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Teoria do Conhecimento: Sócrates, Platão e Aristóteles

A teoria do Conhecimento é uma disciplina filosófica que investiga as condições do


conhecimento verdadeiro. Os filósofos da Antiguidade e da Idade Média interessaram
pelas questões a respeito do conhecimento, embora ainda não se tratasse
propriamente de uma teoria do conhecimento como disciplina independente.
Sócrates gostava de conversar com as pessoas sobre um assunto sobre o qual
quisesse demonstrar a ignorância do interlocutor a respeito. A frase escrita na entrada
do Oráculo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo” representa bem sua filosofia e a partir
daí, ele sempre confessava a própria ignorância: “Só sei que nada sei”. Assim,
confessando-se ignorante a respeito dos assuntos que os outros se julgavam sábios,
era ele mesmo, Sócrates o mais sábio, pois os outros, julgando saber, na verdade não
sabiam; ele, ao contrário reconhecia isso. O método socrático é composto por duas
etapas: a ironia e maiêutica. A segunda etapa do método de Sócrates, a maiêutica,
consiste na construção de conceitos novos surgidos a partir da desconstrução de
conceitos anteriores obtidos na ironia. Esse nome é uma homenagem à profissão de
sua mãe, que era parteira. Assim, através de seus diálogos mostrava a ignorância de
seus interlocutores para em seguida mostrar-lhes a verdade que pretendiam possuir.
Platão elaborou uma explicação para a origem do conhecimento humano, o Inatismo,
onde nascemos com os princípios racionais e ideias inatas. A origem das ideias
segundo Platão é dada por dois mundos que são o mundo inteligível, que é o mundo
que nós, antes de nascer, passamos para ter as ideias assimiladas em nossas
mentes. Na Teoria das Ideias, Platão distingue o mundo sensível, o dos fenômenos,
do mundo inteligível, o das ideias. Quando nós nascemos no mundo conhecidos por
todos, o mundo em que vivemos, denominado por Platão como mundo sensível nós já
temos as ideias formuladas em nossas mentes que para serem utilizadas é necessário
“relembrar” as ideias já conhecidas através do mundo inteligível.
Para Platão existem quatro formas ou graus de conhecimento que são a crença,
opinião, raciocínio e indução. Para ele as duas primeiras podem ser descartadas da
filosofia pois não são concretas, sendo as duas últimas são as formas de fazer
filosofia. Para Platão tudo se justifica através da matemática e através dessa que nós
chegamos a verdadeira realidade. Na obra A República, Platão escreve a alegoria da
caverna uma metáfora que serve de base para o autor expor a dialética dos graus do
conhecimento. Para Platão o conhecimento sensível (crença e opinião) é apenas uma
das realidades, como se fosse uma visão dos homens na caverna e o conhecimento
intelectual (raciocínio e indução) alcança a essência das coisas, as ideais.
Já Aristóteles, discípulo de Platão, defendia o Empirismo, onde as ideias são
adquiridas através de experiência. Para o autor os sentidos são a primeira fonte do
conhecimento: sob esse aspecto, ele critica a teoria da reminiscência platônica. Para
ele, a origem das ideias é explicada pela abstração, pela qual o intelecto, partindo das
imagens sensíveis das coisas particulares, elabora conceitos universais. Os primeiros
princípios das ciências são estabelecidos por percepção ou por indução, que conduz
ao universal pela revisão de exemplos particulares. Depois, por dedução, são
extraídas conclusões por um processo de raciocínio que progride do universal para o
particular.
Exercícios:
1- O método _______________ consiste em induzir as pessoas a descobrirem suas
próprias verdades. Assim como as parteiras auxiliam as mães a “darem à luz” às suas
crianças, o método atua de tal forma que consegue conduzir as pessoas a
descobrirem e conhecerem a sabedoria por seus próprios meios. O método
mencionado se tornou historicamente conhecido como _______________. Assinale a
alternativa que completa corretamente as lacunas do texto.
a) platônico • dedutivo
b) socrático • maiêutica
c) aristotélico • indutivo
d) kantiano • racionalista

2- No livro A República Platão escreve uma metáfora onde seu mestre Sócrates é o
personagem responsável por narrar a vida de um prisioneiro criado no fundo de uma
caverna. Um dia, esse prisioneiro liberta-se das correntes que o aprisiona e percorre o
caminho da saída da caverna. Ele contempla o mundo real fora da caverna e descobre
que tudo o que vivera era falso, o que acreditava ser verdade, não passavam de
sombras projetadas no fundo da caverna. A metáfora escrita por Platão – e criticada
por Aristóteles- e cumpre um sentido didático para ensinar que:
a) O verdadeiro conhecimento surge da libertação das correntes dos preconceitos e
das opiniões
b) As sociedades antigas eram hostis e aprisionavam os cidadãos em cavernas.
c) A filosofia é responsável pelo aprisionamento da mente.
d) O verdadeiro conhecimento se dá pela autoridade, aquilo que os filósofos dizem é a
representação da verdade.
Introdução à Ética

