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Rodada #6

Direito Previdenciário
Professor Moisés Moreira

Assuntos da Rodada

SEGURIDADE SOCIAL: 1 Seguridade Social. 1.1 Origem e evolução legislativa no Brasil.

1.2 Conceituação. 1.3 Organização e princípios constitucionais. 2 Legislação

Previdenciária. 2.1 Conteúdo, fontes, autonomia. 2.3 Aplicação das normas

previdenciárias. 2.3.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 3 Regime Geral

de Previdência Social. 3.1 Segurados obrigatórios. 3.2 Filiação e inscrição. 3.3 Conceito,

características e abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte

individual, trabalhador avulso e segurado especial. 3.4 Segurado facultativo: conceito,

características, filiação e inscrição. 3.5 Trabalhadores excluídos do Regime Geral. 4

Empresa e empregador doméstico: conceito previdenciário. 5 Financiamento da

Seguridade Social. 5.1 Receitas da União. 5.2 Receitas das contribuições sociais: dos

segurados, das empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, do clube de

futebol profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas de outras

fontes. 5.3 Salário-de-contribuição. 5.3.1 Conceito. 5.3.2 Parcelas integrantes e

parcelas não-integrantes. 5.3.3 Limites mínimo e máximo. 5.3.4 Proporcionalidade.

5.3.5 Reajustamento. 5.4 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à

seguridade social. 5.4.1 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do

Brasil. 5.4.2 Obrigações da empresa e demais contribuintes. 5.4.3 Prazo de


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recolhimento. 5.4.4 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária.

6 Decadência e prescrição. 7 Crimes contra a Seguridade Social. 8 Recurso das decisões

administrativas. 9 Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiários, espécies de

prestações, benefícios, disposições gerais e específicas (Parte II – Demais benefícios),

períodos de carência, salário-de-benefício, renda mensal do benefício, reajustamento

do valor dos benefícios. 10 Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade de

segurado. 11 Lei nº 8.212/1991 e alterações. 12 Lei nº 8.213/1991 e alterações. 13

Decreto nº 3.048, de 06/05/1999 e alterações. 14 Lei de Assistência Social (LOAS):

conteúdo; fontes e autonomia (Lei nº 8.742/1993 e Decreto nº 6.214/2007 e alterações).

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a. Teoria em Tópicos

AUXÍLIO-DOENÇA - AD

1. Trata-se do benefício devido ao segurado considerado incapaz para o trabalho ou

para suas atividades habituais por mais de 15 dias consecutivos.

1.1. A incapacidade para o trabalho deverá ser verificada por perícia médica do

INSS. Se concedido, o AD será mantido até que haja recuperação da

capacidade para o trabalho, ou a reabilitação para o exercício de nova

atividade que lhe garanta a subsistência, ou, quando não recuperável, for

aposentado por invalidez.

1.1.1. Porém, se não for possível realizar a perícia médica, o INSS poderá

celebrar contratos ou acordos, sob sua coordenação e supervisão, com

órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sistema Único de Saúde

(SUS).

1.1.2. De acordo com o STJ, a Lei 8.213/91 não faz distinção quanto à

incapacidade, se deve ser total ou parcial (REsp 699920/SP, de

17/02/2005). Assim, o benefício é devido em ambas as situações.

1.1.3. Comprovado que o requerente do AD é portador do vírus HIV, cabe

ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas e

culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face

da elevada estigmatização social da doença (Súmula 78 da TNU).

1.2. Não será devido ao segurado que se filiar ao RGPS já portador da doença ou

da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade

sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.


Tais situações são chamadas de “doenças ou lesões preexistentes”.

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1.2.1. Exemplo: Lucas, que nunca contribuiu, só começa a fazê-lo depois de

um acidente que o incapacitou para o trabalho; nessa situação, não terá

direito ao auxílio-doença, porquanto a lesão é preexistente. Porém,

Thiago, acometido de câncer, começa a trabalhar e somente depois de

um tempo é que vem a se incapacitar pela progressão ou agravamento

da doença; nessa situação; haverá direito ao benefício.

1.3. A empresa é que deve pagar o salário do segurado empregado até o 15º dia

do afastamento, situação que se caracteriza como interrupção do contrato de

trabalho. A partir do 16º dia, o contrato é suspenso e o segurado é

considerado licenciado, cabendo ao INSS o pagamento do benefício.

1.3.1. Conforme MP 808/2017, no caso de trabalho intermitente, a empresa

não paga os 15 primeiros dias.

1.3.2. Incidem contribuições sobre os 15 dias iniciais do auxílio-doença?

1.3.2.1. O STJ entende que não, pois se trata de valores indenizatórios

e não salariais. Afirmar que o valor pago não é destinado a retribuir

o trabalho do empregado, pois há interrupção do contrato de

trabalho, ou seja, não há prestação de serviço.

1.3.2.2. Todavia, conforme se depreende da Lei 8.213/91, bem como

de acordo com o entendimento da Receita Federal, incide

contribuição previdenciária sobre o salário recebido pelo

empregado nos 15 primeiros dias de afastamento.

1.3.2.3. Para a prova, observe o estilo da banca (Cespe) ou a citação

direta da jurisprudência. Nessas situações, deve-se considerar que

não incide contribuição.

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1.4. Pessoal, conforme classificação quanto à origem da incapacidade, o auxílio-

doença pode ser: a) acidentário, quando decorrente de acidente do trabalho

ou de doença profissional ou do trabalho; b) comum ou previdenciário,

abrangendo as demais situações – inclusive as de acidentes que não sejam

considerados como do trabalho.

1.4.1. Primeiramente, convém diferenciarmos acidente de qualquer

natureza ou causa, acidente do trabalho e doenças ocupacionais:

Acidente de qualquer natureza ou Acidente do trabalho Doenças ocupacionais


causa

I. Origem traumática ou por I. Ocorre pelo exercício de trabalho I. Advém da própria


exposição a agentes a serviço de empresa ou de atividade do
exógenos (físicos, químicos e empregador doméstico ou pelo trabalhador. São
biológicos). exercício de trabalho pelo equiparadas ao
segurado especial. acidente de trabalho,
II. Acarreta lesão corporal ou dividindo-se em doença
perturbação funcional que V. Acarreta lesão corporal ou profissional e doença
cause a morte, a perda ou a perturbação funcional que cause do trabalho.
redução permanente ou a morte, a perda ou a redução
temporária da capacidade permanente ou temporária da II. Doença profissional
laborativa. capacidade laborativa. (tecnopatia): É aquela
produzida ou
III. Gera benefício por VI. Gera benefício por incapacidade estimulada pelo
incapacidade do tipo do tipo acidentário. exercício do trabalho
previdenciário ou comum. peculiar a determinada
VII. Exemplo: Fratura no tornozelo atividade e constante
IV. Exemplo: Queda de bicicleta por escorregão no local de de lista ministerial.
num passeio de fim de trabalho. Exemplo: LER.
semana.
III. Doença do trabalho
(mesopatia): É aquela
adquirida ou
desencadeada em
função de condições
especiais em que o
trabalho é realizado e
que com ele se
relacione diretamente,
constante em lista
ministerial. Exemplo:
Surdez (diacusia),

1.4.2. São equiparados a acidente do trabalho:

I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa

única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para

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redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão

que exija atenção médica para a sua recuperação.

II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em

consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado

por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional,

inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato

de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de

companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e)

desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou

decorrentes de força maior.

III - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de

trabalho: a) Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a

autoridade da empresa; b) Na prestação espontânea de qualquer serviço

à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) Em viagem

a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta

dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra,

independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de

propriedade do segurado; d) No percurso da residência para o local de

trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção,

inclusive veículo de propriedade do segurado.

1.4.3. Amigos, é preciso que guardemos as situações que não são consideradas

como doenças de trabalho, uma vez que isso é muito exigido nos

concursos! Nos termos do art. 20, §1º, da Lei 8.213/91, não são

consideradas como doenças do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a

inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d)

a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que

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ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição

ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Isto cai muito!


Atenção!

1.4.4. A perícia médica do INSS constatará a natureza acidentária da

incapacidade quando verificar a ocorrência de nexo técnico

epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre

a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade

mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação

Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o

regulamento (Lei 8.213/91, art. 21-A).

1.4.4.1. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o

acidente do trabalho (CAT) à Previdência Social até o primeiro dia

útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à

autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite

mínimo e o limite máximo do salário de contribuição,

sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada

pela Previdência Social.

1.4.4.2. Na falta de comunicação por parte da empresa, podem

formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade

sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer

autoridade pública, não prevalecendo nestes casos os prazos

citados (Lei 8.213/91, art. 22, caput e §1º).

1.4.4.3. Tem-se como dia do acidente, no caso de doença profissional

ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o

exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória,

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito

o que ocorrer primeiro (Lei 8.213/91, art. 23).

1.4.5. Amigos, dada a alta incidência em concursos, enfatizo que o auxílio-

doença poderá ser acidentário, quando decorrente de acidente do

trabalho ou de doenças profissionais ou do trabalho, ou previdenciário,

que abrange as demais situações. E por que existe tal diferenciação no

auxílio-doença? Por várias razões, dentre as quais destaco:

1.4.5.1. O auxílio-doença acidentário dispensa carência. Já o auxílio-

doença previdenciário somente dispensará carência se for oriundo

de acidente de origem não ocupacional ou das doenças listadas em

lista específica.

1.4.5.2. A estabilidade de 12 meses no trabalho, prevista no art. 118 da

Lei 8.213/91, somente se aplica ao segurado empregado que tenha

sofrido acidente de trabalho.

1.4.6. Atenção! As ações previdenciárias contra o INSS, como regra geral,

devem ser julgadas na Justiça Federal, exceto as decorrentes de

acidentes do trabalho, que são de competência da Justiça Estadual.

1.5. Podem ser beneficiários do auxílio-doença todos os segurados do RGPS.

1.6. A carência é, em regra, de 12 contribuições mensais. Para o segurado especial,

exige-se a comprovação da atividade rural por 12 meses. Porém, estará

dispensada nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença

profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-

se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas

em lista ministerial, atualizada a cada 3 anos (Lei 8.213/91, art. 26, II). Esta lista

ainda não existe e até que seja elaborada deve-se considerar como isentas de

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carência doenças graves, tais como tuberculose ativa, câncer e doença de

Parkinson – Vide art. 151, da Lei 8.213/91.

1.6.1. Segundo o STJ, o segurado que deixa de contribuir, por estar

incapacitado para o trabalho, não perde a qualidade de segurado.

Também a TNU (Súmula 26), estabelece que, para a concessão de

benefício por incapacidade, não será considerada a perda da qualidade

de segurado decorrente da própria moléstia incapacitante. É preciso que


se avalie se há de qualidade de segurado na data em que, de fato, este ficou incapaz.

1.7. A Renda Mensal Inicial - RMI do auxílio-doença corresponde a 91% do Salário

de Benefício - SB. Tal valor não poderá superar a média aritmética simples dos

12 últimos salários de contribuição, inclusive em caso de remuneração

variável. Caso não haja 12 contribuições, deve ser feita a média dos salários

existentes (Lei 8.213, art. 29, §10). É uma espécie de “subteto” do auxílio-doença!

