Você está na página 1de 55

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO

EFEITOS DA VENTOSATERAPIA DESLIZANTE NA RECUPERAÇÃO DO


DESEMPENHO NEUROMUSCULAR APÓS CORRIDA DE 10KM: ENSAIO
CLÍNICO SHAM-CONTROLADO RANDOMIZADO

MARIA MADALENA XAVIER FREITAS

SANTA CRUZ, RN

2023
2

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN


Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi - FACISA
- Santa Cruz
Freitas, Maria Madalena Xavier.
Efeitos da ventosaterapia deslizante na recuperação do
desempenho neuromuscular após corrida de 10km: ensaio clínico
sham-controlado randomizado / Maria Madalena Xavier Freitas. -
2023.
55f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Reabilitação. Santa Cruz, RN, 2023.
Orientação: Prof. Dr. Caio Alano de Almeida Lins.
Coorientação: Prof. Dr. Leônidas de Oliveira Neto.

1. Atletas - Dissertação. 2. Recuperação de função fisiológica


- Dissertação. 3. Desempenho - Dissertação. I. Lins, Caio Alano
de Almeida. II. Oliveira Neto, Leônidas de. III. Título.

RN/UF/FACISA CDU 796.012.412.5

Elaborado por José Gláucio Brito Tavares de Oliveira - CRB-15-321


3

MARIA MADALENA XAVIER FREITAS

EFEITOS DA VENTOSATERAPIA DESLIZANTE NA RECUPERAÇÃO DO


DESEMPENHO NEUROMUSCULAR APÓS CORRIDA DE 10KM: ENSAIO
CLÍNICO SHAM-CONTROLADO RANDOMIZADO

Dissertação apresentada ao Programa dePós-


graduação em Ciências da Reabilitação da
Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como requisito para obtenção do título de
Mestre em Ciências da Reabilitação.

Área de concentração: Saúde funcional nos


diferentes ciclos da vida.

BANCA EXAMINADORA

Presidente da banca (orientador): Prof. Dr. Caio Alano de Almeida Lins

Instituição: UFRN/FACISA

Prof. Dr. Marcelo Cardoso de Souza

Examinador interno ao programa – UFRN

Prof. Dr. Glauko André de Figueiredo Dantas

Examinador externo à instituição: UFDPar


4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha filha, Rebeca


Xavier, que desde de sempre foi a minha
grande fonte de força que me impulsionou até
aqui.
5

AGRADECIMENTO

Quando iniciamos um texto de agradecimento, normalmente agradecemos atodos


que estão ao nosso redor e esquecemos do personagem principal: nós mesmos. Então
começo esse agradecimento, não agradecendo, mas orgulhando-me de mim, pois em meio
a tantas dificuldades - eu, mãe solo, com uma criança de pouco mais de um ano, em meio
ao isolamento social da pandemia do COVID-19 -, consegui realizar um sonho que surgiu
ainda na graduação. Eu assisti aulas com minha filha nos braços ou ao meu lado brincando
no chão, virei madrugadas alternando o estudo com a amamentação, renunciei ao sono
nos finais de semana para realizar as coletas, utilizei toda minha rede de apoio para
conseguir cumprir todos os compromissos, enfrentei situações que me desestabilizaram,
mas persisti sem nunca pensar em desistir e tenhoum profundo orgulho de mim mesma
por ter conseguido.

Agradeço a Deus, por estar sempre comigo durante toda a caminhada da minha
vida. Sei que mesmo em meio a todas as dificuldades, eu nunca estive só. Embora não
possa vê-lo, posso senti-lo ao vislumbrar a grandeza de sua criação, a cada brisa, a cada
nascer do sol e a cada manhã que recebo uma nova oportunidade de viver e, por isso,
sou grata.

Agradeço a minha filha, Rebeca, que mesmo tão pequena conseguia entender
quando eu não podia estar tão presente, por ficar ao meu lado em todos os momentos, por
me acalmar quando parecia que tudo estava fora de controle, por me ensinar a cada dia a
ter paciência para esperar o tempo certo para cada coisa. Ela foi minha injeção de ânimo
e motivação diária para levantar e fazer o meu melhor, para garantir um futuro melhor e
para, que no futuro, eu possa ser um exemplo e motivo de orgulho, para que quando olhe
para trás, saiba cada batalha que travamos juntas e leve consigo a persistência e entenda
que desistir não pode ser jamais uma opção.

Aos meus familiares, que torcem e intercedem por mim, que comemoram as
minhas conquistas, e que me forneceram todo suporte necessário para eu realizar meu
sonho, sobretudo a minha madrinha Cristiane que cuidou da minha filha como se fosse
sua quando precisei me dedicar ao desenvolvimento desse projeto, a minha tia Tereza por
me abrigar em diversos momentos e ser, de fato, o meu lar desde sempre, ao meu
6

primo Ricardo que dedicava parte do seu tempo livre para entreter minha filha quando eu
não podia estar próxima e, assim, amenizava um pouco a minha ausência.

Aos meus amigos, que vibraram comigo e torcem por mim, sobretudo o Antônio
Felipe, que me encorajou a realizar o processo seletivo, me aconselhou, instruiu, corrigiu
e permaneceu ao meu lado nas mais diversas situações.

Aos meus colegas de mestrado com quem pude compartilhar angústias, conquistas
e que tornaram esse caminhar mais leve, meu muito obrigada! Vocês estão gravados na
minha história. Destaco aqui o Emerson Dutra que esteve comigo durante a fase de
execução da pesquisa, abdicando aos finais de semana de descanso para coletarmos os
dados, me fornecendo caronas, aguentando minhas crises de ansiedade, meus áudios de 3
minutos, minha ligações às 4:40h da manhã, para que, no final, esse projeto pudesse criar
forma e ser finalizado como está. Sem você, essa pesquisa não teria acontecido.

Aos alunos de iniciação científica, obrigada por renunciarem o sono e se fazerem


presentes nas coletas de dados, serem solícitos e responsáveis, auxiliando em todos os
procedimentos. Esse trabalho não seria possível sem a ajuda de vocês. Contem sempre
comigo.

Aos Dr Rodrigo Scattone e Dra Germanna Barbosa que contribuíram para o


aperfeiçoamento deste trabalho através da banca de qualificação, suas sugestões foram de
grande valia.

Ao Dr Jamilson Brasileiro por disponibilizar o uso do LAPERN e dos


equipamentos necessários à realização da pesquisa, meu eterno agradecimento. Não
poderíamos executar nossas ideias sem o seu suporte.

Aos avaliadores, Dr Marcelo Cardoso e Dr. Glauko Dantas, pela disponibilidade


para participar da banca e contribuírem para melhoria deste trabalho, meu muito
obrigada!

Ao meu co-orientador Leônidas pelas orientações, pelas ideias propostas, deixo


aqui também o meu agradecimento.

