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SANTOS - SP
2021
DANIELLE SILVA VIEGAS DE OLIVEIRA
Orientadora:
Coorientadora:
Profª. Drª. Sandra Regina Alouche
SANTOS - SP
2021
Oliveira, Danielle Silva Viegas de .
O48d Desempenho do Membro Superior Durante o
Movimento de Dirigido ao Alvo ao Longo da Segunda
Infância. / Danielle Silva Viegas de Oliveira; Orientadora
Cristina Santos Cardoso de Sá; Coorientadora Sandra
Regina Alouche. -- Santos, 2021.
43 p. ; 30cm
CDD 610
O48d
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS BAIXADA SANTISTA
Chefe do Departamento:
Profª. Drª. Nara Rejane Cruz de Oliveira
iv
Danielle Silva Viegas de Oliveira
Presidente da banca:
Profª Drª Cristina dos Santos Cardoso de Sá
Banca examinadora:
Profª Drª Raquel de Paula Carvalho
Prof° Dr° Luciano Basso
Prof° Dr° Carlos Bandeira de Mello Monteiro
v
AGRADECIMENTOS
Refletir sobre o processo que me trouxe até aqui me leva a pensar em muitas
pessoas que participaram ativamente dessa construção. Mas antes de tudo, e por
causa de todo o caos que estamos vivendo no mundo (e de forma muito acentuada
no Brasil), gostaria de iniciar agradecendo e valorizando a universidade pública e seus
profissionais que seguem firmes. É muito bom fazer parte da UNIFESP e é inspirador
– e um tanto quanto doloroso - acompanhar o esforço de professores, alunos e demais
profissionais para manter de pé a pesquisa e o ensino de qualidade. Em meio a tantos
ataques, à descrença, ao negacionismo e à falta de recursos manter-se funcionando,
produzindo e entregando para a sociedade um serviço de qualidade é sinal de
resistência.
Em seguida, gostaria de agradecer à minha orientadora Cristina Sá. Obrigada
pela oportunidade, por acreditar em mim desde o nosso primeiro contato anos antes
da pós-graduação e por ser essa pessoa incrível, humana, justa e profissional
exemplar.
Agradeço imensamente à minha coorientadora Sandra pela parceria e por todo
o conhecimento compartilhado ao longo desse período. Aos alunos de Iniciação
científica: Bianca, Matheus e Gabriela por tanta ajuda e dedicação com o nosso
projeto.
Ao meu marido que me proporciona nada menos do que todo o necessário para
que eu alcance meus sonhos. Por ser um homem incrível, que me inspira a ser cada
dia uma pessoa melhor e mais alegre.
Aos amigos que me ofereceram momentos leves, de alegria e de reflexão em
todo esse processo. Em especial à querida Vivi, por tanto apoio profissional e
emocional. Pelos conselhos, por dividir comigo tanta experiência e por me ouvir nos
momentos de angústia. E aqui não poderia deixar de lembrar da minha terapeuta
Thais. Obrigada por me fazer refletir sobre o significado do processo de pós-
graduação, e por me ajudar a lidar com as angústias e incertezas que surgiram
durante toda essa construção.
Obrigada à Alessandra que me colocou em contato com a direção e
coordenação da escola Brigadeiro e a todos os profissionais da escola, que me
auxiliaram tanto no período de coleta. Aos pais e às queridas crianças que
vi
participaram de forma alegre e me ajudaram em muitos momentos a ser mais leve e
mais feliz.
Agradeço também a todos os professores que participaram da minha formação
até hoje. Em cada um de vocês me inspiro como profissional e como ser humano. É
muito bom poder contar com pessoas competentes, humanas e honestas nesse
caminho.
Por fim, agradeço a tantas outras pessoas que contribuíram direta ou
indiretamente para que fosse possível concluir mais essa etapa.
vii
SUMÁRIO
Agradecimentos ....................................................................................................................... vi
Lista de Figuras ........................................................................................................................ x
Lista de Siglas ......................................................................................................................... xi
Resumo .................................................................................................................................. xii
Abstract.................................................................................................................................. xiii
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................4
2.1 Fases do desenvolvimento: por que estudar a segunda infância? .................................4
2.2 Movimento voluntário: aspectos sobre as fases de planejamento motor e execução do
movimento .............................................................................................................................5
2.3 O movimento de alcance e o seu desenvolvimento ao longo da infância ......................7
2.4 O movimento de alcance e a destreza manual ...............................................................9
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................11
4 OBJETIVOS.........................................................................................................................12
4.1 Objetivo geral ................................................................................................................12
4.2 Objetivos específicos ....................................................................................................12
5 HIPÓTESE...........................................................................................................................13
6 MÉTODOS...........................................................................................................................14
6.1 Participantes .................................................................................................................14
6.1.1 Critérios de inclusão, não-inclusão e exclusão .......................................................15
6.2 Caracterização da Amostra ...........................................................................................15
6.2.1 Preferência Manual.................................................................................................15
6.2.2 Dados antropométricos...........................................................................................15
6.2.3 Desenvolvimento motor global ...............................................................................15
6.2.3.1 Teste de Desenvolvimento Motor Grosso (TGMD-3) ........................................15
6.3 Movimento dirigido ao alvo ...........................................................................................17
6.4 Destreza manual ...........................................................................................................19
6.5 Procedimentos ..............................................................................................................20
6.6 Variáveis analisadas .....................................................................................................20
6.7 Análise estatística .........................................................................................................22
6.7.1 Cálculo amostral .....................................................................................................22
6.7.2 Análise de Dados ...................................................................................................22
7 RESULTADOS ....................................................................................................................24
7.1 Participantes .................................................................................................................24
viii
7.2 Tarefa de movimento dirigido ao alvo ...........................................................................26
7.2.1 Planejamento do movimento ..................................................................................28
7.2.2 Execução do movimento ........................................................................................29
7.3 Relação entre o desempenho do membro superior durante o movimento dirigido ao
alvo e a destreza manual ....................................................................................................29
8 DISCUSSÃO .......................................................................................................................31
8.1 Implicações práticas e clínicas ......................................................................................36
8.2 Limitações do estudo e sugestões para estudos futuros ..............................................37
9 CONCLUSÃO......................................................................................................................38
10 REFERÊNCIAS .................................................................................................................39
ANEXOS
ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO 2 – Documentos de análise e autorização da diretoria regional de educação de
Itaquera
APÊNDICES
APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
APÊNDICE 2 – Termo de assentimento
APÊNDICE 3 – Formulário do Teste de Desenvolvimento Motor Grosso - Terceira Edição
(TGMD-3)
APÊNDICE 4 – Ficha de caracterização dos participantes
ix
LISTA DE FIGURAS
x
LISTA DE SIGLAS
xi
RESUMO
xii
ABSTRACT
xiii
1 INTRODUÇÃO
1
sistemas frontal e parietal, e do córtex parietal com o cerebelo podem ser observadas,
além de mudanças que alteram os sistemas sensorial e motor.(4, 12)
O sistema musculoesquelético que participa da execução do movimento
também sofre alteração no comprimento dos membros, incremento de força e
flexibilidade, alterando a mecânica corporal.(10, 13)
É importante que o sistema se
reorganize constantemente para incorporar tais transformações no planejamento e
execução do movimento. Dessa forma, é esperado que mudanças no desempenho
do movimento dirigido ao alvo estejam presentes ao longo desse período de
crescimento e desenvolvimento.