1.8. Quanto à Data de Início do Benefício – DIB:

Para os empregados Para os demais segurados, inclusive o


trabalhador intermitente (MP 808/2017)

DIB = 16º dia, se requerido em até 30 dias da DIB = Data do Início da Incapacidade (DII), se
data do afastamento. requerido em até 30 dias do início da
incapacidade.
DIB = DER, se requerido posteriormente a
essa data. DIB = DER, se requerido posteriormente a 30
dias da DII.

1.8.1. Se for concedido novo benefício decorrente da mesma doença

dentro de 60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa

estará desobrigada do pagamento dos 15 primeiros dias, devendo ser

prorrogado o benefício anterior e descontados os dias trabalhados, se

for o caso.

1.8.2. De acordo com o STJ, a data de início do benefício por incapacidade,

na concessão judicial diante do indeferimento pelo INSS, será a data da

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citação, e não a data da juntada do laudo pericial, isso quando não for

possível retroagir ao requerimento administrativo (REsp nº 1.311.665 –

SC, 1ª Turma, 02/09/2014).

1.8.3. A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando

tiver ciência da incapacidade do segurado sem que este tenha requerido

auxílio-doença (Decreto 3.048/99, art. 76). Isso pode cair!

1.9. O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho ou

pela transformação em aposentadoria por invalidez ou em auxílio-acidente.

1.9.1. Amigos, atenção para as alterações feitas pela Lei 13.457/2017!

1.9.1.1. Sempre que possível, o ato de concessão ou de reativação de

auxílio-doença, judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo

estimado para a duração do benefício. Se tal prazo não for fixado,

o benefício cessará após 120 dias, salvo se o segurado solicitar a

prorrogação (Lei 8.213/91, art. 60, § § 9º e 8º). O segurado poderá,

se for insuficiente tal prazo, solicitar nova perícia nos 15 dias

anteriores à cessação do benefício (Pedido de Prorrogação).

Poderá, ainda, em 30 dias, interpor recurso à Junta de Recursos.

1.9.1.2. Ademais, agora consta, expressamente, que o segurado em

auxílio-doença, concedido judicial ou administrativamente, poderá

ser convocado a qualquer momento para avaliação das condições

que ensejaram sua concessão ou manutenção.

1.9.1.3. Por fim, o segurado em auxílio-doença, insuscetível de

recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a

processo de reabilitação profissional para o exercício de outra

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

atividade. Se não for considerado recuperável, deverá ser

aposentador por invalidez (Lei 8.213/91, art. 62).

1.9.2. O segurado em auxílio-doença que exercer atividade que lhe garanta

subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à

atividade. Se tal atividade for diversa da que originou o benefício, deverá

ser verificada a incapacidade em relação a cada uma das atividades

exercidas.

1.10. Vamos a algumas observações finais relevantes sobre o auxílio-doença:

1.10.1. O beneficiário estará obrigado, independentemente de sua idade e

sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a

cargo da Previdência Social, a processo de reabilitação por ela prescrito

e custeado e a tratamento gratuito, exceto o cirúrgico e a transfusão de

sangue, que são facultativos. Não se aplica aos segurados em gozo de

auxílio-doença a dispensa para realização desses exames prevista no §

1º, do art. 101, da Lei 8.213/91.

1.10.2. O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade

abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de

incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia

médica ser conhecedora de todas as atividades que o segurado estiver

exercendo. Nessa situação, o benefício será concedido em relação à

atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se

para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa

atividade. Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma

profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas.

1.10.2.1. Olha só que interessante, amigos! O AD, em regra, é

temporário, pois, se a incapacidade for total e permanente, será

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

concedida aposentadoria por invalidez. Porém, se a pessoa exerce

várias atividades e fica incapaz apenas para uma, o AD será pago

enquanto durar a incapacidade. Assim, será possível, por exceção,

fuga à regra constitucional que impede pagamento inferior ao

salário-mínimo (CF, art. 201, §2º), desde que o valor do benefício, se

somado às remunerações, seja superior ao salário mínimo.

1.10.3. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada deverá

pagá-lo, durante o período do auxílio doença, a diferença entre o valor

deste e o daquele garantido pela licença.

1.10.4. Atenção para Súmula 72 da TNU: É possível o recebimento de

benefício por incapacidade durante período em que houve exercício de

atividade remunerada quando comprovado que o segurado estava

incapaz para as atividades habituais na época em que trabalhou.

AUXÍLIO-ACIDENTE - AA

2. É o benefício, de caráter indenizatório, devido ao segurado quando, após

consolidação das lesões advindas de acidentes de qualquer natureza, houver

sequelas que reduzam a capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

2.1.1. É o único benefício previdenciário de natureza exclusivamente

indenizatória. Não substitui o salário de contribuição, tampouco os

ganhos habituais do trabalhador, razão pela qual poderá ser pago em

valor inferior ao salário mínimo.

2.1.2. Até a Lei 9.528/1997, era vitalício e podia, inclusive, ser acumulado

com aposentadorias do RGPS, além de ser devido somente no caso de

acidente de trabalho e equiparados. Atualmente, é devido em situações

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

de acidentes de qualquer natureza (e doenças ocupacionais) e deve ser

cessado quando da concessão de aposentadorias do RGPS!

2.1.3. Amigos, o auxílio-acidente será concedido quando as sequelas

geradas implicarem em: I - redução da capacidade para o trabalho

habitual; II - redução da capacidade para o trabalho habitual e que exija

maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam a

época do acidente; III - impossibilidade de desempenho da atividade que

exerciam a época do acidente, porém permita o exercício de outra, após

processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia

médica do INSS.

2.1.3.1. De acordo com o STJ, será devido o auxílio-acidente quando

demonstrado o nexo entre a redução de natureza permanente da

capacidade laborativa e a atividade profissional desenvolvida,

sendo irrelevante a possibilidade de reversibilidade da doença.

2.1.4. Perceberam, amigos, o quanto o auxílio-acidente é diferente do

auxílio-doença? Apesar de ambos poderem decorrer de acidentes de

qualquer natureza, o fato é que um é concedido diante da incapacidade

para o trabalho (auxílio-doença), enquanto que o outro é meramente

indenizatório (auxílio-acidente), podendo ser pago, inclusive, em

concomitância com o exercício de atividade remunerada, ou seja, não

exigindo o afastamento da atividade.

2.1.4.1. No dia a dia do INSS, diante de um acidente de qualquer

natureza, com incapacidade para o trabalho, concede-se,

primeiramente, o auxílio-doença. Após a consolidação das lesões,

se houver sequelas definitivas que reduzam a capacidade para o

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

trabalho, aí sim, é concedido o auxílio-acidente e cessado o

primeiro.

2.2. É importante enfatizar que o auxílio-acidente é cabível no caso de acidente de

qualquer natureza e não somente no caso de acidente do trabalho ou de

doenças ocupacionais (do trabalho ou profissionais).

2.2.1. Ou seja, também em relação ao auxílio-acidente, tem-se a seguinte

divisão: a) auxílio-acidente decorrente de acidente do trabalho; e b)

auxílio-acidente comum ou previdenciário (acidentes não relacionados

ao trabalho, a exemplo de um acidente de moto que provoca a perda de

dedos de um segurado digitador).

2.2.2. Cuidado! Nos casos de perda da audição, é preciso que a sequela seja

produzida por acidente de trabalho (bem como por situações

equiparadas, a exemplo das doenças ocupacionais) e que haja

diminuição efetiva e permanente da capacidade para a atividade que o

segurado exercia habitualmente. Nesse sentido, também STJ.

2.2.3. Muita atenção! Não é cabível a concessão de auxílio-acidente nas

situações que apresentem danos funcionais ou redução da capacidade

funcional sem repercussão na capacidade laborativa; bem como nos

casos de mudança de função, mediante readaptação profissional

promovida pela empresa, como medida preventiva, em decorrência de

inadequação do local de trabalho (RPS, art. 104, §4º).

2.2.4. Têm direito a esse benefício os empregados, trabalhadores avulsos,

segurados especiais e o empregado doméstico. Isso porque, apenas em

relação a tais segurados, é que há previsão de contribuição para o

SAT/RAT, que é devida pelas empresas nos percentuais de 1, 2 ou 3%

sobre a remuneração dos empregados ou avulsos que lhes prestam

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

serviço (Lei 8.212/91, art. 22, II); já o segurado especial contribui com

0,1% sobre a comercialização da produção rural.

2.3. O auxílio-acidente não exige carência para sua concessão.

2.4. A RMI é de 50% do salário de benefício e será devido até a véspera do início

de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito. (Lei 8.213/91, art. 86, §1º).

2.4.1. Também é correto dizer, amigos, que a RMI do auxílio-acidente

corresponde a 50% do salário de benefício que deu origem ao auxílio-

doença, reajustado pelos índices de manutenção até a data do início do

auxílio-acidente (RPS, art. 104, §1º). Claro, tal regra terá aplicação nos

casos em que o auxílio-acidente é precedido de auxílio-doença!

2.4.2. Antes da Lei 9.032/95, o auxílio-acidente era devido no valor de 30%,

40% ou 60% do salário de contribuição do dia do acidente de trabalho.

Com a referida Lei, a RMI passou a ser de 50% do salário de benefício.

Diante da novidade, muitos foram à justiça pedir a revisão do benefício,

a fim de ajustar o valor à nova forma de cálculo. Conforme amplo

entendimento doutrinário e jurisprudencial, citada revisão não deve ser

acolhida, pois, no Direito Previdenciário, vigoram os princípios do

Tempus Regit Actum (segundo o qual deve ser aplicada a lei vigente na
época dos atos praticados) e da Contrapartida (que exige prévia fonte de

custeio para os benefícios e serviços previdenciários).

2.4.3. O AA será devido no dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,

nos casos em que este último benefício precede o auxílio-acidente.

2.4.3.1. De acordo com o STJ, se não houver prévia concessão de

auxílio-doença ou requerimento administrativo de auxílio-acidente,

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

a DIB deste benefício será a data da citação do INSS, pois esse é o

momento em que a Autarquia tem ciência da pretensão do autor.

2.4.3.2. Atenção para a prova de nosso concurso! Apesar de não ser

obrigatória a concessão prévia de auxílio-doença, diante do § 2º, do

art. 86, da Lei 8.213/91, julgue correta a alternativa que traga a

afirmação de que o auxílio-acidente deverá ser concedido no dia

posterior à cessação do auxílio-doença.

2.5. A cessação se dará com a concessão de qualquer aposentadoria, ocasião em

que o auxílio-acidente será considerado como salário de contribuição para

fins de cálculo do salário de benefício. Todavia, nos termos da Lei 8.212/91, o

auxílio-acidente não é considerado como salário de contribuição para fins de

incidência de contribuições previdenciárias.

2.5.1. Exemplo: A aposentadoria por idade de Pedro foi concedida no dia

03/01/2018 e o AA que lhe vinha sendo pago desde 01/01/2010 foi

cessado, dada a vedação de acúmulo aposentadorias. Nessa situação,

apesar de não ter incidido contribuição sobre o valor do auxílio-acidente

que ele recebia, este será considerado para fins de cálculo da

aposentadoria de Pedro (pois integra para fins de salário de benefício).

2.5.2. Também, o segurado em gozo de AA, auxílio-suplementar ou abono

de permanência em serviço terá o benefício encerrado na data da

emissão da certidão de tempo de contribuição (RPS, art. 129). Existe a

presunção de que o tempo do RGPS será utilizado em outro regime. Caso

não seja utilizado, e ocorrendo a devolução da CTC, o auxílio-acidente

poderá ser reativado (IN INSS 77/2015, art. 338, §4º).

