
UNAMA
______________________________________
Karina de Souza Gama Pantoja - Enfermeira
______________________________________
Leidiane de Jesus da Costa Santos - Enfermeira
Data: 20 /12/2022
BELÉM
2022
AGRADECIMENTOS
Agradeço e dedico o sucesso dessa vitória a Deus que foi meu alicerce e sempre
renovou minhas esperanças principalmente nos momentos mais difíceis.
Agradeço aos meus pais, Heliana e Ronaldo, que foram os maiores incentivadores
para que esse sonho se tornasse realidade, que acreditaram em mim até mesmo quando eu
não acreditava.
Agradeço às minhas irmãs, Anne e Thifanny e ao meu namorado, Felipe, que
estiveram ao meu lado apoiando-me e incentivando-me em diversos momentos desta
jornada, e aos meus familiares e amigos que sempre torceram por mim.
Agradeço a todos os mestres que fizeram parte da minha trajetória e aos que
contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho, em especial o professor Octávio
Augusto Barbosa Mendonça e a professora Rita do Socorro Ribeiro Quaresma Oliveira,
que tornaram possível a finalização deste TCC, nos dando suporte e nos orientando nas
correções, e as minhas colegas de curso Larissa e Soraia que estiveram comigo nesta
caminhada.
Por fim, agradeço a todos aqueles que compartilharam meus ideais e encorajaram-
me a prosseguir diante dos obstáculos.
Não tenho como falar em agradecer sem pensar em Deus, ele foi meu alicerce e
minha força para nunca desistir, meu coração transborda de gratidão à ele.
Agradeço à minha amada filha, Rafaela Diniz, pois ela foi o meu maior motivo de
tudo, por ela e minha família fui até o fim.
Ao meu esposo, Rafael Diniz, que viveu esse sonho comigo, sempre ao meu lado,
foi meu companheiro em todos os sentidos e nunca desistiu de mim.
À minha mãe, Mônica Rodrigues, por sempre me apoiar, confiar e acreditar em
mim. Seu amor e seus ensinamentos me fizeram ser quem sou.
Às minhas colegas de equipe deste trabalho, por toda dedicação e parceria que
tiveram para que pudéssemos concluí-lo.
Aos familiares e amigos que torceram tanto para que eu conquistasse
mais esse objetivo em minha vida.
A todos vocês, minha eterna gratidão!
Agradeço a Deus por ser meu refúgio e amparo nos momentos difíceis.
A minha mãe em especial por ser a minha motivação e incentivo diário para
continuar em busca dos meus sonhos.
Carl G. Jung.
RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar a importância da assistência do enfermeiro nos
casos de pacientes vítimas de escalpelamento. Foi do tipo descritivo, com abordagem
qualitativa e foi efetuado por meio de uma pesquisa integrativa de literatura, na Base de
Dados de Enfermagem (BDEnf) e posteriormente nas plataformas de dados Scientific
Electronic Library Online (SciELO), Google Schoolar e da Literatura Latino-Americana
e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). A busca se realizou com base em eixos e
palavras-chaves. Para a pesquisa nos bancos de dados, foram utilizados operadores
booleanos OR para relacionar as palavras-chave de cada eixo; operadores AND para
interligar os eixos. Foram incluídos trabalhos que relacionam o protagonismo do
enfermeiro na assistência às vítimas de escalpelamento; artigos e monografias publicados
entre 2012 e 2022 em português; livros ou capítulos de livros. A coleta de dados foi
realizada por meio de um formulário, com objetivo de reunir o maior número expressivo
de estudos acerca do cuidado do enfermeiro nos casos de escalpelamento. Trouxe como
benefício a contribuição para a literatura de enfermagem, bem como, um maior número
de informações acerca do escalpelamento e das ações implementadas pelos enfermeiros.
Os resultados foram encaminhados para apreciação de comissões científicas de eventos
científicos, assim como de publicações científicas para divulgação.
