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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO

PRÉ-
PRÉ-PLANO DA BACIA DO CÓRREGO MONJOLO
EM CHAPADA DOS GUIMARÃES -MT
Autores:

Ana Rubia Bonilha

Aparecida Magalhães

Célia Silva

Etiene Belique

Iris Sandra Fontana da Silveira

Luciane Gonçalves dos Santos

Luciana Benecciuti

Maria Rocchi

Samantha Souza Garcia

Valmir José da Silva

Wanderson Carvalho da
da Silva
PALAVRAS INICIAIS
INICIAIS

As ações desordenadas sobre uma área levam à degradação dos recursos

naturais, trazendo conseqüências negativas à população. No mundo inteiro estão

se esgotando os recursos naturais como resultado dessa grande exploração. Em

algumas regiões, milhões de pessoas se vêem obrigadas a viver em condições

mais pobres do que permite uma subsistência tolerável.

A Constituição Brasileira, no capitulo IV, art. 225 afirma: “Todos têm direito

ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial a sadia qualidade de vida”, contribuindo com uma boa qualidade de

vida, a Lei nº 9.433/97, em seu Art.I, parágrafo III, deixa claro .“Em situação de

escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a

dessedentação de animais.” Ressaltando que a água constitui-se um bem

essencial á vida.

De acordo com a ONU, metade da população dos países em

desenvolvimento está exposta a fontes de águas contaminadas; cerca de 2,2

milhões de pessoas morreram no ano de 2000 em decorrência de doenças

provocadas pela falta de saneamento.

Neste contexto a Lei nº 9.433/97 ao estabelecer a base institucional para

a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, determina alguns

princípios e diretrizes, além de definir a estrutura administrativa do sistema,

elencando alguns dos instrumentos para a implementação da gestão das águas,

em nosso país.

Dentre os fundamentos dessa política, fixados na mencionada lei, deve ser

destacada a exigência de uma gestão descentralizada, com a participação do

Poder Público, dos usuários e das comunidades; destacando principalmente que

a unidade básica de gestão dos recursos hídricos deve ser a bacia hidrográfica;
visto que o manejo integrado de uma bacia, demonstra ser o melhor método

para ações ordenadas que proporcionam um equilíbrio ambiental e

conseqüentemente bem estar da população.

Este estudo se justifica devido a necessidade de conservação dos recursos

hídricos, que pode ser garantida através da implantação de um Plano de Bacia.

Com isso, o presente estudo apresenta como objetivo geral, um plano de

gestão para a microbacia do Córrego do Monjolo, situada no município de

Chapada dos Guimarães – MT.

Como objetivos específicos busca-se delimitar e caracterizar a microbacia

do córrego do Monjolo; realizar um diagnóstico da microbacia; elaborar de mapas

temáticos; identificar possíveis conflitos de uso; quantificar os usos de

abastecimento e propor ações que minimizem a degradação da Microbacia.

LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Chapada dos Guimarães localiza-se na região central da

América do Sul, no Estado de Mato Grosso a cerca de 60 km da capital Cuiabá,

mais precisamente entre as coordenadas geográficas 15º 10’ - 15º 30’ latitude

Sul e 55º 40’ - 56º 00’ longitude Oeste (Figura 1).


Figura 1- localização geográfica da área em estudo
Fonte: Adaptado de Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso (2003)

A microbacia do Córrego Monjolo possui uma área de aproximadamente

203 ha. O Córrego Monjolo é afluente do Rio Cachoeirinha, que ao unir-se com o

Rio Lagoinha dá origem ao Rio Quilombo, que por sua vez é afluente do Rio da

Casca (figura 2), que é afluente do Rio Manso, sendo este afluente do Rio

Cuiabá, que por sua vez é afluente do Rio Paraguai que faz parte da grande

bacia do Prata.
Figura 2 – Localização da área em estudo em relação a rede hidrográfica. Fonte: Adaptado de
Zoneamento Sócio Econômico Ecológico do Estado de Mato Grosso (2003)

O relevo da microbacia do Monjolo apresenta-se em sua seção de maior

altitude aproximadamente 840 metros de elevação, chegando em sua seção mais


baixa a 735 metros acima do nível do mar. Este relevo confere a microbacia uma

conformação de vale, como pode ser observado na figura 3.

Figura 3- Microbacia do Córrego Monjolo com fluxos preferenciais de escoamento superficial


Fonte: Aplicação Web Google Eart

METODOLOGIA DO ESTUDO

O presente estudo utilizou como metodologia, o reconhecimento geral em

campo, com o auxilio de equipe técnica multidisciplinar composta por geólogos

biólogos, químicos, agrônomos, engo sanitaristas, engo florestal e geógrafo para

diagnosticar as características básicas que se constituem essenciais na realização

de um manejo integrado de uma bacia hidrográfica.

Tal caracterização necessitou do auxilio de bibliografias direcionadas ao

manejo integrado e legislações específicas; foram realizadas entrevistas semi-

estruturadas com gestores públicos, bem como, com a secretária de meio

ambiente e ao Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Chapada dos Guimarães

– SAAE.
Os dados relacionados à qualidade da água foram obtidos por meio de

coletas, análises, e verificação do cumprimento ao disposto na resolução do

Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA.