Aos voluntários deste estudo que se dispuseram a participar e contribuir para


realização dessa pesquisa e para o desenvolvimento da ciência.
7

Ao Dr Caio Lins, que me concedeu a honra de ser sua orientanda. Eu não tenho
palavras que possam expressar o tamanho da minha gratidão. O meu maior receio ao
ingressar no mestrado era ser pressionada e não conseguir dar conta das responsabilidades
e afazeres que surgiriam a partir daquele momento. Mas eu acredito que tudo acontece da
forma correta e no momento adequado e eu não poderia ter caído em mãos melhores. Eu
quero agradecer pelos ensinamentos, pela compreensão, pela paciência, pelos “puxões de
orelha” necessários, pela sua metodologia para conduzir a execução do mestrado de forma
leve, responsável e ética. Eu aprendi muito com você, não apenas a ser uma pesquisadora,
mas no manejo com as mais diversas situações dentro do ambiente acadêmico e da
pesquisa, e eu espero ser, no futuro, pelo menos 10% do que você é como pesquisador,
professor e orientador. Espero poder marcar vidas como você marcou a minha. Você foi
peça chave para a concretização do meu sonho e abriu portas para sonhos maiores se
desenharem e eu jamais esquecerei isso. Você está gravado na minha história como minha
maior referência. Muito obrigada!

Por fim, gostaria de agradecer a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram


para a realização deste projeto.
8

EPÍGRAFE

“A vida não é fácil para nenhum de nós. Mas


e daí? Nós devemos ter persistência e, acima
de tudo, confiança em nós mesmos. Devemos
acreditar que somos talentosos em alguma
coisa, e que essa coisa, a qualquer custo, deve
ser alcançada.” (Marie Curie)
9

RESUMO

Introdução: A corrida induz respostas adaptativas que alteram a força e a potência. Como
recurso para a recuperação muscular, a ventosaterapia deslizante é aplicada na prática
clínica sob as teorias de que sua aplicação influencia a microcirculação e o sistema
nervoso, porém, estudos que investiguem seus efeitos em atletas são escassos. Objetivo:
Investigar os efeitos da ventosaterapia na dor, percepção de fadiga e desempenho
muscular após corrida de 10km. Hipótese: A ventosa produzirá alterações significativas
quando comparada ao grupo sham. Metodologia: Ensaio clínico randomizado cego, no
qual 33 voluntários de ambos os sexos foram alocados em dois grupos: ventosa e sham.
Os participantes foram avaliados antes da corrida, e imediatamente, 24h e 48h após a
intervenção, através das escalas de percepção de dor e fadiga e de recuperação,
dinamometria isocinética e algometria. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste
de Shapiro Wilk e Levene. Para determinar as diferenças entre os dois grupos foi utilizado
o modelo misto ANOVA. O teste post-hoc de Bonferroni foi aplicado para identificar as
diferenças quando um valor F foi encontrado. A significância estatística foi fixada em 5%
e intervalo de confiança de 95%. Resultados: Não foram observadas diferenças
significativas para as variáveisde percepção de dor e fadiga e de recuperação. No pico de
torque normalizado pelo peso corporal e potência, observou-se resultados positivos a
favor do grupo sham. CONCLUSÃO: A aplicação da ventosaterapia deslizante
apresentou resultados semelhantes a ventosa sham para melhorar a dor, fadiga e
desempenho muscular após corrida de 10km.

Palavras chave: Atletas. Recuperação de função fisiológica. Desempenho Atlético.


10

ABSTRACT

Introduction: Running induces adaptive responses that alter strength and power. As a
resource for muscle recovery, sliding cupping therapy is applied in clinical practice under
the theories that its application influences microcirculation and the nervous system,
however, studies investigating its effects on athletes are scarce. To investigate the effects
of cupping therapy on pain, perception of fatigue and muscle performance after a 10km
run. Hypothesis: Cupping will produce significant changes when compared to the sham
group. Methodology: Blind randomized clinical trial, in which 33 volunteers of both sexes
were allocated into two groups: cupping and sham. The participants were evaluated before
the race, and immediately, 24h and 48h after the intervention, through the perception of
pain and fatigue and recovery scales, isokinetic dynamometry and algometry. Data
normality was assessed using the Shapiro Wilk and Levene test. To determine the
differences between the two groups, the mixed model ANOVA was used. Bonferroni's
post-hoc test was applied to identify differences when an F-value was found. Statistical
significance was set at 5% and a 95% confidence interval. Results: No significant
differences were observed for pain and fatigue perception and recovery variables. In peak
torque normalized by body weight and power, positive results were observed in favor of
the sham group. CONCLUSION: The application of sliding cupping therapy showed
results like sham cupping to improve pain, fatigue and muscle performance after a 10km
run.

Keywords: Athletes. Recovery of regulatory function. Athletic performance.


11

LISTA DE FIGURAS

Página
Figura 1. Corrida no entorno da pista de atletismo .................................................... 18
Figura 2. Escala Visual Analógica de dor e fadiga .................................................... 22
Figura 3. Avaliação do desempenho isocinético realizada no LAPERN .................... 23
Figura 4. Escala de Qualidade Total de Recuperação ................................................ 24
Figura 5. Fluxograma do estudo ................................................................................ 25
Figura 6. Modelo do kit de ventosas Dong Yang utilizada ........................................ 26
12

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS

Página
Tabela 1. Valores de média e desvio padrão de todas as variáveis
analisadas........................................................................................................ 28
Tabela 2. Média e desvio padrão das variáveis percepção de dor e fadiga e
percepção de recuperação ................................................................................ 29
Tabela 3. Média e desvio padrão das variáveis algometria, pico de torque
normalizado pelo peso, trabalho, potência e fadiga dinamométrica .................. 30
Tabela 4. Diferença de média, intervalo de confiança e valor de p,
comparando os grupos nos momentos av2, av3, av4, av5, av6, para as
variáveis percepção de dor, fadiga e recuperação............................................. 31
Tabela 5. Diferença de média, intervalo de confiança e valor de p,
comparando os grupos nos momentos av4 e av6, para as demais variáveis ...... 32
Gráfico 1. Teste de cegamento .........................................................................33
13

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios


IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
DMIT Dor muscular de início tardio
LAPERN Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular
DFST Departamento de Fisioterapia
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
GV Grupo ventosa
GS Grupo sham
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
FACISA Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí
ReBEC Plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TQR Escala de qualidade total de recuperação
Av1 Avaliação de base
Av2 Avaliação antes da corrida
Av3 Avaliação após corrida
Av4 Avaliação após intervenção
Av5 Avaliação 24h após intervenção
Av6 Avaliação 48h após intervenção
14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 OBJETIVOS 16
2.1 Objetivo geral 16
2.2 Objetivos específicos 16

3 HIPÓTESE CIENTÍFICA 17

4 MATERIAIS E MÉTODOS 17
4.1 Delineamento e local da pesquisa 17
4.2 Aspectos éticos 18
4.3 Participantes 18
4.4 Critérios de inclusão 19
4.5 Critérios de exclusão 20
4.6 Randomização e cegamento 20
4.7 Avaliações 21
4.8.1 Percepção de dor e fadiga muscular 21
4.8.2 Desempenho isocinético de quadríceps femoral 22
4.8.3 Limiar de dor à pressão 23
4.8.4 Percepção de recuperação 23
4.8.5 Teste de cegamento e sensação de sucção 24
4.9 Intervenção 26
4.9.1 Grupo ventosa (GV) 26
4.9.2 Grupo sham (GS) 27
4.10 Análise estatística 27

5 RESULTADOS 27

6 DISCUSSÃO 32

REFERÊNCIAS 35

APÊNDICES 40
Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 40
Apêndice 2 – Ficha de avaliação e reavaliação 43

ANEXOS 47
Anexo A – Parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa 47
15

