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UNIVERSIDADE BRASIL

Mestrado em Ciências Ambientais

ANAIS DO II CONGRESSO CIDADES


SUSTENTÁVEIS DO NOROESTE PAULISTA

1ª EDICÃO

FERNANDÓPOLIS-SP
Universidade Brasil
2018
ANAIS DO II CONGRESSO
CIDADES SUSTENTÁVEIS DO
NOROESTE PAULISTA
ISBN: 978.85.54068.00-4

Fernandópolis-SP
2018
Comitê Organizador

Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima, Assistente


Social, Dra.
Presidente do II Congresso Cidades Sustentáveis do Noroeste
Paulista
Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis
– SP

Estéfani Suana Sugahara, Engenheira Civil, Me.


Vice-Presidente do II Congresso Cidades Sustentáveis do
Noroeste Paulista
Secretária de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Fernandópolis

Luiz Sergio Vanzela, Engenheiro Agrônomo, Dr.


Coordenador Técnico-Científico do II Congresso Cidades
Sustentáveis do Noroeste Paulista
Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis
– SP

João Adalberto Campato Júnior, Linguista, Dr.


Editor Chefe dos Anais do II Congresso Cidades Sustentáveis do
Noroeste Paulista
Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis
– SP

Ubiratan Zakaib do Nascimento, Engenheiro da Computação,


Esp.
Coordenador de TI do II Congresso Cidades Sustentáveis do
Noroeste Paulista
Professor do Instituto Federal de São Paulo, Campus Votuporanga

Noelen Muriel Doimo Prado Martins, Engenheira Ambiental


e Sanitarista
Coordenadora dos Trabalhos do Ensino Fundamental e Médio
do II Congresso Cidades Sustentáveis do Noroeste Paulista
Assessora de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente de Fernandópolis

Evandro Roberto Tagliaferro, Engenheiro Civil, Dr.


Tesoureiro do II Congresso Cidades Sustentáveis do Noroeste
Paulista
Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis
– SP

Elise Baroni Ramos, Engenheira Civil


Secretária Executiva do II Congresso Cidades Sustentáveis do
Noroeste Paulista
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fernandópolis
Comitê Técnico-Científico

Cleber Fernando Menegasso Mansano, Médico Veterinário,


Prof. Dr.
Cristina Veloso de Castro, Advogada, Profa. Dra.
Danila Fernanda Rodrigues Frias, Médica Veterinária, Profa.
Dra.
Denise Regina da Costa Aguiar, Pedagoga, Profa. Dra.
Dora Inés Kozusny-Andreani, Geneticista, Profa. Dra.
Evandro Roberto Tagliaferro, Engenheiro Civil, Prof. Dr.
Gisele Herbst Vazquez, Engenheiro Agrônomo, Profa. Dra.
João Adalberto Campato Júnior, Linguista, Prof. Dr.
Juliana Heloisa Pinê Américo Pinheiro, Bióloga, Profa. Dra.
Leonice Domingos dos Santos Cintra Lima, Assistente Social,
Profa. Dra.
Luiz Sergio Vanzela, Engenheiro Agrônomo, Prof. Dr.
Roberto Andreani Junior, Engenheiro Agrônomo, Prof. Dr.
Organização

Campus Fernandópolis – Estrada Projetada F-1, s/n


Fazenda Santa Rita – Fernandópolis – SP.
Parceiros

Prefeitura Municipal de Fernandópolis

Secretaria Municipal Do Meio Ambiente De Fernandópolis

Sindicato Rural De Fernandópolis

Federação Da Agricultura E Pecuária Do Estado De São Paulo

Senar – São Paulo

Jet Copy Copiadora

Caçambex

Proposta Engenharia Ambiental

Mejan Ambiental

Serata Hotel
Apresentação

Estes Anais agrupam a produção acadêmica e os estudos


técnico-científicos divulgados durante o II Congresso Cidades
Sustentáveis do Noroeste Paulista – CONCISUS -, que teve lugar em
Fernandópolis, entre os dias 18 e 21 de setembro de 2018.
Fruto de uma parceria entre o Programa de Mestrado em
Ciências Ambientais da Universidade Brasil com a Secretaria do
Meio Ambiente de Fernandópolis, o Congresso buscou refletir,
acima de tudo, mas não de maneira exclusiva, sobre a gestão
ambiental, a sustentabilidade, a legislação ambiental, bem como
sobre as inovações em agroecologia.
Ao longo de quatro proveitosos dias, reuniram-se, por ocasião
do CONCISUS, professores universitários, pós-graduandos,
estudantes universitários, autoridades, alunos e docentes do ensino
fundamental e médio, pesquisadores e profissionais liberais com
o propósito primeiro de pensar criticamente, dos mais variados
ângulos, a questão ambiental no noroeste paulista e seus reflexos
em âmbito nacional.
Esperamos, com efeito, que os textos aqui publicados constituam
leitura interessante para todos aqueles que estejam engajados,
em diferentes graus, na causa do meio ambiente, fornecendo-lhes
conhecimento útil e inspirador.
Muito obrigado.

Prof. Dr. João Adalberto Campato Jr.


Editor-Chefe dos Anais do II CONCISUS
Programação Geral do II CONCIUS
TRABALHOS APRESENTADOS
II CONCISUS

SUMÁRIO DAS MODALIDADES

1. Categoria de Trabalhos Técnico-Científicos - 12


Modalidade Oral
1.1. Eixo Temático Gestão Ambiental e 12
Sustentabilidade
1.2. Eixo Temático Desenvolvimento Social, Meio 13
Ambiente, Políticas Públicas e Saúde
1.3. Eixo Temático Inovações em Agroecologia 13

2. Categoria de Trabalhos Técnicos-Científicos - 14


Modalidade Pôster
2.1. Eixo Temático: Gestão Ambiental e 14
Sustentabilidade
2.2. Eixo temático: Desenvolvimento Social, Meio 18
Ambiente, Políticas Públicas e Saúde
2.3. Eixo temático: Inovações em Agroecologia 19

3. Categoria de Trabalhos do Ensino Fundamental, 21


Médio e Infantil
3.1. Ensino Fundamental 21
3.2. Ensino Médio 23
3.3 Ensino Infantil xx

11
1. Categoria de Trabalhos Técnico-Científicos - Modalidade Oral

1.1. Eixo Temático Gestão Ambiental e Sustentabilidade

Trabalho Autores ID Pág.


Avaliação de Diferentes
Camila Fernandes
Métodos de Nivelamento no 38 25
Ferreira Aparecido
Erro Altimétrico
Márjori Brenda Leite
Qualidade Físico-Química Marques, Juarez
da Água Subterrânea Marques Cardoso,
de Poços Tubulares Juliana Heloisa Pinê 54 31
Outorgados no Município Américo Pinheiro,
de Campo Grande – MS Jefferson Nascimento de
Oliveira
Sistema de Gerenciamento
Estefani Suana
Integrado de Resíduos
Sugahara, Elise Baroni 64 37
Sólidos No Município de
Ramos
Fernandópolis
Alternativas de Tratamento
de Esgoto em um Clube Rodrigo Parmezano
76 43
Esportivo na Cidade de São Lopes
Paulo: Saneamento Básico
Estudos de Gradiente de
Temperatura da Superfície
Rodrigo Bertolozzi, Luiz
do Solo em Centros 102 49
Sergio Vanzela
Urbanos por Sensoriamento
Remoto
Aporte de Sedimentos
em Bacia Hidrográfica Elaine Cristina Siqueira,
107 55
Agrícola no Município de Luiz Sérgio Vanzela
Fernandópolis - SP

12
1.2. Eixo Temático Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Políti-
cas Públicas e Saúde

Trabalho Autores ID Pág.


Energia Fotovoltaica: a
Confecção de Um Sistema Alexsander Saves dos
de Iluminação Sustentável Santos, Gisele Herbst 13 61
Como Proposta de Vazquez
Educação Ambiental
Mobilidade Urbana -
Renilson Dias Souza,
Os Desafios de Tornar
Evandro Roberto 62 67
Acessível Cidades
Tagliaferro
Consolidadas
Implantação de Segurança
Wagner Aparecido
do Trabalho Em Ambiente 98 73
Pereira
Escolar
Laboratório de Matemática
Marcelo da Silva
Integrado a Educação
Miguelão, Luiz Sérgio 116 79
Ambiental Com O Uso de
Vanzela
Maquete de Hidrologia

1.3. Eixo Temático Inovações em Agroecologia

Trabalho Autores ID Pág


Modelagem do Processo
Leandro Anselmo Santos
de Produção de Açúcar e 43 85
Marchi
Álcool
Matheus Mello Silva,
Luiz Sergio Vanzela,
Produtividade de Biomassa
Lucas Aparecido
de Cana de Açúcar no
Pereira Ignácio,
Quarto Corte Irrigada por 90 91
Marcelo Romero Ramos
Aspersão no Noroeste
da Silva, Fernanda
Paulista
Roberta Carnielo Garcia
Fernanda Seixas

13
2. Categoria de Trabalhos Técnicos-Científicos - Modalidade
Pôster

2.1. Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

Trabalho Autores ID Pág


Mapeamentos da Cobertura Renata Danielle Cardoso
Arbórea no Município de Delazari, Heidson Bruno 12 97
Guarani D’Oeste – SP Neves
Maria José Floriano
Certificações
Ferracini, Gisele Herbst
Ambientais em Grupos 14 103
Vazquez, Alexsander
Sucroenergéticos
Saves Dos Santos
Densidade de Bactérias do
Gênero Enterococcus na Juliana Heloisa Pinê
Água do Mar de Praias do Américo Pinheiro, 15 109
Município de Praia Grande, Darlan Storto
São Paulo
Qualidade da Água de Fonte Juliana Heloisa Pinê
Natural Mineral da Estância Américo Pinheiro,
16 115
de Amparo (SP), Capital do Thainara Perondini de
Circuito das Águas Paulista Almeida Ramos
Proposta de Programa de
Desenvolvimento Rural Renata Danielle Cardoso
19 121
Sustentável no Município Delazari
de Guarani D’Oeste – SP
Eloainy Alves Eustáquio,
Análise da Viabilidade Luciano Ricardo de
Econômica da Implantação Oliveira, Dora Inés
20 127
de Sistema de Coleta Kozusny-Andreani,
Seletiva em Universidades Danila Fernanda
Rodrigues Frias
Estudo Sobre o Impacto
Causado na Adoção de
Carla Lopes Simonis
Módulo Estrutural em 25 133
Seba
Tora de Eucalipto Tratada
Quimicamente

14
Novas Tecnologias Como
Orlando de Jesus
Recurso para Extração da 26 139
Saldanha
Madeira Nativa Brasileira
Uso e Ocupação do Solo das
Diéssica Silva, Luiz
Sub-Bacias do Município de 31 145
Sergio Vanzela
Fernandópolis - SP
Gestão Ambiental
Como Fator Estratégico Jacqueline Paola Ortiz
Corporativo e sua Mendoza
32 151
Contribuição para Evandro Roberto
O Desenvolvimento Tagliaferro
Sustentável
Alexsander Saves Dos
Protótipo de Secador de Santos, Alex Alves
Bandejas por Convecção e Valeiro, Deborah Ribeiro 36 157
Batelada Oliveira, Felipe Arruda
de Oliveira
A Aplicação de
Georreferenciamento Camila Fernandes
37 163
no Centro Comercial, na Ferreira Aparecido
Cidade de Iturama-MG
Ligia Glaucia Dias Pina,
Concentração de Partículas
Micaela Carla Rodrigues
Inaláveis no Ar no Noroeste 40 168
de Assunção, Luiz Sergio
Paulista
Vanzela
Estudo Comparativo Entre
Marcelo Romero Ramos
As Leis Federais 4.77165 e
da Silva, Rodinei Eder
12.65112 Aplicado Às APP 41 174
Borgato, Thiago Vinicio
da Microbacia do Córrego
Cabral
Lajeado
Regularização Ambiental de
Empreendimento Rurais:
João Alexandre Saviolo
Estudo de Caso da Fazenda
Osti, Marcelo Romero 44 180
Santa Rita (Fernandópolis-
Ramos da Silva
SP): Licenciamento
Ambiental

15
Ocorrência de Queimadas Micaela Carla Rodrigues
nos Municípios de Assunção, Ligia Glaucia
45 186
Araçatuba e São José do Rio Dias Pina, Luiz Sergio
Preto Vanzela
Márjori Brenda Leite
Densidade e Resistência Marques, Darlan Storto,
Antimicrobiana de Juliana Heloisa Pinê
Enterococcus sp. nas Areias Américo Pinheiro, Ana 55 192
de Praias do Município de Júlia Fernandes Cardoso
Praia Grande, São Paulo de Oliveira, Wagner
Ferreira Vilano
Juliana Heloisa Pinê
Avaliação da Presença e
Américo Pinheiro, Bruna
Concentração do Anti-
Ragassi, Osmar Pereira 58 199
Inflamatório Ibuprofeno no
da Silva Junior, William
Córrego das Marrecas - SP
Deodato Isique
Márjori Brenda Leite
Marques, Juliana Heloisa
Detecção de Fármacos na
Pinê Américo Pinheiro,
Estação de Tratamento de 59 205
Bruna Ragassi, Osmar
Esgoto de Dracena - SP
Pereira da Silva Júnior,
William Deodato Isique
Uso do Raspberry no André Marques de
Monitoramento Climático Oliveira, Luiz Sérgio 60 211
em Estações Automáticas Vanzela
Noelen Muriel Doimo
Uso de Geoprocessamento Prado Martins, Luiz
no Levantamento de Áreas Sérgio Vanzela, Liliane
61 217
Aptas ao Reuso de Efluente Lazzari Albertin,
Tratado Priscila da Silva, Vagner
Aparecido de Souza
Estudo de Caso: Avaliando Noelen Muriel Doimo
a Eficácia da Implantação Prado Martins, Priscila
da Cobrança Pelo Uso da da Silva, Vagner 68 222
Água no Comitê da Bacia Alexandre de Souza,
Hidrográfica do Baixo Tietê Mauricio Augusto Leite
Gestão de Resíduos
Elise Baroni Ramos,
Urbanos com Execução de 71 227
Estefani Suana Sugahara
Projeto de Compostagem

16
Projeto Instalação Modelo Elise Baroni Ramos,
72 233
de Sustentabilidade Estefani Suana Sugahara
Gerenciamento dos
Resíduos de Poda e Elise Baroni Ramos,
73 239
Roçagem no Município de Estefani Suana Sugahara
Fernandópolis, São Paulo
Proposta Metodológica
para Elaboração de Planos
Luiz Sergio Vanzela 81 245
Municipais de Mata
Atlântica
O ICMS Ecológico Como
Ferramenta Legal para Marivânia Fernandes
Implementar Politicas Santiago, Leonice
86 251
Públicas Ambientais: Domingos dos Santos
Possibilidades para O Cintra Lima
Município de Guaraí - TO
Produção de Concreto
Sustentável Utilizando Wagner Aparecido
96 256
Resíduos de Demolição em Pereira
Sua Composição
Naturação Associada ao
Wagner Aparecido
Sistema de Captação de 99 262
Pereira
Águas Pluviais
Sistema Construtivo Leonardo José de Souza
Insulating Concrete Forms da Cruz, Eduarda Noriko 101 267
(ICF) Tokuda
Avaliação de Diferentes Elaine Cristina Siqueira,
Métodos de Nivelamento na Vagner Pereira do
109 273
Determinação do Volume Nascimento, Luiz Sérgio
de Solo Vanzela
Desenvolvimento de Ubiratan Zakaib do
SIGWEB para o Município Nascimento, Luiz Sérgio 112 279
de Fernandópolis - SP Vanzela

17
2.2. Eixo temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Políti-
cas Públicas e Saúde

Trabalho Autores ID Pág


Retórica e Ecocrítica Numa
João Adalberto Campato
Publicidade do Programa 05 285
Jr
Reflorestar
Ecoturismo Como Meio de
João Campato, Luciana
Desenvolvimento de Ilha 18 290
Sanches Ferreira
Solteira
Neoplasias de Pele no
Telma Cristina Berceline
Estado de São Paulo Entre 35 297
Cristina Berceline
2010 e 2017
Mobilidade Urbana – A Renilson Dias Souza,
Difícil Arte de Caminhar Evandro Roberto 63 305
pelas Cidades Tagliaferro
Influência das Condições Luciano Ricardo
Sanitárias dos Tanques de Oliveira, Danila
de Expansão e das Mãos Fernanda Rodrigues
65 312
dos Ordenhadores sobre a Frias, Roberto Andreani
Qualidade Microbiológica Junior, Dora Inés
do Leite Kozusny-Andreani
Atividade Antibacteriana Rosimeire da Silva,
de Óleos Essenciais sobre Roberto Andreani
66 317
Bactérias Isoladas de Junior, Dora Inés
Alimentos Kozusny-Andreani
A Possibilidade de
Imposição de Cobrança
Gustavo Alves Balbino
pelos Municípios ante os 75 323
Luiz Sérgio Vanzela
Serviços de Gestão dos
Resíduos Sólidos
Qualidade da Água de Luiz Sergio Vanzela, Ana
Abastecimento Público do Patrícia Dias da Cunha 79 329
Município de Afuá, PA Nepomuceno
Desenvolvimento Jairo Garcia Gonçalves,
Sustentável: Definições e Cristina Veloso de 87 336
Modelos Castro

18
Jairo Garcia Gonçalves,
Desenvolvimento Alessandre da Silva,
Sustentável: A Principal Amanda Martins
89 341
Ferramenta para o Bem- Ferreira Gonçalves,
Estar Social Cristina Veloso de
Castro
Crise no Abastecimento
de Água na Cidade de São
Paulo na Ultima Década: Sergio Roberto Lopes 100 347
Questão Política x Questão
Ambiental
Agravos à Saúde por
Alex Mello Feitosa 103 351
Acidentes com Escorpião
Impactos Socioambientais Amanda Martins
do Cultivo de Cana de Ferreira Gonçalves,
Açúcar no Município de Melchisedech Neto,
Mirandópolis/SP frente Nésio Ferreira do 104 356
às Políticas de Seguridade Nascimento, Leonice
Social: Contribuições para Domingos dos Santos
Gestão Municipal Cintra Lima
Lucimar Milheviez
O Enfermeiro frente a
Maciel
Questão dos Resíduos 106 362
Evandro Roberto
Sólidos
Tagliaferro

2.3. Eixo temático: Inovações em Agroecologia

Trabalho Autores ID Pág


Falhas Mecânicas em
Colhedoras de Cana-de- Erick Henrique Romero,
10 368
Açúcar no Noroeste Paulista Luiz Sergio Vanzela
Safra 2016/2017
Luciano Ricardo
Enraizamento de Estacas de Oliveira, Danila
Semilenhosas de Uva Fernanda Rodrigues
21 373
Utilizando Rizobactérias e Frias, Roberto Andreani
Ácido Indol Butírico Junior, Dora Inés
Kozusny-Andreani

19
Comparação do Fósforo Marcelo Romero Ramos
Natural Reativo com Super da Silva, João Paulo 24 379
Simples Bombonato
Estudo de Métodos
Conservacionistas do Solo Camila Fernandes
39 385
para Sistematização de Ferreira Aparecido
Área
Gabriela Guimarães
Resistência Genética e
Papa, Gustavo de Faria
Momentos de Aplicação de
Theodoro, Maurício 42 391
Fungicida no Controle da
Bavaresco, Kenedy
Ferrugem Asiática da Soja
Salomão Silva
Efeito da Aplicação de Gabriela Guimarães
Fungicida Sobre Caracteres Papa, Gustavo de Faria
67 397
Agronômicos da Cultura da Theodoro, Evandro
Soja Pereira Prado
Matheus Mello Silva,
Produtividade de Açúcares Luiz Sergio Vanzela,
de Cana de Açúcar de Lucas Aparecido
Quarto Corte Irrigada por Pereira Ignácio, Marcelo 93 403
Aspersão no Noroeste Romero Ramos da
Paulista Silva, Fernanda Roberta
Carnielo Garcia Seixas
Cleber Fernando
Menegasso Mansano,
Fitase na Digestibilidade de
Bruna Cristina de
Dietas para Girinos de Rã- 105 409
Lima Candido, Náira
Touro
Roberta Marucci, Marta
Verardino de Stéfani
Demonstração do Uso
do Plano Municipal de
Luiz Sergio Vanzela 115 415
Controle de Erosão de
Fernandópolis

20
3. Categoria de Trabalhos do Ensino Fundamental,
Médio e Infantl

3.1. Ensino Fundamental

Título Docente Alunos ID Pág


Joslaine
Aparecida Regióli
A Arte da Reciclagem de Angelis,
como Instrumento Leticia Cervantes
de Ensino para Joslaine de Bernabé, Alice
11 421
Alunos do Colégio Angelis Guimarães, Caio
União Salgadense de Rodrigues, Raissa
Ensino Martins Arruda
de Oliveira e
Bruna Dezotti
Maristela Alves
Silva, Andrya
Marfra Garbin,
Maristela Igor de Souza
Aquecedor Solar 119 425
Alves Silva Delatin, Muriel
Henrique Pereira
Candido e Thierry
Henrique Silva
Maristela Alves
Silva, Matheus
Beltramini
Oliveira, Murilo
Maristela
Sabão Ecológico Henrique Pereira 120 427
Alves Silva
Candido, Maria
Evilly e Maria
Eduarda da Silva
Davanso

21
Eliana Santos
do Nascimento
Sousa, Anna
Luz Tigano P.De
Eliana Oliveira, Breno
De Onde Vem? Para Santos do Vilela Luvizare,
121 429
Onde Vai? Nascimen- Daniel Zaghi R.
to Sousa de Sousa, Davi
Gabriel Silva,
Denis Allan B.
Mariano e Hugo
Cancian da Silva
Elisangela Zago
Navas Sabino,
André da Cunha
Mossoleto, Laura
Luana Coltri Fernandes,
Apareca Marina Garcia
Sabão Sustentável 122 431
Martins de de Souza, Miguel
Souza W Facundini da
Silva, Valentina
Revez da Silva
e Victória G da
Costa Hernandes
Luana Aparecida
Martins de Souza,
Luana Caio F Ávila, João
A Arte nas Aparecida Ps Santos, Lara Gs
124 433
Embalagens Martins de França, Murilo G
Souza Oliveira e Nycolle
S Silva, Vitória S
Carvalho
Carla Fernanda
Mazzoni, Isadora
F J Paganim,
O Uso de Pigmentos
Laura de Diogo de Freitas,
Vegetais e Minerais
Paula Luís Henrique 125 435
para a Confecção de
Barbeiro N Souza, Maria
Tintas na Pintura
Clara N Azevedo,
Isabele T Cruz e
Kaique R Aquino

22
Elaine Cristina de
Elaine Oliveira Garcia,
Jardim e Horta Cristina Marise de Souza
130 437
Suspensos de Oliveira Moraes Borgato e
Garcia Simone Caldeira
da Silva

3.2. Ensino Médio

Título Docente Alunos ID Pág


Marcelo da
Silva Miguelão,
Rosângela Souza,
Beatriz Nunes
Chersoni, Isadora
Análise Físico- Costa Antonioli,
Marcelo da
Química dos João Pedro
Silva Mi- 50 439
Córregos de Mendes da Silva,
guelão
Fernandópolis - SP Luisa Trovatti
Custódio, Otávio
Augusto Das
Neves Zaguini e
Rafael Hernandes
Alves
Marcelo da
Silva Miguelão,
Rosângela Souza,
Anna Beatriz
Análises Biológicas
Magolo Melo,
e Microbiológicas
Marcelo da Isabella Chiqueto
e Sanitárias dos
Silva Mi- Nogueira Dreluk, 51 441
Córregos do
guelão Lauren Helena
Município de
Romanholi de
Fernandópolis - SP
Souza, Lucas da
Silva Rodrigues e
Pedro Henrique
Ribeiro Viscardi

23
Marcelo da
Interferências
Silva Miguelão,
Antrópicas
Rosângela Souza,
(Percepção Marcelo da
Wesley Borges
Ambiental) dos Silva Mi- 52 443
Galdino, Arthur
Córregos do guelão
Batelo Bastos e
Município de
João Felipe Brejão
Fernandópolis
de Carvalho
Tais Batista
Marino, Brenda
C Moura, Felipe Z
Respire o Ar da Tais Batis- Chiovetto, Heloisa
131 445
Consciência ta Marino D Bragatto,
Isabela F Zarda e
Leonardo Tonioli,
Luiza Y Alduino
Tais Batista
Marino,
Guilherme S do e
Confecção de Santo, Giovana C
Brinquedos Tais Batis- da Crus, Karolini
132 447
Sustentáveis com ta Marino de o Carvalho,
Polímeros Leticia P Cardoso,
Maria e P de
Oliveira e Rayane
L A Escudero

3.3. Ensino Infantil

Eliana Santos
do Nascimento
Sousa, Alice
Yassaka Germini,
Eliana Eduardo Camara
Na Natureza, As Santos do Gatto, Júlia
118 423
Histórias são assim... Nascimen- Moreira de Assis,
to Sousa Manuela Camara
Amaral, Pietro
Villanova V.
Caetano e Letícia
Kilter M. Fabri

24
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES
MÉTODOS DE NIVELAMENTO
NA DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE SOLO

Elaine Cristina Siqueira 1, Vagner Pereira do Nascimento 2, Luiz


Sérgio Vanzela 3

1
Fundação Educacional de Fernandópolis - FEF.

2
Universidade Federal de Uberlândia/Aluno Especial do Programa
de Pós-Graduação em Geografia - PPGeo, Avenida João Naves de
Ávila 2121, Santa Mônica, Uberlândia/MG.

3
Universidade Brasil/Professor Doutor, Programa de Pós-Gradua-
ção Stricto Sensu em Ciências Ambientais, Estrada Projetada F-1,
s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

ec.siqueira11@gmail.com 1, vapena16@gmail.com2, lsvanzela@


hotmail.com3

Resumo: O objetivo no trabalho foi avaliar o uso de diferentes


métodos de nivelamento na determinação de volume de solo. Para
isso foi locada uma malha experimental em área rural do município
de Jales – SP, onde realizou-se o nivelamento por diferentes
métodos. Para a determinação do volume de solo, considerando a
impossibilidade de realizar o método de nivelamento geométrico,
para erros abaixo de 0,1% recomenda-se o método de nivelamento
trigonométrico. Mas se o limite de erro for de até 0,5%, recomenda-
se o método de nivelamento GNSS por posicionamento relativo
cinemático RTK UHF. O uso de imagens de satélite resultou em
erros variando de 39 a 50%, assim como o método de nivelamento
GPS por posicionamento absoluto com código C/A resultou em erro
de cerca de 95%.

Palavras-chave: Geotecnologias, Altimetria, GPS/GNSS.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

25
Introdução

Durante os últimos anos, notou-se uma exigência do


mercado em relação ao aumento da produção operacional em
topografia. Os licenciamentos ambientais, a expansão de obras
civis, a modernização de parques industriais e da mineração, os
investimentos em infraestrutura, o georreferenciamento de imóveis
rurais, a automação dos cadastros urbanos e outros segmentos da
engenharia, ampliam o rol de usuários e formadores de opinião
sobre a ciência topográfica (TULER; SARAIVA, 2014).
Sendo assim, a avaliação de métodos mais modernos, que per-
mitam a execução do trabalho mais rápido e com precisão compatí-
vel ao nivelamento geométrico, devem ser avaliados a fim de buscar
novas alternativas para facilitar a execução dos levantamentos alti-
métricos e de trabalhos topográficos que dependam da determina-
ção da diferença de nível. Neste contexto, o objetivo no trabalho foi
avaliar o uso de diferentes métodos de nivelamento na determina-
ção de volume de solo.

Material e Métodos

Este trabalho foi realizado em imóvel rural localizado no


município de Jales - SP, do Estado de São Paulo, em área experimental
localizada entre as latitudes 20°17’36,59” e 20°17’41,10” Sul e
longitudes 50° 31’ 05,41” e 50°31’08,30” Oeste.
Para atingir o objetivo implantou-se uma malha experimental
quadrada de 1 hectare (100 x 100 m) de área, com materialização
dos pontos na forma de piquetes de madeira cravados rente ao
solo e coroados com limpeza da vegetação em um raio de 25 cm.
Os pontos foram materializados com espaçamento de 20 x 20 m,
totalizando uma malha de 36 pontos (Figura 1).

26
Figura 1 – Conformação da malha experimental.

Para a determinação dos erros foi realizado o contranivelamento


do ponto 01 ao 36 da malha, com os seguintes métodos:
nivelamento geométrico; nivelamento GNSS por posicionamento
relativo cinemático RTK com correção via NITRIP e tempo de
ocupação de 4 s; nivelamento GNSS por posicionamento relativo
cinemático RTK com correção via NITRIP e tempo de ocupação
de 10 segundos; nivelamento GNSS por posicionamento relativo
cinemático RTK com correção via UHF com tempo de ocupação de 4
segundos; nivelamento trigonométrico por irradiação com estação
total; nivelamento GPS por posicionamento absoluto – código
C/A; nivelamento por extração de cotas da imagem do satélite
ASTER - Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection
Radiometer (NASA, METI, 2010); e nivelamento por extração de
cotas da imagem do satélite SRTM - Shuttle Radar Topography
Mission (NASA, 2000). O contranivelamento por nivelamento
trigonométrico com estação total (ET) foi realizado com o auxílio
de uma estação total Pentax R425-VN.
Com as cotas padronizadas nos diferentes métodos, realizou-se

27
a interpolação pelo vizinho natural para a obtenção dos modelos
digitais do terreno (MDT), a partir do qual, foram gerados os
traçados das curvas de nível e determinados os volumes de solo da
área estudada. Para a determinação dos volumes de solo utilizou-
se como referência para o corte, a cota 433,00 m para todos os
métodos de nivelamento.

Resultados e Discussão

O volume de solo determinado pelo método de nivelamento


geométrico (NG) foi de 46.805 m3 (Figura 2).

80000 70395
70000 65116
60000
Volume (m3)

50000 46805 47211 46350 46707 46764


40000
30000
20000
10000 2595
0

Figura 2 - Resultado do volume de solo obtido nos diferentes métodos


de nivelamento, sendo NG - nivelamento geométrico, RTK NTRIP4
- nivelamento GNSS por posicionamento relativo cinemático RTK
com correção via NITRIP e tempo de ocupação de 4s, RTK NTRIP10 -
nivelamento GNSS por posicionamento relativo cinemático RTK com
correção via NITRIP e tempo de ocupação de 10s , RTK UHF - nivelamento
GNSS por posicionamento relativo cinemático RTK com correção via UHF
com tempo de ocupação de 4s

ET - nivelamento trigonométrico com estação total, por irradiação, PA CA


- nivelamento GPS por posicionamento absoluto – código C/A, ASTER -
nivelamento por extração de cotas da imagem do satélite ASTER e SRTM
- nivelamento por extração de cotas da imagem do satélite SRTM.

Comparado ao NG, os métodos de nivelamento que


porporcionaram variações inferiores a 0,5% foram os por ET, com

28
volume de 46.764 m3 (variação de -0,09%), e o RTK UHF, com
volume de 46.707 m3 (variação de -0,21%). Os demais nivelamentos
por RTK apresentarm variações inferiores a 1% (0,87% para RTK
NTRIP4 e -0,97% para RTK NTRIP10).
Os nivelamentos obtidos por imagens de satélite, em compração
ao NG, apresentaram variações muito grandes (39,12% para o
STRM e 50,40% para o ASTER). Mas o SRTM, mesmo com menor
resolução espacial, apresentou melhor resultado.
O pior resultado (variação de -94,46% em comparação ao NG)
foi o obtido pelo nivelamento PA CA.

Conclusão

Para a determinação do volume de solo, considerando a


impossibilidade de realizar o método de nivelamento geométrico,
para erros abaixo de 0,1% recomenda-se o método de nivelamento
trigonométrico. Mas se o limite de erro for de até 0,5%, recomenda-
se o método de nivelamento GNSS por posicionamento relativo
cinemático RTK UHF. O uso de imagens de satélite resultou em
erros variando de 39 a 50%, assim como o método de nivelamento
GPS por posicionamento absoluto com código C/A resultou em erro
de cerca de 95%.

Referências

NASA - United States National Aeronautics and Space


Administration. SRTM - Shuttle Radar Topography Mission.
Pasadena: NASA, 2000. Disponível em: http://asterweb.jpl.
nasa.gov/gdem.asp. Acesso em: 21 nov. 2016.

NASA - United States National Aeronautics and Space


Administration; METI - Ministry of Economy, Trade, and
Industry of Japan. ASTER Global Digital Elevation Map
Announcement. Pasadena: NASA, 2010. Disponível em:

29
http://asterweb.jpl.nasa.gov/gdem.asp. Acesso em: 20 nov.
2016.

TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de Topografia. Porto


alegre. Bookman, 2014. 308p

30
QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA
ÁGUA SUBTERRÂNEA DE POÇOS
TUBULARES OUTORGADOS NO
MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE – MS

Márjori Brenda Leite Marques¹, Juarez Marques Cardo-


so2, Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro3, Jefferson
Nascimento de Oliveira4

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS –


1,2,3,4

UNESP)/Departamento de Engenharia Civil, Avenida Brasil,


n. 56, Centro, Ilha Solteira/SP
3
Universidade Brasil/ Campus Fernandópolis - Est. Projetada
F-1, s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

marjori_brenda@hotmail.com¹, juarez.m.cardoso@gmail.
com2, americo.ju@gmail.com3, jno.feis@gmail.com4

Resumo: A exploração das águas subterrâneas se deve às


vantagens da sua qualidade da água, dos custos de exploração
relativamente baixos e o simplificado tratamento da água
para consumo. Objetivou-se avaliar a qualidade físico-
química da água subterrânea de poços tubulares outorgados
no município de Campo Grande –MS. Os dados da qualidade
da água foram fornecidos pelo Imasul. Foram escolhidos 15
poços com período de coleta e análises entre outubro de
2015 e fevereiro de 2017. Os parâmetros avaliados foram
pH, alcalinidade e sólidos totais dissolvidos. A qualidade
físico-química da água dos poços tubulares outorgados na
área urbana de Campo Grande – MS está em conformidade
com as legislações vigentes no Estado do Mato Grosso do
Sul, o que indica uma boa qualidade da água subterrânea da
região.

Palavras-chave: Alcalinidade. Aquífero. Contaminação.


Outorga.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

31
Introdução

A exploração das águas subterrâneas no Brasil e no mundo


assume grandes proporções, devido a inúmeras vantagens, como a
qualidade da água, custos de exploração e tratamento simplificado
para consumo (UECHI et al., 2017). No Brasil, a água de origem
subterrânea geralmente possui boa qualidade.
Quando a qualidade de água subterrânea é boa, muitas vezes,
é dispensado o seu tratamento para o consumo humano. Todavia,
contaminações de origem antrópica e natural podem ocorrer e
comprometer a qualidade desses recursos hídricos (PAULI, 2014).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade
físico-química da água subterrânea de poços tubulares outorgados
no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Material e Métodos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,


2015), a área do município de Campo Grande - MS é de 8092,951
km² com uma área urbana de 35903,53 hectares(Figura 1).
O sistema Imasul de Registros e informações Estratégicas do
Meio Ambiente (SIRIEMA) é totalmente on-line, disponível no site
do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e tem como
principal objetivo aprimorar a gestão e regulação ambiental do
Estado. Os dados para a avaliação da qualidade dos poços tubulares
outorgados na área urbana de Campo Grande – MS foram fornecidos
pelo Imasul e a sua publicação foi autorizada.

32
Figura 1. Localização da área de estudo, delimitação da área urbana de
Campo Grande – MS e dos poços outorgados.

Foram escolhidos 15 poços de forma aleatória e para manter


a integridade e não causar nenhum tipo de prejuízo às pessoas
físicas e/ou jurídicas, essas fontes de captação foram identificadas
de P1 a P15, sendo P a sigla que se refere aos poços acompanhados
com as respectivas numerações, respeitando o sigilo e garantindo
o anonimato dos proprietários dos poços. O período de coleta e
análise das amostras variam entre outubro de 2015 e fevereiro de
2017.
Os parâmetros avaliados foram pH, alcalinidade e sólidos
totais dissolvidos. As análises foram realizadas conforme o
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater
(APHA), United States Environmental Protection Agency (USEPA),
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Resultados e Discussão

De acordo com a Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011


do Ministério da Saúde, o valor do pH para águas de consumo
humano deve estar entre 6,0 e 9,5. Apenas o poço P8 apresentou
valor abaixo do recomendado (sendo este exclusivamente de

33
consumo humano), porém tal característica pode ser relativa ao
aquífero explorado (Tabela 1).

Tabela 1. Parâmetros físicos e químicos da água dos poços outorgados (P)


avaliados no município de Campo Grande - MS.

Sólidos Totais
Alcalinidade
Poços pH Dissolvidos
(mg L-1)
(mg L-1)
P1 6,52 37,20 42,00
P2 6,34 62,30 79,00
P3 7,05 68,00 142,00
P4 7,29 53,00 20,00
P5 7,63 - 69,00
P6 6,59 82,17 230,00
P7 6,49 1,95 117,00
P8 5,31 39,10 10,00
P9 7,20 <17 29,00
P10 6,9 97,75 50,00
P11 6,55 174,77 -
P12 7,75 90,00 195,00
P13 7,45 54,00 79,00
P14 6,52 63,00 119,00
P15 6,18 90,56 120,00
Média 6,78 66,48 92,92
Desvio Padrão 0,63 42,57 66,13

A média da alcalinidade dos poços avaliados foi de 66,48 mg.L-1,


sendo que o maior valor foi registrado no P11 e o menor no P7. No
P5 não foi realizada analise de alcalinidade da água. A alcalinidade
não é um parâmetro exigido pela legislação que rege exclusivamente
sobre a água destinada para consumo humano como a Portaria
2914/2011 e pela Resolução CONAMA 396/2008, que propõe o
enquadramento das águas subterrâneas no Brasil.

34
Os sólidos totais dissolvidos é um importante parâmetro, pois
está entre os parâmetros mínimos para propor o enquadramento
da água subterrânea de aquíferos. Segundo a CONAMA 396/2008,
o valor máximo estabelecido de sólidos totais dissolvidos para
água de consumo humano é de 1000 mg.L-1.Todos os poços se
enquadraram no valor permitido para o consumo humano.
Os sólidos totais podem causar modificações no sabor da água e
quando acima do valor máximo permitido pode acarretar corrosão
na rede de abastecimento (MEDEIROS FILHO, 2009).

Conclusão

A qualidade físico-química da água dos poços tubulares


outorgados na área urbana de Campo Grande – MS está em
conformidade com as legislações vigentes no Estado do Mato
Grosso do Sul, o que por sua vez indica uma boa qualidade da água
subterrânea da região.

Referências

IBGE. Informações completas do Instituto Brasileiro de


Geografia e Estatística, Mato Grosso do Sul, Campo Grande,
2015a. Disponível em:<http://cidades.ibge.gov.br/xtras/
perfil.php?la g=&codmun=500270&search=mato-grosso-
dosul|campo-grande|infograficos: informacoescompletas>.
Acesso em: 23 ago. 2018.

MEDEIROS FILHO, C. F. Noções sobre tratamento de água.


Abastecimento de água, 2009. Disponível em: http://www.
dec.ufcg.edu.br/saneamento/Agua.html. Acesso em: 20 ago.
2018.

Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro


de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de

35
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade. Disponível em: <http://bvsms.saude.
gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.
html>. Acesso em: 23 ago. 2018.

PAULI A. R. et al. Avaliação da qualidade da água subterrânea


utilizada para consumo humano na região rural do
munícipio de Toledo-PR. In: Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas, 18, Anais eletrônicos, São Paulo, 2014.

RESOLUÇÃO CONAMA, nº 396, de 3 de abril de 2008.


Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para
o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras
providências. Disponível em:<http://www.mma.gov.br/
port/conama/legiabre.cfm?codlegi=562>. Acesso em: 24
ago. 2018.

UECHI, D. A. et al. Análise de metais pesados no Sistema


Aquífero Bauru em Mato Grosso do Sul. Engenharia Sanitária
e Ambiental, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 155-16, 2017.

36
SISTEMA DE GERENCIAMENTO INTEGRADO
DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE
FERNANDÓPOLIS

Estefani Suana Sugahara1, Elise Baroni Ramos2

1,2
P.M. Fernandópolis/Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, Av. Litério Grecco, 300 – Vila São Fernando –
Fernandópolis, São Paulo

estefani.sugahara@fernandopolis.sp.gov.br1, elise_baroni@
hotmail.com2

Resumo: Diante da necessidade de se adotar um sistema


adequado de manejo dos resíduos através de políticas
públicas, este trabalho apresenta medidas adotas pelo
Município de Fernandópolis com relação ao gerenciamento
de Resíduos Sólidos da Construção Civil. Apresenta-se como
resultado principal a Lei nº 4656 aprovada em 06 de Outubro
de 2017, que disciplinou o Sistema de Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos da Construção Civil quanto
à caracterização da triagem, acondicionamento, transporte,
beneficiamento, reciclagem e destinação final adequada, no
âmbito do Município de Fernandópolis, trazendo resultados
positivos como a nota 10 nas diretivas de resíduos sólidos
que cotribuiu para o segundo lugar no ranking 2017 do
Programa Município Verde Azul, comprovando assim sua
efetividade.

Palavras-chave: Gestão. Sustentabilidade. Meio Ambiente.


Legislação ambiental.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

37
Introdução

De acordo com Silveira, Berté e Pelanda (2018) com a evolução


da sociedade, devido às quantidades geradas cada vez maiores e à
composição dos resíduos, os mesmos deixaram de ser absorvidos
pela natureza, necessitando de tratamento antes de sua disposição
no ambiente.
Paralelamente a isto, amplia-se o anseio pelo desenvolvimento
sustentável, portanto a urgência em se efetuar o gerenciamento
criterioso desses resíduos, uma vez que para cada tipo de resíduo
sólido existem metodologias específicas para sua destinação
(CETESB, 2018).
Segundo o Governo do Estado de São Paulo (2012), as atividades
construtivas se sobressaem devido ao elevado consumo de
recursos naturais e consequente apresenta geração significativa de
resíduos, que se apresenta de forma difusa, com sua maior parcela
proveniente do pequeno gerador com cerca de 70% do resíduo
derivado de reformas, pequenas obras e obras de demolição, em
muitos casos coletados pelos serviços de limpeza urbana. Os 30%
restantes são provenientes da construção formal.
Desta forma, existe a necessidade premente de se adotar um
sistema adequado de manejo dos resíduos, definindo políticas de
gestão e gerenciamento que garantam melhorias contínuas no
nível de qualidade de vida, na saúde pública e na proteção do meio
ambiente contra as fontes poluidoras (SCHALCH et al., 2002).
Visto isto, este trabalho tem como objetivo apresentar as medidas
adotas pelo Município de Fernandópolis com relação ao Sistema de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos da Construção Civil.

Material e Métodos

A primeira fase de trabalho se consistiu de uma análise da


situação e levantamento de possíveis soluções para cada tipo de
resíduo.

