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Yasmin Nascimento – 5º Período – Perda de Sangue

o
– Vascularização: artérias renais são ramos da aorta abdominal, e cada uma se divide
num ramo posterior e num ramo anterior, o posterior continua como segmentar
posterior e o anterior se divide em segmentar superior, ântero-superior, ântero-intefior
e segmentar inferior; as segmentares emitem as interlobares, que emitem as arqueadas
 O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos – tem a função de elaborar a urina e e por sua vez emitem as interlobulares. A drenagem tem nomenclatura homônima e
armazena-la temporariamente até a oportunidade de ser eliminada para o exterior. mesmo trajeto.
 É dividido em órgãos secretores (produzem a urina) e excretores (drenam a mesma); o Função: contribuem para homeostasia, regulam a composição iônica do sangue,
mantem a osmolaridade sanguinea, regula o volume sanguíneo, regula a PA, regula o
 RINS: são órgãos pares capsulados, em forma de grão de feijão, localizados logo acima da
pH, libera hormônios, regula glicose e excreta resíduos e substancias estranhas;
cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome (retroperitoneais).
o Estão de cada lado da coluna vertebral a nível de T12 a L3;  URETERES: tubos musculares que transportam a urina dos rins para bexiga, porco calibrosos
(menos de 6mm de diâmetro de 25 a 30cm de comprimento); seguindo obliquamente para baixo
o Cada um tem 11cm de comprimento e 5 a 7,5cm de largura e quase 3 de espessura – o
e medialmente, o ureter percorre por diante da parede posterior do abdome e em seguida penetra
esquerdo é mais comprido que o direito e seu peso varia de 115 a 170g. O rim direito
na cavidade pélvica, se abrindo no óstio do ureter no assoalho da bexiga.
esta normalmente abaixo e em contato com o fígado;
o Cada ureter tem três constricções: primeira na junção desse com a pelve renal; segunda
o São recobertos de peritônio e circundados de gordura (gordura perirrenal) e tecido
onde cruza a abertura superior da pelve e terceira durante a passagem através da parede
aerolar frouxo, que vai até os seios renais;
da bexiga.
o São limitados também pela fáscia renal (mantem a posição relativamente fixa);
o Tem capacidade de realizar peristaltismo
o Na face superior de cada um encontra-se uma glândula suprarrenal;
o A inervação dos rins, ureteres e suprarrenais é feita pelo plexo nervoso renal: fibras
o Relações anatômicas: superiormente – suprarrenais e diafragma; posterior – musculo
simpáticas (nervos esplâncnicos abdominopelvicos) e fibras parassimpáticas (tronco
quadrado lombar, nervos e vasos subcostais, nervo ílio-hipogátrico e nervo ilío-
vagal superior);
inguinal; anterior direito – fígado, duodeno e colo ascendente; anterior esquerdo –
estômago, baço, pâncreas, jejuno e colo descendente;  BEXIGA: funciona como reservatório temporário para armazenamento de urina, quando vazia
o Na margem medial côncava encontra-se o hilo renal, onde penetra a artéria e veia renal está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente a sínfise púbica: quando cheia, se
e a pelve renal deixa o seio renal; nesse a veia está anterior a artéria, que esta anterior eleva para cavidade abdominal;
a pelve. o Órgão muscular oco, elástico que nos homens é anterior ao reto e nas mulheres está a
o O seio renal é uma dilatação do hilo renal, ocupado por pelve renal, cálices, nervos e frente da vagina e abaixo do útero; separado da sínfise púbica pelo espaço retropubido
vasos sanguíneos e linfáticos; (Retzius);
o Anatomia interna: é dividido em córtex (externo) e medula (interno) renal; o O ligamento umbilical mediano se fixa no ápice da bexiga e quando esta cheia sua
superfície interna fica lisa; uma área triangular na superfície posterior da bexiga não
 A medula consiste de 8 a 18 estruturas cuneiformes, as pirâmides renais, a
tem rugas – o trigono da bexiga – região sempre lisa que é o ponto de entrada dos dois
base de cada uma esta voltada para o córtex e seu ápice – papila renal –
ureteres e saída da uretra.