ABSTRACT
LISTA DE QUADROS
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
1.1 TEMA DO ESTUDO ................................................................................................. 5
1.2 JUSTIFICATIVA E PROBLEMA DA PESQUISA .................................................. 8
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 10
1.3.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 10
1.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 11
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 18
3.1 TIPO E ABORDAGEM DA PESQUISA.................................................................... 18
3.2 FONTE E PERÍODO................................................................................................... 19
3.3 AMOSTRAGEM.......................................................................................................... 19
3.3.1 Critérios de inclusão................................................................................................ 19
3.3.2 Critérios de exclusão............................................................................................... 20
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS........................................................ 20
3.4.1 Instrumentos............................................................................................................ 21
3.5 ASPECTOS ÉTICOS................................................................................................... 22
3.6 ANÁLISE DE DADOS............................................................................................... 22
4 RESULTADOS ............................................................................................................. 24
4.1 Análise de conteúdo .................................................................................................... 24
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................... 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 36
APÊNDICE A - Orçamento ............................................................................................ 40
APÊNDICE B - Cronograma........................................................................................... 41
APÊNDICE C – Formulário URSI.................................................................................. 42
5
1 INTRODUÇÃO
[...] lesão traumática decorrente de uma brusca tração seguida da avulsão do couro
cabeludo (escalpe), a força de tensão e a firme aderência à pele fazem com que o
couro cabeludo seja arrancado ao nível da camada sub-aponeurótica (tecido areolar
frouxo), que é bastante vascularizada, gerando hemorragia intensa e que pode levar
ao estado de choque além de acarretar para as vítimas diversas sequelas físicas,
psicológicas e sociais (MAGNO, et al, 2012, p. 1).
é feita através de um eixo longitudinal que fica totalmente exposto, girando com velocidade
de 2.500 rotações por minuto com força de tração elevada (ALMEIDA, 2016).
Há duas classificações para esse tipo de acidente, escalpelamento parcial quando
atinge somente os tecidos moles (localizados entre a epiderme e as vísceras, como: os vasos
sanguíneos, os vasos linfáticos, músculos, tendões, revestimentos das articulações e
tecidos gordurosos) e o total quando há exposição dos ossos da calota craniana e onde uma
parte ou um todo da abóbada se separa do couro cabeludo. Quando se trata de escalpelamento
total, envolverá outras estruturas, dado o grau do acidente, como: pálpebras, orelhas e pele da
testa (MAGNO, et al., 2012).
Para que a tragédia se materialize, basta o contato dos fios capilares com o eixo que
pode ocorrer, “quando a pessoa que está com os cabelos soltos ou de forma presa inadequada
abaixa-se para retirar a água acumulada dentro da embarcação ou para pegar algum objeto no
assoalho do barco localizado perto do eixo do motor” (BRAGA, et al, 2016, p.3).
A velocidade com a qual o eixo funciona e sua forte rotação ininterrupta, garantem a
violência do acidente, pois, quando os cabelos se entrelaçam a ele, o resultado imediato é a
extração brusca de toda ou parte do couro cabeludo, envolvendo desde as orelhas até as áreas
do pescoço, culminando com deformações graves e até mesmo a morte (SILVA, et al, 2017).
Muitas dessas embarcações não possuem e/ou não propiciam aos usuários, segurança e
qualidade no transporte. Isso porque, a maioria delas são construídas pelos próprios
ribeirinhos de maneira artesanal, ou seja, não há a preocupação de, no momento da
construção, pensar em dispositivos que viabilizem a segurança e o conforto do passageiro,
seja por falta de recursos financeiros ou de conhecimento técnico naval.
7
Deste modo, o escalpelamento é definido como “um trauma causado por avulsão
parcial ou total do couro cabeludo, decorrente, principalmente, de contato acidental dos
cabelos longos com motor de eixo rotativo (CUNHA et al., 2012 apud MARTINS; SILVA,
2013, p. 341). Como já mencionado, esse tipo de acidente acontece, majoritariamente, com
ribeirinhos, uma vez que, são eles os que mais se utilizam desse meio de transporte para
transitar entre os rios amazônicos. Essa ocorrência começou a ganhar destaque em meados da
década de 70, “quando os barcos à vela foram sendo substituídos por barcos com eixo de
motor rotativo” (MAGNO, et al, 2012, p. 1).
A partir de então, as incidências passaram a ser mais frequentes, o que fez com que o
Hospital Santa Casa de Misericórdia do Pará (HSCMP) traçasse um perfil epidemiológico das
vítimas atendidas pela referida instituição entre os anos de 2001 a 2010, de onde se constatou
que a maioria das vítimas desenvolveu outros problemas de saúde, como o comprometimento
hemodinâmico, dor intensa, surgimento secundário de mialgias, edema e hematomas na
região facial, bem como, limitação dos movimentos na citada região, além de dores intensas
no pescoço e cinturas escapulares (CUNHA, et al, 2012).
As vítimas desse tipo de tragédia enfrentam adversas sequelas pelo resto da vida,
danos neurológicos como a possível perda da visão e da audição, podem ser irreversíveis e
algumas delas também tendem a sofrer de cefaléias constantes. Adiciona-se a isso as sequelas
psicológicas, resultado de uma rotina de agravos psíquicos e sociais, o que contribui para o
prejuízo de sua autoestima e consequentemente à sua autoimagem, ao humor e às relações
afetivas, além de contribuir para alterar o ambiente e a economia familiar (FERREIRA, et al,
2014).
Considerando as sequelas deixadas pelo acidente, cabe buscar analisar o papel do
enfermeiro diante da assistência à vítima, quais são os procedimentos utilizados por ele, posto
8
que, os procedimentos cirúrgicos são diversos e envolvem para a correção dos defeitos no
escalpo:
[...] a perfuração da tábua externa, enxertos de pele, retalhos locais de couro
cabeludo, sendo que o melhor método para reconstrução deve ser considerado com
base na etiologia, localização e período de tratamento. Para uma melhor obtenção do
resultado no tratamento, podem ser utilizados expansores teciduais, que fornece pele
local para melhor cobertura da área de alopecia (FRANCIOSI et al., 2010, p. 1,
apud SILVA, 2013, p. 342).
De acordo com a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), 93% das
ocorrências de escalpelamento da região amazônica atingem principalmente as mulheres.
Sendo 65% crianças, 30% adultos e 5% idosos.
Muitas vítimas têm o quadro considerado grave, devido à grande perda de sangue
sofrem choque hipovolêmico e ficam inconscientes. Dessa forma, necessitam de cuidados
intensivos, como assistência hospitalar de média e alta complexidade. Esse trajeto é muito
difícil e, muitas vezes, inexistente, dependendo de onde houve o acidente, o que acarreta a
subnotificação dos casos; e dos óbitos por escalpelamento nos rios da Amazônia, onde as
distâncias são continentais, como no caso do estado do Pará. (GUIMARÃES, 2012.p 70).
Portanto, o objetivo deste trabalho é o de proporcionar à literatura, a reunião de
estudos acerca do escalpelamento na Amazônia e a atuação do enfermeiro frente a essa
ocorrência traumática. Por ser um acidente de grandes proporções que envolve diferentes
dores, devido, na maioria das vezes, ter como primeira consequência a exposição da calota
craniana que desencadeia outros diferentes tipos de problemas, como a necrose isquêmica,
9
onde vários outros ramos profissionais, como a Enfermagem, Serviço Social, Psicologia,
Medicina, entre outros, estão inseridos para melhor atender, cuidar e acompanhar os pacientes
no processo pós-traumático (FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ,
2008).
1.3 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No âmbito social, de acordo com Cunha e Rosa (2016), as vítimas costumam se afastar
de familiares, amigos e demais pessoas próximas, além de deixar de frequentar lugares
públicos como a escola por exemplo. Esse afastamento acaba repercutindo na saúde mental do
paciente, que desenvolve, entre outras doenças, ansiedade, depressão e outros medos que o
rodeiam constantemente.