38
Para a execução da análise da situação foram utilizadas
ocorrências registradas em órgãos como Ouvidoria, Defesa Civil,
Fiscalização e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Efetuou-se também visitas in loco para verificar a situação real e
levantar os problemas para os tipos diversos de resíduos.
Foram realizadas várias reuniões com técnicos municipais,
representantes do legislativo, empresários e população em geral
com o objetivo de levantar todas as possíveis implicações apontadas
a partir dos diferentes pontos de vista para que a tomada de decisão
fosse compartilhada.
Foi executado também um extenso levantamento bibliográfico
de estudos de caso, pesquisas científicas e legislação ambiental
vigente.
Após a coleta das informações foram realizadas propostas piloto
com relação à criação de legislação específica para o Gerenciamento
de Resíduos e soluções ambientais para cada um deles.
Por fim, as ações constantes do Sistema de Gerenciamento foram
colocadas em prática.

Resultados e Discussão

Pode-se apresentar como resultado principal do estudo efetuado


das necessidades Municipais, a Lei nº 4656 aprovada em 06 de Outubro
de 2017 (FERNANDÓPOLIS, 2017), que dispõe sobre o Sistema de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos da Construção Civil
quanto à caracterização da triagem, acondicionamento, transporte,
beneficiamento, reciclagem e destinação final adequada, no âmbito
do Município de Fernandópolis.
O instrumento legal criado estabelece diretrizes gerais
aplicáveis aos resíduos sólidos no ambito municipal, seguindo as
orientações da lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12
de fevereiro de 1998; e dá outras providências (BRASIL, 2010).
Como demais resultados obtidos com este estudo podemos

39
elencar a criação de áreas para recebimento e triagem dos resíduos
da construção civil, o processo de licenciamento de um aterro de
inertes, a contratação de empresa especializada para efetuar a
triagem e destinação ambiental adequada dos resíduos, criação
do CTR (Controle de Transporte de Resíduos), vinculação do CTR
para aprovação de Projetos de Construção e emissão de Habite-
se, execução de atividades informativas e educativas, incentivo
ao reuso e reciclagem dos resíduos, fiscalização com aplicação de
penalidades para infrações.
Por meio destas ações, houve uma evolução positiva com relação
ao descarte de resíduos sólidos da construção civil no Município,
sendo triados e havendo uma destinação ambiental adequada
média de aproximadamente 1070m³ de resíduos da construção
civil entre julho de 2017 e junho de 2018 (Figura 1).

Figura 1 - Evolução da Triagem dos Resíduos da Construção Civil.

Podemos citar também como resultado positivo a classificação


do município de Fernandópolis em segundo lugar no Estado de
São Paulo no Ranking do Programa Município Verde Azul, que em
2017 obteve nota 10 com relação às diretivas de Resíduos Sólidos
(GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2018).

Conclusão

Os resultados deste estudo indicam que as medidas adotadas


com relação à criação de legislação específica para o Sistema de

40
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos no Município de
Fernandópolis e em relação à política de trabalho têm atingido
bons resultados, mostrando-se efetivas.
No entanto, devido ao fato de que a geração dos resíduos é
constantemente mutável, verifica-se a necessidade constante de
monitoramento e consequentemente da realização de ajustes de
parâmetros e ações com o objetivo de melhorar o Gerenciamento
do Sistema.

Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio da Prefeitura Municipal de


Fernandópolis através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Referências

Brasil. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010: Institui a


Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

Cetesb - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo.


Resíduos sólidos. Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/
residuossolidos/>. Acesso em: 23 ago. 2018.

Fernandópolis (Município). Lei Nº 4656 de 06 de Outubro de


2017: Dispõe sobre o Sistema de Gerenciamento Integrado de
Resíduos Sólidos da Construção Civil quanto à caracterização
da triagem, acondicionamento, transporte, beneficiamento,
reciclagem e destinação final adequada, no âmbito do
Município de Fernandópolis.

Governo do Estado de São Paulo. Resíduos da Construção


Civil e o Estado de São Paulo. São Paulo: Coordenadoria de
Planejamento Ambiental, 2012.

41
Governo do Estado de São Paulo. Ranking do Programa
Município VerdeAzul – PMVA. Secretaria de Estado do Meio
Ambiente. Disponível em: <http://verdeazuldigital.sp.gov.
br/site/pontuacoes/>. Acesso em: 24. ago. 2018.

SCHALCH, V. et al.; Gestão e gerenciamento de resíduos


sólidos. São Carlos, 2002.

SILVEIRA A. L., Berté R., Pelanda A. M. Gestão de resíduos


Sólidos: Cenários e paradigmas. 1. ed. Curitiba:
InterSaberes, 2018.

42
ALTERNATIVAS DE TRATAMENTO
DE ESGOTO EM UM CLUBE ESPORTIVO
NA CIDADE DE SÃO PAULO

Rodrigo Parmezano Lopes1, Roberto Andreani Junior2

1
Universidade Brasil/Mestrando em Ciências Ambientais,
Campus Itaquera

2
Universidade Brasil /Prof. Dr. do Mestrado de Ciências
Ambientais, Campus Fernandópolis

parme@bol.com.br1, robertoandreani@uol.com2

Resumo: O saneamento básico é fundamental para qualidade


de vida da população e seres vivos de qualquer região. Este
trabalho apresenta uma análise do cenário atual do efluente
gerado em um clube esportivo localizado no município
de São Paulo, analisando o seu sistema de tratamento de
esgoto atual e conhecendo-se a infraestrutura disponível
para o mesmo. Serão interpretados resultados de ensaios
realizados na instalação do clube por meio de relatórios de
análises técnicas do efluente anual. A emissão do efluente é
satisfatória atendendo a maioria dos parâmetros do Decreto
nº 8.468, de setembro de 1076 – Art. 19 A, que trata da
análise de efluentes para lançamento no sistema público de
esgotos (SABESP e/ou Outros). Foram sugeridas algumas
melhorias na operação e instalação.

Palavras-chave: águas residuárias, saneamento básico,


ecoeficiência, impacto ambiental.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

43
Introdução

A água é um bem essencial à sobrevivência de todos os seres


vivos que habitam nosso Planeta Terra. Uma nascente é um exemplo
de disponibilidade da água pela natureza a todos que nela habitam.
Depois da captação da água para o consumo dos seres
humanos e para diversos outros fins, sejam comerciais, industriais
e estabelecimentos públicos, a água recebe contribuições de
impurezas que a tornam não mais adequada para o consumo,
passando a ser denominada de esgoto.
Diversas são as comunidades geradoras de esgoto e que
eliminam os mesmos em corpos hídricos, no solo ou para uma
estação de tratamento denominada pelas siglas ETE.
Este trabalho visa contribuir para a confirmação da eficiência
do tratamento de esgoto como um dos pontos de redução de custos
de um clube esportivo na Cidade de São Paulo com diminuição do
impacto ambiental.

Material e Métodos

O local da pesquisa encontra-se em um clube esportivo localizado


no município de São Paulo, SP, Brasil. São 118 anos de história
desde a sua fundação estando entre os primeiros e melhores clubes
esportivos da região. Com uma área de 170 mil metros quadrados,
sendo 80 mil metros quadrados de área verde e aproximadamente
38 mil associados que frequentam as suas instalações.
A proposta de metodologia para início do trabalho será do tipo
exploratória, com o reconhecimento, sondagem e definição do
problema. A pesquisa será baseada em bibliografia, documentos e
evidências coletadas em campo. A técnica de coleta será um estudo
de caso, pois tem-se como objetivo aprofundar e detalhar o assunto
proposto em uma unidade específica que é um clube esportivo.
Existem diversas unidades geradoras de atividades esportivas e
sociais dentro de um clube, academias, quadras poliesportivas, salas

44
de ginástica, vestiários, restaurantes, quiosques de alimentação,
campos de futebol com grama natural, aquários de peixes, lagos
artificiais, praças, lavanderias, piscinas, áreas administrativas e
áreas de circulação com ruas e calçadas.
O suprimento de água se dá através da exploração de poço
artesiano profundo, abastecido pela concessionária responsável
pelo abastecimento de água na região e eventual aquisições de
caminhões tanques com água, denominam-se de “caminhões pipas”.
A pesquisa tem como objetivo propor melhorias na operação
e instalações existentes e estudar complementos com novas
tecnologias, visando dois aspectos principais.
O primeiro aspecto é adequar os sistemas à legislação vigentes.
Podemos citar as principais legislações como o Decreto Estadual
nº 8.468, de 08 de setembro de 1976, respectivamente o Artigo 18
– análise de efluentes para lançamento em coleções e mananciais
de água (córregos, ribeirões, rios, etc.), Artigo 19 A – análise de
efluentes para lançamento no sistema público de esgotos (SABESP
e/ou Outros), Resolução CONAMA 357 e 430, COPAM, FEEMA, etc.
O segundo é promover a reutilização destes despejos, após
o tratamento adequado, utilização para irrigação das diversas
áreas internas do clube, principalmente campos de futebol,
ruas e calçadas de circulação, reduzindo o consumo de água e
minimizando o despejo de efluente em corpos hídricos e tubulações
da concessionária responsável pelo tratamento de esgoto.
Será avaliada a conveniência técnica de unificação de todos estes
efluentes (lavanderia, vestiários, sanitários e restaurantes) ou a
necessidade de separação, visando o seu reaproveitamento e as
técnicas existentes para o adequado tratamento. O fluxo resumido
do processo é apresentado na Figura 1.

45
Figura 1- Fluxo resumido do processo

Observando a figura 1 podemos visualizar de forma mais


holística um fluxo resumido da entrada de água, consumo, dos
principais pontos de geração de águas residuárias e ao final a
reutilização para irrigação e outra parte para a fossa séptica.
Alternativas semelhantes serão ainda estudadas e comparadas
para se obter a solução que mais se adequa ao clube esportivo.
A caracterização do esgoto em uma das saídas do clube esportivo
foi elaborada e analisada por um laboratório terceirizado que gerou
um relatório contendo dados referentes, assim como o preparo da
amostra, dados referentes à coleta, ensaios realizados na instalação
do clube e ensaios realizados nas instalações do laboratório
terceirizado.
O relatório do ensaio foi realizado no ano de 2017 e em 2018
está sendo programado nova uma análise.

Resultados e Discussão

Pelos resultados obtidos observa-se que os parâmetros “Óleos

46
e Graxas Visuais e Sustâncias Solúveis em hexano” estão em
desacordo com os limites do decreto nº 8.468, mas os demais
parâmetros analisados foram atendidos de forma satisfatória.

Conclusão

Durante o período de aproximadamente onze meses desde o


início da pesquisa, os resultados obtidos se mostraram satisfatórios.
Além da solução proposta outras variáveis foram ponderadas
para as próximas etapas, como por exemplo, a construção de
uma estação compacta de tratamento de águas cinzas de um dos
edifícios do clube.
O estudo elaborado neste trabalho apresenta possibilidades de
continuidade depois da estação de tratamento concluída através de
um monitoramento para análise da sua ecoefiência.

Referências

CARVALHO N L, HENTZ P, SILVA J M, BARCELLOS A L.


Reutilização de águas residuárias - UFSM. Revista do Centro
de Ciências Naturais e Exatas. Santa Maria. página 1-8.
fevereiro de 2014.

LEME, E J A. Manual prático de tratamento de águas


residuárias. 2. Ed. São Carlos. EduFSCar, 2014.

SCOTTÁ, J. Avaliação e otimização de uma estação de


tratamento de esgoto com sistema fossa e filtro de um
município da Serra Gaúcha. Monografia de trabalho de
conclusão de curso II. Curso de Engenharia Ambiental do
Centro Universitário UNIVANTES, 2015. 83p.

47
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao
tratamento de esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: Departamento
de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal
de Minas Gerais, 2005.

48
ESTUDOS DE GRADIENTE
DE TEMPERATURA DA SUPERFÍCIE DO
SOLO EM CENTROS URBANOS POR
SENSORIAMENTO REMOTO

Rodrigo Bertolozzi 1, Luiz Sérgio Vanzela 2

1
Universidade Brasil/Mestrando em Ciências Ambientais, Estrada
Projetada s/n, Fazenda Santa Rita, Fernandópolis- SP

2
Universidade Brasil/Professor Titular da Pós-Graduação em
Ciências Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda Santa Rita,
Fernandópolis-SP

bertolozzi.rodrigo@gmail.com1, Isvanzela@yahoo.com.br2,

Resumo O objetivo neste trabalho é demonstrar o uso de


Sensoriamento Remoto no estudo de gradientes de temperatura do
solo em centros urbanos. O estudo do gradiente de temperatura do
solo com Sensoriamento Remoto foi realizado na área urbana, com
o uso de com imagem do sensor TIRS do satélite LANDSAT 8. O uso
de Sensoriamento Remoto, por meio das imagens de infravermelho
termal, foi adequado na avaliação de gradiente da temperatura
da superfície. A tecnologia permitiu indicar os locais de maior
aquecimento e seus condicionantes, se constituindo em importante
meio para planejar a ambiência urbana.

Palavras-chave: Sensoriamento remoto, Infravermelho termal,


Ilhas de calor.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

49
Introdução

O crescimento urbano nos grandes municípios está cada vez


mais acelerado e desordenado, que entre as consequências, está
a redução dos espaços verdes e de ventilação (praças, jardins
e florestas), cedendo lugar às grandes concentrações de casas,
prédios, arruamentos pavimentados, carros e pessoas.
Juntamente com o aumento destas concentrações urbanas,
dependendo da magnitude do centro urbano, ocorre o aumento
local da temperatura, devido a mudança dos materiais na superfície
terrestre e o incremento das fontes de emissão de calor. Este cenário
resulta em gradiente de temperatura da superfície, e também do
ar, do centro da cidade para a sua periferia e áreas rurais (SOUZA,
2004).
Como o balanço de radiação solar que atinge a superfície terrestre
é alterada com a modificação do uso e ocupação do solo, o estudo
do gradiente de temperatura da superfície no meio urbano pode ser
realizado por sensoriamento remoto, com o uso de sensores que
registram radiações emitidas com comprimento de onda entre 8 e
14 mm. Essas faixas do espectro eletromagnético são denominadas
de infravermelho distante ou termal (BOSCHETTI, 2008).
Desse modo, o objetivo neste trabalho é demonstrar o uso de
Sensoriamento Remoto no estudo de gradientes de temperatura do
solo em centros urbanos, com imagem do sensor TIRS do satélite
LANDSAT 8.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido no município de Fernandópolis –SP,


localizado entre as latitudes 20°05’43,02” e 20°30’09,36” Sul e
longitudes 50°07’41,64” e 50°24’45,16” Oeste.
O estudo do gradiente de temperatura do solo com Sensoriamento
Remoto foi realizado na área urbana, com o uso de com imagem do
sensor TIRS do satélite LANDSAT 8, banda 11 (11.50 - 12.51 mm),

50
resolução espacial de 100 m e data de passagem de 05/08/2013 ás
13:24. As condições climáticas no dia foram temperaturas mpedias,
máximas e mínimas de 27,5°C, 35,1°C e 19,9°C, respectivamente,
e não houve precipitação. A conversão de irradiância para
temperatura da superfície foi realizada utilizando a equação 1
(USGS, 2016).

, em que: (Equação 1)

T - temperatura da superfície (°K);


K1 e K2 – constantes de conversão da banda termal específica 11;
Lλ - irradiância espectral aparente da banda 11 (equação 2).
, em que:
ML – fator de re-escala da banda específica 11;
AL – fator aditivo de re-escala da banda específica 11;
Qcal – produto padrão calibrado e quantizado do valor do pixel

Após processadas, os pixels das imagens foram convertidos de


Kelvin para Celsius, utilizando expressão TC = TK – 273, em que TC
é a temperatura em graus Celsius e TK é a temperatura em graus
Kelvin. Para isto utilizou-se a ferramenta de álgebra de mapas no
ArcGIS 10 versão educacional.
Em seguida foram avaliados dois perfis de temperatura,
traçados nas direções Norte-Sul e Oeste-Leste, com início e fim nas
extremidades de uma circunferência de diâmetro de 7750m (área
de estudo), onde o centro localiza-se exatamente na praça central
da matriz de Fernandópolis (Figura 1).

51
Norte
Oeste

Leste
Sul

Figura 1. Perfis temperatura avaliados.

A partir destes perfis foi elaborado um gráfico da variação da


temperatura da superfície em função da distância acumulada de
uma extremidade a outra. Os gráficos foram confeccionados com o
auxílio do Microsoft Excel.

Resultados e Discussão

Dentro da área de estudo, a temperatura média da superfície foi


de 30,1°C, sendo a mínima e máxima registradas de 25,7 e 34,0°C,
respectivamente (Figuras 2 e 3).

52
e f
a

g b h
25,5
Temperat
c

Figura 2. Distribuição espacial da temperatura da superfície na área de


estudo, sendo “a”, “c”, “f”, “h” (zonas ripárias), “b”, “g” (áreas centrais da
cidade), “d” e “e” (solo exposto em cultivos de cana).

32 c
a
31
Ts (°C)

30
29
28 b d
27
3 3
f
3 2
h
Ts (°C)

3 1

3 0

2 9
e
2 8
g
27

Figura 3. Variação da temperatura da superfície ao longo dos perfis Norte-


Sul (acima) e Oeste-Leste (abaixo), sendo “a”, “c”, “f”, “h” (zonas ripárias),
“b”, “g” (áreas centrais da cidade), “d”, “e” (solo exposto em cultivos de
cana) e a hachura cinza (o intervalo da área urbanizada)

Observou-se que nos dois perfis avaliados ao longo da área


urbana as temperaturas da superfície foram mais altas, com picos
mais altos próximo do centro da cidade (indicadas por “b“ e “g“
nas Figuras 2 e 3). E mesmo na região urbanizada, a presença
de zonas ripárias (indicadas por “a”, “c”, “f”, “h” das Figuras 2 e
3), as temperaturas da superfície caem de 3 a 4°C em relação as
demais áreas, demonstrando a importância desses ecossistemas

53
na ambiência urbana. Outra observação relevante é que as áreas
de cana colhida, mesmo localizadas fora da região urbanizada,
proporcionaram temperaturas similares ou até mais altas do que
as do centro da cidade.

Conclusão

O uso de Sensoriamento Remoto, por meio das imagens de


infravermelho termal, foi adequado na avaliação de gradiente da
temperatura da superfície. A tecnologia permitiu indicar os locais
de maior aquecimento e seus condicionantes, se constituindo em
importante meio para planejar a ambiência urbana.

Referências

BOSCHETTI, C. Espectro. São José dos Campos: INPE, 2008.


Disponível em: http://www.las.inpe.br/~cesar/Infrared/
espectro.htm. Acesso em: 09 ago 2018.

SOUZA, L. C. L. Ilhas de calor. Jornal Unesp, São Paulo, v.18,


n.186, p.11, 2004.

USGS – United Stattes Geological Survey. Landsat 8 Data


Users Handbook. South Dakota: USGS, 2016. 106p.

54
APORTE DE SEDIMENTOS EM BACIA
HIDROGRÁFICA AGRÍCOLA
NO MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS -SP

Elaine Cristina Siqueira1, Luiz Sérgio Vanzela 2

1
Fundação Educacional de Fernandópolis - FEF/ Av. Teotônio
Vilela, s/n, Campus Universitário, Fernandópolis - SP

2
Universidade Brasil/ Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Professor Titular. Est. Projetada F1, S/N –
Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis – SP

ec.siqueira11@gmail.com1, lsvanzela@gmail.com2

Resumo: O objetivo neste trabalho foi simular o aporte de


sedimentos em bacia hidrográfica agrícola no município de
Fernandópolis – SP, utilizando a equação Universal de Perda
de Solo modificada (EUPSm) para bacias hidrográficas.
Para isto aplicou-se a equação Universal de Perda de Solo
modificada (EUPSm) para bacias hidrográficas, com o auxílio
de geoprocessamento. Os resultados demonstraram que no
período de outubro de 2012 a setembro de 2013, a bacia
hidrográfica teve aporte de sedimento médio correspondente
a 3,635 t ha-1 ano-1, sendo a cana-de-açúcar responsável por
92,12% do aporte total de sedimentos na bacia.

Palavras-chave: declividade; poluição difusa; recursos


hídricos; uso e ocupação do solo.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

55
Introdução

As ocupações agrícolas das bacias hidrográficas nas últimas


décadas têm provocado inúmeros problemas relacionados com a
degradação das matas ciliares e a precária conservação do solo,
com consequências sobre a redução da disponibilidade e qualidade
hídrica (TUNDISI; TUNDISI, 2010).
Assim, o manejo racional das bacias hidrográficas deve permitir
minimizar o transporte difuso de sedimentos, pois, além de serem
constituídos de minerais e matéria orgânica, podem possuir
nutrientes e defensivos, os quais degradam a qualidade hídrica e de
seu entorno (MILLER et al., 2013).
Sendo assim, o objetivo neste trabalho foi simular o aporte
de sedimentos em bacia hidrográfica agrícola no município de
Fernandópolis – SP, utilizando a equação Universal de Perda de Solo
modificada (EUPSm) para bacias hidrográficas.

Material e Métodos

Este trabalho foi conduzido em uma bacia agrícola localizada no


município de Fernandópolis, São Paulo, com área total de 1,309 km2
e afluente do Ribeirão Santa Rita, localizada entre as coordenadas
20º17’30” e 20º18’15” sul e 50º15’58” e 50º16’51” de longitude
oeste.
A metodologia empregada para a simulação do aporte de
sedimentos foi a EUPSm, com o uso de geoprocessamento. O
material base para a obtenção de todos os coeficientes e variáveis
de entrada do modelo foram os dados climáticos do município de
Fernandópolis (CIIAGRO, 2014), o software PLÚVIO 2.1 (SILVA
et al., 1999), o mapa de solos (OLIVEIRA et al., 1999), o mapa
de declividades, o mapa da bacia hidrográfica e o mapa de uso e
ocupação do solo.
Os cálculos dos aportes de sedimentos foram realizados
individualmente para as unidades hidrológicas (uh) com área

56
equivalente aos pixels de resolução geométrica de 2,5 m, ou seja,
com área de 6,25 m2. Essas uh são constituídas da combinação de
tipo, declividade, uso e ocupação do solo.
Ao todo foram simulados os aportes de sedimentos do período
de 27 de outubro de 2012 a 30 de setembro de 2013 em intervalos
aproximados de 30 dias.

Resultados e Discussão

O aporte de sedimentos total da bacia hidrográfica no ano


estudado foi de 433,87 t, o que correspondeu a 3,635 t ha-1 ano-1
(Figura 1), sendo considerado um valor dentro de moderado risco
de erosão, entre 2 e 5 t ha-1 ano-1.
O período mais crítico no aporte de sedimentos para o ano
avaliado foi entre dezembro e março, com valores oscilando entre
47,15 e 104,81 t (4,664 a 11,083 t ha-1 ano-1). O aporte total nesse
período correspondeu a 65,1% do total do ano avaliado para
a bacia, fato que pode ser explicado pela maior concentração do
escoamento superficial, que nesse mesmo período correspondeu
a 76,0% de um total de 420,1 mm no mesmo ano. O período de
menor aporte de sedimentos de sedimentos foi de 1º de julho de
2013 a 26 de agosto de 2013, quando os aportes se mantiveram
abaixo de 1 t.ha-1.ano-1, ou seja, com muito baixo risco de erosão.

57
120 250
P
100 Y
Q 200

80

P ou Q (mm)
150
Y (t)

60
100
40

50
20

0 0

Figura 1 - Variação temporal do aporte de sedimentos (Y), da precipitação


(P) e do escoamento superficial (Q) ao longo do período avaliado.

A ocupação que proporcionou maior aporte de sedimentos foi


o cultivo de cana-de-açúcar, que contribuiu com 92,12% do aporte
total de sedimentos na bacia. Dos 62,8 ha de cana-de-açúcar que
ocupam a bacia, 36,7% resultaram em aportes de sedimentos
superiores a 5 t.ha-1.ano-1 produzindo uma média de 6,343 t.ha-1.
ano-1 (Figura 2).

7 6.343
6
Y (t ha-1 ano-1)

5
4
2.920
3
2 1.384
1 0.586 0.242
0.008 0.132
0

Figura 2 – Aporte de sedimentos por uso e ocupação do solo na bacia.

De acordo com esses resultados, os aportes de sedimentos

58
originados das áreas agricultadas na bacia afluente do Ribeirão
Santa Rita estão bem acima das perdas de solo proporcionadas
pelas matas nativas. Estas foram de 0,132 t ha-1 ano-1, que estão
de acordo com os resultados obtidos por Martins et al. (2003), em
diferentes tipos de solo, que obtiveram valores variando de 0,06 a
0,13 t ha-1 ano-1.

Conclusão

De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que, no


intervalo de tempo analisado, a bacia hidrográfica proporcionou
433,87 t de aporte total de sedimentos, resultando em uma
perda média de solo de 3,635 t.ha-1.ano-1, sendo de moderado
risco de erosão. O período de maior aporte de sedimentos foi de
30 de dezembro de 2012 a 31 de março de 2013, quando foram
produzidos 65,1% do total de sedimentos do período avaliado.
No período mais crítico de aporte de sedimentos, em fevereiro
de 2013, 15% da área total da bacia apresentaram aportes de
sedimentos variando de 2 a 15 t.ha-1.ano-1, sendo que 1,5% da bacia
exibiu aportes variando de alto a muito alto risco de erosão (acima
de 5 t.ha-1.ano-1).
A área mais crítica é a região sudeste da bacia, onde o solo é
ocupado por cana-de-açúcar em declividades variando de 20 a
50%. A cultura da cana-de-açúcar foi a que mais contribuiu com
os aportes de sedimentos, sendo responsável por 92,1% do total e
média de 6,343 t.ha-1.ano-1.

Referências

CENTRO INTEGRADO DE INFORMAÇÕES


AGROMETEOROLÓGICAS (CIIAGRO). Dados climáticos da
estação agrometeorológica de Fernandópolis-SP. Campinas:
IAC/CIIAGRO. Disponível em: <http://www.ciiagro.sp.gov.
br/ciiagroonline>. Acesso em: 15 nov. 2014.

59
MARTINS, S.G.; SILVA, M.L.N.; CURI, N.; FERREIRA, M.M.;
FONSECA, S.; MARQUES, J.J.G.S.M. (2003) Perdas de solo e
água por erosão hídrica em sistemas florestais na região de
Aracruz (ES). Revista Brasileira Ciências do Solo, Viçosa, v. 27,
n. 3, p. 395-403.

MILLER, J.R.; MACKIN, G.; LECHLER, P.; LORD, M.; LORENTZ,


S. (2013) Influence of basin connectivity on sediment source,
transport, and
storage within the Mkabela Basin, South Africa. Hydrology
and Earth System Sciences, Munique, v. 17, n. 2, p. 761-781.

OLIVEIRA, J.B.; CAMARGO, M.N.; ROSSI, M.; CALDERANO


FILHO, B. (1999) Mapa pedológico do Estado de São Paulo:
legenda expandida. Campinas: Instituto Agronômico/
EMBRAPA Solos. 64 p.

SILVA, D.D.; VALVERDE, A.D.L.; PRUSKI, F.F.; GONÇALVES,


R.A.B. (1999) Estimativa e espacialização dos parâmetros da
equação de intensidade-duração-frequência da precipitação
para o Estado de São Paulo. Engenharia na Agricultura,
Viçosa, v. 7, n. 2, p. 70-87.

TUNDISI, J.D.; TUNDISI, T.M. (2010) Impactos potenciais das


alterações do Código Florestal nos Recursos Hídricos. Biota
Neotropica, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 67-76.

60
ENERGIA FOTOVOLTAICA: A CONFECÇÃO DE
UM SISTEMA DE ILUMINAÇÃO SUSTENTÁVEL
COMO PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Alexsander Saves dos Santos1, Gisele Herbst Vazquez2

1
Universidade Brasil/Mestrando em Ciências Ambientais,
Estrada Projetada F-1, s/n – Fazenda Santa Rita –
Fernandópolis-SP

2
Universidade Brasil/Docente Titular do curso de Pós-
Graduação em Ciências Ambientais, Estrada Projetada F-1,
s/n – Fazenda Santa Rita – Fernandópolis-SP

saves.santos@gmail.com1, gisele.vazquez@
universidadebrasil.edu.br2

Resumo: Os estudos de um modelo baseado no


desenvolvimento sustentável a longo prazo têm incentivado
à busca por fontes alternativas de energia limpa e renovável,
atendendo assim as necessidades energéticas e reduzindo
os impactos ambientais. Nesse sentido, e pensando sobre
a importância das energias renováveis, especialmente a
energia solar fotovoltaica, o presente trabalho objetivou
construir um sistema de iluminação sustentável para melhor
entendimento da tecnologia da energia solar fotovoltaica e
conscientizar as pessoas sobre a importância do uso das
energias renováveis como proposta de educação ambiental
e melhoria de todo o meio ambiente.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Educação Ambiental,


Energia Fotovoltaica.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

61
Introdução

A participação das fontes não renováveis de energia, compostas


pelos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) e pela
energia nuclear, é de aproximadamente 80% na matriz de energia
elétrica mundial, restando 20% para as fontes renováveis (BEN,
2013). A tendência mundial é a busca por novas fontes de energia
que possam atender ao acelerado crescimento da demanda, de
forma não poluente e sustentável. No Brasil, há todas as fontes
energéticas, sejam as que já estão consolidadas como as que
despontam no cenário a médio e longo prazo (ABINEE, 2012, p. 7).
Os recursos energéticos renováveis, que são aqueles de origem
natural, oferecem inúmeras vantagens para um mundo carente de
energia, como a diminuição na emissão de carbono na atmosfera, a
redução dos impactos ambientais, a melhoria no custo-benefício, a
valorização da sustentabilidade, dentre muitos outros.
A preocupação com os constantes problemas ambientais
causados pela utilização de energias não renováveis, aliados
ao esgotamento dessas fontes, têm despertado o interesse pela
utilização de fontes alternativas. Grande parte da energia que
utilizamos no dia a dia é proveniente de recursos finitos, isto é,
que não se renovam e têm um limite de disponibilidade. O Sol é
a fonte de energia responsável pela origem da maioria das fontes
de energia renováveis e, mesmo as que não utilizam diretamente
a radiação solar, tem sua origem nesta estrela (LAMARCA, 2012).
A energia solar pode ser convertida em eletricidade através
do efeito fotoelétrico (também chamada conversão fotovoltaica).
Consiste na transformação direta da energia radiante em
eletricidade, sem a produção, no processo, de nenhuma forma
intermediária de energia. Com a principal vantagem de ser natural,
ecológica, gratuita, inesgotável e não agredir o meio ambiente
(IMHOFF, 2007).
Diante do exposto, o que motivou a realização desse trabalho
é a proposta de um modelo de educação ambiental baseado

62
no desenvolvimento sustentável, utilizando a energia solar
fotovoltaica como alternativa para a geração de energia capaz de
suprir, com inúmeras vantagens, as fontes tradicionais associadas
a impactos ambientais, principalmente em áreas de difícil acesso
e/ou pequenas cidades, por meio da construção de um sistema de
iluminação.

Material e Métodos

O presente trabalho foi realizado na Universidade Brasil situada


no campus da cidade de Fernandópolis/SP no período de janeiro a
agosto de 2018.
A princípio foi realizado uma revisão bibliográfica sobre o
conceito de energia, esclarecendo suas principais divisões, passando
pela caracterização da tecnologia da energia solar fotovoltaica e
aplicações e tendências no contexto mundial e do Brasil.
Após a revisão bibliográfica, foi realizada a construção do
sistema de iluminação (poste) sustentável, com o reaproveitamento
de materiais recicláveis, conforme descrição na Tabela 1.
Na sequência, foi desenvolvido com os discentes da Universidade
Brasil uma palestra com o tema “A importância da energia
solar fotovoltaica na geração de energia elétrica”, mostrando as
características, aplicações e destacando o papel fundamental das
energias renováveis no planeta.

Tabela 1- Materiais utilizados e valor monetário.


Material Qtde Valor (R$)
Placa solar 1 un 125,00
Bateria estacionária 1 un 228,00
Controlador de carga 1 un 81,00
Fio condutor 1,5 mm 10 m 20,00
Lâmpada 12V 1 un 10,00
Serviço de instalação 1 un 70,00

63
Garrafa pet 2 L 10 un 0,00
Disco de grade 1 un 0,00
Pneu de moto 1 un 0,00
Parafusos 4 un 0,00
Total 534,00

Fonte: Os autores.

Logo após a palestra, foi apresentado aos discentes o poste de


iluminação sustentável, mostrando o procedimento de construção,
princípio de funcionamento, eficiência energética e taxa de retorno.

Resultados e Discussão

Para a realização do sistema de iluminação sustentável (Figura


1) foram gastos 3 dias de trabalho. A maior dificuldade foi na
fixação do tubo no disco e do suporte da placa, onde foi necessário
a soldagem das partes.

Figura 1 - Poste de iluminação.


Fonte: Os autores.

Foram utilizadas 10 garrafas pets de 2 litros, cortadas nas


duas extremidades e encaixadas uma sobre a outra. O pneu de
motocicleta usado foi revestido no disco com o objetivo de garantir
a estabilidade do sistema.

64
O sistema funcionou tanto de forma manual, quando foi acionado
por contato, e automático, por meio do sensor de luz.
A placa solar possui área de 0,18 m², com potência elétrica de
20 W e corrente elétrica máxima de 1,14 A. A eficiência energética
que é quantos % (por cento) de energia da luz do Sol a placa solar
converte em energia elétrica por m², foi de 11,1%, produzindo
aproximadamente 2,50 kWh/mês.
A bateria de 40 ampères levou cerca de 11,4 horas para o
carregamento total e apresentou uma autonomia de 40 horas (3,3
dias), mantendo ligada uma lâmpada de 10W.
Considerando o cenário atual (2018) do valor de R$ 0,86/kWh, o
sistema de iluminação permitiu uma economia de R$ 6,54 mensais.

Conclusão

No desenvolvimento deste trabalho, notou-se a aquisição de


um melhor entendimento sobre a tecnologia da energia solar
fotovoltaica e uma maior conscientização dos jovens sobre a
importância do uso das energias renováveis como proposta de
educação ambiental e melhoria de todo o meio ambiente.
Nota-se que a construção do sistema de iluminação sustentável
com o reaproveitamento de materiais recicláveis foi concluído com
êxito.
Destaca-se ainda, a viabilidade do projeto no sentido da
economia, da redução de impactos ambientais e da geração de
energia limpa.

Referências

ABINEE. Grupo Setorial de Sistemas Fotovoltaicos da


Proposta para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na
Matriz Elétrica Brasileira. ed. PSR. São Paulo: 2012. 176 p.

65
BEN - Balanço Energético Nacional, 2013: Ano base 2012.
Empresa de Pesquisa Energética. – Rio de Janeiro: EPE, 2013.
288 p.

IMHOFF, J. Desenvolvimento de Conversores Estáticos para


Sistemas Fotovoltaicos Autônomos. Dissertação de Mestrado
apresentada à Escola de Engenharia Elétrica da Universidade
Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2007. 146 p.

LAMARCA, M.R. Políticas públicas globais de incentivo ao


uso da energia solar para geração de eletricidade. 2012. Tese
(Doutorado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, PUC-SP, São Paulo, 2012. 360 p.

66
MOBILIDADE URBANA - OS DESAFIOS DE
TORNAR ACESSÍVEL CIDADES CONSOLIDADAS

Renilson Dias de Souza1, Prof. Dr. Evandro Roberto


Tagliaferro2

1
Universidade Brasil/Discente da Pós-graduação em
Ciências Ambientais, São Paulo - SP

2
Universidade Brasil/Docente da Pós-graduação em Ciências
Ambientais, Fernandópolis - SP

renilsondias61@gmail.com1, evandro.tagliaferro@
universidadebrasil.edu.br2

Resumo: Este artigo trata dos desafios de tornar acessível


cidades consolidadas, pois o crescimento populacional das
áreas urbanas, decorrente da evasão da população rural,
proporciona déficit de habitação, de serviço de assistência
à saúde, educação, trabalho e transporte. A necessidade
imediata em dar condições de deslocamento a população
conduz ao urbanismo rodoviárista que favorece o transporte
passivo e se opõe ao urbanismo planejado e integrado que,
de forma equalizada, proporciona as diversas formas de
mobilidade a população.

Palavras-chave: mobilidade urbana, urbanismo,


acessibilidade, caminhar, cidade

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Po-


líticas Públicas e Saúde

67
Introdução

Os desafios de tornar acessível uma cidade consolidada em


função da acelerada migração da população rural para a áreas
urbanas tem tornado estas áreas saturadas em suas infraestruturas,
principalmente na questão da mobilidade.
O que temos observado é que os poucos investimentos estão
sendo conduzido cada vez mais no transporte passivo e cada vez
menos para o transporte ativo.
A formação física das cidades e sua geografia tem sido
fatores preponderantes para a sua adequação a acessibilidade
e funcionalidade, pois além de todo o trabalho de remodelagem
física ainda existe a necessidade da conscientização da população
e concretização do seu uso adequado.

Material e Métodos

Para a elaboração do presente artigo foi adotado uma metodologia


de pesquisa qualitativa e exploratória com abordagem indireta,
na qual foram utilizados objetos bibliográficos, livros, artigos,
teses, legislações e publicações especializadas. A pesquisa teve a
proposição de identificar os aspectos das cidades consolidadas e a
necessidade de suas adequações à mobilidade acessível, necessária
à sua inserção ao plano nacional de mobilidade.

Resultados e Discussão

Segundo a Organização das Nações Unidas (2016), o fato que


tem despertado muita preocupação das autoridades mundiais é a
grande evasão populacional das áreas rurais e consequentemente a
superpopulação dos centros urbanos.
Atualmente, cerca de 3 milhões de pessoas por semana migram
para cidades, principalmente em países em desenvolvimento. O
contingente de pessoas morando em zonas urbanas (3,4 bilhões

68
de pessoas em 2009) já representa mais de 51% da população
mundial (ONUBR, 2016). Estima-se que em 2050 a população
urbana chegará a 6,2 bilhões de pessoas.
Este crescimento acelerado gera diversos problemas como: o
déficit de habitação, de serviço de assistência à saúde, educação,
trabalho e transporte.
Para atender esta demanda as cidades vão se expandindo, se
alastrando, sem um mínimo planejamento urbano. O alastramento
urbano não só mata a vitalidade social e econômica dos bairros
como também produz cidades-fantasma, onde a mobilidade dos
residentes urbanos é limitada, dada a distância do centro urbano
(RODRIGUES, 2017).
Esta expansão territorial torna as distâncias a serem percorridas
ainda maiores, favorecendo um urbanismo rodoviárista e exigindo
que o governo invista em programas de mobilidade urbana voltado
ao transporte passivo (veículos motorizados).
O novo modelo de urbanismo deve ser implementado de forma
integrada, procurando equalizar as diversas formas de mobilidade
para que a grande massa populacional tenha condições dignas
de acesso e possam escolher, diante das diversas opções, a qual
considera mais viável ao seu deslocamento pela cidade.
O planeamento integrado é o processo estratégico que permite
às cidades moldar uma visão partilhada do seu desenvolvimento,
um quadro englobante de uma multiplicidade de ações e iniciativas
que se reforçarão umas às outras. (RODRIGUES, 2017)
Há quem considere que a questão do planejamento urbano
seja algo caro e dispendioso. No entanto a eficiência na elaboração
do desenho urbano agrega valores imensuráveis aos imóveis e
aumenta o nível de investimento na região.
As cidades que se desenvolvem orientadas para o transporte
sustentável melhoram a acessibilidade e mobilidade, fornecendo
um maior acesso a empregos, com menores custos de transporte e
habitação. (RODRIGUES, 2017)
A elaboração do desenho urbano deve contemplar os contextos

69
econômicos, geográficos, sociais e políticos da região a ser
implantada.
Espaço adequado e uma rede eficiente de ruas. Uma rede de
ruas que não sirva apenas para veículos de transporte público e
privados, mas também vise especificamente atrair pedestres e
ciclistas. (RODRIGUES, 2017)
A cidade deve ser pensada de forma que permita o deslocamento
das pessoas com fluidez, através de transportes ativos e passivos,
com segurança e ocupação de uso misto, para que haja vida ativa
durante todo o tempo.
Um espaço público suficiente e de alta qualidade pode ainda
melhorar significativamente a habitabilidade de uma cidade,
fazendo emergir potenciais compradores dispostos a pagar mais
por terreno urbano. (RODRIGUES, 2017).
Existem diversos instrumentos de gestão pública que garantem
a implantação de mobilidade urbana dos grandes centros. A
Constituição Federal atribui a Política Nacional de Mobilidade
Urbana (Lei no. 12.587/2012) a incumbência de viabilizar a
implantação da mobilidade nas diversas cidades.
No entanto o simples atendimento a este instrumento não garante
uma cidade acessível, pois cada qual tem a sua especificidade, cujo
desenvolvimento ocorreu de forma distinta.
Para que possamos garantir a acessibilidade é necessário que
haja a percepção de que o desenho da cidade deve incorporar o
desenho universal adequando as condições geográficas e a sua
população.
As diversas cidades surgiram em épocas em que o grande
movimento viário se limitava aos veículos de tração animal ou até
mesmo uma pequena quantidade de veículos automotores, os quais
apresentavam baixo risco de acidente a população. No entanto o
desenvolvimento do país pautou-se na expansão dos veículos
automotores, promovendo maiores riscos a população que utiliza
do transporte passivo (caminhar e andar de bicicleta).
Adequar uma cidade consolidada as necessidades atuais da

70
população, tornando-a acessível, não é uma tarefa fácil, pois os
diversos elementos que compõem a paisagem urbana, os passeios
estreitos aliados aos desníveis, são barreiras constantes a serem
ultrapassadas.
Temos a oportunidade de transformar o nosso mundo urbano
numa paisagem passível de imaginabilidade visível, coerente e clara.
Isso vai exigir uma nova atitude de parte do morador das cidades e
uma reformulação do meio em que ele vive. (LYNCH, 1999)
A qualidade de vida nas cidades depende do comprometimento
dos diversos setores responsáveis por sua implantação e assim
assegurar as melhores condições de mobilidade e acessibilidade a
população seja qual for a sua condição de deslocamento

Conclusão

Repensar a cidade é um grande desafio, que envolve diversos


setores da sociedade. É necessário que o seu espaço seja adequado
a sua população e as suas necessidades, de forma coerente, e com
bom senso, permitindo, assim, a sua escolha entre o caminhar, o
andar de bicicleta, sempre de forma segura.

Referências

BLANCO, L. ‘Andar nos ensina a desobedecer’ diz filósofo


francês. El Mundo, traduzido, 19 set. 2015. Disponível em:
< http://saopaulosao.com.br/nossos-caminhos/670-andar-
nos-ensina-a-desobedecer-diz-filosofo-frances.html>.
Acesso em 24 jan. 2018.

LEDA, L. Mobilidade Urbana – É hora de cuidar do transporte


a pé. Mobilize, 07 set. 2015. Disponível em: < http://
saopaulosao.com.br/nossos-caminhos/610-mobilidade-
urbana-e-hora-de-cuidar-do-transporte-a-pe.html>. Acesso
em 24 jan. 2018.

71
LYNCH, K A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes,
1999. 227p.

ONUBR. Três milhões de pessoas por semana migram


para centros urbanos, destaca agência da ONU. Disponível
em<(https://nacoesunidas.org/tres-milhoes-de-pessoas-
por-semana-migram-para-centros-urbanos-destaca-
agencia-da-onu/>. Acesso dia 20 jan. 2018.