aponta para o hilo. As partes entre as pirâmides são as colunas renais; sendo
o A úvula da bexiga é uma pequena elevação no trígono;
que as pirâmides e o córtex constituem a parte funcional ou parênquima
renal, onde são abrigados os néfrons e a urina nesses formadas vai para os o As paredes da bexiga são formadas pelo músculo detrusor da bexiga, que forma o
ductos coletores; esfíncter interno da uretra que forma o esfíncter interno da uretra e previne o
esvaziamento, enquanto o esfíncter externo permite a resistência à necessidade de
 Ductos coletores encaminham a urina para os cálices renais menor e maior,
urinar.
esse recebe o ducto coletor de uma papila e transporta ate o cálice renal
o Capaz de armazenar de 500 a 800ml
maior e desse drena para a pelve renal, ureter e bexiga;
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o Irrigada por ramos da ilíaca interna: vesical superior e inferior; gastrointestinal e os gânglios periféricos formam extensos plexos neuronais que
 URETRA: canal de condução da urina para meio externo, revestida de mucosa que contem controlam as funções autonómicas. O seu papel na sensação de dor é desconhecido.
grande quantidade de glândulas secretoras de muco; se abre no exterior através do óstio externo o Os corpos celulares dos aferentes primários que viajam para o sistema nervoso central
da uretra sendo diferente nos dois sexos; residem principalmente no gânglio nodoso (vagal) e no T2-L2 e nos gânglios da raiz
o Nas mulheres é menor, cerca de 4cm, e faz parte exclusivamente do sistema urinário; dorsal S1-5 (simpático-associado e nervo- pélvico- associado). Os aferentes vagais
o Nos homens é comum ao sistema urinário e reprodutor, mede 20cm; dividida em 4 podem desempenhar um papel na sensibilidade nociceptiva. Alguns aferentes espinais,
porções: intramural, prostática, membranácea e esponjosa; mas não todos, estão inequivocamente associada à sensação de dor.
o Demonstrou-se que os aferentes viscerais primários entram na medula espinal e a
arborizam extensivamente, inclusivamente no trato Lissauer, para penetrar vários
segmentos espinais, acima e abaixo do segmento de entrada. Estes aferentes
 Dor emergente dos órgãos internos do corpo: estabelecem contato sináptico, com ambos os neurónios superficiais e profundos do
o Coração, grandes vasos e estruturas perivasculares (ex.: gânglios linfáticos) corno dorsal ipsilateral e contralateral ao lado da entrada. O resultado é a ativação
ampla e difusa do sistema nervoso central.
o Estruturas das vias aéreas (faringe, traqueia, brônquios, pulmão, pleura)
o O processamento de estímulos viscerais de segunda ordem ocorre em segmentos
o Trato gastrointestinal (esófago, estômago, intestino delgado, cólon, reto)
espinais e em locais do tronco cerebral que recebem entrada do aferente primário. Os
o Estruturas abdominais superiores (fígado, vesícula biliar, vias biliares, pâncreas, baço)
neurónios do corno dorsal espinhal que respondem a estímulos viscerais que causam
o Estruturas urológicas (rins, ureteres, bexiga, uretra)
dor têm sido amplamente estudados.
o Órgãos reprodutores (útero, ovários, vagina, testículos, canais deferentes, próstata)
o Ocorre o processamento nociceptivo intraespinal, bem como a transmissão para outros
o Peritônio visceral
locais do sistema nervoso central. A informação nociceptiva visceral viaja por ambas
 Características clínicas: As principais características associadas à dor visceral incluem as vias, espinotalâmicas tradicionais (o quadrante contralateral ventrolateral), e vias
localização difusa, associação incoerente com a patologia e sensações reflexas. Fortes respostas ipsilaterais dorsais e vias dorsais espinais. Os locais de transmissão da informação
autonómicas e emocionais podem ser desencadeadas com sensações mínimas. A dor reflexa tem ascendente foram identificados ao nível da medula, ponte, mesencéfalo e tálamo. O
dois componentes: (1) uma localização do local gerador da dor em tecidos somáticos com processamento cortical da informação visceral tem sido observado no córtex insular,
processamento nociceptivo nos mesmos segmentos espinais (por exemplo, dor no peito e braço córtex cingulado anterior e córtex somatossensorial.
devida a isquemia cardíaca), e (2) sensibilidade destes tecidos segmentares (por exemplo, litíase
renal poderão provocar sensibilidade à palpação dos músculos laterais do tronco). Estas
características contrastam com a dor cutânea, que é bem localizada e com uma relação graduada
estímulo-resposta.