Para a determinação da vazão, que esta relacionada à disponibilidade de

água, foi realizada uma estimativa através do método de curva de permanência,

com a utilização de dados das quatro estações fluviométricas mais próximas, que

dispunham de dados suficientes para a realização da regionalização de vazão. A

opção pela regionalização de vazão foi adotada em virtude de os dados obtidos

com “medição direta” não serem representativos.

O diagnóstico ambiental foi realizado tendo por base dados secundários

obtidos através de trabalhos anteriormente realizados e em bibliografias e dados

primários levantados in loco pela equipe técnica.

DIAGNOSTICO AMBIENTAL

Geologia

Coberturas Detrito-Lateríticas de idade neógeno-quaternária (NQdl)

correlacionada à Superfície Sul-Americana de King (1956);. ocorrendo sobre

rochas da Formação Ponta Grossa.

Bacia do Paraná – Formação Botucatu de idade juro-cretácica, constituída

por arenitos eólicos de ambiente desértico, Lacerda et al. (2004).

O Grupo Paraná (Devoniano) caracteriza o ciclo transgressivo constituído

pelas Formações Ponta Grossa, representada por siltitos marinhos; e Furnas,

composta por arenitos e conglomerados fluviais e transacionais.

A formação Ponta Grossa ocorre sobreposta aos arenitos da Formação

Furnas na região da cidade de Chapada dos Guimarães estendendo-se para leste.

Normalmente não apresenta bons afloramentos, pois está bastante oxidada.

Litologicamente é representada por siltitos e arenitos finos que quando


inalterados são de tonalidade creme passando a avermelhadas e arroxeadas

quando alterados.

Geomorfologia

A área está localizada na Bacia Sedimentar do Paraná (Domínio Morfo

Estrutural) geomorfologicamente na região do Planalto dos Guimarães, tendo

como unidade morfológica o Planalto Conservado. Geologicamente é sustentada

por rochas sedimentares das formações Furnas e Ponta Grossa, parcialmente

recobertas por sedimentos terciário/quaternários detrito-lateríticos. Os solos são

predominantemente rasos, tendo em vista a ocorrência de rocha e couraça

ferruginosa subaflorantes, mas com ocorrências localizadas de solos profundos

(Latossolos e Neossolos Quartzarênicos) e plintossolos.

Hidrogeologia

O Estado de Mato Grosso é subdivido em províncias hidrogeológicas, com

base nos seus aspectos geológicos, estruturais e hidrogeológicos mais comuns. A

área do município de Chapada dos Guimarães pertence à Província

Hidrogeológica da Bacia do Paraná que abrange a região sul e sudeste do

Estado.

Os poços perfurados na Bacia do Paraná possuem aqüíferos Confinados

(Formação Furnas), poços de boas vazões, porosidade e boa permeabilidade.

Produzem poços de baixa vazão (Formação Ponta Grossa), aquitarde. Apresentam,

geralmente, água de boa qualidade química, podendo ocorrer excesso de ferro.

O pacote de rochas da Formação Ponta Grossa (folhelhos) apresenta-se de

um modo geral confinando a formação Furnas (arenito) onde são obtidas vazões

bem mais significativas para atender os beneficiários; os poços atingem centenas

de metros em profundidade, exigindo habilidade e competência na sua execução

e conseqüentemente na captação de água subterrânea.


Na área da Microbacia a Formação Ponta Grossa,, impermeável a

semipermeável, é composta por siltitos com lentes de arenito fino. Ocorre em

uma área restrita no alto da Chapada, onde tem uma porção sob os arenitos da

Formação Botucatu, e uma porção, aflorante, que recobre e/ou confinam os

arenitos da Formação Furnas. Funciona como proteção ao Aqüífero Furnas e

forma uma barreira impermeável que propicia o surgimento de algumas nascentes

na borda da Chapada. Permitindo a recarga do aqüífero inferior através de

fraturas.

Vulnerabilidade do aqüífero

A Unidade Geoambiental Chapadas em solos argilo-arenosos consiste de

terrenos bem drenados, com alta capacidade de carga e altas taxas de infiltração

dos solos, em zona de recarga dos aqüífero, e alto potencial hidrogeológico em

direção ao interior do planalto.

A Unidade Geoambiental Chapadas em solos arenosos difere da anterior

pelo fato de estar embasada por arenitos quartzíticos da Formação Botucatu.

Apresenta, portanto, solos friáveis e muito permeáveis, com alta erodibilidade em

textura de areia fina. Assim, apresenta uma alta vulnerabilidade natural dos

aqüíferos. Consiste de terrenos de baixa fertilidade natural com restrições para

disposição de resíduos sólidos.

No planalto dos Guimarães, os principais impactos estão relacionados ás

atividade agropecuárias. A substituição da vegetação natural pelas extensas

culturas de soja, milho e algodão nesses últimos anos provocaram a ocorrência

de fenômenos erosivos e assoreamento. Os processos erosivos são mais intensos

nas cabeceiras de drenagens, como é o caso do Córrego Monjolo.

A vegetação original nos arredores da Microbacia do Monjolo dos Padres é

composta por cerrado, sendo em grande parte, substituída por zonas agrícolas de

soja, algodão e milho, pecuária e ainda a ocupação urbana.


Assim, a Microbacia em estudo apresenta uma alta vulnerabilidade natural

dos aqüíferos, em decorrência do explanado, nos solos Quartzarênicos (formação

Botucatu). No entanto, o risco de contaminação não é ainda tão expressivo na

Formação Furnas, devido à impermeabilização da formação Ponta Grossa

(argilosa), porque a vegetação encontra-se relativamente preservada e por haver

coleta regular de lixo na área urbana.