A prática da enfermagem está em cuidar, ela se realiza no preocupar-se com o outro e
adotar os meios necessários para deixá-lo melhor, através da comunicação que pode ser verbal
ou não-verbal “através da conversa, do toque, com a intenção de transmitir tranquilidade,
carinho, conforto, segurança, atenção e bem-estar [...] para prestar uma assistência de
qualidade (BAGGIO; FORMAGGIO, 2007 apud CUNHA; ROSA, 2016, p.19).
Nesse sentido, o que se busca compreender é como e qual a importância da enfermagem
no processo de cuidado das pacientes vítimas de escalpelamento, uma vez que, os quadros
clínicos e emocionais do doente são extremamente delicados e necessitam de cuidados
específicos, além de técnicas e instrumentos profissionais direcionados à diminuição da dor.
13
Por conta das gravidades das lesões e o tempo de tratamento que pode levar de quatro
meses a um ano, o escalpelamento requer cuidados específicos que demandam além de
curativos constantes e medicamentos, cirurgias periódicas que são feitas ao longo de anos
14
As ocorrências podem ser evitadas com uma medida preventiva simples, a Lei
11.970/2009 determina a instalação de uma cobertura nas partes móveis dos motores
marítimos. A Marinha do Brasil fornece e instala gratuitamente a proteção do motor através
das Capitanias dos Portos. No entanto, são necessárias inspeções mais rigorosas para cumprir
15
a lei, bem como ações mais intensas de conscientização da população para a prevenção dos
acidentes (OESTADONET, 2021).
Em 2021, nos rios paraenses, foram registrados 11 casos. Três a mais que no ano
anterior, quando a Secretaria de Estado de Saúde Pública (SESPA), registrou 8 casos. A
coordenadora estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais, Tatiany Peralta, explica
que embora a SESPA tenha realizado ações educativas em parceria com a Comissão Estadual
de Enfrentamento aos Acidentes com Escalpelamento (CEEAE), formada por diversos
órgãos, incluindo a Marinha do Brasil, os incidentes continuam a ocorrer (OESTADONET,
2021).
Além da carenagem oferecida para cobrir os eixos dos motores há a realização de
campanhas e demais ações públicas que visam conscientizar os proprietários das embarcações
a adotarem os métodos de proteção. Geralmente, os municípios que têm um número
expressivo desse acidente, realiza parceria com a Marinha do Brasil e a Capitania dos Portos
para realizar as campanhas de conscientização. Assim, o que se percebe é que há, direta ou
indiretamente, parceria entre ações governamentais para que se possa atingir um objetivo
maior (PINHEIRO, 2021).
Outras ações que são divulgadas como forma de evitar a tragédia, é manter os cabelos
totalmente presos, não sentar próximo ao eixo da embarcação (mesmo ele estando coberto),
ter um cuidado maior com a utilização de colares e demais adereços que possam se prender ao
motor e não armar rede nas proximidades do eixo (AGÊNCIA PARÁ, 2015).
impossível, dessa forma os piratas levam o barco, lhes causando grande prejuízo
(MAGALHÃES, 2021).
Ainda que A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (SEGUP)
disponibilize as viaturas aquáticas para evitar os crimes ocorridos nos meios fluviais, uma boa
alternativa para evitar esses roubos seria o investimento dos estados em locais onde os donos
das embarcações pudessem guardar seus barcos com segurança e sem preocupações.
A carência de divulgação acerca da temática através dos meios de comunicação, como
forma de prevenção, também é condição favorável para a ocorrência dos acidentes, se
tornando um assunto pouco debatido pela população em geral e nos cursos de graduação,
principalmente no de enfermagem (CUNHA et al., 2012).
Assim como exposto por Motizuki, L. e Motizuki, C., (2015), ainda que haja políticas
direcionadas à prevenção do escalpelamento, é possível observar o considerável número de
casos existentes e, além disso, a falta de estudos voltados para essa temática é pequeno,
consequentemente, insuficiente na utilização como ferramenta de conhecimento dos
profissionais de saúde, o que torna um problema distante de ter uma solução efetiva.