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

2.6. Quanto à acumulação de benefícios, é proibido o recebimento em conjunto

de auxílio-acidente e auxílio-doença, se decorrerem do mesmo acidente.

Porém, se os acidentes forem diversos, é possível a acumulação.

2.6.1. Além disso, é proibido receber dois AA. Se o segurado fizer jus a

outro, por novo acidente, deverá ser concedido o mais vantajoso.

2.6.2. Diante do princípio de que os benefícios previdenciários são regidos

pelas normas vigentes quando da implementação dos respectivos

direitos (“Tempus regit actum”), é permitida a acumulação de

aposentadoria e auxílio-acidente desde que a lesão incapacitante e o

direito à aposentadoria sejam anteriores a 11/11/1997, data da

publicação da Lei 9.528.

2.6.3. Súmula 507 do STJ: A acumulação de auxílio-acidente com

aposentadoria pressupõe que a lesão incapacitante e a aposentadoria

sejam anteriores a 11/11/1997, observado o critério do art. 23 da Lei n.

8.213/1991 para definição do momento da lesão nos casos de doença

profissional ou do trabalho.

SALÁRIO-FAMÍLIA - SF

3. É o benefício que consiste num valor regular e permanente pago aos segurados

em razão da existência de dependentes menores de 14 anos ou inválidos de

qualquer idade.

3.1.1. A CF o menciona em dois momentos: a) no art. 7º, XII, consta que são

direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à

melhoria de sua condição social, salário-família pago em razão do

dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; e b) no art.

201, IV, consta que a previdência social será organizada sob a forma de

18
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,

observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e

atenderá, nos termos da lei, a salário-família e auxílio-reclusão para os

dependentes dos segurados de baixa renda.

3.1.1.1. Notem que a CF faz menção apenas aos segurados de baixa

renda, conforme alteração promovida pela EC nº 20/1998. A maioria

da doutrina e o próprio STF entendem que tal restrição é

constitucional, tendo por fundamento o princípio da seletividade e

distributividade na prestação dos benefícios e serviços da

seguridade social.

3.1.1.2. Além disso, apesar da falta de precisão técnica do inciso IV, do

art. 201, da CF, tenhamos em mente que o salário-família é pago

aos segurados do RGPS e não aos dependentes. Nesse sentido, o

inciso XII, do art. 7º, foi preciso ao afirmar que o benefício é pago ao

trabalhador em razão dos dependentes!

3.1.2. Olha a dica para o concurso: Se houver transcrição do texto da CF

(“salário-família para os dependentes...”), considere o item como correto.

Porém, se vier afirmação de que esse benefício é pago aos dependentes,

sem referência direta ao texto da CF, está errado!

3.2. Têm direito ao salário-família os segurados empregados, inclusive os

domésticos, e os trabalhadores avulsos, de baixa renda, na proporção do

respectivo número de filhos ou equiparados, menores de 14 anos, ou

inválidos, de qualquer idade (Lei 8.213/91, art. 65).

3.2.1. Conforme literalidade do parágrafo único, do art. 65, da Lei 8.213/91,

o SF será devido ao aposentado por invalidez ou por idade e aos demais

19
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

aposentados com 65 anos ou mais, se homem, ou 60 anos ou mais, se

mulher, a ser pago juntamente com a aposentadoria.

3.2.2. É devido apenas aos segurados de baixa renda - renda mensal, nos

termos da Portaria MF nº 15/2018, inferior ou igual a R$ 1.319,18.

3.2.3. A invalidez dos filhos ou equiparados (estes são os menores

tutelados e os enteados, os quais devem comprovar dependência


econômica) maiores de 14 anos de idade deve ser verificada em exame
médico-pericial a cargo da Previdência.

3.2.4. Quando o pai e a mãe forem segurados empregados, empregados

domésticos ou trabalhadores avulsos, ambos terão direito ao salário-

família. É possível a percepção de até 2 salários-família em função do mesmo filho!

3.2.4.1. Caso o menor esteja sob responsabilidade e cuidado de outra

pessoa, que não os pais, o salário-família será devido a essa pessoa.

É o caso, por exemplo, do tutor. No divórcio, o salário-família será

pago ao cônjuge que ficar responsável pelo menor.

3.2.5. Para concessão do salário-família, considera-se remuneração

mensal do segurado o valor total do respectivo salário de contribuição,

ainda que resultante da soma dos salários de contribuição

correspondentes a atividades simultâneas. Além disso, deve-se observar

a remuneração que seria devida no mês, independentemente do

número de dias efetivamente trabalhados.

3.2.5.1. Exemplo: Beto, pai de Júnior, de 7 anos, trabalha na empresa

A, que lhe paga R$ 1.000,00, e na B, mesma quantia. Apesar de

poder se enquadrar como baixa renda em cada um dos empregos,

Beto não fará jus ao SF, pois a soma dos salários é de R$ 2.000,00.

20
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

3.2.5.2. Todas as importâncias que integram o salário de contribuição

serão consideradas para fins de análise do direito ao SF, exceto o

13º e o adicional de férias previsto no inciso XVII, do art. 7º, da CF.

3.2.6. O SF será pago, mensalmente, ao empregado, pela empresa, e ao

empregado doméstico, pelo empregador, com o respectivo salário,

efetuando-se o reembolso pela compensação quando do recolhimento

das contribuições patronais.

3.2.6.1. O SF dos trabalhadores avulsos independe do número de dias

trabalhados no mês, sendo pago o valor integral da cota pelo

sindicato ou órgão gestor de mão de obra, mediante convênio. Já o

SF dos empregados será pago proporcionalmente aos dias

trabalhados nos meses de admissão e demissão.

3.2.6.2. O SF correspondente ao mês de afastamento do trabalho será

pago integralmente pela empresa, pelo sindicato ou órgão gestor

de mão de obra, conforme o caso, e o do mês da cessação de

benefício pelo INSS, independentemente do número de dias

trabalhados ou em benefício. Exemplo: Késia, empregada da

empresa A, ficou incapaz para o trabalho no 03/10/2017 e teve

direito ao auxílio-doença até 18/12/2017. Nessa situação, o

pagamento da cota de SF do primeiro mês (janeiro) será feito pela

empresa, e o do último mês (dezembro), pelo INSS.

3.3. O SF dispensa carência, nos termos do art. 26, I, da Lei 8.213/91.

3.4. A RMI do SF consiste numa cota paga em relação a cada dependente filho ou

equiparado com idade de até 14 anos ou inválido. Serão pagas tantas cotas

quantos forem os dependentes.

21
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

3.4.1. Fique atento, amigo leitor! O salário-família não é calculado com base

no salário de benefício. Possui regras próprias! Como não substitui a

remuneração ou os rendimentos do trabalhador, pode ser pago em valor

inferior ao salário mínimo.

3.4.1.1 As cotas são fixadas em Portaria Ministerial, geralmente publicada

em janeiro de cada ano. Nos termos do art. 70, da Lei 8.213/91, tais

cotas não serão incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou

ao benefício.

3.4.1.2 Olha a dica! Os concursos não costumam cobrar os valores de

cada cota. Porém, gostam de perguntar se o SF é devido a todos os

segurados empregados, avulsos e domésticos ou somente àqueles

de baixa renda. Já sabemos a resposta, não é?

3.5 Quanto à DIB, o SF será devido a partir da data da apresentação da certidão

de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado, estando

condicionado à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até

6 anos de idade, e de comprovação semestral de frequência escolar do filho

ou equiparado, a partir dos 7 anos. Se ele não cumprir esta obrigação, o

benefício será suspenso, até que a documentação seja apresentada. Para os

domésticos, exige-se apenas a certidão de nascimento.

3.5.1 Não é devido salário-família no período entre a suspensão do benefício

motivada pela falta de comprovação da frequência escolar e sua

reativação, salvo se provada a frequência escolar regular no período.

3.6 O direito ao salário-família cessa automaticamente: I - por morte do filho ou

equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito; II - quando o filho ou

equiparado completar quatorze anos de idade, salvo se inválido, a contar do

mês seguinte ao da data do aniversário; III - pela recuperação da capacidade

22
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da

incapacidade; ou IV - pelo desemprego do segurado.

3.7 Atenção! O SF não gera o abono anual/13º (Lei 8.213/91, art. 40). O

aposentado pelo RGPS que permanecer em atividade sujeita a esse regime,

ou a ele retornar, fará jus a esse benefício (Lei 8.213/91, art. 18, § 2º).

SALÁRIO-MATERNIDADE - SM

4. É o benefício devido às seguradas nos casos de nascimento de filhos ou de aborto

não criminoso, bem como aos segurados e seguradas nas situações de adoção ou

de guarda judicial para fins de adoção (Lei 8.213/91, arts. 71 a 73).

4.1 O SM será pago, em regra, durante 120 dias, com início no período entre 28

dias antes do parto e a data de ocorrência deste (Lei 8.213/91, art. 71).

4.1.1 Para fins de concessão do salário-maternidade, considera- se parto o

evento que gerou a certidão de nascimento ou certidão de óbito da

criança. Também dá direito ao SM, no período de 120 dias, o parto de

natimorto, o parto antecipado e o parto de gêmeos.

4.1.2 Com a Lei 12.873/2013, o SM, nos casos de adoção e de guarda judicial

para fins de adoção, passou a ser devido por 120 dias aos segurados e

seguradas do RGPS, independentemente da idade da criança. Mas atenção!


Criança, nos termos do ECA, é a pessoa com idade inferior a 12 anos.

4.1.3 O aborto não criminoso, aquele ocorrido anteriormente ao 6º mês de

gravidez, comprovado mediante atestado médico, gera direito ao

benefício por 2 semanas.

4.2 Amigos, como o SM visa substituir a remuneração do trabalhador, o valor da

renda mensal não poderá ser inferior ao salário mínimo.

23
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.2.1 Além disso, conforme previsão da Lei 8.212/91, art. 28, §2º, o SM é

considerado salário de contribuição, e sobre ele incidem contribuições

previdenciárias, sendo contado como tempo de contribuição e como

carência.

4.3 Amigos, atenção! Salário-maternidade é diferente de licença-maternidade.

Esta é concedida no âmbito do trabalho, e poderá, até mesmo, ter duração

superior a 120 dias. Já o salário-maternidade, benefício previdenciário, não

poderá, em regra, ter duração superior a esse prazo.

4.3.1 Conforme Lei 11.770/2008, empresas que se inscreverem no programa

“empresa cidadã” podem conceder 60 dias a mais de licença-

maternidade em razão do parto, adoção ou guarda judicial, desde que a

empregada requeira isso até 1 mês após o parto. Nessa situação, a

empresa é quem arca com o salário da empregada e poderá deduzir esse

valor no imposto de renda. Não se trata de benefício previdenciário!

4.3.2 Em relação ao salário-maternidade, apenas em casos excepcionais, os

períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser

aumentados de mais duas semanas, mediante atestado médico

específico.

4.4 Todos os segurados têm direito ao SM. Com a Lei 12.873/13, na adoção ou

guarda para fins de adoção, também os homens fazem jus ao benefício.

