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RELATÓRIO VIAGEM INSTITUCIONAL – CAE – 1ª SEMANA

CENTRO DE CAPITÃES DA MARINHA MERCANTE


O Capitão de Longo Curso Francisco Gondar sinalizou acerca da importância de
esquecermos um pouco o lado acadêmico e focarmos na parte profissional da Marinha
Mercante, já iniciando a praticagem com a responsabilidade de um profissional
contratado – carregar a responsabilidade nas costas e arcar com suas consequências são
vistos com bons olhos pela tripulação e para o crescimento pessoal e profissional.
Atualmente o mercado é muito seletivo, o futuro oficial começa a ser avaliado
desde o primeiro dia que coloca os pés na empresa, o inglês não é mais um diferencial, é
fundamental, quem tem mais cursos na área (Náutica: DP, NR 33, 34, 35, Máquinas: NR
10) começa a ser melhor observado e mais oportunidades podem surgir.
É de suma Importância exigir os certificados detalhados logo após o fim da
praticagem, são eles: Histórico Escolar, o FONT para Náutica ou FOMQ para Máquinas
– com todos os cursos prestados, carta patente, onde consta o tempo de serviço pela
Marinha do Brasil e os Certificado de Competências (esse último corresponde a
habilitação final para exercer a profissão).
Além do mais, é necessário conhecer a convenção STCW e entender porque a
NORMAM é diferente, sendo que a STCW é dividida em regras, e a NORMAM em
categorias. Nesse caso, a STCW foca na questão de certificação.
No nosso currículo pós escola não possuímos os cursos avançados para navio
Químico, Petroleiro e Gaseiro (ESOQ, ESOP e ESOG) que são exigidos para Oficiais
nesses tipos de navio. No currículo pós escola saímos apenas com os cursos básicos para
tais tipos de navio (EBPQ – Curso Especial Básico de Navios-Tanque Petroleiros e para
Produtos Químicos e EBGL – Curso Especial Básico de Navios-Tanque para Gás
Liquefeito).
O que impede de fazermos tais cursos avançados enquanto praticantes?
Atualmente, existem duas possibilidades de fazermos o curso: através de empresas
privadas credenciadas pela DPC ou no Chile (nesse caso é necessário endossar o curso ao
voltar ao Brasil), porém, para a realização do curso é imprescindível possuir os
certificados dos cursos básicos e o Certificado 1034 (Certificado de competência) que
possui 5 anos de validade. O problema é que recebemos tais certificados apenas após o
término do PREST (praticagem). Obs.: existe uma cobrança das empresas em
implementar o curso nos centros, mas ainda não existe nada concreto.
Safe Meaning (cartão de lotação) – CTS : é um documento enviado pelo
armador a DPC (para cada navio). Contém os dados da arqueação do navio, quantos
Oficiais haverá a bordo, etc. O documento é enviado antes do navio entrar em operação.
Logo após, ocorre a inspeção pelo órgão responsável para verificar se a embarcação
preenche os requisitos suficientes para entrar em operação.
KNUTSEN
É uma empresa norueguesa de Navios Tanque. A empresa disse que houve uma
melhora significativa no inglês dos praticantes com o passar dos anos, pois fazem
entrevista individual para perceber nível de inglês.
A única exigência durante a praticagem é dedicação ao máximo e vontade de
aprender. Eles percebem estes elementos quando o POM/N realiza tarefas que vão além
de suas requisições no PREST, como quando o PON vai até a praça de máquinas e o POM
vai até o passadiço, ambos com interesse de conhecer o navio em sua totalidade. A
empresa tem um programa para fazer o praticante embarcar em diversos navios da
empresa a cada embarque, para que conheça e entenda as nuances entre os navios.
Não é necessário ser do RJ necessariamente, uma vez o POM/N formado a
empresa se dispõe a arcar com os custos de passagens aéreas para o
embarque/desembarque dos praticantes, além de bancar cursos como
ESOP/ESOQ/ESOG, quando necessário.
