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Universidade Estadual do Amazonas

Curso de Engenharia Eletrônica

Indústria 4.0

Pedro dos Santos Lima Neto

Manaus – AM
2019
Pedro Dos Santos Lima Neto

Indústria 4.0

Pesquisa desenvolvida durante a disciplina


de Engenharia e Sociedade, como pré-requisito
para a obtenção de nota na prova final.

Manaus - AM
2019
RESUMO

Estamos no meio de uma transformação significativa em relação à maneira

como produzimos produtos graças à digitalização da fabricação. Essa transição

é tão convincente que está sendo chamada de Indústria 4.0 para representar a

quarta revolução que ocorreu dentro da manufatura. Desde a primeira revolução

industrial (mecanização através de água e vapor) até a produção em massa e

linhas de montagem usando eletricidade no segundo, a quarta revolução

industrial levará o que foi iniciado no terceiro com a adoção de computadores e

automação e aprimorá-lo com inteligência artificial e sistemas autônomos

alimentados por dados e aprendizado de máquina.

Palavras-chave: Indústria 4.0, Nuvem, Internet das Coisas, virtualização


ABSTRACT

We’re in the midst of a significant transformation regarding the way we

produce products thanks to the digitization of manufacturing. This transition is so

compelling that it is being called Industry 4.0 to represent the fourth revolution

that has occurred in manufacturing. From the first industrial revolution

(mechanization through water and steam power) to the mass production and

assembly lines using electricity in the second, the fourth industrial revolution will

take what was started in the third with the adoption of computers and automation

and enhance it with smart and autonomous systems fueled by data and machine

learning.

Palavras-chave: Industry 4.0, Cloud, Internet of Things, Virtualization


Sumário
INTRODUÇÃO .................................................................................................................6
DESENVOLVIMENTO ....................................................................................................7
INDÚSTRIA 4.0 ............................................................................................................8
PILARES DA INDÚSTRIA 4.0 ....................................................................................9
APLICAÇÕES DA INDÚSTRIA 4.0 .........................................................................10
INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL ....................................................................................12
CONCLUSÃO ...............................................................................................................14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................15
INTRODUÇÃO

A primeira revolução Industrial começou algures entre 1760 e 1840 na

Inglaterra, com a substituição progressiva dos métodos artesanais por máquinas

e ferramentas, pela exploração do carvão como energia alternativa à madeira e

outros biocombustíveis, e pelo uso crescente da energia do vapor. As alterações

dos processos produtivos tiverem consequências significativas a nível

económico e social. O artesão que até então controlava todo o processo

produtivo, desde a exploração da matéria-prima até à comercialização do

produto final, passou a trabalhar para um patrão que controlava o processo, a

matéria-prima, o produto final e os lucros.

Nas décadas que se seguiram e sensivelmente até ao fim da segunda

guerra mundial (1945), as evoluções foram significativas na área da indústria

química, elétrica e do aço, assim como um aprimoramento significativo das

técnicas existentes. Surgiram os primeiros barcos de aço movidos por potentes

motores a vapor, revolucionando o transporte de mercadorias. Surgiram também

as primeiras linhas de produção que viriam a permitir a produção em massa e a

baixos custos. A invenção e inovação andaram de mãos dadas nesta que foi a

segunda revolução Industrial.

Nas décadas de 1950 e 1970 começou-se a desenhar aquela que viria a

ser considerada a terceira revolução Industrial, a revolução digital, com a

proliferação e uso dos semicondutores, dos computadores, automação e

robotização em linhas de produção, com informação armazenada e processada

de forma digital, as comunicações, os telefones móveis e a internet.

No início do seculo XXI, com o desenvolvimento da internet, sensores cada vez

mais pequenos e potentes, com preços cada vez mais acessíveis, software e
hardware cada vez mais sofisticado, a capacidade das máquinas aprenderem e

colaborarem criando gigantescas redes de “coisas”, iniciou-se uma

transformação na indústria, cujo impacto na competitividade, na sociedade e na

economia será de tal forma que irá transformar o mundo tal como o conhecemos.