PAESE, S. Caminhando, O caminhar e a cidade: Dissertação


(Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura,
2006.

RODRIGUES, F.M. et al. Por uma estratégia de cidade


sustentável, Expansão Urbana Planejada, Quadro Legal
e Financiamento Autárquico. 1829.ed. Porto, 2017.
Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/
uploads/2017/11/cidade-sustentavel.pdf>. Acesso em 28
jan. 2018.

VASCONCELOS, E. A. Políticas de Transportes no Brasil: A


construção da mobilidade excludente. Barueri: Manole, 2014.
289p.

72
IMPLANTAÇÃO DE SEGURANÇA DO
TRABALHO EM AMBIENTE ESCOLAR

Wagner Aparecido Pereira1; Roberto Andreani Junior2

1
Universidade Brasil/ Mestrando em Ciências Ambientais,
Rua Carolina da Fonseca 584 – Itaquera - São Paulo - SP

2
Universidade Brasil/Professor Titular, Mestrado em
Ciências Ambientais, Rua Carolina da Fonseca 584 – Itaquera
- São Paulo - SP

arqtowagner@gmail.com1; robertoandreani@uol.com.br2

Resumo: Sabendo-se da importância de um Projeto de


Segurança do Trabalho pensou-se em conscientizar toda a
comunidade escolar para a existência do mesmo. Pretende-se
apresentar sugestões que devem ser postas em prática, para
que, quando confrontados com situações de emergência,
todos os elementos da comunidade escolar possam ser
atores e não menos espectadores, tornando assim a escola
mais segura. No ambiente escolar verifica-se diversos riscos
de acidentes e doenças ocupacionais. Concluiu-se que é
necessário um Projeto de Segurança do Trabalho visando
orientação aos docentes, discentes e funcionários para que
haja Segurança, Saúde e Higiene no Ambiente Escolar.

Palavras-chave: Plano de Abandono, Mapa de Risco, CIPAE,


Prevenção.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde.

73
Introdução

O presente Projeto visa estabelecer e descrever orientações


e procedimentos a serem seguidos pelos funcionários, alunos e
professores de uma Escola Técnica Estadual (não sendo autorizado
à divulgação do Nome), quando há ocorrências de princípios de
incêndios, colapso da estrutura, sinistros e ameaças externas.
Um Projeto de Segurança do Trabalho deve ser elaborado tendo
em vista a segurança de toda a Comunidade Escolar, e dar respostas
em situações de catástrofe ou de qualquer outro acidente. Contudo,
o conceito de segurança deverá ser mais amplo incluindo tudo o
que ocorre na atividade diária do pessoal docente, pessoal não
docente e dos alunos, que poderá por em causa a sua integridade
física e psíquica.
A segurança no Ambiente Escolar passa, no dia a dia, no essencial,
pela qualidade dos espaços e dos equipamentos, e exigência pelo
respeito das normas de utilização dos mesmos, além dos fatores de
ordem natural e nos fatores relacionais que devemos aprofundar
a nossa intervenção. Além da prevenção para fenômenos de
origem natural é necessário elaborar com toda a Comunidade
Escolar, normas comportamentais de utilização dos espaços e
equipamentos, bem como treinamentos, palestras e orientações.
A prevenção quer ao nível da segurança, quer das situações
geradoras das indisciplinas, inseridas no planejamento e na
organização das aulas, é sempre um fator que vai potenciar a
aprendizagem dos alunos e o exercício consciente da sua cidadania.

Material e Métodos

Este estudo tem o caráter qualitativo e quantitativo para


abordagem da real problemática existente nas escolas. Segue
abaixo as metodologias utilizadas:

• Através de levantamento fotográfico, pesquisa de campo

74
e análise “in-loco”, identificar os riscos de acidentes e as
possíveis doenças ocupacionais. Logo após esta identificação
analisar e propor a Direção da Escola as propostas de
melhorias.

• Executar palestras orientando aos discentes, docentes e


funcionários sobre DST/AIDS, Álcool e Drogas.

• Implantar o Programa 5S.

• Fazer o processo de eleição da CIPAE, para que deem


continuidade ao Projeto de Segurança do Trabalho.

O Complexo Escolar é composto de 3 Pavilhões (térreo, 1º andar,


2º andar). Constituem anexos importantes, geradores de riscos,
perto da guarita, da cabine de força elétrica geral da escola. A
estrutura, em qualquer dos casos, é de concreto armado com partes
e acessórios de metal. As portas interiores são todas em madeira.
As portas exteriores basculantes laterais de alumínio e as janelas
são em alumínio, com pé direito de 3,20 metros, o piso de todas as
salas de aula é em concreto, com cerâmica.

Resultados e Discussão

O Projeto de Segurança do Trabalho é de suma importância para


a área da educação, pois prepara os discentes para o mercado de
Trabalho de maneira consciente sobre a importância da Saúde,
Segurança e Higiene em qualquer ambiente. Concluímos após as
avaliações dos riscos, e vinculados as Normas Regulamentadoras que:

Instalações elétricas: Toda a fiação exposta e as instalações


devem ser consertadas e instaladas de acordo com as Normas, e
deve-se atentar-se as recomendações da NR10 – Segurança em
instalações e serviços em eletricidade.

75
Patologias nas Edificações: Rachaduras, trincas, pisos
quebrados, pintura em más condições devem ser reparadas,
deverá ocorrer reformas e o ambiente deverá estar de acordo
com as NR8 – Edificações.

Laboratórios: Proporcionar aos laboratórios ventilação e


iluminação adequada, respeitando a NR 15 – Insalubridade.

Oficinas: Remanejar olay-out, fazer as marcações de segurança


e sinalizações, desobstruir a saída de emergência, utilização dos
EPI’s e EPC,s e atenta-se a NR 17 – Ergonomia.

Extintores e Equipamentos de Segurança: Fazer as instalações


dos extintores de incêndio de maneira correta, verificar o
prazo de validade e locar os extintores de acordo com a sua
classificação. Respeitar a NR 23 – Proteção contra incêndios.

Salas de Aula, Biblioteca, Refeitório, Área Administrativa:


Implantar o Programa 5 S, onde visa à organização do ambiente.
Também fazer o lay-out de acordo com as normas de segurança
e de ergonomia, saúde no trabalho em espaços confinados.

Caixa d água e cabine primária: Não se pode avaliar, pois


se devem seguir as autorizações de entrada conforme NR33 –
Segurança e saúde no trabalho em espaços confinados.

CIPAE: Após a eleição, os membros deverão cumprir este projeto


de segurança do trabalho e cumprir sua responsabilidade
conforme previsto na NR 5 – CIPA.

Comunidade Escolar: Foi apresentada a Comunidade Escolar


e ao CIPAE o projeto de Segurança do Trabalho conforme
estabelecido, indicando os riscos de acidentes e possíveis
doenças ocupacionais, bem como propostas de melhorias

76
preventivas e corretivas. A instituição de ensino está disposta a
implantação do projeto, pois trará educação de segurança tanto
para os discentes como para os funcionários.

Deve-se colocar em prática tudo que foi recomendando, pois


não basta identificarmos, analisarmos e criarmos um Projeto de
Segurança e não dar continuidade a ele.
Desta forma os alunos irão para o mercado de trabalho instruídos
da importância da Segurança, Higiene e Segurança em qualquer
ambiente, pois a meta é: Preservar a vida!

Conclusão

Com este estudo demonstrou-se os riscos de acidentes e as


possíveis doenças ocupacionais, com a indicação de propostas
para solucioná-los. Espera-se que todo o resultado deste Projeto
de Segurança do Trabalho, tenha continuidade pela CIPAE e
Comunidade Escolar, ampliando-se além dos muros da escola
e se estendendo para as demais Unidades de Ensino das Escolas
Técnicas Estaduais.

Referências

BAUM, K. “A Formula do Sucesso Departamento de Incêndio


de Austin no Texas” Revista Proteção – Saúde e Segurança
do Trabalho / Maio de 2003_ Pag. 56 a 60 – Edição 137.

BECKER, M. e C., “Abandono Seguro”, Revista Emergência /


Novembro de 2011_ Pag. 22 a 29 - Edição 32.

CORRÊA, P. B., “Perdas Evitáveis”, Revista Emergência /


Setembro de 2011_Pag. 51 a 57 – Edição 30.

77
GEYGER, R., “Projetando o Imprevisto”, Revista Emergência
/ Agosto de 2008_ Pag. 20 a 29 – Edição 10.

LOUVISON,L.R.,“Mapeamento Diferenciado, Revista


Proteção – Saúde e Segurança do Trabalho / Outubro de
2011_Pag.64 a 70 – Edição 238.

78
LABORATÓRIO DE MATEMÁTICA INTEGRADO
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM O USO DE
MAQUETE DE HIDROLOGIA

Marcelo da Silva Miguelão1, Luiz Sérgio Vanzela2

1
Fundação Educacional de Fernandópolis/Engenharia
Ambiental e Sanitária, Fernandópolis/SP

2
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Fernandópolis/SP

marcelomiguelao@yahoo.com.br1, lsvanzela@yahoo.com.
br2

Resumo: Este trabalho teve por objetivo propor uma


metodologia mais efetiva para a fixação de conceitos de
matemática integrada com educação ambiental a partir
de simulação hidrológica em bacias hidrográficas. Para
isto foi utilizada uma metodologia em que os alunos
podem confrontar os resultados de um cálculo prévio
com os resultados de uma simulação real, utilizando-se
para isso, uma maquete de bacia hidrográfica. Verificou-
se que a metodologia de laboratório proposta foi eficiente
em demonstrar a aplicação da matemática na solução
de problemas reais, simultaneamente ao impacto que as
atividades humanas podem gerar nas bacias hidrográficas,
favorecendo a educação ambiental.

Palavras-chave: ciclo hidrológico, modelagem matemática,


recursos hídricos, experimento matemático

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

79
Introdução

O ensino de matemática no Brasil vem apresentando nos últimos


anos resultados preocupantes. De acordo com o relatório anual
Brasil no PISA 2015 (OCDE, 2016), dos seis níveis de proficiência
em matemática estabelecidos, sendo o nível 1 para o mais básico e
o nível 6 para o mais avançado, 26,51% dos estudantes brasileiros
estão no nível 1 e 43,74% estão abaixo do nível 1.
Dos 70 países avaliados pelo PISA 2015, o Brasil obteve 377
pontos, ocupando apenas a 65ª posição em matemática. Atrás
do Brasil estão apenas República da Macedônia com 371 pontos,
Tunísia com 367 pontos, Kosovo com 362 pontos, Argélia com 360
pontos e República Dominicana com 328 pontos (OCDE, 2016).
Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) mostram que as notas em
matemática do ENEM demonstram tendência de declínio. Desde
2012, a média de notas em matemática caíram 39,1 pontos (INEP,
2016).
Partindo-se deste cenário, torna-se necessário a discussão de
novas metodologias para o ensino de matemática. A contextualização
de processos, a utilização de meios práticos e a interdisciplinaridade
podem ser um caminho a ser tomado.
Logo, o objetivo neste trabalho é propor uma metodologia mais
efetiva para fixar conceitos de matemática integrada com educação
ambiental, a partir de uma aula de laboratório de simulação
hidrológica em bacias hidrográficas.

Material e Métodos

A proposta do laboratório de aula prática é ralizada em duas


etapas. Na primeira etapa, realiza-se um cálculo prévio da vazão
esperada na foz da bacia hidrográfica após um evento chuvoso,
utilizando o método racional (equação 01) com dados já calibrados
em laboratório.

80
(Equação 01)

Onde:
Q - Vazão da bacia (L s-1);
C - Coeficiente de escoamento;
i - Intensidade de precipitação (mm s-1);
A - Área da bacia (m2).

Na segunda etapa, realiza-se uma simulação prática com os


mesmos parâmetros calculados na primeira etapa. Para isso, aplica-
se água em uma maquete de bacia hidrográfia (Figura 1) e mede-se
a quantidade de água escoada e o tempo de preciptação.

Figura 1 - Maquete utilizada para experimento, com área de captação A =


0,5151 m2.

Com estes dados é possível calcular a vazão da bacia e comparar


o valor obtido com o valor calculado na primeira etapa, aferindo
assim a validade do modelo proposto.

81
Resultados e Discussão

Em uma aula de laboratório foi utilizado dois cenários: (01)


bacia preservada e (02) bacia com alto grau de antropização. Foram
feitos cálculos para a vazão utilizando-se os valores tabelados da
calibração da maquete (Tabela 1).

Tabela 1 - Dados calibrados da maquete.

Bacia i
Ven (L) P (mm) C Q (L s-1)
Hidrográfica (mm s-1)
2,5 5 0,35 0,04 0,00721
3,0 6 0,39 0,06 0,01205
3,5 7 0,43 0,07 0,01550
Preservada
4,0 8 0,47 0,08 0,01937
4,5 9 0,51 0,09 0,02364
5,0 10 0,55 0,10 0,02833
4,5 9 0,50 0,34 0,08756
5,0 10 0,54 0,36 0,10013
Alto grau de 5,5 11 0,57 0,37 0,10862
antropização 6,0 12 0,61 0,38 0,11939
6,5 13 0,65 0,39 0,13057
7,0 14 0,69 0,40 0,14215
OBS: Ven (volume de entrada), P (precipitação); i (intensidade de precipitação); C
(coeficiente de escoamento superficial); Q (vazão esperada na saída).

Os respectivos cálculos para a bacia hidrográfica preservada e


bacia com alto grau de antropização, utilizando o modelo racional e
os dados da calibração da Tabela 1, conforme apresentado a seguir.

a) Cálculo para bacia preservada (C=0,10; i = 0,55 mm s-1):

b) Cálculo para bacia em alto grau de antropização (C = 0,36; i =


0,54 mm s-1):

82
Em seguida, realizou-se o experimento simulando-se
precipitação na maquete de bacia hidrográfica nas mesmas
condições calculadas, em três repetições (Tabela 2).

Tabela 2 - Dados de tempo de precipitação (Dt) e volume escoado (Ves)


coletados em três repetições, após a aplicação de um volume de entrada
Ven = 5 L.

Bacia Ven (L) Δt (s) Ves (L)


5 16,50 0,42
5 16,90 0,50
Preservada
5 17,40 0,48
Média 16,93 0,47
5 16,32 1,70
Alto grau de 5 16,54 1,80
antropização 5 17,61 1,90
Média 16,82 1,80

A partir dos dados coletados (Tabela 2) determinou-se a vazão


na saída da bacia pelo quociente entre o volume escoado (Ves) e o
tempo de precipitação (Dt), conforme a seguir.

a) Cálculo da vazão para a bacia preservada:

b) Cálculo da vazão para a bacia em alto grau de antropização:

A comparação dos valores obtidos pelos cálculos prévios e pelo


simulado no experimento estão expostos na Tabela 3.

Tabela 3 - Resultados finais.


Qcalc Qmed Condição
Cenário
(L s-1) (L s-1) simulada
Bacia
01 0,02833 0,02756
preservada

83
Bacia com
02 0,10014 0,10699 alto grau de
antropização
Aumento
253% 288% -
(%)
OBS: Qcalc (vazão calculada com a calibração da maquete); Qmed (vazão medida
experimentalmente).

Assim, foi possível demonstrar a aplicação prática da matemática


em hidrologia, de forma simultânea a demonstração o impacto
não planejado das atividades humanas nas bacias hidrográficas
podem resultar em aumentos significativos da vazão e, com isso, as
enchentes.

Conclusão

A metodologia de laboratório proposta foi eficiente em


demonstrar a aplicação da matemática na solução de problemas
reais, simultaneamente ao impacto que as atividades humanas
podem gerar nas bacias hidrográficas, favorecendo a educação
ambiental.

Referências

OCDE (2016), PISA 2015 Assessment and Analytical


Framework: Science, Reading, Mathematic and Financial
Literacy.

BRASIL. Ministério da Educação (INEP). ENEM 2016:


Resultado Individual. Brasília (BRASIL): MEC, 2017.

84
MODELAGEM DO PROCESSO DE
PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL

Leandro Anselmo Santos Marchi 1, Luiz Sergio Vanzela2,


Cleber Fernando Menegasso Mansano1

1
Discente do programa de Pós-graduação em Ciência
Ambientais / Est. Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa Rita,
15600-000, Fernandópolis, SP, Brasil

Universidade Brasil / Programa de Mestrado em Ciências


2,3

Ambientais, Campus Fernandópolis - Est. Projetada F-1, s/n


- Fazenda Santa Rita, 15600-000, Fernandópolis, SP, Brasil.

leandro5marchi@hotmail.com1, lsvanzela@yahoo.com.br2,
clebermansano@yahoo.com.br3

Resumo: O modelo criado para simular foi baseado em


dados simples de input sendo acessível e simplificada para
qualquer usina, sendo facilmente programável no Excel,
fornecendo uma previsão de produção diária, auxiliando
as usinas a identificar possíveis problemas no processo de
produção. Esse foi um primeiro estudo prévio e piloto para
comprovação e efetividade das equações múltiplas, estudos
futuros serão realizados com maior quantidade de inputs e
dados de vários meses de produção afim de que se tenha
um modelo rústico e mecanicista para descrever e estimar a
produção de uma usina sucroalcooleira.

Palavras-chave: Produção de álcool, produção de açúcar,


simulação para produção de álcool e açúcar

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

85
Introdução

Na maioria das usinas sucroalcooleira o processo de fabricação


de açúcar é tradicional, e o normal em muitas dessas usinas é
processar a cana-de-açúcar sem que haja, uma preocupação
acentuada nas perdas de açúcar que ocorrem a todo o momento
no processo de produção do açúcar. As perdas no processo além
de afetarem o rendimento do processo, diminuem a margem de
lucro das empresas, além disso, essas perdas também vão causar
prejuízos ao meio ambiente. Para a diminuição das perdas de
açúcar no processo, o ideal seria um monitoramento continuo de
amostragem em todos os pontos que possam ou venham a estar
com problemas de eficiência (equipamento com falha ou erro na
operação).
Com esses dados em mãos pode se ter um plano de ação para
cada parte do processo, seja na melhoria de equipamento ou até
mesmo treinamento de pessoas para seguir os procedimentos para
uma melhor operação otimizando o processo como um todo. Uma
vez identificado a causa de perda de açúcar no processo, estará
sendo contido o dano para o meio ambiente, evitando grandes
variações nos dejetos que saem da usina pela vinhaça que não são
tratados.
Objetivou-se com esse estudo determinar um procedimento
matemático simples e que seja eficaz em determinar a produção
diária de uma usina sucroalcooleira está adequada dentro de seus
próprios padrões de processamento.

Material e Métodos

Os dados foram coletados na Usina Alcoeste Bioenergia Ltda.


Os dados utilizados para o estudo foram coletados diariamente
durante um mês: quantidade de cana-de-açúcar moída, temperatura
da água na moenda, fibra bruta da cana-de-açúcar. Essas três

86
variáveis foram utilizadas como input no modelo, para estimação
da produção de álcool anidro e açúcar.
As variáveis utilizadas no modelo foram transformadas em Ln
(logaritmo natural) antes da análise de regressão. Foram feitas
simulações para associar os dados do processo de produção
(quantidade de cana-de-açúcar, fibra e temperatura da água) com
os dados produtivos após o processo (álcool anidro e açúcar)
obtidos pela produção diária, utilizou-se a ferramenta PROC REG
do software SAS (SAS Institute, Cary, NC, EUA) versão 9.4. Equações
lineares múltiplas foram geradas para ajustar a relação entre lnY,
componente de produção e lnX, componente produtivo pela usina.
As equações lineares múltiplas utilizadas, apresentam duas ou
mais variáveis de entrada para obter uma melhor correlação para
produção de álcool anidro e total de açúcar, conforme a regressão
linear múltipla:

lnY=β0+β1 lnX1+β2 lnX2+ϵ,

onde: Y é o componente em gramas (peso corporal total,


proteína, água, gordura e matéria mineral); β0 é o intercepto; β1,
β2, são coeficientes de regressão; X1 e X2 são variáveis de entrada
(g); ln é o log natural e ε é o termo de erro.
Os resultados do processo de produção obtidos na usina foram
comparados com os dados produtivos após o processo, seguindo
o procedimento proposto por THEIL (1966). Nesse procedimento
o melhor modelo foi selecionado pelos critérios de informação de
Akaike (AIC), quadrado médio do erro de predição (QMEP) e pelo
R² ajustado.

Resultados e Discussão

Com base nos dados do processo de produção, quantidade de


cana-de-açúcar (PT), fibra (FB) e temperatura da água (TA) em
relação aos dados produtivos obtidos (álcool anidro e açúcar),

87
foi possível calcular duas equações lineares múltiplas de simulação
para produção de álcool anidro (AL1 e AL2) e duas para produção
de açúcar (ATR1 e ATR2). Foram geradas as seguintes equações de
regressão lineares múltiplas, para calcular a quantidade diária de
produção de álcool anidro e açúcar estimados da seguinte forma
para a Usina Alcoeste:

AL1 = exp[(5,02879*lnFB)]
AL2 = exp[(0,65934*lnTA)+(4,0229*lnFB))]
ATR1 = exp[(0,52464*lnTA)+(1,21374*lnFB))]
ATR1 = exp[(0,12394*lnPT)+(0,22676*lnTA) +(0,87267*lnFB)))]

Na figura 1 e 2 podemos observar que valores plotados


apresentando linearidade, demostrando a efetividade das equações
de correção geradas para correção de valores obtidos na usina.

Figura 1- Produção de litros de álcool anidro estimado pelas equações


lineares múltiplas geradas diretamente pelos valores de quantidade de
cana-de-açúcar, fibra e temperatura da água durante 30 dias.

De acordo com as equações geradas, observa-se a melhor


correlação para estimação da produção de álcool (Figura 1) durante
o mês junho sendo necessário somente a quantidade de fibra
bruta (FB) para estabelecer a produção diária da usina no caso da
equação AL1 e da quantidade de cana-de-açúcar (TA) e fibra bruta
(FB) na equação AL2.

88
Figura 2- Produção de toneladas de açúcar estimada pelas equações
lineares múltiplas geradas diretamente pelos valores de quantidade de
cana-de-açúcar, fibra e temperatura da água durante 30 dias.

Para a produção de açúcar encontramos um leve desvio na


estimação (Figura 2) comportamento diferente do observado,
sendo sinal que alguns dos inputs do modelo (PT, FB e TA) pode
apresentar grandes oscilações, nesse caso indicio de oscilações na
temperatura da água, que é responsável pelo melhor rendimento
durante o processo de quebra da fibra e extração do caldo. Sendo
assim para a estimação da produção de açúcar foi necessário
utilizar todos os inputs nos modelos ATR1 e ATR2.

Conclusão

O modelo criado para simular foi baseado em dados simples


de input sendo acessível e simplificada para qualquer usina,
sendo facilmente programável no Excel, fornecendo uma previsão
de produção diária, auxiliando as usinas a identificar possíveis
problemas no processo de produção.
Esse foi um primeiro estudo prévio e piloto para comprovação
e efetividade das equações múltiplas, estudos futuros serão
realizados com maior quantidade de inputs e dados de vários meses
de produção afim de que se tenha um modelo rústico e mecanicista
para descrever e estimar a produção de uma usina sucroalcooleira.

89
Referências

THEIL, H. Applied economic forecasting (North-Holland,


Amsterdam), 1966.

90
PRODUTIVIDADE DE BIOMASSA DE CANA DE
AÇÚCAR NO QUARTO CORTE IRRIGADA POR
ASPERSÃO NO NOROESTE PAULISTA
Matheus Mello Silva1, Luiz Sergio Vanzela2, Lucas
Aparecido Pereira Ignácio3, Marcelo Romero Ramos da
Silva4, Fernanda Roberta Carnielo Garcia Seixas5
1,
Universidade Brasil/Graduação em Engenharia
3, 4

Agronômica, Estrada Projetada F1, s/n, Fazenda Santa,


Fernandópolis - SP
2
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Estrada Projetada F1, s/n, Fazenda Santa,
Fernandópolis - SP
5
Alcoeste Bioenergia/Indústria, Rodovia Euclides da Cunha
km 562 Fernandópolis - SP

matheus.mello.agro@gmail.com1, lsvanzela@yahoo.com.
br2, lucas-agronomia-@hotmail.com3, marceloromero357@
gmail.com4, fcarnielo@yahoo.com.br5

Resumo: O objetivo neste trabalho foi avaliar a produtividade


de biomassa de cana de açúcar no quarto corte irrigada por
aspersão no Noroeste Paulista. O delineamento experimental
é em faixas no esquema fatorial 4 x 5, sendo os tratamentos
principais constituídos por 4 níveis de reposição da
necessidade de irrigação – NI por aspersão (100, 86, 21%
da NI e sequeiro); os tratamentos secundários constituídos
de 5 variedades de cana (CTC2, RB835486, RB855453,
RB867515 e SP81-3250); e 3 repetições. Conclui-se que na
safra do quarto corte de cana de açúcar, a recomendação
de irrigações por aspersão com reposição de 63,3% da
necessidade de irrigação, proporcionou maior produtividade
de biomassa. Com relação as variedades, a RB867515 foi a
que proporcionou maior produtividade média de biomassa.

Palavras-chave: Evapotranspiração, Deficiência hídrica da


cana, Inovações tecnológicas na cana

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

91
Introdução

A cultura da cana de açúcar é uma das mais importantes na


economia do País, do Estado de São Paulo e da Região Noroeste
Paulista. Na região Noroeste Paulista, entretanto, tem se destacado
negativamente devido as baixas produtividades, necessitando do
emprego de inovações para superar as limitações.
De acordo com algumas pesquisas, dependendo da região,
a irrigação dos canaviais pode incrementar a produtividade de
15,7 a 76,1% (BERNARDO, 2006). No município de Fernandópolis
– SP localizado no Noroeste Paulista, a reposição de 100% da
necessidade de irrigação em cana planta, resultou em incrementos
variando de 31,0 a 81,0% na produtividade de biomassa (VANZELA
et al., 2015), dependendo da variedade utilizada. Entretanto, a
irrigação necessita de investimentos em aquisição de equipamentos,
distribuição de água, energia, mão de obra, e obras. O aumento
nos custos de investimento deve ser pago pelo incremento de
produtividade, proporcionado pelo fornecimento eficiente de água
ás plantas (CLARK et al., 1993).
Considerando o promissor aumento de produtividade de
biomassa com o uso da irrigação, o objetivo neste trabalho foi
avaliar a produtividade de biomassa de cana de açúcar no quarto
corte irrigada por aspersão no Noroeste Paulista.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na área experimental da Fazenda de


Ensino e Pesquisa da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis,
SP (Fazenda Santa Rita), localizada entre as latitudes coordenadas
20°16’50” e 20°18’05” sul e longitudes 50°17’43” e 50°16’26”
oeste. O experimento foi desenvolvido em uma área de soqueira de

92
3° corte de cana, de projeto de pesquisa que está sendo conduzido
desde abril de 2013.
O delineamento experimental é em faixas no esquema fatorial
4 x 5, sendo os tratamentos principais constituídos por 4 níveis de
reposição da necessidade de irrigação – NI por aspersão (100, 86,
21% da NI e sequeiro); os tratamentos secundários constituídos de
5 variedades de cana (CTC2, RB835486, RB855453, RB867515 e
SP81-3250); e 3 repetições. A área experimental é constituída de
uma área total de 1.080 m2 (24,0 x 45,0 m), divididos em 60 parcelas
de 18,0 m2, nas dimensões de 3,0 x 6,0 m. As cinco variedades
analisadas estão dispostas aleatoriamente na área experimental
dentro das faixas dos tratamentos de irrigação. Toda necessidade
de irrigação foi aplicada por aspersão Minicanhão Plúvio 150,
espaçado de 24 m, na faixa A (tratamento de 100% da NI), a partir
da qual, nas demais faixas B, C e D, serão aplicadas as quantidades
de 86, 21 e 0% da necessidade de irrigação (Figura 1).

Irrigação (% da NI)

Variedades

Figura 1 - Disposição final das variedades nas parcelas da área


experimental.

Até o corte, que foi realizado em 22/08/2016, o resultado dos


componentes do manejo da irrigação está apresentado na Tabela
1. No corte, foram retiradas as duas linhas centrais de cada parcela,
os quais foram pesadas e os valores convertidos para toneladas por

93
hectare. A análise estatística consistiu na análise de variância. Se
significativo (p<0,05), o teste prosseguiu com análise de regressão
para o fator irrigação e teste de Tukey.

Tabela 1 – Resultado do manejo da irrigação.


Tratamento ETc (mm) P (mm) NI (mm)
100 1148
86 987
1728 1315
21 241
0 0
*ETc (evapotranspiração da cultura), P (precipitação) e NI (necessidade de
irrigação).

Resultados e Discussão

A resposta da produtividade de biomassa de cana foi quadrática


(p=0,04) em função da reposição de água via irrigação por aspersão
(Figura 2).

100
95 CV = 28,21%
90
85
Y (t ha-1)

80 Y = -0.0084I2 + 1.0668I + 64.039


75 R² = 0.9347 (p=0,04)
70
65
60
0 20 40 60 80 100
I (% da NI)

Figura 2 – Resposta da produtividade de biomassa de cana (Y) em


função dos percentuais de reposição da necessidade de irrigação (NI) por
aspersão.

A maior produtividade média esperada é de 97,9 t ha-1, na


reposição de 63,3% da necessidade de irrigação, resultando em
aumento relativo de 52,9% em relação ao sequeiro (64,0 t ha-1).
A maior produtividade média foi proporcionada pela variedade

94
RB867515 (103,8 t ha-1), sendo superior significativamente, as
variedades RB855453 e CTC2 (Figura 3).

105 103.8a
100 CV = 28,21%
95 (p<0,01)
90 85.7ab
83.7ab
Y (t ha-1)

85
80
75
69.7b
70 65.4b
65
60
RB867515RB835486 SP81-325 RB855453 CTC2
Variedades

Figura 3 – Médias de produtividade de biomassa (Y) em diferentes


variedades de cana de açúcar.

Não foi observada significância para a interação entre os fatores


estudos (irrigação e variedades).

Conclusão

Conclui-se que na safra do quarto corte de cana de açúcar, a


recomendação de irrigações por aspersão com reposição de 63,3%
da necessidade de irrigação, proporcionará maio produtividade
de biomassa. Com relação as variedades, a RB867515 foi a que
proporcionou maior produtividade média.

Referências

BERNARDO, S. Manejo da irrigação na cana-de-açúcar.


Alcoolbrás, São Paulo, n.106, p.2-80, 2006.

95
CLARK, E; JACOBSON, K; OLSON, D. C. Avaliação econômica
e financeira de projetos de irrigação. Brasília: Ministério da
Integração Nacional/Secretaria da Irrigação, 1993. (Manual
de irrigação, 3).

VANZELA, L. S.; SOUZA, R. A. de; BARBOSA, A. P.; PRANDO, E.


de P.; SOUZA, R. C. V. de. Resposta da irrigação por aspersão na
produtividade de biomassa de cana-de-açúcar no Noroeste
Paulista. In INOVAGRI INTERNATIONAL MEETING, 3, 2015,
Fortaleza. Anais... Fortaleza: INOVAGRI, 2015. CD-ROM.

96
MAPEAMENTOS DA COBERTURA
ARBÓREA NO MUNICÍPIO DE
GUARANI D’OESTE – SP.

Renata Danielle Cardoso Delazari1, Heidson Bruno


Neves2

1
Prefeitura de Guarani d’Oeste/Departamento Municipal
de Agricultura e Meio Ambiente, Rua João Neves Pontes,
nº1000, Centro, Guarani d’Oeste-SP.

2
Prefeitura de Indiaporã/Departamento Departamento
Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Rua Domingos
Simões Marques, nº1345, Centro, Indiaporã-SP.

eng.agronoma.renata@gmail.com1, eng.hbn@gmail.com2

Resumo: Devido a grande necessidade de expansão agrícola


dos últimos anos as áreas de preservação permanente e os
fragmentos florestais vem sendo cada vez mais utilizados
de maneira inadequada. O presente trabalho teve como
objetivo a realização de um levantamento da atual cobertura
vegetal, hidrografia e nascentes do município de Guarani
d’Oeste-SP, através do uso de geotecnologias, que auxiliam
na gestão ambiental municipal e possibilitam a elaboração
de um plano diagnóstico de ações restaurativas, favorecendo
a preservação ambiental.

Palavras-chave: Áreas de preservação permanente,


Cobertura arbórea, Geotecnologias.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

97
Introdução

A intervenção nos fragmentos de vegetação nativa existentes nas


propriedades rurais, principalmente em áreas ciliares de nascentes
e cursos d’água da região, infelizmente é uma prática comum, pois a
maioria dos produtores rurais se preocupa apenas com a expansão
de suas áreas agricultáveis. O Código Florestal (Lei Federal nº
12.651/2012) relata que as áreas de preservação permanente
(APPs) são fundamentais para a manutenção da vegetação de
determinadas áreas, com o objetivo de manter inalterado o uso da
terra, que deve estar coberta pela vegetação original.
O uso de geotecnologias vem se tornando uma ferramenta
muito utilizada em metodologias para estudos de mapeamento que
requerem dados importantes, sendo opção viável de visualização,
informação e processamento que permite diminuir tempo e custo
funcional referente às áreas a serem diagnosticadas (LUPPI et al.,
2014).
Portanto, o presente estudo tem como objetivo diagnosticar a
situação atual da cobertura vegetal total do município, através
do auxílio de geotecnologias, a partir da elaboração de mapas da
cobertura arbórea nativa, hidrografia e cobertura arbórea na área
urbana.

Material e Métodos

A elaboração dos mapas foi por digitalização manual e classificação


visual sob imagens de satélite, utilizando software livre QGIS Versão
2.14.18 (2017). Todos os mapas foram elaborados a partir de três
vetorizações básicas, conforme a Tabela 1, desenvolvidos no Datum
Horizontal SIRGAS 2000 e na projeção plana Universal Transversa
de Mercator (UTM), Zona 22 e Meridiano Central 51° W.

98
Tabela 1- Informações sobre as imagens utilizadas

Produto Imagem
Perímetro municipal Base vetorizada do IBGE (2015)
Cobertura vegetal SPOT, resolução de 1.5 m, datada
Hidrografia de 25/05/2017.

A obtenção dos vetores das áreas de preservação permanente


foi realizada por meio da ferramenta “adicionar camada vetorial”
do tipo “linha” do software QGIS. Os buffers foram considerados de
30 m a partir da rede de drenagem e de 50 m nas nascentes, que
foram digitalizadas por meio da criação de pontos e as coordenadas
obtidas pela extração das coordenadas dos pontos digitalizados
sobre elas.
O mapa e cálculo da área total de cobertura arbórea nativa na área
total do município foi determinada pelo plugin “calcArea” instalado
como complemento. O mapa e cálculo de área da cobertura arbórea
nativa nas áreas de preservação permanente e na área urbana do
município foram determinados pela correlação cruzada entre os
vetores das APPs e as áreas de cobertura arbórea nativa.

Resultados e Discussão

A área total de cobertura arbórea nativa no município, em todos


os seus estágios e incluindo vegetação nativa em APP e fragmentos
nativos, é de 639,82 ha (Tabela 2), perfazendo 7,43% da área total
do município. É importante destacar que 58,8 ha correspondem à
vegetação nativa em APP e 581,02 ha correspondem aos fragmentos
nativos na área rural (Figura 1).

99
Tabela 2- Detalhe das áreas analisadas.

Descrição Área (ha) Área (%)


Área total do 8.611 ha -
município
Área total de APPs 566,05 ha 6,57
Cobertura nativa total 639,82 ha 7,43
Cobertura nativa - 581,02 ha 6,75
rural
Cobertura nativa - 58,80 ha 10,39
APPs
Cobertura - área 19,90 ha 23,56
urbana

Figura 1- Vegetação de Guarani d’Oeste.

As APPs ocupam uma área de 566,05 ha, que corresponde a


6,57% da área total. Destes, somente 10,39% se encontram ocu-
padas por vegetação nativa, que corresponde 58,80 ha. Com esses
resultados nota-se a importância de alinhar o conhecimento dos
proprietários rurais com a legislação ambiental vigente referente
à regularização das propriedades rurais de acordo com o Código
Florestal (Lei Federal nº 12.651/2012), devido à necessidade de
preservação e recuperação das áreas de preservação permanente.

100
Demonstra-se o fato de que não há efetivação da legislação ambien-
tal no meio rural, em virtude do desconhecimento dos aspectos le-
gais pela a população rural, como também o desconhecimento dos
benefícios que seu atendimento traz.
A preocupação com a baixa cobertura vegetal ao longo das áreas
ciliares, o assoreamento das nascentes e a degradação dos remanes-
centes florestais é preocupante, havendo a necessidade de estudos
e projetos que contribuem com a redução de processos erosivos e
do assoreamento e promovam a proteção e manutenção das nas-
centes, bem como a recuperação de áreas degradadas, objetivando
o desenvolvimento sustentável do município.
Na área urbana o resultado da cobertura arbórea (nativa ou
não) foi de 19,90 ha, que corresponde a 23,56% do perímetro
urbano, conforme Figura 2. Guimarães (2006) afirma que é preciso
encontrar estratégias, dentro dos centros urbanos, que permitam
compatibilizar as exigências da vida humana e a necessidades
ecológicas de outras espécies, sendo que, é imprescindível planejar
a arborização e a utilização adequada de espécies.

Figura 2- Cobertura Vegetal Urbana de Guarani d’Oeste.

101
Conclusão

Os mapeamentos demonstram que a mata nativa, tanto nas


áreas de preservação permanente como nas demais áreas, estão
aquém do ideal, e que o município de Guarani d’Oeste demanda-
rá grande trabalho para restaurar essas áreas, principalmente na
conscientização dos proprietários rurais sobre os critérios de res-
tauração florestal, no planejamento e execução de medidas eficazes
de mitigação dos impactos ambientais da falta de vegetação e de
adaptação às novas condições ambientais para garantir a qualidade
ambiental e a preservação das matas nativas existentes, bem como
promover a restauração das áreas degradadas, tanto em áreas de
preservação permanente como na de reserva legal.

Referências

GUIMARÃES, M. Há mais aves nos grandes centros urbanos


hoje? Ciência & Cultura. v. 58, n. 2, Abril/Junho, 2006.

Lei nº 12.651/2012. Disponível em: <http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>.
Acesso em: 28 ago 2017.

LUPPI, A. S. L; SANTOS, A. R. dos; EUGENIO, F, C. FEITOSA, L. S.


Utilização de geotecnologia para o mapeamento de áreas
de preservação permanente no município de João Neiva,
ES. Floresta e Ambiente, Alegre- ES, v. 22, n. 1, p. 13-22 ago.
2014.

102
CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
EM GRUPOS SUCROENERGÉTICOS

Maria José Floriano Ferracini1, Gisele Herbst Vazquez2,


Alexsander Saves dos Santos3

Universidade Brasil/Mestrandos em Ciências Ambientais/


1,3

Fernandópolis-SP

2
Universidade Brasil/Professora do Mestrado em Ciências
Ambientais/Fernandópolis-SP

coorcontabeisfama@hotmail.com1, gisele.vazquez@
universidadebrasil.edu.br2, saves.santos@gmail.com3

Resumo: O objetivo nesta pesquisa foi realizar um


levantamento das certificações adotadas por grandes grupos
sucroenergéticos brasileiros, ou seja, os grupos Raizen,
Odebrechet, Biosev, Guarani, São Martinho, Usaçucar,
Alto Alegre e Coruripe. Concluiu-se que a qualidade é
preocupação essencial no setor sucroenergético. Vinte
certificações foram apresentadas, sendo: três relacionadas a
sustentabilidade e gerenciamento ambiental, uma à gestão
de qualidade na empresa, uma à saúde dos trabalhadores,
três à segurança alimentar, duas referentes a dietas de
comunidades religiosas, três relacionadas à segurança e
precisão dos laboratórios, um prêmio relativo à agroenergia
e meio ambiente, um selo de energia limpa, além de seis
certificações exigidas para a exportação de biocombustíveis
para os EUA e União Europeia.

Palavras-chave: Sustentabilidade, Setor Sucroenergético,


Setor Sucroalcooleiro, Selo ambiental.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

103
Introdução

A certificação é um instrumento importante para diferenciar


produtos, facilitar decisões de compra de clientes e consumidores,
além de ser útil na legitimação da imagem dos setores envolvidos,
sendo, porém, sua aplicação ainda um grande desafio.
No sistema de certificação, padrões são acordados entre as
partes interessadas, assim como um sistema de verificação e
monitoramento, que deve ser desenvolvido de acordo com os
objetivos almejados. Quando se trata de certificações obrigatórias,
estas são incorporadas à legislação, e seu cumprimento configura
pré-condição para acesso ao mercado.
A participação nos programas de certificação é fundamental no
setor sucroenergético brasileiro, sendo uma exigência crescente
dos consumidores. A certificação constitui excelente oportunidade
comercial, na medida em que impacta positivamente o acesso a
mercados e capital.  Para tanto, algumas características devem
ser garantidas, como a inclusão de critérios que considerem os
três pilares da sustentabilidade (ambiental, social e econômico),
o envolvimento de toda a cadeia de produção, com distribuição
dos custos requeridos, além da adoção de instrumentos que sejam
abrangentes, de forma a impedir que apenas uma pequena parcela
dos produtos disponíveis no mercado possa obter o selo e, assim,
melhorar seu desempenho. A certificação deve trabalhar em favor
do produto e não de forma a denegri-lo (KUTAS, 2009).
Desta forma o objetivo nesta pesquisa foi foi realizar um
levantamento das certificações adotadas por grandes grupos
sucroenergéticos brasileiros.

Material e Métodos

A partir de uma revisão bibliográfica como ponto primordial


do estudo acadêmico por atribuir rigor científico, foi desenvolvida
esta pesquisa entre os meses de abril à julho de 2017. No que tange

104
a delimitação de seu universo, foi realizado um levantamento dos
oito maiores grupos atuais no setor sucroenergético, sendo estas:
Raizen, Odebrechet, Biosev, Guarani, São Martinho, Usaçucar, Alto
Alegre e Coruripe, todas de moagem de cana-de-açúcar e produtoras
de açúcar e etanol e algumas energia.
A pesquisa adotada foi a de campo fundamentalmente
qualitativa, conceituada por Marconi e Lakatos (2005) como
aquela que permite apresentar um diagnóstico da empresa, tendo
como foco os relatórios de sustentabilidade compreendidos entre
os anos de 2015-2016, a fim de dimensionar a importância do
aspecto ambiental no direcionamento estratégico da empresa e seu
engajamento em projetos de certificação ambiental.
Também foram realizadas consultas ao acervo digital e de
mídias sociais dos oito grupos, com o intuito de averiguar quais
são as ações de garantia da qualidade ambiental proposta e/ou
desenvolvidas por estes e que estão em pleno funcionamento.

Resultados e Discussão

Buscando-se compreender a vertente da qualidade trabalhada


e a amplitude de certificações que os grupos apresentam, foi
realizado um levantamento, verificando aquelas que são sinérgicas
e ou específicas a cada empreendimento, sendo seus dados
apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Certificações apresentadas por grupos sucroenergéticos


brasileiros, 2015/16.