De acordo com Carvalho (2013), todas as modificações sofridas pelas vítimas diante
das dificuldades impostas por essa nova realidade, comprometem claramente a sua qualidade
de vida. Sentimentos como rejeição, tristeza, abandono, medo e vergonha são constantemente
evidenciados.
O escalpelamento provoca ainda inúmeras sequelas psíquicas que advêm durante o
tratamento e persistem por toda a vida, dentre elas, a autoestima e a deturpação da imagem
corporal que se apresenta devido às cicatrizes e perda do cabelo provocado pelo acidente.
Demonstram ainda medo, principalmente da morte, e saudade familiar, pois se afastam do
meio social por um extenso período (GOMES et al., 2018).
A assistência voltada à essas pacientes requer demandas específicas e adequadas, o
profissional de enfermagem deve subsidiar quanto as necessidades de cada paciente de forma
humanizada, atentando-se para as sequelas funcionais e estéticas e as mudanças relacionados
aos diversos tipos de incapacidades e alterações da identidade pessoal, das condições físicas e
psicológicas e do âmbito social (TEIXEIRA et al., 2017).
A atenção do enfermeiro exige um cuidado integral e de maneira singular, cada
paciente demanda um atendimento específico diante da sua história de vida e particularidades,
apesar de cada uma compartilhar dos mesmos sentimentos. Mais do que orientações sobre o
tratamento e o autocuidado, essas pacientes necessitam de acompanhamento especial em
razão de todas as sequelas oriundas do trauma, os sentimentos manifestados por elas são
vastos e preocupantes, portando, o enfermeiro se torna um profissional indispensável no
tratamento das vítimas de escalpelamento, tanto individualmente bem como integrante da
equipe multiprofissional, deve estar atento as especificidades de cada paciente e possuir um
olhar sensível para lidar com essas pacientes e ajuda-las a enfrentar a realidade (TEIXEIRA et
al., 2017).
18
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1.5 5ª fase: nessa etapa há a discussão dos resultados e ocorre após a interpretação e
síntese dos mesmos. Nela comparam-se os dados dos artigos estudados ao referencial teórico,
e é possível identificar através dessa etapa as lacunas que podem embasar futuras pesquisas;
3.1.6 6ª fase: essa fase contempla a apresentação da revisão integrativa, que possa
possibilitar ao leitor uma avaliação crítica dos resultados, deve conter informações claras e
detalhadas.
3.2 FONTE E PERÍODO
Atenção do enfermeiro
a aspectos emocionais Ocorrência de Tratamento e Importância do
Eixos
dos pacientes vítimas acidentes sequelas enfermeiro
de escalpelamento
Saúde Mental escalpelamento Tratamento Cuidados
Palavras- Integralidade
Acidentes em Assistência
chaves Atenção
embarcações Enfermagem
Sequelas
Fonte: elaboração própria.
A terceira etapa consistiu inicialmente na leitura direta do total de 817 títulos, realizada
pelos pesquisadores, para selecionar os artigos. Os que não tinham relação direta ou indireta
com a proposta deste atual estudo, eram excluídos. Após as leituras dos títulos, restaram 1
artigo na SciELO, 1 artigo na BDEnf, 6 artigos na LILACS e 13 artigos no Google Schoolar,
o que totalizou 21 artigos.
Para finalizar a seleção dos artigos, foi realizada uma leitura completa dos 21 estudos,
observando os termos de busca e os critérios de inclusão e exclusão apresentados no Quadro
2. Esses novos critérios, estabelecidos, qualitativamente, a partir de uma exploração inicial
dos títulos, serviram para refinar as etapas de filtragem por leitura, parametrizando as decisões
por inclusão ou exclusão de documentos que, embora abarcados pela busca realizada na etapa
de Identificação, efetivamente não apresentassem aderência temática ou metodológica aos
interesses desta pesquisa. Após essa análise, 18 artigos foram selecionados para a leitura do
resumo e prosseguimento rumo à escolha final dos artigos do portfólio bibliográfico.
Saúde mental de pessoas acometidas por Trabalhos que não detalham o trabalho com
escalpelamento vítimas de escalpelamento
22
3.4.1 Instrumento
O registro da coleta de dados dos estudos foi realizado por meio de um formulário
(Apêndice C), baseado no instrumento validado por Ursi (2005), adaptado às prioridades
deste estudo.
