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Ageu 1.

Estude a passagem

Ageu exorta o povo a reedificar o templo


1
No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, por intermédio
do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo
sacerdote, dizendo:2Assim fala o SENHOR dos Exércitos:1

Leia o texto em contexto para uma visão geral

Ageu inicia sua profecia com uma data, indicando que Israel ainda está sob o domínio gentílico. O primeiro
dia do mês de Elul proporcionou ao profeta uma audiência [pois era um dia de festa religiosa], mas a mensagem
foi primariamente dirigida aos dois líderes da nação restaurada, Zorobabel, o governador, e Josué, o sumo
sacerdote. Ambos eram diretamente aparentados com os líderes pré-exílicos, Jeoiaquim (no âmbito político) e
Jeozadaque (no âmbito religioso) e, portanto, responsáveis pela condução da vida em Judá na ocasião.
Os judeus foram repreendidos por suas prioridades distorcidas (1.3–6), por perseguirem desenfreadamente
seu conforto material enquanto adiavam ad nauseam seu compromisso com Deus. Tal indiferença para com a
casa de Deus, a qual deveria ser o centro da vida nacional, e a indulgência para com o desejo de possuir casas que
não eram apenas seguras, mas luxuosas, trouxeram à nação sofrimentos econômicos e sociais, como a fome,
pobreza e inflação.
A correção de Deus começa com autoavaliação cuidadosa (cf. a frase chave hebraica ‫ִׂשימּו לְ בַ ְבכֶם עַ ל־‬
‫( דַ ְרכֵיכֶם‬śîmû leḇaḇḵem ʿal darkêḵem), “Considerai os vossos caminhos”, 1.5, 7). A nação teve de rever sua
falta de compromisso com sua principal prioridade e se ocupar em promover a glória de Javé na construção do
templo (1.7). A questão chave era de quem era a glória que a nação buscava.
Os versículos de 9 a 11 fornecem aos ouvintes uma estrutura pactual em que operar. Judá ainda estava sob os
princípios de bênção e maldição da aliança mosaica (cf. Lv 26 e Dt 28). Sua negligência produzira completo
fracasso de seu sistema econômico. Quanto mais eles retinham do Senhor devido a suas condições precárias, mais
perdiam em sua economia agrícola. Era uma situação de perda inescapável que só poderia ser quebrada por uma
renovação de compromisso com o Senhor. Esses versículos certamente lembrariam os judeus da crise do tempo
de Elias e Acabe (cf. falta de orvalho, v. 10, e seca, v. 11), provendo assim uma ideia clara da seriedade do pecado
da negligência.
Os versículos de 12 a 14 contêm a reação do povo à primeira mensagem de Ageu. A começar pelos líderes, a
nação toda respondeu positivamente ao desafio do profeta e ao encorajamento divino (1.13). Conclui-se que eles
obedeceram à voz do Senhor contida nas palavras de Ageu. A causa dessa reação se acha em 1.14, “o Senhor
suscitou o espírito […] de todo o resto do povo”. Na verdade, este versículo apresenta um impressionante
contraste com 1.2, em que os judeus foram chamados sarcasticamente de “este povo”. Quando obedecessem ao
Senhor, sob Sua capacitação, os ouvintes de Ageu se posicionariam para receber o título de ‫( ְשאֵ ִׂרית‬šeʾērîṯ,
“remanescente”), aquele grupo de pessoas especialmente caras ao coração de Deus, frequentemente mencionado
nos profetas. A eles se aplicava a promessa, “’Eu sou convosco, diz o Senhor” (1.13).
O trabalho foi retomado em 24 de Ab (21 de setembro de 520 a.C.), 3 semanas após a mensagem original.
Esse intervalo pode ter sido causado pela colheita de figos e uvas que acontecia no mês de Elul.