Yan e colaboradores (2000, 2003)(14, 15) apontaram em seus estudos que antes
dos 8 anos as crianças planejam o movimento de forma ineficaz, exigindo mais
correções online, durante sua execução, em comparação com crianças maiores e
adultos. Dessa forma, o movimento é executado com maior variabilidade. Estudos
com enfoque na execução do movimento demonstraram que as habilidades de
alcance são refinadas ao longo da primeira e segunda infância;(4, 11, 13, 16, 17) nota-se
que com o avanço da idade os movimentos tornam-se menos variáveis e mais
acurados.(4, 13, 18)
Ao abordar aspectos relacionados ao planejamento motor, os estudos
controlaram a precisão da tarefa,(14) a incerteza da posição do alvo(14) e a informação
visual.(19) Os resultados demonstraram que crianças menores apresentam respostas
mais lentas e pior desempenho em comparação às crianças mais velhas e adultos
jovens em tarefas que exigem maior precisão, e cuja posição final do alvo é
desconhecida.(14) Mesmo sem utilizar a informação visual para correção do
movimento, crianças a partir dos 6 anos de idade foram capazes de utilizar somente
as informações proprioceptivas para planejar e executar o movimento.(19) Para além
dessas restrições, surge a dúvida de como o sistema planeja e realiza movimentos
para diferentes direções, uma vez que músculos e articulações são ativados de forma
distinta de acordo com a posição final do alvo. Ainda, estudos anteriores não
apontaram como a idade – e a possível variação do sistema musculoesquelético e
neuromotor ao longo do desenvolvimento – pode influenciar no planejamento do
movimento quando este é realizado para direções diferentes. Dessa forma, o objetivo
principal desse estudo foi avaliar as características do planejamento motor e da
execução do movimento dirigido ao alvo em diferentes grupos etários ao longo da
2
segunda infância; de forma específica, buscou-se investigar como o movimento
realizado para diferentes direções pode influenciar tais características.
Estudos como os citados até aqui investigaram o movimento voluntário, em
especial o movimento de alcance, através de tarefas controladas e são limitados em
dizer qual a implicação de tais achados para tarefas funcionais e outras habilidades
requeridas para o uso dos membros superiores. Pensando nisso, neste estudo
procuramos investigar se há relação entre o desempenho do membro superior na
tarefa de movimento dirigido ao alvo e a destreza manual.
A destreza manual é definida como a capacidade de realizar uma tarefa
coordenada com as mãos e dedos, como durante a manipulação de objetos(20); pode
ser considerada um resultado do desenvolvimento do sistema neuromotor, sendo
atribuída à maturação do trato corticoespinal.(21) Há indícios de que a destreza manual
continua se desenvolvendo ao longo da segunda infância,(22) da mesma forma que
aspectos do movimento voluntário. A relação entre essas variáveis, no entanto, ainda
não está clara.
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
4
por Butler e colaboradores (2010)(23) que avaliou a cinemática do movimento durante
uma tarefa cíclica com o membro superior – envolvendo alcançar, agarrar e
transportar um objeto – observou diferenças no padrão de movimento de acordo com
a idade. Crianças mais novas realizaram o movimento de alcance com menores graus
de flexão do cotovelo e desvio radial do punho. O autor explica que ao longo do
desenvolvimento a organização interarticular sofre alteração, influenciada pelo
crescimento ósseo e tecidual;(23) além disso, segundo Golenia (2017)(10) as
proporções corporais estão sofrendo mudanças,(1) o controle postural que acompanha
os movimentos de alcance se desenvolve(24) e as funções executivas e de atenção
melhoram(25, 26) nesse período. Por essas e outras razões que serão abordadas a
seguir é importante que os estudos estejam focados também em compreender como
essas mudanças impactam no desenvolvimento durante a segunda infância, nas
diferentes tarefas às quais as crianças dessa faixa etária são expostas.
Imagine que você tem a intenção de alcançar um copo de água que está à sua
frente. O ato de desejar, pensar e executar essa tarefa de forma harmônica envolve
diversas áreas do córtex cerebral, núcleos da base e cerebelo, que atuam em conjunto
com o sistema nervoso periférico e o sistema musculoesquelético, em milésimos de
segundos para que o objetivo seja alcançado. Grande parte da construção do
movimento voluntário acontece no lobo frontal, em áreas específicas que se
comunicam com o restante do encéfalo para que o movimento seja realizado de
maneira harmônica e organizada. Todo o processo que antecede a execução do
movimento é chamado de planejamento motor, que pode ser descrito como a
capacidade de prever uma ação e organizar os comportamentos motores necessários
para alcançá-la.(27) Após selecionar o plano motor, o sistema nervoso aciona as
estruturas responsáveis pela execução do movimento.
