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Aula 5 – O Texto Argumentativo: estrutura da sequência argumentativa

Apresentação

Na aula anterior, abordamos os aspectos enunciativo-pragmáticos


presentes no texto argumentativo, enfocando, detalhadamente, a
polifonia/heterogeneidade discursiva, ou seja, as vozes presentes no texto
(marcadas e não demarcadas). Nesta aula, você estudará aspectos sobre as
sequências textuais e sua importância na produção de textos; compreenderá o
conceito de sequência, os tipos de sequências textuais na ótica de Adam
(1990; 1992; 1999) e a organização e a construção textual da sequência
argumentativa. Para você melhor compreender, a aula está assim subdividida:
“Sequências de texto: pressupostos teóricos” e “Sequência argumentativa
prototípica”. É fato que as várias discussões sobre os temas abordados serão
minimamente apresentadas, portanto, é importante pesquisar outras
referências que serão indicadas durante a aula.

Objetivos

 Avaliar a constituição e o funcionamento dos textos que nos cercam.


 Reconhecer a construção e organização textual da sequência
argumentativa.

Sequências de texto: pressupostos teóricos


Diversos teóricos e pesquisadores tratam acerca da temática “sequência
textual”, conforme veremos neste módulo, mas tomaremos como eixo
norteador de nossa discussão a proposta de sequência tratada por Adam
(2011).
O estudo da sequência não é tão recente, conforme Bonini (2005, p.
231), o termo já aparece na literatura da área com proposições teóricas
distintas, nos trabalhos de Werlich (1976); Brewer (1980); Longacre (1982);
Virtanen (1992) e Dols e Schneuwly (1994). Mas é a partir da proposta teórica
de Adam (1990; 1992; 1999) que a noção de sequência ganha credibilidade
como conceito relativamente estabilizado. Outros pesquisadores e teóricos
como Bronckart (1997; 2001); Fiorin (1997); Bonini (2005) e Meurer, Bonini &
Motta-Roth (2005); Koch (1999); Charaudeau (2012, p. 68); Travaglia1 (2012,
p. 364) e Marcuschi (2001) também tratam do tema.
A noção de sequência começa a ser discutida por Adam na década de
1980, mas só é aprofundados em seus três trabalhos mais importantes (ADAM,
1990; 1992; 1999). É em seu livro de 1992 que o tema é mais presente e
detalhadamente trabalhado pelo autor.
Adam, conforme esclarece Bonini (2005), forma o conceito de sequência
a partir de seis conceitos-chave, reformulado em uma proposta global, sendo
eles: “os conceitos de gêneros e enunciados de Bakhtin (2006), o de protótipo
(Rosch, 1978), os de base e tipo de texto (Werlich, 1976) e o de superestrutura
(van Dijk, 1978)” (BONINI, 2005, p. 209).

O conceito de sequências textuais


Para conceituarmos sequência textual na ótica de Adam (2011, p. 203-
204), faz-se necessário entender o que o autor denomina de período e
sequência. Os períodos de amplitudes potencialmente menores que a
sequência são unidades que entram diretamente na composição das partes de
um plano de texto, enquanto as sequências são unidades textuais complexas,
compostas de um número limitado de conjuntos de proposições-enunciados: as
chamadas macroproposições (uma espécie de período cuja propriedade e de
ser uma unidade ligada a outras macroproposições, ocupando posições certas
dentro do todo ordenado da sequência) (Adam, 2011, p 204).
Assim, conforme Adam (2011, p. 204), “[...] uma sequência é uma
estrutura, isto é:

 uma rede relacional hierárquica: uma grandeza analisável em


partes ligadas entre si e ligada ao todo que elas constituem;
 uma entidade relativamente autônoma, dotada de uma
organização interna que lhe é própria, e, portanto, numa relação

1
Cf. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Aspectos da pesquisa sobre tipologia textual. Revista de estudos da
linguagem. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, v. 20, n. 2, p. 361-387, jul./dez. 2012.
Disponível em:
<http://www.ileel.ufu.br/travaglia/artigos/artigo_aspectos_da_pesquisa_sobre_tipologia_textual.pdf>
de dependência-independência com o conjunto mais amplo do
qual faz parte (o texto).”