Para selecionar o praticante será feita análise curricular e futura entrevista.
Atualmente há 6 praticantes na empresa – sendo 4 praticantes de máquinas do
CIABA oriundos da Wilhelmsen. (O recrutamento de praticantes, assim como de Oficiais
para a Knutsen era realizado pela Wilhelmsen, entretanto, a empresa começará a tripular
seus próprios navios a partir desse ano). No geral, a absorção profissional é boa. Caso o
POM/N tenha obtido níveis altos de aprovação durante seu estágio a contratação só
depende da disponibilidade de vagas da empresa. A escala para POM/N é de 6 meses
embarcado, um mês de folga, depois mais 6 meses embarcados, a empresa pretende
implementar a escala de 4 meses a bordo, com um mês de folga para os POM/N (4X1).
Para os Oficiais contratados a escala é 60/60.
A previsão será de 8 vagas, 4 para o CIAGA e 4 para o CIABA, talvez 5, pois
estão atualmente com uma frota de 5 navios. Sendo TODOS compostos por tripulação
mista, o que torna o inglês extremamente importante a bordo. Existem filipinos, suecos,
noruegueses e brasileiros em sua frota. O valor da bolsa será similar ao das outras
empresas de navio tanque (em torno de 1000,00).

WILHELMSEN
É uma recrutadora de tripulantes para navios tanque, contrata profissionais do
Brasil todo, entretanto a previsão é que eles parem de recrutar para a Knutsen – que irá
recrutar de forma autônoma. Outra empresa que a Wilhelmsen recruta é a empresa grega
Capital, que possui um projeto futuro para entrada de POM/N em seus navios.
O maior impasse é a exigência do armador que todo o profissional tenha os cursos
ESOQ, ESOP e ESOG (não saímos com eles da escola), saímos apenas com o básico
deles e é necessário terminar praticagem para poder realizar o curso – sendo a forma mais
rápida no Chile, como mencionado anteriormente no Centro de Capitães da Marinha
Mercante.
Entrevista para contratação de POM/N é realizada via telefone, assim como um
teste de inglês promovido pela empresa. Logo após, é realizado exame médico e, por
conseguinte o POM/N vai até a sede deles no RJ para assinar contrato (todas as passagens
aéreas emitidas pela própria empresa). Dessa forma, a empresa não possui preferências
por determinada localidade, ou seja, podem contratar POM/N de todo o Brasil, como
também não possuem preferências entre os Centros.
É essencial possuir um bom nível de inglês e relações interpessoais tornam-se
imprescindíveis. Caso o POM/N tenha um bom desempenho durante a praticagem e (ou)
ter sido requisitado pelo seu Comandante/Chefe ao término do estágio devido a boa
performance a bordo, a contratação só depende da demanda da empresa no momento.
Por fim, muitos navios que são tripulados pela empresa possuem sistema DP, no
qual o curso específico de DP para cada embarcação pode ser custeado pela própria
companhia após efetivação – caso embarcador exija.
O regime de embarque para POM/N é 6 meses a bordo, um mês para folga e 6
meses a bordo (6X1) e para oficiais a escala é 60/60.

OCEANPACT
É uma empresa brasileira de apoio marítimo. A empresa determinou 30 vagas
para o decorrer de 2019, divididas entre os Centros, possuem frota de 12 barcos, sendo 9
barcos com praticantes a bordo. Quando o candidato é selecionado existe todo um aparato
na sede do RJ, no qual o POM/N possui um primeiro contato com a empresa e é ministrada
uma palestra acerca da importância da segurança a bordo.
Atualmente, apenas os que se sobressaem são contratados (boa avaliação no
PREST e recomendação dos Comandantes). No ano anterior, 40% dos praticantes foram
contratados.