1 Sociedade Bíblica do Brasil. (2003). Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong (Ag 1). Sociedade Bíblica do Brasil.
A segunda mensagem foi dada no último dia da Festa dos Tabernáculos, uma ocasião que deveria ser alegre,
mas que fora um momento particularmente desanimador naquele ano de colheitas fracas e crise econômica.
Enquanto a primeira mensagem visava sacudir o povo de sua letargia espiritual, a segunda buscava protegê-
lo do desânimo que certamente viria quando começassem a considerar as realidades do presente em comparação
com as lembranças do passado. A condição empobrecida de Judá no século 5 a.C. nunca poderia produzir o
mesmo edifício magnífico que o Israel do século 10 erigira nos dias opulentos de Salomão.
Era vital que o povo se conscientizasse de que o aspecto mais importante do templo não era a riqueza, mas a
presença de Deus por meio do Seu Espírito (2.4,5). Dessa verdade, eles tirariam força (cf. a tríplice exortação
‫[ ֲחזַק‬ḥăzaq], “Esforça-te”, literalmente “Sê forte!”) para a tarefa a ser enfrentada.
Duas garantias foram dadas aos construtores. A presença de Deus permaneceria com eles, conforme a
promessa pactual (2.5; cf. Êx 19.4–6; Is 61.1–3), e não lhes faltariam recursos para continuar o trabalho até
completá-lo. Este escritor crê que a famosa expressão ‫ ּובָ אּו חֶ ְמדַ ת כָל־הַ ּגֹויִׂ ם‬ûḇāʾû ḥemdaṯ kôl haḡgôyim),
traduzida por “o desejado de todas as nações virá” ou “as coisas preciosas de todas as nações virão” (2.7), tem
um duplo cumprimento, um na própria geração de Ageu, e outro, no futuro, quando o templo milenar for
estabelecido e as riquezas das nações para lá convergirem, de acordo com as visões de Isaías, Miqueias e Ezequiel.
O cumprimento imediato viria em 519 a.C. quando Dario, em seu planejamento para a campanha militar
contra o Egito, revisou o status de Jerusalém e encontrou o decreto de Ciro, o qual não apenas permitiu a
reconstrução do templo, mas também decretou a provisão para seu custeio a partir do próprio tesouro real (cf. Ed
6.4, 8–10). Tal medida foi retomada imediatamente e permitiu a conclusão do trabalho em quatro anos.
A promessa gloriosa de 2.9 indica a continuidade essencial entre os templos. O templo pós-exílico ( ‫הַ בַ יִׂ ת‬
‫הַ זֶה‬, haḇbayiṯ hazzeh, “esta casa”) partilharia da glória e paz do Templo Milenar estabelecido após a iminente
(cf. ‫עֹוד אַ חַ ת ְמעַט‬, ʿôḏ ʾaḥaṯ meʿaṭ, “daqui a pouco”, 2.6) conflagração escatológica promovida por Javé (2.6,7).
Mesmo que se permita toda a hipérbole profética, essa intervenção titânica nunca poderia ser limitada às rebeliões
dos primeiros anos do reinado de Dario.
Israel foi, portanto, instruído a valorizar seu templo não apenas por sua aparência externa, mas pelo que ele
significava para o plano eterno de Deus de substituir os reinos humanos rebeldes pelo Seu reino de glória e paz.
No templo, Ele daria a paz, a qual veio na pessoa de Jesus Cristo (cf. Ef 2.14–18).
A terceira mensagem traz uma ilustração dos efeitos devastadores da negligência espiritual de Judá e também
das alegres perspectivas da obediência nacional. Além disso, a lição ilustrada de Ageu demonstra como rituais
não podem substituir a justiça perante Deus.
A primeira parte dessa divisão indica a natureza contagiosa do pecado em contraste com a natureza não
contagiosa da justiça (2.11–14). Os atos rituais de Judá não poderiam santificar seu distorcido sistema de valores
espirituais; este último tornava os primeiros inaceitáveis diante de Deus.
A segunda parte dessa divisão encoraja o povo, declarando que os frustrantes esforços agrícolas dariam lugar
a colheitas abundantes. Mais uma vez aparece a frase-chave ‫ ִׂשימּו לְ בַ בְ כֶם עַ ל־דַ ְרכֵיכֶם‬.(śîmû leḇaḇḵem ʿal
darkêḵem), traduzida neste trecho por “Agora considerai” (2.15), e Judá recebe a promessa de que os meios
divinos de julgamento (“com “queimaduras, e com ferrugem, e com saraiva”, 2.17) seriam removidos à luz de
seu arrependimento e obediência, e a colheita seguinte seria um recorde para todo tipo de produto agrícola.
A profecia final no livro foi dada no mesmo dia da terceira, mas se destinava a um indivíduo específico,
Zorobabel, o governador nomeado de Judá. Zorobabel é encorajado não por promessas específicas de poder
político para si mesmo (como muitos comentaristas conservadores indicam), mas para a linhagem por ele
representada.
Ageu demonstra isso (2.23) ao chamá-lo de ‫( עֶבֶ ד‬ʿeḇeḏ, “servo”), lembrando as passagens messiânicas de
Isaías e Jeremias, e ‫( חֹותָ ם‬ḥôṯām, “anel de selar”), em uma clara alusão à profecia de Jeremias contra Joaquim
[Jeconias], o avô de Zorobabel; (cf. Jr 22.24). A abordagem escatológica de Ageu focaliza Zorobabel como um
elo davídico na corrente messiânica, elo particularmente significativo devido a sua atividade como reconstrutor
do templo. Uma ênfase semelhante encontra-se nos livros de Crônicas (cuja autoria é cronologicamente próxima
à de Ageu), que dedica muito mais texto aos preparativos de Davi para a construção do templo do que à construção
do primeiro templo por Salomão.
O papel de Zorobabel seria transformar Israel em uma comunidade de adoração em torno do templo até que
o Senhor dos Exércitos interviesse na História para estabelecer Seu próprio reino.
A reconstrução do templo reflete o arrependimento pela indiferença para com a glória de Deus
e a fé na concessão definitiva das bênçãos prometidas na aliança.2

Antecedentes históricos e culturais

Autoria
Pouco se sabe do profeta em si. O nome Ageu (‫חַ ּגַי‬, ḥaḡgay) parece se relacionar à palavra hebraica ‫( חַ ג‬haḡ),
que significa “festa, festival”. Por isso, alguns comentaristas sugerem que ele nasceu em um dia de festa religiosa
ou comemorativa, o que permanece como mera especulação. Sua referência ao templo pré-exílico em 2.3 sugere
que o próprio Ageu foi um dos poucos idosos que haviam visto o templo de Salomão e sobrevivido ao exílio.
Assim, ele poderia ter 80 anos quando começou seu ministério. Já que ele parece ter mais idade que Zacarias (seu
nome sempre aparece primeiro quando são mencionados juntos), isso bem pode ser verdade.
Ageu, além de se denominar profeta, começa e termina suas mensagens com a frase ‫כֹּ ה אָ מַ ר יהוה צְ בָ אֹות‬
(kōh ʾāmar yhwh ṣeḇāʾôṯ, “assim fala o Senhor dos exércitos”; 1.2,5,7,13; 2.4,6,9,11,17,23). Ele estava
absolutamente convencido de que sua mensagem se originara em Deus!
Seu estilo simples e direto revela aquele tipo de pessoa objetiva, necessária para motivar o povo a sair de sua
letargia e realizar muito em pouco tempo. O ministério de Ageu, que durou apenas 4 meses, despertou Judá da
sua letargia e persuadiu o povo a completar o templo em 12 de março de 515 a.C.