Assim, a sequência de texto é entendida como uma correlação entre


proposições linguísticas que se estabilizam como recursos de composição
(construção textual) de vários gêneros discursivos/textuais2e são pensadas
sob o raciocínio de serem prototípicas, isto é, de apresentarem certa
regularidade em sua construção.
Para Adam (2001), as macroproposições que entram na composição de
uma sequência dependem de formações pré-formatadas de proposições, essas
diferentes combinações são denominadas de “narrativa, argumentativa,
explicativa, dialogal e descritiva”. “As sequências (narração, descrição,
explicação, argumentação e diálogo) são entendidas, então, como pontos
centrais da categorização de textos e, portanto, como principais componentes
para a atividade com textos” (BONINI, 2005, p. 210). Dessa forma, podemos
entender que as sequências são definidas a partir de dois outros conceitos: (a)
base/tipo de texto e (b) superestrutura textual. Ainda para Adam, esses cinco
tipos de base são correspondentes a cinco tipos de relações
macrossemânticas arquivadas por influência cultural e modificadas em
esquemas de reconhecimento e de estruturação textual (ADAM, 2011, p. 204).

2
Rever questões de gênero no Módulo Leitura e Produção de Texto I, na Aula 2-Gêneros
discursivos em perspectiva dialógica.
ESQUEMA TEÓRICO 1

TIPOLOGIA SEQUENCIAL
(segundo J. M. Adam)

O QUE É?
 um dos planos de organização da textualidade
outros: fonético-fonológico, morfológico, lexical,
sintático-semântico, pragmático).

COMO SE ESTRUTURA NOS TEXTOS?


SEQUÊNCIA
 rede de relações hierárquicas que pode ser
decomposta em partes relacionadas entre si e
ao todo que elas constituem.

QUAIS OS PROTÓTIPOS?
• sequência dialogal
• sequência narrativa
• sequência descritiva
• sequência explicativa
• sequência argumentativa

Obs: Os textos apresentam uma estrutura hierárquica


complexa que compreende “n” sequências –
elípticas ou completas – do mesmo tipo ou de tipos
diferentes.

ADAM, J. Les textes: types e prototypes (récit,


description, argumentation, explication et dialogue).
Paris: Editions Nathan, 1992. (Série Linguistique)

É importante lembrarmos que a sequência textual é entendida como


uma correlação entre proposições linguísticas que são consolidadas como
expedientes de composição (construção textual) de múltiplos gêneros
discursivos, portanto, estudadas no campo dos trabalhos dos gêneros
discursivos / textuais, daí sua indiscutível importância para atividades com

textos. Nessa orientação, para Bakhtin (2003), os multiformes usos da
linguagem realizados nos vários campos de atividade humana e nas diferentes
interações sociais entre os sujeitos participantes inseridos num determinado
contexto sócio-histórico e cultural realizam-se em forma de enunciados,
denominados gêneros de discurso. Estes refletem as condições específicas e
as finalidades de cada campo da atividade humana e são considerados como
“tipos relativamente estáveis” de conteúdo temático, estilo de linguagem e,
fundamentalmente, construção composicional (BAKHTIN, 2003, p.261).
Para o autor, a variedade dos gêneros do discurso é infinita, pois
variadas são as atividades humanas, ilimitadas e complexas em suas
possibilidades, daí sua atenção para a heterogeneidade dos gêneros. Assim
compreendidas estas afirmações, vemos a necessidade de ressaltarmos que
enquanto os gêneros são infinitos e heterogêneos, constituídos por mais de
um tipo de sequência, embora exista a predominância de uma ou mais
sequência; as sequências são finitas, embora variadas nas categorizações
postuladas por autores diversos.

Leitura complementar
Agora que você estudou sobre o conceito de sequência, recomendamos
a leitura do capítulo abaixo encontrado em BONINI (2005):
BONINI, A. A Noção de sequência textual e gêneros textuais: questões
teóricas e aplicadas. In: MEURER, J. L; BONINI, A.; MOTTA-ROTH, D.
Gêneros: teorias, métodos e debates. São Paulo: Parábola, 2005. p. 208-236.
Após essas breves considerações, trataremos da sequência
argumentativa abordada por Adam (1992; 2011).