Moral é o conjunto de regras que determinam o comportamento dos individuas em um


grupo social, ou seja, o sujeito moral é aquele que age bem ou mal na medida em que
acata ou transgride as regras morais admitidas em determinada época ou por um
grupo de pessoas. Diz respeito à ação moral concreta, quando nos perguntamos: O
que devo fazer? Como devo agir nessa situação? Ética é a reflexão sobre as noções e
princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão orienta-se nas mais diversas
direções, dependendo da concepção de ser humano tomada como ponto de partida.
Por exemplo, à pergunta "O que é o bem e o mal?", respondemos diferentemente,
caso o fundamento da moral esteja na ordem cósmica, na vontade de Deus ou em
nenhuma ordem exterior à própria consciência humana. A fim de garantir a
sobrevivência, o ser humano age sobre a natureza transformando-a em cultura. Para
que a ação coletiva seja possível, são estabelecidas regras que organizam as relações
entre os indivíduos, por isso é impossível um povo sem qualquer conjunto de normas
de conduta. Segundo o antropólogo francês Lévi-Strauss, a passagem da natureza à
cultura, é produzida pela instauração da lei, por meio da proibição do incesto. Assim
se estabelecem as relações de parentesco e de aliança sobre as quais é construído o
mundo humano, que é simbólico. Exterior e anterior ao indivíduo. Há, portanto, a moral
constituída, pela qual o comportamento é orientado por meio de normas. Em função
da adequação ou não à norma estabelecida, o ato será considerado moral ou imoral.
O comportamento moral também varia de acordo com o tempo e o lugar, conforme as
exigências das condições nas quais as pessoas organizam-se ao estabelecerem as
formas de relacionamento e as práticas de trabalho. À medida que essas relações se
alteram, ocorrem lentas modificações nas normas de comportamento coletivo.
A moral, ao mesmo tempo que é o conjunto de regras de como deve ser o
comportamento dos indivíduos de um grupo, é também a livre e consciente aceitação
das normas, ou seja, que o ato só é propriamente moral se passar pelo crivo da
aceitação pessoal da norma. A exterioridade da moral pressupõe, portanto, a
necessidade da interioridade, da adesão mais íntima. Mesmo admitindo o caráter
histórico e social, a moral não se reduz à herança dos valores recebidos pela tradição,
porque já a partir da adolescência o indivíduo desenvolve o pensamento abstrato e a
reflexão crítica e tende a se questionar sobre os valores herdados. A ampliação do
grau de consciência e de liberdade, e, portanto, de responsabilidade pessoal no
comportamento moral, introduz um elemento contraditório entre a norma vigente e a
escolha pessoal. Se aceitarmos unicamente o caráter social da moral, o ato moral
reduz-se ao cumprimento da norma estabelecida, dos valores dados e não discutidos.
Nessa perspectiva, a educação moral visaria apenas a inculcar nas pessoas o medo
das sanções pela não observância das normas. Por outro lado, se aceitarmos como
predominante a interrogação do indivíduo que põe em dúvida a regra, corremos o risco
de destruir a moral: quando ela está focada exclusivamente nos interesses pessoais,
recai no individualismo, na "tirania da intimidade" e, consequentemente, no
amoralismo, na ausência de princípios. Ora, o ser humano não é um Robinson Crusoé
na ilha deserta, mas "convive" com pessoas, e qualquer ato seu compromete os que o
cercam. O aspecto social é considerado de dois pontos de vista. Em primeiro lugar,
significa apenas a herança dos valores do grupo, mas, depois de passar pelo crivo
pessoal, a dimensão social readquire a perspectiva humana e madura que destaca a
ênfase na intersubjetividade essencial da moral. Em outras palavras, quando criamos
valores, não o fazemos para nós mesmos, mas como seres sociais que se relacionam
com os outros.

Exercícios:
1- O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas
vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos
padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do
que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto). O distanciamento
entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade
inerente ao humano, porque as normas morais são:
a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las
integralmente.
d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.

2- O que é ética? O que é moral? Todas as morais, por mais diversas, nascem de um
transfundo comum, que é a ética. A Ética somente existe no singular, pois pertence à
natureza humana, presente em cada pessoa, enquanto a moral está sempre no plural,
porque são as distintas formas de expressão cultural da ética. Acerca desse assunto,
analise os itens seguintes:
I – A ética se constitui como ciência da moral. A ética é teoria, parte do fato da
existência da história da moral.
II – A esfera da ética é o campo de investigação da moral, área da filosofia que
fundamenta as questões dos valores.
III – A moral é a área da filosofia que investiga todos os problemas apresentados pelo
agir humano, relacionados com os valores éticos.
IV – Um dos grandes problemas da ética diz respeito à polêmica entre o relativismo
moral e a ética objetiva. Ou seja, os que defendem que os valores éticos são objetivos
e universais e os que enfatizam que toda moral é relativa à determinada cultura.
V – A filosofia moral, mesmo sendo uma só em princípio, constituída de preceitos
concretos, que orientam o comportamento humano e lhe dão forma, há de mudar
conforme vai mudando o material histórico.

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