Data
A profecia de Ageu é claramente datada a partir de seu próprio texto. As quatro profecias contidas no livro
foram todas proferidas no segundo ano de Dario Histaspes, que começara a reinar sobre o império persa em
setembro de 522 a.C.; consequentemente, o livro data de 520 a.C. A cronologia de Ageu é tão precisa que é
possível determinar exatamente o dia em que cada profecia foi feita.
Conforme o calendário atual, a primeira profecia foi proferida em 29 de agosto (primeiro dia de Elul); a
segunda veio em 21 de setembro (21o dia de Tishri, ou último dia da Festa dos Tabernáculos); a terceira e a quarta
profecias foram trazidas ao povo no mesmo dia, 18 de dezembro (24 o dia de Kislev).

Política
O livro de Ageu se encaixa na história fornecida pelo livro de Esdras. Após a empolgação com a volta de
Babilônia e assentamento na Judeia, o povo caiu em um ciclo de desânimo devido à oposição, à negligência
espiritual e à pobreza material que se estendeu por aproximadamente quinze anos.
Apesar do início auspicioso, com a construção do altar e lançamento dos alicerces do templo, a oposição
conjunta de oficiais samaritanos e persas trouxe o trabalho a um impasse. A aparente falta de familiaridade (e

2Pinto, C. O. C. (2014). Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. (J. C. Martinez, Org.) (2a Edição Revisada e Atualizada, p. 779–
783). São Paulo: Hagnos.
talvez falta de uma necessidade sentida) com o templo por parte da geração nascida em Babilônia e a tendência
humana de colocar o conforto material adiante do compromisso espiritual, combinaram-se com as pressões
externas e provocaram a interrupção do trabalho no templo.
Nesse período de 15 anos, a Pérsia passou por mudanças significativas. Ciro morrera em 530 a.C., defendendo
a fronteira nordeste do império, e deixou seu filho Cambises II como seu sucessor (530–522 a.C.). Cambises tinha
um meio-irmão, Bardia, que ele assassinara para se estabelecer como único governante. Esse assassinato fora
mantido em segredo, porém mais tarde voltou para atormentar o rei, quando um usurpador chamado Gaumata
apareceu em público, durante a ausência de Cambises, que estava em campanha militar no Egito, fingindo ser o
assassinado Bardia.
Quando, em meio a grande confusão no império, o falso Bardia assumiu o trono da Pérsia, Cambises cometeu
suicídio. O descontentamento exacerbou—se entre os oficiais persas, e o novo monarca foi assassinado dois meses
após assumir o poder. Dario, um príncipe de sangue real, mas sem parentesco direto com Ciro, subiu ao trono e
enfrentou uma série de rebeliões por todo o império.
Boa parte de seus primeiros dois anos de reinado foi dedicada a acalmar esse incêndio político-militar,
combatendo e reprimindo a ferro e fogo essas rebeliões. Quando, porém, Babilônia foi subjugada em janeiro de
520 a.C., as satrapias restantes acederam à sua suserania.
Tal é o contexto histórico em que Ageu ministrou. Não havia dúvidas de que os judeus ainda estavam sob o
controle persa. Suas esperanças messiânicas, apesar de despertadas pela revolta generalizada no império, haviam
sido colocadas na perspectiva certa pela consolidação de Dario no poder. Na verdade, Ageu pode ter escrito para
corrigir falsas esperanças de messianismo humanamente induzido, tornando claro a Judá que só o Senhor poderia
concretizar a realização de suas esperanças.3

Considerações hermenêuticas

Os versículos de 9 a 11 fornecem aos ouvintes uma estrutura pactual em que operar. Judá ainda estava sob os
princípios de bênção e maldição da aliança mosaica (cf. Lv 26 e Dt 28). Sua negligência produzira completo
fracasso de seu sistema econômico. Quanto mais eles retinham do Senhor devido a suas condições precárias, mais
perdiam em sua economia agrícola. Era uma situação de perda inescapável que só poderia ser quebrada por uma
renovação de compromisso com o Senhor. Esses versículos certamente lembrariam os judeus da crise do tempo
de Elias e Acabe (cf. falta de orvalho, v. 10, e seca, v. 11), provendo assim uma ideia clara da seriedade do pecado
da negligência.

As principais ênfases da profecia. Dois temas ocuparam a mente de Ageu: a reconstrução do templo de
Jerusalém e o estabelecimento do reinado de Davi. O templo e o davidismo são os dois grandes temas deste livro.
A mística davídica é mais relevante que a do templo. O messianismo davídico é, pois, decisivo para a
hermenêutica de Ageu. 4

Considerações teológicas

O espaço sagrado
No Antigo Testamento havia um profundo senso de que a presença de Deus devia estar visivelmente entre
seu povo. Para isso acontecer, era necessário haver um espaço sagrado: um prédio totalmente separado para Deus

3 Pinto, C. O. C. (2014). Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. (J. C. Martinez, Org.) (2a Edição Revisada e Atualizada, p. 777–
779). São Paulo: Hagnos.
4 Lopes, Hernandes Dias. Obadias e Ageu (Locais do Kindle 1006-1009). Editora Hagnos. Edição do Kindle.
habitar e no qual devia acontecer a adoração a Ele. Primeiro, foi construído o Tabernáculo, quando os israelitas
estavam no deserto fugindo do Egito. Era uma estrutura parecida com uma tenda toda cercada. No tempo de
Salomão, foi construído um Templo, consagrado em uma cerimônia magnífica.
Quando os babilônios capturaram a cidade e exilaram seu povo, os israelitas aprenderam a viver sem um
templo. Na volta do exílio, a urgência para recriar esse espaço sagrado foi diminuída ainda mais em razão da
oposição e da necessidade deles de conseguir um sustento. A tarefa de Ageu era instilar de novo na consciência
deles esse senso da importância vital do Templo se fosse para Deus realmente ficar com seu povo. Essa
consciência foi substituída de novo só na época de Jesus, quando Ele afirmou que, agora, seu corpo era o novo
Templo (Mt 24.2; 26.61; 27.40).