Sequência Argumentativa prototípica


A argumentação caracteriza-se como um dos atos humanos que tem um
compromisso com a informação e o conhecimento. Argumentar é fornecer
evidências para apoiar um julgamento ou conclusão que você quer
compartilhar, baseada em operações de raciocínio, simples ou complexo, pela
relação lógica que se estabelece entre um fato e uma causa, um fato e sua
consequência, a partir de um raciocínio lógico, sustentados por uma tese com
argumentos fortes e bem fundamentados, pois como argumentar é confirmar
uma posição diante de um problema, propor uma opinião, refutar (mediante
contra-argumentos) um ponto de vista, produzir uma mudança de
mentalidade/comportamento ou reforçar determinado ponto de vista (quando o
interlocutor já crê ou crê quase completamente na tese que o locutor defende),
não é aceitável estabelecer uma boa argumentação com argumentos frágeis,
mascarados ou contraditórios.
De acordo com Brandão (2001, p. 17):

A argumentação é um processo que se dá a partir do raciocínio


lógico, da organização do pensamento de forma a sustentar
uma tese com argumentos claros, convincentes, sem apelar ao
imediatismo e à emocionalidade.

Argumentar não é simplesmente impor, nem convencer a qualquer


custo, mas sim, propor uma apreciação aceitável, por meio de uma análise
convincente, bem sustentada, dando ao interlocutor boas razões para que
possa aderir a ela.
A argumentação não deve ser confundida com a coerção nem com a
persuasão não válida, pois se recair na primeira opção será apenas imposição
de uma tese; e se recair na segunda opção, não terá racionalidade, evidência
dos argumentos, mas apelo à afetividade, à impulsividade, ao imediatismo,
manipulando psicologicamente o interlocutor, com o propósito de influenciá-lo.
(BRANDÃO, 2001, p. 17). A argumentação não deve recorrer a este tipo de
recurso, mas deve promover a adesão do locutor através de opiniões,
julgamentos, preferências, ponto de vista bem fundamentado, por meio de uma
tese clara (a comprovar); da solidariedade entre os argumentos, os quais
devem conduzir para o mesmo objetivo, mobilizados de forma eficaz para
atingir o raciocínio e a vontade de seu interlocutor.
É necessário esclarecer que este tipo de sequência pode se fazer
presente nos mais variados gêneros textuais/discursivos: artigo de opinião,
charge, carta, ensaio, poema e qualquer outro que se caracterize pela
discussão de uma problemática, com apresentação de ideias amparadas por
argumentações e fatos, culminando com uma tomada de posição ou defesa de
princípios.
Num texto argumentativo, distinguem-se, basicamente, três
componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas. A tese é
uma proposição admitida como verdadeira, ideia que defendemos, posição que
assumimos, necessariamente polêmica, pois a argumentação implica
divergência de opinião. O argumento é basicamente a prova que fornece
sustentação a tese e as estratégias argumentativas são todos os recursos
(verbais e não verbais) utilizados para envolver o leitor/ouvinte, para
impressioná-lo, para convencê-lo melhor, para persuadi-lo mais facilmente,
para gerar credibilidade em relação a tese defendida.

A sequência argumentativa pode, como as demais sequências, aparecer


de forma predominante ou exclusiva e também apresenta uma forma
prototípica (mínima ou complexa).
A partir do modelo de S.E. Toulmin (1993) Adam (op. cit., p.232) expõe
um esquema simplificado de base para uma sequência argumentativa.
Vejamos a Figura 1.

Figura 1: Sequência argumentativa mínima


Fonte: Adam (2008, p 232).

Tendo por princípio a ideia de que uma argumentação consiste em dois


movimentos: na demonstração de uma tese e na refutação dessa mesma tese,
o esquema de base é retomado e ampliado, representando o que Adam
denomina de sequência argumentativa prototípica (com lugar para a contra-
argumentação em dois momentos: P.arg.0 e P.arg.4). Veja na Figura 2 o
esquema ampliado da sequência argumentativa prototípica com base em Adam
(2008, p. 233):
(b)
Figura 2: Sequência argumentativa completa.
Fonte: Adam (2008, p. 233).

Para Adam (2008, p.233-4), o esquema ampliado da sequência


argumentativa comporta dois níveis:
a) no nível justificativo (soma das proposições argumentativas: P.arg1 +
P.arg2 + P.arg3), a estratégia argumentativa é dominada pelos conhecimentos
apresentados e o interlocutor tem pouca relevância.