O objetivo do instrumento foi analisar as ações adotadas pelos enfermeiros na
assistência às vítimas, compreender as implicações dos cuidados e evidenciar as formas de
prevenção para evitar as ocorrências de escalpelamento.
Este estudo respeitou os direitos autorais dos autores consultados, utilizando as normas
da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para citações e referências. Foi
também objetivo deste estudo, contribuir com os conhecimentos técnicos e teóricos sobre a
atuação do profissional de enfermagem acerca dos cuidados direcionados às vítimas de
escalpelamento e assim, acrescentar à literatura essa contribuição.
Essa pesquisa trouxe como benefício a contribuição para a literatura de enfermagem, a
ampliação do conhecimento acerca do escalpelamento e os desdobramentos pelos quais as
vítimas sofrem para obter cuidado e atenção de forma ética e dedicada e a colaboração para o
meio acadêmico na área da enfermagem. As informações extraídas dos textos base, foram
fielmente retratadas neste estudo, pois, respeita-se os fundamentos éticos da pesquisa,
fundamentada pelas normas da ABNT.
Os resultados foram encaminhados para apreciação de comissões científicas de eventos
científicos, assim como de publicações para divulgações científicas e ficaram à disposição no
Repositorivm do site da Universidade da Amazônia.
ANÁLISE DE BARDIN
4 RESULTADOS
Conti. Quadro 3.
Introdução: O escalpelamento, ato de remover uma parte do
escalpo, pode ser facilmente causado por diversos mecanismos
como trauma, queimadura, infecção, ablação cirúrgica de
tumores e lesões congênitas. Há diversas opções de
reconstruções relatadas na literatura. Objetivo: Relatar dois
Reconstrução total de casos de escalpelamentos atendidos e tratados em um Hospital
Uliano et couro cabeludo: Universitário. Métodos: Os dois casos de escalpelamento
al. 2018. relato e experiência foram tratados com enxerto autólogo em diversos tempos
de dois casos cirúrgicos até a total cobertura da área lesionada. Resultados:
Obteve-se resultado satisfatório após as cirurgias de enxertia de
pele nas áreas lesionadas de ambos os casos tratados.
Conclusão: O enxerto autólogo mostrou-se uma opção viável
na reconstrução do couro cabeludo.
O objetivo deste estudo foi descrever a vida de mulheres
ribeirinhas da Amazônia e verificar a ocorrência de um
possível indício do transtorno de estresse pós-traumático em
mulheres vítimas de escalpelamento. A metodologia utilizada
foi a pesquisa bibliográfica e exploratória. Os materiais foram
livros, monografias, dissertações, teses e artigos científicos
disponíveis em bases de dados da Scielo, PepSic, BVS,
Periódicos CAPES publicados no período de 2010 a 2019. Os
Estresse pós- resultados indicam que a ocorrência do escalpelamento vem
traumático em aumentando na região amazônica; as mulheres acometidas por
Evangelista mulheres vítimas de esses acidentes têm sua vida afetada em muitos aspectos a
et al. Escalpelamento: nível físico, mental e social; as vítimas podem apresentar
2021. atuação do psicólogo indícios do TEPT com sofrimento intenso e prolongado,
Tratamento na assistência perturbações do sono etc. Conclui-se, que o preconceito, medo,
e sequelas psicológica. vergonha, ansiedade e outros fatores sociais, ambientais e
psicológicos se fazem presente no dia a dia da vítima de
escalpelamento. A atuação do psicólogo é importante na
prevenção e tratamento. A psicologia contribui com
abordagens psicológicas objetivando redução do sofrimento
psicológico, alívio dos sintomas e melhoria da qualidade de
vida. Esse fenômeno requer pauta de discussões em
seguimentos como saúde, política, políticas públicas e
comunidade.
Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem
na criação e aplicação de uma tecnologia
educacional para a prevenção de acidentes causados por eixo
de motor descoberto em transportes fluviais. Relato de
experiência: Inicialmente foram identificados os principais
Aplicação de uma determinantes que envolvem o acidente com o eixo de motor
tecnologia descoberto, o escalpelamento, e a partir de então, pensado no
educacional para a desenvolvimento de uma ação educativa com o uso de uma
prevenção de tecnologia que levasse de forma clara e eficiente informações
Aguiar et
acidentes causados de promoção e prevenção de saúde. A segunda etapa foi à
al.
por eixo de motor aplicação da ação educativa nos transportes fluviais no Porto
2020
descoberto em um Municipal de Icoaraci – PA que utilizou de duas tecnologias: a
porto municipal de tecnologia leve, que foi uma sala de espera flutuante e
Belém-PA: Relato de tecnologia leve-dura em forma de cartazes e adesivos colados
experiência nas embarcações. Considerações finais: Evidenciou-se que é
escolha da tecnologia educacional aplicada proporcionou um
melhor aprendizado ao público alvo. Destaca-se também a
compreensão da necessidade de mais ações educativas para
combater o escalpelamento, que infelizmente é um acidente
ainda muito comum na região amazônica.
Continua.
Conti. Quadro 3.
28
acerca da distorção de imagem causa pelo acidente além da baixa autoestima devido a perda
do cabelo que faz parte da identidade, isso causa danos a socialização e nas relações sociais
ligados ao preconceito.
No estudo de Teixeira e colaboradores (2017), os pacientes esclarecem seus
sentimentos a partir do acidente como “rejeição”, “tristeza” e “abandono”, o outro sentimento
predominante é o de culpa sendo atribuído a vítima ou a terceiros. O enfrentamento do trauma
é necessário pra a saúde mental, entretanto com a autoestima afetada pelo acidente muitas
mulheres não conseguem olhar-se no espelho afetando a confiança e relações sociais como
citado por Martins e Silva (2013), as mulheres referem-se a importância do apoio familiar
para recuperação da saúde.
Outra sequela importante é a incidência de cefaléia, com fotofobia, fonofobia e
náuseas, considerada moderada pelos pacientes, essa dor pode ser agravada pela exposição
excessiva ao sol, alimentação inadequada ou sintomas ansiosos que passa após a utilização de
analgésicos. A cefaléia influencia diretamente na qualidade de vida da vítima pois incapacita,
mesmo por alguns momentos, suas atividades (FEIO, 2017).
Nas crianças a adaptação ocorre de modo lento, observa-se que há dificuldade de
realizar atividades ocupacionais. A dor impede de dormir adequadamente, o fato de estar
institucionalizada a criança não estuda e não pode brincar ao ar livre, além da mobilidade
reduzida (SANTOS; FERREIRA, 2014). Devido ao escalpelamento há a necessidade de um
tempo de internação da criança que passa por uma mudança brusca de vida com alterações na
alimentação, sendo submetida a procedimentos e exames, diferença de horários para
realização de atividades, relação com a equipe de saúde, desta forma, influenciando a
percepção, humor, animo, processo de cura da criança fazendo-se necessário que haja a
ressignificação do espaço hospitalar. Sendo assim, o enfermeiro atua na complexidade do
paciente, não só nos cuidados de curativos, mas com a significância de humanização, como
um todo. (CORRÊA et al., 2014).
É possível observar nos estudos de caso de Santos e Ferreira (2015) que o prejuízo da
privação do lazer e educação é minimizado pelo “Espaço Acolher” que é a extensão de um
hospital de referência materno-infantil para vítimas de escalpelamento. O espaço conta com
atendimento multiprofissional e realiza atividades para as crianças. No estudo de caso de
Lopes e Corrêa (2013), destaca-se a importância do processo de brincar e como este processor
ajuda a criança a passar pelo luto causado pelo trauma do escalpelamento, dando a
oportunidade do lazer e facilitando a adaptação.
