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Tório

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O tório (homenagem ao deus escandinavo
do trovão Thor) é um elemento químico de Tório
símbolo Th e de número atômico igual a
90 (90 prótons e 90 elétrons), com massa Actínio ← Tório → Protactínio
atómica aproximada de 232,0 u. À Ce
temperatura ambiente, encontra-se no ↑ 90 Th
Th
estado sólido. Foi descoberto em 1828 por

Jöns Jacob Berzelius.
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência
Índice branco prateado
Características principais
Aplicações
História
Ocorrência
Isótopos
Precauções
Compostos
Referências
Amostra de tório, de pureza 99,9%, em uma ampola de vidro,
Ligações externas ca. 0,1 g.

Informações gerais

Características Nome, símbolo, número Tório, Th, 90


Série química Actinídeo
principais Grupo, período, bloco n/a, 7, f
O tório é um metal natural, ligeiramente Densidade, dureza 11724 kg/m3, 3,0
radioativo. Quando puro, o tório é um
Número CAS 7440-29-1
metal branco prateado que mantém o seu
brilho por diversos meses. Entretanto, em Propriedade atómicas
presença do ar, escurece lentamente Massa atômica 232,0381 u
tornando-se cinza ou, eventualmente, Raio atómico (calculado) 179 pm
preto. O óxido de tório (ThO2), também Raio covalente 206±6 pm
chamado de "tória", apresenta um dos
Configuração
pontos de ebulição mais elevados electrónica [Rn] 6d2 7s2
(3300 °C) de todos os óxidos. Quando
Elétrons (por nível de 2, 8, 18, 32, 18, 10, 2 (ver
energia) imagem)

Estado(s) de oxidação 4, 3, 2
aquecido no ar, o metal de tório inflama-se Óxido fracamente básico
e queima produzindo uma luz branca Estrutura cristalina cúbica de faces centradas
brilhante. O tório extraído da Torita. Propriedades físicas
Estado da matéria sólido
Aplicações Ponto de fusão 2115 K

◾ O tório é uma potencial revolução Ponto de ebulição 5061 K


energética em escala global.[1] Entalpia de fusão 13,81 kJ/mol
Reatores nucleares à base de tório,
como o indiano KAMINI, além de Entalpia de vaporização 514 kJ/mol
extremamente mais eficientes que os
Pressão de vapor 1 Pa a 2633 K
baseados em urânio, produzem
consideravelmente menos Velocidade do som 2490 m/s a 20 °C
subprodutos. O rejeito destes reatores
também representa menos riscos que Diversos
o plutônio (rejeito do urânio) por não
ser tão útil na fabricação de armas e
Eletronegatividade
1,3
(Pauling)
por sua radiação decair mais
rapidamente.[2] Calor específico 120 J/(kg·K)
◾ Em mantas (camisas) de lampiões a
Condutividade elétrica 6,53·106 S/m
gás. Estas mantas brilham
intensamente quando aquecidas Condutividade térmica 54 W/(m·K)
numa chama resultante da queima de
um gás. 1º Potencial de
587 kJ/mol
ionização
◾ Como elemento de liga para aumentar
a resistência mecânica e a resistência 2º Potencial de
1110 kJ/mol
a elevadas temperaturas do ionização
magnésio.
3º Potencial de
◾ O tório é usado para revestir fios de 1930 kJ/mol
ionização
tungstênio usados em equipamentos
eletrônicos. 4º Potencial de
2780 kJ/mol
ionização
◾ O tório foi usado em eletrodos para
soldas cerâmicas de alta resistência Isótopos mais estáveis
ao calor.
◾ O óxido é usado para controlar o Ed
tamanho das partículas de tungstênio iso AN Meia-vida MD PD
usados em lâmpadas elétricas. MeV
◾ O óxido é usado em equipamentos de 227Th traços 18,72 d α 6,146 223Ra
laboratório que são submetidos a
elevadas temperaturas ( cadinhos ). 228Th traços 1,9131 a α 5,520 224Ra