A intencionalidade do movimento surge no córtex pré-frontal envolvendo
mecanismos cognitivos e atencionais no processo de sequenciamento e organização
espacial. Em seguida, as áreas pré-motoras em conjunto com os núcleos da base,
que por sua vez também se conectam ao córtex pré-frontal, selecionam a estratégia
5
motora mais adequada para que a ação seja realizada.(28) Então, a área motora
primária controla a atividade de grupos musculares específicos para que o sistema
musculoesquelético atue na direção da tarefa a ser executada. Estratégias
antecipatórias são acionadas para controlar a postura e prever a trajetória do membro
superior em direção ao alvo a ser alcançado, enquanto que imediatamente após o
início do movimento estratégias compensatórias são ativadas visando corrigir a
trajetória do movimento para que a execução aconteça de forma eficiente.(4, 5)
Experiências anteriores e a informação sensorial do ambiente e do próprio
corpo são importantes ferramentas para que o plano de ação seja traçado. A ação
muscular dos agonistas e antagonistas do movimento será controlada em grande
proporção pelas informações traçadas durante o processo de planejamento motor e
poderá ser observada durante a realização de um movimento balístico. Até o momento
em que é atingido o pico de velocidade durante a realização do movimento estamos
observando os músculos trabalharem de acordo com o plano primário de ação; em
seguida, através dos inputs sensoriais o sistema é capaz de realizar correções online,
ajustando a trajetória do movimento.(14, 29)
Portanto, quanto mais acurado o plano
motor, menos correções durante a realização do movimento serão necessárias para
que o alvo seja alcançado.(30)
Estudos sugeriram que crianças mais novas são mais lentas para processar
informações,(31) necessitando de maior esforço cognitivo para controlar os
movimentos dos membros superiores em comparação com crianças mais velhas.(14)
Estudo realizado por Yan e colaboradores(2003)(15) crianças de 5, 8 e 10 anos foram
analisadas durante a realização de movimento balístico na linha média incluindo
movimentos únicos e movimentos repetidos. Foi encontrado que as crianças de 5
anos realizaram mais correções online, sugerindo que o plano de ação não foi
suficiente para a realização da tarefa; ainda, as crianças de 5 anos executaram o
movimento com maior variabilidade.
Características específicas da tarefa também devem ser levadas em
consideração e exijem diferentes estratégias para programar e realizar o movimento.
A direção para a qual o movimento é realizada é uma delas. A altura do alvo influencia
os ajustes posturais antes e após a execução do movimento de alcance em adultos
jovens.(32) Em estudo realizado por Loureiro(2012),(33) dez adultos foram instruídos a
tocar um alvo posicionado ipsi ou contralateralmente ao membro superior direito. A
6
localização do alvo influenciou os parâmetros temporais do movimento, exigindo maior
tempo de reação e de movimento durante o alcance contralateral. Investigando
crianças de 6 anos de idade, Bagesteiro e colaboradores (2020)(34) avaliaram
assimetrias manuais e a coordenação interarticular durante o alcance realizado para
alvos contra e ipsilaterais. Os resultados mostraram que os movimentos realizados
para o alvo contralateral eram mais curvos, com maior tempo de movimento e maior
excursão do ombro e menor excursão do cotovelo em comparação com os
movimentos realizados para o alvo ipsilateral.
Ainda não há um consenso sobre quais estratégias são utilizadas durante a
segunda infância para que o movimento seja realizado com sucesso. Em especial,
quando há restrições impostas pela tarefa. O presente trabalho teve como objetivo
verificar o desempenho do membro superior a partir desses aspectos.
7
O movimento de alcance é amplamente estudado nos primeiros anos de vida
da criança. Sabe-se que esse comportamento tem início entre o terceiro e o quinto
mês de vida do bebê.(6-8) No início são observados movimentos pouco acurados, com
ativação muscular desproporcional, que resulta em movimentos rápidos e pouco
precisos.(5, 6) Com nove meses os bebês já são capazes de realizar alguns ajustes
antecipatórios para melhor execução da tarefa de alcance, demonstrando habilidade
para movimentar-se de forma assimétrica e lateralizada, revelando preferência
manual.(8, 37) Até os 24 meses outras mudanças significativas ocorrerão no alcance: a
criança aprende a diminuir a velocidade de seus movimentos, usando estratégias para
preservar as melhores trajetórias em diferentes velocidades,(6, 35) de forma que ao fim
do segundo ano de vida o perfil de velocidade total do alcance na criança é
praticamente como o do adulto;(5, 38)
aos dois anos espera-se que as crianças
detenham controle completo dos movimentos dos membros superiores(37) e grande
parte dos estudos realizados nessa população concentra-se nesse período de
desenvolvimento abundante e mudanças constantes. No entanto, estudos que
buscaram olhar para o que acontece com o membro superior e a sua função na
segunda infância mostraram que o desenvolvimento do movimento de alcance
continua durante esse período.
Dados de cinemática demonstraram que a trajetória da mão em direção ao
alvo torna-se mais harmoniosa e menos variável com o passar da idade(5) e que esse
controle tende a se desenvolver até por volta de 10 e 12 anos de idade(5) embora
estudos recentes apontem para possível melhora do desempenho ocorrendo após
essa faixa etária.(4) Estudo realizado por Martinez e colaboradores (2018)(13) que
investigou os parâmetros espaço-temporais e angulares em crianças de diferentes
grupos etários durante diferentes tarefas com o membro superior – entre elas o
alcance, encontrou que as crianças com idade entre cinco e sete anos se moviam com
menor pico de velocidade e trajetórias menos lineares em comparação a crianças com
11 e 12 anos e adolescentes com 13 e 15 anos de idade; os autores argumentam que
o movimento de alcance tornou-se mais rápido e direto com o aumento da idade
encontrando seu ápice aos 11 anos, devido à melhora da coordenação visuomotora e
do planejamento motor, que estão se desenvolvendo nesse período.(13)
Em 2000, Yan e colaboradores(14) encontraram que crianças mais jovens (com
idade média de 6,4 anos) realizavam movimentos balísticos com o membro superior
8
de forma mais lenta, com maior variabilidade e menor suavidade e linearidade do que
crianças mais velhas (9,2 anos em média) e adultos jovens (com média de 24,4 anos)
durante diferentes tarefas realizadas sobre uma mesa digitalizadora. Os resultados
sugeriram que crianças mais velhas e adultos jovens foram mais eficientes para
planejar o movimento, necessitando de menos correções online durante a tarefa. Em
outro estudo realizado por Wilson e colaboradores (2013),(4) constatou-se que
crianças com idade entre seis e sete anos têm mais dificuldades de controlar o
movimento do membro superior diante de uma perturbação visual do que crianças
mais velhas e que estas são mais rápidas do que crianças menores, mas mais lentas
do que os adultos para corrigir o movimento, demonstrando que nessa faixa etária há
uma estabilização do comportamento. Entretanto, há evidência de refinamento
contínuo inclusive entre a adolescência e a idade adulta.(4) Além disso, parâmetros
específicos do movimento, tais como: tempo de reação e tempo de movimento
parecem diminuir com a idade, no caso de tarefas simples.(6)
O movimento do membro superior em direção a um alvo está presente em boa
parte das tarefas realizadas no dia a dia e seu desenvolvimento ocorre de forma
gradual, em conjunto com outros sistemas e funções aprimoradas pela criança. Ao
longo de todo o desenvolvimento, uma série de experiências sensoriais e motoras
servirão de repertório para que a mudança de um comportamento não seja algo
limitado e estanque, mas sim um processo contínuo.
