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Leituras sugeridas
Gn 2.4-17 – O jardim no Éden; Ap 21.1-4 – O lar celestial Zc 8.3-8 – Serei o seu Deus; Êx 33.17–34.9 – A
glória de Deus; Êx 34.29-35 – O rosto resplandecente; Ef 5.1,2,21–6.4 – O lar cristão; Jo 14.1-3 – Jesus
prepara-nos lugar
INTRODUÇÃO
O Senhor nosso Deus nos ama e manifesta seu amor no cuidado que tem por nós(misericórdia)!
Meditando verdadeiramente nesse cuidado, entendemos acerca da vida que Deus tem preparado para nós
o seu povo.
A família é uma das áreas onde o amor de Deus pelos seus eleitos se demonstra mais intensamente. Na
aliança de amor que Deus estabeleceu com a sua criação e o seu povo, a família recebe um cuidado todo
especial. Assim, tanto o primeiro lar, como nosso lar futuro, nos dão vislumbres gloriosos de Deus e de
seu projeto para a família.
As lições que aprenderemos sobre esses “lares” (abaixo) devem ser aplicadas intencionalmente, onde
estiver a “casa” do Senhor.
I. O LAR DO JARDIM
O lar do jardim era um lugar da graça. Depois de chamar à existência a criação, o Deus Trino criou o
homem e a mulher à sua própria imagem (Gn 1.26; 2.7).
Por ser criado à imagem de Deus, o homem tinha a capacidade de viver em comunhão com Deus. O
homem podia viver face a face com Deus e depois refletir a glória de Deus aos outros.
Após cada ato da criação Deus pronunciou a bênção: “é bom”. Mas quando criou o homem, Deus disse:
“Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Não se tratou de um erro divino. Foi um projeto divino.
Não era bom que o homem estivesse só porque Deus o projetou para viver em companhia. Então Deus
disse: “far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18), ou seja, uma auxiliadora que lhe fosse
adequada.
Então, o lar criado por Deus para o homem tornou-se perfeito, porque havia alguém a quem o homem
pudesse refletir a glória de Deus. Ao compreender este aspecto do plano de Deus para sua família, nosso
pai Adão exultou de alegria, pois, a partir da criação da mulher o homem compartilharia toda a criação
de Deus com alguém que era carne da sua carne e ossos de seus ossos, e com quem se fundiria numa só
carne.
Ambos, homem e mulher, receberam uma incumbência cultural (Gn 1.28) de governar a criação que
lhe era submissa. Para tanto Deus providenciou para ambos os recursos necessários para executarem suas
responsabilidades, de forma que as espécies vegetais e as espécies animais lhes fossem por mantimento
(Gn 1.29,30), como efetivamente foi feito.
II. OS PRINCÍPIOS DO LAR DO JARDIM
Os princípios desse primeiro lar eram os seguintes:
1. O Senhor Deus formou o “homem” e o colocou no jardim. “Deus” é o Criador soberano. “Senhor” é o
seu nome pessoal; revela seu relacionamento pessoal e seu compromisso com o “homem e a mulher”.
2. Deus construiu o lar do jardim. Esse santuário foi edificado e abastecido por Deus. Era o lugar ao qual
eles pertenciam.
3. Homem e mulher foram criados à imagem de Deus. Tinham capacidade para viver em comunhão íntima
com Deus. Havia igualdade de posição, como portadores da imagem de Deus.
4. Foram criados macho e fêmea. A igualdade não excluía a diversidade de sexos. A igualdade permitia que
essa distinção fosse perfeitamente complementar, que se mesclassem numa unidade que refletia
gloriosamente a unidade da Trindade.
5. O homem foi criado primeiro e deu nome à mulher. A ordem da criação e o privilégio de dar nome à
mulher conferiram ao homem a responsabilidade da liderança e autoridade na casa (1Tm 2.11-13).
6. A mulher foi formada para ser auxiliadora. Isso não implicou inferioridade de posição ou de
responsabilidade. A palavra hebraica para auxiliadora – ezer – muitas vezes é usada no Antigo Testamento
para se referir a Deus como nosso ezer. É a presença da mulher neste contexto que dá inteireza ao lar do
jardim, tornando-o completo.
7. Eram uma só carne. Essa intimidade maravilhosa removeu a solidão de Adão e proclamou a centralidade
do casamento. O fato de serem homem e mulher, marido e esposa, dois numa só carne, exige um respeito
mútuo, de forma que respeitar o outro é respeitar a nós mesmos.
8. Casamento significaria deixar pai e mãe. Adão e Eva seriam o pai e mãe de quem os filhos deveriam se
separar para constituir seus próprios casamentos. Por meio desse processo, os relacionamentos ficariam
fortalecidos, e a unidade das famílias ficaria preservada.
9. O homem estava unido à sua esposa. Essa é uma linguagem pactual, que reflete o compromisso de Deus
para com os seus.
10. Havia nudez, mas não vergonha. Homem e mulher podiam estar nus, um diante do outro, porque
refletiam mutuamente a glória de Deus.