Certificações
Bonsucro
CARB
Energia Verde
EPA
Etanol Verde

105
FSSC 22000
Greenergy Bioethanol Sustainability
Programme
Halal
ISCC
ISO 22000:2005
Kosher
Lab 2025
NBR ISO 14001
NBR ISO 14725:2014
NBR ISO 17025:2005
NBR ISO 9001:2008
NSF
OHSAS 18001
RFS2
RTFO
Top Etanol

De acordo com os resultados obtidos, 75% dos grupos avaliados


possuem certificação NBR ISO 9001:2008, Bonsucro e Etanol Verde;
62,5% FSSC 2200 e CARB; 50% EPA, NBR ISO 14001, Kosher, Halal
e Energia Verde; 25% OHSAS 18001, ISO 22000:2005, NBR ISO
17025:2005 e RFS2 e 12,5% NBR ISO 14725:2014, NSF, Lab 2025,
ISCC, RTFO, Greenergy Bioethanol Sustainability Programme, e Top
Etanol.
Observou-se que os grupos analisados investem em certificações
da qualidade, algumas genéricas, como por exemplo a NBR ISO 9001
e que possibilita um Sistema de Gerenciamento da Qualidade e a
NBR ISO 14001, que objetiva criar um Sistema de Gerenciamento
Ambiental que trata da qualidade na Supply Chain Management.
As normas FSSC 22000, a ISO 22000 e a NSF estabelecem os
requisitos para a produção e colocação no mercado de produtos e
alimentos que são seguros para os consumidores.
As certificações Kosher e Halal, possibilitam, respectivamente, a

106
certificação para a comercialização de produtos para a dieta judaica
ortodoxa e islâmica
Já a NBR ISO 17025 é uma norma que segue padrão internacional
para comprovação de que um laboratório executa suas atividades
com precisão, enquanto a certificação Lab 2025 leva em
consideração os requisitos do Sistema de Gestão de Laboratórios
definidos na norma NBR ISO/IEC 17025. Por sua vez, a NBR ISO
14725 regulamenta e sistematiza a classificação de perigo, no
que tange a produtos químicos acerca da segurança, saúde e meio
ambiente.
A certificação OHSAS 18001 é uma norma de Sistema de Gestão
de Segurança e Saúde Ocupacional que visa proteger e assegurar
que os colaboradores de uma organização tenham um ambiente de
trabalho saudável e seguro.
As demais iniciativas de certificações são específicas ao
segmento sucroenergético, e neste contexto destaca-se a Bonsucro,
que segundo Vicente (2012) é uma certificação global lançada em
julho de 2011 que avalia a sustentabilidade dos produtos fabricados
a partir da cana e é atualmente o modelo mais utilizado no Brasil.
As certificações EPA, CARB e RFS2 são exigências para qualquer
empresa que deseja exportar etanol para os Estados Unidos,
enquanto as ISCC, RTFO e Greenergy Bioethanol Sustainability
Programme são exigidas pela União Europeia e atestam uma
produção de etanol anidro da forma sustentável, além de maximizar
economias de emissão de gases de efeito estufa.
Por fim, o Projeto Etanol Verde, que tem por objetivo promover a
sustentabilidade na cadeia produtiva de açúcar, etanol e bioenergia,
sendo promovido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado
de São Paulo e outros orgãos; o Selo Energia Verde, que certifica
empresas produtoras e consumidoras de uma energia limpa e
renovável e o prêmio Top Etanol que tem como objetivo premiar
trabalhos e seus autores em temas relativos à agroenergia e meio
ambiente.

107
Conclusão

A qualidade é preocupação essencial no setor sucroenergético.


Vinte e uma certificações foram apresentadas pelos grupos
analisados, sendo: três relacionadas a sustentabilidade e
gerenciamento ambiental, uma referente a gestão de qualidade na
empresa, uma relacionada a saúde dos trabalhadores, três ligadas
a segurança alimentar, duas referentes a dietas de comunidades
religiosas, três relacionadas a segurança e precisão dos laboratórios,
um prêmio relativo à agroenergia e meio ambiente, um selo de
energia limpa, além de seis certificações exigidas para a exportação
de biocombustíveis para os EUA e União Europeia.

Referências

KUTAS, G. Biocombustíveis certificados: como chegar


lá, 2009. Disponível em: <http://www.unica.com.br/
colunas/3419704292036406485/biocombustiveis-certificados-
por-cento3A-como-chegar-la/>. Acesso em: 10 set. 2018.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia


científica. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

VICENTE, F. F. Certificações e gestão de sustentabilidade em usina


de cana-de-açúcar. 2012. 75 f. Dissertação (Mestrado Profissional
em Agroenergia) - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2012.

108
DENSIDADE DE BACTÉRIAS DO GÊNERO
Enterococcus NA ÁGUA DO MAR DE PRAIAS DO
MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE, SÃO PAULO
Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro1, Darlan Storto2,
Ana Júlia Fernandes Cardoso de Oliveira3, Wagner
Ferreira Vilano4
1
Universidade Brasil/ Campus Fernandópolis - Est. Projetada
F-1, s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP
2
Universidade Brasil/ Campus São Paulo, Rua Carolina
Fonseca, nº 584, Itaquera, São Paulo/SP

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho/


3,4

Campus do Litoral Paulista, Praça Infante Don Henrique s/


nº, Parque Bitaru, São Vicente, SP, Brasil

americo.ju@gmail.com1, darstorto@gmail.com2, ajuliaf@clp.


unesp.br3, wagner.vilano@usp.br4

Resumo: As regiões costeiras são áreas de concentração


populacional que sofrem impactos ambientais e podem
afetar a saúde humana. Objetivou-se avaliar a variação
espaço-temporal da densidade de Enterococcus na água do
mar, de praias do município de Praia Grande – SP. As coletas
de água foram realizadas durante os meses de fevereiro a
maio de 2011. Avaliou-se a salinidade, a temperatura e o pH.
A determinação das densidades de bactérias foi realizada
pela técnica de membrana filtrante. Os parâmetros físico-
químicos da água não sofreram variações. Em março a
densidade de Enterococcus sp. ficou abaixo do estabelecido
pela legislação (400 UFC/100ml-1) na Praia do Boqueirão e
acima do limite na Praia do Caiçara. Em maio a densidade
ficou acima do estabelecido no Boqueirão e abaixo do limite
na Vila Caiçara.

Palavras-chave: Balneabilidade, Microrganismos,


Patógenos.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

109
Introdução

Nas regiões costeiras há grande concentração populacional e


nessas áreas é recente a atenção que se tem dado para os impactos
ambientais no ecossistema marinho e na saúde da população
(OLIVEIRA; FRANÇA; PINTO, 2010).
A falta de saneamento básico e despejo de esgoto afetam a
qualidade microbiológica dos corpos d’água e praias, influenciando
nas condições de balneabilidade das águas recreacionais (CETESB,
2009). Assim, presença de microrganismos patogênicos nessas
áreas expõe os banhistas à possibilidade de contrair doenças de
veiculação hídrica (MEIRELES et al., 2002).
O objetivo desse trabalho foi avaliar a variação espaço-temporal
da densidade de bactérias do gênero Enterococcus na água do mar,
de praias do município de Praia Grande – SP.

Material e Métodos

O município de Praia Grande está localizado na Baixada Santista,


litoral central do Estado de São Paulo, Brasil e possui como
principal fonte de renda o lazer, turismo e veraneio devido às suas
praias. Assim, as áreas escolhidas para o estudo foram as praias do
Boqueirão e da Vila Caiçara.
As coletas de água do mar foram realizadas durante os meses
de fevereiro a maio de 2011, seguindo os padrões da Cetesb (2009)
e Apha (1999), com a utilização de frascos estéreis e realização da
coleta de água na isóbata de 1m.
Ainda em campo, foram avaliados os parâmetros de salinidade,
temperatura e pH das amostras de água, com a utilização de um
salinômetro, um termômetro e um medidor de pH.
A determinação das densidades de bactérias do gênero
Enterococcus nas amostras foi realizada pela Técnica de Membrana
Filtrante (APHA, 1999), pela filtragem de volumes de 25ml e 50ml
de água em membranas MF-Millipore de 0,45µm de porosidade.

110
Após a filtragem, as membranas foram depositadas em placas de
petri contendo meio de cultura Agar mEnterococcus e incubadas em
estufa bacteriológica a 37°C por 48h. Após este período, as colônias
de coloração vermelho-marrom foram contadas como enterococos.
Com o auxílio de uma alça de platina estéril, algumas colônias
foram escolhidas aleatoriamente e repicadas para tubos de ensaio
contendo o meio Enterococcosel Caldo, sendo incubadas a 37°C
por 48h. Os tubos que apresentaram enegrecimento do meio foram
considerados positivos para o gênero Enterococcus.

Resultados e Discussão

Os parâmetros físico-químicos das amostras de água das praias


não sofreram grandes variações ao longo do período das coletas. A
salinidade na Praia do Boqueirão variou de 30 a 33, as temperaturas
variaram 25 a 29ºC e o pH variou entre 7,5 e 8,1. A salinidade na
Praia da Vila Caiçara variou de 30,5 a 36, as temperaturas variaram
de 25 a 29ºC e o pH variou entre 7,5 e 8,2 (Tabela 1).

Tabela 1- Parâmetros físico-químicos da água das praias do Boqueirão e


da Vila Caiçara, no município de Praia Grande (SP), obtidos entre fevereiro
e maio de 2011.

Praia do Boqueirão
Temperatura
Mês Salinidade (ºC) pH
Fevereiro 30,0 29,0 7,5
Março 32,5 27,0 7,5
Abril 32,0 29,0 8,1
Maio 33,0 25,0 7,9
Praia da Vila Caiçara
Temperatura
Mês Salinidade (ºC) pH
Fevereiro 30,5 29,0 7,5

111
Março 30,5 27,0 7,5
Abril 32,0 29,0 8,2
Maio 36,0 25,0 8,0

A densidade de Enterococcus sp. registrada na água das praias


nos meses de fevereiro e abril estiveram abaixo do limite de 400
UFC/100ml-1 estabelecido pela legislação (Resolução CONAMA
Nº274 de 2000) para a caracterização de águas próprias para a
balneabilidade nas praias analisadas (Figura 1).

Figura 1- Densidade de bactérias do gênero Enterococcus na água das


praias do Boqueirão e da Vila Caiçara, no município de Praia Grande (SP),
obtidos entre fevereiro e maio de 2011.

Em março a densidade de Enterococcus sp. registrada esteve


abaixo do limite estabelecido pela legislação na Praia do Boqueirão
e acima do limite na Praia do Caiçara, enquanto que no mês de maio
a densidade registrada esteve acima do limite estabelecido pela
legislação no Boqueirão e abaixo do limite na Vila Caiçara.
Além de bioindicadoras da contaminação de ecossistemas
marinhos pelo despejo inadequado de esgoto, a presença de
bactérias do gênero Enterococcus está correlacionada ao risco de
outros patógenos. As infecções por Enterococcus se tornaram um

112
problema de saúde pública, devido ao aumento de cepas resistentes
aos antibióticos (D’AZEVEDO; DIAS; LEMOS, 2004).

Conclusão

A atenção que se tem dado aos impactos ambientais no


ecossistema marinho e na saúde da população, mais especificamente
em estudos relacionados à qualidade microbiológica das águas em
áreas recreacionais é de grande importância para fomentar dados
que possam ser utilizados pelo Poder Público no monitoramento,
fiscalização e melhorias das condições de saneamento básico
nessas regiões costeiras.

Referências

APHA - American Public Health Association. Standard


Methods for the Examination of Water and Wastewater.
APHA, AWWA, WEF. 20th Edition. 1999. 1120p.

CETESB (São Paulo). Relatório de Qualidade das praias


litorâneas no estado de São Paulo, 2008 - São Paulo: CETESB,
2009.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - Dispõe


sobre a sistemática de avaliação da qualidade ambiental das
águas. Resolução n. 274, de 29 de novembro de 2000. Diário
Oficial da União, República Federativa do Brasil, Brasília, DF,
8 jan. 2001.

D’AZEVEDO, P.A.; DIAS, C.A.G.; LEMOS, S.K. Antimicrobial


susceptibility among Enterococcus isolates from the city of
Porto Alegre, RS, Brasil. Brazilian Journal of Microbiology, São
Paulo, v.35, n.3, p.199-204, 2004.

113
MEIRELLES-PEREIRA, et al. Ecological aspects of the
antimicrobial resistance in bacteria of importance to human
infections. Brazilian Journal of Microbiology, São Paulo, v.33,
n.4, p. 287–293. 2002.

OLIVEIRA, A. J. F. C., FRANÇA, P. T. R., PINTO, A. B. Antimicrobial


resistance of heterotrophic marine bacteria isolated from
seawater and sands of recreational beaches with different
organic pollution levels in southeastern Brazil: evidences
of resistance dissemination. Environmental Monitoring and
Assessment, Berlim, v.169, p. 375-384. 2010.

114
QUALIDADE DA ÁGUA DE FONTE NATURAL
MINERAL DA ESTÂNCIA DE AMPARO (SP),
CAPITAL DO CIRCUITO DAS ÁGUAS PAULISTA

Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro1, Thainara


Perondini de Almeida Ramos2

1
Universidade Brasil/ Campus Fernandópolis - Est. Projetada
F-1, s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

2
Universidade Brasil/Campus São Paulo, Rua Carolina
Fonseca, nº 584 – Itaquera, São Paulo/SP

americo.ju@gmail.com1, thainaraperondini@gmail.com2

Resumo: A avaliação da potabilidade das águas naturais


minerais disponibilizadas para consumo humano é essencial
para identificar possíveis impactos ambientais, reduzir
os riscos à saúde pública e preservar os ecossistemas.
Objetivou-se avaliar a qualidade da água da Fonte Nossa
Senhora do Amparo – SP. Os parâmetros de qualidade
analisados foram cor aparente, turbidez, pH, cloro residual e
Escherichia coli, sendo que os dados foram obtidos por meio
de laudos laboratoriais fornecidos pelo Serviço Autônomo
de Água e Esgoto. A qualidade da água da fonte não se
enquadrou nos padrões de potabilidade do Ministério da
Saúde no mês junho de 2018 para a turbidez. O resultado
não oferece riscos à saúde pública, considerando que os
demais parâmetros analisados estão dentro do padrão em
todos os meses.

Palavras-chave: Cloro. Cor aparente. Escherichia coli.


Turbidez

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

115
Introdução

A cidade de Amparo localiza-se no Estado de São Paulo e é


a capital do circuito das águas paulista, região certificada por
possuir balneários públicos com águas utilizadas para finalidade
terapêutica. Segundo Lima (2006), a região possui beleza natural,
com recursos hídricos que afloram naturalmente e podem ser
consumidos in natura pela população e por turistas que visitam a
região em busca de natureza e lazer.
O monitoramento dos recursos hídricos permite acompanhar,
analisar, avaliar e caracterizar a qualidade das águas, garantindo
um padrão aceitável para a sua utilização, bem como determinar
medidas de controle e gerenciamento dos recursos disponíveis
(SOUZA; GASTALDINI; ARAÚJO, 2015).
Esse trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade físico-
química e microbiológica da água da Fonte Nossa Senhora do
Amparo – SP.

Material e Métodos

Localizada na Avenida Dr. Carlos Burgos, Jardim Primavera,


a nascente Nossa Senhora do Amparo encontra-se a cerca de 50
metros a nordeste da fonte. Em estudo de campo, foi identificada
a presença de vegetação nativa do bioma mata atlântica em toda a
área de preservação permanente.
O decreto municipal nº 5.469 de 04 de maio de 2016, determina
o monitoramento mensal da qualidade e potabilidade das fontes
municipais utilizadas para consumo humano. A autarquia municipal
SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto – é responsável por
analisar as amostras e avaliar os parâmetros exigidos pelo padrão
de potabilidade (AMPARO, 2016).
O Ministério da Saúde, por meio de sua Resolução nº 2.914 de
12 de dezembro de 2011, dispõe sobre a qualidade da água para
consumo humano e determina padrões de potabilidade (BRASIL,

116
2011), que são a base para elaboração deste trabalho juntamente
aos resultados das analises de água realizadas pela autarquia
municipal SAAE. Os parâmetros de qualidade de água da fonte que
são cor aparente, turbidez, pH, cloro residual e bactérias Escherichia
coli foram avaliados no período de abril a junho de 2018
Os dados avaliados no presente trabalho foram obtidos por meio
de laudos laboratoriais fornecidos pelo SAEE.

Resultados e Discussão

Apenas o parâmetro de turbidez da água da fonte no mês de


junho de 2018 apresentou valor acima do limite estabelecido
(menor do que 5 uT) pela Resolução nº 2.914 de 12 de dezembro
de 2011 do Ministério da Saúde (Tabela 1).
Segundo Capanema (2015), vários fatores podem interferir na
turbidez da água, como a presença de microrganismos, materiais
sólidos em suspensão, matéria orgânica e inorgânica.
A região onde a fonte se localiza é próxima à estrada e devido a
falta de chuva no mês de junho, houve um aumento considerável
de material particulado na atmosfera que, acrescido à redução da
vazão da nascente, acarretou lixiviação de partículas sólidas para a
água, justificando o resultado fora do padrão.
O cloro indica o processo de desinfecção da fonte, com objetivo
de inativar microrganismos patogênicos, porém o excesso deste
produto pode acarretar em reações químicas com a matéria
orgânica que podem criar subprodutos carcinogênicos e que
colocam em risco a saúde pública (LUÍZ; PINTO; SCHEFFER, 2012).
Nas amostras avaliadas, os valores de cloro residual se enquadraram
no limite de 5 mg/L estabelecido pelo Resolução nº 2.914 de 12 de
dezembro de 2011 do Ministério da Saúde não apresentando risco
à saúde humana caso a água for consumida.

117
Tabela 1- Parâmetros de qualidade de água da fonte Nossa Senhora do
Amparo, cidade de Amparo (SP), no período de abril a junho de 2018.

Parâmetros de qualidade da água


Cor
Mês Turbidez pH Cloro
Aparente
Abril 3,3 0,2 6,0 1,5
Maio 1,2 1,1 6,1 0,3
Junho 3,9 13,2 6,1 0,8
Limite *
<15 uH <5 uT >6,0 <9,5 5 mg/L
*
Resolução nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde

O potencial hidrogêniônico (pH), especifica a acidez ou a


alcalinidade da água, fatores que afetam a ação de desinfetantes, a
presença de microrganismos e a turbidez. As alterações de pH podem
ocorrer pela dissolução de rochas, subprodutos da fotossíntese e
da decomposição vegetal ou por despejo de efluentes sanitários e
contaminantes químicos (LUÍZ; PINTO; SCHEFFER, 2012). Todas as
amostras avaliadas estão de acordo com o valor estabelecido para
esse parâmetro de qualidade de água para consumo humano (entre
6,0 e 9,5 mg/L).
Não foi detectada a presença da bactéria Escherichia coli nas
amostras de água analisadas. De acordo com Santos (2008), a
bactéria E. coli é um coliforme exclusivamente fecal e não patogênica.
Esses microrganismos geralmente habitam no intestino dos animais
superiores, não causa risco à saúde humana, porém podem indicar
a presença de microrganismos patogênicos. Segundo a Resolução
nº 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, não
pode ser detectada a presença de E. coli em água de consumo
humano. Dessa forma, a qualidade microbiológica da água da fonte
Nossa Senhora do Amparo está adequada para consumo humano.

118
Conclusão

A qualidade da água da Fonte Nossa Senhora do Amparo – SP


não se enquadrou nos padrões de potabilidade estabelecidos pelo
Ministério da Saúde no mês junho de 2018 para a turbidez. O
resultado não oferece graves riscos à saúde pública, considerando
que os demais parâmetros físico-químicos e microbiológico
analisados estão dentro do padrão estabelecido.
Considerando que os demais parâmetros estão enquadrados,
que há preservação da mata ciliar da nascente, recomenda-se novas
analises das águas para observar o resultado de turbidez.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.914, de 12


de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de
controle e de vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/
prt2914_12_12_2011.html>. Acesso em: 03 ago. 2018.

CAPANEMA, G. A. Diagnóstico da qualidade da água da


micro-bacia do córrego da Aldeia em Fernandópolis-SP.
2015.100f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) -
Faculdade de Engenharia do Câmpus de Ilha Solteira – UNESP,
Ilha Solteira, 2015.

AMPARO. Decreto municipal N0 5469, de 4 de maio de 2016.


Aprova o regulamento de procedimentos, contas e serviço de
água, esgoto, coleta de resíduos sólidos e outros do serviço
autônomo de água e esgotos de Amparo – SAAE. Disponível
em: < https://leismunicipais.com.br/a/sp/a/amparo/
decreto/2016/547/5469/decreto-n-5469-2016-aprova-o-
regulamento-de-procedimentos-contas-e-servicos-de-agua-

119
esgotos-coleta-de-residuos-solidos-e-outros-do-servico-
autonomo-de-agua-e-esgotos-de-amparo-saae?q=5469>
Acesso em 16 ago. 2018

LIMA, R. P. T. Conto, canto e encanto com a minha história.


Estância Hidromineral de Amparo: Flor da Montanha. 1.ed.
São Paulo: Nova América, 2006.

LUÍZ, A. M. E., PINTO, M. L. C., SCHEFFER, E. W. O. Parâmetros


de cor e turbidez como indicadores de impactos
resultantes do uso do solo, na bacia hidrográfica do rio
Taquaral, São Mateus do Sul – PR. Raega, Curitiba, PR,
departamento de geografia UFPR, p. 290-310. 2012.

SANTOS, A. C. Noções de hidroquímica. In: FEITOSA, F. A. C.


(Coord.) et al. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 3. ed.
rev. e ampl. Rio de Janeiro: CPRM; Recife: LABHID, 2008. 812
p.

SOUZA, M. M.; GASTALDINI, M. C. C.; ARAÚJO, R. K.


Probabilidade de atendimento aos padrões de qualidade
da água no Rio Vacacaí - Mirim, Santa Maria - RS. Revista
Brasileira de Recursos Hídricos, Porto Alegre, v. 20, n. 4, p.
1076 - 1083, 2015.

120
PROPOSTA DE PROGRAMA DE
DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
NO MUNICÍPIO DE GUARANI D’OESTE – SP

Renata Danielle Cardoso Delazari1

Prefeitura de Guarani d’Oeste/Departamento Municipal


de Agricultura e Meio Ambiente, Rua João Neves Pontes,
nº1000, Centro, Guarani d’Oeste-SP.

eng.agronoma.renata@gmail.com1

Resumo: Sabendo que o município de Guarani d’Oeste/SP


é essencialmente agrícola e que a busca constante por áreas
agricultáveis promove a degradação das áreas ciliares e
nascentes, devido às intervenções antrópicas, nota-se a maior
necessidade de sensibilização dos indivíduos para que vivam
em conformidade com as exigências legais e ambientais.
Assim, a educação ambiental pode contribuir para que a
legislação ambiental se efetive, sendo necessário promover
um programa de desenvolvimento rural sustentável com o
objetivo de contribuir para sensibilização dos produtores
rurais acerca das problemáticas socioambientais que
atingem o cotidiano através da realização de atividades
promotoras da sensibilização ambiental e da capacitação
sobre a legislação ambiental, especialmente nos espaços
rurais.

Palavras-chave: Áreas de Preservação Permanente, Código


Florestal, Educação Ambiental.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

121
Introdução

Um tema de suma importância social e cultural é a proteção


ambiental, uma vez que trata de um assunto que deve ser
constantemente levantado, pois a falta de preservação em qualquer
setor ambiental pode causar danos irreparáveis, tanto ao ambiente
quanto a sociedade que dele usufrui. O Brasil é considerado o país
com a legislação ambiental mais moderna e abrangente do mundo.
Entretanto, o grande número de leis e suas interpretações criam
dificuldades na compreensão do tema, sobretudo aos leigos.
Segundo constatações de Tourinho e Passos (2006), a legislação
ambiental no Brasil foi elaborada sem que se tomassem as
precauções de socialização do conhecimento. Com isso, os conflitos
com as práticas agrícolas em áreas ambientalmente sensíveis são
inevitáveis, esse é o caso de grande parcela de agricultores do país.
Para tanto, é fundamental considerar a situação atual dos
pequenos produtores rurais, notadamente as dificuldades de
adaptação à gestão de suas propriedades aos padrões ambientais
exigidos por lei. Dessa forma, levar a educação ambiental para a
zona rural é imprescindível à melhoria das relações entre sociedade
e natureza, pois é no campo que se encontra a população com maior
interação com o meio ambiente. De acordo com Maia et. al. (2013),
a Educação Ambiental por seu caráter crítico, transformador e
emancipatório configura-se como um importante instrumento de
gestão ambiental.
Posto isto, é essencial desenvolver um programa de
desenvolvimento rural sustentável, com atividades ligadas à gestão
ambiental, procurando alinhar o conhecimento dos proprietários
rurais com a legislação ambiental vigente referente à regularização
das propriedades rurais de acordo com o Código Florestal (Lei
Federal nº 12.651/2012), a partir da sensibilização dos produtores
rurais do município de Guarani d’Oeste/SP acerca das problemáticas
socioambientais que atingem o cotidiano, especialmente nos
espaços rurais.

122
Material e Métodos

Os procedimentos metodológicos compreendem o levantamento


de campo, através de conversas e debates com os produtores
rurais sobre a aplicabilidade da legislação em suas propriedades,
observando-se dúvidas e deficiência para o cumprimento das
exigências legais. Nesse sentido, são necessárias ações como a
capacitação, sensibilização e orientação dos produtores rurais, que
serão realizadas através de oficinas de comunicação comunitária,
que têm como objetivo estimular e promover a sensibilização e
motivação do público a respeito da problemática ambiental rural
para a evolução e integração das comunidades envolvidas.
Em seguida é necessário um diagnóstico atual das áreas
ciliares e nascentes do município de Guarani d’Oeste (Figura 1),
identificando, quantificando e qualificando todos os parâmetros
envolvidos na caracterização da situação atual.
Posteriormente, os dados são estudados e analisados para a
priorização das ações, bem como avaliar os programas e projetos
implantados no município, gerando um relatório sintético de análise
dos projetos, planos, programas e empreendimentos existentes.

Figura 1- Detalhamento de Guarani d’Oeste.

E finalmente, a elaboração das diretrizes básicas para a

123
regularização das propriedades e restauração florestal, que
possibilitará a sugestão de programas e projetos para a implantação
das ações necessárias de acordo com a prioridade da política
ambiental do município, permitindo a indicação de soluções e
formas de conciliar a geração de renda e a recuperação ambiental.

Resultados e Discussão

A adequação dos imóveis rurais à legislação ambiental vigente


se faz necessária em detrimento ao assoreamento de nascentes,
à recuperação de áreas degradadas, do uso e ocupação do solo
de forma inadequada, do emprego intensivo do solo, da falta de
práticas conservacionistas e da exploração excessiva dos recursos
naturais.
Conforme Seidel e Foleto (2008), a realidade rural brasileira
é marcada por uma estrutura fundiária concentradora, na qual
grande parte dos médios e pequenos produtores apenas consegue
produzir para a subsistência, a existência de uma educação
descontextualizada com a realidade e descomprometida com
um processo de transformação, acaba contribuindo para o
agravamento da condição econômica e da deterioração ambiental
das propriedades rurais.
Através da sensibilização e levantamento das demandas e
problemas socioambientais na região, serão indicadas soluções e
formas de conciliar a recuperação ambiental das matas ciliares,
de acordo com a legislação ambiental atual e com as formas de
produção agropecuária da propriedade.
Portanto, a implantação de práticas para a disseminação
do conhecimento para a temática é importante para propiciar
benefícios à população e ao ambiente, principalmente melhorando
a qualidade de vida das futuras gerações, garantindo a preservação
de espécies e manutenção da biodiversidade.

124
Conclusão

Devido à grande necessidade de expansão agrícola dos últimos


anos as áreas de preservação permanente e os fragmentos florestais
vêm sendo cada vez mais utilizados de maneira inadequada. Dessa
forma, os municípios devem diagnosticar, planejar e executar
medidas para a preservação das matas nativas existentes, bem
como promover a restauração das áreas degradadas.
Em razão do exposto no presente trabalho, a degradação
ambiental afeta o desenvolvimento sustentável, tendo a educação
ambiental como forma de garantir a sustentabilidade. Na área
rural, a falta de conhecimento para a aplicação da legislação
ambiental nas propriedades rurais afeta a preservação dos
recursos hídricos. Com a sensibilização dos produtores rurais do
município de Guarani d’Oeste por meio da aplicação do Programa
de Desenvolvimento Rural Sustentável acerca das problemáticas
socioambientais que atingem o cotidiano através da realização de
atividades que envolvam a capacitação na busca de informações
sobre meio ambiente e a aplicabilidade da legislação ambiental em
suas propriedades rurais, pode-se realizar diagnósticos da situação
atual da propriedade e propor soluções para a restauração florestal
de acordo com o solicitado na legislação, contribuindo para a
adequação do déficit de mata nativa e assim, restaurar o equilíbrio
ecológico e reduzir o número de infrações administrativas
relacionadas à vegetação ciliar no município.

Referências

Lei nº 12.651/2012. Disponível em: <http://www.planalto.


gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>.
Acesso em: 10 ago 2018.

125
MAIA, Hérika Juliana Linhares, et al. Política nacional de
educação ambiental: conceitos, inovações e aplicabilidade.
In: Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. 2013.

SEIDEL, Roberto V.; FOLETO, Eliane M. Propostas de


ações em educação ambiental visando A Efetivação Da
Legislação Ambiental Em Áreas Rurais No Município De
Santa Maria – RS. Geografia - v. 17, n. 1, jan./jun. 2008.

TOURINHO, Luiz Anselmo Merlin; PASSOS, Everton. O


Código Florestal na Pequena Propriedade Rural: um
estudo de caso em três propriedades na microbacia do rio
Miringuava. Raega - O Espaço Geográfico em Análise, v. 12,
2006.

126
ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA
IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE COLETA
SELETIVA EM UNIVERSIDADES
Eloainy Alves Eustáquio1, Luciano Ricardo de Oliveira2,
Dora Inés Kozusny-Andreani3, Danila Fernanda Rodrigues
Frias4
1
Universidade Federal de Uberlândia/Divisão Financeira, Av.
João Naves de Ávila, 2121 - Bairro Santa Mônica, Uberlândia
- MG
2
Universidade Brasil/Graduando Engenharia Agronômica,
Est. Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa Rita Fernandópolis/
SP

Universidade Brasil/Professora Titular, Mestrado em


3,4

Ciências Ambientais, Est. Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa


Rita Fernandópolis/SP

eloainy@gmail.com1, luciano.ricardo1.lr@gmail.com2,
doraines@terra.com.br3, danila.frias@universidadebrasil.
edu.br4

Resumo: A coleta seletiva é uma prática sustentável,


combate o desperdício e preserva o ambiente. Com base
nisso, objetivamos avaliar a viabilidade da implantação de
um sistema de coleta seletiva em universidades. Segundo
dados obtidos na Universidade Federal de Uberlândia e
cooperativas de catadores, em 2015, foram produzidos
266.762 kg de material reciclável e arrecadados R$
231.252,53 com a venda destes, por um custo de implantação
de R$ 55.330,00. Constatou-se a contribuição para redução
dos impactos ambientais negativos e o incremento social
associado à comercialização do material coletado por várias
famílias envolvidas no processo.

Palavras-chave: Coleta Seletiva, Educação Ambiental,


Reciclagem, Sustentabilidade

Eixo Temático: Gestão ambiental e sustentabilidade

127
Introdução

O crescimento da população urbana e a forte industrialização


ocorrida no século passado contribuíram com o aumento da
produção de resíduos das mais diversas naturezas. O acúmulo
destes resíduos causa um processo de deterioração ambiental e
consequentemente implicações na qualidade de vida dos seres
humanos e animais (JESUS NETA, 2015).
O gerenciamento integrado dos resíduos sólidos é de
fundamental importância para garantir a qualidade de vida da
sociedade, bem como para o seu desenvolvimento sustentável.
Nesse contexto entra a coleta seletiva de materiais recicláveis,
como uma alternativa para diminuir o impacto da produção de lixo
e proporcionar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental
(WEINBERG, 2012)
O poder público, deve-se comprometer com a promoção
de mudanças profundas nos costumes de todo ser humano,
conscientizando-os da necessidade do uso racional dos recursos
naturais como forma de combate ao desperdício e de estímulo às
atitudes sustentáveis. (BRASIL, 2014).
A comprovação da viabilidade econômica de programas de coleta
seletiva tem sido um grande desafio para gestores da área. E para
analisar as vantagens econômicas e financeiras desses programas,
deve se considerar os custos e benefícios resultantes do processo
(DEBORTOLI, 2007). Desta forma, viu-se a necessidade de analisar
a viabilidade econômica para implantação de um sistema de coleta
seletiva de resíduos sólidos para universidades do Brasil.

Material e Métodos

Levantamento de dados no Departamento de


Sustentabilidade da Universidade Federal de Uberlândia

Foi realizado um estudo descritivo retrospectivo, no

128
Departamento de Sustentabilidade da UFU, por meio de
levantamento de dados relativos à implantação do sistema de coleta
seletiva de resíduos sólidos. Foram obtidos ainda, o quantitativo e
a estimativa de depreciação das lixeiras instaladas, a quantidade de
lixo produzido e o valor pago pela sua remoção.

Levantamento de dados junto às cooperativas de catadores

Nas cooperativas de catadores contratadas pela UFU para


remoção do material de seus campi, foi realizado levantamento
de dados relacionados à quantidade e tipo de material recolhido
mensalmente de fevereiro de 2013 a dezembro de 2015.

Transcrição e tabulação dos dados

Após obtenção das informações junto ao Departamento de


Sustentabilidade da UFU e às cooperativas de catadores, as mesmas
foram transcritas e tabuladas em planilhas eletrônicas (software
Excel) para posterior tratamento.

Cálculo de custos

Com os dados já tabulados foi realizado o cálculo de custos de


implantação de um sistema de coleta seletiva baseado no existente
na UFU. Para isso, foi executada uma pesquisa de mercado, baseada
em orçamentos fornecidos por empresas da iniciativa privada que
oferecem serviços relacionados com armazenamento de resíduos,
para então proceder a análise de viabilidade de otimização dos
custos de implantação do sistema.

Resultados e Discussão
Para iniciar o sistema de coleta seletiva da UFU foram instalados
103 pares de coletores seletivos. Atualmente, o custo médio dos
coletores é de R$399,00 o par, totalizando R$41.097,00. Para que
o material coletado nas lixeiras fosse armazenado nos Eco pontos,

129
foi realizada no ano de 2015, a compra de 10 contêineres com
capacidade de 1000 (mil) litros, com valor de R$1.423,38 a unidade.
Assim, o custo final de implantação de um sistema de coleta seletiva
semelhante ao da UFU será de R$55.330,00.
Para realização de serviços de coleta, transporte, triagem
e processamento dos resíduos, nos três anos, a UFU efetuou o
pagamento de R$183.206,00. Os valores relacionados a estes
serviços são elevados e este é o principal entrave para implantar
um sistema de coleta seletiva em empresas, utilizando a aplicação
da logística reversa (IPEA, 2012).
O valor arrecadado atualizado com a venda dos materiais
coletados nos três campis da UFU, no período de três anos foi
de R$231.252,53. Além desse valor de venda, as associações
receberam R$183.206,00 relacionados aos trabalhos de coleta e
remoção deste material dos campis, totalizando R$414.458,53.
Se não houvesse o sistema de coleta seletiva, este material seria
destinado ao lixo comum, e este valor deixaria de ser arrecadado.
Esta importância auxiliou na manutenção da qualidade de vida
de diversas famílias que foram beneficiadas com a criação destas
cooperativas e contratação das mesmas pela Universidade. Além
disso, essas cooperativas, com a venda deste material, conseguem
mais recursos para investir na aquisição de novos equipamentos
para a triagem e melhoria de condições sanitárias e de trabalho dos
catadores cooperados.
Notou-se que o valor de venda dos materiais coletados no
período de estudo (R$231.252, 53), foi maior que o valor gasto
pela UFU para remoção deste material (R$183.206,00). Esse dado
começa a apontar para a viabilidade econômica dos programas
de coleta seletiva, pois a renda obtida com a venda do material
foi maior que o valor pago para a retirada do mesmo. Além disso,
estudos demonstraram que a reciclagem possui alta viabilidade
sob o ponto de vista econômico, pois o setor movimenta cerca de
R$ 12 bilhões por ano, e acredita-se que no Brasil ainda se perde
mais de R$ 8 bilhões por ano devido ao não reaproveitamento

130
de resíduos sólidos devido à falta de consciência em reciclar do
cidadão (INEAM, 2016).

Conclusão
Com a realização deste trabalho pode-se notar a importância da
implantação de um sistema de coleta seletiva em Universidades, pois
nestes locais existe elevada produção de resíduos e os mesmos, se
desprezados de maneira incorreta, podem causar sérios prejuízos
ao meio ambiente e a saúde pública. Além disso, com a venda do
material coletado, várias famílias puderam melhorar sua renda e
as cooperativas aumentaram os recursos para investir na aquisição
de novos equipamentos e melhoria de condições sanitárias e de
trabalho dos catadores cooperados o que demonstrou a viabilidade
econômica dos programas de coleta seletiva.

Referências

JESUS NETA. Meio ambiente e gestão dos resíduos sólidos:


estudo sobre o consumo sustentável a partir da lei 12.305/10.
In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, nº 98, mar/2012.

WEINBERG, M. O manual da reciclagem. Metagreen. 2012.

BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e


Gestão. Plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
Instrumento de responsabilidade socioambiental na
administração pública. Brasília, 2014.

DEBORTOLI, R. Análise dos benefícios econômicos e


ambientais da coleta seletiva de Biguaçu. 2007. 56 f.
Monografia (Bacharelado em Ciências Contábeis) - Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, 2007.

131
INEAM – INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.
Reciclagem movimenta 12 bilhoes por ano. Disponível
em < http://ineam.com.br/reciclagem-movimenta-r-12-
bilhoes-por-ano-no-brasil/>. Acesso em 13 Dez. 2016.

IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA E APLICADA.


Diagnóstico dos resíduos sólidos industriais. Brasília,
2012.

132
ESTUDO SOBRE O IMPACTO CAUSADO NA
ADOÇÃO DE MÓDULO ESTRUTURAL EM TORA
DE EUCALIPTO TRATADA QUIMICAMENTE

Carla Lopes Simonis Seba 1, Cristina Veloso de Castro 2

1
Universidade Brasil/Mestranda em Ciências Ambientais,
Estrada Projetada s/n, Fazenda Santa Rita, Fernandópolis-
SP

2
Universidade Brasil/Professora Titular da Pós-Graduação
em Ciências Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda
Santa Rita, Fernandópolis-SP

carlasseba@gmail.com 1, cristina.castro@universidadebrasil.
com.br ²

Resumo O objetivo neste trabalho é mostrar cientificamente


que a adoção de módulo estrutural em tora de eucalipto
tratada pode causar impacto positivo ao meio ambiente, bem
como produzir sustentabilidade. Este estudo foi realizado
com base na pesquisa bibliográfica e no conhecimento
técnico vinculado à prática da arquitetura e da construção
civil, acompanhada da aplicação das normas brasileiras no
projeto do módulo estrutural em eucalipto. A possibilidade
do reaproveitamento de eucalipto tratado quimicamente,
inclusive seus resíduos e o ganho econômico no manejo
das florestas comerciais no Brasil, comprovam sua
sustentabilidade.

Palavras-chave: Eucalipto tratado, Impacto positivo,


Módulo.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

133
Introdução

Impacto ambiental “é qualquer alteração das propriedades


físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança
e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas;
a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a
qualidade dos recursos ambientais”. (Art. 1.° da Res. Conama 1, de
23.01.1986).
Modalidade de impacto, segundo a mesma resolução, observada
na adoção do módulo em eucalipto tratado:

- Impacto positivo ou benéfico – quando a ação resulta


na melhoria da qualidade de um fator ou parâmetro
ambiental;

A plantação florestal comercial e o cuidado com seus resíduos,


quando trabalhados de maneira adequada, apresenta baixa perda
efetiva de solo e pouca erosão hídrica.
Segundo o livro “Plantações Florestais”, 2017, Embrapa, as
boas práticas do manejo florestal ajudam no balanço do carbono
visto que as florestas plantadas têm a capacidade de reter maior
quantidade do mesmo acima e abaixo do solo. Os 7,74 milhões de
hectares com árvores plantadas absorvem 1,69 bilhão de toneladas
de CO2 da atmosfera. Os 5,4 milhões de hectares de áreas naturais,
na forma de Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva
Legal (RL) e de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN),
representam um estoque médio de 2,40 bilhões de toneladas de
CO2.
O eucalipto (no ciclo de sete anos) é a cultura que menos extrai
N, P (perde apenas para o café) e K (perde apenas para o milho).
Atualmente, o abastecimento de madeira (principalmente madeira
em tora) está mudando de florestas naturais para plantações

134
florestais comerciais, o que contribui para a conservação das
primeiras. Funciona como refúgio e corredor de passagem para
a fauna, sendo esta, muitas vezes, importante agente de controle
biológico de pragas.

Material e Métodos

Árvore originária da Austrália, o eucalipto encontra-se


totalmente adaptado às condições físicas e climáticas brasileiras,
com técnicas conhecidas de plantio, possuindo características
muito favoráveis à aplicabilidade proposta neste estudo – área da
construção civil – principalmente a espécie Eucalyptus citriodora,
amplamente estudada para atender a este fim.
O projeto adota o sistema modular e suas paredes de vedação
são em placas de OSB formada por uma malha de lascas de madeira
de reflorestamento previamente orientadas, coladas e prensadas
umas sobre as outras (MOLINA, 2010).

Figura 1. Perspectiva do Módulo

Figura 2. Perspectiva Geral

135
Resultados e Discussão

O Brasil ainda é rico em recursos naturais e a madeira sempre


ocorreu de forma abundante. Com o crescimento industrial, houve
a necessidade de se utilizar madeiras de baixa durabilidade natural,
e, consequentemente, dependentes de um tratamento preservativo.
Os conservantes são substâncias químicas utilizadas para
substituir a seiva no interior da madeira a ser tratada, evitando
insetos e fungos, sem poluir o ambiente natural.
Este tipo de tratamento em madeiras iniciou-se no final do
século XIX, para atendimento da demanda de dormentes para as
ferrovias. Somente na década de 1960, o setor de preservação de
madeiras ganhou impulso com aumento significativo das pesquisas
científicas, normalização técnica e a criação de unidades industriais
de preservação de madeira.
A partir de 2011, as usinas de preservação passaram a utilizar
basicamente madeiras dos gêneros calyptus e Pinus.
Existe uma tendência no setor em alcançar novos mercados,
como o de construção civil, cruzetas e embalagens, bem como
intensificar o consumo dos produtos tradicionais.
O CCA (arseniato de cobre cromatado) possui características
de inseticida (evita cupins, brocas e outros) e fungicida, além
de proteger contra a umidade.
Apresenta na sua composição química produtos que podem
provocar problemas residuais quando aplicados aleatoriamente,
tais como: Arsênio, Cobre e Cromo.
A norma NBR 10004/2004 classifica este resíduo como Perigoso
- Classe I. A mesma classificação é adotada pela Resolução Conama
452, de 02.07.2012, nos termos do seu art. 2.°.
O CCA deverá se manter no mercado por vários anos pela
inexistência de conservantes alternativos que apresentem a mesma
eficácia.