1 INTRODUÇÃO

A corrida de rua e as competições que envolvem essa modalidade esportiva vem


em crescente ascensão, fato que pode ser percebido com o aumento exponencial de
competições, que, em um intervalo de 5 anos, saltou de apenas 11 competições para 250.
(1) Segundo dados coletados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015, dentre os
28,1 milhões de brasileiros praticantes de atividade física, 4,2% realizaram corrida em
espaços públicos ou privados. (2)
Além dos diversos benefícios que a prática regular de corrida proporciona (3),
observamos a presença de respostas adaptativas que podem induzir, por exemplo, à fadiga
muscular que está relacionada ao mecanismo de adaptação do sistema neuromuscular em
resposta ao exercício prolongado ou intenso(4). Essa resposta ao exercício altera a
homeostase da musculatura local e os inputs neurais para os motoneurônios (5), sendo
distinguida em fadiga periférica e central. (6) Isso pode afetar a força e a velocidade de
contração muscular, reduzindo a potência(7), além de diminuir o feedback proprioceptivo.
(8) Associado a esse mecanismo, temos, também, a presença do dano muscular e da dor
muscular de início tardio (DMIT) que surgem em diferentes intensidades, a depender da
sobrecarga mecânica imposta. (9)
As respostas adaptativas observadas após a prática de atividade física já foram
discutidas em estudos e apontaram alguns recursos terapêuticos que podem ser utilizados
na recuperação muscular após exercícios intensos como, por exemplo, a crioimersão (13),
a massagem (14) e a ventosaterapia. (15) Essa última, pertence à Medicina Tradicional
Chinesa e é difundida como recurso auxiliar na recuperação muscular, alivio de dores e
tratamento de diversas alterações, e ganhou destaque em 2016 durante os Jogos
Olímpicos. (15) Inicialmente, a ventosaterapia era classificada em seca, quando era
realizado apenas o vácuo, ou molhada, quando ocorria a sangria a partir da escarificação
do tecido. (16) Atualmente essas classificações foram atualizadas, sendo divididas em
seis categorias de acordo com a técnica utilizada, sucção gerada, local de aplicação e
materiais usados, colocando como uma de suas categorias a ventosa deslizante. (16)
16

A aplicação da ventosa pode mobilizar tecido cutâneo, subcutâneo e muscular,


dependendo da sucção exercida (17), podendo ser deslizada durante cerca de 5 a 10
minutos, ultrapassando esse tempo caso haja necessidade. Imediatamente é observada
uma vasodilatação local com presença de edema que pode progredir, posteriormente, para
eritema que tendem a desaparecer em alguns dias. (18) Apesar de amplamente difundida
na prática clínica, a ventosaterapia carece de estudos com boa qualidade metodológica
para fundamentar sua efetividade, principalmente em relação a sua eficácia na
recuperação pós esforço físico. (15) Recentemente, um estudo realizou uma revisão e
levantou algumas teorias sobre os possíveis efeitos da terapia com ventosas sobre a
microcirculação. O estudo hipotetizou que a ventosaterapia atua melhorando o aporte
nutricional para o tecido e auxiliando na remoção de resíduos metabólicos. Apesar dessa
hipótese, não há ensaios clínicos que comprovem de fato esse resultado na recuperação
muscular pós exercício com a aplicação da ventosa deslizante. (19)
A escassez de estudos, geram evidências insuficientes sobre os desfechos clínicos
da aplicação da ventosa e seus benefícios em atletas. Desse modo, nosso estudo busca
verificar os efeitos da ventosaterapia deslizante na dor, percepção de fadiga e desempenho
muscular após corrida de 10km.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Analisar os efeitos da ventosaterapia deslizante na dor, percepção de fadiga e


desempenho muscular após corrida de 10km.

2.2 Objetivos específicos

● Avaliar o efeito da aplicação da ventosa deslizante sobre a fadiga muscular


imediatamente, 24h e 48h após a corrida;
● Avaliar o efeito da aplicação da ventosa deslizante sobre a dor no quadríceps
femoral, imediatamente e 48h após a corrida;
17

● Avaliar o efeito da aplicação da ventosa deslizante no desempenho isocinético


do quadríceps femoral imediatamente e 48h após a corrida;
● Avaliar o efeito da aplicação da ventosa deslizante na percepção de dor e
recuperação imediatamente, 24h e 48h após a corrida.

3 HIPÓTESE CIENTÍFICA

A ventosaterapia aplicada na forma deslizante sobre o quadríceps femoral


produzirá redução da dor, percepção de fadiga e melhora no desempenho muscular
significativos para a recuperação após corrida de 10km, quando comparado ao grupo
sham.

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Delineamento e local da pesquisa

O presente estudo é um ensaio clínico controlado, randomizado e cego. Foi


realizado no Laboratório de Análise da Performance Neuromuscular (LAPERN) do
Departamento de Fisioterapia (DFST) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Campus Central (UFRN), onde foram aplicados os testes de avaliação, a intervenção e a
reavaliação, respeitando a divisão que foi realizada com os voluntários em dois grupos de
intervenção: grupo ventosa (GV) e grupo sham (GS).
As corridas de 10km foram realizadas no entorno da pista de atletismo daUFRN,
em um percurso pré-estabelecido, sob supervisão de um membro da equipe de pesquisa.
18

Figura 1. Corrida no entorno da pista de atletismo da UFRN

4.2 Aspectos éticos

Para ser executado, o presente projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) da FACISA/UFRN (n°: 4.996.926), bem como foidevidamente
registrado na Plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC) sob
identificador RBR-10fg77vk. O estudo seguiu os princípios descritos na declaração de
Helsinki e a privacidade dos participantes foi respeitada de acordo com a Resolução
466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Todos os participantes do estudo assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

4.3 Participantes

Foram recrutados 33 corredores, homens e mulheres, da região metropolitana de


Natal, através de divulgação pessoal e em redes sociais. Inicialmente, o participante foi
informado sobre os procedimentos e objetivos do estudo, foram avaliados os critérios de
inclusão e exclusão, dúvidas foram esclarecidas e, em caso de elegibilidade para o estudo,
o mesmo foi convidado a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
para participação na pesquisa.
Dados pessoais, antropométricos e sociodemográficos, tais quais: telefone para
contato, idade, gênero, estatura, massa corporal, histórico clínico e patológico quepossam
representar contraindicações para os procedimentos adotados no estudo, foram
19

coletados. Os dados pessoais foram codificados numericamente e armazenados em uma


base de dados cujo acesso foi exclusivo para o pesquisador responsável pela
randomização e cegamento.

Com base em valores obtidos em estudo utilizando métodos semelhantes, uma


amostra de 36 pessoas (18 em cada grupo) é suficiente para identificar uma diferença
entre os grupos de 2 pontos para a variável dor (20). O cálculo foi realizado utilizando o
software Gpower.