Além disso, durante a segunda infância as crianças ainda estão em processo
de crescimento, alterando a morfologia do corpo em diferentes níveis e sistemas,
exigindo constantes reformulações para que o movimento continue sendo executado
de forma eficiente.
Dessa forma, pesquisas que investiguem o processo de desenvolvimento do
movimento do membro superior durante a segunda infância são importantes. Voltar o
olhar para compreender como os sistemas se organizam para que o movimento seja
realizado de forma harmônica exige um olhar atento aos processos envolvidos no
antes, durante e após o início do movimento voluntário.
9
2.4 O movimento de alcance e a destreza manual
10
3 JUSTIFICATIVA
11
4. OBJETIVOS
12
5 HIPÓTESE
13
6 MÉTODOS
6.1 Participantes
14
6.1.1 Critérios de inclusão, não-inclusão e exclusão
15
6.2.3.1 Teste de Desenvolvimento Motor Grosso (TGMD-3)
16
realização das tarefas. Os vídeos foram salvos e as filmagens foram analisadas pela
pesquisadora principal, previamente treinada conforme orientação no manual do teste.
Limite de prejudicado ou
70 - 79
atrasado
Abaixo da média 80 - 89
Média 90 - 109
17
A mesa digitalizadora foi posicionada à frente do participante. Os ombros
deveriam estar em posição neutra para a rotação, próximos ao tronco e com cotovelos
fletidos em 90°; o apoio do antebraço foi permitido durante os intervalos entre
tentativas, mas não durante os testes. O participante segurou uma ponteira com o
membro superior direito, através da qual fez os movimentos na mesa digitalizadora
(Figura 1 - A). A forma de preensão da caneta não foi controlada; os participantes
foram orientados a segurar a caneta de forma firme e confortável, evitando a preensão
com todos os dedos. O avaliador ficou atrás do participante para não interferir no teste.
18
A partir do ponto inicial a criança deveria realizar um movimento para um dos
alvos (ipsilateral ou contralateral), conforme indicação visual. Em cada tentativa um
estímulo indicador (mudança de cor do alvo de branca para vermelha) com duração
de 300 milissegundos (ms) foi apresentado no monitor, indicando para qual dos alvos
a criança deveria se direcionar. Após um intervalo entre 300 e 800 ms, o alvo mudou
da cor branca para verde (estímulo imperativo) indicando que o participante deveria
iniciar o movimento. O participante foi instruído a: “Executar o movimento o mais
rápido possível procurando acertar o centro do alvo”, a partir do ponto inicial. Um
esquema é demonstrado na Figura 1 – B. Os participantes fizeram dois blocos
constituídos por 20 tentativas no total, sendo 10 tentativas para cada alvo. A ordem
dos alvos foi randomizada pelo programa.
O Box and Block Test (BBT) é um teste utilizado para avaliar a destreza manual
dos participantes.(45) É um teste já validado e que pode ser utilizado no Brasil, uma
vez que dispensa tradução.(46) O teste consiste em uma caixa separada por dois
compartimentos com blocos. Os blocos devem ser transportados um por um de um
compartimento para outro em um período de 60 segundos. O transporte dos blocos
deve ser feito o mais rápido possível e quanto maior a quantidade de blocos
transportados, melhor a destreza motora dos indivíduos (Figura 2).
Cada participante tem 15 segundos para familiarização com a tarefa e em
seguida realiza duas tentativas do teste. O resultado final é obtido a partir da média
das duas tentativas.
Neste estudo cada participante realizou o teste com ambos os membros
superiores. Para análise foram considerados os resultados do membro superior direito
apenas.
19
Figura 2. Posicionamento, materiais e execução
do Box and Block Test
6.5 Procedimentos
21
resposta bidimensional; quanto mais próximo do zero maior a acurácia.
O resultado é expresso em centímetros (cm).
▪ Erro variável resultante (EVR): variável verificada a partir da
variabilidade nas direções ântero-posterior e médio-lateral em torno da
posição média das tentativas. É uma medida de precisão do movimento
(i.e., quão constante o participante foi em relação ao alvo atingido após
a execução do movimento); quanto menor o erro, maior a precisão. O
resultado é expresso em cm.