◾ O óxido de tório adicionado a vidro 229Th 225Ra


sintético 7880 a α 5,168
produz cristais com alto índice de
refração e baixa dispersão. Portanto, 230Th traços 75,380 a α 4,770 226Ra
encontram uso em lentes de alta
qualidade em câmeras e instrumentos β− 0,389 231Pa
231Th traços 25,52 h
científicos. α 4,213 227Ra
◾ O óxido de tório tem sido usado como
um catalisador : 232Th 1,405·1010 228Ra
100% α 4,083
a
◾ Na conversão de amônia em ácido
233Th sintético 22,3 min β− 1,245 233Pa
nítrico
◾ No craqueamento do petróleo. 234Th traços 24,10 d β− 0,273 234Pa

◾ Na produção do ácido sulfúrico


Unidades do SI & CNTP, salvo indicação contrária.
◾ Com a datação do método de
decaimento Urânio – Tório em zircões
é possível obter idades de rochas de
mais de 500 milhões de anos. Foi com o desenvolvimento deste método na década de 1950 que foi
datada a idade da Terra em 4,56 bilhões de anos.
◾ Como material para produzir combustível nuclear. O tório-232 bombardeado com nêutrons produz o
fissionável isótopo U-233.
◾ O dióxido de tório (ThO2) é um componente ativo do Thorotrast, que foi usado no diagnóstico em
radiografia. Este uso foi abandonado devido a natureza carcinógena do Thorotrast.

História
O tório foi descoberto em 1828 pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius num óxido que denominou de
"tória", nomeado desta forma em honra ao deus escandinavo do trovão Thor. O metal, denominado de
tório, contido na tória, foi isolado por Berzelius, em 1829, aquecendo num tubo de vidro potássio com
fluoreto de tório.

O metal não tinha nenhuma aplicação até a invenção da lâmpada de manta, um dispositivo de iluminação,
em 1885, por Auer von Welsbach. O nome Ionio foi usado para um isótopo do tório no início do estudo da
radioatividade. Com o advento da eletricidade, e devido ao caráter de radioativo do tório, esta aplicação
diminuiu bastante. Com a descoberta da radioatividade, o tório passou a ter uma aplicação relevante nesta
área devido a invenção da usina nuclear movida a esse elemento na década de 50 que seria mais segura,
mais limpa e mais produtiva do que as termonucleares atuais.[3] Apesar disso, o governo americano
interrompeu as pesquisas em 1973, porque essas usinas não produziam plutônio para armas nucleares.[4]
Posteriormente os ingleses[5] e chineses retomariam os estudos sobre esta fonte de energia em 2011.[6][7]

Ocorrência
O tório é encontrado em quantidades pequenas na maioria das
rochas e solos, onde é aproximadamente três vezes mais
abundante do que o urânio, e é aproximadamente tão comum
quanto o chumbo. O solo contém geralmente uma média de 6
ppm de tório. O tório ocorre em diversos minerais, sendo o
mais comum o mineral de terra rara de tório-fosfato (como as
de Catalão-Ouvidor em Goiás), monazita, que contém até 12%
de óxido de tório. Há depósitos substanciais em vários países,
sendo que as maiores fontes mundiais de tório são encontrados
Monazita, uma terra-rara-e-fosfato-
de-Tório é a principal fonte mundial nos Estados Unidos, Madagascar, Índia, Sri Lanka e Austrália.
de Tório.
O tório-232 decai muito lentamente ( a meia-vida deste isótopo
é aproximadamente três vezes a idade da Terra ), Outros
isótopos de tório ocorrem na série de decaimento do tório e urânio. A maioria destes são de curta duração,
portanto, muito mais radioativos que o th-232, embora em quantidades insignificantes.

Isótopos
O tório natural é composto de 1 isótopo: 232Th. 25 radioisótopos foram identificados, sendo o mais
abundante e/ou estável o 232Th com meia-vida de 14,05 bilhões de anos, 230Th com meia-vida de 75 380
anos, 229Th com meia-vida de 7 340 anos, e 228Th com meia-vida de 1,92 anos. Todos os demais isótopos
radioativos tem meias-vidas abaixo de 30 dias, e a maioria destes com meias-vidas inferiores a 10 minutos.
Este elemento apresenta 1 meta estado.
As massas atômicas do tório variam de 212 u ( 212Th ) até 236 u ( 236Th ).