Solo

A cidade de Chapada dos Guimarães encontra-se, em grande parte, sobre

o Latossolo, que é um solo permeável e que pode ser encontrado, inclusive nas

porções mais planas das encostas

Na área em estudo as encostas do vale, são dominadas pelo Plintossolo

(da Formação Ponta Grossa), com presença de couraça ferruginosa, que é um

solo pouco permeável. O Plintossolo Petroplíntico em geral, está associado ao

Latossolo, resultante da sedimentação que colmatou. As chuvas que caem sobre

este solo atravessam a areia e são barradas pela couraça, escoando

internamente e formando as nascentes.

Na margem direita do Corrégo Monjolo, ocorre um solo arenoso, resultante

de um processo de coluvionamento, e que recobre a couraça ferruginosa.

Acredita-se que a areia quartzosa foi transportada de locais mais altos, sendo do

arenito Botucatu.

O segundo ambiente que se observa no lado direito do Córrego Monjolo,

presente nas regiões mais baixas, é o do solo hidromórfico, ocorrendo, portanto,

o acúmulo de água no solo.

Na microbacia do Monjolo, existe uma diferença nos tipo de solo de

acordo com a declividade: na parte mais alta da bacia existe a presença de

latossolo vermelho que dá espaço ao latossolo amarelo na parte mais mediana e

depois ao plintossolo na parte mais baixa da bacia


Erosões

Próximo ao interflúvio (topo da chapada) há latossolo (compartimento

morfológico de superfície aplainada), sendo argiloso avermelhado e ficando

amarelado à medida que vai descendo, e, na ruptura da declividade, surge um

outro compartimento morfopedológico, que é o plintossolo, sendo do tipo

plintossolo petroplíntico (com couraça ferruginosa) e também o plintossolo simples

(sem couraça ferruginosa).

Sendo, portanto, na parte superior da vertente, um solo poroso, permeável,

onde a água infiltra em profundidade, passando para um solo pouco permeável,

levando ao escoamento superficial para o fundo do vale, favorecendo, com a

energia das águas de escoamento, a formação de ravinas profundas. (Figura 4).

Figura 4 – Ravina onde é possível caminhar


Fonte: Etiene Belique Covre

Dentro da erosão, observou-se a existência de um horizonte formado por

colúvio, com grânulos de seixo de laterita, outrora transportado, que diminuía

gradualmente, com a profundidade, chegando este horizonte a aproximadamente

75 cm, onde tem inicio solos do Paleossolo, tendo o horizonte A, de pequena

espessura e que perdeu matéria orgânica e, em seguida, o horizonte B

latossólico.
O horizonte B latossólico, provavelmente ‘enterrados’ in situ (elúvio), isto é,

hipoteticamente, formado pela sedimentação (Figura 6).

Tende-se a concluir que a hipótese da sedimentação é correta, visto

parecer tratar-se de um antigo vale profundo, hoje colmatado (preenchido) e

transformado em latossolo.

Mais abaixo, na mesma erosão observada, foi possível verificar o perfil do

horizonte B latossólico, com cerca de 3m de profundidade, e, a partir desta

profundidade, a presença de fragmentos de couraça e de arenito, caracterizando

um horizonte Bw/C.

Acredita-se que o preenchimento do vale, se deu num momento de

mudança neotectônica (pequenos movimentos de material), fazendo o vale ficar

“entulhado”, ou seja, preenchido e em seguida, quando estabilizado, deu origem

ao latossolo, através de uma transformação rápida.

O relevo da microbacia do Monjolo apresenta-se em sua seção de maior

altitude aproximadamente 840 metros de elevação, chegando em sua seção mais

baixa a 735 metros acima do nível do mar. Este relevo confere a microbacia uma

conformação de vale, como pode ser observado na figura 5, que demonstra

como se dá o escoamento das águas na microbacia.

Figura 5 – Escoamento das águas superficiais na bacia.


Fonte: Etiene Belique Covre
Figura 6 – Mapa síntese
Fonte: Adaptado de Klemp (2008)

Clima

Para obtenção de dados pluviométricos na região da Bacia foi utilizada a

série de dados da estação mais próxima 1555001 do Rio Taquarizinho com as

coordenadas 15:28:8 latitude e 55:43:44 longitude cujas falhas mensais foram

preenchidas pelo método da média ponderada das seguintes estações também

pertencentes ao município de Chapada dos Guimarães (Tabela 1):


Tabela 1 – Coordenadas das Estações Pluviométricas

NÚMERO DA ESTAÇÃO ALTITUDE LONGITUDE

1354000 13:26:48 54:16:50

1453000 14:36:43 53:59:55

1455004 14:45:14 54:58:41

A série de dados utilizados para cálculo das médias mensais na estação

1555001 compreende os anos desde 1969 até 2006 tendo, conforme descrito

anteriormente, as falhas preenchidas nos períodos de fevereiro de 1984 até

dezembro de 1986. O gráfico abaixo (Figura 7) apresenta as médias mensais

calculadas no período de 1969 à 2006:

Médias Pluviométricas Mensais

400,0
350,0
Médias (mm)

300,0
250,0
200,0
150,0
100,0
50,0
0,0
O

O
EZ RO
VE O

VE O
O

AG O
O

TO
IO
IL
R

BR

BR
R
R

LH

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B
B
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M
AB

EM
M

M
R

TU
JU

JU

O
N

TE
M
JA

U
SE
FE

D
N

Meses

Figura 7 – Médias Pluviométricas Mensais (1969-2006)

De acordo com FERREIRA (2001) “o clima no município de Chapada dos

Guimarães é Equatorial quente e úmido com 3 meses, de junho a agosto”. Esse

período referenciado coincide no gráfico (Figura 7) com o período dos três


menores índices pluviométricos anuais encontrados, ou seja, e com maiores

temperaturas segundo mesmo autor.