Exemplo 1
Em vários países está sendo discutido o uso de celulares em sala de
aula.
Muitos alunos usam celulares em sala para humilhar professores, colar
em provas ou assistir TV.
Por outro lado alguns alunos usam o celular para trabalhos e pesquisas.
Na minha opinião cada escola deveria fazer as suas regras.
(Texto produzido por um aluno da 7ª série)

Em vários países está sendo discutido (P.arg1 - dado)


o uso de celulares em sala de aula
Muitos alunos usam celulares em sala (P.arg2 – argumento 1)
para humilhar professores, colar em
provas ou assistir TV
Por outro lado alguns alunos usam o (P.arg2 – argumento 2)
celular para trabalhos e pesquisas
Na minha opinião cada escola deveria (P.arg3 - conclusão)
fazer as suas regras
b) no nível dialógico ou contra-argumentativo (soma das proposições
argumentativas P.arg0 + P.arg4), a estratégia é negociada com um contra-
argumentador (real ou potencial), o planejamento argumentativo aponta para
uma modificação das informações, o que caracteriza o aspecto dialógico da
sequência argumentativa.

Exemplo 2
A proibição total dos celulares nas instituições escolares, ao meu
parecer, é uma atitude extremamente radical. Este tipo de restrição poderia ser
feita durante os horários de aula, onde a atenção dos alunos deve ser voltada
apenas para as atividades aplicadas pelos docentes, no entanto durante o
intervalo e nos horários em que os mesmos estiverem fora de sala de aula, não
há motivos para a restrição destes aparelhos, pois não estarão em momento de
atividades pedagógicas.
(Texto produzido por um aluno do ensino médio)

A proibição total dos celulares nas (P.arg3 - posicionamento)


instituições escolares, ao meu
parecer, é uma atitude extremamente
radical
Este tipo de restrição poderia ser feita (P.arg2 – argumento 1)
durante os horários de aula, onde a
atenção dos alunos deve ser voltada
apenas para as atividades aplicadas
pelos docentes
no entanto durante o intervalo e nos P.arg4 – contra-argumento)
horários em que os mesmos
estiverem fora de sala de aula, não há
motivos para a restrição destes
aparelhos
pois não estarão em momento de (P.arg2 - argumento 2)
atividades pedagógicas
Observação
Os Exemplos 1 e 2 e as análises foram retirados e adaptados da tese de
Josélia Ribeiro, intitulada A sequência argumentativa e as categorias de
argumentos no texto escolar nos níveis de ensino fundamental e médio.
Disponível em:
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/28949/R%20-
%20T%20-%20JOSELIA%20RIBEIRO.pdf?sequence=1.. Acesso em: 10 de
junho de 2013.

Como podemos observar, para Adam (2011), dois movimentos


caracterizam a argumentação (demonstração de uma tese e refutação dessa
mesma tese), nessa sequência apresenta-se uma posição favorável ou
desfavorável com relação a uma tese inicial e sustentamos nossa posição com
base em argumentos ou provas, e a partir das premissas estabelecidas,
alcança-se uma conclusão ou afirmação.

A sequência argumentativa mínima

Há o seguinte plano-padrão para a sequência argumentativa mínima:


 explicitação da proposição (tese): afirmativa suficientemente definida e
limitada sem conter em si mesmo nenhum argumento;
 análise da proposição ou tese: definição do sentido da proposição ou de
alguns de seus termos a fim de evitar mal-entendidos;
 formulação de argumentos: fatos, exemplos, dados estatísticos,
testemunhos, etc.;
 conclusão.
A sequência argumentativa complexa
A sequência argumentativa complexa apresenta a seguinte macroestrutura,
não necessariamente na ordem exposta abaixo:
 explicitação da tese adversária;
 apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese adversária;
 refutação parcial ou total do(s) argumento(s) que sustenta(m) a tese
adversária;
 explicitação da tese a ser defendida;
 apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese defendida;
 conclusão.

Fontes:
http://www.pucrs.br/gpt/argumentativo.php
ADAM, Jean-Michel. Les textes: types et prototypes. Paris:Nathan, 1992.
BRANDÃO, Terezinha. Texto argumentativo: escrita e cidadania. Pelotas: L. M. P.
Rodrigues, 2001.
BRETON, Pierre. A argumentação na comunicação. Tradução de Viviane Ribeiro.
Bauru: Edusp, 1999.
PERELMAN, Chaïm. Tratado de argumentação. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

Quadro 1: A macroestrutura da sequência argumentativa

Atividade 1
1) Leia o artigo de opinião publicado na revista Época, de novembro de 1999,
reproduzido a seguir, em seguida, analise o plano-padrão da sequência
argumentativa utilizado na elaboração do texto, retirando: tese, argumentos,
contra-argumentos (caso haja) e conclusão.

Voz dos pampas


Fronteiras relata, em tom regionalista, estranhos incidentes
num vilarejo entre Uruguai e Brasil

Em tempos de Internet e globalização, ainda há espaço para romances


regionais. Fronteiras, de Juremir Machado da Silva, um gaúcho de Santana do
Livramento, une duas narrativas carregadas de gírias dos pampas para falar da
Vila de Palomas, próxima à divisa com o Uruguai. Uma delas, conduzida por
Janguito, típico pré-adolescente do interior, descreve estranhos
acontecimentos que se abatem sobre o povoado, relacionados com o golpe
militar de 1964. A outra aborda a história de Benito Rivera, uma espécie de
matador de aluguel que vive um século antes, durante as muitas guerras que
sacudiram o Sul. Janguito é um narrador atípico, dono de uma linguagem
extremamente rebuscada para alguém do interior. O texto segue agradável e
colorido, mas soa falso na voz do garoto.
A inspiração de Fronteiras é óbvia: Incidente em Antares, de Erico
Veríssimo. Como em Incidente, o livro Fronteiras trata de uma idílica cidade do
interior, onde eventos externos – a truculência da polícia e os esquerdistas mal
aceitos pela comunidade – perturbam o cotidiano, destroem aparências e
hipocrisias. O toque contemporâneo é dado por um misterioso assassino de
ovelhas.
Apesar da prosa artificial de Janguito, o livro é bem construído. Um dos
recursos mais engenhosos é não fazer referência a datas nos primeiros
capítulos. Tudo leva a crer que estamos no começo do século. Só mais tarde
fica claro que a ação transcorre no fim dos anos 60. Uma forma inteligente de
dizer que a cidadezinha não teria mudado com o correr dos anos – muitas
vezes parece a mesma do século passado.

Andreas Adriano
http://epoca.globo.com/edic/19991129/cult4.htm

2) Leia o texto reproduzido a seguir e responda ao que se pede:

A história secreta da renúncia de Bento XVI


publicada sexta-feira, 15/02/2013 às 15:56 e atualizada domingo, 17/02/2013 às 22:25
Por Eduardo Febbro, na Carta Maior

Os especialistas em assuntos do Vaticano afirmam que o Papa Bento XVI decidiu


renunciar em março passado, depois de regressar de sua viagem ao México e a Cuba.
Naquele momento, o papa, que encarna o que o diretor da École Pratique des Hautes
Études de Paris (Sorbonne), Philippe Portier, chama “uma continuidade pesada” de
seu predecessor, João Paulo II, descobriu em um informe elaborado por um grupo de
cardeais os abismos nada espirituais nos quais a igreja havia caído: corrupção,
finanças obscuras, guerras fratricidas pelo poder, roubo massivo de documentos
secretos, luta entre facções, lavagem de dinheiro. O Vaticano era um ninho de hienas
enlouquecidas, um pugilato sem limites nem moral alguma onde a cúria faminta de
poder fomentava delações, traições, artimanhas e operações de inteligência para
manter suas prerrogativas e privilégios a frente das instituições religiosas.

Muito longe do céu e muito perto dos pecados terrestres, sob o mandato de Bento XVI
o Vaticano foi um dos Estados mais obscuros do planeta. Joseph Ratzinger teve o
mérito de expor o imenso buraco negro dos padres pedófilos, mas não o de
modernizar a igreja ou as práticas vaticanas. Bento XVI foi, como assinala Philippe
Portier, um continuador da obra de João Paulo II: “desde 1981 seguiu o reino de seu
predecessor acompanhando vários textos importantes que redigiu: a condenação das
teologias da libertação dos anos 1984-1986; o Evangelium vitae de 1995 a propósito
da doutrina da igreja sobre os temas da vida; o Splendor veritas, um texto fundamental
redigido a quatro mãos com Wojtyla”. Esses dois textos citados pelo especialista
francês são um compêndio prático da visão reacionária da igreja sobre as questões
políticas, sociais e científicas do mundo moderno.
O Monsenhor Georg Gänsweins, fiel secretário pessoal do papa desde 2003, tem em
sua página web um lema muito paradoxal: junto ao escudo de um dragão que
simboliza a lealdade o lema diz “dar testemunho da verdade”. Mas a verdade, no
Vaticano, não é uma moeda corrente. Depois do escândalo provocado pelo vazamento
da correspondência secreta do papa e das obscuras finanças do Vaticano, a cúria
romana agiu como faria qualquer Estado. Buscou mudar sua imagem com métodos
modernos. Para isso contratou o jornalista estadunidense Greg Burke, membro da
Opus Dei e ex-integrante da agência Reuters, da revista Time e da cadeia Fox. Burke
tinha por missão melhorar a deteriorada imagem da igreja. “Minha ideia é trazer luz”,
disse Burke ao assumir o posto. Muito tarde. Não há nada de claro na cúpula da igreja
católica.