4.4.1 Pessoal, a regra é de que o SM não poderá ser pago a mais de um

segurado, quando decorrente de adoção ou guarda, mesmo que os

cônjuges ou companheiros sejam do RPPS. A exceção fica por conta do

pagamento do salário-maternidade à mãe biológica (Lei 8.213/91, art. 71-

A, § 2º).

24
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.5 A exigência de carência para salário-maternidade dependerá da categoria do

segurado:

Tem carência Não tem carência

Contribuinte individual e segurado facultativo = 10 Empregado e trabalhador avulso.


contribuições mensais.

Segurado especial = 10 meses de atividade rural. Empregado doméstico.

4.5.1 Se houver antecipação do parto, a carência também deverá ser

antecipada. Assim, se o parto de uma segurada facultativa se der no

sétimo mês da gestação, a carência será de 8 contribuições.

4.6 Conforme já mencionamos em outras oportunidades, as rendas mensais dos

salários-família e maternidade não são calculadas com base no salário de

benefício. Para o salário-maternidade, o cálculo da renda mensal dependerá

do tipo de segurado:

➢ Para os empregados, corresponderá à remuneração integral. No

caso de salário total ou parcialmente variável, na média aritmética simples

dos 6 últimos salários, apurados conforme valor definido para a categoria

profissional em lei ou dissídio coletivo, excetuando-se, para esse fim, o 13º,

o adiantamento de férias e as rubricas constantes no §9º do art. 214 do

RPS. (pode superar o teto do RGPS!)

➢ Para os avulsos, corresponderá à remuneração integral equivalente

a um mês de trabalho. (pode superar o teto do RGPS!)

➢ Para os domésticos, consistirá em valor correspondente ao último

salário de contribuição. (não pode superar o teto do RGPS!);

➢ Para os segurados especiais, será de 1/12 do valor sobre o qual

incidiu sua última contribuição anual, assegurado o salário mínimo. (não


pode superar o teto do RGPS!)

25
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

➢ Para os facultativos, contribuintes individuais e segurados em

período de graça será de 1/12 da soma dos 12 últimos salários de

contribuição, apurados em período não superior a 15 meses. (não pode


superar o teto do RGPS!)

4.6.1 Os empregados e avulsos não estão sujeitos ao teto do RGPS, mas sim

ao teto do funcionalismo público, que é o valor do subsídio mensal dos

Ministros do STF. Aquilo que superar esse teto não será reembolsado

pelo INSS, mas sim custeado pela empresa, no caso do empregado.

4.6.2 Quando houver empregos concomitantes, o salário-maternidade será

devido em relação a cada emprego.

4.6.3 Nos meses de início e término do salário-maternidade da segurada

empregada, o benefício será proporcional aos dias de afastamento do

trabalho.

4.7 Quanto ao início e duração do benefício, o SM possui duração de 120 dias,

com início 28 dias antes do parto e término 91 dias após, incluindo-se o dia

do nascimento. Essa é a regra geral.

4.7.1 Todavia, poderá o segurado afastar-se do trabalho e pleitear o benefício

a partir do nascimento da criança. De todo modo, a duração será de 120

dias.

4.7.2 Esse período poderá ser prorrogado por duas semanas, anteriores ou

posteriores ao parto, desde que haja atestado médico e comprovada tal

necessidade pela perícia médica do INSS.

4.7.3 A partir da 23ª semana de gestação (6 meses), o benefício será

concedido por 120 dias, mesmo que o feto nasça sem vida (natimorto).

26
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.7.4 A duração do SM no caso de crianças vítimas de microencefalia em

decorrência de sequelas neurológias de doenças transmitidas pelo

Aedes aetypti será de 180 dias (Lei 13.301/2016, art. 18, §§, 3º e 4º).

4.7.5 Atenção! O cônjuge ou companheiro sobrevivente terá direito ao

pagamento do salário-maternidade, em complemento ao benefício pago

ao titular originário, se o requerimento for realizado até o dia previsto

para encerramento do salário-maternidade originário, hipótese em que

será devido pelo período compreendido entre a data do óbito e a data

de cessação do salário-maternidade originário.

4.7.5.1 Na hipótese de não ter sido concedido benefício para o titular

originário do direito, o SM será devido integralmente ao

sobrevivente, desde que o benefício seja requerido no prazo de 120

dias a contar da data do fato gerador do benefício originário.

4.7.5.2 O segurado sobrevivente pode receber de forma

concomitante o salário maternidade complementar e a pensão por

morte como dependente do titular originário, não configurando

hipótese de acumulação indevida de benefícios.

4.7.5.3 O benefício não será devido ao sobrevivente no caso de

falecimento do filho, seu abandono, ou nas hipóteses de perda ou

destituição do poder familiar, decorrentes de decisão judicial.

4.8 Por tratar-se de benefício previdenciário, a responsabilidade final pelo

pagamento do salário-maternidade será do INSS. Todavia, a responsabilidade

direta pelo pagamento dependerá da categoria do segurado.

4.8.1 Para as seguradas empregadas, a empresa será a responsável, com

direito ao reembolso mediante compensação quando do recolhimento

27
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

de suas contribuições previdenciárias. Mas atenção, amigos! Há exceção:

a empregada do microempreendedor individual – MEI recebe salário-

maternidade diretamente do INSS!

4.8.2 Em todas as demais situações, o pagamento será feito diretamente pelo

INSS: trabalhador avulso, doméstico, segurado especial, contribuinte

individual e facultativo. Inclusive, amigos, na adoção ou guarda judicial

para fins de adoção, bem como no recebimento pelo cônjuge ou

companheiro sobrevivente, mesmo em relação aos empregados, o INSS

arcará diretamente com o salário-maternidade.

4.8.2.1 No caso de contrato de trabalho intermitente, o SM também

será pago diretamente pelo INSS (MP 808/2017).

4.8.3 É preciso bastante atenção para o caso da segurada demitida sem justa

causa e que estava grávida quando da demissão.

4.8.3.1 Nos casos de demissão sem justa causa, a empresa deverá, a

princípio, arcar diretamente como o salário-maternidade, sendo

reembolsada quando do pagamento das contribuições

previdenciárias. Todavia, se a empresa não fizer o pagamento,

caberá ao próprio INSS conceder diretamente o salário-

maternidade.

4.8.3.2 Nos casos de despedida por justa causa ou a pedido, não há

polêmica, a segurada desempregada, desde que em período de

graça, terá direito ao salário-maternidade, que será pago

diretamente pelo INSS.

28
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.8.3.3 Atenção! STJ: É do INSS, e não do empregador, a

responsabilidade pelo pagamento do SM à segurada demitida sem

justa causa durante a gestação (REsp1.309.251-RS, de 21/05/2013).

4.9 O salário-maternidade pode ser recebido em conjunto com outros benefícios,

tais como auxílio-acidente, salário-família, pensão por morte e auxílio-

reclusão. Também é possível o recebimento em conjunto com aposentadoria,

nos casos de o aposentado retornar ao trabalho e vier a, por exemplo, adotar

uma criança (art. 103 do RPS).

4.9.1 Além disso, quando o segurado exerce várias atividades e contribui em

função deles, terá direito a receber salário-maternidade em relação a

cada uma dessas atividades. Porém, somente é devido um salário-

maternidade no caso de adoção de várias crianças ou do nascimento de

gêmeos.

4.9.2 Porém, o salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício

por incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em concomitância com

o período de pagamento do salário-maternidade, o benefício por

incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar

o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro

dia seguinte ao término do período de cento e vinte dias.

4.10 O benefício será cessado após o transcurso do prazo legal de duração, que é

de 120 dias, em regra. Também cessará pelo óbito do beneficiário, salvo nos

casos de cônjuge ou companheiro sobrevivente segurado e com a carência

respectiva. Nesta situação, conforme estudamos, haverá o chamado salário-

maternidade “derivado”, o qual foi previsto pela Lei 12.873/2013.

29
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

4.11 Conforme disposto no art. 71-C da Lei 8.213/91, a percepção do benefício está

condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade

desempenhada, sob pena de suspensão do benefício.

4.12 Por fim, uma pergunta, amigos, cabe concessão de salário-maternidade para

segurado especial menor de 16 anos? De acordo com o STJ, apesar de a idade

de 16 anos constituir, em regra, o marco etário para filiação ao RGPS, isto não

impede a concessão do SM à segurada especial.

PENSÃO POR MORTE

5. É o benefício devido aos dependentes do segurado do RGPS que vem a óbito.

5.1. O INSS não precisa esperar que todos os dependentes compareçam para

requerer a pensão. Esta será concedida ao primeiro que se habilitar. Outros,

que a requererem depois, recebem a partir deste marco.

5.2. Os beneficiários da pensão são os dependentes listados no art. 16 da Lei

8.213/91, que são catalogados em três classes, cuja dependência econômica

é presumida em relação à 1ª e deve ser comprovada em relação às demais.

5.2.1. Quais são mesmo as classes? 1ª Classe - Cônjuge, companheira,

companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de

21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou

deficiência grave; 2ª Classe – Pais; 3ª Classe -Irmão não emancipado, de

qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha

deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.

5.2.1.1. A concessão da pensão ao companheiro depende da

comprovação da união estável (Lei 8.213/91, art. 16, §3º). Esta, nos

termos do §6º, do art. 16, do Decreto 3.048/99, é configurada na

convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a

30
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

mulher, estabelecida com intenção de constituição de família. Mais

adiante, no §3º do art. 22, referido Decreto indica um rol

exemplificativo que se servirá à comprovação do vínculo (dentre

eles, filhos em comum, prova de mesmo domicílio etc.)

5.3. A pensão não exige carência. Atualmente, porém, já requisitos que interferem

na duração do benefício. Mas não se cuida de carência, uma vez que não

afetam o direito à pensão.

5.4. A RMI da pensão é de 100% da aposentadoria que o segurado recebia ou

daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez no óbito.

5.4.1. Tal benefício sujeita-se, em seu valor global, à proibição de

pagamento em valor inferior ao salário-mínimo (CF, art. 201, §2º). Porém,

se houver cotas de dependentes de uma mesma classe (dois filhos

menores, p. ex.), essas podem ser inferiores ao salário-mínimo.

5.5. A pensão terá por data de início a do óbito, se requerida em até 90 dias deste.

Porém, desrespeitado esse prazo, será devida a partir da data de entrada do

requerimento – DER. Nos casos de morte presumida, será devida da data da

decisão judicial.

5.5.1. Administrativamente, o INSS considera que a pensão será devida

desde o óbito, independentemente de quando ocorreu o requerimento,

para os absolutamente incapazes (os menores de 16 anos). Estes

possuem o prazo de 90 dias, após completarem os 16 anos, para

requererem o benefício e terem direito ao pagamento desde o óbito.

5.5.1.1. Porém, para a jurisprudência do STJ, a pensão do dependente

menor de 18 anos será paga desde o óbito, ainda que requerida

após 90 dias da data em que se completou 16 anos.

31
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

5.6. Morte presumida - A pensão poderá ser concedida provisoriamente a partir

da data da sentença declaratória de ausência ou a partir da data de

desaparecimento do segurado por catástrofe, acidente ou desastre,

independentemente de decisão judicial neste último caso.

5.6.1. O reconhecimento da morte presumida para fins previdenciários é

diferente da declaração de ausência prevista na lei civil. No âmbito do

INSS, para fins de pensão, a morte presumida pode ser declarada após

6 meses de ausência. O processo judicial respectivo deverá correr

perante a Justiça Federal.