 Anatomia das estruturas neurológicas:
 A litíase renal são concreções de cristais formadas no trato urinário;
o As vias para a sensação visceral são difusamente organizadas tanto periférica como
centralmente. As fibras nervosas primárias aferentes inervam as projeções viscerais  EPIDEMIOLOGIA:
para o sistema nervoso central através de três vias: (1) nervo vago e seus ramos, (2) no o É uma das doenças mais comuns do trato urinário, com altas taxas de incidência,
interior e ao longo das vias eferentes das fibras simpáticas (cadeia simpática e prevalência e recorrência;
ramosesplâncnicos, incluindo maior, menor, mínimo, torácicos e lombares), e (3) no o Se estima uma incidência anual de 0,5% na população geral e chega ate em 5,2% em
nervo pélvico (com eferentes parassimpáticos) e as suas ramificações; algumas regiões dos EUA;
o A passagem através dos gânglios periféricos ocorre com potencial contacto sináptico o Tem pico de incidência entre 20 e 50 anos;
(por exemplo, nervos dos plexos celíaco, mesentérico superior e hipogástrico). O trato o Mais frequente entre os caucasoides e nos homens (3:1);
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o A prevalência é estimada em 12%, sendo maior em adultos e homens;  Alguns solutos, como sódio, ureia e creatinina, mantem-se em
o As taxas de recorrência após um episódio atingem 50% em 5 anos; solução mesmo que a concentração atinja valores elevados;
o Composição dos cálculos: diversos solutos da  Outros, como sais de cálcio são pouco solúveis em água e tendem
urina, como sódio, cálcio, acido úrico, oxalato e a formar precipitados sólidos – por até 50% dos casos serem
outros podem se cristalizar e originar cálculos renais; relacionados a hipercalciúria é o mais estudado;
 A deposição desses, orgânicos ou não,  A hipercalciúria idiopática é traduzida por um defeito de
amalgamados ou não a proteínas, pode aumentar reabsorção tubular renal ou por absorção aumentada no intestino;
isoladamente ou pode haver associação de diversos nesses casos os níveis de cálcio sérico e PTH não se alteram.
tipos de cristais; Como a reabsorção de cálcio segue o sódio, a excreção de cálcio
 O mais comum é o composto por cálcio, na aumenta e origina a hipercalciúria. Esse mecanismo constitui uma
forma de oxalato de cálcio, seguido de estruvita, ácido das medidas para a terapêutica da nefrolitíase – limitação da
úrico e cistina; ingestão de sódio;
 A hipercalciúria pode ocorrer por hiperparatireoidismo primário
(aumenta cálcio e PTH); imobilização prolongada e doenças
 FATORES ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DE LITÍASE RENAL: granulomatosas;
o Diversos fatores podem contribuir para a  Independente do mecanismo o excesso de cálcio pode levar a
gênese de litíase, no geral são associados com fatores formação de precipitados associado ânions fosfato e oxalato;
que causam maior concentração urinária, seja por  A hiperuricosúria aumenta o risco de desenvolver cálculos de
redução de solvente ou aumento de solutos; ácido úrico, e ocorre principalmente em pacientes com gota,
o Na anamnese pode-se ter informações em consumidores de dietas ricas em purinas ou deficiências
relação a isso, e deve incluir: hábitos alimentares, enzimáticas. Três mecanismos básicos podem formar cálculos:
profissão, cirurgia, hábitos intestinais, antecedentes formação direta de cristais, nucleação (formação de pequenos
familiares de doença renal e litíase; agregados que serve de base para precipitação de outros sais –
oxalato e fosfato de cálcio) ou formação de complexos inibidores
de cristalização, como mucopolissacarídeos.