136
Conclusão

O reaproveitamento de materiais tem sido um tema de grande


interesse devido à elevada quantidade de resíduos gerados nas
mais diversas atividades.
Resíduos de toras de madeira tratadas com CCA são materiais
passíveis de reutilização para a produção de madeira plástica.
Existem estudos de reaproveitamento destes resíduos como
agentes de reforços em compósito com matriz de polietileno de
alta densidade (PEAD), através de moagem das toras e mistura com
outros componentes na formação do novo material atualmente
utilizado na produção de vários móveis e utensílios adaptados ao
mercado atual (SOUZA, 2016).
O consumo ético que conserva o meio ambiente e o
estabelecimento de limites para o uso dos recursos naturais são
duas questões que determinam a importância da manutenção
da sustentabilidade, se constituindo em um conceito dinâmico,
no qual estão internalizadas as crescentes necessidades das
populações humanas.
Através do investimento científico, econômico e tecnológico na
área da construção sustentável é possível economizar os recursos
naturais, reduzir o efeito das emissões dos gases de efeito estufa,
promover o equilíbrio ambiental, reduzir a poluição e o consumo
de energia, racionalizar o uso da água e apoiar o aumento dos níveis
de renda da população.
É importante salientar que a construção sustentável gera
o chamado “emprego verde”, que se caracteriza pelo emprego
formal e digno. São vários os estudos que mostram as diversas
oportunidades que se abrirão no futuro a partir da adoção de novas
práticas na construção civil.

137
Referências

Resolução Conama nº 1, de 23 de janeiro de 1986. Disponível


em http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/
CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf Acesso em 23 de agosto
de 2018.

JUNIOR, Carlito Calil; BRITO, Leandro Dussarat. Manual


de projeto e construção de estruturas com peças roliças de
madeira de reflorestamento, 1. ed. São Carlos: EESC – USP,
2010.

OLIVEIRA, Edilson Batista de; OLIVEIRA, Yeda Maria


Malheiros de. Embrapa – Ministério da Agricultura.
Plantações Florestais - Geração de Benefícios com Baixo
Impacto Ambiental. Disponível em: http://ainfo.cnptia.
embrapa.br/digital/bitstream/item/167316/1/Livro-1333-
Plantacoes-florestais-vs-22nov2017.pdf Acesso em 23 de
agosto de 2018.

OUZA, Jhonattas Muniz de. Reaproveitamento da madeira


tratada com arseniato de cobre cromatado e isolador elétrico
cerâmico para produção de compósito polimérico. Disponível
em:  https://repositorio.ucs.br/handle/11338/1409. Acesso
em 23 de agosto de 2018.

138
NOVAS TECNOLOGIAS COMO RECURSO
PARA EXTRAÇÃO DA MADEIRA
NATIVA BRASILEIRA

Orlando Saldanha1, Denise Regina da Costa Aguiar2

1
Universidade Brasil/ Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Professor Titular. Est. Projetada F1, S/N –
Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis – SP

2
Universidade Brasil/ Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Professor Titular. Est. Projetada F1, S/N –
Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis – SP

rememberos@hotmail.com1, costaag@uol.com.br2

Resumo: Este artigo apresenta a importância da utilização


de novas tecnologias como recurso para planejamento e
controle de extração da madeira nativa brasileira que permite
o manejo florestal com informações precisas, visando
contribuir para que os danos ambientais sejam minimizados.
Além disso, favorece uma excelente produtividade, a redução
dos custos e conformidade com a legislação. A metodologia
da pesquisa foi a revisão bibliográfica com base, em livros,
artigos, dissertações e teses, legislações sobre a temática.

Palavras-chave: Exploração florestal; manejo de precisão;


inovação; novas tecnologias.

Eixo temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

139
Introdução

Este estudo tem como finalidade apresentar a importância do


uso de novas tecnologias para o planejamento e controle da extração
de madeira nativa. O controle de extração da madeireira se tornará
mais eficiente com o uso de sistema integrado no planejamento e
controle da extração de madeira nativa, fiscalização no processo do
manejo e documentação necessária para distribuição, para facilitar
a identificação dos tipos de árvores, auxiliar no controle de estoque
na extração indiscriminada e reduzir a sonegação de impostos. No
período atual, as ferramentas ainda utilizadas praticamente podem
ser consideradas obsoletas pelos novos métodos apresentados,
mas, devido ao desconhecimento, ainda há práticas rupestres nesse
meio, que inviabilizam a redução de custos e provocam a destruição
do meio ambiente.

Material e Métodos

Trata-se de pesquisa de revisão bibliográfica, com base em livros,


artigos disponibilizados em bases de dados eletrônicas acadêmicas
e científicas, nacionais e internacionais, jornais e na legislação
brasileira, que possibilitaram a elaboração da fundamentação
teórica e, com isso, construir um grande aprofundamento na
extração da madeira nativa brasileira de maneira sustentável,
ecologicamente correta e economicamente viável.
O desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social
devem ser priorizadas pelas organizações de maneira a se
adequarem às exigências ambientais, bem como do mercado
globalizado. Por isso, busca-se contribuir para que ações
efetivas e concretas sejam adotadas pelas organizações para a
sustentabilidade do planeta.
Destaca-se a importância de uma atuação conjunta – poder
público, empresa e sociedade, para que tenhamos um meio
ambiente sustentável e que atenda às necessidades atuais e das

140
futuras gerações, dando acesso a bens e serviços indispensáveis à
sobrevivência humana.
A pesquisa científica é muito importante para essa área, pois
auxilia principalmente no âmbito da legislação, pois hoje não há
parâmetros, ou seja, estudos sobre o ciclo ideal de corte e o ponto
ideal de corte. É importante que sejam identificadas as espécies
que podem ter o corte antecipado ou quais não podem ser retiradas
após 25 anos, que venham auxiliar nos recursos existentes.
Este conhecimento também auxilia na formulação da legislação
ambiental, visto que há várias leis que não são embasadas em
estudos técnicos especializados. O problema é que até mesmo os
envolvidos no sistema muitas vezes não possuem o conhecimento
proporcionado pelo contato prático com o processo.

Resultados e Discussão

O manejo florestal sustentável na floresta Amazônica é


complexo, devido à sua grande biodiversidade e heterogeneidade,
com espécies, diâmetros e idades diferentes (BUONGIORNO;
GILLESS, 1987). A sustentabilidade do manejo de florestas naturais
é tema muito debatido atualmente, entretanto, pouco se sabe sobre
a dinâmica e padrão de crescimento das espécies arbóreas, mesmo
daquelas com maior interesse comercial.O meio ambiente é o
aglomerado de circunstâncias e ações que cercam uma comunidade.
O artigo 3º da Lei nº 6.938/81 pela primeira vez definiu no Brasil o
conceito de meio ambiente como sendo “o conjunto de condições,
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. A
Constituição Federal de 1988 destacou a importância do meio
ambiente no seu artigo 225. Desse modo, o meio ambiente deve
ser preservado e tratado, pois o que existe nele está diretamente
relacionado a todas as formas de vida.
A técnica de manejo florestal pode ser conceituada como o uso
combinado de práticas de planejamento e princípios de conservação

141
que visam garantir que uma determinada floresta seja capaz de
suprir, de forma continua, um determinado produto ou serviço.
(BIAZATTI, 2009). Quanto às etapas do manejo, “O plano manejo
florestal consiste em três etapas: zoneamento, planejamento de
estradas e a divisão alocada para exploração anual”. (AMARAL et
al., 1998).
Nos últimos anos tem havido renovado interesse no conceito de
manejo e de gestão florestal sustentada. A ideia é extrair madeira
causando o mínimo de dano à floresta e à fauna. A floresta se
recupera gradualmente, permitindo uma nova extração décadas
depois.O levantamento de informações para a elaboração do plano
de manejo em coletar informações das florestas, tais como, as suas
características, localização e posição das espécies de madeiras,
sendo apenas uma pequena fração (menos de 1%) da área a
ser manejada. O objetivo é avaliar de forma rápida o potencial
madeireiro, bem como as características da topografia e hidrografia
da propriedade.
Após esse processo a empresa já possui um controle de estoque
e as informações necessárias para compartilhar os dados com o
IBAMA, que é responsável pela aprovação da extração madeireira.
Esse compartilhamento será realizado através de uma integração
do sistema do IBAMA com o sistema da empresa madeireira. Assim,
o órgão competente terá acesso às informações.
Ambos os sistemas terão um módulo para que o IBAMA possa
fiscalizar e autorizar a extração da madeira.
O Inventário amostral permanente é um levantamento periódico
(em geral, a cada três a cinco anos) de uma parte da floresta (parcelas
permanentes), através do qual, as árvores terão novamente seus
dados atualizados e, assim, se monitorando o desenvolvimento da
floresta quanto ao crescimento, mortalidade e regeneração, bem
como os danos ecológicos da exploração.
Além disso, através desse levantamento, estima-se o ciclo de
corte da floresta.
De acordo com a demanda da indústria, deverá ser estabelecida

142
uma regra no sistema integrado para a ordem de extração das
árvores. Através dos dados coletados, o sistema indicará qual
a melhor árvore para atender ao pedido, ou seja, uma vez que o
cliente solicitou a quantidade e as dimensões, o próprio sistema,
em tempo real, demonstrará a árvore ideal para atender as
necessidades, evitando o desperdício e aproveitando ao máximo os
recursos florestais.

Figura 1 – Manejo florestal com a nova proposta tecnológica


Fonte: elaborado pelo próprio autor.

Conclusão

Atualmente o processo do manejo florestal nas florestas nativas


brasileiras é lento em algumas etapas. Com a nova proposta de
tecnologia, essa etapa passará a ter um tempo mais curto e menos
cansativo, pois as informações serão coletadas através de um
aparelho, eliminando outros objetos desnecessários.
O controle de extração da madeireira se tornará mais eficiente,
pois terá informações detalhadas no sistema integrado, inclusive
com a sua localização através de coordenadas geográficas. Assim,
a madeireira poderá desenvolver, da melhor forma possível, a
extração da madeira desejada, com exploração responsável e
preservação da floresta e da fauna.

143
Referências

AMARAL, Paulo; VERÍSSIMO, Adalberto; BARRETO, Paulo;


VIDAL, Edson. Floresta para sempre. Imazon, 1998.

BIAZATTI, Marcus. Promoção do manejo florestal


madeireiro de pequena escala no Estado do Amazonas.
Projeto Floresta Viva. Setembro de 2007.

BUONGIONO, Joseph; GILLESS, Keith. Forest Management


and Economics: a primer in quantitative methods. New
York: Macmillan Publishing, 1987.

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos


Naturais. Flora e Madeira. Disponível em: http://www.
ibama.gov.br/flora-e-madeira/manejo-florestal-sustentavel.
Acesso em: 22 ago. 2018.

144
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DAS SUB-BACIAS
DO MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS - SP

Diéssica Talissa Burdo Timóteo da Silva1; Luiz Sergio


Vanzela2

1
Engenharia Civil, Profissional Liberal, Rua Duque de Caxias,
348, centro, Turmalina - SP

2
Universidade Brasil/Professor Titular da Pós-Graduação
em Ciências Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda
Santa Rita, Fernandópolis - SP

diessicatalissa@outlook.com1, lsvanzela@yahoo.com.br2

Resumo: Considerando a importância do adequado uso e


ocupação do solo para a sustentabilidade nos municípios,
neste trabalho avaliou-se o uso e ocupação do solo nas
sub-bacias hidrográficas do município de Fernandópolis
- SP. Para isso, utilizou-se como base planimétrica as
imagens de satélite do Google Earth e a base altimétrica
de carta topográfica vetorizada SF.22-D-II-4 do IBGE. Os
resultados demonstraram que na maioria das sub-bacias
o uso e ocupação do solo predominante em 4 das cinco
bacias avaliadas foi a pastagem e cana de açúcar. Também
observaram-se, em todas as sub-bacias, percentuais de
cobertura de vegetação nativa variando de 3,9 a 12,9%.

Palavras-chave: Manejo de bacias hidrográficas, Recursos


hídricos.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

145
Introdução

O uso e ocupação do solo é um fator considerável na influência


dos processos ecológicos e hidrológicos nas bacias hidrográficas.
A vegetação nativa nos municípios representa papel fundamental
na proteção da fauna e flora, recursos hídricos, solo e equilibro
ecológico, sem contar que é importante para o desenvolvimento
socioeconômico. O uso e ocupação do solo de forma não planejada
propicia na degradação da qualidade e disponibilidade de recursos
hídricos e de seu entorno.
Além disso, a má utilização do solo pode provocar danos
irreversíveis ao meio ambiente como a perda da biodiversidade,
processos erosivos intensos, assoreamento de reservatórios e
cursos d’água, impermeabilização do solo, inundações (SANTOS
et aI., 2010). Com isso, o objetivo neste trabalho foi avaliar o uso
e ocupação do solo nas sub-bacias hidrográficas do município de
Fernandópolis - SP.

Material e Métodos

O município de Fernandópolis está localizado no Noroeste


Paulista nas coordenadas 20º17’00’’ Sul e 50º14’54’’ Oeste. O
estudo foi realizado nas cinco sub-bacias do município, sendo:
Santa Rita (1), Pádua Diniz (2), Pedras (3), Jagorá (4) e São Pedro
(5) (Figura 1).
O levantamento de uso e ocupação do solo teve como base
planimétrica as imagens de satélite do Google Earth (GOOGLE
Inc, 2017) com data de passagem de abril de 2016, enquanto a
base altimétrica foi a carta topográfica vetorizada SF.22-D-II-4 do
IBGE (1965). A partir dessas bases planimétricas e altimétricas,
elaborou-se um banco de dados contendo: divisores de águas e
redes de drenagem, uso e ocupação do solo e isolinhas altimétricas.
O uso e ocupação do solo foi elaborado por digitalização manual e
classificação visual sobre a imagem de satélite nas seguintes classes:

146
várzeas, matas, cana-de-açúcar, pastagens, culturas, espelhos
d’água. Rodovias, áreas urbanizadas, ferrovias e aeroportos.

Figura 1- Mapa de localização das sub-bacias do município de


Fernandópolis, em que 1-Sub-bacia do Ribeirão Santa Rita, 2-Sub-bacia do
Ribeirão Pádua Diniz, 3-Sub-bacia do Córrego das Pedras, 4-Sub-bacia do
Ribeirão Jagorá e 5-Sub-bacia do Ribeirão São Pedro.

Os dados foram compilados em tabelas, permitindo a


determinação dos totais de uso e ocupação do solo em cada sub-
bacia, com o auxílio do aplicativo ArcGIS versão Educacional.

Resultados e Discussão

Nas sub-bacias do Ribeirão Santa Rita, do Ribeirão Pádua Diniz e


do Córrego das Pedras, a maior ocupação é por pastagem (de 46,47 a
55,74%), enquanto nas sub-bacias do Ribeirão Jagorá e do Ribeirão
São Pedro é por cana de açúcar (35,60 e 45,34%) (Figura 1).

147
Uso e Área (%)
ocupação 1 2 3 4 5 M
Várzeas 7,25 6,50 4,85 7,17 5,38 6,41
Matas
nativas 3,90 5,50 6,48 12,89 12,49 7,74
Cana 31,45 40,22 12,79 35,60 45,34 33,80
Pastagens 46,47 46,62 55,74 33,23 32,34 42,42
Culturas 4,69 0,93 3,77 10,45 4,06 4,89
Espelhos
d’Agua 0,27 0,19 0,51 0,57 0,14 0,31
Rodovias 0,14 0,04 0,27 0,07 0,03 0,11
Áreas
urbanas 5,47 0,00 15,53 0,02 0,23 4,15
Ferrovias 0,37 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14
Aeroportos 0,00 0,00 0,06 0,00 0,00 0,01
Total (km2) 210,00 58,81 71,06 83,16 126,77 549,80

148
Figura 2- Mapa e área dos usos e ocupações do solo do município de
Fernandópolis – SP, em que 1-Sub-bacia do Ribeirão Santa Rita, 2-Sub-bacia
do Ribeirão Pádua Diniz, 3-Sub-bacia do Córrego das Pedras, 4-Sub-bacia
do Ribeirão Jagorá, 5-Sub-bacia do Ribeirão São Pedro e M-Município.

Entretanto, com exceção da sub-bacia do Córrego das Pedras


que predomina pastagens e área urbana, em todas as sub-bacias
os usos ocupações predominantes são pastagens e cana de açúcar.
Com relação as matas nativas, todas as sub-bacias apresentaram
os índices inferiores aos mínimos exigidos pelo Código Florestal
Brasileiro que é de 20% do total (BRASIL, 2012). As sub-bacias em
melhores condições em relação a cobertura vegetal nativa são as
do Ribeirão Jagorá e Ribeirão São Pedro com percentuais de 12,89
e 12,49%, respectivamente. As demais sub-bacias apresentam
cobertura de vegetação nativa inferior a 7%, sendo a do Ribeirão
Santa Rita a de pior situação, com somente 3,90%.

Conclusão

Com exceção da sub-bacia do córrego das Pedras que predomina


a cobertura de pastagem e áreas urbanizadas, nas demais
predominam a pastagem e cana de açúcar.
Todas as sub-bacias avaliadas não apresentam o mínimo
de cobertura vegetal nativa de acordo com o Código Florestal
Brasileiro, sendo a do Ribeirão Santa Rita a mais crítica com menos
de 4% de sua área.

Referências

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe


sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos
6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de
1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis
nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril
de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto

149
de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil. Brasília, 2012.

GOOGLE Inc. Google Earth versão 7.1.2.2041. Mountain View:


Google Inc., 2017.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Carta


topográfica vetorizada SF.22-D-II-4. Brasília: IBGE, 1965.
Disponível em:< www.ibge.gov.br> Acesso em: 21/08/2018.

SANTOS, A. L. C.; SANTOS, F. Mapeamento das classes de


uso e cobertura do solo da bacia hidrográfica do Rio Vaza
– Barris, Sergipe. Revista Multidisciplinar da UNIESP: Saber
Acadêmico, São Paulo, n. 10, p. 57-67, 2010.

150
GESTÃO AMBIENTAL COMO FATOR
ESTRATÉGICO CORPORATIVO E SUA
CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL

Jacqueline Paola Ortiz Mendoza1, Evandro Roberto


Tagliaferro2

1
Universidade Brasil/Dicente do Programa de Pós-graduação
em Ciências Ambientais, São Paulo-SP

2
Universidade Brasil/Docente do Programa Pós-graduação
em Ciências Ambientais, Fernandópolis - SP

jackiepaola2016@gmail.com1, evandro.tagliaferro@
universidadebrasil.edu.brl2

Resumo: O atual cenário empresarial competitivo,


caracterizado pela responsabilidade das empresas em
relação à utilização dos recursos naturais deixou de ser
apenas uma postura e passa a ser compreendida como
uma mudança vital para a sobrevivência e competitividade
das organizações. O presente artigo busca compreender a
gestão ambiental como fator estratégico e como este pode
contribuir para o desenvolvimento sustentável. Trata-se de
uma pesquisa descritiva para compreender as atividades
de cunho ambiental nas organizações, com o objetivo de
identificar e analisar as práticas ambientais.

Palavras-chave: Gestão ambiental. Estratégia empresarial.


Desenvolvimento sustentável.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

151
Introdução

Uma das discussões mais freqüentes quanto ao tema gestão


ambiental trata de que maneira as indústrias podem tornar-
se ecologicamente éticas e também produtivas. Cada vez mais
organizações estão condicionadas em atender às legislações,
regulamentos ou normas ambientais, para se adequar a um cenário
econômico, social e ambiental mais exigente.
A sustentabilidade industrial busca o desenvolvimento de
projetos em que empresas adotem ações e práticas sustentáveis
em seus processos produtivos, como geração de energia mais
limpa e renovável, criação de produtos ecologicamente corretos,
implementação de projetos ambientais e sociais, treinamento
para conscientização de seus colaboradores quanto ao assunto
sustentabilidade, dentre outros.
Segundo Barbieri (2016) o fator gestão ambiental está presente
no mundo empresarial e considera-se atualmente como imperativo
frente ao agravamento de problemas ambientais. Para o autor as
propostas da gestão ambiental empresarial têm como base três
critérios a considerar: eficiência econômica, equidade social e o
respeito ao meio ambiente. Desta forma, a adoção destas propostas
poderá contribuir para que as empresas gerem renda e riqueza, ao
mesmo tempo, cuidem do meio ambiente e criem benefícios sociais,
na busca por uma sociedade mais justa.
Considerando a relevância da gestão ambiental empresarial,
assim como as ações desenvolvidas pelas indústrias na busca da
preservação ambiental como fator estratégico, o objetivo deste
trabalho é identificar e analisar ações adotadas e implementadas
pelas organizações.

Material e Métodos

O trabalho está estruturado por uma abordagem qualitativa,


conduzida por uma pesquisa do tipo exploratória, com propósito

152
de descrever o fenômeno gestão ambiental e sua implantação nas
organizações, contribuindo com possíveis compreensões dentro da
realidade estudada.
A pesquisa se utilizou de um instrumento de entrevista,
caracterizado como roteiro semi-estruturado, desenvolvido a
partir do referencial teórico com a finalidade de coletar dados com
características qualitativas na busca de diversas possibilidades de
respostas.
Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo
de Bardin (2011), classificando as entrevistas pelo fenômeno
da comparação das respostas obtidas: i) contribuições com a
implementação da gestão ambiental para a organização e para o
desenvolvimento sustentável; ii) principais atividades de cunho
ambiental desenvolvidas pela organização que estão relacionadas
aos ganhos de competitividade; iii) fatores organizacionais que
promovem a sustentabilidade entre as áreas econômica, social e
ambiental.
O delineamento da pesquisa contempla entrevista com gestores
de três empresas localizadas na região do Grande ABC. A análise
buscou relacionar e comparar os dados dos entrevistados com
as contribuições teóricas acerca do tema. Deste modo, verificou-
se como a gestão ambiental é implementada e aplicada nas
organizações, seja a partir de atividades, ações ou ainda estratégias
competitivas.

Resultados e Discussão

No atual contexto empresarial, as organizações enfrentam um


novo paradigma em que se faz necessário transformar atividades
produtivas em estratégias ambientais, analisar e mitigar os
impactos ambientais poderá ser compreendido como aumento de
produtividade e competitividade.
Donaire (2018) cita o Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
como uma ferramenta capaz de promover o controle operacional,

153
bem como a avaliação do desempenho ambiental, através do
desenvolvimento e implementação de uma política ambiental na
organização.
A pesquisa buscou compreender quais as contribuições que
a implementação da gestão ambiental poderá trazer para as
organizações e para o desenvolvimento sustentável. Os dados
extraídos das entrevistas refletem que a gestão administrativa da
empresa possui comprometimento com as questões ambientais,
seja no desenvolvimento de ações através do Sistema de Gestão
Ambiental ou nas atividades que otimizam o uso dos recursos
naturais, permitindo a redução do impacto ambiental que processos
operacionais provocam ao meio ambiente.
Os dados também demonstraram que atualmente as empresas
se preocupam com a conscientização ambiental, pois na cadeia
de clientes e fornecedores ocorre a busca pela certificação de um
sistema de gestão ambiental, permitindo uma maior competitividade
entre essas parcerias, desta forma aumenta o comprometimento e
responsabilidade para com o meio ambiente.
Para Barbieri (2016) a gestão ambiental dentro das organizações
compreende as diretrizes e as atividades administrativas
desenvolvidas por uma organização para alcançar efeitos positivos
para o meio ambiente e seu entorno, isto é, para mitigar, eliminar
ou compensar os problemas provocados ao meio ambiente
decorrentes da atuação industrial.
Ainda segundo o autor existem outros instrumentos para
implementar a gestão ambiental nas organizações, tais como
estudos de impactos ambientais, relatórios ambientais,
gerenciamento de riscos ambientais e educação ambiental, dentre
outros instrumentos que as empresas podem utilizar para alcançar
seus objetivos ambientais.
Ainda por meio dos dados extraídos das entrevistas, compreende-
se que a gestão ambiental pode estar relacionada à estratégia
organizacional, onde o entrevistado mencionou como exemplo
a utilização do princípio dos 3R’s – Reduzir, Reutilizar e Reciclar,

154
voltada para a responsabilidade e conscientização ambiental, que
promove a redução de custos para organização e contribui para o
desenvolvimento sustentável.

Conclusão

A pesquisa buscou analisar e compreender a implementação


da gestão ambiental no ambiente corporativo e suas contribuições
para a organização e para o desenvolvimento sustentável. Para
isso foram analisados os dados dos entrevistados e as respostas
comparadas com o referencial teórico.
Os dados extraídos da pesquisa demonstraram a presença
da conscientização ambiental por parte das organizações,
através da compreensão de um sistema de gestão ambiental e
o desenvolvimento de atividades operacionais voltadas para a
produtividade, mas também comprometidas com desenvolvimento
sustentável.
A pesquisa também demonstrou que a gestão ambiental pode
fazer parte da estratégia organizacional e associar isso a um
aumento de competitividade de mercado, já que as atividades de
cunho ambiental poderão promover a posição da empresa.
Por fim, pode-se considerar que as organizações industriais
detém uma maior responsabilidade em relação aos problemas
ambientais existentes. Desta maneira, analisar e buscar desenvolver
atividades produtivas com seus aspectos e impactos ambientais
devidamente mapeados, através de métodos e controles, poderá
obter melhores resultados e acentuar seu comprometimento com
o desenvolvimento sustentável.

Referências

BÁNKUTI, S. M. S; BÁNKUTI, F. I. Gestão


ambiental e estratégia empresarial: um estudo
em uma empresa de cosméticos no Brasil. São Carlos,

155
2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v21n1/
a12v21n1.pdf>. Acesso em: 11/ago/2018.

BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos,


modelos e
Instrumentos. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São


Paulo: Edições 70, 2011.

DONAIRE, D; OLIVEIRA, E. C. de. Gestão ambiental na


empresa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São


Paulo: Atlas, 2010.

MACÊDO, K. B; OLIVEIRA, A de. A gestão ambiental nas


organizações como nova variável estratégica. Goiás,
2006. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572005000100006>.
Acesso em: 11/ago/2018.

156
PROTÓTIPO DE SECADOR DE BANDEJAS
POR CONVECÇÃO E BATELADA

Alex Alves Valeiro1, Deborah Ribeiro Oliveira2, Felipe


Arruda de Oliveira3 Alexsander Saves dos Santos4

Universidade Brasil/Graduandos
1,2,3
em Engenharia
Química/Fernandópolis-SP

4
Universidade Brasil/Professor do Curso de Graduação em
Engenharia Química/Fernandópolis-SP

xandyvaleiro@gmail.com1, ribeiro.deborah@yahoo.com.
br2, felipearrudaoliveira@gmail.com³, saves.santos@gmail.
com4

Resumo: A secagem fornece várias vantagens tanto ao


fabricante quanto ao consumidor, pois aumenta a vida útil
do alimento sendo ao mesmo tempo econômica, devido à
perda de umidade do alimento deixando-o mais compacto
requerendo menos cuidados com a ventilação. O presente
trabalho é resultado de um estudo sobre os processos e
equipamentos de secagem utilizados no mercado, por meio
da construção de um secador de bandejas para desidratação
de alimentos, com o intuito de redução no desperdício de
alimentos estocados.

Palavras-chave: Secagem, Operação Unitária, Desidratação,


Umidade.

Eixo Temático: Engenharia e Química.

157
Introdução

As perdas da produção das pós-colheitas de frutas e hortaliças


é uma preocupação para os pequenos, médios e grandes
agroindustriais.
A secagem é um dos processos comerciais mais utilizados para
a preservação da qualidade dos alimentos. Consiste na remoção de
grande parte da água inicialmente contida no produto a um nível
máximo de umidade no qual possa ser armazenado em condições
ambientais por longos períodos (ROSSI e ROA, 1980).
O secador de bandeja é um equipamento utilizado em indústrias
em geral, e faz parte de importantes tipos de secadores chamados
convectivos, que são equipamentos que utilizam o ar como fluído para
a transferência de calor de um lugar para outro (TOWLER, 2008). Sua
principal característica é a sua simplicidade de construção, operação
e pelo baixo custo de manutenção (FOUST, 1982).
Assim o objetivo deste trabalho foi confeccionar um secador à
bandeja por convecção e batelada aplicado a secagem de alimentos.

Material e Métodos

Em primeira instância, fez-se necessário um estudo sobre os


modelos de secadores de bandeja disponíveis no mercado para
determinar os princípios de funcionamento, materiais utilizados e
dimensões do projeto.
Estabeleceu-se que o projeto trataria de um secador de bandeja
em batelada e transferência de calor por processo convectivo.
A Figura 1 mostra o secador de bandeja, que é composto por um
soprador térmico que fornece ao sistema ar condicionado (ar
resfriado ou aquecido por meio de aparelho específico), duas
bandejas (onde são secos os materiais para os experimentos),
processo de automação (Arduíno Starter Automação), uma parede
divisória para a dispersão do calor para todo o equipamento, além
de um exaustor.

158
Figura 1 - Secador de bandeja, por processo convectivo.

Fonte: Os autores.

Ao colocar um produto em um ambiente (secador) com


temperatura e umidade constante, por um tempo suficiente longo,
este atingirá um ponto de equilíbrio onde não haverá troca de
umidade entre o produto e o ar ambiente. Neste ponto cessa o
movimento de umidade e diz-se então que o produto atingiu o teor
de umidade em equilíbrio.
Para demonstrar que o projeto do secador possui capacidade em
atingir o teor de umidade em equilíbrio, utilizou-se uma amostra
de batata-inglesa Solanumtuberosum cortada de maneira que sua
espessura fosse a mais fina possível, a fim de facilitar o processo de
secagem.
Após o corte, esta foi pesada, obtendo-se o peso inicial de 24,9g.
Em seguida, a amostra, foi alocada no secador, que já se encontrava
ligado, a uma temperatura de 150°C.
Para realizar a curva de secagem, retirou-se a amostra em
períodos de 2 minutos, e pesou-se. Este procedimento foi realizado
durante 18 minutos de secagem.
Para determinar a quantidade de água evaporada (g), contida na

159
amostra, realizou-se os cálculos obtendo-se os dados apresentados
na Tabela 1.

Tabela 1 - Dados obtidos da secagem da batata-inglesa a 150°C.

Tempo Secagem da batata- Água


(mim) inglesa (g) evaporada
(g)
0 24,9 0
2 18,9 6
4 13,5 11,4
6 9,9 15
8 6,8 18,1
10 5 19,9
12 4,1 20,8
14 3,9 21
16 3,75 21,15
18 3,7 21,2

Fonte: Os autores.

Resultados e Discussão

Ao analisar os dados da Figura 2, é possível visualizar que em


determinado ponto a pressão de vapor d’água dentro do produto
é igual a pressão vapor contida no ar, atingindo assim o teor de
umidade em equilíbrio.

160
Figura 2 - Análise da curva de secagem.

Fonte: Os autores.

Observa-se ainda, que no período inicial da secagem, a taxa


de transferência de massa foi baixa, sendo que para certos casos
este nem foi percebido. Esta etapa representou o intervalo de 0 a 2
minutos.
O intervalo de 4 a 8 minutos, correspondeu o período onde a
taxa de secagem é constante. Durante esta etapa, a temperatura
do produto se manteve igual à do ar de secagem saturado e as
transferências de massa e calor se compensaram. Este período
continuou até que a quantidade de água no produto foi suficiente
para manter a superfície com uma película de água.
O terceiro período (taxa de secagem decrescente), ficou entre 10
e 18 minutos. Neste estágio, não houve mais água livre no material
e a taxa de secagem foi regulada pelas características do material,
até que o teor de umidade de equilíbrio fosse atingido.

Conclusão

A secagem é uma importante operação unitária, encontrada em


uma infinidade de processos, que necessitam eliminar a água de
seus produtos.
Com base nos dados desta análise, conclui-se que alguns

161
parâmetros de controle podem variar de acordo com o processo,
mas em geral a temperatura, tempo de secagem e a dimensão do
alimento são mais influentes em qualquer processo de secagem,
uma vez que exercem efeitos sobre a taxa de secagem e teor de
umidade final.
O secador mostrou-se eficiente, pois foi possível determinar que
a água corresponde a 85% da composição da batata-inglesa e além
disso, verifica-se uma melhor compreensão e visualização de cada
período da curva de secagem, sendo possível atingir a umidade de
equilíbrio.

Referências

FOUST, A. S.; WENZEL, L. A.; CLUMP, C. W.; MAUS, L.;


ANDERSEN, L. B. Princípios das Operações Unitárias. 2ª
ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Dois, 1982. 682p.

TOWLER, G.; SINNOTT, R. Chemical Engineering Design:


Principles, Practice and Economics of Plant and Process
Design. Burlington: Butterworth-Heinemann, 2012. 1320p.

ROSSI, S.J.; ROA, G.; Secagem e armazenamento de produtos


agropecuários com uso de energia solar e ar natural.
Campinas: ACIESP. 1990. 295p. Publicação ACIESP nº 22.

162
A APLICAÇÃO DE GEORREFERENCIAMENTO
NO CENTRO COMERCIAL, NA CIDADE DE
ITURAMA-MG

Camila Fernandes Ferreira Aparecido1, José da Silva


Farias2, Eduardo Batista da Silva3, Daycielle de Matos4

Faculdade Aldete Maria Alves/Geotecnia, Av. Domingos


1,2,3,4

Teixeira, 664 - Recanto dos Lagos - Recanto dos Lagos,


Iturama - MG, 32280-000

camilaff_gyn@hotmail.com1, joseeng@gmail.com2,
eduengercivil2015@gmail.com3, dayciellematos.eng@
gmail.com4

Resumo: O Estudo sobre os benefícios do


georreferenciamento em centros urbanos trazem eficiência
para a prefeitura da cidade e sociedade. O objetivo proposto é
representar esses pontos em mapa temático com localização
e levantamento de área construída, imóveis comerciais,
imóveis residenciais, bares, restaurantes, lotes vazios e
outras espécies de ocupação menos comuns. Esse trabalho
foi desempenhado de acordo com pesquisa bibliográfica,
uso da internet e estudo de campo para atingir os
resultados esperados: propor à prefeitura e à sociedade uma
ferramenta viável e confiável para a prestação de informação
georreferenciada, tais como medidas de áreas dos imóveis,
acesso ao mapeamento local, logrados, cadastro imobiliário
e possibilitar melhor planejamento urbano.

Palavras-chave: Sensoriamento remoto, mapa temático,


planejamento urbano.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

163
Introdução

A dinâmica atual de crescimento das cidades exige que decisões


urbanísticas, técnicas ou políticas sejam tomadas diante de uma
visão real do espaço ao longo do tempo. A partir do monitoramento
de uma área urbana, coletando-se dados ao longo do tempo que
possam se transformar em alguma informação relevante ao usuário,
têm-se como mapas temáticos mais frequentes os mapas de uso
do solo, mapa da ocupação associada ao número de pavimentos,
mapa de lazer, mapa de ruídos, mapa de distribuição dos serviços
de infraestrutura, mapa de estatística populacional.
Georreferenciar uma imagem ou mapa é tornar suas coordenadas
conhecidas num dado sistema de referência. Este processo inicia-
se com a obtenção das coordenadas (pertencentes ao sistema no
qual se planeja georreferenciar) de pontos da imagem ou do mapa
a serem georreferenciados, conhecidos como Pontos de Controle.
Os Pontos de Controle são locais que oferecem uma feição física
perfeitamente identificável, tais como intersecções de estradas e
de rios, represas, pistas de aeroportos, edifícios proeminentes,
topos de montanha, dentre outros. A obtenção das coordenadas
dos Pontos de Controle pode ser realizada em campo a partir
de levantamentos topográficos, GPS – Global Positioning System
(EPUSP, 2006).
O objetivo do trabalho foi gerar informações seguras com
auxílio de equipamentos de precisão, juntamente com programas
assistido por computador para a sociedade e órgãos públicos como
para a Prefeitura Municipal da cidade, localizando rapidamente os
pontos onde estão situadas lojas, bancos e lotes vazios obtendo
informações de medidas lineares e de áreas com confiabilidade.

Material e métodos

O trabalho foi realizado no município de Iturama-MG nas


coordenadas E= 583909.370 N= 7818194.450 Elevação= 459.357

164
(Zona 22K, Sistema de Coordenada UTM, WGS-84) no período de
fevereiro a novembro de 2017.
Os equipamentos utilizados foram GPS – Geodésico modelo R6-
5800 Trimble, Estação total leica 307.
Os pontos de controle utilizados para o levantamento da área
selecionada, foram escolhidos seguindo o critério de menor
interferência física da região em estudo, batizados de V1, V2, V3 e V4.
Para os registros de imagens aéreas, foi utilizada câmera fotográfica
12 MP (1/2.3”) com resolução velocidade do obturador de 8 segundos
-1/8000 segundos e lente de 20 mm com f/2.8 e campo de visão de
94ºcom formato de foto JPEG, DNG (RAW) com tamanho de imagem
4000×3000 pixels, com sobreposição de imagem de 25% que foi
configurado no início do processamento das imagens capturadas
pelo drone. A figura 1 mostra os edifícios da Caixa Econômica
Federal, Unimed e Banco Itaú, ilustrando o nível de detalhes obtidos
na captura das imagens que formaram o mosaico de estudo.

Figura 1 – Detalhe da captura de imagens mostrando os edifícios da Caixa


Econômica Federal, Unimed e Banco Itaú, no cruzamento da Avenida Rio
Grande com Rua Ituiutaba. Fonte: autores, 2017.

165
Para manipulação de imagens, foi utilizado o software QGIS
versão 2.14.13, sendo usado para toda execução do projeto e
tratamento do mosaico editando e gerenciando as informações
do banco de dados. O Excel, software de planilha eletrônica, foi
utilizado nesse trabalho para a tabulação de dados, correlacionando
os pontos levantados em campo com suas identificações físicas,
o que chamamos de cadastro técnico. Com o auxílio do AutoCAD
foi possível executar os cálculos das áreas, pois o AutoCAD é um
software mais apropriado para o tratamento dos polígonos e calcula
com maior rapidez as áreas o programa também tem seu formato
DWG compatível com o QGIS.

Resultado e Discussão

A seguir, são apresentados alguns resultados gráficos. A figura


2 ilustra os polígonos dos imóveis, identificando as áreas dos
terrenos, sua localização e os pontos controle. Em anexo, está essa
mesma imagem, em formato A2, a qual permite melhor visualização
dos imóveis e suas áreas e os respectivos logradouros.

Figura 2 – Polígonos, áreas, localização e pontos controle. Fonte: autores,


2017.

166
Com esse trabalho foram catalogados 284 imóveis, totalizando
115.811 m², sendo que se destaca a grande ocupação por lojas
comerciais, com 37,7%, confirmando a área de estudo como centro
comercial, porém verifica-se que temos 30,2% de residências
familiar, sendo uma parte considerável do centro ainda ocupadas
por famílias.
Aprofundando um pouco mais a análise, é possível observar
que outras espécies ligadas aos ramos de prestação de serviços
privados e públicos, totalizam mais 20,6%, elevando o porcentual
de ocupação para 58,3%.

Conclusão

Conclui-se que esse tipo de serviço pode ser feito no perímetro


completo da cidade como forma de ajudar a prefeitura e a sociedade,
revertendo em serviços como emissão de segunda via de IPTU e
outros documentos, certidões de débitos, certidões relativas ao
planejamento urbano espacial, uso e ocupação do solo, informações
gerais sobre o município, seus habitantes e imóveis.

Referências

BAEHR, Hans-Peter. Modelo de Gestão Urbana baseado na


Capacidade de Atendimento do Sistema de Abastecimento
de Água. In: 6º Congresso Brasileiro de Cadastro Técnico
Multifinalitário, 2004, Florianópolis. COBRAC2004.
Florianópolis: UFSC, 2004.

EPUSP, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.


Geoprocessamento. 2006. Disponível em: <http://www.ptr.
poli.usp.br/labgeo/graduacao/ptr321/material2/registro.
pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017

167
CONCENTRAÇÃO DE PARTÍCULAS INALÁVEIS
NO AR NO NOROESTE PAULISTA

Ligia Glaucia Dias Pina1, Micaela Carla Rodrigues de


Assunção2, Luiz Sergio Vanzela3

Fundação Educacional de Fernandópolis/Graduandas em


1, 2

Engenharia Ambiental e Sanitária, Avenida Teotônio Vilela


s/n, Campus Universitário, Fernandópolis - SP

3
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda Santa Rita,
Fernandópolis - SP

lgdp.ambiente@gmail.com, mikaelaaspasia@icloud.com2,
lsvanzela@yahoo.com.br3

Resumo: Sabendo-se da importância da qualidade do ar


para a saúde e ambiente, o objetivo neste trabalho foi avaliar
os níveis de concentração de partículas inaláveis presentes
no ar, nos municípios de Araçatuba e São José do Rio Preto,
localizados no Noroeste Paulista. Os dados de partículas
inaláveis foram obtidos do banco de dados do sistema
QUALAR, entre os anos de 2008 a 2017. Os resultados
demostraram que as médias anuais ainda estão dentro dos
padrões considerados normais. Entretanto, no município
de São José do Rio Preto nos meses de julho a setembro, as
concentrações médias ultrapassaram as condições normais.

Palavras-chave: Qualidade do ar, Saúde pública, Araçatuba,


São José do Rio Preto.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

168
Introdução

A atmosfera é composta por vários gases, partículas liquidas e


sólidas, tais componentes quando em equilíbrio, interagem química
e fisicamente desempenhando papel de grande importância nas
interações terrestres. Sua composição pode sofrer alterações
quando submetida a concentrações excessivas de determinados
componentes decorrentes da poluição do ar, resultando em
alteração de sua qualidade.
A qualidade do ar atmosférico está diretamente relacionada à
saúde e qualidade de vida dos seres vivos. Partindo do pressuposto
que no meio ambiente tudo esta interligado, uma qualidade do
ar ruim pode ocasionar significativos impactos ambientais e,
consequentemente, a saúde do homem.
Dada a importância do ar para a vida terrestre, foram criados
padrões de qualidade do ar para garantir a qualidade e bem-
estar ambiental. No Brasil, a resolução CONAMA n. 03 de 28 de
junho de 1990 (BRASIL, 1990) estabelece as concentrações de
poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde,
a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar
danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral.
Segundo a CETESB (2017) o nível de poluição atmosférica é medido
pela quantidade de substâncias poluentes presentes no ar. Dentre
os poluentes estabelecidos legalmente no Brasil, encontra-se o
material particulado com diâmetro inferior a 10 mm (mp10), sendo
que se ultrapassado a concentração de 50 mg m-3, é considerado
que o ar esta com concentração acima dos padrões normais.
Sabendo da importância da qualidade do ar, o objetivo neste
trabalho foi avaliar os níveis de concentração de partículas inaláveis
presentes no ar, nos municípios de Araçatuba e São José do Rio Preto.