22
6.7.2 Análise de dados
23
7 RESULTADOS
7.1 Participantes
Crianças Recrutadas
62
Não-Incluídas
• Doença
Neurológica: 2
• Cardiopatia: 1
Crianças Avaliadas
59
Excluídas
• Não concluíram a
tarefa: 7
• Desistência: 2
• Dados
Crianças Incluídas incompletos: 7
43
17 17 9
Idade
Características
7 anos 9 anos 11 anos
n=17 n=17 n=9
Sexo (F) 9 11 6
25
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Prejudicado Limite de Abaixo da Média Acima da Superior
ou atrasado prejudicado média média
ou atrasado
26
Tabela 2. Valores médios, desvio padrão e resultados das análises estatísticas (valores F e p) para cada fator (Idade e Direção do Movimento) e
interação entre eles (Idade vs. Direção)
Idade vs. Direção
Idade Direção do Movimento
do Movimento
Variáveis
Teste F Alvo Teste F Teste F
7 anos 9 anos 11 anos p Alvo Ipsilateral p p
1,40 Contralateral 1,40 1,40
Tempo de Reação (ms) 501±9,79 494±9,79 485±13,46 0,52 0,599 486±7,31 501±6,64 8,11 0,007* 0,20 0,816
Erro de Direção Inicial (°) 7,5±0,36 6,1±0,36 5,8±0,49 5,72 0,007* 7,7±0,34 5,2±0,33 28,13 <0,001* 1,02 0,370
Tempo de Movimento (ms) 567±27,03 500±27,03 497±37,15 1,89 0,164 557±19,23 486±17,43 59,44 <0,001* 1,54 0,227
Pico de Velocidade (cm/s) 43,4±3,31 50,2±3,31 43,6±4,54 1,24 0,300 43,4±2,14 48,1±,29 27,29 <0,001* 3,26 0,040*
Suavidade (um) 4,3±0,30 3,2±0,30 2,9±0,41 5,07 0,010* 3,5±0,21 3,4±,021 0,65 0,420 0,72 0,493
Erro de Posição Final (cm) 0,2±0,02 0,2±0,02 0,2±0,03 0,06 0,941 0,2±0,02 0,2±0,03 6,54 0,010* 1,78 0,180
Erro Variável Resultante (cm) 0,5±0,06 0,5±0,05 0,4±0,08 0,19 0,830 0,4±0,03 0,6±0,05 12,63 0,001* 0,95 0,400
Ms= milissegundos; cm/s= centímetros por segundo; um= unidades motoras; cm= centímetros
27
Figura 5. Gráficos de interação entre as variáveis da tarefa de movimento dirigido ao alvo
conforme grupos etários avaliados. A barra de erro representa o Intervalo de Confiança de 95%
28
7.2.1 Planejamento do movimento
Foi encontrada diferença entre as idades para a variável EDA (p=0,007, Tabela
2), sendo que as crianças de 7 anos tiveram maior EDA do que as crianças de 9 e 11
anos.
Já a direção do movimento influenciou o TR (p=0,007, Tabela 2) e o EDA
(p<0,001, Tabela 2). Ao realizar o movimento para o alvo ipsilateral as crianças
apresentaram maior TR, enquanto o EDA foi maior quando o movimento foi realizado
para o alvo contralateral.
Não foram encontradas interações idade vs. alvo para ambas as variáveis e não
houve diferença entre as idades para a variável TR (p>0,05, Tabela 2).
29
manual. Os valores de média e desvio padrão para o BBT foram: 42,7±1,91 para as
crianças de 7 anos, 47,3±1,17 para crianças de 9 anos e 52,5±1,76 para crianças de 11
anos.
30
8 DISCUSSÃO
31
Em relação às características da amostra, observou-se maioria de meninas nos
grupos de 9 e 11 anos e IMC adequado para a idade. Apesar de haver na literatura
indícios de que meninas podem ter habilidades de controle manual superior em
comparação aos meninos, sugere-se que tais diferenças não são consideráveis e que
não necessitam de atenção especial por parte dos profissionais.(17)
Observou-se também que uma quantidade considerável de crianças apresentou
resultados de desenvolvimento motor global, avaliado por meio do TGMD-3, abaixo do
esperado para a idade, ou até mesmo com atraso motor. Estudos(49, 50)
vêm
demonstrando que a competência motora (i.e., a capacidade de atender a uma demanda
motora específica)(1) em crianças tem ficado abaixo do esperado, em alguns casos com
apenas cerca de metade das crianças apresentando os níveis adequados de
competência esperada para idade.(51) A pobre oportunidade de práticas físicas costuma
ser citada como fator que influencia negativamente o desenvolvimento motor global,(52,
53)
mas isso ainda não é consenso.(54) Bernett e colaboradores (2016)(55) encontraram
outros fatores que podem estar associados à baixa competência motora em crianças e
adolescentes, tais como o aumento de peso e baixa condição socioeconômica. Embora
neste estudo não foram controlados dados socioeconômicos, dada a região a qual a
escola está situada, podemos supor que os participantes não fazem parte de um grupo
com altos níveis socioeconômicos.
Para além dessas questões é importante ressaltar que o TGMD-3 avalia as
habilidades motoras fundamentais, dentre as quais estão as habilidades de locomoção
e controle de objetos. Principalmente no que diz respeito à habilidade de controle de
objetos, há uma série de tarefas às quais nem sempre as crianças são expostas, seja
por questões culturais (por exemplo, a habilidade de rebater uma bola com um bastão,
utilizado no baseball, esporte pouco praticado no Brasil) ou pela ausência nas práticas
escolares. Durante a administração do teste, com frequência as crianças relataram
nunca ter realizado determinada tarefa. Uma vez que tais habilidades não se
desenvolvem naturalmente,(1) parte da dificuldade pode ser explicada por esse fator. De
qualquer forma, ressalta-se que os resultados obtidos nesse estudo dizem respeito a
uma população com as características acima descritas, não devendo ser extrapolados
para crianças com altos níveis de competência motora. Por outro lado, dados de estudos
frequentes em que crianças e adolescentes avaliados não alcançaram o nível adequado
de habilidades motoras para a idade, a amostra deste estudo pode ser representativa da
população em questão.
32
Na tarefa de movimento dirigido ao alvo a idade influenciou o planejamento do
movimento e sua execução, conforme nossa hipótese inicial. Em nossos resultados
crianças de 7 anos tiveram maior EDA do que as crianças de 9 e 11 anos, demonstrando
que as crianças de 7 anos não tiveram um planejamento motor tão eficiente quanto o
das crianças mais velhas. Isso pode ser comprovado quando observamos a execução
do movimento (i.e., a Suav), pois as crianças de 7 anos realizaram mais correções online
do que as crianças de 9 e 11 anos, evidenciando que o plano motor inicial não foi
suficiente para a realização da tarefa. Esses achados vão ao encontro ao que está
descrito na literatura(4, 14, 15, 19)
e estão relacionados ao desenvolvimento do sistema
nervoso central, que com o passar do tempo, está mais apto para utilizar as informações
internas (tais como posição dos membros) e externas (características do ambiente e da
tarefa) para planejar o movimento. Estudos realizados por Yan e colaboradores (2000,
2003)(14, 15) também encontraram que antes dos 8 anos de idade as crianças planejam o
movimento de forma ineficiente e utilizam informações proprioceptivas para realizar
correções durante a sua execução.
Diferenças entre as idades não foram observadas no TR, TM, PV, ECR e EVR.