5.6.2. Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão

cessa imediatamente, ficando os dependentes desobrigados da

reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.

5.7. A cessação da cota individual da pensão ocorre: I - pela morte do pensionista;

II - para o filho, equiparado ou irmão, ao completar 21 anos de idade, salvo se

for inválido ou com deficiência; III. para o filho ou irmão inválido, pela

cessação da invalidez; IV. para cônjuge o companheiro (a):

a) Se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo

afastamento da deficiência, respeitados os prazos mínimos de duração de

acordo com a idade do beneficiário.

b) Em 4 meses, se óbito ocorrer sem o mínimo de 18 contribuições e de 2

anos de casamento ou união estável, e desde que não seja o caso de

acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho.

c) Após os seguintes períodos, fixados de acordo com a idade do beneficiário

na data do óbito, desde que este tenha ocorrido após 18 meses de

contribuição e de 2 anos de casamento ou de união estável:

32
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Idade do cônjuge ou companheiro na data do óbito Duração do benefício do cônjuge ou do companheiro

Menos de 21 anos 3 anos

Entre 21 e 26 anos 6 anos

Entre 27 e 29 anos 10 anos

Entre 30 e 40 anos 15 anos

Entre 41 e 43 anos 20 anos

Com 44 anos ou mais Vitalícia

5.7.1. Amigos, reparem que houve mudanças quanto à extinção do benefício do

cônjuge ou companheiro. Anteriormente, a pensão desses dependentes era,

em regra, vitalícia. Agora, somente será vitalícia se, observados os requisitos

mínimos de 18 contribuições mensais e de pelo menos 2 anos de união ou

casamento, o cônjuge sobrevivente contar com 44 anos ou mais de idade.

5.7.1.1. Atenção! O tempo de contribuição de regime próprio de

previdência social será considerado na contagem de 18

contribuições mensais.

5.7.1.2. Cuidado! Nos acidentes de qualquer natureza ou doença

profissional ou do trabalho de cônjuge ou companheiro, não há a

exigência mínima de 18 contribuições e de 2 anos de casamento ou

união. O benefício será pago de acordo com a idade do cônjuge

sobrevivente e, nos casos do inválido, enquanto durar a invalidez.

5.7.2. Amigos, atenção para a regra do pensionista cônjuge inválido. Para

ele, a pensão somente será cancelada pela superação da invalidez ou da

deficiência. Caso não haja recuperação, a pensão será vitalícia, mesmo

que não haja 18 contribuições mensais ou 2 anos de casamento ou união

33
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

estável. Todavia, se houver recuperação, deverão ser observados, pelo

menos, os prazos constantes do quadro acima.

5.7.3 Após decorridos pelo menos 3 anos, verificado o incremento mínimo de

1 ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos,

correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao

nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades, em ato

do Ministro de Estado da Previdência Social.

5.8 Um pensionista, viúvo de um segurado falecido, poderá casar novamente?

Sim! A lei não menciona a perda da cota da pensão do cônjuge em virtude de

novo casamento. No RGPS, o cônjuge viúvo pensionista pode casar de novo.

Porém, se houver novo casamento, e sobrevindo a morte do novo cônjuge, o

pensionista terá de optar pelo benefício mais vantajoso, não podendo receber

duas pensões de instituidores cônjuges falecidos.

5.9 São cabíveis algumas observações finais:

5.9.1 É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado que, apesar

de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a

obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito (STJ, súmula 416).

5.9.2 É vedada a inscrição e o recolhimento de contribuições post mortem do

contribuinte individual que trabalha por conta própria. A inscrição

somente é admitida em relação ao segurado especial.

5.9.3 Perde o direito ao benefício, após o trânsito em julgado, o condenado

pela prática de crime doloso do qual tenha resultado a morte do

segurado (Lei 8.213/91, art. 74, §1º).

5.9.4 Também há perda do direito se comprovada, a qualquer tempo,

simulação ou fraude no casamento ou na união estável, bem como se

34
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

comprovada a formalização desses com o fito exclusivo de constituir a

pensão, desde que haja apuração em processo judicial (Lei 8.213/91, art.

74, §2º).

5.9.5 O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de MEI, não

impede a concessão ou manutenção da parte individual da pensão do

dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência

grave (Lei 8.213/91, art. 77, §6º).

5.9.6 Aplica-se à pensão a lei em vigor na data do óbito (STJ, S. 340) e o valor

não recebido em vida pelo segurado só será pago aos dependentes da

pensão ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil,

independentemente de inventário ou arrolamento.

AUXÍLIO-RECLUSÃO - AR

6. É o benefício devido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à

prisão, que não receba remuneração pela empresa, auxílio-doença, aposentadoria

ou abono de permanência em serviço. Conforme Lei 8.213/91, art. 80, tal benefício

é devido nas mesmas condições que a pensão por morte.

6.1. Foi com a EC 20/98 que o AR passou a ser devido apenas aos dependentes

dos segurados de baixa renda. Tal restrição atende ao princípio da

seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços.

6.1.1. O critério de baixa renda aplica-se ao segurado e não aos seus

dependentes (STF, RE 587.365/2009). Hoje, pela Portaria MF 15/2018, é

de baixa renda o valor até R$ 1.319,18. Porém, o STJ entende que tal

limite não é instransponível, pois o julgador, a depender do caso

concreto, pode flexibilizá-lo (REsp 1479564, de 06/11/2014).

35
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

6.1.2. Se o segurado não estiver trabalhando quando da prisão ou nos

meses anteriores, será considerado como remuneração o seu último

salário de contribuição, incluídas no cálculo deste as horas extras e

excluídos o 13º e 1/3 de férias. Porém, conforme STJ, o fato de o segurado

recluso encontrar-se desempregado ou sem renda no momento da

prisão já significa atendimento ao requisito econômico de baixa renda,

independentemente do valor do último salário de contribuição (REsp

1480461-SP, de 23/09/2014).

6.2. O pedido de AR deve ser instruído com certidão do efetivo recolhimento do

segurado à prisão, emitida pela autoridade competente, comprovando o

recolhimento do segurado à prisão e o regime de reclusão, sendo vedada a

concessão após a soltura do segurado. É cabível somente no âmbito do

regime fechado e do semiaberto, inclusive nos casos de prisão cautelar e

medida sócio-educativa de internação de adolescente. O INSS entende que

também é cabível o AR nos casos prisão domiciliar e monitoração eletrônica,

desde que haja previsão de regime fechado ou semiaberto.

6.3. Os beneficiários do auxílio-reclusão são os dependentes do segurado,

aplicando-se as observações feitas na pensão por morte, observado o

seguinte:

6.3.1. Se a dependência for posterior à prisão, como no de casamento

celebrado durante o cumprimento da pena em regime fechado ou

semiaberto, o auxílio-reclusão não será devido. Todavia, o filho nascido

na prisão terá direito ao benefício a partir do seu nascimento.

6.3.2. O beneficiário deverá apresentar, a cada 3 meses, atestado de que o

segurado continua preso ou detido. Descumprida essa exigência, o

benefício será suspenso.

36
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

6.4. Assim como a pensão, o auxílio-reclusão independe de carência. Mas, é

preciso, para que haja o direito ao benefício, que a pessoa recolhida à prisão

seja segurada do INSS ou esteja em período de graça.

6.5. A renda mensal do auxílio-reclusão será a mesma da pensão, com as devidas

adaptações. Assim, será de 100% do valor da aposentadoria a que o segurado

teria direito, se estivesse aposentado por invalidez na data da prisão. Em

outras palavras, utiliza-se regra idêntica à da aposentadoria por invalidez, cuja

RMI é 100% do SB.

6.6. Quanto à data de início do benefício, o auxílio-reclusão será devido desde a

data do efetivo recolhimento à prisão, se requerido em até 90 dias desta. Se

ultrapassar esse prazo, o benefício será devido desde o requerimento.

6.7. As hipóteses de cessação do auxílio-reclusão são as seguintes: I - Extinção da

última cota individual; II - Se o segurado, ainda que privado de sua liberdade

ou recluso, passar a receber aposentadoria; III - Pelo óbito do segurado ou

beneficiário; IV - Na data da soltura; V – Em se tratando de dependente

inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico pericial a

cargo do INSS; VI - Quando o segurado deixar a prisão por livramento

condicional ou por cumprimento da pena em regime aberto.

6.7.1. No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura

do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer,

desde que haja qualidade de segurado. Além disso, se houver exercício

de atividade dentro do período de fuga, será considerado para a

verificação da perda ou não da qualidade de segurado.

6.8. Quanto à duração do benefício, as regras da pensão também se aplicam ao

auxílio-reclusão, com as devidas adaptações (p. ex.: o AR não será jamais

vitalício, pois a reclusão poderá durar, no máximo, 30 anos).

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

6.9. Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo

pago será automaticamente convertido em pensão por morte. Além disso, O

exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso em cumprimento

de pena em regime fechado ou semiaberto, que contribuir na condição de

facultativo, não acarretará perda do direito ao recebimento do auxílio-

reclusão pelos seus dependentes.

SERVIÇOS DO RGPS

7. Por fim, vamos estudar os principais dos serviços prestados pelo RGPS aos seus

segurados e dependentes: O serviço social e a reabilitação profissional.

7.1. O serviço social é uma atividade complementar do Seguro Social, destinada

aos beneficiários do RGPS, para a qual não se exige carência.

7.1.1. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus

direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente

com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua

relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da Instituição

como na dinâmica da sociedade (Lei 8.213/91, art. 88).

7.1.1.1. Assim, o serviço social presta orientação e apoio quanto à

solução dos problemas pessoais e familiares e à melhoria da sua

inter-relação com a Previdência, para a solução de questões

referentes a benefícios, bem como, quando necessário, à obtenção

de outros recursos sociais da comunidade.

7.1.1.2. De fato, ele consiste em atividades de esclarecimento,

acompanhamento e assessoramento, que auxiliam na

concretização da proteção social vinculada ao RGPS, propiciando o

acesso ao reconhecimento dos direitos aos cidadãos.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

7.1.1.3. Será dada prioridade aos segurados em benefício por

incapacidade temporária (auxílio-doença) e atenção especial aos

aposentados e pensionistas.

7.1.1.4. Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão

utilizadas intervenção técnica, assistência de natureza jurídica,

ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e

pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios,

acordos ou contratos. Ou seja, para atingir os objetivos do serviço

social, devem ser adotadas diversas medidas, inclusive a celebração

de convênio, acordos ou contratos com empresas de pesquisa

social.

7.1.1.5. O Serviço Social, diante da universalização da Previdência

Social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Municípios

na elaboração e implantação de suas propostas de trabalho.

7.1.2. As ações do Serviço Social no INSS são realizadas pelos Assistentes

Sociais e desenvolvidas em consonância com as diretrizes e objetivos

estratégicos adotados pela Instituição, com vistas a colaborar na

articulação da política previdenciária com as outras políticas sociais e

propiciar acesso qualificado da população às informações

previdenciárias e assistenciais.

7.2. Já a reabilitação profissional é compulsória (se houver recusa, o benefício

pode ser suspenso), independente de carência, e é devido aos segurados e

dependentes incapacitados total ou parcialmente para o trabalho.