A divulgação dos documentos secretos do Vaticano orquestrada pelo mordomo do


papa, Paolo Gabriele, e muitas outras mãos invisíveis, foi uma operação sabiamente
montada cujos detalhes seguem sendo misteriosos: operação contra o poderoso
secretário de Estado, Tarcisio Bertone, conspiração para empurrar Bento XVI à
renúncia e colocar em seu lugar um italiano na tentativa de frear a luta interna em
curso e a avalanche de segredos, os vatileaks fizeram afundar a tarefa de limpeza
confiada a Greg Burke. Um inferno de paredes pintadas com anjos não é fácil de
redesenhar.

Bento XVI acabou enrolado pelas contradições que ele mesmo suscitou. Estas são
tais que, uma vez tornada pública sua renúncia, os tradicionalistas da Fraternidade de
São Pio X, fundada pelo Monsenhor Lefebvre, saudaram a figura do Papa. Não é para
menos: uma das primeiras missões que Ratzinger empreendeu consistiu em suprimir
as sanções canônicas adotadas contra os partidários fascistóides e ultrarreacionários
do Mosenhor Levebvre e, por conseguinte, legitimar no seio da igreja essa corrente
retrógada que, de Pinochet a Videla, apoiou quase todas as ditaduras de ultradireita
do mundo.

Bento XVI não foi o sumo pontífice da luz que seus retratistas se empenham em
pintar, mas sim o contrário. Philippe Portier assinala a respeito que o papa “se deixou
engolir pela opacidade que se instalou sob seu reinado”. E a primeira delas não é
doutrinária, mas sim financeira. O Vaticano é um tenebroso gestor de dinheiro e
muitas das querelas que surgiram no último ano têm a ver com as finanças, as contas
maquiadas e o dinheiro dissimulado. Esta é a herança financeira deixada por João
Paulo II, que, para muitos especialistas, explica a crise atual.
Em setembro de 2009, Ratzinger nomeou o banqueiro Ettore Gotti Tedeschi para o
posto de presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano.
Próximo à Opus Deis, representante do Banco Santander na Itália desde 1992, Gotti
Tedeschi participou da preparação da encíclica social e econômica Caritas in veritate,
publicada pelo papa Bento XVI em julho passado. A encíclica exige mais justiça social
e propõe regras mais transparentes para o sistema financeiro mundial. Tedeschi teve
como objetivo ordenar as turvas águas das finanças do Vaticano. As contas da Santa
Sé são um labirinto de corrupção e lavagem de dinheiro cujas origens mais
conhecidas remontam ao final dos anos 80, quando a justiça italiana emitiu uma ordem
de prisão contra o arcebispo norte-americano Paul Marcinkus, o chamado “banqueiro
de Deus”, presidente do IOR e máximo responsável pelos investimentos do Vaticano
na época.

João Paulo II usou o argumento da soberania territorial do Vaticano para evitar a


prisão e salvá-lo da cadeia. Não é de se estranhar, pois devia muito a ele. Nos anos
70, Marcinkus havia passado dinheiro “não contabilizado” do IOR para as contas do
sindicato polonês Solidariedade, algo que Karol Wojtyla não esqueceu jamais.
Marcinkus terminou seus dias jogando golfe em Phoenix, em meio a um gigantesco
buraco negro de perdas e investimentos mafiosos, além de vários cadáveres. No dia
18 de junho de 1982 apareceu um cadáver enforcado na ponte de Blackfriars, em
Londres. O corpo era de Roberto Calvi, presidente do Banco Ambrosiano. Seu
aparente suicídio expôs uma imensa trama de corrupção que incluía, além do Banco
Ambrosiano, a loja maçônica Propaganda 2 (mais conhecida como P-2), dirigida por
Licio Gelli e o próprio IOR de Marcinkus.