Ao investigar variáveis temporais (TR e TM) e a acurácia durante uma tarefa de alcance
realizada por crianças e adultos, Favilla (2006)(19) encontrou diminuição do TR
exatamente entre 6 e 7 anos, seguida por estabilização dessa variável até a idade adulta.
Já em relação à acurácia, foi observada melhora entre 7 e 8 anos, seguida por
estabilização. O TM foi similar durante todas as faixas etárias investigadas. O estudo de
Favilla (2006) indica que a partir de 7 anos é esperada estabilidade nessas variáveis, e
apesar de haver um padrão de melhora ao longo do desenvolvimento (vide figura 5) as
mudanças serão pequenas. Isso pode explicar o motivo pelo qual as crianças em nosso
estudo, independentemente da idade, realizaram a tarefa com tempo, acurácia e
precisão semelhantes. É importante ressaltar que embora o desempenho do membro
superior nas variáveis TR, TM, PV, ECR EVR tenha sido similar entre as idades, a
disposição e condições motoras para a realização da tarefa foram diferentes. Isso porque
as crianças de 7 anos levaram mais tempo (cerca de 20 minutos a mais) para completar
o experimento, pois necessitaram de mais pausas entre as tentativas para descanso do
membro superior. Infelizmente as pausas não foram controladas como parte da coleta,
o que inviabilizou uma análise específica para comparação entre os grupos. Um aspecto
que pode ter influenciado nesse ponto é a necessidade de preensão de uma ponteira
para a realização da tarefa. Embora a preensão não tenha sido estabelecida durante a
33
avaliação, as crianças menores podem ter mais dificuldade em manter a posição da mão
e dos dedos por um tempo prolongado, favorecendo maior cansaço e necessidade de
repouso.
Esses achados demonstram que, apesar de as crianças de 7 anos não planejarem
de forma tão eficiente o movimento, as correções realizadas durante a execução são
suficientes para que elas sejam tão acuradas e precisas quanto as crianças de 9 e 11
anos, independentemente do tempo utilizado para planejar e executar a tarefa. Sendo
assim, é possível dizer que independentemente da idade, a partir de 7 anos as crianças
serão capazes de alcançar os objetivos da tarefa de maneira similar, diferindo nos
mecanismos utilizados para que esses objetivos sejam alcançados. Crianças menores
utilizarão mais informações sensoriais (internas e externas) para corrigir o movimento
durante a sua execução, enquanto crianças maiores serão capazes de predizer de forma
mais eficiente. Tal padrão é evidenciado quando há restrição da tarefa: em nosso estudo
as crianças de 7 anos apresentaram menor pico de velocidade ao realizar o movimento
para o alvo contralateral.
A direção do movimento influenciou tanto o planejamento quanto a execução do
movimento, independentemente da idade. Porém, diferente da hipótese inicial, ao
realizar o movimento para o alvo ipsilateral as crianças apresentaram valores maiores
de TR, PV, ECR e EVR em comparação ao alvo contralateral. Em contrapartida, maiores
valores de EDA e TM foram observados quando o movimento foi realizado para o alvo
contralateral. Tais achados fogem em alguns aspectos do que é citado na literatura;
estudos apontam que movimentos realizados com o membro superior dominante para
alvos ipsilaterais tendem a apresentar menor TR, TM, maior PV e maior acurácia em
comparação a alvos contralaterais.(34) Em nosso estudo o TR foi maior quando o
movimento foi realizado para o alvo ipsilateral; isso pode demonstrar que as crianças
levaram mais tempo para organizar uma estratégia para se movimentar nessa direção,
o que foi efetivo, já que o EDA foi menor. Outra hipótese é apresentada por Elliot e
colaboradores (1993):(56) ao investigar indivíduos adultos que realizaram movimentos
dirigidos a diferentes alvos com o membro superior dominante e não-dominante, os
autores observaram que o tempo para início do movimento foi maior quando o
movimento foi realizado com a mão direita (dominante). A partir dos resultados, os
autores sugerem que há superioridade do hemisfério cerebral direito no processo de
percepção do ambiente e planejamento motor para realizar a tarefa; em contrapartida, o
hemisfério esquerdo estaria mais envolvido na execução do movimento. Tal hipótese
34
justifica o maior tempo necessário para o planejamento do movimento encontrado em
nossos resultados, já que a tarefa foi realizada com o membro superior direito
(dominante), o que exigiria maior atividade do hemisfério cerebral direito e ainda a
projeção da informação para o hemisfério cerebral esquerdo, responsável por controlar
os movimentos nesse hemicorpo; no entanto, mesmo a execução do movimento não foi
desempenhada de forma satisfatória uma vez que os valores de ECR e EVR foram
maiores no movimento para o alvo ipsilateral. Nesse ponto, acreditamos que ao
desempenhar o movimento com maior pico de velocidade e menor tempo de movimento
(como é esperado de acordo com estudos anteriores)(34, 57)
as crianças não foram
capazes de realizar as correções necessárias para manter a acurácia e precisão do
movimento.
Outra possível explicação envolve aspectos biomecânicos necessários para a
realização do movimento. Estudo realizado por Bagesteiro (2000)(34) investigou aspectos
cinemáticos e a coordenação interarticular durante a realização de movimentos de
alcance para alvos ipsi e contralaterais em crianças de 6 anos e adultos jovens. Os
resultados obtidos demonstraram que ao realizar movimentos para o alvo ipsilateral as
crianças apresentaram menor excursão do ombro e maior excursão do cotovelo; já para
o alvo contralateral observou-se grande excursão do ombro e menor excursão do
cotovelo. Uma vez que ao longo do desenvolvimento o controle das articulações
proximais se dá antes do controle de articulações distais (tais como cotovelo e punho),(34,
58)
a maior amplitude de movimento do cotovelo pode requerer maior controle e precisão
por parte do sistema motor, o que pode impactar na acurácia e precisão da tarefa.
EDA e TM foram maiores quando o movimento foi realizado para o alvo
contralateral. Durante o planejamento do movimento as crianças utilizaram menor TR ao
movimentarem-se para o alvo contralateral, o que não foi uma estratégia eficiente
inicialmente, já que o plano de movimento inicial não foi tão adequado (por isso, maior
EDA). Dessa forma, maior tempo de movimento foi necessário para corrigir a trajetória e
manter a acurácia e a precisão – o que foi alcançado. Ainda, movimentar o membro
superior como um todo, a partir de movimentos do ombro, pode requerer maior tempo
de movimento.