A fidelidade da aliança
Zorobabel era da linhagem do rei Davi, por isso recebeu a herança davídica, como era conhecida (2.23; veja
1 Rs 9.5). Mas também havia uma aliança de duração mais longa feita durante o êxodo do Egito (2.5, veja Êx
24.8) de que Deus estaria com seu povo. Deus é fiel a suas promessas da aliança. O outro aspecto da fidelidade
da aliança é o que é exigido do povo em termos de pureza (2.10–14).

Sinalize as coisas que você não entende completamente


Use suas habilidades e recursos nos idiomas originais 5

‫ בִׂ ְשנַ ַ֤ת ְשתַַּ֨ יִׂ ם לְ דָ ְריָ ָ֣וֶש הַ ֶּ֔ ֶמלְֶך בַ חַֹּּ֨ דֶ ש הַ ִׂש ֶּ֔ ִׂשי בְ י֥ ֹום אֶ ָחָ֖ד לַחֹֹּ֑ דֶ ש‬1
‫ן־שאַ לְ ִׂתיאֵ ל פ ַַחת‬ְ ֶ‫הָ ַָּ֨יה ְדבַ ר־יְ ה ָ֜ ָוה בְ יַד־חַ ּגַ י הַ נ ִִָׂ֗ביא אֶ ל־זְרֻ בָ ֶבַ֤ל ב‬
‫הֹושֻׁ֧עַ בֶ ן־יְ הֹוצָ ָ ָ֛דק הַ כֹּ ֵ ֥הן הַ ּג ָָ֖דֹול לֵאמֹֹּֽ ר׃‬ ֻ ְ‫הּודה וְ אֶ ל־י‬ ָ ֶּ֔ ְ‫י‬
‫ ֥ ֹּכה אָ ַ ָ֛מר יְ הוָ ֥ה צְ בָ ָ֖אֹות‬2
6

1
No segundo ano do rei Dario7, no sexto mês, no primeiro dia do mês8, veio a palavra do SENHOR, pela mão do
profeta Ageu9, a Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo
sacerdote10, dizendo:
2
Assim fala o SENHOR dos Exércitos11:12
5 Westcott, B. F., & Hort, F. J. A. (2009). The New Testament in the Original Greek (Rm 3.1–8). Logos Bible Software.
6 Biblia Hebraica Stuttgartensia: with Werkgroep Informatica, Vrije Universiteit Morphology; Bible. O.T. Hebrew. Werkgroep Informatica, Vrije
Universiteit. (2006). (Ag 1.1–2). Logos Bible Software.
7 O rei Dario é o rei persa Dario Histaspes que governou de 522 a 486 a.C.
8 sn O primeiro dia do sexto mês foi Elul 1 de acordo com o calendário judaico; 29 de agosto de 520 a.C. de acordo com o calend ário

moderno (juliano).
9 Heb, “a palavra do SENHOR veio pela mão do profeta Ageu” (‫ביַד־חַ גַי‬, ְּ béyad-khaggay). Isso sugere que o profeta é apenas um instrumento
do SENHOR; o SENHOR deve ser visto como o verdadeiro autor (ver 1: 3; 2: 1; Ml 1: 1).
10 tn A tradução típica “Josué (o) filho de Jeozadaque, o sumo sacerdote” (cf. ASV, NASB, NIV, NRSV) pode ser entendido como significando

que Jeozadaque era sumo sacerdote. No entanto, Zacarias 3: 1, 8 indica claramente que Josué era sumo sacerdote (ver também Esdras 5:
1–2; cf. NAB). O mesmo equívoco potencial ocorre em Ag 1:12, 14 e 2: 2, onde a mesma solução foi empregada na tradução.
11 sn O epíteto SENHOR QUE LEGISLA SOBRE TODOS ocorre frequentemente como um título divino em todo livro de Ageu (ver 1: 5, 7,
9, 14; 2: 4, 6, 7, 8, 9, 11, 23). Este nome (‫צְּ בָ אֹות יְּהוָה‬, yéhvah tséva'ot), tradicionalmente traduzido como “SENHOR dos Exércitos” (assim KJV,
NAB, NASB; cf. NIV, NLT “Senhor Todo-Poderoso”; NCV, CEV “Senhor Todo-Poderoso”), enfatiza o majestosa soberania do Senhor, um
conceito especialmente importante no mundo pós-exílico de grandes impérios e governantes humanos. Para um estudo completo do título
divino, ver T. N. D. Mettinger, Em Busca de Deus, pp. 123–57.
12 Sociedade Bíblica do Brasil. (2003). Almeida Revista e Atualizada, com números de Strong (Ag 1). Sociedade Bíblica do Brasil.
Os resultados do estudo

A reordenação das prioridades


Todos nós queremos as bênçãos de Deus em nossa vida. Sabemos que não as conquistamos, pois todas as
bênçãos são concedidas por meio da graça. Há determinadas coisas, no entanto, que podem nos impedir de
conhecer a bênção do Senhor. Os exilados que tinham voltado estavam descobrindo isso: tudo que tentaram fazer
para prosperar fracassou (1.6,10; 2.16,17). A mensagem de Ageu é clara: tenha as prioridades certas. Antes de
tudo, honre a Deus, mensagem repetida por Jesus (Mt 6.33). Malaquias transmitiu a mesma mensagem em termos
de oferta (Ml 3.8–12) e também Miqueias (Mq 6.14). Ageu expande o conceito para incluir nosso melhor empenho
e esforço (2.18,19).