Os Gráficos (Figuras 8, 9, 10 e 11) demonstram as médias anuais

calculadas com base nos dados mensais da estação 155001, onde o maior valor

encontrado refere-se ao ano de 2006. Com base nesses dados (mesmo período)

podemos encontrar uma média anual 2151,9 mm para a região da bacia, o que

se aproxima da média do município dada por FERREIRA (2001) que é de 2.500.

Porém o referido autor não comenta as séries anuais utilizadas para a obtenção

da média, o que não traz questionamentos sobre valores, apenas ilustração.

Médias Pluviométricas Anuais


Precipitação Média (mm)

360

340

320

300

280

260
1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979
Anos

Figura 8– Médias Pluviométricas Anuais no período de 1969 à 1979

Médias Pluviométricas Anuais


Precipitação Média (mm)

380
370
360
350
340
330
320
310
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989
Anos

Figura 9 – Médias Pluviométricas Anuais no período de 1980 à 1989


Médias Pluviométricas Anuais

Precipitação Média (mm)


500

400

300

200

100

0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999
Anos

Figura 10 – Médias Pluviométricas Anuais no período de 1990 à 1999

Médias Pluviométricas Anuais


Precipitação Média (mm)

500

400

300

200

100

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Anos

Figura 11 – Médias Pluviométricas Anuais no período de 2000 à 2006.

Uso e ocupação das terras

A bacia do Monjolo apresenta ocupações variadas como habitações, áreas

de extração de seixos, pastagem e arruamento. A parte superior da bacia está

cercada de habitações e arruamento. A área com maior declividade da bacia

havia sido ocupada por pastagens, mas algumas dessas áreas hoje já se

encontram em processo de recuperação. Na figura 6, é possível melhor visualizar

o que foi acima descrito, onde ao redor de quase toda a microbacia existe

habitações edificadas a partir de loteamento legais e também de ilegais.

A figura 12 traz a bacia do Monjolo com destaque para a parte urbanizada

(em vermelho) e para a pastagem (em verde).


Figura 12. Áreas urbanizadas e de pastagem na bacia do Monjolo
Fonte: Aplicação Web Google Eart

Vegetação

As áreas ciliares fazem parte da paisagem adjacente a um curso de água

exercendo influencia direta no mesmo, incluindo taludes, áreas aluviais e seus

ecossistemas, formando junto e ao redor do curso d’água uma faixa de mata de

tamanho variável (KARSSIES; PROSSER, 1999 apud CECONI, 2007).

Uma das principais funções ecológicas das florestas é proteger o solo das

margens dos rios, impedindo o aporte de sedimentos ao leito, conservando assim

a quantidade e qualidade da água. Isto faz com que estes locais sejam

protegidos por lei, constituindo-se em áreas de preservação permanente da flora

e fauna (RACHWAL; CAMATI, 2001 apud CECONI, 2007).

Em microbacia, o controle da perda do solo pela vegetação depende de

praticas em toda a paisagem, e não só na faixa ciliar (CARPANEZZI, 2000). A

mata ciliar, isolando estrategicamente o curso d’água dos terrenos mais elevados

da microbacia, desempenha uma ação eficaz de filtragem superficial. A zona

ripárica protegida pode também diminuir a concentração de herbicidas nos cursos


d’água de microbacias (SCHLOSSER; KARR, 1981 apud CECONI, 2007). De acordo

com os autores acima citados vegetação ciliar, ripárica ou ripícola é aquela que

margeia os corpos de água, como rios, riachos e lagos.

Partindo do objetivo do estudo, ora entendido como, uma gestão integrada

para a microbacia do córrego do monjolo; foi realizado um levantamento

florístico, aleatoriamente ao longo da microbacia para assim poder observar a

presença ou eventuais ausências dos extratos arbóreos, arbustivos e herbáceos,

ressaltando que as atividades antrópicas na microbacia contribuem intensamente

para a destruição da mata, facilitando a ação das chuvas sobre o terreno e o

aumento da contaminação da água.

O levantamento foi realizado por engenheiro florestal, com auxilio dos

alunos e professores do Programa de Pós-gradução em recursos hídricos, visando

caso necessário uma recuperação para a mesma.

A mata ciliar é verificada apenas na parte próxima a foz da microbacia do

Monjolo e por suas condições de preservação verifica-se a não observância da

das leis de preservação, em especial as faixas mínimas, que no caso do rio é de

30 m e da nascente 50 m.

Água

Segundo Von Sperling (2005), a qualidade da água pode ser representada

através de diversos parâmetros, subdivididos em físicos (cor, turbidez, sabor, odor

e temperatura), químicos (potencial hidrogeniônico (pH), alcalinidade, acidez,

dureza, ferro, manganês, cloretos, nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, matéria

orgânica, micropoluentes orgânicos e micropoluentes inorgânicos) e biológicos

(bactérias, algas, fungos, protozoários, vírus e helmintos).