Por fim, não foi encontrada correlação entre a destreza manual e as variáveis
analisadas (Suav, EDA e PV para ambas as direções do alvo), ao contrário do que
esperávamos. Assim como as estratégias de planejamento motor e execução do
movimento, estudos sugerem que a destreza manual melhora ao longo do
35
desenvolvimento.(22, 34, 59) Em nosso estudo, é possível observar melhora da destreza
manual conforme o aumento da idade, porém tal melhora não teve relacionamento com
as variáveis investigadas. A nossa hipótese para esse resultado é que as variáveis EDA,
Suav e PV dizem respeito à maneira como o movimento foi realizado, de forma que a
qualidade para planejar e executar o movimento são analisadas de forma minuciosa. Por
outro lado, o teste escolhido para analisar a destreza manual preza somente pelo
resultado obtido, i.e., a quantidade de blocos que foram transportados de um lado a
outro, independentemente da estratégia utilizada para que a tarefa fosse executada.
Em nossos resultados as crianças foram capazes de cumprir a tarefa de
movimento dirigido ao alvo com acurácia e precisão semelhantes, embora tenham
utilizado estratégias diferentes para planejar e executar o movimento. Dessa forma, é
possível que estratégias diferentes tenham sido utilizadas pelas crianças para que os
blocos fossem transportados, no entanto, o teste não foi sensível a tais alterações.
Sugerimos que sejam utilizados testes que avaliem não somente o produto, mas sim a
qualidade com que o movimento é executado, a fim de obter informações mais
detalhadas.
Para além dos resultados de correlação, buscamos na literatura informações
sobre o nível de destreza manual esperado de acordo com a idade, uma vez que o BBT
não fornece resultado classificatório. Encontramos que os valores médios da nossa
amostra estão abaixo do esperado de acordo com estudos de dados normativos
consultados.(20, 60, 61)
Estudo que avaliou habilidades motoras finas em crianças
encontrou resultados abaixo do esperado para idade.(22) Os autores apontam as
mudanças ambientais e culturais como possíveis causas para estes resultados. Fatores
como menos exposição à atividade física, uso excessivo de telas e diminuição de
brincadeiras que desenvolvem a motricidade fina (tais como brinquedos de encaixe) são
trazidos à tona. No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender as reais
causas de encontrarmos valores abaixo do esperado para idade, seja em habilidades
motoras grossas ou finas.
36
utilizando movimento balístico. Há indícios de que essa organização se dá de forma
diferente entre as idades e também é influenciada por restrições da tarefa, como a
direção do movimento.
Do ponto de vista clínico, estudos com populações específicas são necessários.
Mas durante o atendimento de crianças nessa faixa etária, é possível esperar que
crianças menores utilizarão mais correções durante a execução do movimento para
cumprir o objetivo da tarefa, enquanto crianças maiores conseguirão planejar e antecipar
de forma mais eficiente. Isso possibilita o uso de estratégias que favoreçam o
desempenho, como o acréscimo de informações sensoriais para que o sistema se
planeje melhor e seja capaz de corrigir o movimento de forma mais eficiente.
Incluir a direção do movimento como uma restrição na tarefa pode favorecer o uso
de articulações proximais (alvo contralateral), favorecendo a acurácia e precisão, ou
enfatizando o uso de articulações distais (alvo ipsilateral), com perda na acurácia e
precisão, mas incremento de velocidade durante a execução do movimento.
37
9 CONCLUSÃO
38
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43
ANEXO 1 - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
UNIFESP - HOSPITAL
SÃO PAULO -
HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DA
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SÃO
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
Área Temática:
Versão: 2
CAAE: 13744619.5.0000.5505
Instituição Proponente: Universidade Federal de São Paulo
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 3.528.124
Apresentação do Projeto:
Projeto CEP/UNIFESP n:0563/2019 (parecer final)
Trata-se de Projeto de mestrado de Danielle Silva Viegas de Oliveira. Orientadora: Profª Drª Cristina
dos Santos Cardoso de Sá. Coorientação: Profª Drª Sandra Regina Alouche; Projeto vinculado ao
Departamento de Ciências do Movimento Humano, Campus Baixada Santista, UNIFESP.
APRESENTAÇÃO: O desenvolvimento motor ocorre de forma intensa nos primeiros anos de vida;
durante esse processo novas funções são adquiridas e aprimoradas. Inicialmente desenvolvemos
padrões de movimento simples e desorganizados, que aos poucos vão se tornando mais complexos
e elaborados. Normalmente, habilidades motoras grossas são desenvolvidas (como a locomoção, o
equilíbrio e a manipulação) para em seguida habilidades específicas serem conquistadas, como é o
caso de várias tarefas realizadas com os membros superiores. No entanto,
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ANEXO 2 - DOCUMENTOS DE ANÁLISE E AUTORIZAÇÃO DA DIRETORIA
REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE ITAQUERA
APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome do participante:
____________________________________________________
Data ____/_____/_____
Nome do pesquisador/testemunha:
__________________________________________________________
Assinatura da testemunha:
__________________________________________________________
Data ____/_____/_____
Data_____/_____/_____
APÊNDICE 2 - TERMO DE ASSENTIMENTO
Declaração do participante
Eu ______________________________________ aceito participar do
trabalho sobre “DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS GROSSAS E
HABILIDADES MANUAIS EM ESCOLARES”, em que farei testes para verificar o meu
desenvolvimento motor e o movimento de alcance.
Declaro que a pesquisadora Danielle Silva Viegas de Oliveira me explicou todas
as questões sobre o estudo que vai acontecer. Compreendi que não sou obrigado(a)
a participar da pesquisa, eu decido se quero ou não participar.
Dessa forma, concordo livremente em participar dos encontros para que os
testes sejam feitos, sabendo que posso desistir a qualquer momento, se assim
desejar.
Escola______________________________________________________
*Quando acessar as tabelas normativas, utilize anos e meses. Não faça arredondamentos.
• Instruções para todos os itens de teste devem ser precedidas de uma boa demonstração da habilidade desejada, o que inclui
todos os critérios de performance. Após, dê à criança uma tentativa prática, seguida por duas tentativas que você pontua. Se
estiver incerto se a criança performou os critérios de desempenho corretamente, administre um novo ensaio, olhe somente
para esses critérios, e pontue-os.
