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Apresentação
Objetivos
1
Cf. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Aspectos da pesquisa sobre tipologia textual. Revista de estudos da
linguagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, v. 20, n. 2, p. 361-387, jul./dez. 2012.
Disponível em:
<http://www.ileel.ufu.br/travaglia/artigos/artigo_aspectos_da_pesquisa_sobre_tipologia_textual.pdf>
de dependência-independência com o conjunto mais amplo do
qual faz parte (o texto).”
2
Rever questões de gênero no Módulo Leitura e Produção de Texto I, na Aula 2-Gêneros
discursivos em perspectiva dialógica.
ESQUEMA TEÓRICO 1
TIPOLOGIA SEQUENCIAL
(segundo J. M. Adam)
O QUE É?
um dos planos de organização da textualidade
outros: fonético-fonológico, morfológico, lexical,
sintático-semântico, pragmático).
QUAIS OS PROTÓTIPOS?
• sequência dialogal
• sequência narrativa
• sequência descritiva
• sequência explicativa
• sequência argumentativa
Leitura complementar
Agora que você estudou sobre o conceito de sequência, recomendamos
a leitura do capítulo abaixo encontrado em BONINI (2005):
BONINI, A. A Noção de sequência textual e gêneros textuais: questões
teóricas e aplicadas. In: MEURER, J. L; BONINI, A.; MOTTA-ROTH, D.
Gêneros: teorias, métodos e debates. São Paulo: Parábola, 2005. p. 208-236.
Após essas breves considerações, trataremos da sequência
argumentativa abordada por Adam (1992; 2011).
Exemplo 1
Em vários países está sendo discutido o uso de celulares em sala de
aula.
Muitos alunos usam celulares em sala para humilhar professores, colar
em provas ou assistir TV.
Por outro lado alguns alunos usam o celular para trabalhos e pesquisas.
Na minha opinião cada escola deveria fazer as suas regras.
(Texto produzido por um aluno da 7ª série)
Exemplo 2
A proibição total dos celulares nas instituições escolares, ao meu
parecer, é uma atitude extremamente radical. Este tipo de restrição poderia ser
feita durante os horários de aula, onde a atenção dos alunos deve ser voltada
apenas para as atividades aplicadas pelos docentes, no entanto durante o
intervalo e nos horários em que os mesmos estiverem fora de sala de aula, não
há motivos para a restrição destes aparelhos, pois não estarão em momento de
atividades pedagógicas.
(Texto produzido por um aluno do ensino médio)
Fontes:
http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php
ADAM, Jean-Michel. Les textes: types et prototypes. Paris:Nathan, 1992.
BRANDÃO, Terezinha. Texto argumentativo: escrita e cidadania. Pelotas: L. M. P.
Rodrigues, 2001.
BRETON, Pierre. A argumentação na comunicação. Tradução de Viviane Ribeiro.
Bauru: Edusp, 1999.
PERELMAN, Chaïm. Tratado de argumentação. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
Atividade 1
1) Leia o artigo de opinião publicado na revista Época, de novembro de 1999,
reproduzido a seguir, em seguida, analise o plano-padrão da sequência
argumentativa utilizado na elaboração do texto, retirando: tese, argumentos,
contra-argumentos (caso haja) e conclusão.
Andreas Adriano
http://epoca.globo.com/edic/19991129/cult4.htm
Muito longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o mandato de Bento XVI
o Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta. Joseph Ratzinger teve o
mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos, mas não o de
modernizar a igreja ou as práticas vaticanas. Bento XVI foi, como assinala Philippe
Portier, um continuador da obra de João Paulo II: “desde 1981 seguiu o reino de seu
predecessor acompanhando vários textos importantes que redigiu: a condenação das
teologias da libertação dos anos 1984-1986; o Evangelium vitae de 1995 a propósito
da doutrina da igreja sobre os temas da vida; o Splendor veritas, um texto fundamental
redigido a quatro mãos com Wojtyla”. Esses dois textos citados pelo especialista
francês são um compêndio prático da visão reacionária da igreja sobre as questões
políticas, sociais e científicas do mundo moderno.
O Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde 2003, tem em
sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um dragão que
simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a verdade, no
Vaticano, não é uma moeda corrente. Depois do escândalo provocado pelo vazamento
da correspondência secreta do papa e das obscuras finanças do Vaticano, a cúria
romana agiu como faria qualquer Estado. Buscou mudar sua imagem com métodos
modernos. Para isso contratou o jornalista estadunidense Greg Burke, membro da
Opus Dei e ex-integrante da agência Reuters, da revista Time e da cadeia Fox. Burke
tinha por missão melhorar a deteriorada imagem da igreja. “Minha ideia é trazer luz”,
disse Burke ao assumir o posto. Muito tarde. Não há nada de claro na cúpula da igreja
católica.
Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são
tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de
São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa. Não é para
menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir
as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários
do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente
retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita
do mundo.
Bento XVI não foi o sumo pontífice da luz que seus retratistas se empenham em
pintar, mas sim o contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou
engolir pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é
doutrinária, mas sim financeira. O Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e
muitas das querelas que surgiram no último ano têm a ver com as finanças, as contas
maquiadas e o dinheiro dissimulado. Esta é a herança financeira deixada por João
Paulo II, que, para muitos especialistas, explica a crise atual.
Em setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti Tedeschi para o
posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano.
Próximo à Opus Deis, representante do Banco Santander na Itália desde 1992, Gotti
Tedeschi participou da preparação da encíclica social e econômica Caritas in veritate,
publicada pelo papa Bento XVI em julho passado. A encíclica exige mais justiça social
e propõe regras mais transparentes para o sistema financeiro mundial. Tedeschi teve
como objetivo ordenar as turvas águas das finanças do Vaticano. As contas da Santa
Sé são um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas origens mais
conhecidas remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem
de prisão contra o arcebispo norte-americano Paul Marcinkus, o chamado “banqueiro
de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos investimentos do Vaticano
na época.
Ettore Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só permaneceu três
anos a frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em 2012 por supostas
“irregularidades” em sua gestão. Tedeschi saiu do banco poucas horas depois da
detenção do mordomo do Papa, justamente no momento em que o Vaticano estava
sendo investigado por suposta violação das normas contra a lavagem de dinheiro. Na
verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro episódio da guerra entre facções no
Vaticano. Quando assumiu seu posto, Tedeschi começou a elaborar um informe
secreto onde registrou o que foi descobrindo: contas secretas onde se escondia
dinheiro sujo de “políticos, intermediários, construtores e altos funcionários do Estado”.
Até Matteo Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu dinheiro
depositado no IOR por meio de laranjas.
Aí começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano diz que o
banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por conselheiros do banco
com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor Bertone, um inimigo pessoal de
Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais que fiscaliza o funcionamento do
banco. Sua destituição veio acompanhada pela difusão de um “documento” que o
vinculava ao vazamento de documentos roubados do papa.
Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/a-historia-secreta-da-renuncia-
do-papa.html
Autoavaliação
Fabinho não teve uma vida fácil. A mãe – Maria das Graças Ferreira
de Souza, mineira de Ponte Nova, uma dona de casa de 57 anos – e
o pai – Antônio Serafim Nascimento, de 56, paraibano que faz bicos
como pedreiro – se alternam ao contar sua história. De vez em
quando param de falar para chorar. Outras vezes s orriem juntos com
alguma lembrança. Com apenas 1 ano e 7 meses, o filho foi
diagnosticado com câncer. Tinha linfomas pelo corpo e teve de
passar por vários tratamentos. Até que aos 10 anos passou por um
transplante de medula, no Instituto Nacional de Cânce r (Inca). A irmã,
Fiama, três anos mais velha, foi a doadora. A cirurgia, bem -sucedida,
parecia ser o início de uma nova vida para ele. Não foi.
Perto do Natal de 2006, quando Fabinho parecia ter pela primeira vez
uma rotina normal de criança, começou a t er tosse constante e
dificuldade de respiração. O diagnóstico: doença do enxerto contra -
hospedeiro, uma reação do organismo às células recebidas no
transplante. Ela pode atingir vários órgãos. No caso de Fabinho, foi o
pulmão. Após alguns períodos de trata mento no Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, da UFRJ, os médicos recomendaram que ele
tivesse em casa um aparelho concentrador de oxigênio. “Era uma
forma de dar dignidade a sua vida e protegê -lo de crises respiratórias
mais graves e fatais”, diz a pneumologista Marina Andrade Lima, que
o atendeu nos últimos meses de vida e fez o laudo médico para a
Justiça. Com o aparelho, as crises de Fabinho poderiam ser
controladas, e, na avaliação dos médicos, ele tinha grandes chances
de viver muitos anos.
Referências
VIRTANEN, T. Issues of text typology: narrative – Basic type of text? Text, vol.
12, n. 2, p. 293-310.