4.4 Critérios de inclusão

● Corredores de rua, com prática dessa modalidade há, pelo menos, um ano de
forma ininterrupta;
● Rotina de corrida, no mínimo, duas vezes por semana;
● Conseguir correr 10 km continuamente no intervalo de tempo entre 40 e 60
minutos em, pelo menos, uma sessão de treino;
● Ter entre 18 e 45 anos;
● Não apresentar alterações cardiorrespiratórias ou metabólicas severas;
● Não relatar presença de distúrbios musculoesqueléticos nos membros inferiores,
nos últimos 6 meses, que tenham impedido a manutenção da rotina de treino;
● Não ter feito uso de medicamentos anti-inflamatórios, corticoides, analgésicos ou
relaxantes musculares nos 30 dias precedentes ao início do estudo;
● Não ter feito uso de recursos ergogênicos, como esteroides anabolizantes, nos
últimos 6 meses precedentes ao início da coleta;
● Não relatar nenhuma das contraindicações para aplicação da ventosaterapia, tais
quais: distúrbios na coagulação sanguínea, alterações dermatológicas, câncer ativo
e estar passando por processo infeccioso grave no momento daintervenção;
● Não apresentar alergia ao óleo vegetal necessário para a realização da
ventosaterapia;
● Nunca ter feito uso da ventosaterapia deslizante;
● Assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
20

4.5 Critérios de exclusão

● Apresentar desordens no quadríceps femoral como, por exemplo, hematoma e


câimbra, durante os procedimentos do estudo;
● Não conseguir completar os 10km de corrida em até 60 minutos;
● Não executar de forma correta os procedimentos de avaliação;
● Não comparecer a quaisquer etapas de desenvolvimento da coleta;
● Fazer uso de medicamentos anti-inflamatórios, corticoides, analgésicos ou
relaxantes musculares durante o período da coleta;
● Realizar outro tipo de intervenção para recuperação muscular durante o
desenvolvimento da pesquisa.

4.6 Randomização e cegamento

Os participantes elegíveis e que assinaram o termo de consentimento (TCLE)


foram direcionados aleatoriamente para um dos dois grupos: grupo ventosa (GV) e grupo
sham (GS). A sequência da randomização foi realizada através do site
www.randomization.com. Para garantir o cegamento e evitar qualquer viés, um
pesquisador que não participou de outros procedimentos do estudo realizou o processo de
alocação dos voluntários por meio de envelope individual, opaco e lacrado,
imediatamente antes da intervenção.
A fim de manter o cegamento, o pesquisador responsável pelas avaliações não
teve ciência das intervenções realizadas nos participantes.
Os horários das intervenções foram diferentes para que não houvesse
comunicação entre os grupos e os dados coletados durante as avaliações não foram
revelados aos pesquisadores responsáveis pelas intervenções.
Por fim, o pesquisador responsável pela análise estatística também foi cegado e
recebeu uma tabela de dados com todos os dados coletados, sem a identificação dos
sujeitos e grupos ao qual fazem parte. Os nomes dos grupos também foram substituídos
na planilha de dados e somente ao final das análises, foram revelados ao estatístico.
21

4.7 Avaliações

No primeiro encontro, cerca de 48h antes da corrida e da intervenção, foirealizada


uma avaliação de base (Av1), com o indivíduo em repouso.
No segundo encontro, o participante realizou uma avaliação inicial (Av2) e foi
instruído a percorrer 10km no Campus (UFRN), simulando o ritmo de competição (o
participante era orientado a correr em seu melhor tempo, completando os 10km em menos
de 60 minutos). Após a corrida foi realizada uma nova avaliação (Av3), seguido da
intervenção, e reavaliação (Av4) realizada logo em seguida, e repetida 24h (Av5) e 48h
(Av6) após a intervenção. As aplicações das escalas de percepção de dor e fadiga e
percepção total de recuperação foram aplicadas 24h após a intervenção, via telefone,
conforme descrito no fluxograma apresentado da Figura 1.

4.8 Desfechos e instrumentos de avaliação

Os procedimentos de avaliação nos membros inferiores foram realizados


unilateralmente e a escolha sobre o lado a ser avaliado ocorreu através de sorteio. (20)

4.8.1 Percepção de dor e fadiga muscular


A percepção subjetiva de dor e fadiga foi avaliada a partir da escala numérica que
tem uma graduação de 0 a 10, em que 0 seria nenhuma dor e fadiga e 10 seria nível
extremo de dor e fadiga. Essa escala tem confiabilidade a aplicabilidade adequada para
mensuração subjetiva de dor e é responsiva a alterações de fadiga. (21)
Foi aplicada presencialmente durante a avaliação de base, que foi realizada cerca
de 48h antes da intervenção, imediatamente e 48h após a intervenção. 24h após a
intervenção, foi aplicada através de contato via mensagem no WhatsApp, em que eram
enviadas as imagens das escalas, solicitado o agachamento (uma repetição) e posterior
classificação da percepção da dor, fadiga e recuperação.
Para aplicação da escala, foi solicitado ao voluntário que realizasse um
agachamento e percebesse a sensação presente na região anterior da coxa, para assim
indicar de 0 a 10 a presença de dor e de fadiga no quadríceps femoral.
22

Figura 2. Escala numérica de dor e fadiga

4.8.2 Desempenho isocinético de quadríceps femoral


A avaliação do desempenho isocinético de quadríceps femoral, foi realizada no
dinamômetro isocinético (Biodex Joint Multi-System 4,
Biodex Biomedical System Inc, New York, USA). O participante foi posicionado sentado
na cadeira do dinamômetro com a coxa, tórax e região pélvica fixadas por cintos. O eixo
de rotação do dinamômetro foi alinhado com o epicôndilo lateral dofêmur e o braço
de alavanca ajustada na porção distal da perna, fixada 5cm acima do maléolo medial do
tornozelo. O fator de correção de gravidade foi calculado pelo dinamômetro com o
membro inferior relaxado à 30° de flexão do joelho. (22)
Foram realizadas 5 contrações concêntricas do quadríceps femoral, a uma
velocidade angular de 60°/s e 30 contrações a 240°/s. Os movimentos iniciaram em 90°
de flexão até a completa extensão do joelho. Foi realizada a familiarização dos
participantes com o equipamento antes de cada avaliação através de 3 contrações em cada
velocidade, com 1 minuto de descanso entre as séries.
Durante a realização do teste, o participante foi encorajado, com comandos
verbais (força, força, força!), a realizar o máximo de força e em sua maior velocidade de
contração. Além dos comandos verbais, o participante recebeu feedback visual pelo
monitor do computador. (22)
A avaliação do desempenho isocinético foi realizada na avaliação de base,
imediatamente e 48h após a intervenção. Foram avaliados o pico de torque normalizado
pelo peso corporal, potência, trabalho total e índice de fadiga dinamométrica.
23

Figura 3. Avaliação do desempenho isocinético realizada no LAPERN

4.8.3 Limiar de dor à pressão


A mensuração da dor foi realizada através do algômetro de pressão modelo Wagner
Pain Teste – Model FPX Digital Algometer, durante a avaliação de base, após a corrida e
imediatamente e 48h após a intervenção. A pressão foi aplicada sobre a pele com
incidência perpendicular, no centro do ventre muscular do vasto medial, reto femoral e
vasto lateral, com velocidade constante de 1kg/s, até o voluntário relatar o início da dor.
O valor final da força aplicada foi registrado. (26)

4.8.4 Percepção de recuperação


A escala de qualidade total de recuperação (TQR) foi criada com base na escala
de percepção subjetiva de esforço e possui validade, segundo estudos anteriores, para
avaliar a recuperação do atleta após atividade. A escala avalia a percepção do indivíduo
em relação a essa variável através de um escore. A pontuação final vai de 6 a 20 pontos,
em que 20 pontos indica um quadro de total recuperação do indivíduo e quanto menor a
pontuação, menos recuperado ele se apresenta. (27)
Foi aplicada presencialmente durante a avaliação de base, realizada cerca de 48h
a 72h antes da intervenção, imediatamente e 48h após a intervenção. 24h após a
intervenção, foi realizada a coleta através de contato via telefone.
24