Precauções
O metal pulverizado de tório é frequentemente pirofórico e deve ser manuseado com cuidado. O tório se
desintegra com a produção eventual de "thoron", um isótopo do radônio (220-Rn). O gás de radônio
apresenta radiação perigosa. Consequentemente, uma ventilação boa das áreas onde o tório é armazenado
ou manuseado é essencial,.

A exposição ao tório contido no ar pode conduzir a um aumento do risco de contrair câncer dos pulmões,
pâncreas e sangue. Este elemento não tem nenhum papel biológico conhecido.

Todas as reservas de tório da Terra têm mais energia que todo o urânio, petróleo, carvão e todos os tipos de
combustíveis juntos (excetuando a madeira).[carece de fontes?]

Compostos
◾ Fluoreto:Fluoreto de tório(IV)
◾ Cloreto: Cloreto de tório(IV)
◾ Brometo: Brometo de tório(IV)
◾ Iodeto: Iodeto de tório(IV)
Os halogenetos são conhecidos nos estados de oxidação de +4.

Número de
F Cl Br I
oxidação

Fluoreto de Cloreto de Brometo de Iodeto de


tório(IV) tório(IV) tório(IV) tório(IV)
+4
ThF4 ThCl4 ThBr4 ThI4
branco branco branco amarelo

Referências
1. «Energy from Thorium» (http://www.energyfromthorium.com/). Consultado em 7 de agosto de 2018
2. Kurzgesagt – In a Nutshell (1 de abril de 2015), 3 Reasons Why Nuclear Energy Is Awesome! 3/3
3. Ambrose Evans-Pritchard (20). «Safe nuclear does exist, and China is leading the way with thorium»
(http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/ambroseevans_pritchard/8393984/Safe-nuclear-does-ex
ist-and-China-is-leading-the-way-with-thorium.html) (HTML). The Daily Telegraph (em inglês). The Daily
Telegraph. Consultado em 14 de julho de 2014 Verifique data em: |data=, |ano= / |data=
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4. Ambrose Evans-Pritchard (20). «Safe nuclear does exist, and China is leading the way with thorium»
(http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/ambroseevans_pritchard/8393984/Safe-nuclear-does-ex
ist-and-China-is-leading-the-way-with-thorium.html) (HTML). The Daily Telegraph (em inglês). The Daily
Telegraph. Consultado em 14 de julho de 2014 Verifique data em: |data=, |ano= / |data=
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5. Rebecca Boyle (20). «Pocket Particle Accelerators Like This One Could Bring Safer Nuclear Power to
Neighborhoods» (http://www.popsci.com/technology/article/2011-06/pocket-particle-accelerators-could-
bring-safer-nuclear-power-neighborhoods) (HTML). Popular Science (em inglês). Popular Science.
Consultado em 14 de julho de 2014 Verifique data em: |data=, |ano= / |data= mismatch (ajuda)
6. Ambrose Evans-Pritchard (20). «Safe nuclear does exist, and China is leading the way with thorium»
(http://www.telegraph.co.uk/finance/comment/ambroseevans_pritchard/8393984/Safe-nuclear-does-ex
ist-and-China-is-leading-the-way-with-thorium.html) (HTML). The Daily Telegraph (em inglês). The Daily
Telegraph. Consultado em 14 de julho de 2014 Verifique data em: |data=, |ano= / |data=
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7. RICHARD MARTIN (2). «China Takes Lead in Race for Clean Nuclear Power» (http://www.wired.com/
2011/02/china-thorium-power/) (HTML). Wired (em inglês). Wired. Consultado em 14 de julho de 2014
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Ligações externas
◾ Los Alamos National Laboratory - Thorium (https://periodic.lanl.gov/90.shtml) (em inglês)
◾ WebElements.com - Thorium (https://www.webelements.com/thorium/) (em inglês)
◾ EnvironmentalChemistry.com - Thorium (https://environmentalchemistry.com/yogi/periodic/Th.html)
(em inglês)
◾ Tório - vídeos e imagens (https://www.tabelaperiodica.org/torio/) (em português brasileiro)

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