• Pontue cada critério de desempenho como:
o 1 = Executa corretamente 0 = Não executa corretamente
• Pontuações de critério de desempenho são calculadas pela soma das pontuações da Tentativa 1 e da Tentativa 2 para cada
critério de desempenho.
• Pontuações de habilidade são calculadas pela soma de todas as pontuações de critério de desempenho para cada habilidade.
• A Pontuação locomotora total bruta é calculada pela soma das 6 pontuações de habilidade locomotora.
• A Pontuação de habilidade com bola total bruta é calculada pela soma das 7 pontuações de habilidade com bola.
Seção 6. Registro do desempenho por item
Subteste Locomotor
Habilidade Materiais Direções Critério de desempenho Tentativa 1 Tentativa 2 Pontuação
1. Correr 18,3 metros Posicione os dois cones a 1. Braços se movem em oposição à perna com
de espaço 15,2 metros de distância um cotovelos flexionados.
livre e dois do outro. Tenha certeza de
cones ou ter de 2,4 a 3,1 metros de 2. Pequeno período em que os dois pés se
marcadores espaço atrás do cone para encontram fora da superfície
uma parada segura. Diga 3. Aterrissagem com parte do pé, calcanhar ou
para a criança correr de um ponta do pé, no solo (i.e., os pés não tocam
cone ao outro quando você chapados o chão).
disser “Vai”. Repita uma 4. Perna que não é de apoio flexionada cerca de
segunda tentativa. 90° (i.e., perto das nádegas)
Pontuação da habilidade
2. Galopar 7.6 metros de Posicione os dois cones à 1. Braços flexionados e balançando para a frente
espaço livre, uma distância de 7,6 metros 2. Um passo adiante com o pé condutor, seguido
e dois cones entre eles. Diga para a pelo outro pé, que pousa ao lado, ou um pouco
ou criança galopar de um cone atrás do pé condutor (não à frente do pé
marcadores ao outro e parar. Repita uma condutor).
segunda tentativa. 3. Pequeno período em que os dois pés se
encontram fora da superfície
4. Mantém um padrão rítmico por 4 galopadas
consecutivas.
Pontuação da habilidade
3. Pulo com No mínimo Coloque os cones com 4.6 1. A perna que não está pulando balança para
uma perna 4,6 metros de metros de distância entre frente em um padrão pendular para produzir força
só espaço livre, eles. Diga para a criança 2. O pé que da perna que não pula segue atrás da
dois cones ou pular com um único pé perna que pula (não passa à frente)
marcadores quatro vezes com seu pé 3. Braços flexionam e balançam para frente para
dominante (estabelecido produzir força
antes do teste). Repita uma 4. Pula quatro vezes consecutivas com o pé
segunda tentativa. dominante antes de parar.
Pontuação da habilidade
4. Pulos No mínimo Coloque os cones com 9,1 1. Um passo a frente seguido de um pulo com o
alternando de 9,1 metros metros de distância entre mesmo pé.
as pernas de espaço eles. Marque duas linhas a 2. Braços estão flexionados e se movem em
livre e dois pelo menos 9,1 metros de oposição às pernas para produzir força.
cones ou distância com 3. Completa quatro pulos alternados contínuos e
marcadores cones/marcadores. Diga para rítmicos.
a criança pular de forma
alternada de um cone ao
outro. Repita uma segunda
tentativa.
Pontuação da habilidade
5. Pulo No mínimo Marque uma linha de início 1. Antes do pulo, ambos os joelhos estão
horizontal de 3,1 metros no chão, tablado ou carpete. flexionados e o braços estendidos atrás das costas.
de espaço Posicione a criança atrás da 2. Braços se estendem com força para frente e
livre e fitas ou linha. Peça para a criança para cima, passando acima da cabeça.
marcadores pular o mais longe possível. 3. Ambos os pés saem do chão e pousam juntos.
Repita uma segunda 4. Ambos os braços são forçados para baixo
tentativa durante a aterrisagem.
Pontuação da habilidade
6. Deslizar No mínimo Posicione dois cones com 7,6 1. Corpo vira de lado de forma que os ombros se
7.6 metros de metros de distância entre mantem alinhados com a linha do chão (pontue
espaço livre, eles em uma linha reta. Diga somente no lado preferido)
uma linha para a criança deslizar de um 2. Um passo lateral com o pé direcionador seguido
reta e dois cone ao outro. Deixe a por uma deslizada com o pé seguinte onde ambos
cones ou criança decidir em qual deixam de tocar o chão por um breve momento.
marcadores direção irá deslizar primeiro. (pontue somente no lado preferido)
Peça para a criança deslizar 3. Quatro deslizadas contínuas com o lado
de volta para o ponto inicial. preferido.
Repita uma segunda 4. Quatro deslizadas contínuas com o lado não
tentativa. preferido.
Pontuação da habilidade
Pontuação locomotora total bruta
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
Sujeito: ______
Informações Pessoais
Nascimento e Desenvolvimento
A seguir você responderá algumas perguntas sobre o nascimento e desenvolvimento de seu filho(a).
- Seu filho(a) apresenta ou apresentou alguma alteração no desenvolvimento motor? Sem sim,
descreva a seguir. _______________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Seu filho(a) apresenta algum diagnóstico de problemas nas articulações, ossos ou músculos? Se
sim, descreva a seguir. ________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
- Seu filho(a) apresenta algum diagnóstico de problemas no sistema nervoso? Se sim, descreva a
seguir. ____________________________________________
_______________________________________________________________
- Seu filho(a) apresenta alguma dificuldade para enxergar ou escutar? Se sim, descreva a seguir.
________________________________________________
_______________________________________________________________
- Seu filho(a) apresenta dificuldades na escola para se concentrar ou prestar atenção nas aulas? Se
sim, descreva a seguir. __________________________
_______________________________________________________________
- Seu filho(a) queixa-se de dor em alguma parte do corpo? Se sim, descreva a seguir.
_________________________________________________________
Dados Escolares
Escola de Origem:_________________________________________________
Ano/ Série: ______________________________________________________
Seu filho(a) faz aulas de educação física na escola? _____________________
Seu filho(a) já foi reprovado em alguma série? Se sim, informe qual. ________
_______________________________________________________________