Figura 4. Escala de qualidade total de recuperação (TQR)

4.8.5 Teste de cegamento e sensação de sucção


Foi aplicado um questionário com 5 perguntas, ao final dos procedimentos, para
avaliar a percepção do voluntário em relação ao grupo em que estava alocado (o grupo de
aplicação real da ventosa ou da ventosa falsa) e sua crença sobre o tratamento proposto.
(28) As perguntas foram: 1° Qual tratamento você acha que recebeu? Com as opções de
resposta para ventosa real, falsa ou não sabe; 2° Você sentiu alguma sensação durante a
aplicação da ventosa? Com resposta sim ou não; 3° Que sensações você experimentou?
Com as seguintes alternativas: pressionando, inflando, doloroso, apertando, relaxando,
refrescando, queimando, puxando ou sensações de formigamento quente; 4° Onde estava
localizada a sensação? Com as respostas sendo a área daventosa, uma área ampla ao
redor da aplicação da ventosa ou toda área anterior da coxa; 5° Quanta sensação você
sentiu? Sendo respondida através da escala visual analógica, em que 0 representa nada e
10 representa sensação muito forte.
25

Figura 5. Fluxograma do estudo


26

4.9 Intervenção

As intervenções foram realizadas após a Av3, em ambos os membros inferiores.


Foi utilizada uma barreira física entre o tronco e os membros inferiores dos voluntários
para impedir a visão da intervenção realizada e garantir o cegamento.

4.9.1 Grupo ventosa (GV)


Para a intervenção com a ventosaterapia, foi utilizado o kit de ventosas de acrílico
com válvula da marca Dong Yang, que acompanha, além das ventosas, a pistola de sucção
e mangueira de acoplamento. (Figura 2)
Na literatura não há um protocolo estabelecido em relação a quantidade de sucção,
tempo de aplicação e direcionamento da ventosa deslizante após a prática física.
Entretanto, um estudo sugere que, para a realização do deslizamento, seja utilizado
umectante e a pressão negativa deve ser suave, equivalente a uma sucção realizada com
a pistola. (17)
No protocolo adotado nesse estudo para a intervenção do GV foi utilizado um
copo de acrílico tamanho 1 (4,5 centímetros de diâmetro interno) e óleo vegetal neutro
(óleo de girassol). A aplicação ocorreu em toda extensão do quadríceps femoral, no
sentido longitudinal, respeitando o trajeto dos feixes musculares, iniciando 5cm abaixo
da espinha ilíaca anterossuperior até 5cm acima da base da patela. O deslizamento teve
duração de 10 minutos em cada membro e, após o término da intervenção, foi removido
o excesso do óleo com lenços umedecidos neutros.

Figura 6.Modelo do kit de ventosas Dong Yang utilizada


27

4.9.2 Grupo sham (GS)


Para o grupo sham, foram utilizados os mesmos padrões do grupo ventosa (GV),
porém a ventosa havia sido perfurada em sua superfície superior, para que o vácuo
produzido escapasse lentamente, garantindo o cegamento dos participantes.
Foi aplicado óleo vegetal de girassol sobre o quadríceps, em seguida a ventosa era
apoiada no membro do voluntário, e realizava-se uma sucção produzindo um vácuo que
seria eliminado gradualmente, e em seguida iniciava-se o deslizamento de forma suave,
simulando a execução da técnica durante 10 minutos em cada membro. Após o término
da simulação, o excesso de óleo foi removido com lenços umedecidos.

4.10 Análise estatística

Os dados foram analisados no software SPSS V 22.0. Foi realizada análise


descritiva para todas as variáveis, utilizando a média como medida de tendência central
e o desvio padrão (DP) como medida de dispersão. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi
usado para determinar a distribuição dos dados e a homogeneidade da variância. As
diferenças médias (diferença entre os dois grupos) para todas as variáveis foram
estimadas usando o modelo misto ANOVA, que incorpora os dois grupos de intervenção,
tempo e interação grupo x tempo. Quando um valor F significativo for encontrado, o teste
post-hoc de Bonferroni será aplicado para identificar as diferenças.
Uma análise de intenção de tratar será aplicada para garantir os efeitos da
aleatorização, de modo que os fatores prognósticos sejam uniformemente distribuídos em
ambos os grupos. Um nível de significância de 5% e IC 95% serão adotados para todas
as análises estatísticas.

5 RESULTADOS

Na Tabela 1 é possível perceber a homogeneidade de todos os grupos na avaliação


de linha de base para todas as variáveis analisadas.
28

Tabela 1. Valores de média e desvio padrão (± DP) de todas as variáveis analisadas dos
dois grupos na avaliação de linha de base

Variáveis Grupo Ventosa Grupo Sham p*


Média (± DP) Média (± DP)

Idade (anos) 41.27 (13.58) 48.40 (11.69) -

Gênero
Mulheres 9 2 -
Homens 6 16 -

Percepção de Dor (n°) 0.67 (0.03) 0.00 (0.03) 0.59

Percepção de Fadiga (n°) 0.00 (1.65) 0.33 (1.51) 0.43

Escala de Recuperação – 17.00 (0.59) 16.94 (0.54) 0.99


TQR (n°)

Algometria (Kg/cm²) 4.40 (0.50) 5.63 (0.47) 0.24

Pico de torque 195.01 (12.23) 234.27 (11.17) 0.06


normalizado pelo peso
corporal (%)

Trabalho (J) 555,28 (51,27) 693,81 (46,81) 0,15

Potência (W) 74,80 (8,46) 103,49 (7,72) 0,48

Fadiga Dinamométrica 36,43 (3,06) 26,62 (2,79) 0,06


(%)

* ANOVA mista; TQR: escala de qualidade total de recuperação; Kg/cm²: quilograma por
centímetro quadrado, J: Joule; W: Watts.

Quando comparadas as variáveis percepção de dor e fadiga muscular nos seis


momentos (Av1, Av2, Av3, Av4, Av5, Av6), foi possível observar um aumento
estatisticamente significativo na percepção de dor e fadiga, no momento Av3
(imediatamente após a corrida) em relação a Av1 e Av2, em ambos os grupos. Quando
observados os momentos Av3 e Av6, nota-se uma redução significativa para essas
mesmas variáveis, no grupo ventosa e no grupo sham. Em relação à percepção de
recuperação, observa-se uma redução no índice quando se compara o momento Av3 ao
29

Av1, porém quando compara-se a Av3 a Av6, há um aumento significativo nesta


variável para os dois grupos. (Tabela 2).