Destes somente alguns foram avaliados na amostragem realizada, conforme

apresentado na Tabela 2. Como não há resíduos sólidos nas proximidades do

córrego, não foram realizadas as análises de metais pesados. E a respeito do

nitrogênio, não foi possível ser avaliado por problemas com equipamentos
laboratoriais. Em relação às análises de agrotóxicos, não foram realizadas por não

ter sido diagnosticado nenhuma atividade agrícola no local.

Tabela 2 – Dados de qualidade da água na bacia do Córrego Monjolo

Variável Unidade P1 P2 357/05


pH - 4,45 5,99 6,0 - 9,01
Alcalinidade mgCaCO3/L - 10 -
Condutividade mS/s 10,8 5,7 -
Temperatura do ar °C 30 30 -
-
Temperatura da água °C 18,2 17,8

OD mgO2/L - - ≥ 5, 01
DQO mgO2/L 0 0 -
DBO mgO2/L 0 0 ≤ 5,01
Fósforo Total mgP/L 0,11 0 ≤ 0,1²
Coliformes totais NMP/100mL 0 0 ≤ 2502
Escherichia coli NMP/100mL 0 0 ≤ 2002
1
Padrões da resolução CONAMA 357/05 para água de classe 2
2
Padrões da resolução CONAMA 274/00 para água de categoria excelente

Foi realizada uma amostragem no dia 07/11/2008, no período

matutino, a fim de se conhecer preliminarmente a qualidade da água do

córrego em estudo. Esta qualidade foi avaliada em dois pontos: em uma de

suas nascentes (P1, Figura 13) e na água reservada para captação pela ETA

da cidade (P2, Figura 14)


Figura 13 - Nascente do Córrego Monjolo
Fonte: Luciane Gonçalves

Figura 14 – Reservatório de captação da ETA


Fonte: Luciane Gonçalves

A coleta, acondiciona-mento e conservação das amostras, assim

como as análises, seguiram o recomendado pelo Standard Methods for


Examination of Water and Wastewater, editado pela APHA/AWWH/WEF
(1998).

As análises foram realizadas no Laboratório de Físico-química e

de Microbiológia do Departamento de Engenharia Sanitária da

Universidade Federal de Mato Grosso.

É importante observar que a analises realizadas podem não

expressar a realidade, uma vez, que são resultado de uma única coleta.

Quando o ideal é analises advindas de monitoramento.

Poluição

Sabe-se que 60% da água de abastecimento consumida retorna

em forma de águas residuárias (esgoto doméstico).

O município de Chapada dos Guimarães não conta com sistema

de tratamento de esgotos e cada domicílio é responsável pelo seu

sistema individual de tratamento, que na maioria dos casos é executado

de forma incorreta sem a devida orientação técnica.

Os sistemas individuais implantados normalmente chamados de

“fossas sépticas” na verdade é um buraco escavado no solo cuja

finalidade é a infiltração do esgoto.

O sistema ideal para tratamento do esgoto doméstico urbano

seria na verdade a Fossa Séptica que é um dispositivo constituído de

uma ou duas câmaras para sedimentação e digestão da matéria

orgânica contida no esgoto.

Após a passagem por este sistema o efluente ainda apresenta

uma coloração escura e precisa de clareamento por isto precisa de

clareamento, que é feito em outra unidade chamada filtro anaeróbio

que é constituído de uma câmara na qual são introduzidas britas com

diferentes granulometrias para clareamento e tratamento deste esgoto.


Somente após a passagem por estas duas unidades este efluente

estaria em condições de infiltração direta no solo o qual seria feito em

fossas sumidouro que é o único dispositivo existente nas residências de

Chapada dos Guimarães e na maioria dos municípios brasileiros em

face a baixa cobertura do saneamento básico.

Entende-se como saneamento básico as práticas sanitárias que

visam proporcionar condições saudáveis para a vida em vida em

sociedade. Deste ponto de vista procura-se elaborar políticas publicas

que garantam água de boa qualidade, e tratamento adequado para os

dejetos produzidos pela população, sejam resíduos sólidos (lixo) ou

resíduos líquidos (esgotos).

Os dejetos humanos podem ser transmissores de bactérias e vírus

patogênicos transmissores de varias doenças tais como febre tifóide e

paratifoide, diarréias infecciosas, amebíase ancilostomose,

esquistossomose, teníase, ascaridíase (FUNASA 1994).

Segundo (FUNASA, 1994) a sobrevivencia das bactérias no solo

varia bastante; assim o bacilo tifoidico resiste 7 dias no esterco, 22

dias em cadáveres enterrados, 15 a 30 dias em fezes, 70 dias em solo

umido e 15 dias em solo seco; o bacilo disentérico, 8 dias em fezes

solidas, 70 dias em solo úmido e 15 dias em solo seco.

A disseminação horizontal é quase nula chegando a 1(um) metro

de raio; a vertical atinge no Maximo a 3(três) metros em terreno sem

fenda.(FUNASA ,1994).

Após atingir a água subterrânea e esta com uma velocidade de

1(um) a 3(metros) por dia esta velocidade pode arrastar as bactérias

por uma distancia de 11(onze) metros no sentido do fluxo.(FUNASA

,1994).
Por este motivo recomenda-se localizar as fossas em cotas

topográficas inferiores as fontes de captação de água e a uma

distancia de 15 metros no mínimo.