Não adie
Era como se os ex-exilados estivessem conscientemente se recusando a reconstruir o Templo. Mas eles, por
causa das prioridades equivocadas, estavam apenas adiando a reconstrução. Ageu, contudo, sugere que, na
verdade, isso é recusar os propósitos de Deus e desonrar a Ele, uma vez que o Templo, o sinal mais evidente da
presença do Senhor, permanece em ruínas (1.9). A relevância disso no mundo frenético e desordenado de hoje é
clara: temos de parar de dar desculpas e de resistir aos propósitos de Deus e temos de honrá-lo fazendo o que
sabemos que Ele quer que façamos.13

Organize as ideias
Esboço da passagem

A primeira mensagem de Ageu: Um chamado à reconstrução do Templo

1.1 Deus entrega a Ageu uma mensagem para Zorobabel e Josué

Esboço da verdade

A primeira mensagem de Ageu: Um chamado para fazer Deus nossa prioridade

1.1 Deus usa homens para momentos específicos na história.

Formular a Grande Verdade


Do esboço da verdade, pergunte: “Do que estou falando?
Da palavra do Senhor

Qual é a maior questão que minha passagem está abordando?


A importância da palavra do Senhor em nossas vidas

“O que estou dizendo sobre isso? Qual é a resposta para a pergunta?


A palavra do Senhor deve ser uma prioridade na vida do cristão pois ordena todo o restante da vida.

“Como posso escrever a frase completa de maneira relativamente breve, em um português simples e claro?”

13Manser, M. H. (2013). Guia Cristão de Leitura da Bíblia. (D. Pereira, V. Araujo, F. Machado, & A. Soares, Orgs., L. Aranha, Trad.) (1 a
edição, p. 288). Bangu, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus.
A palavra do Senhor deve ser a prioridade na vida daqueles que fazem parte do povo de Deus.

Perícopes

(1.1)
A palavra do Senhor deve ser a prioridade na vida daqueles que fazem parte do povo de Deus.

Faça as perguntas certas


O que você precisa explicar?
Não existe a parte de Deus e a nossa parte. Ele é o Senhor de tudo!

Eles compram isso?


Deus realmente pode me usar para a sua obra?

Com o que isso parece em nossas vidas?


As vezes pensamos que Deus não está interessado em nossas vidas e preferimos então viver a vida à nossa própria
maneira.

Afie a grande verdade


A palavra do Senhor deve ser a prioridade das nossas vidas.

Molde o sermão
O esboço a será dedutivo ou indutivo?
Ageu 1.1. – A palavra do Senhor
Introdução

Os Profetas Menores são nossos contemporâneos. Eles tratam de temas absolutamente importantes e urgentes.
Eles discernem o passado, diagnosticam o presente e oferecem soluções para o futuro. Estudar os Profetas
Menores é fazer uma leitura acurada dos graves problemas que assolam nossa sociedade e atingem a nossa igreja.

Ageu é um profeta pós-exilíco. Em sua época ele encorajou o povo judeu que havia voltado do cativeiro a
reconstruir o templo.

O povo que voltou para Jerusalém com Zorobabel enfrentou muitas dificuldades para cumprir seu projeto de
reconstrução do templo. Essas dificuldades são bem parecidas com as que enfrentamos. Vamos nomear aqui
algumas delas:
Em primeiro lugar, a falta de recursos.
Em segundo lugar, a proposta de alianças perigosas.
Em terceiro lugar, a oposição hostil.
Em quarto lugar, as lembranças do antigo templo.

Foi nesse tempo que Deus levantou um homem...


Podemos imaginar que impacto causou a notícia de que Deus havia falado novamente ao seu povo.

I. A palavra do Senhor fala por meio de homens santos. Ageu 1.1ª


Deus não apenas tem homens para tarefas especiais, mas ele sempre tem o homem certo, no lugar certo na hora
certa. E isso foi bem verdade para Ageu.

A palavra do Senhor veio no "segundo ano do rei Dario, no primeiro dia do sexto mês" - então era a hora certa.
Da mesma forma, a palavra chegou ao "profeta Ageu" - então era o homem certo.
E a palavra chegou ao profeta em Jerusalém de 'Judá' - então era o lugar certo.

II. A palavra do Senhor tem o poder de mudar o coração dos homens. Ag 1.1b
Nós não sofremos de fome da palavra de Deus hoje, pois temos a completa revelação da verdade divina na
Bíblia diante de nós. Mas há certamente pessoas famintas "ouvindo" a palavra do Senhor. E isso é por duas
razões:

Primeiro, as pessoas não estão ouvindo a palavra do Senhor porque em muitos púlpitos a própria Bíblia não está
sendo proclamada como a palavra de Deus.
Segundo, mesmo quando a Bíblia é fielmente proclamada, a culpa por não a ouvir como a palavra do Senhor pode
às vezes estar, não com o pregador, mas com os membros da congregação. (1 Ts. 2:13).
A palavra do Senhor deve ser uma prioridade na vida do cristão pois ordena todo o restante da vida. (GV)

Conclusão

Se quisermos que Deus nos fale tão claramente e positivamente quanto fez a Ageu, então devemos nos abrir à
ação do Espírito Santo ao lermos as Escrituras e a ouvirmos expostas em um culto de adoração.
Enquanto nos aproximarmos da Bíblia com a idéia de que é meramente um registro humano, nunca ouviremos a
voz autêntica de Deus falando conosco de suas páginas - nos desafiando e nos trazendo sob sua bênção ou seu
julgamento. Ao ouvi-la devemos obedecê-la.
Ageu 1.1

Leitura prévia
Apocalipse 3.14-20

Introdução

Os Profetas Menores são nossos contemporâneos. Eles tratam de temas absolutamente importantes e urgentes.
Eles discernem o passado, diagnosticam o presente e oferecem soluções para o futuro. Estudar os Profetas
Menores é fazer uma leitura acurada dos graves problemas que assolam nossa sociedade e atingem a nossa igreja.

Ageu é um profeta pós-exilíco. Em sua época ele encorajou o povo judeu que havia voltado do cativeiro a
reconstruir o templo.