Tabela 2 - Média e desvio padrão das variáveis percepção de dor, percepção de fadiga e
percepção de recuperação

Variáveis Grupo Ventosa Grupo Sham


Média (± DP) Média (± DP)

Av2 Av3 Av4 Av5 Av6 Av2 Av3 Av4 Av5 Av6

Percepção de dor 0.26 1.40 0.36 1.06 0.73 0.61 2.11 1.22 1.83 0.83
(0.28) (0.68) (0.37) (0.61) (0.46) (0.26) (0.62) (0.34) (0.56) (0.42)

Percepção de 0.46 4.83 2.00 1.33 1.40 0.83 3.44 2.38 2.36 1.11
fadiga (0.39) (0.74) (0.54) (0.67) (0.54) (0.35) (0.68) (0.49) (0.61) (0.50)

TQR - 13.93 16.13 16.40 16.86 - 13.22 15.94 15.88 16.94


(0.71) (0.56) (0.64) (0.58) (0.64) (0.51) (0.58) (0.53)

TQR: Escala de qualidade total de recuperação

Quando comparados nos momentos Av1, Av4 e Av6, a variável algometria nota-
se uma redução significativa em ambos os grupos. Enquanto que em relação ao pico de
torque normalizado pelo peso, observou-se uma redução significativa no grupo ventosa,
enquanto que no grupo sham, houve um aumento na Av6, quando comparado aos dois
outros momentos prévios. Para as variáveis trabalho e potência ocorreu um aumento
quando comparados os três momentos avaliados. Para a fadiga dinamométrica, no grupo
ventosa, houve um aumento na Av4, reduzindo na Av6, porém permanecendo a Av6 com
desfecho mais elevado que a avaliação de base (Av1), já em relação ao gruposham, houve
um aumento gradual em todas as três avaliações. (Tabela 3).
30

Tabela 3 - Média e desvio padrão das variáveis algometria, pico de torque normalizado
pelo peso, trabalho, potência e fadiga dinamométrica

Variáveis Grupo Ventosa Grupo Sham


Média (± DP) Média (± DP)

Av4 Av6 Av4 Av6

Algometria 4.22 (0.47) 3.80 (0.49) 5.32 (0.44) 4.78 (0.46)


(Kg/cm²)

PTbw (%) 194.23 (12.23) 189.38 (12.00) 231.51 (11.16) 240.14 (10.95)

Trabalho (J) 551.78 (45.02) 668.45 (64.47) 672.47 (41.10) 711.58 (58.85)

Potência (W) 80.20 (7.58) 88.76 (7.60) 110.68 (6.92) 114.40 (6.94)

Fadiga (%) 38.55 (2.23) 35.60 (2.77) 35.57 (2.03) 35.60 (2.53)

PTbw: Pico de torque normalizado pelo peso

A Tabela 4 mostra a diferença de média, intervalo de confiança e valor de p,


comparando os grupos nos momentos av2, av3, av4, av5, av6, para as variáveis percepção
de dor, fadiga e recuperação.

Nela é possível perceber que não houve diferença significativa entre os dois
grupos.
31

Tabela 4 - diferença de média, intervalo de confiança e valor de p, comparando os grupos


nos momentos av2, av3, av4, av5, av6, para as variáveis percepção de dor, fadiga e
recuperação

Variáveis Diferença de média entre grupos, intervalo de confiança , valor de p


VENTOSA VS SHAM

AV2 AV3 AV4 AV5 AV6

VENTOSA P VENTOSA P VENTOSA P VENTOSA P VENTOSA P


VS SHAM VS SHAM VS SHAM VS SHAM VS SHAM

Percepção de -0.34 (-1.31 / 0.99 -0.71 (-3.01 / 0.97 -0.85 (-2.11 / 0.29 -0.76 (-2.85 / 0.98 -0.10 (-1.67 / 0.97
dor 0.62) 1.59) 0.40) 1.32) 1.47)

Percepção de -0.36 (-1.69 / 0.98 1.38 (-1.13 / 0.53 -0.38 (-2.21 / 0.97 -1.02 (-3.28 / 0.79 0.28 (-1.55 / 0.99
fadiga 0.96) 3.91) 1.43) 1.23) 2.13

TQR - - 0.71 (-1.68 / 0.99 0.18 (-1.72 / 0.98 0.51 (-1.66 / 0.99 -0.07 (-2.04 / 0.98
3.10) 2.10) 2.68) 1.88)

Na tabela 5, observamos a diferença de média, intervalo de confiança e valor de


p, comparando os grupos nos momentos av4 e av6, para as variáveis de dor à pressão,
pico de torque normalizado pelo peso, trabalho, potência e fadiga dinamométrica. Sendo
observada diferença apenas para o pico de torque e potência.
32

Tabela 5 - Diferença de média, intervalo de confiança e valor de p, comparando os grupos nos


momentos av4 e av6, para as variáveis algometria, pico de torque normalizado pelo peso
corporal, trabalho, potência e fadiga dinamométrica.

Variáveis Diferença de média entre grupos, intervalo de confiança , valor de p


VENTOSA VS SHAM

AV4 AV6

VENTOSA VS P VENTOSA VS P
SHAM SHAM

Algometria (Kg/cm²) -1,107 (-2,718 / 0,28 -0,984 (-2,674 / 0,705) 0,46


0,504)

PTbw (%) -37,278 (-78,506 / 0,88 -50,764 (-91,218 / 0,00


3,951) -10,311)

Trabalho (J) -120,691 (-272,442 / 0,16 -43,136 (-260,420 / 0,99


31,059) 174,148)

Potência (W) -30,483 (-56,034 / 0,01 -25,640 (-51,284 / 0,05


-4,933) 0,004)

Fadiga (%) 2,976 (-4,551 / 0,99 0,007 (-9,360 / 9,373) 0,97


10,502)

PTbw: Pico de torque normalizado pelo peso

No gráfico 1, podemos observar o resultado do teste de cegamento, que exibe a


percepção dos voluntários em relação a ventosa: se ela foi ventosa real, falsa ou se não
sabe precisar. Evidenciando que houve eficácia no cegamento dos participantes, pois a
maioria dos voluntários não soube precisar se era real ou falsa ou acreditavam se tratar da
ventosa real, para ambos os grupos. 4 voluntários não participaram do teste, pois não
finalizaram os procedimentos de avaliação pós 48h.
33

Teste de Cegamento
8
7 7
7
6
6
5
5

4
3
3
2 2
2
1
1

0
Grupo Ventosa Grupo Sham

Ventosa real Ventosa falsa Não sabe Não responderam

6 DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da aplicação da ventosaterapia


deslizante sobre os desfechos de percepção de dor e fadiga, percepção de recuperação,
limiar de dor à pressão e desempenho muscular, e compará-los com os efeitos no grupo
sham. Este é o primeiro estudo que investiga todas essas variáveis de forma simultânea
e analisando o comportamento delas comparando-as com um grupo sham.
Os resultados evidenciam que na avaliação de base (Av1), os indivíduos estavam
com percepção de dor e fadiga próximos de zero, que se manteve na avaliação pré-corrida
(Av2). Em relação à percepção de recuperação, eles se consideravam “bem recuperados”
no grupo sham e “muito bem recuperados” para o grupo ventosa. Imediatamente após a
corrida, no momento Av3, houve um aumento dos níveis de percepção de dor e fadiga, e
a percepção de recuperação reduziu para “razoavelmente recuperado”. Fato que mostra
que o protocolo de corrida de 10km foi suficiente para provocar um desgaste físico
importante.
As etapas de recuperação muscular, de acordo com Platonov (1992) e Yessis
(1987), iniciam-se com a restauração dos depósitos de substratos utilizados para a
34