169
Material e Métodos

Este estudo abrangeu os municípios de Araçatuba e São José


do Rio Preto, localizados no Noroeste Paulista, entre as latitudes
21°45’12,59” e 20°48’21,69” Sul e entre as longitudes 49°13’55,94”
e 51° 6’13,50” Oeste (Figura 1).

Figura 1 – Localização dos municípios de São José do Rio Preto (SJRP) e


Araçatuba (ARA).

Os dados de concentração de partículas inaláveis de diâmetro


inferior a 10 mm (mp10), para os dois municípios, foram obtidas da
base de dados livres do sistema QUALAR (CETESB, 2018). Os dados
abrangeram um período de 10 anos (de 2008 a 2017).
A análise estatística da concentração de partículas inaláveis, dos
dois municípios, utilizou-se o GRAVETTER e WALLNAU (1995), no
qual a diferença estatística é obtida quando não há sobreposição
dos limites superior e inferior dos erros padrão das médias.

Resultados e Discussão

As médias anuais e mensais de (mp10) para os municípios de


Araçatuba e São José do Rio Preto, estão apresentadas nas Figuras
3 e 4.

170
60
55
50
45
mp10 (µg m-3)

40
35
30
25
20
15
10
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
mp10 - ARA mp10 - SJRP

Figura 2 - Médias anuais de mp10 nos municípios de Araçatuba (ARA) e


São José do Rio Preto (SJRP) entre os anos de 2008 e 2017.

70

60
mp10 (µg m-3)

50

40

30

20

10
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
mp10 - ARA mp10 - SJRP

Figura 3 - Médias mensais de mp10 nos municípios de Araçatuba (ARA) e


São José do Rio Preto (SJRP) entre os anos de 2008 e 2017.

Pelos resultados, a maior concentração de mp10 registrada em


Araçatuba foi no ano de 2011, com a média de 46,4±6,3 mg m-3,
sendo significativamente superior aos anos de 2008 a 2010 e 2013 a
2017 (Figura 2). Em São Jose do Rio Preto a maior média registrada
foi no ano de 2008, com 46,7±6,3 mg m-3, sendo significativamente
superior aos anos e de 2009, 2013, 2015 e 2016 (Figura 2). Entre
os municípios, houve diferenças somente nos anos de 2008 e 2010,

171
em que São José do Rio Preto foi significativamente superior na
média anual, em relação à concentração de mp10 de Araçatuba.
Pela Figura 3, observa-se que nos dois municípios, os meses com
maior concentração de mp10 são os meses de julho a setembro.
Entretanto, no município de São José do Rio Preto, as concentrações
são superiores significativamente em comparação com Araçatuba.
Neste período a concentração média de mp10 em São José do Rio
Preto foi superior a 50 mg m-3, valores estes considerados normais
(CETESB, 2017).
Estes resultados são compatíveis com os valores apresentados
por WHO (2016) para os municípios brasileiros estudados. Mas
ainda pelo mesmo autor, ao se avaliar as médias obtidas entre os
meses de julho a setembro, verifica-se que atingem valores médios
observados em países do Oriente Médio, Índia e China, que variaram
de 50 a 99 mg m-3 entre os anos de 2008 a 2015.

Conclusão

Dentro do período avaliado, os dois municípios ainda apresentam


médias anuais de concentração de partículas inaláveis inferiores a
10 mm (mp10) dentro do normal, sendo que São José do Rio Preto
foi sensivelmente pior que Araçatuba.
Em relação as médias mensais, os piores meses foram entre
julho a setembro, sendo que somente em São José do Rio Preto,
os valores ultrapassaram as concetrações consideradas normais,
acima de 50 mg m-3.

Referências

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional


de Meio Ambiente, CONAMA Resolução CONAMA n. 3, de
28 de junho de 1990. - In: Resoluções, 1990. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/>. Acesso em 23
mai. 2018.

172
CETESB - COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO. Qualar. São Paulo: CETESB, 2018. Disponível em:
<http://ar.cetesb.sp.gov.br/qualar/>. Acesso em: 01 jul.
2018.

CETESB - COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO


PAULO. Qualidade do ar no estado de São Paulo 2017. São
Paulo: CETESB, 2018. Disponível em: < https://cetesb.sp.gov.
br/ar/publicacoes-relatorios/>. Acesso em: 24 jul 2018.

GRAVETTER, F. J.; WALLNAU, L. B. Statistics For The


Behavioral Sciences, 2ed. St. Paul: West Publishing, 1995.
429p

WHO – World Health Organization. Concentration of the par-


ticulate matter with an aerodynamic diameter of 10 mm
or less (PM10) in nearly 3000 urban areas,2008-2015.
Geneva: WHO. Disponível em: <http://gamapserver.who.int/
mapLibrary/Files/Maps/Global_pm10_cities.png?ua=1>.
Acesso em: 20 jul. 2018.

173
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE AS LEIS
FEDERAIS 4.771/65 E 12.651/12 APLICADO
ÀS APP DA MICROBACIA DO CÓRREGO
LAJEADO

Marcelo Romero Ramos da Silva1, Rodnei Eder Borgato2,


Thiago Vinicius Cabral3

1
UNIVERSIDADE BRASIL, Departamento de Fitotecnia, Estr.
Proj. F-1 s/n° Fernandópolis, SP.

FEF - Fundação Educacional de Fernandópolis. FEF, Curso


2,3

de Engenharia Ambiental.

marcelo.romero@universidadebrasil.edu.br1

Resumo: O objetivo deste trabalho foi determinar


espacialmente as APP definidas pela Lei Federal nº
4.771/1965, fazendo assim um comparativo frente à Lei
Federal nº 12.651/2012, buscando evidenciar as principais
mudanças que ocorreram em relação à definição das
áreas protegidas e, especialmente para a Microbacia do
Córrego Lajeado, fazendo uma comparação quantitativa
e qualitativa das APP ante as duas leis. Dados gerados nos
termos da Lei 4.771/1965 e outra elaborada nos termos
da Lei 12.651/2012, sendo verificada uma redução de
aproximadamente 40% no território ocupado por Áreas
de Preservação Permanentes na microbacia do Córrego do
Lajeado.

Palavras-chave: Área de preservação permanente, código


florestal, microbacia.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

174
Introdução

Nas bacias hidrográficas e conseqüentemente nas suas


microbacias com predominância de atividade agrícolas encontra-
se percentual considerável do patrimônio da natureza estando seu
manejo e preservação, principalmente sob a responsabilidade dos
agricultores que o fazem de forma praticamente empírica conforme
conhecimentos acumulados durante sua vivência (VICTORIA, 2007).
Recentemente o Brasil passou por importantes mudanças em
suas normas ambientais. Com a promulgação da Lei Federal nº
12.651/ 2012, que substituiu a Lei Federal nº 4.771/1965, aspectos
significativos que compunham o antigo código florestal foram
alterados, especialmente os artigos que tratam sobre as Áreas
de Preservação Permanente (APP). Sendo assim as alterações
ocorridas na legislação ambiental com o advento do novo código
florestal, buscam proporcionar certo equilíbrio entre a preservação
ambiental e o desenvolvimento econômico e agrícola em nosso país.
O objetivo deste trabalho foi determinar espacialmente as
APP definidas pela Lei Federal nº 4.771/1965, fazendo assim
um comparativo frente à Lei Federal nº 12.651/2012, buscando
evidenciar as principais mudanças que ocorreram em relação à
definição das áreas protegidas e, especialmente para a Microbacia
do Córrego Lajeado, fazendo uma comparação quantitativa e
qualitativa das APP ante as duas leis.

Material e Métodos

O levantamento foi realizado na microbacia do córrego Lajeado,


que se localiza entre os municípios de Fernandópolis, Estrela
D’Oeste e São João das Duas Pontes, situados no Noroeste do Estado
de São Paulo. Possui uma área total de aproximadamente 39,91 km²
que representa 1,69% do total da Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos – São José dos Dourados cuja área é de 6.783,2
km² (Figura 1).

175
Figura 1- Planta planialtimétrica hidrográfica do Córrego do Lajeado.

A microbacia está inserida no planalto ocidental paulista que


ocupa praticamente 50% da área total do estado de São Paulo. O
relevo é levemente ondulado com predomínio de colinas amplas e
baixas com topos aplanados (ROSS, 1996).
No levantamento de dados da microbacia foi utilizado o
aparelho de navegação GPS da marca Garmin modelo GPSmap
60csx, para coleta in locu dos pontos de interesse como: divisas
de propriedades, determinação de áreas de solo hidromórfico,
talvegue de mananciais, cobertura vegetal, uso e ocupação agrícola,
estradas rurais, carreadores. Em áreas que geraram dúvida em
razão das informações coletadas pelo aparelho GPS, a trena de 50
metros foi a opção mais viável sendo adequada a cada situação.
A coleta de dados da microbacia teve início em meados de
janeiro de 2012 e consistiu em percorrer toda a área da microbacia
identificando cada ponto de interesse em campo e após essa etapa
os dados foram manipulados em ambiente computacional, fazendo
a confrontação de dados com as legislações ambientais.

176
Resultados e Discussão

Para um maior entendimento deste trabalho foram realizados


alguns comparativos das alterações mais significativas do novo
Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/12) e relação ao antigo (Lei
Federal nº 4.771/65).
A grande mudança proporcionada pela nova carta legal, pois
na vigência do antigo código as APP eram determinadas a partir
das denominadas áreas úmidas (solo hidromórfico) com ou sem
vegetação higrófila (nativa), já que ali era considerado o maior
leito sazonal (artigo 3º, inciso I combinado com o artigo 2º, inciso
I da Resolução CONAMA 303/02), além do que não era importante
distinguir o que era olho d’água ou nascente, ambos eram
protegidos, sendo intermitentes ou não.
Atualmente a classificação mudou radicalmente, pois é
necessário o conhecimento da área no que tange ao manancial
propriamente dito e quanto à classificação correta de olhos d’água,
nascentes (intermitentes ou perenes), pois tal medida determinará
as novas áreas de preservação permanente.
Assim foi observado através das analises que a área de
preservação foi reduzida, sendo determinada somente através da
calha regular do manancial, podendo esta ser intermitente ou não.
As novas determinações favoreceram a agricultura, pois
onde antes a antiga legislação considerava área de preservação
permanente e sua utilização poderia ser considerada crime pela
Lei Federal nº 9.605/1998, quando não houvesse o cumprimento
da norma protetiva, agora passaram a serem áreas legalmente
exploráveis. Hodiernamente essas áreas agrícolas passaram a ficar
totalmente fora ou com menores porções em APP, não significando
que na atual conjuntura estejam mesmo que em área de proteção
em situação irregular frente a legislação.
Foi notado que a vegetação nativa na microbacia estava
concentrada na extensão dos córregos que possuem ainda uma
calha visível e bem definida, como o córrego Lajeado.

177
Em locais onde não há vegetação significativa houve a formação
de grandes extensões de solo hidromórficos (úmidos), com a
tendência de seu aumento, já que não há nenhum fator natural
impeditivo de carreamento de partículas de solo até esses locais.
Na Microbacia do Córrego Lajeado há, 51 represamentos de
cursos d’água naturais e 32 represamentos que não decorrem de
cursos naturais d’água “tanques”.
A contradição portanto observada é quando uma represa/
barramento que possuir mais que 1 hectare de espelho d’água e
inexistindo qualquer projeto de licenciamento que conste a APP,
está ficará em situação irregular, mas seria impossível exigir tal
licença para obras realizadas em tempos que a legislação ambiental
ainda estava em fase de aperfeiçoamento.
Portanto, neste caso específico o código, mesmo em pequenas
represas não poderia ter desconsiderado sua APP, já que o solo
desnudo contribuirá fatalmente para a degradação do recurso
hídrico não só local, mas de toda sua jusante.
É admitido ainda que dentro da faixa de preservação de
nascentes (50 metros) que as atividades consolidadas continuem
sendo o proprietário a reconstituir um raio de 15 metros desta.
Isso mostra fisicamente que, mesmo que a faixa de preservação
permanente seja de 30 metros a recomposição é obrigatória
somente nas áreas propostas pelo novo Código tendo assim faixas
diferenciadas de preservação.

Conclusão

Ficou evidente a redução das áreas que antes eram protegidas,


onde o atual Código Florestal Brasileiro favoreceu claramente os
interesses agrícolas, deixando o meio ambiente sujeito a novas
regulamentações para sua manutenção e recuperação.
Conclui-se também que quando são analisadas as faixas
propostas de recomposição ambiental na região do estudo, que em
algumas áreas essa se torna impossível devido a grandes extensões

178
de solo hidromórfico no local, o que desfavorece o plantio de
espécies nativas regionais.

Referências

ROSS, J.L.S. Relevo Brasileiro, uma nova proposta de


classificação. Revista do Departamento de Geografia, n 10,
São Paulo: FFLCH/USP, 52p.,1996.

VICTORIA, F.R.B.; VIEIRA, H.J.; PEREIRA, L.S.O gerenciamento de


microbacias com vocação agrícola em Santa Catarina: estudos
agro-hidroclimatológicos integrados. In: Modernización de
Riegos y Uso de Tecnologías de la Información, 1, 2007, La Paz,
Bolívia. Anais..., La Paz: Redes de Riegos CYTED y PROCISUR y
Facultad de Agronomía, Universidad Mayor de San Andrés,
2007.

179
REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL DE
EMPREENDIMENTO RURAIS: ESTUDO
DE CASO DA FAZENDA SANTA RITA
(FERNANDÓPOLIS-SP)

João Alexandre Saviolo Osti1, Marcelo Romero Ramos da


Silva2

1
TOPSER Consultoria, Assessoria e Serviços Técnicos Ltda
– EPP, Rua Dr. Amâncio de Caralho n 182, conj. 314, Vila
Mariana, São Paulo, SP

2
UNIVERSIDADE BRASIL/Departamento de Fitotecnia,
Estrada Projetada F-1, s/n Fazenda Santa Rita, Fernandópolis,
SP

joao@topser.net1, marcelo.romero@universidadebrasil.edu.
br2

Resumo: Serviços técnicos ambientais devem basear-se em


iniciativas de desenvolvimento sustentável e a legislação
ambiental deve ser o ponto de referência. O trabalho
apresenta um estudo de caso, onde são elucidadas as etapas
da regularização ambiental de um imóvel rural frente ao novo
código florestal. A Fazenda Santa Rita apresenta área superior
a 4 módulos fiscais, e 20% da propriedade está destinada
a área de reserva legal (RL), sendo 5% de remanescentes
florestais conservados e 15% está sendo realizada a
recomposição florestal. A propriedade não utilizou a Área de
Preservação Permanente para contabilizar como RL, assim
25% de sua área está protegida ambientalmente.

Palavras-chave: licenciamento ambiental, recomposição


florestal, reserva legal, sustentabilidade

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

180
Introdução

Políticas governamentais de conservação são os principais


mecanismos legais diretamente relacionados a restauração florestal.
No Brasil, o novo código florestal (Lei Federal 12.651, de 25 de maio
de 2012) (BRASIL, 2012), é a principal política pública ambiental
que regulamenta a conservação, restauração e manutenção de
vegetação natural em propriedades privadas. O novo código
florestal define dois principais mecanismos para a conservação
da vegetação natural: Áreas de Preservação Permanente (APPs) e
Reservas Legais (RL).
No âmbito estadual, a Secretária do Meio Ambiente do estado de
São Paulo, formaliza junto aos empreendimentos em desconforme
com a legislação, medidas visando à recuperação ambiental e/ou
recomposição da vegetação nativa. No Termo de Compromisso de
Recuperação Ambiental (TCRA), a área objeto da recuperação é
demarcada em planta, e um cronograma de restauração florestal é
estabelecido. Imóveis rurais em desconformidade com a legislação,
a recomposição florestal pode ser feita por meio da regeneração
natural da vegetação, pela restauração florestal a partir do plantio
de novas árvores ou pela compensação em remanescentes florestais.
Em muitos casos a restauração florestal é a principal forma para
a recomposição da mata nativa. A restauração florestal engloba
várias técnicas, as quais se aplicam em APP, RL ou em qualquer
área onde haja necessidade de reposição da cobertura florestal
(MARTINS, 2010). Neste sentido, o trabalho apresenta um estudo
de caso, onde são elucidadas as etapas da regularização ambiental
de um imóvel rural frente ao novo código florestal e a legislações
estaduais vigentes.

Material e Métodos

Área de estudo
Neste estudo foi avaliada a Fazenda de Ensino e Pesquisa da

181
Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis – SP, denominada
Fazenda Santa Rita que apresenta área territorial de 145,20 ha, e
está localizada no município de Fernandópolis, região noroeste
do Estado de São Paulo (20°16’50”S e 50°17›43”O). Trata-se
de um imóvel rural inserido na Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (UGRHI) que compreende a Bacia do Turvo/
Grande (UGRHI-15). A vegetação é caracterizada de áreas de matas
remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual do Bioma Mata
Atlântica.

Metodologia
O trabalho de assessoria técnica ambiental foi fundamentado na
coleta de informações junto às entidades e órgãos envolvidos, de
informações e relatórios internos da UNIVERSIDADE BRASIL e na
caracterização ambiental da área, por meio de vistoria técnica.

Resultados e Discussão

Na Fazenda Santa Rita, o passivo ambiental vem de


administrações anteriores, bem como de legislações confusas e
burocráticas que dificultaram o processo regulatório. O marco
inicial da regularização se teve quando um incêndio, que iniciou
fora do perímetro da propriedade, acabou causando danos a
mesma. Durante vistoria da Secretaria do Meio Ambiente do Estado
de São Paulo (SMA), os técnicos constataram a ausência da área
mínima de Reserva Legal que é de 20% da área do imóvel. A partir
deste momento iniciou-se no ano de 2011 o processo de adequação
ambiental junto a Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos
Naturais (CBRN), órgão da SMA que entre outros, trata de impactos
ambientais.
Primeiramente foi firmado o TCRA para recomposição florestal
da área de 22,5 ha, que corresponde à área denominada Gleba C,
que somada com as Glebas A (3,11 ha) e B (4,40 ha) (áreas cobertas
por remanescentes florestais conservados, em estágio inicial e

182
médio de regeneração), equivalem a 20,32% da área do imóvel. Foi
assinado o Termo de Responsabilidade de Preservação de Reserva
Legal (TRPRL) determinando, dentre outras obrigações, a inscrição
(averbação) do Termo, bem como da planta e do memorial descritivo
da Reserva Legal no Cartório de Registro de Imóvel competente.
Em 2012, foi dado início ao processo de recomposição florestal.
O projeto de restauração florestal foi dimensionado para o plantio
ser finalizado em 120 meses, e 240 meses para a execução total das
medidas de recuperação. A restauração florestal está considerando
o sistema de sucessão florestal, onde mudas de espécies pioneiras e
não-pioneiras são plantadas simultaneamente de forma intercalada
no espaço recomendado de 3 x 2 m.
Na Figura 1, é apresentado o desenvolvimento do cronograma do
projeto, onde cerca de 23.809 mudas já foram plantadas, recobrindo
aproximadamente 65% da área a ser reflorestada. Os plantios são
realizados com mudas arbóreas de essências florestais nativas da
região. Em 2012 foram plantadas 7334, plantio correspondente aos
anos de 2011 e 2012. Em 2013, 3700 mudas foram plantadas. Em
2014, 4000 mudas foram plantadas, o número de mudas foi maior
neste período, pois tinha como objetivo recompor falhas superiores
a 5% dos plantios anteriores. O mesmo dimensionamento foi
utilizado para os plantios correspondentes aos anos subsequentes
de 2015, 2016 e 2017.
Os plantios apresentam desenvolvimento satisfatório, onde
as árvores dos plantios dos anos de 2011/2012 e 2013 estão
recobrindo quase que totalmente o solo e apresentam alturas de
fuste da ordem de 1,5 metros e dossel desenvolvido. Os plantios
dos anos 2014 e 2015/2016 estão no mesmo progresso dos
plantios anteriores, e apresentam falhas com taxas inferiores a 5%
do plantio inicial. Cabe ressaltar, que mesmo ocorrendo falhas no
plantio inferior a 5%, que são aceitos pelo TCRA, as mudas estão
sendo repostas nos plantios subsequentes. A manutenção da área
reflorestada será realizada até o recobrimento total do solo pela
sombra das copas das árvores.

183
Outras ações também foram tomadas para compor a adequação
ambiental da propriedade, como o inventário da propriedade
junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), prática que se tornou
obrigatório a partir do novo código florestal e a averbação da
reserva legal à margem da matrícula imobiliária, que se tornou
facultativa com o novo código florestal. Bem como do cercamento
das áreas limítrofes das Glebas A, B e C, que tem como objetivo
proteger e preservar as áreas de RL.

Figura 1 – Vista parcial da Fazenda Santa Rita. Detalhe das Áreas de


Preservação Permanente (APP) (linha verde). Detalhe das áreas de Reserva
Legal - Glebas A, B e C (linha azul). Identificação das áreas reflorestadas na
Gleba C (linha vermelha).

Conclusão

Ao longo deste trabalho, podemos discorrer sobre o processo


de regularização ambiental da Fazenda Santa Rita, e chegamos à
conclusão que a propriedade atende a legislação vigente. Cabe

184
ressaltar que a propriedade não utilizou a Área de Preservação
Permanente para contabilizar como RL, desta forma a propriedade
conta com 25% de área protegida. Por fim, e não menos importante,
as ações apresentadas, mostram a diretriz empresarial da
Universidade Brasil visando o desenvolvimento sustentável de suas
propriedades.

Referências

BRASIL, 2012. Novo Código Florestal. Lei n 12.651, de 25 de


maio de 2012. Brasília, Diário Oficial da União. “Disponível
em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em 24/Ago/2018.

MARTINS, S.V. Restauração florestal em Áreas de Preservação


Permanente e Reserva Legal. Viçosa: Editora Centro de
Produções Técnicas, 2010, 316p.

185
OCORRÊNCIA DE QUEIMADAS NOS
MUNICÍPIOS DE ARAÇATUBA
E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Micaela Carla Rodrigues de Assunção¹, Ligia Glaucia Dias


Pina², Luiz Sergio Vanzela3

Fundação Educacional de Fernandópolis/Graduandas em


1, 2

Engenharia Ambiental e Sanitária, Avenida Teotônio Vilela


s/n, Campus Universitário, Fernandópolis - SP

3
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda Santa Rita,
Fernandópolis - SP

mikaelaaspasia@icloud.com1, lgdp.ambiente@gmail.com2 ,
lsvanzela@yahoo.com.br3

Resumo: O objetivo neste trabalho foi avaliar o número de


queimadas no período de 2008 a 2017, nos municípios de
Araçatuba e São José do Rio Preto, localizados no Noroeste
do Estado de São Paulo. Os dados de analise de queimadas
para os dois municípios, no período de 2008 a 2017, foram
obtidos das bases de dados de queimadas do INPE. O número
médio anual de queimadas em Araçatuba, dentro do período
avaliados, é duas vezes maior que no em São José do Rio
Preto, embora ambos estão dentro dos padrões nacionais de
ocorrência de queimadas. No período e municípios avaliados,
conclui-se os meses de julho a setembro foram registrados
os maiores índices de queimadas, sendo que em Araçatuba
as ocorrências médias mensais de queimadas superam São
José do Rio Preto em quase todos os meses.

Palavras-chave: Poluição atmosférica. Incêndios. Araçatuba.


São Jose do Rio Preto.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

186
Introdução

A ocorrência de queimadas é uma das variáveis que podem


causar impacto na qualidade do ar, é uma das principais geradoras
de prejuízos à biodiversidade, já que causa ameaça de extinção a
fauna e a flora, transforma paisagens, inviabiliza os serviços que
florestas nativas poderiam proporcionar ao planeta, libera fumaça
e gases, como monóxido de carbono e ozônio, que se concentram
na atmosfera alterando sua constituição natural e tornam o clima
mais seco, temperaturas mais altas e o ar irrespirável (MESQUITA,
2008).
Conhecer as interações que o ocorrem no ambiente, é o primeiro
passo para traçar medidas de preservação dos recursos naturais,
sendo assim, o monitoramento das queimadas e da qualidade do ar
são imprescindíveis na detecção de padrões temporais e espaciais de
distribuição, permitindo antecipar medidas de controle ambiental.
Sendo assim, o objetivo neste trabalho foi avaliar o número de
queimadas no período de 2008 a 2017, nos municípios de Araçatuba
e São José do Rio Preto, localizados no Noroeste do Estado de São
Paulo.

Material e Métodos

Este estudo abrangeu os municípios de Araçatuba e São José


do Rio Preto, localizados no Noroeste Paulista, entre as latitudes
21°45’12,59” e 20°48’21,69” Sul e entre as longitudes 49°13’55,94”
e 51° 6’13,50” Oeste (Figura 1).
Os dados de analise de queimadas para os dois municípios,
no período de 2008 a 2017, foram obtidos das bases de dados de
queimadas do INPE (2018).

187
Figura 1 – Localização dos municípios de São José do Rio Preto (SJRP) e
Araçatuba (ARA).

A análise estatística das queimadas compreendeu na comparação


de médias mensais e anuais do número de queimadas entre os
dois municípios. Para isso utilizou-se o critério de GRAVETTER e
WALLNAU (1995), no qual a diferença estatística é obtida quando
não há sobreposição dos limites superior e inferior dos erros
padrão das médias.

Resultados e Discussão

A ocorrência média anual de queimadas no município de


Araçatuba é de 215,6±30,0 queimadas, sendo significativamente
superior ao do município de São José do Rio Preto (104,9±21,4
queimadas).
Para Araçatuba (Figura 2a) o ano de maior número médio de
queimadas foi 2010 com 28,8±12,9 queimadas por mês (= 346
queimadas no ano), sendo significativamente superior aos anos de
2008, 2009 e 2016. Em São José do Rio Preto (Figura 2a) a maior
média foi observada no ano de 2014, com 18,3±5,3 queimadas por
mês (= 220 queimadas no ano).

188
a

Figura 2 - Médias anuais (a) e mensais (b) do número de queimadas nos


municípios de Araçatuba (ARA) e São José do Rio Preto (SJRP) entre os
anos de 2008 e 2017.

Entre os municípios, houveram diferenças somente para o


período de 2008 a 2012, em que Araçatuba apresentou média
mensal de queimadas significativamente superior a São José do
Rio Preto (Figura 2a). Os meses com maior número de queimadas
nos dois municípios foram os meses de agosto e setembro. Em
Araçatuba a maior média de queimadas registrada foi no mês de
setembro com 62,2±12,1 queimadas, enquanto em São Jose do

189
Rio Preto foi em agosto com 28,1±7,6 queimadas. O período dos
meses de estiagem, com suas características de baixa umidade e
temperatura, é o de maior probabilidade ao surgimento de focos
de queimadas. Estes resultados demonstram que os municípios
estudados estão dentro dos padrões, quando se trata do período de
ocorrência de queimadas, com aumento dos focos entre os meses
de julho a setembro (INPE, 2017). No entanto diferem quanto
aos anos que apresentaram os maiores registros de queimadas. O
Estado de São Paulo, assim como o Brasil, apresentou recordes de
queimadas no ano de 2017 (INPE, 2017), enquanto no município
de Araçatuba, dentro do período estudado, o maior número de
queimadas foi 2010 (346 queimadas). No município de São Jose do
Rio Preto, dentro do período avaliado, o ano recorde de queimadas
foi em 2014, com 220 queimadas.

Conclusão

O número médio anual de queimadas em Araçatuba, dentro


do período avaliados, é duas vezes maior que no em São José do
Rio Preto, embora ambos estão dentro dos padrões nacionais de
ocorrência de queimadas. No período e municípios avaliados,
conclui-se os meses de julho a setembro foram registrados os
maiores índices de queimadas, sendo que em Araçatuba as
ocorrências médias mensais de quaimdas superam São José do Rio
Preto em quase todos os meses.

Referências

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Programa


queimadas: monitoramento por satélite. São José dos
Campos: INPE, 2018. Disponível em: <http://www.inpe.br/
queimadas>. Acesso em: 01 jul. 2018.

190
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Boletim
Mensal do Programa de Monitoramento e Risco de
Queimadas e Incêndios Florestais v.2 n.8, ago. 2017. São
José dos Campos, SP, Brasil, INPE/CPTEC, 2017. Disponível
em <http://www.inpe.br/queimadas/infoqueima.php>.
Acesso em 24 jul. 2018.

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Boletim


Mensal do Programa de Monitoramento e Risco de
Queimadas e Incêndios Florestais v.2 , n.9, set. 2017. São
José dos Campos, SP, Brasil, INPE/CPTEC, 2017. Disponível
em <http://www.inpe.br/queimadas/infoqueima.php>.
Acesso em 24 jul. 2018.

MESQUITA, A. G. G. Impactos das queimadas sobre


o ambiente e a biodiversidade acreana. 2008.14
págs. Artigo Cientifico - Universidade Federal do Acre,
Acre,2008. Disponível em: <http://queimadas.cptec.
inpe.br/~rqueimadas/material3os/2010_Mesquita_
ImpactosQueimadasAC_CN_DE3os.pdf.> Acesso em: 07 ago.
2018.

191
DENSIDADE E RESISTÊNCIA ANTIMICRO-
BIANA DE Enterococcus sp. NAS AREIAS DE
PRAIAS DO MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE,
SÃO PAULO
Márjori Brenda Leite Marques¹, Darlan Storto2, Juliana
Heloisa Pinê Américo-Pinheiro3, Ana Júlia Fernandes Car-
doso de Oliveira4, Wagner Ferreira Vilano5
1
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS – UNESP)/
Departamento de Engenharia Civil, Avenida Brasil, n. 56,
Centro, Ilha Solteira/SP
2
Universidade Brasil/ Campus São Paulo, Rua Carolina
Fonseca, nº 584, Itaquera, São Paulo/SP
3
Universidade Brasil/ Campus Fernandópolis - Est. Projetada
F-1, s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho/


4,5

Campus do Litoral Paulista, Praça Infante Don Henrique s/


nº, Parque Bitaru, São Vicente, SP, Brasil

marjori_brenda@hotmail.com¹, darstorto@gmail.com2,
americo.ju@gmail.com , ajuliaf@clp.unesp.br4, wagner.
3

vilano@usp.br5

Resumo: As regiões costeiras são áreas de concentração


populacional, onde recentemente tem se dado atenção
aos impactos ambientais e na saúde humana. Objetivou-se
avaliar a variação espaço-temporal da densidade de bactérias
do gênero Enterococcus em areias de praias do município de
Praia Grande-SP e a resistência desses microrganismos a
diversos tipos de antimicrobianos em. As praias escolhidas
foram a Boqueirão e da Vila Caiçara. A densidade de bactérias
do gênero Enterococcus foi determinada pela técnica de
membrana filtrante. Para os testes de sensibilidade aos
antimicrobianos foi utilizado o método de antibiograma
disco-difusão. Maiores densidades ocorreram em março nas
praias avaliadas. A maior porcentagem de cepas resistentes
foi registrada para a tetraciclina.

192
Palavras-chave: Antibiótico. Balneabilidade. Patógeno.
Sedimento.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

193
Introdução

As areias das praias podem conter maiores concentrações


bacterianas do que a coluna d’água (WHITMAN; NEVERS, 2003),
pois esses microrganismos conseguem sobreviver mais tempo
nesse ambiente, por encontrarem condições mais favoráveis de
nutrientes, proteção contra a luz solar, disponibilidade de recursos
e predação (VILLAR et al., 1999; WHITMAN; NEVERS 2003).
Em relação à resistência aos antimicrobianos, um dos gêneros
mais importantes é o Enterococcus, conhecido por adquirir
resistência aos antibióticos com relativa facilidade e transmitir
os genes resistentes de maneira interespecífica e intraespecífica
(HUYCKE; SAHM; GILMORE, 1998). As infecções por esse gênero
se tornaram um problema de saúde pública, devido ao aumento de
sua ocorrência e da quantidade de cepas resistentes a antibióticos
(ARVANITIDOU; KATSOUYANNOPOUS; TSAKRIS, 2001).
Esse trabalho teve como objetivo avaliar a variação espaço-
temporal da densidade de bactérias do gênero Enterococcus em
areias de praias do município de Praia Grande - SP e a resistência
desses microrganismos a diversos tipos de antimicrobianos.

Material e Métodos

A população estimada do município de Praia Grande, segundo


IBGE (2010), é de aproximadamente 260.769 habitantes, ocupando
uma área de 147,54 km. As praias escolhidas para o estudo foram a
Boqueirão e da Vila Caiçara.
Foram coletadas amostras de areia, tanto na zona seca quanto
na zona úmida das praias. Foi considerado um transecto paralelo à
linha costeira com dois pontos eqüidistantes de coleta de areia para
constituir uma amostra composta.
As amostras de areia foram coletadas com espátulas estéreis,
acondicionadas em sacos estéreis e transportadas para o

194
laboratório. A densidade de bactérias do gênero Enterococcus foi
determinada pela técnica de membrana filtrante (APHA, 1999).
Para os testes de sensibilidade aos antimicrobianos foi utilizado
o método de antibiograma disco-difusão proposto por Kirby-
Bauer, recomendado pelo National Comittee for Clinical Laboratory
Standards (NCCLS, 2003).

Resultados e Discussão

Os maiores valores de densidade observados ocorreram no mês


de março na areia seca do Boqueirão e na areia seca da Vila Caiçara.
Não se observou a presença de unidades formadoras de colônias na
areia úmida do Boqueirão e na areia seca da Vila Caiçara nesse mês
(Tabela 1).

Tabela 1. Densidades de Enterococcus sp. na areia, no período de fevereiro


a maio de 2011, nas praias do Boqueirão e Vila Caiçara, no municipio de
Praia Grande, SP.

Densidade em Meses de Tipo de


Praias
UFC 100g-¹ coleta sedimento
45 Areia seca
Fevereiro
0 Areia úmida
12.749 Areia seca
Março
2.205 Areia úmida
Boqueirão
2.873 Areia seca
Abril
2.817 Areia úmida
2.262 Areia seca
Maio
5.022 Areia úmida

195
0 Areia seca
Fevereiro
339 Areia úmida
19.785 Areia seca
Março
2.692 Areia úmida
Vila Caiçara
2.760 Areia seca
Abril
2.817 Areia úmida
316 Areai seca
Maio
4.027 Areia úmida

As águas destinadas à recreação de contato primário, tem


definida pela legislação CONAMA nº 274/2000, que os valores
de densidades de Enterococcus na água do mar não podem ser
maiores que 400 UFC 100ml-1 em uma amostragem, tornando essa
praia imprópria ao banho e com condições de balneabilidade.
A maior porcentagem de cepas de Enterococcus sp. resistentes
foi registrada para a tetraciclina na areia das duas praias avaliadas
no município de Praia Grande (Tabela 2).

Tabela 2. Porcentagens de Enterococcus sp. Isoladas na areia que


apresentaram resistência aos antimicrobianos no período de fevereiro a
maio de 2011, nas praias do Boqueirão e Vila Caiçara, no municipio de
Praia Grande, SP.

Resistência (%)
Praias Boqueirão Caiçara

Agente Areia Areia


   
Antimicrobiano (n=22) (n=22)
Rifampicina   9,0   9,0
Amoxilina   0   0
Eritromicina   50,0   27,2
Ciprofloxcina   4,5   9,0
Ampicilina   0   4,5
Estreptomicina   18,2   13,6
Tetraciclina   59,0   45,4
Vancomicina   0   0
Gentamicina   31,8   13,6

196
A ocorrência de 50% de cepas do Boqueirão resistentes
a eritromicina é preocupante, pois esses macrolídeos são
utilizados no tratamento de doenças infecciosas, principalmente
quando há suspeita de alergia à penicilina (ARVANITIDOU;
KATSOUYANNOPOUS; TSAKRIS, 2001). Assim, uma das possíveis
causas dessa taxa de resistência pode ser devido ao uso excessivo
desse antibiótico pela população.

Conclusão

O uso em larga escala de antibióticos na medicina huma e


veterinária eleva a pressão de seleção sobre as bactérias resistentes.
O aparecimento de bactérias resistentes faz com que estas entrem
no ambiente a partir dos efluentes líquidos elevando desse modo
a distribuição e freqüência de genes bacterianos resistentes nos
ambientes aquáticos e tendo as regiões de areia seca e úmida das
praias como um reservatório, contribuindo para a disseminação da
resistência a antimicrobianos.

Referências

APHA - American Public Health Association. Standard


Methods for the Examination of Water and Wastewater.
APHA, AWWA, WEF. 20th Edition. 1999. 1120p.

ARVANITIDOU, M.,KATSOUYANNOPOULOS, V.; TSAKRIS, A.


Antibiotic resistance patterns of enterococci isolated from
coastal bathing waters. Journal Medical Microbiology, v.50,
p.1001-1005, 2001.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - Dispõe


sobre a sistemática de avaliação da qualidade ambiental das
águas. Resolução CONAMA n. 274, de 29 de novembro de
2000. Diário Oficial da União, República Federativa do Brasil,

197
Brasília, DF., 8 jan. 2001.

HUYCKE, M.M.; SAHM, D.F.; GILMORE, M.S. Multiple-drug


resistant enterococci: the nature of the problem and an
agenda for the future Emerging Infectious Diseases Journal,
v.4, n.2, p.239-249,1998.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas


2010 Disponível em<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/
topwindow.htm> Acesso em 25 jul de 2018.

NCCLS. Performance Standards for Antimicrobial Disk


Susceptibility Tests. 8.ed. v.23, n.1. 2003.

VILLAR, C et al. Pore water N and P concentration in a


floodplain marsh of the Lower Parana River. Hydrobiologia.,
v. 392, n.1, p.65-71,1999.

WHITMAN, R.L.; NEVERS, M.B. Foreshore sand as a source of


Escherichia coli in nearshore water of a Lake Michigan beach.
Applied and Environmental Microbiology, v.69, n.9, p.5555-
5562, 2003.

198
AVALIAÇÃO DA PRESENÇA E CONCENTRAÇÃO
DO ANTI-INFLAMATÓRIO IBUPROFENO NO
CÓRREGO DAS MARRECAS - SP

Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro1, Bruna Ragassi2,


Osmar Pereira da Silva Junior3, William Deodato Isique4

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS –


1,2,3,4

UNESP)/Departamento de Engenharia Civil, Avenida Brasil,


n. 56, Centro, Ilha Solteira/SP

1
Universidade Brasil/ Campus Fernandópolis - Est. Projetada
F-1, s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

americo.ju@gmail.com1, bruna_ragassi@hotmail.com2,
jucaportugues@hotmail.com3, wisique@bol.com.br4

Resumo: O consumo de fármacos é o responsável pela


principal via de inserção desses contaminantes no ambiente.
Objetivou-se analisar se há a presença e qual a concentração
do ibuprofeno, durante março de 2017 a agosto de 2017, em
cinco pontos no Córrego das Marrecas - SP. Foram coletadas
mensalmente amostras de 1L de água. Para a identificação do
fármaco, as amostras foram preparadas por microextração
líquido – líquido dispersiva e analisadas por cromatografia
líquida de alta eficiência. A maior concentração foi registrada
no lançamento do efluente da Estação de Tratamento de
Esgoto de Dracena – SP. Em geral, as menores concentrações
foram registradas na foz do córrego. A detecção do fármaco
em todos os pontos de monitoramento é preocupante,
pois podem estar associados a riscos à saúde humana e ao
ambiente.

Palavras-chave: Cromatografia. Fármacos. Águas


superficiais.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

199
Introdução

Os fármacos são compostos ativos complexos, desenvolvidos e


usados com o objetivo de promover efeitos biológicos específicos
nos organismos (KÜMMERER, 2009). As principais fontes de
introdução dos fármacos no ambiente provêm das atividades
antrópicas, principalmente por meio de efluentes das estações
de tratamento de esgoto (ETE) (GROSSELI, 2016). O escoamento
superficial, o vazamento de fossas sépticas e os aterros sanitários
também são fontes desses contaminantes (FAIRBAIRN et al., 2016).
Dentre as classes de fármacos mais frequentemente encontradas
em ambientes aquáticos destacam-se os anti-inflamatórios
(BISOGNIN; WOLFF; CARISSIMI, 2018). A ocorrência de fármacos
no ambiente representa uma ameaça potencial ao meio ambiente e
à saúde pública, podendo causar efeitos adversos nos organismos
(SANTOS et al., 2010).
O objetivo desse trabalho foi analisar se há presença e qual a
concentração do fármaco ibuprofeno no do Córrego das Marrecas – SP.

Material e Métodos

O Córrego das Marrecas nasce no município de Dracena- SP e


deságua no Rio Paraná, na cidade de Panorama- SP. Em seu percurso,
foi identificada ausência de vegetação e indícios de vazamento nas
redes coletoras de efluentes domésticos que alteram a qualidade
da água.
Foram coletadas amostras de 1L de água superficial, durante seis
meses (março/2017 a agosto/2017), em cinco pontos amostrais
do córrego denominados: P1- nascente do Córrego das Marrecas,
P2- ponto antes do lançamento do efluente tratado da estação de
tratamento de esgoto do município de Dracena, P3- lançamento
do efluente tratado da ETE de Dracena, P4- ponto a jusante do
lançamento da ETE de Dracena e P5- foz do Córrego das Marrecas
(Tabela 1).

200
Tabela 1- Pontos de amostragem de água do Córrego das Marrecas - SP e
suas respectivas coordenadas geográficas.

Pontos de Coordenadas geográficas


amostragem Latitude Longitude
P1 S 21° 29’ 27,7” W 51° 32’ 18,1”
P2 S 21° 29’ 52,4” W 51° 33’ 19,9”
P3 S 21° 30’ 11,8” W 51° 33’ 53,4”
P4 S 21° 29’ 19,5” W 51° 36’ 46,2”
P5 S 21° 21’ 04,2” W 51° 51’ 05,0”

As amostras foram armazenadas em frascos âmbar e


transportadas em caixas térmicas até o laboratório, onde
foram preparadas por microextração líquido-líquido dispersiva
e analisadas por cromatografia líquida de alta eficiência. A
microextração do fármaco foi realizada de acordo com a metodologia
de Martins et al. (2012), que se baseia na injeção de solventes,
sendo um dispersor (n- hexano) e um extrator (acetonitrila) na
amostra aquosa. Após a injeção dos solventes, os tubos contendo
as amostras foram agitados e centrifugados (2500 RPM por 3 min).
A fase orgânica permaneceu na superfície e foi retirada com uma
microseringa.
Para a identificação do fármaco, utilizou-se a metodologia
de Nebot, Gibb e Boyd (2007) e um cromatógrafo líquido de alta
eficiência, contendo um detector “PhotodiodeArray” (SPD- M20A),
duas bombas de alta pressão (LC- 20AT e LC- 20AD), empregando
o software LCsolution. As fases móveis foram constituídas de
metanol (100%) e água Milli-Q (acrescida de 0,1% de ácido
trifluoracético). O volume de injeção das amostras foi de 25 µL-1,
utilizando comprimentos de onda de 260 a 280 nm para a detecção
dos picos cromatográficos. O limite de detecção e de quantificação
do ibuprofeno é de 0,0014 x 10-3 mg.L-1 e 0,0042 x 10-3 mg.L-1,
respectivamente.

201
Resultados e Discussão

O anti-inflamatório ibuprofeno foi detectado nos cinco pontos


de monitoramento do Córrego das Marrecas –SP durante os seis
meses de avaliação (Tabela 2).