Esta recomendação não faria sentido se fossem construídas

fossas sépticas e filtros adequados.

O municio de Chapada dos Guimarães conta com sistema de

coleta de resíduos sólidos como a maioria das outras cidades do

estado apresenta deficiência na coleta e na disposição final destes

resíduos que na maioria das vezes são dispostos no solo em lixões

tornando-se muitas vezes a maior fonte de poluição da região.

DISPONIBILIDADE
DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS

Para a verificação da disponibilidade de recursos hídricos, foi

considerada apenas a água disponível no Córrego Monjolo, uma vez que

para se estimar a disponibilidade subterrânea seria necessário um maior

tempo de estudo e utilização de técnicas que demandariam elevado

custo financeiro.

No intuito de verificar a vazão do Córrego do Monjolo foi

realizada uma medição de vazão, no dia 07/11/2008, no local onde a

SAAE faz a captação de água para abastecimento, esse ponto foi

adotado em função da dificuldade de acesso ao ponto ideal na foz da

bacia.

A vazão verificada neste ponto foi de 103m³/hora. Todavia, não é

representativa, uma vez, que seria necessário uma série, no mínimo,

anual.
Dessa forma, optou-se por outros métodos para o cálculo da

vazão. Sendo escolhidos o método de regionalização “área/vazão” e o

método “curva de permanência”. Figura 12 e Figura 13

Figura 12 – Gráfico de Regionalização de vazões - M´étodo “área/vazão”

Figura 13 – Gráfico de Regionalização de vazões - M´étodo “Curva de

permanencia”
Tendo em vista a não existência de uma estação fluviométrica na

área da bacia hidrográfica do Monjolo, houve a necessidade de se

utilizar dados de estações próximas a área em estudo.

No método de regionalização “área/vazão” foi obtido um valor de

Q95 (vazão em 95% do tempo) de 93m³/h e no método “curva de

permanência” foi obtido o valor de Q95 de 131m³/h. O método “curva

de permanência” é mais significante.

DEMANDA DOS RECURSOS HÍDRICOS

Tendo em vista que o uso existente na bacia é somente para o

abastecimento urbano, entende-se que a demanda pode ser calculada a

partir do número de habitantes abastecidos pela SAAE.

A SAAE abastece na cidade de Chapada dos Guimarães

aproximadamente 13.500 pessoas. Segundo a empresa em torno de

9.000 pessoas são abastecidas com água proveniente do Córrego

Monjolo, sendo necessário, portanto, 75m³/h.

Apesar de a captação necessária ser de 75 m³/h a SAAE capta

entre 80 e 120 m³/h, ou seja, existe um excedente de captação, que

poderia ser justificado pelo fato de a bomba funcionar durante 21

horas no dia.

CONFLITO DE USO

De acordo com os dados de disponibilidade, demanda e o valor que a

SAAE capta diariamente no Córrego Monjolo, contatou-se que

futuramente pode haver algum tipo de conflito relacionado a utilização

desse recurso, uma vez que uma parte significativa da vazão do

Córrego é captada pela empresa de distribuição de água da cidade.


ENQUADRAMENTO DO CURSO D’ÁGUA

Segundo a legislação nacional de Recursos Hídricos nº 9.433, de

8 de janeiro de 1997, o enquadramento dos corpos d’água em classes

de qualidade tem por objetivo assegurar a qualidade requerida para os

usos prioritários, sendo mais restritivo quanto mais nobre for o uso

desejado, diminuir os custos de controle à poluição das águas e

manutenção dos padrões de qualidade e quantidade, que atendem às

necessidades locais, mediante ações preventivas permanentes.

É um processo que envolve um extenso diagnóstico da bacia para

determinar os usos atuais e futuros associados às características sócio-

econômico-culturais da região, além de estudos hidrológicos envolvendo

a quantidade e a qualidade da água. Para efetivação do mesmo exige-

se o estabelecimento de prioridades de usos, bem como a necessidade

de qualidade e quantidade compatíveis aos fins a que forem destinados,

contrapondo-se à existência de conflitos.

A Resolução Conama 357/05 classifica os corpos hídricos

segundo a qualidade requerida para os seus usos preponderantes atuais

ou pretendidos, em treze classes de qualidade.

De acordo com esta resolução no Capítulo VI e Artigo 42, quando

um corpo de água ainda não é enquadrado conforme sua qualidade e

usos preponderantes, deve ser enquadrado em classe II.

O enquadramento da bacia do córrego Monjolo foi elaborado

com base no uso que já é atribuído à água do mesmo, abastecimento

público, na Portaria CONAMA 357/05 e na Lei n° 9.433/97, que está

relacionada ao uso para o abastecimento público, permitindo assim o

enquadramento em classe II.


OUTORGA DE RECURSOS HÍDRICOS

A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um dos seis

instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelecidos no

inciso III, do art. 5º da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997.

Esse instrumento tem como objetivo assegurar o controle

quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos

direitos de acesso à água.

CONSIDERAÇÕES

De acordo com todos os dados obtidos pelo trabalho, é possível

afirmar que a microbacia do Córrego Monjolo não é representativa no

que diz respeito a elaboração de um Plano de Bacia.