Ettore Gotti Tedeschi recebeu uma missão quase impossível e só permaneceu três
anos a frente do IOR. Ele foi demitido de forma fulminante em 2012 por supostas
“irregularidades” em sua gestão. Tedeschi saiu do banco poucas horas depois da
detenção do mordomo do Papa, justamente no momento em que o Vaticano estava
sendo investigado por suposta violação das normas contra a lavagem de dinheiro. Na
verdade, a expulsão de Tedeschi constitui outro episódio da guerra entre facções no
Vaticano. Quando assumiu seu posto, Tedeschi começou a elaborar um informe
secreto onde registrou o que foi descobrindo: contas secretas onde se escondia
dinheiro sujo de “políticos, intermediários, construtores e altos funcionários do Estado”.
Até Matteo Messina Dernaro, o novo chefe da Cosa Nostra, tinha seu dinheiro
depositado no IOR por meio de laranjas.
Aí começou o infortúnio de Tedeschi. Quem conhece bem o Vaticano diz que o
banqueiro amigo do papa foi vítima de um complô armado por conselheiros do banco
com o respaldo do secretário de Estado, Monsenhor Bertone, um inimigo pessoal de
Tedeschi e responsável pela comissão de cardeais que fiscaliza o funcionamento do
banco. Sua destituição veio acompanhada pela difusão de um “documento” que o
vinculava ao vazamento de documentos roubados do papa.

Mais do que querelas teológicas, são o dinheiro e as contas sujas do banco do


Vaticano os elementos que parecem compor a trama da inédita renúncia do papa. Um
ninho de corvos pedófilos, articuladores de complôs reacionários e ladrões sedentos
de poder, imunes e capazes de tudo para defender sua facção. A hierarquia católica
deixou uma imagem terrível de seu processo de decomposição moral. Nada muito
diferente do mundo no qual vivemos: corrupção, capitalismo suicida, proteção de
privilegiados, circuitos de poder que se autoalimentam, o Vaticano não é mais do que
um reflexo pontual e decadente da própria decadência do sistema.

Tradução: Katarina Peixoto

Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/a-historia-secreta-da-renuncia-
do-papa.html

A sequência argumentativa complexa, conforme Adam (2012), apresenta


a seguinte macroestrutura, não necessariamente na ordem exposta a seguir:
 explicitação da tese adversária;
 apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese adversária;
 refutação parcial ou total do(s) argumento(s) que sustenta(m) a tese
adversária;
 explicitação da tese a ser defendida;
 apresentação de argumento(s) que sustenta(m) a tese defendida;
 conclusão
a) Partindo dessa macroestrutura, retire do artigo trechos que comprovem as
etapas citadas, caso estejam presentes no texto em análise.
Resumo

Nesta aula, sintetizamos os nossos estudos em relação à sequência


textual e à sequência argumentativa, especificamente. Ressaltamos que as
sequências textuais são definidas como uma estrutura, como uma rede
relacional hierárquica: grandeza decomponível em partes ligadas entre si e
ligadas ao todo que elas constituem e como uma entidade relativamente
autônoma, dotada de uma organização interna que lhe é própria e, portanto,
em relação de dependência/independência com o conjunto mais amplo de que
ela faz parte. (ADAM, 2011, p. 204). Você viu ainda o conceito de sequência
textual; como se organiza a sequência argumentativa; a distinção entre
sequência argumentativa mínima e complexa, assim como, a macroestrutura, o
plano-padrão dos dois tipos expostos.

Autoavaliação

Partindo dos estudos sobre argumentação vistos nesta aula, leia o


artigo de opinião publicado na revista Época, de novembro de 1999,
reproduzido a seguir, em seguida, analise o plano-padrão da sequência
argumentativa utilizado na elaboração do texto, explicitando cada etapa da
sequência, seja ela mínima ou complexa.

REVISTA ÉPOCA-11/09/2010 - 00:00 - ATUALIZADO EM 11/09/2010 - 09:40


R$ 520,00 por uma vida (trecho)
A história absurda do menino de 14 anos que morreu porque as autoridades se
recusaram – mesmo com ordem da Justiça – a fornecer um aparelho simples
para ajudá-lo a respirar
MARTHA MENDONÇA, COM CRISTIANE
SEGATTO
Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na
íntegra na edição da revista Época de 11/setembro/2010.
SAUDADE
Maria das Graças e Antônio na sala de casa com a foto de Fabinho. Eles
sentem tristeza e revolta com a perda do filho.

