Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O número de nêutrons no núcleo de um elemento pode ser variável, pois eles não possuem
carga elétrica (entretanto possuem massa). Sendo assim, um mesmo elemento químico pode
ter massas diferentes. Átomos de um mesmo elemento com massas diferentes são
denominados isótopos.
● O Hidrogênio, por exemplo, possui três isótopos: Hidrogênio (1 próton), Deutério (1 próton e
1 nêutron) e o Trício/Trítio (1 próton e 2 nêutrons);
● O Urânio também apresenta 3 isótopos na natureza: U-234 (92 prótons e 142 nêutrons),
U-235 (92 prótons e 143 nêutrons; usado em reatores), U-238 (92 prótons e 146 nêutrons).
O esquecimento de uma rocha de Urânio sobre um filme fotográfico virgem levou a descoberta
de um fenômeno interessante: o filme foi marcado por alguma coisa que saía da rocha, na
época denominada de raios ou radiações. Foi observado que outros elementos com massas
próximas à do Urânio, como Rádio e Polônio, também tinham a mesma propriedade. O
fenômeno foi denominado radioatividade e os elementos que apresentavam essa propriedade
foram chamados de elementos radioativos.
Comprovou-se que um núcleo muito energético, por ter excesso de partículas ou de carga,
tende a estabilizar-se, emitindo algumas partículas. Sendo assim, o fenômeno da
radioatividade nada mais é do que a emissão de partículas pelo núcleo de um elemento muito
energético e instável, buscando estabilidade.
Um dos processos de estabilização de um núcleo com excesso de energia é a emissão de um
grupo de partículas positivas, constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons, e da energia a elas
associadas. Essas partículas são chamadas de partículas alfa e devido a composição do seu
núcleo são semelhantes aos núcleos de Hélio (importante: apesar de se assemelharem a
núcleos de He, não o são).
Outra forma de estabilização é através da emissão de uma partícula negativa resultante da
conversão de um nêutron em um próton, a partícula beta (importante: esta partícula, apesar da
carga negativa como a de um elétron, não o é uma vez que é emitida pelo núcleo). Além
disso, caso haja excesso de cargas positivas (prótons), é emitida uma partícula beta positiva,
chamada pósitron, resultante da conversão de um próton em um nêutron. Portanto, a radiação
beta é constituída de partículas emitidas por um núcleo, quando se da transformação de
nêutrons em prótons (partículas beta) ou de prótons em nêutrons (pósitrons).
Geralmente, após a emissão de uma partícula alfa ou beta, o núcleo resultante deste processo,
ainda com excesso de energia, procura estabilizar-se. O excesso de energia é emitido em
forma de onda eletromagnética, de mesma natureza da luz, denominada radiação gama.
A 1ª Lei da Radioatividade Natural enuncia que quando um radioisótopo emite uma partícula
alfa, originará um novo elemento que apresenta redução de 2 unidades em seu número
atômico (Z’ = Z - 2) e redução de 4 unidades em seu número de massa (A’ = A - 4).
242
Exemplo: P u94 → 4 α2 + 238 U 92
A 2ª Lei da Radioatividade enuncia que quando um radioisótopo emite uma partícula beta, o
novo elemento possuirá um número atômico maior em 1 unidade (Z’ = Z + 1) e o seu número
de massa praticamente não sofre alteração (A’ = A).
234
Exemplo: T h90 → β −1 + 234 P a91
Observação: a desintegração de um nêutron no núcleo de um radioisótopo instável gera: um
próton, uma partícula beta, um antineutrino e radiação gama. Por isso o número atômico
aumenta em uma unidade, já que nesse núcleo houve a formação de um novo próton.
Cada elemento radioativo, seja natural ou sintético, se transmuta ou decai a uma velocidade
que lhe é característica. Para se acompanhar a duração ou “vida” de um elemento radioativo foi
preciso estabelecer uma forma de comparação. A meia-vida de um elemento radioativo é
justamente essa forma de comparação e quantifica o tempo para que um elemento radioativo
tenha sua atividade reduzida à metade da atividade inicial. Assim, para cada meia-vida que
passa, a atividade vai sendo reduzida à metade da anterior, até atingir um valor insignificante,
que não permite mais distinguir suas radiações das do meio ambiente.
Fórmulas: A = A0 · e−μt
T 1 = lnμ2
2
em que A0 é atividade inicial (em t = 0); t é o tempo; e μ é uma constante, que depende do
radioisótopo.
O Tecnécio é radioativo justamente porque é arranjado por fusão nuclear com Deutério em
aceleradores de partículas feitos de Molibdênio. Foi o primeiro elemento a ser feito
artificialmente pelo homem, daí seu nome que deriva da palavra grega "technetos", que
significa artificial.
Este elemento poderia apresentar diversas aplicações como, por exemplo, em aços
protegendo-os da corrosão, porém devido a problemas com a sua produção (em reatores
nucleares), estas aplicações são muito limitadas.
Define-se como vida-média (λ) de um radioisótopo como a média aritmética do tempo de vida
de todos os átomos de uma determinada massa deste isótopo. Como consequência, a vida
média é o tempo médio que um isótopo instável leva para decair.
Como a probabilidade de um átomo decair é proporcional à quantidade total de átomos que
restam, os átomos demoram mais tempo para desintegrar a medida que diminui o número de
átomos residuais. Como consequência, o período de tempo da vida-média é superior a da
meia-vida.
T1
Fórmula: λ = ln 2
2