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Por seu turno, as associações de empregadores contrastam com os sindicatos. Estas têm
maior autonomia e um poder considerável em relação às instituições políticas. A SEV
estabeleceu seu papel e posição central em 1949 e nos anos 50 protagonizou, junto à GSEE,
tentativas corporativistas de tomada de decisão coletiva na modernização seletiva empreendida
pelo governo. O poder de cada um variou no período; no entanto, o governo intervinha
fortemente na GSEE, enquanto a SEV reteve um grau maior de autonomia institucional (p. 302
e 303).
Após um regime militar, que durou de 1967 a 1974, a Grécia entrou na Terceira
República com a presença organizacional de diversos interesses sociais que apresentavam uma
combinação continuidades e mudanças. A implantação de novo regime não provocou a criação
de novas associações e nem mudanças significativas na legislação; de um lado, a curta duração
do autoritarismo anterior diminuiu seus impactos e, de outro, o sistema de interesses sobreviveu
à transição com poucas mudanças porque a restauração das instituições democráticas enfatizou
elementos de continuidade com o período anterior à imposição da ditadura em 1967. Outro
evento importante foi a alternância de poder em 1981, com a ascensão do PASOK, que serviu de
estímulo a associabilidade das empresas - após este ano, verificamos esforços do SEV para
aumentar sua autoridade e se distanciar de linhas partidárias específicas. Por último, a adesão à
União Europeia, junto das pressões pela europeização e internacionalização da economia,
provocou mudanças nas políticas de interesse domésticas (p. 304).
A escolha pela adesão à União Europeia, primeiro nos anos 60 e após 1974 surgiu na
forma de uma estratégia que agrupou um número de atores em favor de objetivos
modernizantes, enquanto o campo de debate (field of debate) era estruturado em termos pró-
europeus. Enquanto alguns interesses se tornaram parte desta estratégia e contribuíram para a
formação de suas características particulares, outros permaneceram à margem do processo –
assim se contrapunha capital e trabalho. Na Grécia, bem como em outros países, a adesão à
União Europeia e à suas políticas macroeconômicas forneceu a disciplina externa para medidas
de austeridade internas que os governos falharam em impor ou preferiram não as implementar
por sua iniciativa (p. 305).