 FISIOPATOLOGIA:  A hiperoxalúria é decorrente de uma produção e/ou absorção
o Mecanismos gerais: intestinal aumentada de oxalato. Este, por não ser catabolizado,
 Aumento na concentração urinária de solutos: deve necessariamente ser eliminado por excreção renal. Três tipos
 No geral ocorre baixa ingestão de agua que é de anomalia podem resultar em hiperoxalúria: A. Deficiências
refletida por meio de volume urinário reduzido e de enzimáticas, de origem genética, que aumentam a taxa de
coloração amarelo-escuro ou por analise dessa que formação de oxalato. B. Doenças intestinais associadas a má-
revela elevação da densidade e osmolaridade urinária; absorção de gorduras, como a doença de Crohn, doença celíaca,
 Em outras situações o volume pode ser cirurgias bariátricas, que acabam resultando em um aumento na
adequado, mas por distúrbio metabólico ou dieta inadequada capacidade intestinal de absorver oxalato. C. Consumo exagerado
ocorre aumento da concentração urinária de solutos. de alimentos contendo oxalato, como espinafre, beterraba,
chocolates, chá preto, entre outros, ou precursores do oxalato
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como o ácido ascórbico, principalmente quando ingerido em altas urinária de magnésio apresentam risco relativamente elevado de
doses como “complemento dietético”. desenvolver nefrolitíase.
 A cistinúria é uma doença rara, com herança de padrão  Algumas substâncias, como os pirofosfatos, glicosaminoglicanos
autossômico recessivo, na qual há um grave defeito na reabsorção e nefrocalcina, além da proteína de Tamm-Horsfall, produzida e
tubular da cistina e de vários outros aminoácidos. Embora as excretada nos túbulos renais, também exercem um efeito protetor
mutações genéticas responsáveis pelo defeito de transporte contra o desenvolvimento de cálculos urinários. Esses compostos
tenham sido determinadas, não foram ainda elucidadas as razões agem
pelas quais as taxas de excreção desses aminoácidos são tão altas. dificultando a
Quase todos os aminoácidos cujo transporte está alterado na agregação de
cistinúria são altamente solúveis e não tendem a formar íons como
precipitados. A cistina, no entanto, tem solubilidade limitada e cálcio e
forma cálculos com facilidade, especialmente em condições de pH oxalato,
ácido. Os cálculos assim formados são radiopacos em decorrência impedindo
da presença de enxofre na molécula de cistina, tendem a crescer sua
por agregação e podem adquirir grandes dimensões, provocando precipitação.
obstrução urinária grave, semelhante à observada com cálculos de  Formação de cálculos
estruvita. associada a bactérias
 Diminuição de inibidores de cristalização produtoras de uréase:
 A deficiência de inibidores de precipitação de solutos, como  Outro
citrato, magnésio e macromoléculas (proteína de Tamm-Horsfall, mecanismo
nefrocalcina, entre outros), é fator importante na gênese dos que causa a
cálculos urinários. Essas substâncias em concentrações adequadas formação de
evitam a precipitação de solutos. cálculos é
 A mais importante delas é o ânion citrato presente em diversos ligado a
alimentos. De fato, a hipocitratúria é um dos fatores de risco mais bactérias que
importantes para a formação de cálculos urinários. O citrato tem produzem
afinidade relativamente alta pelo cálcio, mas, diferentemente do urease (p. ex.,
oxalato e do fosfato, não forma precipitados com o cálcio e sim Proteus sp.,
complexos solúveis. Klebsiella sp., Serratia sp., Pseudomonas sp., Ureaplasma sp. e
 Outro elemento de defesa contra a formação de cálculos urinários Citrobacter sp.). A urease resulta na formação de íons amônia e
é o íon magnésio. O magnésio tende a formar complexos solúveis pH urinário alcalino, facilitando assim a combinação de cristais
com o oxalato, retirando este último da solução, embora a de fosfato com amônia, magnésio e cálcio. Esses compostos se
afinidade dessa ligação seja baixa. O magnésio pode também precipitam e formam o cálculo de estruvita. Esse tipo de cálculo
inibir a absorção intestinal de oxalato, reduzindo, portanto, sua apresenta crescimento rápido e é conhecido também com a
excreção urinária. Sabe-se que pacientes com baixa excreção denominação de cálculo “coraliforme”, por ocupar a pelve e os
renais, originando um formato semelhante a corais marinhos.