33
que a população ribeirinha necessita, sendo o Suporte Básico de Vida (SBV) e o Suporte
Avançado de Vida (SAV) duas áreas de conhecimentos que este profissional deve dominar
com maestria desde sua graduação e em suas especializações, para poder dar suporte às
vítimas de escalpelamento (MARTINS; SILVA, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
recomenda-se outros estudos com abordagens qualitativas e/ou quantitativas, com outras
metodologias, para que haja mais elucidações quanto à referência do enfermeiro e as vítimas
de escalpelamento.
5
REFERÊNCIAS
AGUIAR, A. K. O.; CORVELLO, C. M.; CARDOSO, E. S.; OLIVEIRA, K. C.; AA. AMBÉ,
M.; LIMA, B. J. M.; MIRANDA, S. A.; MONTEIRO, B. C.; FERREIRA, J. N. S.; SOUZA,
E. C.; SILVA, K. B.; DUARTE, M. G. D.; AIRES, N. O.; FRANÇA, R. P.; SANTOS, Y. L.
M. Aplicação de uma tecnologia educacional para a prevenção de acidentes causados
por eixo de motor descoberto em um porto municipal de Belém-PA: Relato de
experiência. Revista Eletrônica Acervo Saúde, [s. l.], n. 39, p. 1–6, 2020.
BRAGA, C.; CABRAL, D.; SILVA, E.; OLIVEIRA, E. Entre fios, redes e outras
tessituras: Mulheres escalpeladas, sentidos e reconstruções. EAVAAM, Belém, 2016.
Disponível em: http://www.eavaam.com.br/anais/anais/2016/34.pdf. Acesso em 16 de abr.
2022.
CARVALHO, E. S. S.; PAIVA, M. S.; APARÍCIO, E.C. Corpos estranhos, mas não
esquecidos: representações de mulheres e homens sobre seus corpos feridos. Revista
Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 66, n. 1, p. 90- 96, 2013.
lei-estadual-para-proibir-barcos-sem-cobertura-de-eixo-do-motor-em-rios-paraenses/. Acesso
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SOUZA, M. T.; SILVA, M. D.; CARVALHO, L. Revisão integrativa: o que é e como fazer.
Einstein, São Paulo, v. 8, n. 1; p. 102-106; 2010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/eins/a/ZQTBkVJZqcWrTT34cXLjtBx/?format=pdf&lang=pt. Acesso
em: 16 jun. 2022.
TEIXEIRA, M. B.; SOUZA, A. S.; SILVA, L. B.; FARIAS, C. V. C.; SILVA, C. L, V.;
SILVA, M. P. A Percepção das Mulheres Vítimas de Escalpelamento no Amapá.
Universidade Federal do Amapá. UNICIÊNCIAS, v. 21, n. 2, p. 81-85, 2017.
ULIANO, E. J. M. et al. Reconstrução total de couro cabeludo: relato e experiência de dois
casos. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic
Sugery, [s. l.], v. 33, p. 53–55, 2018.
APÊNDICE A - Orçamento
Esta pesquisa consta como requisito parcial obrigatório para obtenção do título de
Graduação em Enfermagem, da Universidade da Amazônia. Desta forma, os pesquisadores,
não receberão nenhuma remuneração e os honorários do orientador estão previstos no Projeto
Pedagógico do Curso de Fonoaudiologia. Não haverá nenhum ônus para as pessoas que
aceitarem participar da pesquisa.
O quadro abaixo demonstra os materiais e os custos, que serão arcados pelos alunos que
estão realizando este estudo:
Total R$
41
APÊNDICE B - Cronograma
2022
ATIVIDADES FEV MAR ABR MAI JUN AGO SET OUT NOV DEZ
Elaboração X X X
do Projeto
Pesquisa X X X X X X X
Bibliográfica
Qualificação X
Coleta de X X X
Dados
Análise X X X
dos dados
Elaboração do X
Relatório
Revisão X
Ortográfica
Defesa X
Depósito no X
Repositorivm
APÊNDICE C - FORMULÁRIO
42
1 Periódico: _______________________________________________________________
3 Autor(es): _________________________________________________________________
5 Área: ______________________
9 Objetivo específico A
10 Objetivo específico B
11 Objetivo específico C