Devido a pequena extensão da bacia, a gestão se daria de forma

isolada do restante de outras que estão bem próximas e que

aparentemente teriam o mesmo comportamento hídrico, o que poderia

dificultar o processo de gerenciamento dos recursos ambientais, em

especial os recursos hídricos.

Diante desse contexto sugere-se a ampliação da área de estudo,

passando a abranger a área da bacia do Cachoeirinha, visto que esta

melhor representaria uma bacia rural, que era inicialmente o objetivo do

estudo.

Os resultados das análises (Tabela 2) da água do córrego

Monjolo mostraram que a qualidade da água sugere o enquadramento

em classe I. No entanto, há a necessidade de que sejam realizadas

avaliações bimestrais da qualidade da água durante um período de

doze meses, para a confirmação dos dados obtidos através dessa

primeira análise na nascente do Córrego.


Os pontos de coleta foram P1 (nascente) e P2 (captação) para

avaliação da qualidade da água, visto que a mesma é utilizada para

abastecer a cidade. Na tabela 3, é possível visualizar o custo de cada

uma dessas análises. Para análise de temperatura do ar, como não há

valor tabelado, pode-se considerar o custo de um termômetro de

mercúrio de custo aproximado R$ 50,00.

Tabela 3 – Custos das análises de acordo com a Resolução CD nº

65/2007 - UFMT
Parâmetro Custo (R$)

Ph 8,00

Alcalinidade 18,00

Condutividade 10,00

Temperatura do ar
50,00
Temperatura da água

OD 20,00

DQO 32,00

DBO 32,00

Fósforo Total
38,00
Ortofosfato

ST* 38,00

STF* 38,00

STV* 38,00

SST* 38,00

SSF* 38,00

SSV* 38,00

SDT* 38,00

SDF* 38,00

SDV* 30,00

Coliformes totais
60,00
Escherichia coli

Total 602,00
Em virtude da bacia do córrego do Monjolo representar em torno

de 60% da captação do município, existe a necessidade de um plano

de ação que garanta a conservação dos recursos hídricos, onde a

Instalação de pluviógrafo e estação fluviométrica ou vertedouro para

leitura de vazão, seria algo de grande importância no processo de

gestão da microbacia.

Algumas lagoas de contenção de água de chuva encontram-se

assoreadas, por isso há necessidade de criação de um sistema de

micro-drenagem a fim de se evitar que ocorram processos erosivos e

conseqüente assoreamento do córrego e do reservatório de captação.

Sugere-se realizar terraceamento para conter a erosão, tanto na área

de cabeceira da Bacia, quanto próximo às Bacias de Contenção e

refazer o projeto das Bacias de Contenção, que estão mal construídas

(com “ladrão”).

O tipo de solo característico nas proximidades do bairro

localizado no sentido Nordeste da bacia do córrego Monjolo (Sol

Nascente) é latossolo, propício à infiltração. Neste bairro o sistema de

tratamento de efluente é por fossa séptica. Portanto, há necessidade de

implantação de um sistema de esgotamento sanitário na microbacia, a

fim de se tratar os efluentes gerados pela população e evitar a

poluição dos recursos hídricos subterrâneos.

Existe a necessidade de recomposição da mata ciliar, visto que

não se encontra conforme a Resolução CONAMA 303/2002 com relação

à sua faixa marginal. No entanto, há primeiramente a necessidade de

levantamento de dados relacionados ao tipo de cobertura vegetal

remanescente, a fim de subsidiar um plano de recuperação da mata

ciliar.

Visando o inicio do monitoramento da qualidade das águas

subterrâneas, fazer o cadastramento de poços existente na região.


Elaborar um projeto educativo e de sensibilização, sobre a

importância de conservar os recursos naturais.


REFERÊNCIAS UTILIZADAS

APHA/AWWH/WEF - American Public Health Association, American Water

Works Association, Water Environment Federation. Standard Methods for

Examination Of Water And Wastewater


Wastewater,
ewater 20ª Ed. Washington/DC. 1998.

CECONI, D.E. Dossiê de Ambiência e Transição Agroecológica no Manejo

da Microbacia Hidrográfica do Lajeado Biguá,


Biguá 2007, Alecrim-RS

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – CONAMA n° 274 de 29 de

novembro de 2000. Define os critérios de balneabilidade em Águas

Brasileiras.
Brasileiras 2000.

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – CONAMA n° 303 de 20 de

março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Área

de Preservação Permanente.
Permanente 2002.

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE – CONAMA n° 357 de 17 de

março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e

diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece

as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras

providências.
providências 2005

FERREIRA, J. C. V. Mato Grosso e seus municípios.


municípios Ed. Governo do

Estado de Mato Grosso, 2001.

FENELON NETO, M., Caracterização geoambiental da bacia do rio

cachoerinha no município de Chapada dos Guimarães-


Guimarães- mt.
mt Dissertação

de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em

Agricultura Tropical, 1996.


LINSLEY, R. K.; FRANZINI, J. B. Engenharia dos Recursos Hídricos,

McGraw-
McGraw-Hill do Brasil,
Brasil Ed. da universidade de São Paulo. 1978.

MEDAUAR, O. Coletânea de Legislação de Direito Ambiental Constituição

Federal.
Federa Ed. revista dos tribunais- 4° edição. 2005.

ROCHA, J. S. M. da; KURTZ, S. M. de J. M. Manejo Integrado de Bacias

Hidrograficas 4° edição.UFSM CCR/UFSM,2001.