A Casa de Deus estava abandonada. Eles haviam iniciado a construção, mas diante dos obstáculos abandonaram
a obra e se concentraram apenas em seus próprios negócios. Cada um corria apenas atrás dos seus interesses.

Um sentimento de vagarosidade e mornidão havia dominado o povo. A vida espiritual estava em decadência. Eles
voltaram do cativeiro, mas não haviam se apropriado da verdadeira liberdade espiritual.

Para muitos cristãos o tempo, ao invés de trazer amadurecimento na fé, os fez esfriar. Ao invés de terem crescido,
amargaram lentamente em um esfriamento espiritual seguido de um desânimo que beira a incredulidade.

Ageu confronta o povo e denuncia sua infidelidade. Mostra que o descaso com a Casa de Deus tinha
consequências espirituais e também materiais.

Ageu demonstra que Deus não se agrada das sobras. Ele não é Deus de resto, mas de primícias. A mensagem de
Ageu é absolutamente necessária para igreja contemporânea, pois o secularismo está entrando nas igrejas. O
pragmatismo está dominando as igrejas. O sincretismo religioso se faz presente em muitas igrejas com práticas
absolutamente pagãs. Precisamos voltar-nos para Deus com sincero arrependimento. Precisamos de uma nova
Reforma.14

Para entendermos os desafios que Ageu estava enfrentando é bom sabermos o que estava acontecendo no mundo
naquela época. Vamos passar por uns 500 anos de história. Davi reinou mais ou menos no ano 1000 a.C. Depois
que morreu Salomão seu filho assumiu o trono e construiu o templo, que ficou conhecido como templo de
Salomão. Mas quando Roboão seu filho assumiu o trono o reino foi dividido em 2. O reino do norte Israel e o
reino do Sul Judá. Quando mais o tempo passava, mais o reino do norte se afastava do Senhor. Até que em 722
a.C., o reino do Norte foi levado para o cativeiro pela Assíria. Quase 150 anos depois; por não se arrepender nem
ouvir os profetas de Deus, o reino do Sul enfrentou o mesmo destino em 586 a.C., quando Nabucodonosor invadiu
Jerusalém, destruiu seus muros, arrasou seu templo e levou o povo para o cativeiro.

Uma das razões da severa disciplina de Deus ao seu povo foi sua confiança mística no templo (Jr 7.1-4). O povo
pensava que o templo, lugar da habitação de Deus, era inexpugnável e, enquanto estivesse com o povo, eles jamais

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Lopes, Hernandes Dias. Obadias e Ageu (Locais do Kindle 61-70). Editora Hagnos. Edição do Kindle.
seriam abalados. A confiança do povo estava, contudo, no templo, e não em Deus. O templo se tornara um amuleto
para eles e, por isso, Deus entregou o templo e seus vasos nas mãos de Nabucodonosor, que o derrubou e entregou
o povo nas mãos dos caldeus.

Passaram-se setenta anos.

O cativeiro babilônico havia chegado ao fim. Deus já havia determinado o cativeiro e estabelecido seu tempo. Era
tempo de retornar, e Deus moveu o coração do rei Ciro para baixar um decreto permitindo a volta dos judeus para
reconstruírem o templo e a cidade. O retorno do povo judeu não foi total. Apenas 50 mil pessoas regressaram. Os
outros judeus acomodaram-se na Babilônia e fincaram lá suas raízes. Esse retorno, o segundo êxodo, deu-se em
três levas e da mesma forma o povo foi conduzido à escravidão.

A primeira leva foi capitaneada por Zorobabel, para a reconstrução do templo.

A segunda foi liderada por Esdras, para o ensino da lei.

E a terceira leva foi dirigida por Neemias, para a reconstrução dos muros da cidade.

O povo que voltou para Jerusalém com Zorobabel enfrentou muitas dificuldades para cumprir seu projeto de
reconstrução do templo. Essas dificuldades são bem parecidas com as que enfrentamos. Vamos nomear aqui
algumas delas:

Em primeiro lugar, a falta de recursos. As pessoas que voltaram enfrentaram de início grande escassez de
recursos. A cidade estava entupida de entulho e o povo, vazio de recursos. Isaltino Filho diz que aquele era um
momento de desencanto, pobreza e aturdimento. Reiniciar a vida em um país debaixo de escombros não permitia
gastos supérfluos, e o povo estava acostumado a viver sem o templo na Babilônia.

Em segundo lugar, a proposta de alianças perigosas. Logo que os judeus chegaram, os samaritanos propuseram
unir-se a eles na reconstrução do templo. Mas essa aliança era um laço para os judeus. Embora aparentados
fisicamente, os samaritanos tinham abandonado a fé pura e abraçado uma fé mística e sincrética. A adesão àquela
aliança representava uma apostasia religiosa, e os judeus se recusaram terminantemente a selar aquele acordo de
cooperação.

Em terceiro lugar, a oposição hostil. Rejeitados, os samaritanos ergueram-se com grande virulência como
opositores da obra. De parceiros tornaram-se inimigos. Chegaram a ponto de enviar cartas ao rei da Pérsia, criando
intrigas e fazendo falsas acusações, mentindo e dizendo que os judeus estavam conspirando contra a Pérsia. Essa
oposição foi tão implacável que Artaxerxes baixou um decreto proibindo a reconstrução da cidade e do templo
(Ed 4.21). A construção do templo ficou paralisada por quinze anos.

Em quarto lugar, as lembranças do antigo templo. Algumas pessoas que retornaram a Jerusalém, inclusive o
profeta Ageu, conheceram as glórias do primeiro templo. O suntuoso templo construído por Salomão ainda estava
vivo na memória de alguns deles.

O resultado foi a indiferença e a paralisação da obra. O povo foi acostumando-se a não ter um templo e isso se
mostraria fatal. Essa foi a mesma atitude de Ryland de Northampton, quando oprimiu o jovem William Carey
replicando: “Jovem, sente-se. Quando Deus quiser converter os pagãos, ele fará sem sua ajuda ou a minha”.
Foi nesse tempo que Deus levantou um homem...