Tabela 2 - Concentração de ibuprofeno (mg.L-1) nos pontos de amostragem


no Córrego das Marrecas – SP, de março a agosto de 2017.

Pontos de amostragem
Meses
P1 P2 P3 P4 P5
Março 0,097 0,031 0,051 0,048 0,020
Abril 0,083 0,007 0,086 0,032 0,007
Maio 0,068 0,064 0,120 0,059 0,052
Junho 0,096 0,047 0,061 0,040 0,055
Julho 0,042 0,046 0,051 0,054 0,005
Agosto 0,006 0,006 0,011 0,043 0,077

P1: Nascente do córrego; P2: Antes do lançamento de efluente tratado da ETE de


Dracena; P3: Lançamento do efluente tratado da ETE de Dracena; P4: Jusante da
ETE de Dracena; P5: Foz do córrego.

A presença do anti-inflamatório ibuprofeno em P1 (nascente do


córrego) e P2 (antes do lançamento de efluente da ETE) pode ser
explicada devido ao lançamento de esgotos clandestinos e resíduos
sólidos no córrego, visto que esses pontos se encontram em área
urbanizada. A maior concentração do ibuprofeno foi registrada no
P3 (lançamento do efluente da ETE), podendo estar relacionado ao
lançamento de efluente da ETE de Dracena. Segundo Martín et al.,
(2011), os fármacos não são totalmente removidos no tratamento
de esgoto e com isso são lançados nos corpos receptores.
Em geral, as menores concentrações foram registradas no P5 (foz
do córrego), podendo estar associado à fotodegração do composto
e por ser um ponto onde há maior volume de água provocando
diluição do fármaco. Segundo Packer et al. (2003), a degradação do
ibuprofeno em águas pode ocorrer por ação da luz solar.

202
Conclusão

A água do Córrego das Marrecas – SP está contaminada


com ibuprofeno. As maiores concentrações dessas substâncias
ocorreram nos pontos do córrego próximos à ETE. A detecção
de fármacos em todos os pontos é preocupante, pois pode estar
associados a riscos à saúde humana e ao ambiente. Portanto,
mudanças e melhorias devem ser realizadas para que a remoção
desses compostos seja total, amenizando a transferência dessas
substâncias para os ambientes aquáticos.

Referências

BISOGNIN, R. P.; WOLFF, D. B.; CARISSIMI, E. Revisão sobre


fármacos no ambiente. Revista DAE, São Paulo, v. 67, n. 2010,
p. 78-95, 2018.

FAIRBAIRN, D. J. et al. Sources and transport of contaminants


of emerging concern: A two-year study of occurrence and
spatiotemporal variation in a mixed land use watershed.
Science of the Total Environment, Amesterdã, v. 551–552,
p.605– 613, 2016.

GROSSELI, G. M.. Contaminantes emergentes em estações de


tratamento de esgoto aeróbia e anaeróbia. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, SP, 2016.

KÜMMERER, K. The presence of pharmaceuticals in the


environment due to human use present knowledge and future
challenges. The Journal of Environmental Management,
Amesterdã, v. 90, p. 2354-2366, 2009.

MARTÍN, J. et al. Monitoring of pharmaceutically active


compounds in Guadalquivir River basin (Spain): occurrence

203
and risk assessment. Journal of Environmental Monitoring,
Berlim, v. 13, n. 7 p. 2042-2049, 2011.

MARTINS, M. L. et al. Microextração Líquido – Líquido


Dispersiva (DLLME): fundamentos e aplicações. Scientia
Chromatographica, São Carlos, v. 4, n.1, p. 35-51, 2012.

NEBOT, C., GIBB, S. W.; BOYD, K. G. Quantification of human


pharmaceuticals in water samples by high performance liquid
chromatography– tandem mass spectrometry. Analytica
Chimica Acta, Amesterdã, v. 598, n.1, p. 87-94, 2007.

PACKER J. L. et al. Photochemical fate of pharmaceuticals in


the environment: Naproxen, diclofenac, clofibric acid, and
ibuprofen. Aquatic Sciences, Amesterdã, v.65, n.4, p. 342-351,
2003.

SANTOS, L. H. M. L. M. et al. Ecotoxicological aspects related to


the presence of pharmaceuticals in the aquatic environment.
Journal of Hazardous Materials, Amesterdã, v. 175, p. 45-95,
2010.

204
DETECÇÃO DE FÁRMACOS NA ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE ESGOTO DE DRACENA-SP

Márjori Brenda Leite Marques¹, Juliana Heloisa Pinê Américo-


Pinheiro2, Bruna Ragassi3, Osmar Pereira da Silva Junior4,
William Deodato Isique5

Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FEIS – UNESP)/


1,2,3,4,5

Departamento de Engenharia Civil, Avenida Brasil, n. 56, Centro,


Ilha Solteira/SP

2
Universidade Brasil/ Campus Fernandópolis - Est. Projetada F-1,
s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

marjori_brenda@hotmail.com¹, americo.ju@gmail.com2, bruna_


ragassi@hotmail.com3, jucaportugues@hotmail.com4, wisique@
bol.com.br5

Resumo: Os fármacos são micropoluentes que vêm se destacando


por serem frequentemente detectados em águas superficiais e
esgotos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a presença
e concentração dos fármacos diclofenaco, ibuprofeno e naproxeno
em amostras de esgoto bruto e efluente tratado da Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) de Dracena – SP. Para identificação
dos fármacos, as amostras foram preparadas por microextração
líquido – líquido dispersiva e analisadas por cromatografia líquida
de alta eficiência Os anti-inflamatórios foram detectados tanto no
esgoto bruto como no efluente tratado da ETE de Dracena – SP. A
ETE demonstrou ser mais eficiente na remoção dos compostos
diclofenaco e ibuprofeno em relação ao naproxeno, porém, não
houve uma remoção total dos fármacos.

Palavras-chave: Anti-inflamatórios. Efluente. Cromatografia.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

205
Introdução

A ocorrência contínua dos fármacos no meio ambiente, mesmo


em concentrações subterapêuticas, representa uma ameaça
potencial à saúde pública, embora ainda não seja possível avaliar
com clareza os efeitos da exposição humana a esses contaminantes
(SANTOS et al., 2010).
Dentre as classes de fármacos residuais mais frequentemente
encontradas em ambientes aquáticos, pode-se destacar: os anti-
inflamatórios e os antibióticos. O ibuprofeno e o diclofenaco são
típicos representantes dos anti-inflamatórios mais reportados na
literatura (SANTOS et al., 2010).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a presença e a
concentração dos fármacos diclofenaco, ibuprofeno e naproxeno em
amostras de esgoto bruto e efluente da Estação de Tratamento de
Esgoto do município de Dracena – SP.

Material e Métodos

A estação de tratamento de esgoto (ETE) desse estudo


está localizada no município de Dracena- SP, nas coordenadas
21°29’52,4”S e 51°33’19,9”W. A ETE começou a operar em 1972,
sendo seu sistema constituído por um tratamento preliminar,
primário e secundário, também chamado de sistema australiano.
A ETE trata 43% do esgoto sanitário do município de Dracena,
esgoto esse gerado por aproximadamente 22000 pessoas, sendo
a vazão de entrada na ETE de 30 L.s-1 de esgoto. Os outros 57%
do esgoto são encaminhados para outra estação de tratamento de
esgoto também localizada no município de Dracena - SP.
Foram selecionados 2 pontos distintos de amostragem na
ETE afim de verificar a presença de fármacos no esgoto bruto e
no efluente tratado. Os pontos de monitoramento da ETE foram
denominados de P1- esgoto bruto e P2- efluente tratado (Figura 1).
Foi coletado 1L de amostra de esgoto bruto e efluente tratado

206
na ETE do município de Dracena – SP, mensalmente, no período de
março a maio de 2017.

Figura 1 - Estação de Tratamento de Esgoto do município de Dracena- SP e


os pontos de monitoramento dos fármacos (GOOGLE, 2018).

As amostras foram armazenadas em frascos âmbar devidamente


lavados e secos à temperatura ambiente, sendo transportadas em
caixas térmicas contento gelo até o Laboratório de Saneamento da
Faculdade de Engenharia Civil de Ilha Solteira para a realização
das análises. No laboratório, as amostras foram preparadas
por microextração líquido - líquido dispersiva e analisadas por
cromatografia líquida de alta eficiência.
Para a identificação dos fármacos utilizou-se um
cromatógrafo líquido de alta eficiência (Shimadzu), contendo um
detector “PhotodiodeArray” (SPD- M20A), duas bombas de alta
pressão (LC- 20AT e LC- 20AD), empregando o software LCsolution.

Resultados e Discussão

Os resultados das amostras coletadas no esgoto bruto e efluente


tratado da ETE do município de Dracena, durante os meses
de março de 2017 a maio de 2017 exibiram a presença dos três
fármacos analisados (Tabela 1).

207
Tabela 1. Concentração de diclofenaco (mg.L-1), ibuprofeno (mg.L-1),
naproxeno (mg.L-1) nos pontos de amostragem da ETE do município de
Dracena – SP, no período de março a maio de 2017.

Meses Esgoto bruto Efluente tratado


de
coleta
DIC IBU NAP DIC IBU NAP
Março 0,31 0,014 0,019 0,007 0,003 0,016
Abril 0,021 0,096 0,023 0,003 0,008 0,013
Maio 0,052 0,067 0,015 0,008 0,013 0,013

DIC-diclofenaco; IBU- ibuprofeno, NAP- naproxeno

A maior concentração encontrada no esgoto bruto foi do composto


ibuprofeno (0,96 mg.L-1), no mês de março. Essa concentração pode
ser atribuída pelo alto consumo desse medicamento pela população.
No efluente tratado o naproxeno obteve as maiores concentrações
(0,016 mg.L-1).
A alta remoção do diclofenaco e ibuprofeno pode estar associada
tanto à degradação dos compostos por bactérias anaeróbias e
facultativas presentes no sistema, como a possível adsorção dos
mesmos nos sólidos suspensos, que levam a formação do lodo do
esgoto.
O composto naproxeno apresentou eficiência de remoção
menor do que a eficiência de remoção observada para os outros
compostos. Esse comportamento pode ser parcialmente explicado
pela sua estrutura química mais estável (dois anéis benzênicos
condensados) (TAMBOSI, 2008).
Os mesmos fármacos foram detectados em uma ETE no Brasil
que utiliza reator anaeróbio de leito fluidizado (RALF) seguido de
tratamento físico-químico e o processo obteve uma eficiência de
remoção de 89% do fármaco diclofenaco, 90% para o ibuprofeno e
98% para o naproxeno (AMÉRICO et al., 2012).
A eficiência de remoção de compostos farmacológicos em ETEs

208
pode ser variável, dependendo da sazonalidade, das propriedades
físico-químicas, da taxa de remoção e do tipo de tratamento
utilizado (AQUINO, BRAUDT, CHERNICHARO, 2013).

Conclusão

Os fármacos diclofenaco, ibuprofeno e naproxeno foram detectados


tanto no esgoto bruto como no efluente tratado da ETE de Dracena –
SP. A presença desses compostos no esgoto bruto pode estar associada
à eliminação dessas substâncias por meio da urina e fezes nos esgo-
tos sanitários. A ETE demonstrou ser mais eficiente na remoção dos
compostos diclofenaco e ibuprofeno em relação ao naproxeno, porém,
não houve uma remoção total dos fármacos. Portanto, tal situação tem
incentivado a busca de métodos mais eficientes, capazes de remover
estes contaminantes ou pelo menos sua transformação em produtos
que não apresentem efeitos adversos ao ambiente, como processo oxi-
dativos avançados (POA), adsorção em carvão ativado e biorreatores
com membranas.

Referências

AMÉRICO, J. H. P. et al. Fármacos em Uma Estação de


Tratamento de Esgoto na Região Centro- Oeste do Brasil e os
Riscos aos Recursos Hídricos. Revista Brasileira de Recursos
Hídricos, Porto Alegre, v. 17, n.3, p. 61-67, 2012.

AQUINO, S. F.; BRAUDT, E. M. F.; CHERNICHARO, C. A. L.


Remoção de fármacos e desreguladores endócrinos em
estações de tratamento de esgoto: revisão da literatura.
Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro, v.18, n.3,
p.187-204, 2013.

GOOGLE MAPS. Estação de Tratamento de Esgoto de Dracena


– SP. Disponível em: < https://www.google.com.br/maps/@

209
21.49787651.5554313,423m/data=!3m1!1e3>. Acesso em:
21 mai. 2018.

SANTOS, L. H. M. L. M. et al. Ecotoxicological aspects related to


the presence of pharmaceuticals in the aquatic environment.
Journal of Hazardous Materials, Amsterdã, v. 175, p. 45-95,
2010.

TAMBOSI, J. L. Remoção de fármacos e avaliação de seus


produtos de degradação através de tecnologias avançadas
de tratamento. Tese de Doutorado. Universidade federal de
Santa Catarina, Florianópolis, SC, 141 p., 2008.

210
USO DO RASPBERRY NO MONITORAMENTO
CLIMÁTICO EM ESTAÇÕES AUTOMÁTICAS

André Marques de Oliveira1, Prof. Dr. Luiz Sergio Vanzela2

1,
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
2

Ambientais, Estrada Projetada S/N, Fernandópolis/SP

andre_marques_engcivil@yahoo.com.br1, lsvanzela@yahoo.
com.br2

Resumo: Essa pesquisa visou a criação de um sistema


autônomo e informatizado de uma estação meteorológica
utilizando componentes encontrados no mercado, tendo
também como base a redução de custo em relação as
estações meteorológicas de mercado, além de possibilitar a
inovação e desenvolvimento de diferentes métodos de coleta
e gerenciamento de dados. Como proposta para atender
os requisitos mencionados utilizou-se como componente
inovador o selecionou-se o microcomputador Raspberry
Pi 3 B+. Concluiu-se que o desenvolvimento de estações
meteorológicas autônomas com o uso de microcomputador
Raspberry é possível e viável, sendo necessário somente
implementar algumas melhorias.

Palavras-chave: automação, meteorologia, hardware, linux,


tecnologia

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

211
Introdução

Com o crescente avanço da tecnologia, principalmente no


ramo da Informática, essencialmente no que se diz respeito ao
desenvolvimento de novos hardwares, cada vez e mais compactos,
de igual ou melhor performance, com um consumo de energia
menor, abriu-se um leque de oportunidades antes não alcançados.
Essa pesquisa visou a criação de um sistema autônomo
e informatizado de uma estação meteorológica utilizando
componentes encontrados no mercado, tendo também como base
a redução de custo em relação as estações meteorológicas de
mercado, além de possibilitar a inovação e desenvolvimento de
diferentes métodos de coleta e gerenciamento de dados.

Material e Métodos

Para a execução desta pesquisa primeiramente foi realizado


um levantamento de requisitos necessários para a construção
de uma estação meteorológica, que há a necessidade de um
microprocessador para o gerenciamento e guarda dos dados
obtidos pelos sensores e sistemas, de forma que o mesmo poderá
a vir futuramente a realizar tarefas mais elaboradas como criação
de banco de dados local sincronizado com um servidor web, novos
métodos de coleta de dados, entre outras possibilidades. Neste
sentido selecionou-se o microcomputador Raspberry Pi 3 B+
(Figura 1). Este hardware possui um processador de 1.4GHz 64-bit
quad-core processor, suporte a dual-band wireless LAN, Bluetooth
4.2/BLE, faster Ethernet, GPIO (General Purpose Input/Output) de
40 pinos (conjunto de pinos responsável por fazer a comunicação
de entrada e saída de sinais digitais ou analógicos), além de outros
itens, um microcomputador robusto principalmente pelo seu
tamanho e consumo de energia muito baixo. Para o sistema de
armazenamento foi acoplado a ele um micro cartão de memória de
32GB de classe 10.

212
Figura 1 - Raspberry Pi 3 B+.

O sistema operacional utilizado foi o NOOBS baseado em kernel


Linux. Acoplou-se a este conjunto alguns sensores, como leitura de
temperatura e umidade, precipitação, velocidade do vento, direção
do vento, pressão e radiação ultravioleta (UV).
Como todo sistema precisa de uma fonte de energia para seu
funcionamento, e neste caso com um agravante que a estação
não estará próxima da fonte de energia elétrica, a mesma foi
desenvolvida para energia solar. Para tanto foi instalada uma placa
solar de 95W, e sua estrutura de fixação foi construída com o uso
de cantoneiras de 20mm largura por 2mm de espessura, atreladas
a um cano de 2 polegadas (aproximadamente 5,08cm de diâmetro).
Este é responsável pela estrutura de sustentação e fixação de toda a
estação. Para suprir os momentos de ausência de luz solar foi criado
um sistema de carregamento de baterias com a utilização de duas
unidades de 7 ampères e 12 volts cada, atreladas a um controlador
de carga que tem como função controlar a voltagem de entrada
nelas, evitando sobrecargas ou descargas excessivas, otimizando e
prolongando a sua vida útil (Figura 2).

213
Figura 2 – Estrutura da Estação Meteorológica.

O sistema de energia solar está apto a receber bateria de maior


capacidade caso no futuro seja necessário, havendo a necessidade
somente de um acondicionamento maior.
Na Figura 3 está apresentada o resultado da concepção da
central meteorológica com todos elementos instalados.

Figura 3 – Concepção final da Estação Meteorológica.

Na coleta dos dados utilizou-se a linguagem de programação


Python, onde é uma linguagem dinâmica, interpretada, robusta,

214
multiplataforma, multi-paradigma (orientação à objetos, funcional,
refletiva e imperativa).
Foram criados scripts para a coleta de dados de cada variável,
estes iniciados cronologicamente de 2 em 2 minutos pelo serviço
de agendamento e armazenamento destes em banco de dados local.

Resultados e Discussão

Foram realizados vários testes de leitura dos sensores, e a partir


da análise dos mesmos foi verificado a necessidade de melhorias
de algumas rotinas implementadas, bem como a correção e
calibração de “falsas” leituras que podem advir. Tais correções
foram aplicadas e nova bateria de testes realizada e constatou uma
redução significativas de leituras “falsas” a um nível aceitável. Mas
a análise de um técnico especializado no assunto para a veracidade
dos dados ainda é necessária.
Diante das leituras foi possível monitorar os dados por gráficos,
tabelas e cruzamentos de dados para todas as variáveis climáticas
aqui mencionadas. Pelos gráficos conseguiu-se constatar a inter-
relação de algumas várias, como por exemplo, a temperatura em
relação a umidade.
O Raspberry se comportou de maneira aceitável em ambientes
de sol a pino, visto que foram utilizadas caixas herméticas sem
ventilação interna.

Conclusão

Concluiu-se que o desenvolvimento de estações meteorológicas


autônomas com o uso de microcomputador Raspberry é possível e
viável. Seu papel no avanço tecnológico e apoio a outras pesquisas
é imensurável, sendo ainda necessário apontar algumas melhorias
a serem implementadas, como a fabricação de sensores com uma
acuracidade maior a um custo baixo. Outro ponto que também foi
observado é o pouco material disponibilizado em linguagem Python

215
para alguns sensores, como por exemplo, o de leitura de radiação
de ultravioleta.

Referências

MITCHELL, Mark; OLDHAM, Jeffrey; SAMUEL, Alex. Advanced


Linux Programming. 1º. ed. Boston: New Riders Publishing,
2001. 368p.

OLIVEIRA, Cláudio Luís Vieira; ZANETTI, Humberto Augusto


Piovesana; NABARRO, Cristina Becker Matos. Raspberry Pi
Descomplicado. 1. ed. São Paulo: Érica, 2018. 256p.

UPTON, Eben; HALFACREE, Gareth. Raspberry Pi: Guia do


Usuário. 4. ed. [S.l.]: Alta Books, 2017. 288p.

216
USO DE GEOPROCESSAMENTO NO
LEVANTAMENTO DE ÁREAS APTAS AO
REUSO DE EFLUENTE TRATADO
Noelen Muriel Doimo Prado Martins1, Luiz Sérgio
Vanzela2, Liliane Lazzari Albertin3, Priscila da Silva4,
Vagner Aparecido de Souza5
1
UNESP, Campus de Ilha Solteira, ProfÁgua
2
Universidade Brasil/Professor Titular do Mestrado em
Ciências Ambientais, Est. Projetada S/N, Fazenda Santa Rita,
Fernandópolis - SP
3
UNESP, Campus de Ilha Solteira/Departamento de
Engenharia Civil, Avenida Brasil, 56, Centro, Ilha Solteira - SP

UNESP, Campus de Ilha Solteira, ProfÁgua, Avenida Brasil,


4,5

56, Centro, Ilha Solteira - SP

noelen_muriel@hotmail.com1, lsvanzela@yahoo.com.br2,
liliane@dec.feis.unesp.br , pri.csilvaa@gmail.com4, vagner.
3

dmtr@gmail.com5,

Resumo: O reuso reduz a demanda pela captação de água,


contribuindo para diminuir a poluição resultante do retorno dos
efluentes aos corpos hídricos. Será identificado e quantificado
com o auxílio de ferramentas de geoprocessamento, as áreas
potenciais para utilização de efluente proveniente de estação
de tratamento de esgoto, na irrigação. A determinação da
aptidão das áreas a irrigação foi determinada em função de
dois parâmetros: área mínima necessária e localização das
áreas. A área mínima necessária para a aplicação do efluente
foi determinada em função do balanço hídrico da cultura
e para a localização, foram elaborados os mapas de uso e
ocupação e declividade confrontando-os com os critérios
estabelecidos pela norma da CETESB.

Palavras-chave: Irrigação, recursos hídricos, saneamento

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

217
Introdução

Os esgotos tratados são insumos fundamentais para a gestão


sustentável dos recursos hídricos, sendo considerado promissor
para a irrigação de algumas culturas.
De acordo com a ABNT (1997), o esgoto de origem essencial-
mente doméstico ou com características similares ao esgoto trata-
do, pode ser reutilizado para fins que exijam qualidade de água não
potável, mas sanitariamente segura, tais como, irrigação de jardins,
lavagem de pisos e veículos automotivos, na descarga dos vasos sa-
nitários, na manutenção paisagística de lagos e canais com água, na
irrigação dos campos agrícolas e pastagens, a prática de reuso de
água no meio agrícola, além de garantir a recarga do aquífero, serve
para fertirrigação de diversas culturas.
O aumento da demanda de água continua a crescer, o reuso das
águas servidas tornou-se parte do planejamento, desenvolvimento
e utilização dos recursos hídricos em diversos cenários, tanto da
escassez quanto da oferta. Com isso, o objetivo neste trabalho foi
avaliar o uso de geoprocessamento no levantamento de áreas aptas
ao reuso de efluente tratado, no município de Ouroeste - SP.

Material e Métodos

O trabalho foi realizado no Município de Ouroeste – SP, a partir


da estação de tratamento de esgoto municipal (ETE), localizada a
1.700 metros do perímetro urbano do município. A vazão diária de
efluente é de 43,08 m3 h-1.
Os critérios técnicos para o levantamento das áreas aptas a
aplicação de efluente tratado foram de acordo com a orientação
da CETESB (1999), sendo: (a) Não estar localizada em Áreas de
Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal ou zona de
amortecimento definidos para as unidades de conservação de
proteção integral; (b) Não estar contida em área de proteção
de poços; (c) Não se localizar em áreas de proteção máxima de

218
aquífero e em áreas de proteção de mananciais; (d) Deve estar
afastada no mínimo 50 m de vias de domínio público, em aplicação
de culturas, quando se tratar de aplicação não localizada; (e) Devem
estar afastadas no mínimo 500m de vias de núcleos populacionais
(evitar problemas de odor); e (f) Declividade máxima de 15%.
Para a localização das áreas apresentadas nos critérios da CETESB,
utilizou-se os mapas de uso e ocupação e de declividade, elaborados
a partir de imagens do Google Earth de abril de 2009 e do modelo
digital do terreno (MDT) do satélite SRTM.
Após levantar as culturas potenciais para a aplicação do
efluente, determinaram-se as áreas mínimas necessárias com base
na deficiência hídrica, pelos balanços hídricos de cada cultura
segundo Pereira (2002) com capacidade de água disponível igual
a 100 mm. Os dados utilizados na elaboração do balanço hídrico
foram obtidos do banco de dados climáticos do Brasil da EMBRAPA.

Resultados e Discussão

No raio de 3.000 m (2.826 ha), a partir da ETE, verificou-se um


total de 1.242 ha aptos a aplicação de efluente (Figura 1).

Raio de Reuso
Áreas Aptas
Areas aptas
Areas inaptas

W E

0.5 0 0.5 1 1.5 Kilometers

Figura 1 - Localização das Áreas Aptas e Inaptas a Aplicação de Efluentes

219
Dentre as culturas localizadas na área investigada, com boa
aptidão para a irrigação com efluente tratado, destacam-se a
pastagem, cana de açúcar e algumas culturas perenes (especialmente
a seringueira e eucalipto) (Figura 2).

Figura 2 - Percentuais do uso e ocupação dentro da área investigada (raio


de 3.000 m).

Considerando as culturas encontradas na área investigada


e o balanço hídrico das culturas, a área mínima necessária está
indicada na Tabela 1.

Tabela 1 – Área mínima necessária das culturas encontradas, para dispor


o efluente tratado.
Cultura Área mínima (ha)
Pastagem 288
Cana de açúcar 190
Seringueira/Eucalipto 360

Pelos resultados obtidos observa-se em função das culturas


encontradas dentro do raio de 3000 m a partir da ETE, verifica-se
que o uso do efluente de esgoto tratado na irrigação no município
de Ouroeste é promissor, desde que seja respeitada a área mínima
de aplicação.
Também se verifica que o geoprocessamento permitiu, a partir
dos critérios da norma técnica, identificar de forma rápida e

220
amigável, as áreas aptas a aplicação de efluente de esgoto.

Conclusão

O uso de geoprocessamento na identificação e quantificação de


áreas para irrigação com efluente de esgoto doméstico foi impres-
cindível na definição das culturas potenciais.
As características encontradas no município de Ouroeste – SP fa-
vorecem o reuso do efluente tratado na irrigação, o que permitiria
maior sustentabilidade no uso de recursos hídricos.

Referências

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 13.969:1997,


Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e
disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e
operação, BRASIL, 1997

CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. SMA-


Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Org.). Aplicação
de lodos de sistemas de tratamento biológico em áreas
agrícolas - critérios para projeto e operação: Manual
Técnico. 1999.

PEREIRA, Antônio Roberto; ANGELOCCI, Luiz Roberto;


SENTELHAS, Paulo César. Agrometeorologia: Fundamentos
e Aplicações. 2002.

BRASIL. Embrapa Monitoramento Por Satélite. Embrapa


(Org.). Banco de Dados Climáticos do Brasil. Disponível
em: <https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/bdclima/
index.html>. Acesso em: 20 jun. 2010.

221
ESTUDO DE CASO: AVALIANDO A
EFICÁCIA DA IMPLANTAÇÃO DA COBRANÇA
PELO USO DA ÁGUA NO COMITÊ DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO BAIXO TIETÊ

Priscila da Silva1, Mauricio Augusto Leite² Noelen Muriel


D. Prado Martins³, Vagner Alexandre A de Souza4

UNESP, Campus de Ilha Solteira, ProfÁgua, Avenida


1,2,3,4

Brasil, 56, Centro, Ilha Solteira-SP

priscila.silva2@unesp.br1, mauricio.leite@unesp.br2,
noelen_muriel@hotmail.com³, vagner.souza@unesp.br4

Resumo: A Cobrança pelo Uso da Água é um dos


instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos, e
muitos comitês ainda não a implementaram. No Comitê da
Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê a implantação da cobrança
iniciou em 2013 de forma progressiva. Esta pesquisa objetiva
avaliar se houve eficácia em arrecadar recursos financeiros a
fim de financiar as ações do Plano do Comitê.

Palavras-chave: recursos hídricos, gestão, instrumentos de


recursos hídricos

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

222
Introdução

Em 1997 com a promulgação da Lei das Águas, foi criado


o instrumento Cobrança pelo Uso no Brasil, com o intuito de
reconhecer a água como um bem econômico, apresentar ao usuário
o real valor dos recursos hídricos, incentivar o uso racional e obter
recursos para financiar programas e intervenções priorizados nos
planos de recursos hídricos.
Este estudo de caso teve por objetivo avaliar a eficácia da
implantação do instrumento de Cobrança de Uso no Comitê da
Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê, que iniciou em junho/2013,
através do levantamento dos valores cobrados e recebidos, e desta
forma averiguar se houve êxito em arrecadar fundo para financiar
o plano da bacia.

Material e Métodos

O CBH - Baixo Tietê foi o segundo Comitê a ser criado no Estado


de São Paulo, composto por 42 municípios e aproximadamente 760
mil habitantes, abrange as hidrelétricas de Nova Avanhandava e
Três Irmãos. Possui potencial turístico e disponibilidade de água,
tendo como atividades econômicas a agropecuária, indústrias
sucroalcooleiras, frigoríficas, calçadista, de massas, de polpas de
frutas, com expansão do cultivo de cana-de-açúcar nos últimos
anos.
Em 2009 foi criado o Grupo Técnico para conduzir pesquisas
e criar parâmetros para propostas de Cobrança abrangendo a
definição das bases de cálculo bem como a eventual criação de
mecanismos específicos. Após foram levantados os dados sobre
o potencial arrecadador e outros dados como: a legislação e as
experiências de outros comitês, captação de água superficial e
subterrânea, perda na rede, o consumo final e o enquadramento
dos cursos hídricos do CBH- BT e os diversos tipos de lançamentos
de carga.

223
A partir desses dados foi criada uma planilha observando a
necessidade financeira para realizar o Plano da Bacia, que prevê
que parte da receita seja destinada às demandas dos programas
financiados pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos. Foram
calculados coeficientes ponderadores e estabeleceu-se a cobrança
progressiva em 03 anos: no primeiro ano pagar-se-ia 70% (2013)
equivalente ao valor, no segundo ano 85% (2014) e no terceiro
ano 100%. (2015). Resultando na Proposta que foi aprovada pela
Plenária, conforme a Tabela 01.

Tabela 1- Proposta de Cobrança Aprovada

Coeficiente
Uso Condição Proposta
Ponderador
Captação Superficial 1,00 0,12
Subterrânea 1,10 0,12
Consumo Todos 1,00 0,24
Lançamento Todos 1,00 0,12

E conforme previsto no Plano de Recursos Hídricos da Unidade


de Gerenciamento de Recursos Hídricos, os valores arrecadados
serão investidos nos temas priorizados no Plano de Gestão da CBH-
BT:

Tema 1 – Planejamento e Gestão


Tema 2 – Uso E Ocupação Do Solo
Tema 3 – Uso E Qualidade Da Água
Tema 4 – Saneamento Ambiental
Tema 5 – Educação Ambiental

Resultados e Discussão

O estudo de caso sobre a implantação da Cobrança de Uso no


Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê teve como objetivo

224
reunir dados através do levantamento de informações sobre a
eficácia da implantação para arrecadar recursos financiadores das
ações do plano.
De acordo com a planilha Histórico de Cobrança, divulgada
pela Agência Nacional das Águas é possível identificar os valores
recebidos nos anos de 2013 a 2015. Como pode ser observado na
Tabela 02.

Tabela 02 – Valores Arrecadados

Ano Cobrado Arrecadado Porcentagem recebida


2013 3.599.134 2.526.554 70%
2014 5.316.196 3.158.967 59%
2015 6.167.821 3.702.745 60%

Os valores a receber foram progressivos conforme estipulados


pelo CBH-BT desde o início da Cobrança de Uso, sendo de 70%,
85% e 100%. Porém como é possível observar não foram recebidos
os valores em sua totalidade mesmo com o desconto. É importante
encontrar os motivos que impossibilitaram que fosse arrecadado o
previsto pelo CBH-BT nesses três primeiros anos de implantação,
averiguando quais obstáculos levaram a essa inadimplência, pois,
quando o Grupo Técnico criou a proposta com valores, incluindo a
cobrança progressiva, previa se a necessidade de financiar o Plano
de Gestão do CBH-BT, então consequentemente, esse problema
afetará o desenvolvimento dos projetos.

Conclusão

Mesmo com a estratégia de implantação para que os usuários


não pagassem o valor total inicialmente, não houve o recebimento
total dos valores cobrados. Se fazendo importante pesquisar quais
situações levaram a essa situação. Uma Questão importante a
ser avaliada é se a Cobrança de Uso estimulou o uso racional dos
recursos hídricos, conforme previsto na Lei das Águas.

225
Referências

ANA Planilha com valores cobrados e arrecadados <http://


arquivos.ana.gov.br/institucional/sag/cobrancauso/
cobranca/HistoricoCobrancaBrasil1996aDiasAtuais.xlsx>
Disponível em 10 out. 2017.

SÃO PAULO, Apresentação sobre o Comitê da Bacia


Hidrográfica do Baixo Tietê. SIGRH. <http://www.sigrh.
sp.gov.br/cbhbt/apresentacao>. Disponível em 10 out. 2017.

SÃO PAULO, Fundamentos para a implantação da cobrança pelo


uso dos recursos hídricos – Comitê da Bacia Hidrográfica do
Baixo Tietê. SIGRH, Disponível em: <http://143.107.108.83/
sigrh/cobranca/pdf/fundamentacao_cobranca_05.pdf.>
Disponível em: 20 out. 2017.

226
GESTÃO DE RESÍDUOS URBANOS COM
EXECUÇÃO DE PROJETO DE COMPOSTAGEM

Elise Baroni Ramos1, Estefani Suana Sugahara2

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fernandópolis,


1,2

Av. Litério Grecco, 300 – Vila São Fernando – Fernandópolis,


São Paulo

elise_baroni@hotmail.com1, estefani.sugahara@
fernandopolis.sp.gov.br 2

Resumo: A compostagem é uma solução fácil que propicia


um destino útil aos resíduos. Nesse sentido, este trabalho tem
o objetivo de apresentar o projeto piloto de compostagem
implantado no Município de Fernandópolis, onde obteve-
se resultados satisfatórios. Concluiu-se, portanto, que
a compostagem é um processo de fácil execução, que
pode ser reproduzido em menor escala nas residências e
apresenta inúmeros resultados positivos, diretos e indiretos,
apresentando-se como uma eficaz ferramenta de educação
ambiental e trazendo muitas vantagens para o meio
ambiente e para a saúde pública.

Palavras-chave: Reaproveitamento. Resíduos Sólidos. Meio


ambiente. Lixo orgânico. Sustentabilidade.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

227
Introdução

Segundo dados do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica


Aplicada (2012), o material orgânico compõe aproximadamente
52% do volume total de resíduos produzidos no Brasil e todo
este material é destinado a aterros sanitário, gerando despesas
para a maioria dos municípios, que poderiam ser evitadas caso a
matéria orgânica fosse separada na fonte e encaminhada para um
tratamento específico.
A compostagem é o processo biológico e pode ser considerada
como um tipo de reciclagem do lixo orgânico. Trata-se de um
processo natural em que os micro-organismos, são responsáveis
pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em um
composto para ser utilizado como adubo de ótima qualidade.
(FERREIRA; BORBA; WIZNIEWSKY, 2013)
Dentro deste panorama, este trabalho tem o objetivo de
apresentar o projeto piloto de compostagem implantado no
Município de Fernandópolis.

Material e Métodos

O projeto piloto de compostagem foi efetuado em uma parceria


da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de
Fernandópolis com a Escola Municipal Agrícola Melvin Jones e
implantado no imóvel onde localiza-se a sede dos parceiros.
A matéria orgânica utilizada é proveniente de restos de
hortaliças, frutas e vegetais arrecadados nas feiras livres,
supermercados da cidade e na horta/merenda da Escola Municipal
Agrícola Melvin Jones, resíduos de poda vindos do Triturador
de Galhos Municipal, silagem e matéria orgânica já decomposta
e seca. Também foi utilizado esterco de bovinos, coelhos e aves
recolhidos dos animais da Escola Municipal Agrícola Melvin Jones.
Toda matéria orgânica foi utilizada com o intuito de garantir a
relação carbono/nitrogênio de forma adequada, de modo que

228
não afete o tempo de decomposição, os micro-organismos e as
minhocas.
Para a execução do projeto de compostagem, utilizou-se ajuda
dos estagiários da Secretaria de Meio Ambiente e dos alunos
da Escola Municipal Agrícola Melvin Jones. Houve também o
acompanhamento de técnicos das Secretarias Municipais de Meio
Ambiente e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além dos
funcionários e técnicos da Escola Municipal Melvin Jones.
Foi escolhido um local com base de concreto para efetuar a
compostagem, para evitar que ervas daninhas que possam estar
presentes no solo sejam propagadas para outros locais. Durante
a execução das leiras de compostagem (Figura 1), alternou-se
camadas de esterco, com camadas de matéria vegetal, as quais
foram espalhadas e molhadas. Pedaços grandes foram picados em
tamanhos menores para acelerar o processo de decomposição.

Figura 1 - Execução projeto de compostagem.

Todos os elementos de descarte foram degenerados e


transformados em matéria orgânica. Colocou-se água e revirou-
se a leira periodicamente (Figura 2), com o objetivo de manter as
características físicas e químicas ótimas, como porosidade, teor
de oxigênio, teor de umidade e distribuição de calor; estimular o
processo de fermentação e perder as fibras desses resíduos, que
demoram a degradar-se naturalmente, favorecendo assim o que
eles tinham de composto químico para liberar. Para se confirmar
quando o material estava pronto para utilização, foi aplicado o

229
método da barra de ferro, onde uma barra de ferro é inserida no
interior da leira e após, verifica-se a temperatura da mesma.

Figura 2 - Revolvendo leira de compostagem.

Durante a execução do projeto, foi efetuada também uma


atividade de educação ambiental para os alunos com foco na
importância da compostagem, o porquê do uso dos diversos
materiais, como executá-la, a função de cada etapa do processo,
aplicações para o material produzido e os benefícios do processo
de compostagem.

Resultados e Discussão

Com a execução do projeto, contribuiu-se para a redução


da quantidade de resíduos orgânicos depositados nos aterros,
conscientizou-se a população enfatizando a importância da
separação dos resíduos orgânicos.
Outro resultado positivo da compostagem é que no processo de
decomposição, ocorre somente a formação de dióxido de carbono
ou gás carbônico (CO2), água (H2O) e biomassa (húmus) e não de
gás metano (CH4), que é gerado nos aterros e é altamente nocivo,
por ser um gás de efeito estufa 25 vezes mais potente que o gás
carbônico e cuja emissão é determinante nas mudanças climáticas
(GODOY, 2018).
De acordo com Monteiro (2018), ao diminuirmos a quantidade
de lixo destinado aos aterros, ocorre, por consequência, uma

230
economia nos custos de transporte e de uso do próprio aterro,
ocasionando o aumento de sua vida útil.
Entre os resultados positivos estão o recolhimento do lixo
orgânico, diminuindo a poluição e minimizando os impactos
ambientais causados pela disposição inadequada do lixo, o volume
de resíduos disposto em aterros diminuiu e por fim gerou-se adubo
orgânico de boa qualidade para ser utilizado no Viveiro Municipal e
na horta da Escola Municipal Melvin Jones, conforme Figura 3.

Figura 3 - Utilização do composto produzido.

Conclusão

Conclui-se, portanto, que a compostagem é um processo de


fácil execução, podendo ser reproduzido em menor escala nas
residências e apresenta inúmeros resultados positivos, diretos
e indiretos, apresentando-se como uma eficaz ferramenta de
educação ambiental e trazendo muitas vantagens para o meio
ambiente e para a saúde pública.

Referências

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Diagnóstico


dos Resíduos Sólidos Urbanos: Relatório de Pesquisa. Brasília.
2012. Disponível em:<http://www.ipea.gov.br/agencia/
images/stories/PDFs/relatoriopesquisa/121009_relatorio_
residuos_solidos_urbanos.pdf >. Acesso em: 22 ago. 2018.

231
FERREIRA, Aline Guterres; BORBA, Sílvia Naiara de Souza;
WIZNIEWSKY, José Geraldo. A prática da compostagem para
a adubação orgânica pelos agricultores familiares de Santa
Rosa/RS. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM,
Santa Maria, v. 8, p.307-317, 2013.

GODOY, João Carlos. Compostagem. Disponível em: <http://


www.mma.gov.br/estruturas/secex_consumo/_arquivos/
compostagem.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2018.

MAZZAROTTO, Angelo Augusto Valles de Sá; SILVA, Rodrigo de


Cássio da. Gestão da Sustentabilidade Urbana: leis, princípios
e reflexões. Curitiba: Intersaberes, 2017. (Gestão Pública).

MONTEIRO, José André Verneck. BENEFÍCIOS DA


COMPOSTAGEM DOMÉSTICA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS.
Disponível em: <http://revistaea.org/artigo.
php?idartigo=2310>. Acesso em: 25 ago. 2018.

232
PROJETO INSTALAÇÃO MODELO DE
SUSTENTABILIDADE

Elise Baroni Ramos1, Estefani Suana Sugahara2

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fernandópolis,


1,2

Av. Litério Grecco, 300 – Vila São Fernando – Fernandópolis,


São Paulo.

elise_baroni@hotmail.com1, estefani.sugahara@
fernandopolis.sp.gov.br 2

Resumo: A construção civil é um dos setores que contribuem


para o consumo elevado de bens naturais, como materiais,
energia e água. Dessa forma, medidas sustentáveis se fazem
necessárias para esse setor no aspecto geral. Diante dessa
importância, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente
de Fernandópolis elencou algumas ações sustentáveis no
prédio de sua sede, afim de se apresentar como exemplo
à população. As medidas realizadas atingiram o objetivo,
aproveitando os materiais disponíveis na região, através
de reuso ou reciclagem, reduzindo a geração de resíduos e
otimizando o consumo de materiais, água e energia, trazendo
equilíbrio entre os ambientes natural e construído.

Palavras-chave: Ações sustentáveis. Meio Ambiente.


Reutilização. Reciclagem. Construção civil.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

233
Introdução

A construção civil é o setor de atividades humanas que mais


utiliza recursos naturais e energia, gerando também uma expressiva
quantidade de resíduos, provocando impactos ambientais
consideráveis (MMA, 2018).
De acordo com Sattler (2007), têm sido desenvolvidas novas
tecnologias e materiais alternativos que além de serem menos
agressivos ao meio ambiente, trazem benefícios ambientais sendo
aplicáveis em edifícios inteligentes.
Visto isto, com o intuito de diminuir os impactos ambientais vindos
da construção civil, este trabalho tem como objetivo apresentar a
implantação da instalação modelo de Sustentabilidade na Sede da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fernandópolis – SP.