Quando o POM/N é efetivado, muitas vezes ainda não surgiu uma vaga para
Oficial a bordo na frota, dessa forma ele é chamado para participar do programa de trainee
da empresa, no qual consiste em estar presente na sede da companhia participando de
toda a parte de documentação, bem como aprender o ofício da base (o que os profissionais
de terra fazem) enquanto aguarda vaga para embarque. Aqueles que são chamados para
o programa de trainee serão efetivados na empresa como Oficiais.
É possível fazer cursos de NR’s a bordo.
A escala do POM/N consiste em 28x28, mas também o Comandante pode deixar
dobrar em até 3 vezes, ou seja, é negociável 3/1.
Ademais, eles possuem uma frota de 2 navios de pesquisa da GardLine Marine,
que é uma empresa filiada a Ocean Pact, sendo o inglês primordial para tripular tais
embarcações, já que possuem tripulação mista. A bandeira dos navios da GardLine é das
Ilhas Marshall.
Hoje, a empresa conta com bolsa de 1000 reais, e ainda uma ajuda de custo para
passagens aéreas e afins de 500 reais, totalizando 1500 reais, pago em todos os meses
como praticante, além disso, o praticante possui plano de saúde. Somente numa situação
extraordinária, se o navio estiver necessitando muito de embarque eles agilizam e
fornecem as passagens aéreas (caso extraordinário).

GALÁXIA MARÍTIMA
Possuem praticantes em dois navios, sendo 4 de náutica e 2 de máquinas, previsão
para o fim dessas praticagens em Abril. Fornece seguro de vida para o praticante, sendo
esse o único auxílio oferecido atualmente pela empresa. O embarque ocorre em Macaé,
podendo pegar o ônibus oferecido pela empresa a partir do centro do Rio.
A frota é composta por PSVs 4500, supply. O inglês é exigido a partir do nível
básico/intermediário visto a necessidade do contato com manuais e VHF. A frota é
majoritariamente Brasileira. É interessante possuir as NRs 33, 34 e 35, sendo um
diferencial no currículo. Especificamente para o POM foi citado o curso de comandos
elétricos.
Atualmente a escala é de (1/1) para POM/N e para oficiais da empresa, entretanto,
sem previsão de novos contratos.
V.SHIPS
É uma agência Brasileira de crewing, ou seja, faz o recrutamento da tripulação
para empresas estrangeiras que não possuem RH no Brasil.
Qual a vantagem disso? Os praticantes Brasileiros podem realizar o PREST em
empresas estrangeiras e são resguardados pela agência, principalmente em casos de
emergência.
Obs.: Os POM/N não podem realizar o PREST em empresas estrangeiras que não
possuem RH no Brasil (CNPJ). Uma certa dificuldade também seria enfrentada pelos
praticantes para o recrutamento no exterior, além de dificultar o acesso à família em casos
de emergência.
Um dos assuntos abordados foi a importância do marítimo ter uma mentalidade
voltada para o mar e não achar que terá vida de escritório a bordo. Trabalhar bem o
psicológico e deixar as preocupações de terra, em terra.
O inglês exigido é o comunicável, além dos cursos ESOP/ESOG/ESOQ para
Oficiais. As NR 33, 34, 35 são interessantes para Náutica, 10 e 13 para Máquinas, e por
fim, NR 6 (EPI) para ambos os cursos.
Necessário dominar STCW e SOLAS, visto que na concepção da empresa para os
profissionais marítimos é importante saber suas obrigações e direitos.
Ainda, um fato curioso é a MLC (Maritime Labor Convention) na qual o Brasil
não ratificou. Essa convenção internacional fala sobre os direitos do marítimo.
(Pesquisem, essa é toda a informação que temos).
100% dos Oficiais Juniors (2OM/N) são ex praticantes.
A exigência passará a ser para o DP2 (unlimited), não sendo mais suficiente o DP3
(limited).