7.2.1. O objetivo é propiciar ao beneficiário incapacitado parcial ou

totalmente para o trabalho, e às pessoas com deficiência, os meios para

39
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

a reeducação e de readaptação profissional e social indicados para

participar do mercado de trabalho e do contexto em que vivem.

7.2.1.1. E em que consiste a reabilitação profissional?

a) Fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos

de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da

capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos

equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e

profissional. De acordo com o STJ, o INSS é parte legítima para

figurar no polo passivo de demanda cujo escopo seja o

fornecimento desses materiais (REsp 1.528.410-PR, de 12/08/15).

b) Reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no

item anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência

estranha à vontade do beneficiário.

c) O transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

7.2.2. Cabe ao INSS assegurar essa prestação aos segurados, inclusive

aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas,

técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus

dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços

especializados. As pessoas portadoras de deficiência serão atendidas

mediante celebração de convênio de cooperação técnico-financeira.

7.2.2.1. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação

profissional, auxílio para tratamento ou exame fora do domicílio do

beneficiário.

7.2.3. Nos termos do art. 92 da Lei 8.213/91, concluído o processo de

habilitação ou reabilitação social e profissional, a Previdência Social

40
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser

exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra

atividade para a qual se capacitar.

7.2.3.1. O Decreto 3.048/99, por sua vez, em seu art. 140, § 1º,

preceitua que não constitui obrigação da previdência social a

manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação

em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de

reabilitação profissional com a emissão do certificado.

7.2.3.2. Todavia, o acompanhamento e a pesquisa da fixação no

mercado de trabalho são obrigatórios e têm como finalidade a

comprovação da efetividade do processo de reabilitação

profissional.

7.2.3.3. Segundo o art. 93 da Lei 8.213/91, se a empresa contar com

100 ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% a 5% dos

seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras

de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

Até 200 empregados De 201 a 500 De 501 a 1.000 De 1.001 em diante

2% 3% 4% 5%

7.2.3.4. A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário

reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo

determinado de mais de 90 dias e a dispensa imotivada em

contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após

a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário

reabilitado da Previdência Social.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

b. Mapas mentais

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

c. Revisão 1

QUESTÃO 1 – CESPE – DPE AL – DEFENSOR PÚBLICO – ADAPTADA - 2017

O auxílio-acidente é um benefício devido ao segurado que se encontra na condição de

incapacitado para o exercício de suas atividades habituais e que não disponha de tempo

suficiente para o recebimento da aposentadoria por invalidez.

QUESTÃO 2 – CESPE – PGE SE – PROCURADOR DO ESTADO – ADAPTADA - 2017

Se um empregado de determinada empresa, filiado ao RGPS há dois anos, sofrer

acidente de trânsito que o incapacite temporariamente para o exercício de atividade

laboral, a ele será assegurado o direito ao recebimento de auxílio-doença, desde o

primeiro dia de afastamento da atividade e pelo período que durar a sua incapacidade.

QUESTÃO 3 – CESPE – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL – 2017

Cada um do item seguinte, acerca de benefícios previdenciários, apresenta uma

situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Jânio, microempreendedor individual, tem uma única empregada. Ela se encontra

grávida e em tempo de receber o benefício do salário-maternidade. Nessa situação, o

benefício será pago diretamente pela previdência social.

QUESTÃO 4 – CESPE – TCE PE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – AUDITORIA DE

CONTAS PÚBLICAS - 2017

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Com relação aos benefícios previdenciários em espécie, julgue o próximo item.

O auxílio-reclusão beneficia os dependentes do segurado recolhido à prisão e

independe de carência.

QUESTÃO 5 – CESPE – TCE PE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – AUDITORIA DE

CONTAS PÚBLICAS - 2017

A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da

previdência social (RGPS), julgue o item subsequente.

Para a concessão da pensão por morte na condição de companheira ou companheiro,

exige-se do interessado a prova da existência de filhos em comum ou da convivência

por, no mínimo, dois anos com o segurado falecido.

QUESTÃO 6 – CESPE – TCE PE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – AUDITORIA DE

CONTAS PÚBLICAS - 2017

A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da

previdência social (RGPS), julgue o item subsequente.

A concessão do salário-maternidade à segurada empregada independe de carência.

QUESTÃO 7 – CESPE – SEDF – ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL DIREITO E

LEGISLAÇÃO - 2017

Relativamente a segurados, cumulação de benefícios e previdência complementar,

julgue o item a seguir.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O segurado que se aposentar pelo regime geral de previdência social (RGPS) e que

continuar trabalhando vinculado a esse mesmo regime de previdência fará jus ao

recebimento do auxílio-doença caso se torne incapacitado temporariamente para o

trabalho.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

d. Revisão 2

QUESTÃO 8 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

Maria foi contratada como empregada da empresa Souza & Silva Ltda. Após três anos e

dois meses de trabalho, ela foi vítima de acidente de trânsito que lhe provocou fraturas

expostas em membro inferior. Em virtude dessa ocorrência, Maria ficou incapacitada

temporariamente para o trabalho. Após um ano e oito meses de afastamento do

trabalho, peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) constataram que Maria,

apesar de se encontrar apta ao trabalho, possuía sequelas provenientes do acidente

que reduziam a sua capacidade para a atividade que exercia habitualmente.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

A partir do momento em que Maria for considerada apta a retornar ao trabalho, o INSS

deve cessar o pagamento do auxílio-doença e conceder-lhe o benefício auxílio-acidente.

QUESTÃO 9 – CESPE– AGU – PROCURADOR FEDERAL - 2013

Acerca do RGPS, julgue os itens a seguir.

Segundo a atual jurisprudência do STF e STJ, a concessão do benefício previdenciário de

pensão por morte aos dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação

em vigor ao tempo do fato gerador do benefício em questão, qual seja, a morte do

segurado, por força da aplicação do princípio lex tempus regit actum.

QUESTÃO 10 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Maria foi contratada como empregada da empresa Souza & Silva Ltda. Após três anos e

dois meses de trabalho, ela foi vítima de acidente de trânsito que lhe provocou fraturas

expostas em membro inferior. Em virtude dessa ocorrência, Maria ficou incapacitada

temporariamente para o trabalho. Após um ano e oito meses de afastamento do

trabalho, peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) constataram que Maria,

apesar de se encontrar apta ao trabalho, possuía sequelas provenientes do acidente

que reduziam a sua capacidade para a atividade que exercia habitualmente.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Ao retornar ao trabalho, Maria fará jus a uma renda equivalente a 50% valor do salário-

de-benefício, a ser paga pelo INSS, independentemente do salário pago a ela pela

empresa Souza & Silva Ltda.

QUESTÃO 11 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º 8.213/1991,

julgue o item subsequente.

O salário-família devido ao segurado empregado é pago pelo empregador, enquanto o

salário-família devido ao segurado contribuinte individual é pago pelo INSS.

QUESTÃO 12 – CESPE – AGU – PROCURADOR FEDERAL - 2013

Acerca do RGPS, julgue os itens a seguir.

A concessão do benefício de auxílio-doença, em regra, exige período de carência de doze

contribuições mensais. Todavia, a lei prevê casos em que a concessão do referido

benefício independe de carência, entre os quais se inclui a situação na qual o segurado

venha a ser vítima de moléstia profissional ou do trabalho.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

QUESTÃO 13 – CESPE – MTE – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - 2013

Julgue o item que se segue, relativo ao auxílio-doença.

O auxílio-doença é encerrado apenas com a morte do segurado, de forma que o

segurado poderá recebê-lo conjuntamente com qualquer outro benefício, inclusive com

a aposentadoria por invalidez.

QUESTÃO 14 – CESPE – MTE – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - 2013

O auxílio-acidente, que visa ressarcir o segurado em virtude de acidente que lhe

provoque a redução da capacidade laborativa, é, conforme a doutrina de Fábio Zambitte

Ibrahim, o único benefício de natureza exclusivamente indenizatória. Tendo essa

afirmação como referência inicial, julgue o item que se seguem, relativo ao auxílio-

acidente.

A legislação previdenciária veda a concessão do auxílio-acidente quando o segurado,

mesmo sendo vítima de acidente de qualquer natureza, apresentar danos funcionais ou

redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

e. Revisão 3

QUESTÃO 15 – CESPE – PGE AM – PROCURADOR DO ESTADO – 2016

No tocante às recentes alterações impostas aos benefícios previdenciários, julgue o item

seguinte.

Constatada — em processo judicial em que tenham sido assegurados o contraditório e

a ampla defesa — simulação ou fraude no casamento ou na união estável com a

finalidade de obter benefício previdenciário, o cônjuge, ou o(a) companheiro(a)

supérstite, perderá o direito à pensão por morte.

QUESTÃO 16 – CESPE – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO - 2015

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.

Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária nos

benefícios do RGPS, incluído o salário-maternidade.

QUESTÃO 17 – CESPE – SERPRO – ANALISTA/GESTÃO DE PESSOAS - 2013

Os benefícios concedidos aos segurados do RGPS têm como escopo a cobertura de

determinados riscos sociais elegidos pelo legislador constitucional (art. 201, caput, da

CF). Com referência à concessão e manutenção desses benefícios, julgue os itens que se

seguem.

A legislação previdenciária estendeu o direito à percepção do salário-maternidade à

segurada do RGPS que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.

Assim, havendo adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, a

51
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

segurada fará jus à majoração proporcional do valor do benefício em relação ao número

de crianças adotadas.

QUESTÃO 18 – CESPE – TCU – PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ADAPTADA 2015

Para a concessão do auxílio-acidente, é imprescindível que a moléstia seja irreversível,

de acordo com entendimento do STJ.

QUESTÃO 19 – CESPE – DPE/PE – DEFENSOR PÚBLICO – 2015

Pedro mantém vínculo com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) há doze anos e

quatro meses, em função do exercício de atividade laboral na condição de empregado

de empresa privada urbana. Pedro é viúvo e mora em companhia de seu único filho,

Jorge, de dezenove anos de idade. Com referência a essa situação hipotética, julgue o

seguinte item.

Se Pedro vier a falecer no presente mês, seu filho Jorge terá direito a pensão por morte,

que consiste em renda mensal correspondente a 91% da média aritmética simples dos

maiores salários-de-contribuição de Pedro.

QUESTÃO 20 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º 8.213/1991,

julgue o item subsequente.

O auxílio-reclusão é um benefício devido ao segurado da previdência que, recolhido à

prisão, fica impossibilitado de prover o seu próprio sustento e o de sua família.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

QUESTÃO 21 – CESPE – STJ – ANALSITA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA – 2012

Considere a seguinte situação hipotética

Davi, segurado da previdência social, após sofrer acidente, passou a receber auxílio-

doença. Como as sequelas deixadas pelo acidente implicaram a redução da sua

capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, Davi pleiteou o auxílio-acidente.

Nessa situação, o auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação

do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento

auferido por Davi.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

f. Normas utilizadas

LEI 8.213/91 (Arts. 60 a 63; 65 ao 68; 71-A a 71-C e 72; 76 ao 79; 80; 88 ao

93)

Subseção V

Do Auxílio-Doença

Art. 60.

§ 4º A empresa que dispuser de serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu

cargo o exame médico e o abono das faltas correspondentes ao período referido no §

3º (15 primeiros dias), somente devendo encaminhar o segurado à perícia médica da

Previdência Social quando a incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.

