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O mercado pergunta: De onde vem o seu produto?

Historicamente, a cadeia de suprimentos, ou Supply Chain, de uma organização se limitava à definição dos
mecanismos de funcionamento dessa cadeia. Isto é, limitava-se a definir a quantidade a ser comprada, avaliação
financeira do fornecedor, definição do modal de transporte mais eficaz, dentre outras decisões voltadas ao seu
funcionamento. Nesse contexto, o valor da maioria dos itens no mercado limitava-se a sua avaliação contábil,
custos e despesas e margem de lucro.
Mas a realidade atual é que o mercado não é mais o mesmo. Hoje o consumidor, o governo e as próprias empresas
querem detalhes das Supply Chains, tais como: funcionamento do sistema e as origens dos bens. Isso nos faz
observar um impacto cada vez maior desta cadeia na imagem das organizações perante o mercado e no valor dos
bens ofertados pela empresa.

No atual mercado, a Supply Chain exige transparência para que esta represente vantagem competitiva para a
organização, com isso o mercado obriga as empresas a “abrir as cortinas do espetáculo “ para que o mercado possa
avaliar os aspectos reais da Cadeia de Suprimentos. Alguns exemplos podem ser mencionados, tais como uma
gigante no setor de brinquedos acusada de utilizar tinta a base de chumbo em seus brinquedos. Em crianças, altos
níveis de chumbo pode causar anemia, fraqueza muscular e problemas de déficit de atenção, prejudicar o
crescimento e reduzir a capacidade de compreender a linguagem, de acordo com o Centers for Disease Control and
Prevention.
Outro exemplo é a de uma famosa empresa de calçados esportivos acusada de utilizar mão-de-obra barata de países
pobres ao redor do mundo para a fabricação de seus produtos e, devido às condições desses países, não cumprirem
os deveres de um empregador exigidos por países mais desenvolvidos economicamente.
Segundo Steve New, em seu artigo na Harvard Business Review, essa nova realidade traz tanto aspectos positivos
quanto negativos para as empresas. Dentre os aspectos positivos, observa-se que o valor do item não se encontra
apenas no valor contábil do bem, mas em grande parte em sua origem. Por exemplo, produtos reciclados, produtos
feitos à mão, produtos de determinado país, etc. Dentre os aspectos negativos tem-se as associações feitas aos
aspectos negativos dos significados dessas origens, por exemplo produtos feitos em países marginalizados
associados à exploração de mão-de-obra.
Com isso, temos uma mudança quanto à exigência da transparência em relação aos bens ofertados pelas empresas.
Historicamente, tinha-se a preocupação quanto aos mecanismos da Cadeia de Suprimentos, bem como quanto à
segurança dos mesmos, principalmente relacionada a produtos farmacêuticos, alimentos etc.
Atualmente, o foco é baseado nos significados da Cadeia de Suprimentos, ou seja, no valor que esta gera ao bem
ofertado e nos aspectos do bem, sejam eles aspectos produtivos ou relacionados à sua origem. O que deve ser tirado
de lição desses questionamentos do mercado quanto aos produtos que este adquire é que as origens dos produtos
apresentam-se, agora, como oportunidades e ameaças à empresa e isso tende a se tornar uma exigência cada vez
maior do mercado, tornando-se aspectos estratégicos às organizações.
Fonte: http://www.sobreadministracao.com/o-mercado-pergunta-de-onde-vem-o-seu-produto/

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