Atualmente a empresa passa por um momento de baixa, visto que a OSM ganhou
os contratos de 5 navios que pertenciam a VSHIPS, isso ocasionou a demissão de 70
funcionários. Decorrente esse fato, por enquanto, a empresa não irá disponibilizar vagas
de praticagem, podendo esse cenário ser alterado com futuros contratos.
BOURBON
É uma empresa offshore, possui atualmente 3 AHTS, sendo que 2 deles recebem
praticantes atualmente e o terceiro entrará em operação no mês de fevereiro.
A empresa tem preferência por moradores do Rio de Janeiro, devido ao não
custeio de passagens para embarque/desembarque. Fornece uma bolsa de 450,00 mais
seguro de vida. Escala 28x28, mas pode ser combinada a dobra com o backing.
Possui apenas praticantes de máquinas devido CTS do Navio. Para a grade
curricular foram citados como importantes os cursos de automação, comandos elétricos e
eletrônica, além de NR 34, 35.
Recentemente, a empresa não efetivou nenhum praticante devido as dificuldades
do mercado. Porém, como a maioria das empresas, a preferência para contratações futuras
é para os praticantes.
STARNAV
A representante da empresa STARNAV contou a Comissão que vinha enfrentando
problemas de comunicação com CIABA até o ano de 2016, porém houve significativa
melhora a partir de 2017, inclusive nos trâmites burocráticos relacionados ao POM/N e
seu período de estágio na empresa.
A empresa sempre priorizará realizar contratação de seus praticantes, uma vez que
já estão ambientados com a cultura e procedimentos da empresa. Para a efetivação do
POM/N para Oficial na empresa, serão observados diversos pontos como avaliação
positiva do comandante e Oficiais de bordo e postura profissional. Também é muito
importante estar com toda a documentação profissional em dia ao término da
praticagem para uma eventual contratação.
Para praticar na empresa, o POM/N deve residir no Rio de Janeiro-RJ e
proximidades ou então ter endereço nestas localidades e apresentar uma declaração de
residência autenticada em cartório. Isso acontece porque a empresa não paga passagem
aérea e caso contratasse alguém de outro estado, a legislação a obrigaria a pagar o
translado. A empresa absorve 95% dos praticantes
A escala da empresa é 28X28, e é extremamente fixa, logo não há possibilidade
de dobras. Os desembarques acontecem nas datas programadas, porém existe um prazo
de 72 horas após a data de desembarque para que ele realmente aconteça, dependendo do
momento de operação da embarcação. Deste modo, a empresa não aconselha que o
POM/N que more fora do RJ, compre as passagens aéreas para o dia do desembarque, e
sim deixar uma margem de segurança.
Estar ciente de que a escala é 28X28, e não querer desistir no meio da praticagem por
causa da escala. Houveram casos em anos anteriores em que praticantes desistiam da
empresa devido a escala, o que gera despesas para a empresa e prejudica a imagem dos
POM/N. Praticantes não aproveitados ao término do estágio, ficam com seus nomes no
banco de dados da empresa, aguardando uma oportunidade para contratação. Existem
também POM/N que não são aproveitados por não alcançarem os requisitos técnicos e de
conhecimento mínimos da empresa.
As embarcações da empresa possuem contratos de longa duração. Os benefícios da
empresa para o POM/N são: Bolsa durante todo a praticagem de R$ 750,00, Vale
Alimentação: R$ 790,00, Plano de saúde e odontológico Sulamérica.
A tripulação da empresa é totalmente brasileira. O nível de inglês requisitado é do básico
ao intermediário pois a necessidade de compreender os manuais e alarmes de bordo que
são em inglês. Não é feita entrevista em inglês. Todas as embarcações possuem DP nível
2, e é interessante que o POM/N faça o curso para começar a familiarização durante a
praticagem. A frota da empresa é composta por 18 barcos do tipo PSV, dos quais 10
atuam no Porto do Açu.

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