§ 5o Nos casos de impossibilidade de realização de perícia médica pelo órgão ou setor

próprio competente, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de

implementação das atividades e de atendimento adequado à clientela da previdência

social, o INSS poderá, sem ônus para os segurados, celebrar, nos termos do

regulamento, convênios, termos de execução descentralizada, termos de fomento ou

de colaboração, contratos não onerosos ou acordos de cooperação técnica para

realização de perícia médica, por delegação ou simples cooperação técnica, sob sua

coordenação e supervisão, com:

I - órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sistema Único de Saúde (SUS);

§ 6o O segurado que durante o gozo do auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe

garanta subsistência poderá ter o benefício cancelado a partir do retorno à atividade.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá

numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-

benefício, observado o disposto na Seção III, especialmente no art. 33 desta Lei.

Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua

atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para o

exercício de outra atividade. (Redação dada pela Lei nº 13.457, de 2017)

Parágrafo único. O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que

o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de atividade que lhe

garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por

invalidez. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)

Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de auxílio-doença será

considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como licenciado.

Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará

obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o

valor deste e a importância garantida pela licença.

Subseção XI

Do Auxílio-Acidente

Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após

consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem

sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente

exercia.

§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-

benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer

aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

§ 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-

doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo

acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. Atenção aqui!

§ 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de

aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente.

§ 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do

auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a

doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o

trabalho que habitualmente exercia. Nesse caso, tem de ser acidente do trabalho!

Subseção VI

Do Salário-Família

Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive

o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de

filhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto no

art. 66.

Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com

65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos

ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com a

aposentadoria.

Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador

doméstico, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do

recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento.

56
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

§ 1o A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante 10 (dez) anos os

comprovantes de pagamento e as cópias das certidões correspondentes, para

fiscalização da Previdência Social.

§ 2º Quando o pagamento do salário não for mensal, o salário-família será pago

juntamente com o último pagamento relativo ao mês.

Art. 69. O salário-família devido ao trabalhador avulso poderá ser recebido pelo

sindicato de classe respectivo, que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes

e de distribuí-lo.

Art. 70. A cota do salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário

ou ao benefício.

Ou seja, amigos, não incide contribuição sobre o SF, ele não gera pensão e não gera abono anual (13º).

Subseção VII

Do Salário-Maternidade

Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda

judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120

(cento e vinte) dias.

§ 1o O salário-maternidade de que trata este artigo será pago diretamente pela

Previdência Social.

§ 2o Ressalvado o pagamento do salário-maternidade à mãe biológica e o disposto no

art. 71-B, não poderá ser concedido o benefício a mais de um segurado, decorrente do

mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou companheiros

estejam submetidos a Regime Próprio de Previdência Social.

57
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento

do salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo

restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a

qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono,

observadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade.

§ 1o O pagamento do benefício de que trata o caput deverá ser requerido até o último

dia do prazo previsto para o término do salário-maternidade originário.

§ 2o O benefício de que trata o caput será pago diretamente pela Previdência Social

durante o período entre a data do óbito e o último dia do término do salário-

maternidade originário e será calculado sobre:

I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador avulso;

II - o último salário-de-contribuição, para o empregado doméstico;

III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários de contribuição,

apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte

individual, facultativo e desempregado; e

IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial.

§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao segurado que adotar ou obtiver guarda judicial

para fins de adoção.

Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está

condicionada ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada,

sob pena de suspensão do benefício. Importante para a prova!

Art. 72.

58
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada

gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da

Constituição Federal, quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a

folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa

física que lhe preste serviço.

§ 2o A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os comprovantes dos

pagamentos e os atestados correspondentes para exame pela fiscalização da

Previdência Social.

§ 3o O salário-maternidade devido à trabalhadora avulsa e à empregada do

microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de

14 de dezembro de 2006, será pago diretamente pela Previdência Social.

Subseção VIII

Da Pensão por Morte

Art. 76. A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação

de outro possível dependente, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe

em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a contar da data da inscrição

ou habilitação.

§ 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão por morte o companheiro ou a

companheira, que somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e

mediante prova de dependência econômica.

§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de

alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no

inciso I do art. 16 desta Lei.

59
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos

em parte iguais.

§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar.

Comentários: Amigos, aqui temos uma interessante regra da pensão por morte. Conforme consta do art.
16 desta Lei, a existência de uma classe preferencial exclui o direito das outras. Assim, por exemplo, se há
filhos na condição de dependentes, estes precedem pais e irmãos, excluindo-lhes o direito. Porém, e é
aqui que chamo a atenção, dentro da mesma classe (por exemplo, mais de um filho; mais de um pai ou
mais de um irmão), a cessação de uma cota faz com essa seja revertida para os demais. Imaginem dois
filhos recebendo uma cota de R$ 500,00 de uma pensão cujo valor global é de R$ 1.000,00. Se um desses
filhos completar 21 anos, a cota que recebia será transferida para o outro irmão, que, no exemplo, dado,
passará a receber, sozinho, o valor global da pensão.

Art. 78. Por morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial

competente, depois de 6 (seis) meses de ausência, será concedida pensão provisória, na

forma desta Subseção.

§ 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado em consequência de acidente,

desastre ou catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão provisória

independentemente da declaração e do prazo deste artigo.

§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessará

imediatamente, desobrigados os dependentes da reposição dos valores recebidos,

salvo má-fé.

Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei ao pensionista menor, incapaz ou

ausente, na forma da lei.

Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao
do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da
decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.

60
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e
qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela
Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.

Subseção IX

Do Auxílio-Reclusão

Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos

dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração da

empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de

permanência em serviço.

Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão

do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a

apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário.

Seção VI

Dos Serviços

Subseção I

Do Serviço Social

Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais

e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução

dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito

interno da instituição como na dinâmica da sociedade.

§ 1º Será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e

atenção especial aos aposentados e pensionistas.

§ 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção

técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio

61
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

com empresas e pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos

ou contratos.

§ 3º O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação

e no fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as associações e

entidades de classe.

§ 4º O Serviço Social, considerando a universalização da Previdência Social, prestará

assessoramento técnico aos Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas

propostas de trabalho.

Subseção II

Da Habilitação e da Reabilitação Profissional

Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao

beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras

de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social

indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.

Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:

a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para

locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por

seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e

profissional;

b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior,

desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;

c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.

62
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida em caráter obrigatório aos

segurados, inclusive aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da

Previdência Social, aos seus dependentes.

Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação profissional, auxílio para

tratamento ou exame fora do domicílio do beneficiário, conforme dispuser o

Regulamento.

Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou reabilitação social e profissional, a

Previdência Social emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser

exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual

se capacitar.

Art. 93.

§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a sistemática de

fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total de empregados e as

vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por beneficiários reabilitados da

Previdência Social, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entidades

representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
2015)

§ 3o Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa

com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.


(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

63
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

g. Gabarito

1 2 3 4 5

ERRADO ERRADO CERTO CERTO ERRADO

6 7 8 9 10

CERTO ERRADO CERTO CERTO CERTO

11 12 13 14 15

ERRADO CERTO ERRADO CERTO CERTO

16 17 18 19 20

ERRADO ERRADO ERRADO ERRADO ERRADO

21

CERTO

64
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

h. Comentários às questões

QUESTÃO 1 – CESPE – DPE AL – DEFENSOR PÚBLICO – ADAPTADA - 2017

O auxílio-acidente é um benefício devido ao segurado que se encontra na condição de

incapacitado para o exercício de suas atividades habituais e que não disponha de tempo

suficiente para o recebimento da aposentadoria por invalidez.

Comentários: Está incorreto. Na verdade, o auxílio-acidente é devido ao segurado que


se encontra na situação de vítima de acidente que, após consolidadas as lesões
decorrentes do acidente e o retorno às suas atividades laborais, sofra redução na
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 2 – CESPE – PGE SE – PROCURADOR DO ESTADO – ADAPTADA - 2017

Se um empregado de determinada empresa, filiado ao RGPS há dois anos, sofrer

acidente de trânsito que o incapacite temporariamente para o exercício de atividade

laboral, a ele será assegurado o direito ao recebimento de auxílio-doença, desde o

primeiro dia de afastamento da atividade e pelo período que durar a sua incapacidade.

Comentários: Está incorreto, porque, no caso do segurado empregado, o auxílio-doença


será devido a partir do 16º do afastamento da atividade. (Lei 8.213/91, art. 60).

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 3 – CESPE – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL – 2017

65
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Cada um do item seguinte, acerca de benefícios previdenciários, apresenta uma

situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Jânio, microempreendedor individual, tem uma única empregada. Ela se encontra

grávida e em tempo de receber o benefício do salário-maternidade. Nessa situação, o

benefício será pago diretamente pela previdência social.

Comentários: Correto! O salário-maternidade devido à empregada de


microempreendedor individual será pago diretamente pela Previdência Social (Lei
8.213/91, art. 72, §3º).

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 4 – CESPE – TCE PE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – AUDITORIA DE

CONTAS PÚBLICAS - 2017

Com relação aos benefícios previdenciários em espécie, julgue o próximo item.

O auxílio-reclusão beneficia os dependentes do segurado recolhido à prisão e

independe de carência.

Comentários: Correto. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão


por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber
remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou
de abono de permanência em serviço (Lei 8.213/91, art. 80). Além disso, não precisa de
carência (Lei 8.213/91, art. 26, I).

Gabarito: Certo.

66
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

QUESTÃO 5 – CESPE – TCE PE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – AUDITORIA DE

CONTAS PÚBLICAS - 2017

A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da

previdência social (RGPS), julgue o item subsequente.

Para a concessão da pensão por morte na condição de companheira ou companheiro,

exige-se do interessado a prova da existência de filhos em comum ou da convivência

por, no mínimo, dois anos com o segurado falecido.

Comentários: Incorreto, pois não há exigência de tempo mínimo de convivência. A


concessão da pensão ao companheiro depende da comprovação da união estável (Lei
8.213/91, art. 16, §3º). Nos termos do §6º, do art. 16, do Decreto 3.048/99, considera-se
união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre o
homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família. Mais adiante,
no §3º do art. 22, referido Decreto indica um rol exemplificativo que se servirá à
comprovação do vínculo (dentre eles, filhos em comum, prova de mesmo domicílio etc.)

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 6 – CESPE – TCE PE – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – AUDITORIA DE

CONTAS PÚBLICAS - 2017

A respeito da carência e da condição de segurados e dependentes no regime geral da

previdência social (RGPS), julgue o item subsequente.

A concessão do salário-maternidade à segurada empregada independe de carência.

Comentários: Isso mesmo. Para exame da carência no salário-maternidade, temos de


observar a categoria dos segurados: Para os empregados, avulsos e domésticos, não é
exigida carência.

67
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 7 – CESPE – SEDF – ANALISTA DE GESTÃO EDUCACIONAL DIREITO E

LEGISLAÇÃO - 2017

Relativamente a segurados, cumulação de benefícios e previdência complementar,

julgue o item a seguir.

O segurado que se aposentar pelo regime geral de previdência social (RGPS) e que

continuar trabalhando vinculado a esse mesmo regime de previdência fará jus ao

recebimento do auxílio-doença caso se torne incapacitado temporariamente para o

trabalho.