Já se fazia muitos anos que não se ouvia em Jerusalém a voz da profecia. Agora, depois do retorno, essa é a
primeira vez que Deus rompe o silêncio e faz ouvir sua voz por meio do profeta Ageu. Isso era um sinal de que
Deus ainda mantinha a sua aliança com o povo da promessa.

Podemos imaginar que impacto causou a notícia de que Deus havia falado novamente ao seu povo.

I. A palavra do Senhor fala por meio dos seus santos. Ageu 1.1a

Quanto mais uma pessoa lê e estuda a Bíblia, mais claro se torna que, na história, Deus escolhe pessoas para
tarefas especiais. Ou, para colocar de outra forma, ele sempre tem o homem certo no lugar certo na hora certa.
Essa é uma das principais lições de Hebreus 11; que em certos pontos estratégicos da história do Antigo
Testamento Deus levantou Abel, Enoque, Noé, Abraão, Jacó, José e Moisés; e no Novo Testamento, João Batista,
Pedro, Estevão, Paulo e outros; e na história secular, homens como Agostinho, Atanásio, Policarpo, Wycliffe,
Tyndale, Lutero, Calvino, John Knox, Whitefield, Wesley e outros.

Ageu também era uma figura estratégica na história do povo de Deus. Quando ele apareceu em cena em 520 aC,
era para ser um ponto de virada no desdobramento do propósito de Deus. Dezesseis anos haviam se passado desde
que o povo judeu havia estabelecido os alicerces da casa de Deus sob a liderança de Zorobabel e Jesua (Esdras 3:
7–13). Nesse ínterim, a fundação cobriu-se de entulhos e a visão que o povo já teve de um templo renovado e
glorioso, já que o centro de adoração havia desaparecido há muito tempo. A tarefa de Ageu, quando chamada por
Deus, era reacender essa visão nas mentes e corações das pessoas e de seus líderes. Esse foi um enorme desafio.

O plano de Deus é usar o homem e usá-lo muito mais do que qualquer outra coisa. Homens são o método de Deus.

A igreja está procurando métodos melhores; Deus está buscando homens melhores.

O que hoje a igreja necessita não é de mais e melhor maquinismo, de novas organizações ou mais e novos
métodos, mas homens a quem o Espírito Santo pode usar – homens santos, homens de oração, homens poderosos
na oração.

O Espírito Santo não se derrama por meio de métodos, mas por meio de homens. Não vem sobre maquinaria, mas
sobre homens. Não unge planos, mas homens – homens que pregam sempre por meio de sermões santos no púlpito
e por meio de vidas santas fora do púlpito. Esses podem moldar uma geração para Deus.

Deus quer usar a sua vida.

É importante notar que a "palavra do SENHOR" veio pessoalmente a Ageu. Deus o escolheu da multidão, por
assim dizer, e falou diretamente ao seu coração e mente na situação particular em que ele se encontrava. Era como
se Deus lhe dissesse: 'Ageu, eu tenho uma palavra especial somente para os seus ouvidos a respeito da construção
da minha casa'.

Deus não apenas tem homens para tarefas especiais, mas ele sempre tem o homem certo, no lugar certo na hora
certa. E isso foi bem verdade para Ageu.

A palavra do Senhor veio no "segundo ano do rei Dario, no primeiro dia do sexto mês" - então era a hora certa.
Da mesma forma, a palavra chegou ao "profeta Ageu" - então era o homem certo.

E a palavra chegou ao profeta em Jerusalém de 'Judá' - então era o lugar certo.

Não foi exatamente isso que aconteceu no dia de Pentecostes? Pedro estava pregando o evangelho e depois veio
a reação do povo. As palavras partiram o coração dos que ouviam e disseram a Pedro e aos outros apóstolos:
“Irmãos, o que faremos?” Pedro respondeu: “Vocês devem se arrepender de seus pecados, e cada um deve ser
batizado em nome de Jesus Cristo. Então receberão a dádiva do Espírito Santo”. (Atos 2:37–38).

O que realmente aconteceu nessa ocasião? As pessoas estavam respondendo de forma positiva à eloquência de
Pedro e à sua oratória? Claro que não. O Espírito Santo estava em ação por meio da pregação de Pedro,
autenticando-a como a palavra do Senhor na consciência de cada uma das três mil pessoas adicionadas à igreja
naquele dia (Atos 2:41).

É uma experiência maravilhosa e uma grande bênção quando a palavra do Senhor chega até nós com a mesma
franqueza pessoal com que veio a Ageu. Porque Deus ainda fala de sua palavra de uma maneira pessoal, e não há
dúvida de que muitos cristãos tiveram e tem essa experiência.

E isso pode ter acontecido conosco de maneiras diferentes. Talvez tenhamos estado na congregação quando de
repente a palavra do Senhor através do pregador assumiu uma relevância especial e nós soubemos, sem qualquer
dúvida, que Deus estava falando à nossa situação pessoal. Ou podemos estar lendo a Bíblia ou um livro cristão, e
uma passagem em particular parece saltar da página e sabemos que Deus está falando conosco. Às vezes isso
acontece quando Deus fala a palavra da salvação ao coração de uma pessoa. A pessoa pode estar ouvindo um
sermão quando de repente ele é superado e convencido em sua consciência, e sabe que ele chegou a um ponto
crítico em sua vida e que Deus o está chamando ao arrependimento.

II. A palavra do Senhor tem o poder de mudar o coração dos homens. Ag 1.1b

Outro ponto digno de nota é que as primeiras pessoas a receber a palavra do Senhor através de Ageu foram os
líderes cívicos e religiosos. “… A palavra do SENHOR veio pelo profeta Ageu a Zorobabel… governador de
Judá e a Josué… o sumo sacerdote.” Além disso, quando ouviram essa palavra, eles aceitaram sua autoridade
divina.

