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Apelação
São cabíveis os presentes Emabrgos, vez que opostos oportuna e tempestivamente na forma do
Art. 1022 do Código de Processo Civil vigente.
2 – DA NECESSIDADE DO MANEJO DOS PRESENTES EMBARGOS DECLARATÓRIOS:
É necessária a interposição dos presentes embargos eis que o acórdão se encontra eivado de
erro material e omissão conforme demonstrar-se-á mais adiante, bem como para fins de
prequestionamento objetivando a interposição de Recurso Especial.
Interpõe-se os presentes embargos vez que no Acórdão que negou provimento ao apelo da
parte contrária, muito embora tenha primado pela qualidade técnica quando da apreciação do
mérito, esposando o apreço à segurança jurídica em detrimento do credor desidioso, referido
acórdão não ostentou a mesma sensatez quando se dispôs acerca dos honorários
sucumbenciais.
Afirma-se isso em razão do erro material e da omissão ao curso da redação adotada, a qual
toma-se a liberdade de reproduzir, verbis:
Constata-se que há erro material uma vez que, ao aplicar o Artigo 85, §11, do Código Processual
Civil, os julgadores excluíram a aplicabilidade da redação legislativa insculpida no §2º do mesmo
Artigo, desviando-se para a exceção e omitiram-se quando não utilizaram os mecanismos de
regra ao invés da exceção para delimitar a hipótese de incidência dos honorários sucumbenciais.
(...)
(...)
Excelências, fica evidente que, na redação do V. Acórdão, IGNOROU-SE que o §2º do Código de
Processo escalona as hipóteses de escolha da base de incidência dos honorários sucumbenciais.
Quando o legislador utilizou a expressão “ou, não sendo possível mensurar”, consagrou ali uma
hipótese excludente, isto é, SE o proveito econômico não for liquidável - o que no caso concreto
é, pois a ação versa sobre obrigação pecuniária em prestações sucessivas e mensais, de valor
determinado – RESTA INAPLICÁVEL a utilização do valor atualizado da causa como base de
incidência dos honorários sucumbenciais.
Deste modo, os presentes Embargos são, em primeira análise, a via mais adequada para a
correta aplicação da Lei Processual, privilegiando-se a exegese adequada, a qual impõe ao
julgador que vincule a incidência de honorários sucumbenciais ao proveito econômico
liquidável, o que existe ipso facto.
1
Disponível em https://www.migalhas.com.br/CPCMarcado/128,MI293782,101048-
art+85+do+CPC+Fixacao+dos+honorarios+sucumbenciais. Acesso em 06/06/2019.
tendência de aumento nos litígios de natureza
frívola ou predatória. Nesse caso, perderíamos
forte mecanismo contra a excessiva
judicialização de demandas que já assola o
sistema jurisdicional brasileiro, que voltaria a
se acentuar.”
A aplicação adotada pelos Julgadores, com a devida vênia, buscou mitigar os honorários
sucumbenciais, quando adotou hipótese excepcional ao invés da regra ao determinar a base de
cálculo dos honorários advocatícios, e a sua majoração – consolidada jurisprudencialmente
como obrigatória pelo STJ apud AgInt nos EREsp 1539725/DF, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/08/2017, DJe 19/10/2017 – em 2% (dois por cento)
sobre a mesma e equivocada base de cálculo, resulta por fim em verdadeiro aviltamento da
remuneração do Advogado.
A teor disso, vale ressaltar que tais honorários possuem natureza alimentar, na forma da Súmula
Vinculante 47:
Logo Excelências, seu aviltamento a ninguém favorece, ainda quando enseja que o Advogado
teria, em hipótese, “ganhos exagerados” nas verbas sucumbenciais, vez que possuem
“honorários privados vultosíssimos” como propalado pelo presidente da AJUFE num passado
não tão distante2. Tal pensamento não passa de pura balela, ainda mais tratando-se de um
processo com 19 (dezenove) anos de tramitação. Este advogado não crê que nenhum dos
Julgadores espose este tipo de tese, porém, legar os honorários sucumbenciais à mingua,
somente favorece esse tipo de afirmação lamentável como a supramencionada.
2
Disponível em https://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI273525,101048-
Lamachia+lamenta+Ajufe+justificar+auxiliomoradia+com+base+em+ganhos
4 – REQUERIMENTOS:
a) Provimento para que seja alterada a base de incidência dos honorários sucumbenciais,
atendendo à boa exegese da norma processual, aplicando-se, na forma da Lei, a
incidência sobre o valor do proveito econômico, eis que trata-se de causa líquida em
detrimento do valor da causa, o qual somente se justifica aplicar quando a causa não for
mensurável, a teor da boa norma processual.
b) Provimento para que sejam majorados os honorários sucumbenciais ao patamar
máximo de 20% (vinte por cento), respeitando a limitação presente no Código de
Processo Civil, para assim reconhecer e avivar a finalidade precípua dos honorários
sucumbenciais.
c) Em caso de manutenção da redação combatida, reconhecer o Prequestionamento do
Art. 85, §2º do Código de Processo Civil, uma vez que a interpretação adotada no julgado
fere o mens lege e a teleologicidade do referido Artigo, devendo assim a Corte Especial
corrigir tal conflito para uniformizar a jurisprudência e a interpretação da referida
norma.
5 – DEMAIS REQUERIMENTOS: