agrada quando é visto (significa que intuitivamente há uma apreensão imediata da coisa como um todo). O belo é aquilo que satisfaz nossos desejos simplesmente por nosso conhecimento intuitivo dele”. Immanuel Kant: “O belo é o objeto de um prazer inteiramente desinteressado”. Nós não estamos interessados em possuir ou usar a coisa de outra maneira que não seja apenas para conhecê-la. E esse desejo desinteressado e prazeroso, que vem de sua própria satisfação.
Qual a distinção entre a beleza a verdade e a bondade?
A verdade é uma qualidade das afirmações que podemos fazer sobre as coisas do mundo. A bondade é uma qualidade inerente às coisas que desejamos ou usamos. A beleza é algo que associamos normalmente em obras de arte.
Qual a relação entre a beleza a verdade e a bondade?
O belo (beleza) é como o bom (bondade) na medida em que nos agrada e satisfaz o desejo, mas ele também é como o verdadeiro (verdade) na medida em que é um objeto de conhecimento, e não da ação. A beleza é subjetiva (é apenas uma questão de gosto pessoal) ou é objetiva (no objeto em si)? A única coisa que chamamos de bela é aquela que, em relação à nossa capacidade, é apenas difícil o suficiente para exigir algum esforço de nossa parte para reconhecê-la individualmente; e não muito difícil para que nosso esforço obtenha êxito e que, diante do sucesso do entendimento, fiquemos satisfeitos. E o prazer do sucesso em entendê-la, o esforço de conhece-la transforma-se na experiência da beleza. Estes fatos, indicam evidentemente, o aspecto subjetivo da beleza, mas também aponta para algo no aspecto objetivo que é em si bonito. Quanto melhor for o gosto do indivíduo, mais belo serão os objetos que ele pode apreciar, ou, quanto mais belos forem os objetos que um indivíduo pode apreciar, melhor será seu gosto.
O que existe na coisa que a torna bela, independentemente
de como a vemos ou de nossa própria experiência? Um objeto é belo se, em primeiro lugar, ele for um, se ele se encaixar como uma coisa, se tiver unidade. Em segundo lugar, se for uma coisa complexa, como é quase tudo que examinamos, sua unidade deve ser constituída por uma proporção, uma ordem e um arranjo de partes, a estrutura delas como um todo deve ter clareza de ordem. A unidade, a ordem e a clareza nas coisas são os elementos de sua beleza objetiva. Tudo que fazemos pode ser bem feito ou mal feito. É bem feito quando é bem organizado, quando é unificado, quando suas partes estão devidamente relacionadas e sua estrutura é clara. E dizer que algo é bem feito é dizer que algo é bonito.
Conhecemos a beleza através da arte, mas também não
existe beleza na natureza? Aristóteles: “Para ser bela, uma criatura viva, com cada conjunto composto por partes, não deve apenas apresentar certa ordem em seu arranjo de peças, mas também deve ter certa magnitude. Se algo for demasiado grande para ser visto, ou pequeno demais para que sua estrutura possa ser claramente vista, ele não será belo. Deve ser de tal porte, com suas partes ordenadas de tal maneira, com unidade clara e estrutura evidente, para que assim possamos chamá-lo de um belo conjunto”. A beleza que existe na natureza, sem qualquer esforço artístico de nossa parte, é aquela que se encontra nas flores, nas árvores ou nos animais. Todos sabem a diferença entre uma rosa bem formada e uma deformada, entre um animal bem formado e um deformado. Todos nós reconhecemos a feiura da deformidade e a beleza daquilo que é bem formado. O que entendemos por coisas bem formadas são aquelas cuja noção de unidade esteja clara, que suas peças estejam bem ordenadas, e sua estrutura, evidente.
BERG, Isabela - O Ambiente Dos Monumentos, A Paisagem Dos Ambientes Uma Leitura Do Pensamento e Da Prática de Gustavo Giovannoni Na Tutela de Sítios de Valor Patrimonial