contração muscular - como é o caso do glicogênio, por exemplo - e com a eliminação dos
metabólitos produzidos durante o exercício. (33) Tais metabólitos, como o lactato,
parecem ter sua remoção mais efetiva quando há um fluxo sanguíneo acima do nível basal
de repouso, pois isso aceleraria a captação e consequente oxidação do lactatopelos
tecidos corporais. (34)
Posicionamentos teóricos sugeridos pelo artigo publicado por Al-Bedah et al em
2019 (19), sugerem que a ventosaterapia apresenta funções importantes devido à pressão
negativa, pois, segundo o estudo, a pressão negativa poderia, além de estimular
mecanoceptores que influenciam na “comporta da dor”, gerando analgesia, produziria um
dano aos tecidos do corpo, que funcionaria como um princípio de contrairritação,em
que a partir dessa dor infligida, nociceptores seriam ativados, gerando uma modulação
condicionada da dor, e melhoraria o fluxo sanguíneo local, bem como de forma sistêmica,
através dos dermátomos nas zonas reflexas, alcançando, inclusive, estruturas internas.
(19) Entretanto, é improvável que as melhoras clínicas observadas sejam decorrentes da
pressão negativa aplicada na ventosa deslizante, visto que os resultados mostraram que
ocorreu melhora nos índices da percepção de dor e fadiga e na percepção de recuperação,
imediatamente, 24h e 48h após a intervenção, em ambos os grupos. Com isso, podemos
afirmar que a sucção não trouxe nenhum benefício adicional. É possível, também, que as
melhoras clínicas sejam provenientes do efeito placebo e das expectativas positivas em
relação ao tratamento. (30)
Uma revisão sistemática sobre o uso da ventosaterapia em atletas amadores e
profissionais, realizada em 2018 por Bridgett et al (15), relatou resultados benéficos do
uso da ventosaterapia para as percepções de dor quando comparadas ao outro grupo,
porém a alta heterogeneidade, pequena quantidade de estudos e o risco de viés - como a
falta de randomização e cegamento e amostras pequenas – são limitações importantes que
precisam ser observadas e os resultados analisados com cautela. Além disso, os estudos
envolvidos não avaliaram isoladamente a aplicação da ventosa. Foram realizados
recursos combinados com terapias tais quais acupuntura, liberação miofascial, entre
outros recursos, bem como foram realizados nos estudos a aplicação da ventosa seca e
da ventosa com sangria, não sendo utilizada, em nenhum dos estudos incluídos, a ventosa
deslizante. Não houve, também, estudos utilizando a ventosa sham como intervenção
comparativa. Todos esses fatos citados limitam a capacidade desta revisão sistemática
anterior de determinar a efetividade real da terapia com ventosas para a dor em atletas
pós atividade física.
Até onde se sabe, um estudo comparou a eficácia da ventosaterapia seca em
comparação com a ventosaterapia sham para percepção de dor em pessoas com
fibromialgia. (29) Vale salientar que a ventosa foi aplicada de forma fixa. Semelhante aos
35

nossos resultados, os efeitos da ventosaterapia não foram significativos quando


comparados a aplicação simulada, portanto, não foi possível confirmar um efeito positivo
dessa terapia.
Um outro estudo realizado por Bender et al em 2019, com corredores de 10km,
utilizou a massoterapia para avaliar a dor e a fadiga no quadríceps femoral, utilizando
manobras de effleurage, petrissage e tapotement durante 10 minutos no grupo
experimental e mobilização articular no grupo controle (20), tal procedimento de
massagem poderia se assemelhar ao deslizamento realizado com a ventosa. No artigo de
Bender, foi observada uma redução na intensidade da dor no grupo experimental, porém,
quando comparada ao grupo controle, tal efeito mostrou uma baixa magnitude, não sendo
significante estatisticamente, semelhante aos achados deste estudo.
Em relação aos desfechos de pico de torque normalizado pelo peso e potência,
como foi observado na tabela 5, o grupo sham apresentou melhores resultados em
detrimento ao grupo ventosa, podendo esse resultado ter relação com a diferença entre
homens e mulheres nos grupos. Em um artigo anterior que compara o desempenho motor
entre homens e mulheres durante a realização de exercícios com pesos (31), encontrou-
se diferença na massa corporal dos homens, sendo equivalente a 22% a mais do que a
massa corporal nas mulheres. Além disso, durante o agachamento realizado no estudo em
questão (31), a força muscular relativa à massa corporal dos indivíduos do sexo feminino,
foi equivalente a 68% a menos que os limiares alcançados pelos indivíduos de sexo
masculino. Isso poderia justificar a diferença encontrada nesseestudo entre os grupos,
visto que no grupo sham foi maior a presença de homens.
No presente estudo, nenhum dos participantes tinha experiência prévia com a
ventosa na modalidade deslizante, foram tratados em horários distintos para minimizar a
interação entre eles e, durante a intervenção, foi utilizada uma barreira física no tronco
do participante, a fim de que não fosse possível observar a aplicação da terapêutica,
garantindo o cegamento do voluntário, que foi comprovado pelo teste de cegamento, em
que os participantes relataram sensações semelhantes em ambos os grupos e não
souberam precisar sobre qual tipo de intervenção receberam.
Esse estudo apresentou limitações que precisam ser reconhecidas, como o fato
de não controlarmos o estágio do ciclo menstrual das mulheres participantes, visto que
o limiar de dor das mulheres pode variar de acordo com o período de seu ciclo menstrual.
(32) Contudo, esse viés foi minimizado devido a maior parte das mulheres utilizarem
recursos contraceptivos que inibem a ovulação e/ou menstruação (anticoncepcional via
oral e injeções trimestrais com progesterona). Vale salientar, também, que todos os
achados deste estudo se aplicam a atletas corredores e há ainda a necessidade de futuros
estudos com períodos de avaliação de desempenho após corridae após a intervenção,
36

para se ter dados mais precisos em relação aos índices avaliados.

CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo apontam que a ventosaterapia deslizante não


apresenta diferença significativa para a dor, fadiga, percepção de recuperação e
desempenho muscular, após corrida de 10km, quando comparado ao grupo sham, pois,
os resultados obtidos com a ventosa deslizante assemelham-se aos obtidoscom o
deslizamento superficial sem sucção.
Para a prática clínica, esse é um achado interessante, visto que proporciona, para
o terapêuta, uma possibilidade de escolha entre utilização da ventosaterapia ou de outro
recurso, como, por exemplo, a massoterapia.
37

REFERÊNCIAS

1. Salgado JVV, Mikail MPTC. Corrida de rua: análise do crescimento do número de


provas e de praticantes. Conexões. 2007;4(1):90–8.
2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística I. Pesquisa Nacional por Amostra em
Domicílios: Práticas de esporte e atividade física [Internet]. Práticas de Esporte e
Atividade Física. 2015. 1–81 p. Available from:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv100364.pdf
3. Kesaniemi YA, Danforth E. J, Jensen MD, Kopelman PG, Lefebvre P, Reeder BA.
Dose-response issues concerning physical activity and health: An
38

evidence-based symposium. Med Sci Sports Exerc. 2001;33(6 SUPPL.):351–8.