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 Formação de placa de Randall: A placa de Randall é definida como  Ao exame físico o paciente apresenta fascies de dor, pálido, taquicardico e
concreções de fosfato de cálcio recobrindo o uroepitélio da pelve dos cálices as vezes hipertenso;
renais. Acredita-se que sua origem se dê a partir dos ramos finos das alças  Febre pode acompanhar as litíases associadas a infecção urinária;
de Henle, nos quais cristais de fosfato de cálcio são precipitados e sofrem  Punho percussão pode ser dolorosa;
protrusão, por meio do interstício, até o uroepitélio. Nessa região, formam  Os exames complementares a serem utilizados: hemograma, ureia,
placas que servirão como nicho para a agregação de outros cristais e creatinina, potássio e urina tipo I – a presença de hematúria pode indicar
crescimento de cálculos. Outra hipótese sobre a gênese das placas de Randall passagem pelas vias urinárias;
foi proposta por Stoller et al., que relacionaram o processo de aterosclerose
 Os exames de imagem são importantes para confirmação, sendo que a
e lesão dos vasa recta como origem dessas placas.
radiografia pode ser útil na emergência – opacificação nas áreas de projeção
 Outras condições: dos rins, ureteres e bexiga, em clinica persistente pode ser atribuída a litíase;
 pH urinário alcalino – menor diluição do fosfato de cálcio; a USG de rins e vias urinarias detecta não apenas os cálculos, mas a
 Formação do cálculo: normalmente segue duas etapas: nucleação e ocorrência de dilatação pielocalicial (sugere obstrução) – todos os cálculos
agregação, a primeira marca o início do processo com a combinação de íons podem ser vistos na USG, mas tem-se dificuldade em alguns trechos do
livres que se combinam de forma homogênea ou heterogênea; depois disso ureter; a TC é o teste de escolha, porque tem alta sensibilidade e
vários pequenos cristais começam a se ligar constituindo a agregação, com especificidade, normalmente não precisa de contraste, ela detecta o cálculo
a manutenção de fatores que propiciam o processo e assim o crescimento do o ponto e grau de obstrução;
cálculo;
 FORMAS CLÍNICAS DE APRESENTAÇÃO E DIAGNÓSTICO:
o Manifestações causadas pelo próprio calculo
o Manifestações decorrentes das complicações
o Manifestações relativas a doença subjacente que predispõe a litíase renal
o Litíase no PA – apresentação, diagnóstico e tratamento
 O primeiro foco deve ser a confirmação diagnóstica;
 As manifestações clinicas são variáveis, dependendo do tamanho e número
de cálculos, da localização e do grau de obstrução;
 O controle da dor pode ser realizado com anti-inflamatórios não hormonais
 As formas mais comuns de apresentação são cólica renal aguda e hematúria;
(AINH) e às vezes com drogas mais potentes, como meperidina e morfina.
 O paciente pode referir antecedentes familiares ou pessoais de litíase que Os AINH também agem diminuindo o edema e o processo inflamatório
facilita o diagnostico local.
 A cólica renal é clássica e o mecanismo desencadeante é a obstrução, em  Antiespasmódicos ureterais, como brometo de n-buti-lescopolamina,
geral aguda, do fluxo urinário que gera aumento da pressão intraluminal e também podem ser empregados. Embora o uso de AINH traga benefícios na
distensão da cápsula renal, acompanhada de contração de musculatura cólica renal aguda, deve-se lembrar que pode diminuir a filtração glomerular
ureteral – dor importante em região de flanco ou lombar, com irradiação para e agravar uma disfunção renal preexistente, além do risco de sangramentos
bexiga, testículos ou grandes lábios, sendo ou não acompanhada de digestivos.