Esta transformação foi apelidada pelos professores Erilk Braynjolfsson e Andrew

McAfee do instituto de tecnologia de Massachusetts como segunda idade da

máquina e em 2011 na feira Industrial de Hannover, na Alemanha, falava-se em

indústria 4.0.
INDÚSTRIA 4.0

O termo “Indústria 4.0”; “smart factory”; “intelegent factory”; “factory of the

future” são termos que descrevem uma visão do que será uma fábrica no futuro.

Nesta visão as fábricas serão muito mais inteligentes, flexíveis, dinâmicas e

ágeis. Outra definição para “Smart factory” é uma fábrica que faz produtos

inteligentes, em equipamentos inteligentes, em cadeias de abastecimento

inteligentes.
PILARES DA INDÚSTRIA 4.0

Interoperabilidade: a habilidade dos sistemas ciber-físicos (suporte de

peças, estações de montagem e produtos), dos humanos e das Fábricas

Inteligentes de se conectarem e se comunicarem entre si através da Internet e

da Computação em Nuvem.

Virtualização: uma cópia virtual das Fábricas Inteligentes é criada por

sensores de dados interconectados (que monitoram processos físicos) com

modelos de plantas virtuais e modelos de simulação.

Descentralização: a habilidade dos sistemas ciber-físicos das Fábricas

Inteligentes de tomarem decisões sem intervenção humana.

Capacidade em Tempo-Real: a capacidade de coletar e analisar dados e

entregar conhecimento derivado dessas análises imediatamente.

Orientação a Serviço: oferecimento dos serviços (dos sistemas ciber-

físicos, humanos ou das Indústrias Inteligentes) através da Computação em

Nuvem.

Modularidade: adaptação flexível das Fábricas Inteligentes para requisitos

mutáveis através da reposição ou expansão de módulos individuais.


APLICAÇÕES DA INDÚSTRIA 4.0

Monitoramento do tempo dos ciclos:

Uma multinacional de engenharia e eletrônica apresenta um caso com o

desafio da necessidade de realizar o monitoramento contínuo dos dados

relativos às máquinas de usinagem de uma empresa, que eram armazenados

pelo sistema dos equipamentos e checados apenas uma vez por dia. Utilizando

um software para a conexão das máquinas ao sistema da indústria, os gestores,

agora, são capazes de observar o status da produção em tempo real, além de

alterar os parâmetros das máquinas de acordo com a demanda.

Manufatura conectada na Indústria 4.0:

Uma líder em tecnologia de brunimento utiliza o monitoramento em tempo

real de sua produção através da nuvem para otimizar seu processo de

manufatura. Além de melhorar a eficiência da sua produção, as tecnologias

digitais utilizadas pela empresa também permitem que os clientes vejam dados

em tempo real a respeito do funcionamento das máquinas antes de realizar seu

pedido. Dessa forma, eles se atualizam com informações de sua produção para

se assegurar de que ela atenda os requisitos do consumidor para precisão e

eficiência.

A Internet das Coisas para manutenção preditiva:

Uma fornecedora líder em robôs industriais está atuando no segmento de

automação, criando robôs e sistemas para utilização na área de manufatura de

outras indústrias. Seus produtos utilizam a Internet das Coisas não apenas para

receber protocolos industriais de funcionamento, mas, também, para realizar

serviços de manutenção preditiva monitorando os sensores dos robôs. Assim, o


tempo de manutenção é reduzido, o que diminui as perdas na produção e

mantém a efetividade da empresa.

Realidade Aumentada para operações e treinamento:

A parte mais difícil no treinamento dos funcionários de uma indústria é

apresentar novos processos aos trabalhadores. Uma empresa líder no mercado

de automatização no Uruguai facilita essa questão com uma plataforma que

utiliza a realidade aumentada para propiciar a visualização dos novos processos.

Além disso, o software pode, também, ser utilizado para que as equipes de

planejamento transfiram informações de diversos tipos de operações para os

operadores das máquinas, simplificando instruções e processos complexos.

Monitoramento da qualidade dos produtos:

Na linha de produção das válvulas hidráulicas, elas devem passar por uma

série de testes para assegurar a qualidade do produto sendo fabricado. O óleo

utilizado para a realização destes testes precisa, também, ser analisado quanto

à sua pureza, para que atenda às normas de qualidade do produto.