4. Enoka RM, Stuart DG. Neurobiology of muscle fatigue. J Appl Physiol.
1992;72(5):1631–48.
5. Davis JM. Central and peripheral factors in fatigue. J Sports Sci. 1995;13(January
2015):S49–53.
6. Manfio EF. A fadiga: aspectos centrais e periféricos. Fisioter Bras. 2016;2(6):353–
68.
7. Allen D, Lannergren J, Westerblad H. Muscle cell function during prolonged
activity: cellular mechanisms of fatigue. Exp Physiol. 1995;80(4):497–527.
8. Myers JB, Guskiewicz KM, Schneider RA, Prentice WE. Proprioception and
Neuromuscular Control of the Shoulder after Muscle Fatigue. J Athl Train.
1999;34(4):362–7.
9. Foschini D, Prestes J, Charro MA. Relação entre exercício físico, dano muscular
e dor muscular de início tardio. Rev Bras Cineantropometria e Desempenho Hum.
2007;9(1):101–6.
10. Winter S, Gordon S, Watt K. Effects of fatigue on kinematics and kinetics during
overground running: A systematic review. J Sports Med Phys Fitness.
2017;57(6):887–99.
11. Marti B. Health effects of recreational running in women. Some epidemiological
and preventive aspects. / Effets de la course a pied de loisirs sur la sante des
femmes - quelques aspects epidemiologiques et de la prevention. Sport Med
[Internet]. 1991;11(1):20–51. Available from:
http://articles.sirc.ca/search.cfm?id=272143%5Cnhttp://ezproxy.library.yorku.ca/l
ogin?url=http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=sph&AN=SPH
272143&site=ehost-live%5Cnhttp://www.adis.com
12. Wilke J, Vogel O, Vogt L. Why are you running and does it hurt? Pain, motivations
and beliefs about injury prevention among participants of a large-scale public
running event. Int J Environ Res Public Health. 2019;16(19).
13. Higgins TR, Greene DA, Baker MK. Effects of cold water immersion and contrast
water therapy for recovery from team sport: A systematic review and meta-
analysis. J Strength Cond Res. 2017;31(5):1443–60.
14. Best TM, Hunter R, Wilcox A, Haq F. Effectiveness of sports massage for
recovery of skeletal muscle from strenuous exercise. Clin J Sport Med.
2008;18(5):446–60.
39

15. Bridgett R, Klose P, Duffield R, Mydock S, Lauche R. Effects of Cupping Therapy


in Amateur and Professional Athletes: Systematic Review of Randomized
Controlled Trials. J Altern Complement Med. 2018;24(3):208–19.
16. Aboushanab TS, AlSanad S. Cupping Therapy: An Overview from a Modern
Medicine Perspective. JAMS J Acupunct Meridian Stud [Internet]. 2018;11(3):83–
7. Available from: https://doi.org/10.1016/j.jams.2018.02.001
17. J. Ribeiro, R. Sêne, Ana F Paiva, L. Pinto IA. Ventosaterapia: Tratamento para
diversas afecções. J Chem Inf Model. 2019;53(9):1689–99.
18. Mehta P, Dhapte V. Cupping therapy: A prudent remedy for a plethora of medical
ailments. J Tradit Complement Med [Internet]. 2015;5(3):127–34. Available from:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcme.2014.11.036
19. Al-Bedah AMN, Elsubai IS, Qureshi NA, Aboushanab TS, Ali GIM, El-Olemy
AT, et al. The medical perspective of cupping therapy: Effects and mechanisms of
action. J Tradit Complement Med. 2019;9(2):90–7.
20. Bender PU, Luz CM da, Feldkircher JM, Nunes GS. Massage therapy slightly
decreased pain intensity after habitual running, but had no effect on fatigue, mood
or physical performance: a randomised trial. J Physiother [Internet].
2019;65(2):75–80. Available from: https://doi.org/10.1016/j.jphys.2019.02.006
21. Hjermstad MJ, Fayers PM, Haugen DF, Caraceni A, Hanks GW, Loge JH, et al.
Studies comparing numerical rating scales, verbal rating scales, and visual
analogue scales for assessment of pain intensity in adults: A systematic literature
review. J Pain Symptom Manage [Internet]. 2011;41(6):1073–93. Available from:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jpainsymman.2010.08.016
22. Brasileiro JS, Macedo L de B, de Oliveira AKA, Lins CA de A. Torque, power
and fatigue ratio in knee flexors and extensors of soccer players. Rev Bras Med do
Esporte. 2018;24(2):117–20.
23. Nunes J, Rosa SM da, Del Vecchio FB. Treinamento de força com uso de
correntes e potencialização pós-ativação do salto vertical. Rev Bras Ciências do
Esporte. 2012;34(4):1017–33.
24. MOURA FA, JACINTO CAC, FELICISSIMO CT, PRUDÊNCIO MV,
MERCADANTE LA, CUNHA SA. Concordância e correlação entre três métodos
distintos para quantificação da altura do salto vertical. Rev Bras Educ Física e
Esporte. 2015;29(1):25–34.
25. Braz TV, Pennati ES, Spigolon LMP, Vieira NA, Pellegrinoti ÍL, Borin JP.
40

Comparação entre Diferentes Métodos de Medida do Salto Vertical com


Contramovimento. Rev Bras Ciência e Mov. 2010;18(2):43–9.
26. Da Silva JH, Silva dos Santos LH, Vargas e Silva NO, Alfieri FM, Kümpel C, De
Oliveira Lima P. Efeito Da Estimulação Elétrica Terapêutica No Ltdp Em
Indivíduos Saudáveis. Life Style. 2020;7(1):26–33.
27. De Andrade Nogueira FC, Nogueira RA, Miloski B, De Oliveira Cordeiro AH,
Werneck FZ, Filho MB. Influência das cargas de treinamento sobre o rendimento
e os níveis de recuperação em nadadores. Rev da Educ Fis. 2015;26(2):267–78.
28. Lee MS, Kim JL, Kong JC, Lee DH, Shin BC. Developing and validating a sham
cupping device. Acupunct Med. 2010;28(4):200–4.
29. Lauche R, Spitzer J, Schwahn B, Ostermann T, Bernardy K, Cramer H, et al.
Efficacy of cupping therapy in patients with the fibromyalgia syndrome-a
randomised placebo controlled trial. Sci Rep. 2016 Nov 17;6.

30. Vase L, Vollert J, Finnerup NB, Miao X, Atkinson G, Marshall S, et al. Predictors
of the placebo analgesia response in randomized controlled trials of chronic pain:
A meta-analysis of the individual data from nine industrially sponsored trials. Pain.
2015 Sep 1;156(9):1795–802.

31. Péricles Salvador E, Serpeloni Cyrino E, Luiz Demantova Gurjão A, Mendes


Ritti Dias R, Yuzo Nakamura F, Ramos de Oliveira A. Comparação entre o
desempenho motor de homens e mulheres em séries múltiplas de exercícios com
pesos. Vol. 11, Rev Bras Med Esporte.

32. Fillingim RB, King CD, Ribeiro-Dasilva MC, Rahim-Williams B, Riley JL. Sex,
Gender, and Pain: A Review of Recent Clinical and Experimental Findings. Vol.
10, Journal of Pain. 2009. p. 447–85.

33. da Silva LPO, de Oliveira MFM, Caputo F. Métodos de recuperação pós-exercício.


Vol. 24, Revista da Educacao Fisica. Universidade Estadual de Maringa; 2013. p.
489–508.

34. Gustavo Ferrari H, Oliveira R, Vinicius Strapasson M, Alexandre RodriguesSanta


Cruz R, Augusto Libardi C, Regina Cavaglieri C. Efeito de diferentes métodos de
recuperação sobre a remoção de lactato e desempenho anaeróbio de futebolistas
artigo original. Vol. 19, Rev Bras Med Esporte. 2013.
41
42

APÊNDICES

Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


43
44
45

Apêndice 2 – Ficha de avaliação e reavaliação


46
47
48
49

ANEXOS

Anexo A – Parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa


50
51
52
53
54
55

Você também pode gostar