hematúria, disúria, náuseas e vômitos;
 O paciente com episódio de cólica renal aguda não deve ser hiper-hidratado,
pois isso gera aumento do fluxo urinário e elevação da pressão intratubular,
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o que pode causar ainda mais dor. Por outro lado, pacientes que se uso de suplementos alimentares e condimentos. É frequente o paciente
apresentam desidratados em razão de vômitos ou impossibilidade de referir que não consome muito sal, mas às vezes o faz de forma indireta, por
ingestão de líquidos pela dor intensa, pode-se usar solução fisiológica a 0,9% meio do consumo de alimentos industrializados com alto teor de sódio como
intravenosa para hidratação. embutidos (salsicha, salame, presunto), conservas (azeitonas, picles), entre
 O paciente deverá ser internado em casos de litíase renal com ITU associada outros. Novamente, o uso de medicamentos deve ser questionado, já que
(suspeitada por febre, leucocitose, disúria, leucocitúria, nitrito e bactérias na alguns podem estar envolvidos na gênese de cálculos. Entre eles, os mais
urina tipo I). Em geral, inicia-se antibioticoterapia empírica (p. ex., comuns são: diuréticos de alça e vitamina D (hipercalciúria), salicilatos,
ceftriaxona 1,0 g a cada 12/12 horas), com colheita prévia de urocultura. indinavir, aciclovir, triantereno, sulfadiazina, probenicide, acetazolamida e
 Outras indicações de internação hospitalar são a dor de difícil controle, anfotericina B (associados com nefrocalcinose). Exames bioquímicos gerais
hematúria macroscópica intensa e obstrução do trato urinário (com ou sem devem ser colhidos para investigação, sendo eles: hemograma, sódio,
disfunção renal). Nesses casos, deve-se consultar o médico urologista para potássio, cloro, pH e bicarbonato, ureia e creatinina, ácido úrico, cálcio e
avaliar a possibilidade de remoção do cálculo ainda du-rante o episódio fósforo. Com relação ao cálcio, quando esse estiver elevado ou no limite
agudo ou outras medidas pertinentes; superior do valor de referência, devemos pensar nos diagnósticos
o Litíase renal no ambulatório: diferenciais de hiperpara-tireoidismo primário, neoplasias e sarcoidose,
 No consultório, o médico geralmente receberá pacientes com litíase renal além do uso de medicações como vitamina D. A combinação de acidose
por conta dos seguintes motivos: após um episódio agudo de cólica renal, metabólica com pH urinário alcalino pode sugerir acidose tubular renal que
diagnóstico de litíase em achado de exame de rotina, após a eliminação está associada à nefrolitíase e à nefrocalcinose.
espontânea de cálculo, nos casos de investigação de hematúria ou ainda na  São importantes exames como urina I, urocultura e urina de 24 horas com
investigação de insuficiência renal. dosagens de sódio, potássio, creatinina, ácido úrico, magnésio, cálcio, citrato
e oxalato. No exame de urina I, a densidade elevada pode refletir uma urina
 Nesse contexto, a atenção deve ser concentrada em: A. Diagnosticar a causa
da formação dos cálculos (i. e., condição e/ou doença subjacente concentrada por baixa ingestão de líquidos. O pH elevado é encontrado nos
propiciadora). B. Definir se existe indicação de remoção do cálculo. C. pacientes com cálculo de estruvita ou fosfato de cálcio, enquanto pH baixo
Considerar a presença de má-formação do trato urinário que predisponha a pode ser encontrado naqueles com litíase por ácido úrico ou oxalato de
cálcio. Na análise do sedimento urinário, cristais hexagonais são altamente
formação de cálculos (principalmente quando a doença é recorrente sempre
em um mesmo rim ou parte do ureter). sugestivos de cistinúria.
 Todo paciente deve ser instruído a guardar os cálculos expelidos, quando
 A investigação começa com anamnese e exame físico. A anamnese deve ser
possível, para posterior análise; as chances de recuperação do cálculo estão
dirigida no sentido de encontrar uma etiologia sistêmica para litíase, abordar
aspectos dietéticos, atividade profissional ou recreativa do paciente, uso de aumentadas durante um episódio de cólica ureteral ou após procedimentos
medicamentos, além da história familiar. Por exemplo, uma síndrome urológicos como a litotripsia e a retirada do cálculo por via endourológica.
disabsortiva manifesta por diarreia, cólicas abdominais e perda de peso pode A análise do cálculo pode trazer subsídio adicional para definir a
corresponder a doença de Crohn, que está relacionada com litíase renal por anormalidade metabólica subjacente e orientar o tratamento.
oxalato. Pacientes com história de crise de gota e tofos gotosos ao exame  Com relação aos exames de imagem para diagnóstico e acompanhamento de
físico podem possuir litíase por ácido úrico. A presença de sonda vesical de tratamento, geralmente utilizam-se USG, radiografia simples de abdome,
demora deve ser valorizada por sua relação com ITU e cálculos de estruvita. TC-h, urografia excretora e a renografia isotópica com diurético. Quando há
 O interrogatório alimentar deve incluir a quantidade e o tipo de líquido suspeita de obstrução urinária, o USG deve ser realizado, pois apresenta alta
ingerido ao longo do dia, o consumo de sódio, proteínas e purinas, além do sensibilidade (90%) e especificidade para o diagnóstico de hidronefrose.