Isto é confirmado no verso 12: “Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque,
e todo o remanescente do povo obedeceram à mensagem do Senhor, seu Deus. Quando o povo ouviu as palavras
do profeta Ageu, que o Senhor, seu Deus, tinha enviado, temeu o Senhor”.

É claro que isso nos diz que os líderes e o povo aceitaram a palavra de Ageu, não como sua própria opinião sobre
a situação que estavam enfrentando com relação à construção da casa de Deus, mas como uma revelação divina.

Quando se trata da questão de como devemos receber a palavra do Senhor, em um contexto diferente, o profeta
Amós faz um ponto que tem uma influência direta.

“Está chegando o tempo”, diz o Senhor Soberano,


11

“em que enviarei fome sobre a terra,


não fome de pão nem sede de água,
mas de ouvir as palavras do Senhor.
12
As pessoas andarão sem rumo, de mar em mar
e de um extremo ao outro,
em busca da palavra do Senhor,
mas não a encontrarão.
13
Naquele dia, moças belas e rapazes fortes
desmaiarão de sede.
Amós 8.11-13

Nós não sofremos de fome da palavra de Deus hoje, pois temos a completa revelação da verdade divina na Bíblia
diante de nós.

Mas há certamente pessoas famintas "ouvindo" a palavra do Senhor.

E isso é por duas razões.


Primeiro, as pessoas não estão ouvindo a palavra do Senhor porque em muitos púlpitos a própria Bíblia não está
sendo proclamada como a palavra de Deus. Em vez disso, ela é apresentada simplesmente como pensamentos de
homens sobre Deus, em vez dos pensamentos de Deus sobre o homem. Nesta abordagem da Bíblia, tudo deve ser
questionado, racionalizado e explicado em termos naturais, incluindo as grandes doutrinas da criação, o
nascimento virginal, os milagres de Jesus, sua morte substitutiva na cruz pelos nossos pecados e sua ressurreição.

O resultado é que as pessoas são deixadas em um estado de total confusão em relação à mensagem da igreja, uma
vez que elas são levadas a acreditar que a Bíblia não é mais confiável como palavra divinamente inspirada de
Deus.

Segundo, mesmo quando a Bíblia é fielmente proclamada, a culpa por não a ouvir como a palavra do Senhor pode
às vezes estar, não com o pregador, mas com os membros da congregação. Escrevendo aos tessalonicenses, Paulo
afirma: “Portanto, nunca deixamos de agradecer a Deus, pois, quando vocês receberam de nós a mensagem dele,
não consideraram nossas palavras meras ideias humanas, mas as aceitaram como palavra de Deus, o que sem
dúvida são. E essa mensagem continua a atuar em vocês, os que creem”. (1 Ts. 2:13).

Segue-se do que Paulo está dizendo que as pessoas podem ouvir o evangelho quando ele é fielmente pregado, e
podem achá-lo interessante, ou intelectualmente estimulante, e até mesmo útil e consolador se estiverem passando
por um momento difícil, mas de modo algum ela á aceita como a palavra de Deus. Isso é porque eles estão ouvindo
apenas como "a palavra dos homens". Portanto, eles ao deixar o culto começarem a duvidar e questionar o que
ouviram, porque no final das contas não querem “um deus se metendo em suas vidas”.

Assim:

A palavra do Senhor deve ser uma prioridade em nossas vidas pois ordena todo o restante da vida. (GV)
Pois ela ainda fala.
E porque tem o poder de mudar os corações dos homens.

Conclusão

É uma experiência maravilhosa e uma grande bênção quando a palavra do Senhor chega até nós com a mesma
franqueza pessoal com que veio a Ageu.
Deus quer usar homens e mulheres para sua própria glória. Para viverem vidas dignas de serem vividas. Vidas
que apontam para a realidade da eternidade e testificam do poder libertador daqueles que foram reconciliados
com Deus por meio de seu filho.

Há um poema de Geoge Liddel que retrata o poder da palavra do Senhor por meio de seus homens santos.
Dá-me um homem de Deus - um homem
Cuja fé domine sua mente,
E eu endireitarei o que está torto,
E abençoarei toda a humanidade

Dá-me um homem de Deus - um homem


Cuja língua tenha sido tocada pelo fogo do céu,
E eu inflamarei os corações mais escuros
Com resoluções altas e desejos puros.

Dá-me um homem de Deus - um homem


Que seja profeta poderoso do Senhor,
E eu te darei paz na terra,Trazida pela oração, não pela espada.

Dá-me um homem de Deus - um homem


Fiel á visão que lhe é dada,
E eu recostruirei vossos santuários destruídos,
E porei as nações de joelhos, humilhadas.
George Liddell

Se quisermos que Deus nos fale tão claramente e positivamente quanto fez a Ageu, então devemos estar à
disposição da ação do Espírito Santo ao lermos as Escrituras e a ouvirmos expostas em um culto de adoração.

Enquanto nos aproximarmos da Bíblia com a idéia de que é meramente um registro humano, nunca ouviremos a
voz autêntica de Deus falando conosco de suas páginas - nos desafiando e nos trazendo sob sua bênção ou seu
julgamento.

Ao ouvi-la devemos obedecê-la.

Bibliografia

BOUDS E.M., O Poder através da oração, São Paulo: Editora Batista Regular.
LOGOS BIBLE SOFTWARE
Lopes, Hernandes Dias. Obadias e Ageu (Locais do Kindle 61-70). Editora Hagnos. Edição do Kindle.
SANDERS O.J. Liderança Espiritual. Editora São Paulo: Mundo Cristão.
Williams, P. (2008). Opening up Haggai. Leominster: Day One Publications.

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