Comentários: Está incorreto, pois o segurado aposentado que continua ou volta a


trabalhar apenas tem direito aos benefícios de salário-maternidade e salário-família,
além do serviço de reabilitação profissional.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 8 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

Maria foi contratada como empregada da empresa Souza & Silva Ltda. Após três anos e

dois meses de trabalho, ela foi vítima de acidente de trânsito que lhe provocou fraturas

expostas em membro inferior. Em virtude dessa ocorrência, Maria ficou incapacitada

temporariamente para o trabalho. Após um ano e oito meses de afastamento do

trabalho, peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) constataram que Maria,

apesar de se encontrar apta ao trabalho, possuía sequelas provenientes do acidente

que reduziam a sua capacidade para a atividade que exercia habitualmente.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

68
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

A partir do momento em que Maria for considerada apta a retornar ao trabalho, o INSS

deve cessar o pagamento do auxílio-doença e conceder-lhe o benefício auxílio-acidente.

Comentário: O item está correto! Auxílio-acidente é o benefício previdenciário, de


caráter indenizatório, devido ao segurado quando, após consolidação das lesões
advindas de acidentes de qualquer natureza, houver sequelas que reduzam a
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia – art. 86 da Lei 8.213/91. É
importante enfatizar que o auxílio-acidente é cabível no caso de acidente de qualquer
natureza ou causa e não somente no caso de acidente do trabalho e doenças
ocupacionais (do trabalho ou profissionais). Na situação apresentada, Maria terá direito
ao auxílio-acidente, após a cessação do auxílio-doença que recebe, pois decorrentes do
mesmo acidente, não sendo, pois, passíveis de acumulação.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 9 – CESPE– AGU – PROCURADOR FEDERAL - 2013

Acerca do RGPS, julgue os itens a seguir.

Segundo a atual jurisprudência do STF e STJ, a concessão do benefício previdenciário de

pensão por morte aos dependentes do segurado deve ser disciplinada pela legislação

em vigor ao tempo do fato gerador do benefício em questão, qual seja, a morte do

segurado, por força da aplicação do princípio lex tempus regit actum.

Comentários: O item está correto. O princípio Tempus Regit Actum, segundo o qual deve
ser aplicada a lei vigente na época dos fatos ocorridos, aplica-se, amplamente, nas
questões previdenciárias. Nesse sentido, de acordo com a súmula 340 do STJ, a lei
aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do
óbito do segurado.

69
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 10 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

Maria foi contratada como empregada da empresa Souza & Silva Ltda. Após três anos e

dois meses de trabalho, ela foi vítima de acidente de trânsito que lhe provocou fraturas

expostas em membro inferior. Em virtude dessa ocorrência, Maria ficou incapacitada

temporariamente para o trabalho. Após um ano e oito meses de afastamento do

trabalho, peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) constataram que Maria,

apesar de se encontrar apta ao trabalho, possuía sequelas provenientes do acidente

que reduziam a sua capacidade para a atividade que exercia habitualmente.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

Ao retornar ao trabalho, Maria fará jus a uma renda equivalente a 50% valor do salário-

de-benefício, a ser paga pelo INSS, independentemente do salário pago a ela pela

empresa Souza & Silva Ltda.

Comentários: O item está correto! Auxílio-acidente é o benefício previdenciário, de


caráter indenizatório, devido ao segurado quando, após consolidação das lesões
advindas de acidentes de qualquer natureza, houver sequelas que reduzam a
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia – art. 86 da Lei 8.213/91. Será
pago ainda que haja retorno ao trabalho, com renda mensal inicial de 50% do salário de
benefício que deu origem ao auxílio-doença reajustado pelos índices de manutenção
até a data do início do auxílio-acidente, independentemente da remuneração auferida
quando do retorno ao trabalho.

Gabarito: Certo.

70
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

QUESTÃO 11 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º 8.213/1991,

julgue o item subsequente.

O salário-família devido ao segurado empregado é pago pelo empregador, enquanto o

salário-família devido ao segurado contribuinte individual é pago pelo INSS.

Comentários: O item está errado! Cuidado com o salário-família, porque não são todos
os segurados que fazem jus a esse benefício. De acordo com o art. 65, da Lei 8.213/91,
o salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive o
doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de
filhos ou equiparados. Assim, notem que foram excluídos do rol de beneficiários o
contribuinte individual, o facultativo e o segurado especial.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 12 – CESPE – AGU – PROCURADOR FEDERAL - 2013

Acerca do RGPS, julgue os itens a seguir.

A concessão do benefício de auxílio-doença, em regra, exige período de carência de doze

contribuições mensais. Todavia, a lei prevê casos em que a concessão do referido

benefício independe de carência, entre os quais se inclui a situação na qual o segurado

venha a ser vítima de moléstia profissional ou do trabalho.

Comentário: O item está correto, pois, de fato, a legislação prevê exceções em que a
carência será dispensada para o auxílio-doença - art. 26, II, da Lei 8.213/91. Tal isenção
será aplicável para os casos de acidente de qualquer natureza, doença profissional ou
do trabalho, bem como das doenças constantes de lista elaborada pelo Ministério da
Previdência e da Saúde, bastando, tão somente, a comprovação da qualidade de

71
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

segurado. Obviamente, também nos casos de doenças que isentam de carência, a


incapacidade para o trabalho deve ser posterior à filiação ou a reingresso ao sistema
previdenciário.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 13 – CESPE – MTE – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - 2013

Julgue o item que se segue, relativo ao auxílio-doença.

O auxílio-doença é encerrado apenas com a morte do segurado, de forma que o

segurado poderá recebê-lo conjuntamente com qualquer outro benefício, inclusive com

a aposentadoria por invalidez.

Comentários: O item está completamente errado. O auxílio-doença cessa pela


recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por
invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar sequela que
implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia – art. 78, do
Decreto 3.048/99.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 14 – CESPE – MTE – AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - 2013

O auxílio-acidente, que visa ressarcir o segurado em virtude de acidente que lhe

provoque a redução da capacidade laborativa, é, conforme a doutrina de Fábio Zambitte

Ibrahim, o único benefício de natureza exclusivamente indenizatória. Tendo essa

afirmação como referência inicial, julgue o item que se seguem, relativo ao auxílio-

acidente.

72
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

A legislação previdenciária veda a concessão do auxílio-acidente quando o segurado,

mesmo sendo vítima de acidente de qualquer natureza, apresentar danos funcionais ou

redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa.

Comentários: O item está correto! É preciso que haja repercussão na capacidade


laborativa para fins de concessão do auxílio-acidente. De acordo com o §4º, do art. 104,
do Decreto 3.048/99, há duas situações que não darão ensejo ao aludido benefício: 1 -
danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade
laborativa; 2 - mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela
empresa, como medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de
trabalho.

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 15 – CESPE – PGE AM – PROCURADOR DO ESTADO – 2016

No tocante às recentes alterações impostas aos benefícios previdenciários, julgue o item

seguinte.

Constatada — em processo judicial em que tenham sido assegurados o contraditório e

a ampla defesa — simulação ou fraude no casamento ou na união estável com a

finalidade de obter benefício previdenciário, o cônjuge, ou o(a) companheiro(a)

supérstite, perderá o direito à pensão por morte.

Comentários: O item está correto! Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o
companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude
no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de
constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa (Lei 8.213/91, art. 74, §2º).

73
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Gabarito: Certo.

QUESTÃO 16 – CESPE – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO - 2015

Acerca do RGPS, julgue o item subsequente.

Conforme entendimento do STF, não há incidência de contribuição previdenciária nos

benefícios do RGPS, incluído o salário-maternidade.

Comentários: O item está errado! Na realidade, o salário-maternidade é o único


benefício previdenciário sobre o qual incidem contribuições previdenciárias. Nos termos
do §2º, do art. 28, da Lei 8.212/91, tal benefício é considerado salário de contribuição e
também como carência para fins previdenciários.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 17 – CESPE – SERPRO – ANALISTA/GESTÃO DE PESSOAS - 2013

Os benefícios concedidos aos segurados do RGPS têm como escopo a cobertura de

determinados riscos sociais elegidos pelo legislador constitucional (art. 201, caput, da

CF). Com referência à concessão e manutenção desses benefícios, julgue os itens que se

seguem.

A legislação previdenciária estendeu o direito à percepção do salário-maternidade à

segurada do RGPS que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.

Assim, havendo adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, a

segurada fará jus à majoração proporcional do valor do benefício em relação ao número

de crianças adotadas.

Comentários: O item está errado! Pessoal, a regra é de que o SM não poderá ser pago
a mais de um segurado, quando decorrente de adoção ou guarda, mesmo que os

74
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

cônjuges ou companheiros sejam do RPPS. A exceção fica por conta do pagamento do


salário-maternidade à mãe biológica (Lei 8.213/91, art. 71-A, § 2º). Além disso, de acordo
com o art. 93-A, §4º, do Decreto 3.048/99, quando houver adoção ou guarda judicial para
adoção de mais de uma criança, é devido um único salário-maternidade relativo à
criança de menor idade.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 18 – CESPE – TCU – PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ADAPTADA 2015

Para a concessão do auxílio-acidente, é imprescindível que a moléstia seja irreversível,

de acordo com entendimento do STJ.

Comentários: Incorreto. De acordo com o STJ, será devido o auxílio-acidente quando


demonstrado o nexo entre a redução de natureza permanente da capacidade laborativa
e a atividade profissional desenvolvida, sendo irrelevante a possibilidade de
reversibilidade da doença.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 19 – CESPE – DPE/PE – DEFENSOR PÚBLICO – 2015

Pedro mantém vínculo com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) há doze anos e

quatro meses, em função do exercício de atividade laboral na condição de empregado

de empresa privada urbana. Pedro é viúvo e mora em companhia de seu único filho,

Jorge, de dezenove anos de idade. Com referência a essa situação hipotética, julgue o

seguinte item.

75
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Se Pedro vier a falecer no presente mês, seu filho Jorge terá direito a pensão por morte,

que consiste em renda mensal correspondente a 91% da média aritmética simples dos

maiores salários-de-contribuição de Pedro.

Comentários: O item está errado, pois, de acordo com o art. 75 da Lei 8.231/91, o valor
mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da aposentadoria que o
segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez
na data de seu falecimento.

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 20 – CESPE– DPU – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO - 2016

No que se refere aos benefícios previdenciários regulamentados pela Lei n.º 8.213/1991,

julgue o item subsequente.

O auxílio-reclusão é um benefício devido ao segurado da previdência que, recolhido à

prisão, fica impossibilitado de prover o seu próprio sustento e o de sua família.

Comentários: A questão está errada! O auxílio-reclusão, nos termos do art. 80 da Lei


8.213/91, será devido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, e não ao
segurado!

Gabarito: Errado.

QUESTÃO 21 – CESPE – STJ – ANALSITA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA – 2012

Considere a seguinte situação hipotética

76
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Davi, segurado da previdência social, após sofrer acidente, passou a receber auxílio-

doença. Como as sequelas deixadas pelo acidente implicaram a redução da sua

capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, Davi pleiteou o auxílio-acidente.

Nessa situação, o auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação

do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento

auferido por Davi.

Comentários: Está correto. Nos termos do §2º do art. 86 da Lei 8.213/91, o auxílio-
acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo
acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria.

Gabarito: Certo.

77

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