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Além disso, é um exame não invasivo, de baixo custo e pode ser repetido tumoral), podemos prescrever alopurinol na dose inicial de 100 mg por dia.
frequentemente mesmo em pacientes com insuficiência renal aguda. Deve-se lembrar que estados de diarreia crônica devem ser investigados e
 Muitas vezes, o paciente apresenta mais de um distúrbio metabólico tratados porque causam depleção de bicarbonato e, consequentemente,
associado, por exemplo, hipercalciúria e hipocitratúria, ou hipercalciúria e redução do pH urinário, propiciando a formação de cálculos de ácido úrico
hiperuricosúria. Nesses casos, o tratamento deve ser dirigido para todos os e fosfato de cálcio.
distúrbios encontrados.  TRATAMENTO UROLÓGICO DA LITÍASE:
 Entre as orientações dietéticas gerais, deve-se incluir a recomendação de o Esse tratamento visa à remoção do cálculo das vias urinárias ou desobstrução e,
ingestão de líquidos, predominantemente água, para resultar em um volume eventualmente a correção das más-formações anatômicas implicadas na gênese do
urinário entre 2 a 2,5 L por dia. Essa medida reduz a concentração urinária cálculo (p. ex., a correção de estenose da JUP). Atualmente, as técnicas de remoção de
de solutos e a cristalização. A ingestão de suco de laranja ou limão ajuda a cálculos incluem: litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO),
aumentar a excreção urinária de citrato. O consumo moderado de café, chá ureteroscopia, nefrolitotomia percutânea e cirurgia aberta. A nefro-litotomia
ou vinho parece reduzir o risco de litíase em mulheres. Atividade física percutânea é a técnica preferida por alguns urologistas em casos de obstrução aguda
regular pode reduzir a formação de cálculos renais, embora o mecanismo com infecção associada por causa do menor risco de desenvolvimento de sepse e pela
exato não seja compreendido. possibilidade de anestesia local.
 A restrição do consumo de sal reduz a o Quando indicada a remoção do cálculo, em 78% dos casos a LECO é a técnica de
excreção urinária de cálcio e deve ser encorajada em escolha. Em cerca de 20% dos casos, o cálculo pode ser removido por ureteroscopia,
pacientes com hipercalciúria, porém o seu valor ideal e em menos de 2% dos casos são empregadas as técnicas de nefrolitotomia percutânea
não é exatamente conhecido e cirurgia aberta.
 Ainda em relação aos pacientes com o Por outro lado, o tratamento urológico da litíase renal não está indicado em todos os
hipercalciúria, o uso de diuréticos tiazídicos, como a casos. Por exemplo, cálculos de até 4 mm em trajeto ureteral apresentam probabilidade
hidroclorotiazida (dose inicial de 12,5 mg/dia), ou a acima de 80% de serem eliminados espontaneamente. Por outro lado, às vezes a
clortalidona (dose inicial de 25 mg/dia) pode reduzir intervenção urológica é necessária com cálculos de apenas 5 mm, a depender da
a calciúria. O paciente deve ser orientado a aumentar localização desse no trato urinário, ou se há dor intratável ou infecção concomitante.
o consumo de alimentos com potássio, com o intuito Às vezes, opta-se por aguardar a
de prevenir a hipocalemia, além da recomendação de liberação espontânea do cálculo,
dosar o nível sérico de potássio após 10 dias do início com base em tamanho, localização
do tratamento com diurético tiazídico. Além disso, é e ausência de complicações
recomendável para os pacientes com hipercalciúria importantes. Se mesmo após 2 a 4
idiopática a investigação de osteopenia e osteoporose semanas não houve eliminação do
por meio da realização da densitometria óssea, visto cálculo, esse paciente deve ser
que essas complicações são passíveis de tratamento encaminhado ao urologista para a
específico. remoção do cálculo das vias
 A recomendação atual para ingestão de cálcio deve ser em torno de 800 a urinárias.
1.200 mg por dia para pacientes com litíase renal.
 Em situações de catabolismo celular intenso que causam aumento do nível
de ácido úrico sanguíneo (p. ex., neoplasias hematológicas, síndrome de lise

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