VON SPERLING, M. Princípios do Tratamento Biológicos de Águas

Residuárias. Volume 1, Introdução à Qualidade das


das Águas e ao

Tratamento de Esgotos,
Esgotos 3ª Ed. UFMG. Belo Horizonte/MG. 2005. 452p.

www.folhaonlaine, acesso em 22/10/2008.


GLOSSÁRIO

Aqüífero - Reservatório natural de água subterrânea, formado por

rochas com propriedades físicas favoráveis a acumulação e a

transmissão da água, ou seja, porosidade e permeabilidade. Capaz de

fornecê-la em quantidades exploráveis, através de poços tubulares ou

outras obras de captação.

Aquitarde - Formação geológica que armazena água, mas a transmite

de forma muito lenta. Em condições extremas podem ser considerados

como aqüíferos pobres ou servir como elemento de recarga de um

aqüífero.

Caráter petroplíntico – Refere-se à presença de petroplintita em

quantidade igual ou superior a 50%, por volume, em um ou mais

horizontes ou camadas que em conjunto perfazem espessura mínima de

15 cm.

Cerosidade – Consiste em filmes muito finos de material inorgânico de

naturezas diversas, orientadas ou não, constituindo revestimentos ou

superfícies brilhantes nas faces de elementos estruturais, poros ou

canais, resultantes de movimentação, segregação ou rearranjamento de

material coloidal inorgânico (< 0,002mm); quando bem desenvolvidos

são facilmente perceptíveis, apresentando aspecto lustroso e brilho

graxo.

Coluvião, Coluvio – Solo de vertentes, parcialmente alóctone de muito

pequeno transporte, misturado com solos e fragmentos de rochas


trazidos da zonas mais altas, geralmente mal classificado e mal

selecionado

Colmatar – acumular, atulhar, entupir

Latossolo - Solo mineral, não hidromórfico, sempre com argila de

atividade baixa, com horizonte do B tipo latossólico. É considerado solo

em avançado estágio de evolução, suficiente para transformar os

minerais primários oriundos do material de origem em caulinita ou

óxidos de ferro e alumínio. Apresenta baixa reserva de nutrientes para

as plantas, mas em contrapartida, possuem ótimas condições físicas

para o desenvolvimento radicular.

Neossolo quartzarênico - Compreende solos minerais arenosos, com

seqüência A-C, sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade,

apresentando textura areia ou areia franca nos horizontes até, no

mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo ou

até um contato lítico. São bem a fortemente drenados, normalmente

profundos ou muito profundos, essencialmente quartzosos, virtualmente

destituídos de minerais primários pouco resistentes ao intemperismo.

São solos normalmente muito pobres, com capacidade de troca de

cátions e saturação de bases baixas, freqüentemente distróficas. Têm

cores vermelhas e brunadas e vermelho-amareladas, baixa fertilidade

natural, baixa capacidade de retenção de água e de nutrientes,

excessiva drenagem e grande propensão ao desenvolvimento de erosão

profunda (voçorocas e ravinas).

Ocorrem geralmente em relevo que varia do plano ao suave ondulado,

sob vegetação de cerrado e campo cerrado e têm como material de


origem os quartzitos ou arenitos das formações Botucatu, Furnas e

Ponta Grossa (No trabalho).

Petroplintita – Material endurecido, na forma de concreções ferruginosas,

ou ferro-aluminosas, de dimensões e formas variadas (laminar, nodular,

esferoidal ou irregular), individualizadas ou aglomeradas, normalmente

proveniente da consolidação irreversível da plintita em decorrência de

repetidos ciclos de umedecimento e secagem.

Plintita – Corpo distinto, com diâmetro maior que 2 mm, de material

rico em óxidos de ferro, ou de ferro e alumínio, e pobre em húmus,

constituído por uma mistura de argila com quartzo e outros materiais,

com a propriedade de endurecer irreversivelmente, sob efeito de ciclos

alternados de umedecimento e secagem. É formado pela segregação de

ferro em ambientes de drenagem restrita, importando em mobilização,

transporte e concentração de compostos ferruginosos, e em geral

constitui mosqueados de cor vermelha, vermelho-amarelada ou

vermelho-escura, com padrões laminares, poligonais ou reticulados.

Plintossolos - Compreende solos constituídos por material mineral, com

horizonte plíntico ou litoplíntico iniciando-se dentro de 40 cm ou dentro

de 200 cm quando imediatamente abaixo do horizonte A ou E, ou

subjacente a horizontes que apresentem coloração pálida ou variegada,

ou com mosqueados em grandes quantidades.

Rampas coluvionadas - Correspondente à unidade geomorfológica de

transição entre o Planalto dos Guimarães e a Depressão Cuiabana. Esta

forma de relevo apresenta indícios de processos de movimento de

massa, evidenciando coluvionamentos, contemplando formas de relevo


em rampa com suave dissecação, pequena amplitude, declividade baixa,

baixa a média densidade de drenagem, amplos e médios interflúvios,

topos extensos e aplanados, vertentes com perfil retilíneo, padrão de

drenagem paralelo a subdendrítico, vales abertos. São áreas cobertas

por solos relativamente profundos e essencialmente arenosos (Neossolos

Quartzarênicos), com ocorrência freqüente de veredas/campos úmidos,

e surgências que dão origem a importantes cursos d’água.

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