Eram 16h06 do dia 9 de agosto quando Fábio de Souza do


Nascimento morreu de insuficiência respiratória. Ele viveu 14 anos,
com os pais e a irmã mais velha, num condomínio popular de
Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Gostava de pipa e
videogame, de desenho animado e futebol. Torcia pelo Flamengo.
Adorava churrasco e misto-quente. Sonhava em ser motorista de
caminhão.

Um mês depois de sua morte, a pipa rosa que Fabinho gostava de


empinar está presa na parede, na entrada da sala do sobrado humilde
de seus pais. É o símbolo de uma vida interrompida, de um drama
familiar – e também de um crime. Intimadas pela Justiça a fornecer a
Fabinho um balão de oxigênio que poderia ter lhe salvado a vida, ao
custo de R$ 520 por mês, autoridades dos governos fede ral, estadual
e municipal discutiram, procrastinaram, ignoraram a determinação
judicial até que fosse tarde demais.

O caso de Fabinho revela as falhas trágicas do sistema de saúde no


Brasil, que pela lei deve garantir tratamento a qualquer cidadão, mas
na prática tem de lidar com recursos escassos, que, em muitas
ocasiões, levam ao descaso com as ordens judiciais. Submetido a um
transplante de medula há quatro anos, ele desenvolveu uma doença
pulmonar. Necessitava de um balão de oxigênio em casa. Seus pais
conseguiram o equipamento na Justiça. Mas nunca o receberam. A
União, o Estado e o município do Rio de Janeiro levaram seis meses
empurrando a responsabilidade um para o outro. Aí ficou tarde
demais.

Fabinho não teve uma vida fácil. A mãe – Maria das Graças Ferreira
de Souza, mineira de Ponte Nova, uma dona de casa de 57 anos – e
o pai – Antônio Serafim Nascimento, de 56, paraibano que faz bicos
como pedreiro – se alternam ao contar sua história. De vez em
quando param de falar para chorar. Outras vezes s orriem juntos com
alguma lembrança. Com apenas 1 ano e 7 meses, o filho foi
diagnosticado com câncer. Tinha linfomas pelo corpo e teve de
passar por vários tratamentos. Até que aos 10 anos passou por um
transplante de medula, no Instituto Nacional de Cânce r (Inca). A irmã,
Fiama, três anos mais velha, foi a doadora. A cirurgia, bem -sucedida,
parecia ser o início de uma nova vida para ele. Não foi.

Perto do Natal de 2006, quando Fabinho parecia ter pela primeira vez
uma rotina normal de criança, começou a t er tosse constante e
dificuldade de respiração. O diagnóstico: doença do enxerto contra -
hospedeiro, uma reação do organismo às células recebidas no
transplante. Ela pode atingir vários órgãos. No caso de Fabinho, foi o
pulmão. Após alguns períodos de trata mento no Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho, da UFRJ, os médicos recomendaram que ele
tivesse em casa um aparelho concentrador de oxigênio. “Era uma
forma de dar dignidade a sua vida e protegê -lo de crises respiratórias
mais graves e fatais”, diz a pneumologista Marina Andrade Lima, que
o atendeu nos últimos meses de vida e fez o laudo médico para a
Justiça. Com o aparelho, as crises de Fabinho poderiam ser
controladas, e, na avaliação dos médicos, ele tinha grandes chances
de viver muitos anos.

Maria das Graças e Antônio procuraram a Defensoria Pública da


União no Rio de Janeiro para entrar com uma ação. A Justiça lhes
deu ganho de causa em dois dias: a União, o Estado ou o município
do Rio deveriam fornecer o equipamento – imediatamente. Dois
meses depois, em abril, a Defensoria telefonou para os pais de
Fabinho. O aparelho não chegara. A União se defendia na Justiça
dizendo que o Sistema Único de Saúde (SUS) descentraliza esse tipo
de demanda, e quem devia pagar o aparelho era o Estado ou o
município. O Estado apresentara decisões judiciais anteriores que
dirigem ao município a atribuição. O município alegava que, por se
tratar de um fornecimento de “alto custo” e “média complexidade”, era
de responsabilidade estadual (leia o quadro abaixo). Um aparelho
desse tipo custa R$ 3.800. Ele requer um cilindro de alumínio, que
custa R$ 50. É no cilindro que fica a carga de oxigênio, que deve ser
renovada todo mês, a um custo de R$ 40. O Poder Público em geral
não compra aparelhos, aluga -os. O preço, nesse caso, seria de R$
520 por mês.

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