Adaptando máquinas já existentes e as conectando à Internet das Coisas,

a empresa multinacional de engenharia e eletrônica ajudou seu cliente a

transformar o que era um processo manual e que demandava tempo e recursos

em uma solução de monitoramento contínuo e manutenção automatizada – o

que resultou em menores custos de manutenção, simplificação do processo e

aumento na efetividade da produção.


INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL

A Indústria 4.0 desponta como caminho natural para aumentar a

competitividade do setor por meio das tecnologias digitais. No Brasil ainda é

pouco utilizada pelas empresas nacionais. O atraso brasileiro diante da

integração das tecnologias físicas e digitais em todas as etapas de

desenvolvimento de um produto fica evidente porque 43% das empresas não

identificam quais tecnologias têm potencial para alavancar a competitividade do

setor industrial. Nas pequenas empresas, esse porcentual sobe para 57%. Entre

as grandes, a fatia recua para 32%. De acordo com pesquisa nacional sobre

adoção de tecnologias digitais relacionadas à era da manufatura avançada,

realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria brasileira

ainda está se familiarizando com a digitalização e com os impactos que pode ter

sobre a competitividade. O desconhecimento é significativamente maior entre as

pequenas empresas (57%). Ademais, infere-se que o Brasil esteja pouco

preparado para a adoção em larga escala da Indústria 4.0 tendo em vista

aspectos estruturais, educacionais e culturais.

Reconhecendo a importância do tema, recentemente o Governo Federal,

por meio do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da

Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou a Agenda

Brasil para a Indústria 4.0, conjunto de iniciativas que visam promover o

desenvolvimento da Indústria 4.0 no país.

Mauro Spinola, professor e consultor da Fundação Vanzolini em projetos

de avaliação e melhoria de processos de sistemas em empresas industriais e de

serviços, explica que a Indústria 4.0 é vista, por muitos estudiosos, como a 4ª
Revolução Industrial, e, por outros, como uma evolução natural da integração de

sistemas.

“Atende às necessidades cada vez mais individualizadas dos clientes,

passando pelo pedido, desenvolvimento, fabricação, entrega, reciclagem e

serviços relacionados ao produto”, afirma o especialista.


CONCLUSÃO

Embora muitas organizações ainda possam estar negando a possibilidade

de a Indústria 4.0 afetar seus negócios ou se esforçar para encontrar o talento

ou conhecimento para saber como melhor adotá-la para seus casos de uso

únicos, várias outras estão implementando mudanças hoje e se preparando para

um futuro onde máquinas melhoram seus negócios. Aqui estão apenas algumas

das aplicações possíveis: Identificar oportunidades. como as máquinas

conectadas coletam um enorme volume de dados que podem informar

problemas de manutenção, desempenho e outros, além de analisar esses dados

para identificar padrões e insights que seriam impossíveis para um ser humano

em um período de tempo razoável, a Indústria 4.0 oferece a oportunidade para

os fabricantes otimizarem suas operações com rapidez e eficiência, sabendo o

que precisa de atenção. Ao usar os dados dos sensores em seus equipamentos,

uma mina de ouro africana identificou um problema com os níveis de oxigênio

durante a lixiviação. Uma vez fixados, eles conseguiram aumentar seu

rendimento em 3,7%, o que economizou 20 milhões de dólares por ano.


REFERÊNCIAS

K. Schwab, “Historical context,” em The Fourth Industrial Revolution, WEF, 2016,

p. 7.

WEF, “Deep Shift Technology Tipping Points and Societal Impact,” 2015.

[Online].Available:http://www3.weforum.org/docs/WEF_GAC15_Technological_

Tipping_Points_report_2015.pdf.

Hermann, Pentek, Otto, 2015: Design Principles for Industrie 4.0 Scenarios.

Jürgen Jasperneite:Was hinter Begriffen wie Industrie 4.0 steckt in Computer &

Automation, 19 Dezember 2012.

Pesquisa Nacional Sobre Adoção de Tecnologias Digitais Relacionadas à Era da

Manufatura Avançada – Revista PEGN

Venturi, Jacir (4 de fevereiro de 2018). Estamos no limiar da Quarta Revolução

Industrial. Jornal Gazeta do Povo.

Marr, Bernard (Sep 2, 2018). What is Industry 4.0? Here's A Super Easy

Explanation For Anyone. Forbes.

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