11. “Adão e Eva” tinham responsabilidades. O primeiro casal podia refletir mutuamente a glória de Deus e
então voltar-se para a criação com uma unidade de propósito – obedecer ao mandato cultural de ser
fecundo e de exercer domínio sobre a terra. O lar do jardim era um santuário da graça porque Deus
estava lá e vivia em comunhão com os portadores da sua imagem. Adão e Eva contemplavam a glória de
Deus e então tocavam um ao outro com a glória daquele amor. Todas as responsabilidades de um para
com o outro, e de ambos para com a criação, estavam em harmonia. Não havia egoísmo, vergonha, nem
tristeza.
O lar do jardim está fora de alcance para nós, hoje. Não podemos alcançar plenamente aquela
unidade, porque pecamos em Adão. Mas o Filho de Deus providenciou um modo de os filhos de Adão
serem redimidos. Revelou um lar que excede em excelência, todos os “lares”, sugeridos por nossa lógica.
IV. A LIÇÃO DE MOISÉS E DE PAULO
Moisés e Paulo nos fornecem material didático para que nossos lares sejam um reflexo do lar do jardim,
que virá.
Deus revelou-se a Moisés como Senhor, ou Yahweh. Esse nome proclama a bondade intrínseca de Deus
e a qualidade íntima do relacionamento de Deus com seu povo pactual. Quando Moisés desceu do monte,
voltou com o rosto resplandecendo, por refletir a glória de Deus (Êx 34.29).
De início, Moisés não percebeu que estava com o rosto resplandecendo. Isso se aplica a nós em dois
sentidos. Por um lado, quanto mais estamos cientes de nós mesmos, menos irradiamos o caráter de Deus.
Nosso egocentrismo ofusca o reflexo da glória de Deus. Por outro lado, quando contemplarmos a glória de
Deus, somos transformados à semelhança dele e nos tornamos cada vez mais compassivos, graciosos,
tardios em irar, amorosos, fiéis e perdoadores. Nossos lares são transformados em lugar da graça, onde a
glória da bondade de Deus se irradia por meio dos que ali habitam. E isso não tem nada a ver com esforço
próprio. É a vida na graça de Deus.
Conclusão
O empreendimento de nutrir uma família forte está acima do nosso alcance. Entretanto, esse
empreendimento foi projetado para nos levar além da nossa capacidade e nos introduzir na esfera da graça. A
graça de Deus nos capacita a viver acima da habilidade que possuímos, pensando nas pessoas de modo prático
e pedindo graça ao Senhor para mostrarmos às pessoas a bondade de Deus. Deus criou a família dentro de um
plano especial. Deus fez homem e mulher, dando a ambos, alguém com quem refletir a glória de Deus. E Deus
deu a ambos uma incumbência cultural, providenciando os recursos necessários para que cumprissem suas
responsabilidades (Gn 1.29,30).
A natureza complementar dos dois sexos visa a uma cooperação enriquecedora não só no casamento, na
procriação e na vida familiar, mas também nas mais amplas atividades da vida. O modelo do casamento, antes
da queda, é a base para o governo no lar e nas igrejas, bem como um tipo do relacionamento entre Cristo e sua
igreja.
Aplicação após cada lição e aprendizado.
A) Façamos uma lista dos atributos divinos que Deus mostrou a Moisés em Êxodo 34.5-7 a, ore para
que Deus nos dê sabedoria para refletir essas qualidades no seio da nossa família;
Trabalhando e orando para que essa seja a descrição do seu lar e famílias.
Estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, usado com permissão.
Sabemos que Jesus já preparou esse lugar para nós e que ele nos levará para lá (Jo 14.2,3). Sabemos que
o céu é um lugar onde seremos bem recebidos porque Jesus quer que estejamos lá com ele (Jo 17.24).
Sabemos também que viveremos lá para sempre gozando da bondade e da misericórdia de Deus
eternamente. (Sl 23.6).
Zacarias registra uma declaração do nosso lar celestial. No sentido imediato, a visão aplica-se aos judeus
que tinham voltado do exílio na Babilônia. Mas a descrição do profeta oferece esperança para nós
também, pois o texto fala da comunidade do povo de Deus, reunida, com Deus no seu meio (Zc 8.3-8).
Iremos novamente contemplar a Deus e refletiremos somente Deus uns aos outros. Seremos seu povo e
ele será sempre fiel e justo conosco, não porque mereçamos, mas porque ele se uniu a nós na fidelidade
da sua aliança. Seremos novamente a comunidade do pacto reunida por Deus, em Deus e com Deus no
nosso meio.
Na cidade de Deus não haverá distância entre as gerações, não haverá culpa, nem tristeza, pois Deus
habitará conosco no meio da sua cidade, e portanto, não haverá pecado na Santa Cidade. É justamente
por causa do pecado que nunca poderemos ter uma réplica do nosso lar celestial aqui na terra. Mas, isto
não deve impedir que o lar cristão seja uma amostra, um exemplo do lar que nosso Salvador comprou e
preparou para nós.
Estamos hoje entre o lar do jardim e o lar celestial. Não podemos criar o céu na terra, mas nossos lares
podem e devem ser um reflexo do lar que nosso salvador comprou e preparou para nós.