Material e Métodos

A execução das adequações da edificação teve início em janeiro


de 2017. Para tanto foi realizado um levantamento das ações já
implantadas dentro do prédio da Secretaria e do que pode ser
introduzido de maneira pertinente no futuro.
As medidas adotadas para adequação da Instalação Modelo de
Sustentabilidade foram:

• Reutilização da água da chuva: A construção possui um


sistema de captação da água pluvial composto por dois
reservatórios, calhas e dutos localizados no telhado, que
conduzem a água até o reservatório. A água recolhida é
reaproveitada para limpeza da área externa da edificação, de
equipamentos e rega.
• Utilização de lâmpadas fluorescentes: A iluminação do prédio
é toda feita por lâmpadas fluorescentes. Em breve todas as
lâmpadas serão trocadas por lâmpadas do tipo LED, que
geram uma maior economia de energia. Sempre que possível,

234
as janelas são mantidas abertas dispensando a utilização das
mesmas e aproveitando ao máximo a iluminação natural.
• Pavimentação com resíduos da construção civil: O
estacionamento do prédio possui pavimentação feita com
pedriscos de resíduos da construção civil, medida que reduz
a extração de insumos naturais, retira resíduos que poderiam
estar causando poluição no meio ambiente e reutiliza-os.
• Estrutura em Eucalipto Tratado: O sistema estrutural,
incluindo-se a estrutura da cobertura da edificação, foi todo
executado utilizando eucalipto tratado, material que gera
menos impacto ambiental negativo.
• Móveis feitos com materiais reutilizados: Foram utilizados
toras e carretel de madeira encontradas no lixo, que foram
reutilizados para a fabricação dos móveis do local. Os móveis
foram envernizados com material obtido através de doação e
que seria descartado.
• Torneiras: As torneiras dos banheiros são de fechamento
automático, a fim de se evitar o desperdício de água.
• Bacia sanitárias com caixa acoplada: As bacias sanitárias
dos banheiros são com caixa acoplada, reduzindo assim o
consumo de água.
• Ventilação cruzada: Durante o período da manhã, ao invés
de ligar o ar-condicionado das salas, as janelas e portas
são abertas fazendo uso de modo a aproveitar o sistema de
ventilação cruzada no ambiente.
• Cinturão de árvores: Ao redor do prédio existem dezenas de
árvores formando um cinturão que envolve toda a edificação,
contribuindo para a diminuição da temperatura ambiente e
purificação do ar.
• Calçada ecológica: A calçada existente ao redor do prédio
teve sua pavimentação em concreto reduzida para dar lugar
à vegetação.
• Aproveitamento da água do ar condicionado: A água expelida
pelo aparelho de ar-condicionado é canalizada por uma

235
mangueira e faz a rega do vaso de plantas.
• Sistema energia solar: Pretende-se implantar um sistema
com rede coletora e armazenadora de energia solar, para
coletar a energia do sol e transformá-la em energia renovável
que será utilizada no prédio.
• Troca dos aparelhos de ar condicionado: Pretende-se
efetuar a troca de todos os aparelhos de ar condicionado
convencionais por aparelhos mais econômicos e silenciosos.

Fixou-se placas indicativas e descritivas na entrada da edificação


e próximas à cada item implantado (Figura 1).

Figura 1 - Placa indicativa.

Resultados e Discussão

Após implantação das medidas, o prédio foi aberto à visitação


onde escolas, entidades e a população no geral são convidadas a
conhecer a instalação modelo.
As visitas são frequentes, com demonstração de entusiasmo
pelos visitantes, que durante a visita aprendem o que são ações
sustentáveis e como podem executá-las de forma simples. Os
visitantes têm demonstrado interesse em implantar as medidas em
suas próprias residências, conhecendo todos os benefícios de sua
aplicação.
Honório (2015) afirmou que as atividades humanas geram

236
cargas ambientais que causam desequilíbrio climático e impactos
ambientais cada vez mais acentuados. Desta forma é essencial o
engajamento da sociedade para a redução de possíveis prejuízos.
É comprovada a eficiência de algumas técnicas e materiais para
promover a economia no consumo de água e energia em edifícios, e
apesar de bons exemplos de construções que aplicam os conceitos
da sustentabilidade, a maior parte das construções ainda não levam
em consideração o meio ambiente (VALOTO; ANDRADE, 2011).
No entanto, através da implantação das ações que reduzem a
geração de resíduos, e otimizam o consumo de materiais e energia,
preservando o ambiente natural foi possível comprovar à população
do Município de Fernandópolis como é possível haver o equilíbrio
entre os ambientes natural e construído.

Conclusão

Com a execução das medidas, conseguiu-se atingir o objetivo


de reduzir consideravelmente o consumo de energia, de água, de
insumos naturais, reaproveitar materiais descartados, entre outros
e se tornar uma Instalação Modelo, demonstrando a importância
do conceito de sustentabilidade e de como é possível suprir as
necessidades das gerações atuais sem afetar as que estão por vir.
Conclui-se que ao valorizar os recursos naturais, condições
climáticas ambientais e fazer uso de materiais ecológicos acessíveis,
é possível preservar o equilíbrio ambiental da área de maneira
profícua.

Referências

HONÓRIO, Otávio Ribeiro. Projeto de Condomínio Residencial


Sustentável. 2015. 33 p. Trabalho de Graduação (Graduação
em Engenharia Civil) – Faculdade de Engenharia do
Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista,
Guaratinguetá, 2015.

237
MMA - Ministério do Meio Ambiente. Construção
Sustentável. Disponível em: <http://www.mma.gov.
b r / c i d a d e s - s u s te n t ave i s / u rb a n i s m o - s u s te n t ave l /
constru%C3%A7%C3%A3o-sustent%C3%A1vel>. Acesso
em: 25 ago. 2018.

SATTLER, Miguel. Habitações de baixo custo mais


sustentáveis: a casa Alvorada e o Centro Experimental de
tecnologias habitacionais sustentáveis. (Coleção Habitare, 8)
Porto Alegre: ANTAC, 2007.

VALOTO, Fernanda Maia; ANDRADE, Bárbara Suellen de.


Construção civil e o ensino de práticas sustentáveis em prol do
meio ambiente. In: XXXIX Congresso Brasileiro de Educação
em Engenharia, 2011. Disponível em: <http://www.abenge.
org.br/cobenge/arquivos/8/sessoestec/art1710.pdf>.
Acesso em: 25 ago. 2018.

238
GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DE
PODA E ROÇAGEM NO MUNICÍPIO DE
FERNANDÓPOLIS, SÃO PAULO

Elise Baroni Ramos1, Estefani Suana Sugahara2

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Fernandópolis,


1,2

Av. Litério Grecco, 300 – Vila São Fernando – Fernandópolis,


São Paulo

elise_baroni@hotmail.com1, estefani.sugahara@
fernandopolis.sp.gov.br 2

Resumo: A arborização é muito importante dentro do


espaço urbano, os benefícios ambientais proporcionados
são essenciais para a qualidade de vida. Porém, o tratamento
necessário para que a arborização urbana ocorra de forma
correta demanda cuidados para não prejudicar o meio
ambiente. Como forma de evitar problemas com a disposição
inadequada dos galhos, a Secretaria de Meio Ambiente do
Município de Fernandópolis, tem efetuado medidas como a
trituração dos galhos resultantes das podas de árvores, o que
provoca a diminuição do volume ocupado por eles e destina
de forma ambientalmente adequada esse tipo de resíduo.

Palavras-chave: Gestão. Arborização urbana.


Sustentabilidade. Meio ambiente. Resíduos sólidos.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

239
Introdução

Na arborização urbana, em geral a poda é realizada com


os objetivos de formação, limpeza, contenção e emergência,
gerando resíduos sólidos orgânicos que em geral são destinados
a aterros e lixões, ou dispostos inadequadamente, sendo fonte
potencialmente poluente e podendo ocasionar problemas
sanitários e ambientais.
De acordo com o Ministério de Meio Ambiente (2018) os resíduos
orgânicos podem ser tratados em várias escalas, desde a escala
doméstica, passando pela escala comunitária, institucional (de um
grande gerador de resíduos), municipal até a escala industrial, para
a produção de fertilizante orgânico.
Como ressalvam Marques et al. (2016) o resíduo orgânico não
pode ser visto como rejeito, já que o mesmo é capaz de ser reciclado
e se tornar uma oportunidade para o desenvolvimento da economia.
Dentro deste panorama, objetivando atender à Política Nacional
de Resíduos Sólidos, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de
Fernandópolis – SP criou um Ecoponto de Galhos, onde os resíduos
de poda do município são triturados.

Material e Métodos

Na primeira fase de trabalho foi efetuada uma caracterização


da situação através do levantamento de ocorrências registradas
em órgãos como Ouvidoria, Defesa Civil, Fiscalização e Secretaria
Municipal de Meio Ambiente.
Efetuou-se também visitas in loco para verificar a situação real
e levantar os problemas gerados pelos resíduos de poda. Realizou-
se diversas reuniões para tomada de decisão compartilhada com
técnicos municipais, representantes do legislativo, prestadores de
serviço de poda e população em geral.
Efetuou-se também pesquisa de casos de sucesso, trabalhos
científicos e legislação ambiental.

240
Após a análise da situação, foram detectadas as fragilidades do
sistema e possíveis soluções para resolvê-las.
Desta forma a proposta adotada consistiu-se em criar um
Ecoponto de galhos (Figura 1) onde utiliza-se um picador mecânico
para triturar os resíduos oriundos de podas de árvores, constituído
de ramos e folhas para posteriormente utilizar o material resultante
para a geração de energia ou como adubo.

Figura 1 – Triturador de galhos.

Outro resultado positivo foi a parceria firmada com os podadores


do município, através do projeto denominado Disk Poda, onde os
podadores são cadastrados e treinados pela Secretaria Municipal
de Meio Ambiente, para então serem indicados aos munícipes
que necessitam do serviço de poda através de um canal criado na
Ouvidoria Municipal.
Após o serviço de poda ser executado, os próprios podadores
levam os resíduos de galhos e folhas até o Ecoponto e colocam no
triturador de resíduos de poda, cuja manutenção é efetuada pela
Prefeitura Municipal.
O processo de trituração é simples, os galhos e troncos de árvores
são inseridos no triturador, que faz todo o resto, trazendo no final
da esteira apenas os resíduos de galhos, folhas e pequenos troncos

241
triturados. Após a trituração, o material triturado é armazenado até
ser transportado para os locais de destino, pronto para utilização.

Resultados e Discussão

Com a iniciativa está sendo recebida no Ecoponto de Galhos


uma média mensal aproximada de 500 toneladas de resíduos de
poda, sendo 370 toneladas recebidos de caminhões, 85 toneladas
recebidos de tratores e 45 recebidos de carros comuns, levados por
munícipes em geral.
O material beneficiado obtido a partir dos resíduos de poda é
utilizado como adubo no Viveiro Municipal, na Escola Agrícola
Municipal Melvin Jones, no projeto piloto de compostagem, para
execução de serviços de jardinagem e paisagismo municipais e
também doado para geração de energia.
Em 2017 foram doados para as indústrias da região que utilizam
para a geração de energia, cerca de 1800 toneladas de resíduo
triturado.
Ao final deste processo, obtém-se como resultado a redução
do volume dos resíduos armazenados no aterro sanitário e no
Ecoponto. Além disso, diminui-se consideravelmente o acumulo de
resíduos nos logradouros urbanos, evitando assim criadouros de
doenças e possíveis queimadas.
Assim, dá-se um destino final mais nobre aos resíduos, atendendo
aos objetivos de promover a não geração, redução, reutilização e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, conforme
estabelece a Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010).
Segundo Meira, (2010), a valorização dos resíduos é uma
alternativa econômica, social e ambientalmente adequada, que
reduz impactos com extração de matéria prima e minimiza os
impactos ambientais dando um destino apropriado aos resíduos,
aumentando a vida útil dos aterros e gerando novos postos de
trabalho, trazendo ganhos socioambientais.

242
Conclusão

A destinação correta dos galhos recolhidos no município


é de grande importância, principalmente quanto à estética,
higiene e saúde. Se esses resíduos não tiverem uma disposição
final ambientalmente adequada, geram um acúmulo de volume
expressivo de galhos que podem reter água da chuva, atrair animais
peçonhentos e gerar possíveis queimadas colocando em risco a
saúde da população.
A execução do projeto baseado em beneficiar o resíduo de
podas, contribuiu para um município mais limpo e com destinação
final adequada e reaproveitamento dos resíduos, relacionando
a responsabilidade ambiental e social com o desenvolvimento
sustentável, contribuindo para a diminuição dos impactos
ambientais, aumentando a geração de recursos para a região.

Referências

Brasil. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010: Institui a


Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

CHALUPPE, M. A. C. Análise da Implantação do Projeto


“Valorização dos Resíduos Sólidos Orgânicos no Município
de Florianópolis Através do Beneficiamento dos Resíduos de
Podas” Florianópolis: UFSC/CTC/ENS, 2013. 125 f. Trabalho
de Conclusão de Curso em Engenharia Sanitária e Ambiental
– UFSC.

MARQUES, Vitor da Costa; PIMENTA, Andressa Ferreira;


JÚNIOR, Ivan Taiatele; BOSCO, Tatiane Cristina Dal; MICHELS,
Roger Nabeyama; BERTOZZI, Janksyn. Compostagem
de resíduos orgânicos domiciliares e poda de árvores:
parâmetros físico-químicos. XIV ENEEAMB / II Fórum Latino

243
de Engenharia e Sustentabilidade / I SBEA Centro Oeste.
Brasília, 2016.

MEIRA, Ana Maria de. Gestão de Resíduos de Arborização


Urbana. 2010. 179 f. Tese (Doutorado) - Curso de Agronomia,
USP - Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.

Ministério de Meio Ambiente. Gestão de Resíduos


Orgânicos. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
cidades-sustentaveis/residuos-solidos/gest%C3%A3o-de-
res%C3%ADduos-org%C3%A2nicos>. Acesso em: 25 ago.
2018.

244
PROPOSTA METODOLÓGICA
PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS
MUNICIPAIS DE MATA ATLÂNTICA

Luiz Sergio Vanzela1

1
Universidade Brasil/ Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Professor Titular. Est. Projetada F1, S/N –
Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis – SP

lsvanzela@yahoo.com.br1

Resumo: Os Planos Municipais de Mata Atlântica (PMMA)


se constituem em importantes instrumentos municipais
para gestão, conservação e restauração da biodiversidade
desse importante bioma brasileiro. Portanto, o objetivo
neste trabalho, foi propor metodologia, com referência
nas experiências com o PMMA de Fernandópolis – SP e no
Código Florestal Brasileiro, que possa ser empregado em
outros municípios. Conclui-se que a proposta metodológica
apresentada é de fácil aplicação, com cronograma dentro
da realidade de ser cumprido, além de estar em total
consonância com o Código Florestal Brasileiro.

Palavras-chave: Biodiversidade, Código Florestal, APP.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

245
Introdução

O Brasil é um país de dimensões continentais e privilegiado com


grande quantidade de recursos naturais, dentre os quais, destaca-
se as florestas e vegetação nativa.
A vegetação nativa brasileira é, ao todo, constituída por seis
biomas de características distintas (Amazônia, Caatinga, Cerrado,
Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), os quais abrigam uma grande
diversidade de flora e fauna (MMA, s/d).
Dentre estes biomas, o da mata atlântica é que mais foi degradado
no Brasil, restando apenas 12% de sua área ainda preservada (IBGE,
2012), sendo preocupante em função da perda irrecuperável de sua
biodiversidade.
Assim, planejar o desenvolvimento municipal sustentável com
vistas à mitigação desses elementos de pressão sobre biomas
como a Mata Atlântica pressupõe a utilização de um conjunto
de instrumentos (especialmente normas, planos, projetos e
programas), de forma a orientar a melhor distribuição espacial da
população e das atividades produtivas no território, otimizando o
aproveitamento dos recursos humanos e econômicos disponíveis,
conservando os recursos naturais existentes e recuperando parte
do que foi degradado (DUTRA et al., 2013).
Uma solução proposta para preservar e restaurar a Mata Atlântica
é a elaboração, aprovação por Lei Municipal e aplicação dos Planos
Municipais de Mata Atlântica (PMMA). Estes planos devem conter
um diagnóstico de quais fatores promoveram a degradação da mata
atlântica dentro dos limites do município e propor ações para a sua
recuperação dentro de um período de tempo previsto.
Com a finalidade de contribuir com mais uma metodologia
na elaboração dos PMMA de municípios que ainda não possui,
o objetivo neste trabalho é a apresentação de uma proposta
metodológica, com referência nas experiências com o PMMA de
Fernandópolis – SP e no Código Florestal Brasileiro.

246
Material e Métodos

A proposta metodológica foi desenvolvida com base nos critérios


apresentados no Código Florestal Brasileiro (BRASIL, 2012), a
partir de experiências na elaboração do PMMA de Fernandópolis
(VANZELA, 2017).
Neste PMMA, utilizou-se uma metodologia de fácil aplicação,
com base legal e que acredita-se pode ser aplicado na maioria dos
municípios do estado de São Paulo.

Resultados e Discussão

Na Figura 1 está apresentado um fluxograma das combinações


possíveis entre a vegetação, a localização e a situação do qual se
fundamenta a proposta metodológica de elaboração de Planos
Municipais de Mata Atlântica.
De acordo com a metodologia proposta (Figura 1) os planos
municipais de mata atlântica devem priorizar as áreas preservadas
que não possuem o cadastro ambiental rural, na seguinte ordem:
1 - APP’s, 2 - Reserva legal e 3 - Outras áreas. Essas devem ser
prioridade pois, sem o cadastro ambiental rural, apresentam ainda
um risco de serem degradadas.
Em seguida, as prioridades do plano devem contemplar as áreas
que não tem cadastro ambiental rural e necessitam de recuperação
ambiental, na seguinte sequência: 4-APP’s e 5-Reserva legal. Elas
estão no nível intermediário de prioridade porque estão em áreas
especiais de sustentabilidade e ainda não estão cadastradas para a
execução do Plano de Recuperação Ambiental (PRA).
As demais condições estão no último nível de prioridade porque
já possuem o cadastro ambiental rural e, em caso de estarem
degradadas, futuramente serão foco do PRA.

247
Vegetação Localização Situação Cadastrada

Não 1
Preservadas
Áreas de Sim 6
preservação
permanente Não 4
Mata Atlântica Degradadas
Sim 6

Não 2
Preservadas
Reserva Legal Sim 6

Não 5
Degradadas
Sim 6

Não 3
Outras áreas Preservadas
Sim 6

Figura 1 - Fluxograma das combinações entre vegetação, localização e


situação.

De acordo com as prioridades estabelecidas, recomenda-se


que os Planos Municipais de Mata Atlântica contemplem as ações
propostas na Tabela 1.

Tabela 1 - Ações previstas de acordo com o nível de prioridade das áreas


no PMMA.

Ação prevista no Prazo


Prioridade
PMMA (anos)
Realizar o cadastro
1, 2 e 3 1° ao 3°
ambiental rural
Realizar o cadastro
4° a 10°
ambiental rural
4e5
Implementação do
11° a 100°
PRA

As propostas recomendadas na Tabela 1 para as prioridades 1, 2


e 3 estão focadas em ações para evitar o risco de degradação dessas
áreas, que é a realização imediata do cadastro ambiental rural. O
cadastro pode iniciar das áreas maiores e ser efetuado de forma
simultânea nas três prioridades.

248
Para as prioridades 4 e 5 recomenda-se a realização do cadastro
ambiental rural em um prazo mais curso, que dependendo da
situação, pode até ser realizada simultaneamente as prioridades 1,
2 e 3. Em seguida, deve ser executado os PRA’s, que dependendo do
tamanho total da área e, consequentemente dos custos envolvidos,
poderá ser realizado em um prazo maior. A definição desse prazo
deve levar em consideração o bom senso dos gestores ambientais
municipais, não recomendando-se ultrapassar o intervalo de 100
anos.
Por outro lado, as Secretarias Municipais de Meio Ambiente
devem contribuir como um facilitador do cumprimento dos
cronogramas. Ela pode desempenhar uma função de “elo de
ligação” entre os empreendedores que necessitam realizar as
compensações ambientais e os produtores rurais que precisam
realizar as restaurações florestais.

Conclusão

A proposta metodológica apresentada neste trabalho é de fácil


aplicação, com cronograma dentro da realidade de ser cumprido,
além de estar em total consonância com o Código Florestal
Brasileiro.
Por estes motivos espera-se que auxilie gestores ambientais de
outros municípios na elaboração dos Planos Municipais de Mata
Atlântica.

Referências

BRASIL. Lei n° 12.651 de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre


a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de
31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996,
e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos
4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de
1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de

249
2001; e dá outras providências. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, 2012.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


Indicadores de desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro:
IBGE, 2012. 350p.

DUTRA, C. M. et al. Roteiro para a elaboração dos Planos


Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica.
Brasília: MMA, 2013. 68p.

MMA – Ministério do Meio Ambiente. Biomas. Brasília: MMA,


s/d. < http://www.mma.gov.br/biomas> Acesso em 01 ago.
2018.

VANZELA, L. S. Plano Municipal de Mata Atlântica de


Fernandópolis. Fernandópolis: Prefeitura Municipal de
Fernandópolis, 2017. 25p.

250
O ICMS ECOLÓGICO COMO FERRAMENTA
LEGAL PARA IMPLEMENTAR POLITICAS
PÚBLICAS AMBIENTAIS: POSSIBILIDADES
PARA O MUNICÍPIO DE GUARAÍ-TO

Marivânia F. Santiago1, Leonice Domingos dos S. Cintra


Lima2

1
Universidade Brasil /Pós graduação Ciências Ambientais,São
Paulo-SP

2
Universidade Brasil/ Pós graduação Ciências
Ambientais,Fernandopólis -SP

marivaniasantiago@gmail.coml1,lecaclima@yahoo.com.br2

Resumo: O artigo tem como objetivo analisar as


possibilidades dentro da arrecadação municipal da
elaboração de instrumentais legais que possam contribuir
tanto com o aumento e efetividade da arrecadação como para
aplicação especifica do ICMS ecológico em políticas públicas
ambientais no município de Guaraí-TO. Desde 1988 o Estado
brasileiro, como outros, deixou clara sua preocupação com o
meio ambiente de forma expressa na Constituição Federal. A
Tributação Ambiental surgiu apoiada na extrafiscalidade e
tem a figura do ICMS Ecológico como uma de suas principais
ferramentas no Brasil.

Palavras-chave: Tributos Ambientais. Políticas


Socioambientais. Gestão Pública.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

251
Introdução

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 dedicou


o capítulo VI ao Meio Ambiente e, em seu Art. 225, determina que:
“Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade, o dever defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.
As políticas ambientais juntamente com as politicas econômicas,
como pressuposto de um desenvolvimento sustentável tem a função
de reduzir a problemática do desenvolvimento econômico e da
sustentabilidade. Por meio desta união desenvolve-se as chamadas
receitas sustentáveis, aqui no caso trataremos especificamente do
ICMS Ecológico.
Um aspecto relevante relacionado ao ICMS Ecológico é a
não vinculação destes recursos destinados aos municípios com
investimentos, por parte destes, em áreas relacionadas ao meio
ambiente e à sua preservação. Deste modo, o montante de ICMS
Ecológico recebido pelos municípios pode ser aplicado em outras
áreas como saúde, educação e infraestrutura. Nesta perspectiva,
é possível que áreas carentes de investimento nos municípios
venham a ser beneficiadas pelos repasses de ICMS Ecológico,
propiciando melhores níveis de educação e de saúde, viabilizando
o desenvolvimento desses municípios (NASCIMENTO, 2012).
Assim este projeto tem por objetivo analisar as possibilidades
dentro da arrecadação municipal da elaboração de instrumentais
legais que possam contribuir tanto com o aumento e efetividade da
arrecadação como para aplicação especifica do ICMS ecológico no
município de Guaraí-TO em políticas públicas ambientais.

Material e Métodos

A pesquisa será realizada no município de Guaraí-TO, localizado


na mesorregião ocidental do Estado do Tocantins e possui uma

252
população de 25.149 habitantes (IBGE, 2015), sendo a oitava
cidade mais populosa do estado. O clima do município é classificado
como tropical com altas temperaturas. A região é considerada
polo de desenvolvimento do Estado do Tocantins, tendo como
potencialidades que favorecem a economia do município, a
abundância em recursos hídricos, grande área de terras planas
para cultivo de agricultura e pecuária com boas características
físico-químicas do solo. Para a realização do presente estudo a
metodologia utilizada será qualitativa, pois segundo Lakatos e
Marconi (2011) o investigador entra em contato com o indivíduo
ou grupos, com o ambiente e a situação que está sendo investigada,
permitindo um contato direto com seu objeto de pesquisa.
Inicialmente através de uma investigação teórica serão
desenvolvidos estudos sobre o município e as bases conceituais
que irão compor o assento teórico para investigação de campo.
Apresentando uma revisão bibliográfica de modo a se conceituar
e qualificar o ICMS Ecológico, por meio de artigos e obras de
educação ambiental e jurídicas. E ainda realizar a coleta de dados,
através de levantamentos de dados nos órgãos públicos envolvidos
na pesquisa.
Propondo o desenvolvimento de ações que mostrem a
importância do ICMS ecológico como ferramenta de arrecadação, e
mudança de atitudes público-privada no que se refere à preservação
do meio ambiente.

Resultados e Discussão

O estudo de Fagundes et al. (2017) teve como teve como objetivo


analisar a relação entre o desenvolvimento dos municípios do
Estado de São Paulo e o montante do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico recebido pelos mesmos,
no intuito de apurar se esse tipo de compensação contribui no
desenvolvimento municipal. Os autores observaram na pesquisa
que no Estado de São Paulo, o ICMS Ecológico consiste em uma

253
política de compensação aos municípios, que abrigam áreas de
preservação e mananciais de abastecimento e o repasse do mesmo
possui relação significativa com o desenvolvimento.
Takenaka et al. (2017), afirmam que a relevância adquirida
pelos instrumentos econômicos na elaboração de políticas públicas
ambientais, quando comparados aos instrumentos clássicos de
comando e controle. Os autores observaram que as políticas
públicas relacionadas ao pagamento por serviços ambientais,
dentre as quais o presente enfoque recai sobre o ICMS Ecológico,
o qual representa uma política pública ambiental que promove
transferências diretas de recursos financeiros para municípios
cuja arrecadação do tributo é reduzida, justamente por conta
da existência de áreas de florestas nativas e reservas ambientais
preservadas.
Entretanto, apesar do ICMS Ecológico ter nascido apenas como
uma forma de compensação financeira aos municípios paranaenses
que possuíam grandes áreas de seus territórios ocupadas por
reservas ambientais e mananciais de abastecimento hídrico
impossibilitando seu aproveitamento econômico, a experiência
mostrou que o instituto pode ser aproveitado de maneira eficiente
na luta pela preservação ambiental.

Conclusão

O ICMS Ecológico, além de ser eficiente no estímulo à promoção


e preservação do meio ambiente (quando adequadamente
regulamentado e divulgado aos interessados), também pode ser uma
ferramenta de transformação social, gerando renda a ser investida,
em alguns casos, em áreas essenciais, como saúde, educação e
saneamento básico nos municípios menos desenvolvidos que serão
beneficiados por seus repasses.

254
Referências

FAGUNDES, Ernando et al. Relação entre o desenvolvimento


municipal e o repasse de ICMS Ecológico: um estudo no
estado de São Paulo. XIX ENGEMA, Dezembro, 2017

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia Científica. 6


ed. São Paulo: Atlas, 2011.

NASCIMENTO, V. M. Instrumentos econômicos de gestão


ambiental: uma análise da aplicação do ICMS ecológico em
Minas Gerais. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal
de Santa Catarina, SC, Brasil, 2012.

TAKENAKA, Edilene Mayumi Murashi; LEPRE, Thais Rubia


Ferreira; HUGARO, Fernando Martinez. Pagamento por
serviços ambientais: apontamentos sobre o ICMS Ecológico
como instrumento de fomento a políticas públicas ambientais
no Brasil. South American Development Society Journal, v.
2, n. 6, p. 83-99, 2017.

255
PRODUÇÃO DE CONCRETO SUSTENTAVEL
UTILIZANDO RESIDUOS DE DEMOLIÇÃO EM
SUA COMPOSIÇÃO

Wagner Aparecido Pereira1; João Vitor Covolo2; Lucas de


Almeida3; Roberto Andreani Junior4

1
Universidade Brasil/Mestrando em Ciências Ambientais,
Rua Carolina da Fonseca 584 – Itaquera - São Paulo – SP

ETEC Itaquera II/Curso Técnico em Edificações, Av. Miguel


2,3

Ignácio Cury, S/N – Vila Carmosina – São Paulo – SP

4
Universidade Brasil/Professor Titular, Mestrando em
Ciências Ambientais, Rua Carolina da Fonseca 584 – Itaquera
- São Paulo – SP

arqtowagner@gmail.com1; jcovolo1@hotmail.com2; lucas.


gv99@hotmail.com3; robertoandreani@uol.com.br4

Resumo: O desenvolvimento econômico, social e tecnológico


de um país está diretamente vinculado ao crescimento de sua
infraestrutura urbana. Com isso, o concreto (componente
mais utilizado na construção civil) é um dos materiais mais
consumidos no mundo. O grande contraponto do consumo
de concreto é o impacto ambiental gerado pela sua produção.
Associadamente com esse cenário, a alta geração de resíduos
na indústria da construção mostra-se um grande empecilho
para alcançar a sustentabilidade.

Palavras-chave: agregados, sustentabilidade, sólidos

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

256
Introdução

O concreto é um dos materiais mais consumidos do mundo,


visto que o desenvolvimento de um país está diretamente ligado ao
crescimento de sua infraestrutura urbana.
O concreto define-se como um material homogêneo resultante da
mistura de cimento, água, agregado miúdo e graúdo, além de outros
componentes minoritários, como aditivos químicos ou minerais.
No Brasil, entre 2005 e 2012, o crescimento do consumo de
cimento, principal componente do concreto, subiu em 80% em
relação aos anos anteriores. E foram vendidos, no país, mais de
17 milhões de toneladas de cimento no primeiro quadrimestre de
2017 (SNIC, 2017).
A produção do concreto impacta negativamente o meio ambiente
através de consumo significativo de recursos não renováveis, como
os agregados (JOHN, 2000).
Com o objetivo de reduzir o consumo dos recursos naturais, que
são limitados, e mitigar a geração de resíduos, várias pesquisas têm
sido realizadas em todo o país, visando minimizar a utilização dos
agregados convencionais (brita e areia) e aglomerantes no processo
produtivo do concreto. Alguns resultados sinalizam que o concreto
à base de resíduos de demolição é um material mais sustentável e a
sua utilização contribui para a minimização dos impactos gerados
pelo setor da construção civil.
Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo apresentar
estudos que tratam da incorporação de materiais complementares
na produção de concreto.
O setor da construção civil explora entre 15 a 50% dos recursos
naturais (JOHN e AGOPYAN, 2013). Como consequência, os Resíduos
da Construção e Demolição (RCD) correspondem entre 50 a 70%
dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em cidades como o Rio de
Janeiro e Minas Gerais. O descarte inadequado de RCD é um fator
determinante para a poluição local. No entanto, com um correto
manejo e seleção, ele pode um ser material com grande potencial

257
para reuso (para o concreto) e sendo economicamente viável para
a aquisição.
O RCD pode ser aplicado principalmente em bases e sub-bases
de pavimentação, pré-moldagem de tampas de bueiros ou sarjetas,
blocos de alvenaria e mobiliário urbano.
Os processos de reciclagem dos resíduos da construção civil assumem
um papel importante para a sustentabilidade do setor, contribuindo com
a redução de extração de matéria prima e conservação de um ambiente
urbano saudável (ÂNGULO E JONH, 2002).
Em vários países, inclusive no Brasil, já existem diversas ações,
como pesquisas e estudos, direcionados a sustentabilidade aplicada
na reutilização de resíduos.

Material e Métodos

Manzi et. al (2013), realizaram experimentos para comparar as


propriedades físicas e mecânicas entre a mistura convencional de
concreto (CC) e outras quatro misturas (RC) com variados índices
de composição de RCD com agregados naturais (comumente
utilizados no preparo convencional do concreto). Obtiveram-se os
resultados apresentados na tabela 1.

Tabela 1 - Propriedades físicas e mecânicas do concreto convencional e


das mistura de concreto investigadas por Manzi.

Mis Dig Wₐ Fcm28 E (Gpa) Fct m Fcf


(cm²) (%) (MPa) (Mpa) (Mpa)
CC 2,38 6,1 41,3 31,4 3,8 6,4
RC1 2,32 6,2 51,4 30,3 3,2 5,8
RC2 2,20 9,3 45,6 24,9 3,0 4,9
RC3 2,27 9,0 44,7 26,9 4,1 4,8
RC4 2,30 7,8 41,9 30,6 3,3 5,7

(Mis= mistura D= densidade; Wa = absorção de água; fcm7d e fcm28d = resistência


de compressão em 28 dias de secagem; E = módulo de elasticidade secante; fct =
resistência à tração; fcf = resistência à flexão em três pontos).

258
Lima et.al (2004), em um estudo, avaliou as propriedades
mecânicas de resistência à compressão axial e durabilidade de
concretos com agregados reciclados. Utilizaram agregados em sua
fração miúda e graúda em percentuais fixos de 0%, 50% e 100% de
substituição; também variaram o fator de água/cimento de 0,40,
0,60 e 0,80.
Carrijo (2005), em sua pesquisa, adotou a metodologia de
separação dos agregados por inspeção visual, agregados reciclados
vermelhos ou cinza, e após esta separação os classificou por faixas
de densidade, buscando parametrizar a tipologia do material
reciclado. Após a moldagem dos corpos de prova, foram analisados
os resultados referentes aos ensaios de resistência à compressão,
modulo de elasticidade, massa específica, índice de vazios,
porosidade e consumo de cimento.

Resultados e Discussão

Embora os resultados do estudo de Manzi representem que


as variações das propriedades do concreto sustentável sejam
similares ao convencional, ele ainda não é recomendado para fins
estruturais com grandes carregamentos devido à heterogeneidade,
porosidade e absorção dos agregados reciclados serem significantes
nas propriedades físicas e mecânicas, seja em seu estado fresco ou
endurecido.
Os resultados dos ensaios realizados por Lima et.al (2004)
mostram que, em proporções convenientes, os agregados reciclados
não afetam a resistência à compressão do concreto, tão pouco a sua
durabilidade.
Tanto Lima et.al (2004), quanto Manzi (2013) acreditam que
agregados reciclados condizem com a sua aplicação em misturas de
concreto, no entanto, todas as pesquisas relativaram sua utilização
contundente com o benefício adequado dos resíduos da construção
para obtenção de resultados confiáveis.

259
Conclusão

A respeito da sustentabilidade, que visa diminuir os impactos


ambientais gerados por nosso modelo de vida, a indústria da
construção civil trabalha para alcançar resultados satisfatórios
nesse viés. No que se refere a sistemas de construtivos o concreto
é o método mais disseminado e utilizado no Brasil e no mundo.
Contudo, os impactos ambientais gerados por esse material
preocupam os pesquisadores.
A tentativa de alcançar um resultado mais condizente com as
demandas atuais do meio ambiente vinculam-se a utilização de
resíduos da construção enquanto agregados reciclados, com ênfase
na caracterização de suas propriedades e seu beneficiamento.
Concluindo, o cenário nacional da construção civil nos incentiva
a valorizar o consumo de recursos naturais, tornando assim essa
metodologia de reciclagem e reuso de resíduos de construção uma
ótima saída para o cenário nacional atual da construção civil.

Referências

ÂNGULO, S. C.; ULSEN, C.; KAHN, H.; JOHN, V. M.


Desenvolvimento de novos mercados para a reciclagem
massiva de RCD. In: V Seminário de Desenvolvimento
sustentável e a reciclagem na construção civil. IBRACON CT-
206/IPEN. Anais. São Paulo, 2002.

CARRIJO, Priscila Meirelles. Análise da influência da massa


específica de agregados graúdos provenientes de resíduos
de construção e demolição no desempenho mecânico do
concreto. São Paulo, 2005. 146f.

JOHN, Vanderley M. Reciclagem de resíduos para metodologia


de pesquisa e desenvolvimento. São Paulo: Escola Politécnica
da USP/ Departamento de Engenharia de Construção Civil

260
(Tese de livre Docência). São Paulo, 2000.

JOHN, V. M.; AGOPYAN, V. Reciclagem de resíduos da


construção. In: Seminário Reciclagem de Resíduos
Domiciliares, São Paulo. Disponível em: <www.reciclagem.
pcc.usp.br>. Acesso em: 5 abr. 2013.

MANZI, S.; MAZZOTI, C.; BIGNOZZI, M.C. Short and Long-Term


Behavior of Structural Concrete with Recycled Concrete
Agreggate. Departamento de Engenharia Civil, Química,
Ambiental e Engenharia de Materiais da Universidade de
Bolonha. Bolonha, Itália, jan. 2013.

LIMA, Flávio B.; VIEIRA, Geilma L.; DAL MOLIN, Denise C. C.


Resistência e Durabilidade de Concretos Produzidos com
Agregados Reciclados Provenientes de Resíduos de Construção
e Demolição. Research Gate, n.19. jan 2004. Disponível em:
https://www. researchgate.net/publication/242649199.

261
NATURAÇÃO ASSOCIADA AO SISTEMA DE
CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS

Wagner Aparecido Pereira1; Leandro Ferreira da Silva2;


Lucas Ferreira Morato3; Roberto Andreani Junior4

1
Universidade Brasil/Mestrando em Ciências Ambientais,
Rua Carolina da Fonseca 584 – Itaquera - São Paulo – SP

ETEC Itaquera II/Curso Técnico em Edificações, Av. Miguel


2,3

Ignácio Cury, S/N – Vila Carmosina – São Paulo – SP

4
Universidade Brasil/Professor Titular, Mestrando em
Ciências Ambientais, Rua Carolina da Fonseca 584 – Itaquera
- São Paulo – SP

arqtowagner@gmail.com1, lucastimao08@gmail.com2,
flenadro367@gmail.com , robertoandreani@uol.com.br4
3

Resumo: A realização deste projeto sustenta-se em aspectos


relacionados a edificações sustentáveis, que tem por objetivo
promover alterações conscientes no seu entorno de forma
a atender as necessidades humanas, mas sem negligenciar
a preservação do meio ambiente e os recursos naturais,
garantindo a qualidade de vida para as gerações atuais e
futuras. O presente trabalho tem o propósito de revitalizar
uma estrutura sustentável, construída a partir de materiais
alternativos sendo eles bambu e telhas de tetrapak,
desenvolvendo-se assim, técnica de naturação, associando-a
a captação de águas pluviais, com o propósito de devolver
a estrutura e sua eficiência em mitigar os efeitos causados
pelo crescimento urbano.

Palavras-chave: Telhado Verde, Meio Ambiente,


Sustentabilidade.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

262
Introdução

Quando se olha para os principais temas da atualidade, como


o aquecimento global, água, biodiversidade, consumo irracional
dos recursos naturais, resíduos sólidos, energia e adensamento
populacional, se observa a grande necessidade de criarmos soluções
que reduzam os impactos causados pelo crescimento urbano nas
cidades (TRIGUEIRO, 2005).
Ao adentrarmos nesse contexto atual de degradação e
preocupação com o meio ambiente, nasce o desejo de desenvolvermos
um pensamento sustentável em relação à construção civil e ao
meio urbano em que vivemos. Buscando uma melhor abordagem e
planejamento deste projeto, que tem por base criar um telhado verde
associado a um sistema de captação de água da chuva (PHILIPPI et
al., 2006), realizou-se este trabalho. Sabe-se que a construção civil
é responsável pelo consumo de aproximadamente 30% de todos os
recursos naturais extraídos. Segundo Adam (2001), os edifícios são
responsáveis pelo consumo de 50% de toda energia produzida no
planeta, representando desse modo, a atividade humana que gera
maior impacto sobre o meio ambiente. Diante dos fatos arrolados,
foram desenvolvidas medidas estratégicas e práticas de gestão
ambiental que objetivam promover um consumo consciente e
eficiente dos recursos. Com a redução no uso e na dependência
de insumos, como exemplo a energia e a água, nos tornamos mais
resilientes, não só a eventos e alterações climáticas, como também
a possíveis pressões regulatórias ambientais. Portanto, quando
estão incorporados a gestão ambiental, desfruta-se de benefícios
relevantes, como diminuição dos custos que são gerados com o uso
de tecnologias necessárias para o tratamento de água.

Material e Métodos

Neste trabalho, restaurou-se uma estrutura local seguindo uma


ordem cronológica:

263
• Retirada de peças de bambu que se encontram danificadas;
• Realização do manejo de pragas existentes;
• Retirada da vegetação existente, plantas do gênero boldo-do-
chile (Peumus boldus),
• Retirada das camadas de lona impermeabilizante, manta
geotêxtil e argila expandida;

Após a conclusão desta ordem cronológica deu-se continuidade


na revitalização aplicando novos materiais que terão como
finalidade trazer a eficiência e estética do espaço, mantendo o
paisagismo da construção. Para uma dimensão do projeto foi
elaborada uma réplica da estrutura para dar diretrizes de como a
estrutura final estaria ao final. A figura 1 apresenta uma estrutura
danificada.

Figura 1: Estrutura danificada

Para tal, foi desenvolvida uma maquete do projeto (Figura 2)


para dar diretrizes de como a estrutura final estaria ao fim do
desenvolvimento deste trabalho.

264
Figura 2: Maquete

Resultados e Discussão

Neste trabalho, procurou-se restaurar a estrutura local, trocar


algumas peças de bambu já danificadas, replantar mudas de
Commelina benghalensis (trapoeraba) e acabar com a invasão de
formigas ao sistema e adicionar terra e argila expandida ao sistema
para manter a estrutura e revitalizar a beleza do espaço, mantendo
o paisagismo da construção.

Conclusão

Conclui-se que a área escolhida para aplicação da técnica é uma


região com potencial de concentração de poluentes atmosféricos
podendo prejudicar a saúde humana, outros organismos ou
mesmo danificar materiais, com grande propensão a ocorrências
de enchentes e sobrecarga das galerias pluviais. Com a técnica de
naturação, associando a captação de águas pluviais, restaura-se a
estrutura de forma econômica e sustentável contribuindo assim
com a preservação e conservação do meio ambiente.

265
Referências

ADI ADISSI, P. J. et.al, 2013 Gestão ambiental de unidades


produtivas.

BB BRASIL ABNT NBR 15527. Água da chuva –


Aproveitamento de coberturas urbanas para fins não
potáveis da Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2007.

GA Garrido Neto, 2012 Telhados verdes associados com


sistemas de aproveitamento de água de chuva: Projeto de
dois protótipos para futuros estudos sobre esta técnica
compensatória em drenagem urbana e pratica sustentável na
construção civil.

ROLA, S. M. A naturação como ferramenta para a


sustentabilidade de cidades: estudo da capacidade do sistema
de naturação em filtrar a água de chuva. 209f. Tese de D.Sc.,
COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2008.

266
SISTEMA CONSTRUTIVO INSULATING
CONCRETE FORMS (ICF)

Leonardo José de Souza da Cruz1, Eduarda Noriko


Tokuda2
1
UNIFEV/Bacharel em Engenharia Civil, Votuporanga/SP
2
UNIFEV/ Pós-graduanda em Engenharia de Estruturas, Vo-
tuporanga/SP leonardosouzacruz1@gmail.com1, eduarda-
tokuda@hotmail.com2

Resumo: O ramo da construção civil é um potencial con-


sumidor de recursos naturais e gerador de resíduos, sendo
considerado atualmente como um grande causador de im-
pactos ambientais, o que ressalta a importância da adesão
de novos métodos sustentáveis e materiais alternativos. O
sistema construtivo ICF (Insulating Concrete Forms) trata-se
de uma tecnologia de construção sustentável composta por
blocos de formas de concreto isoladas, constituídas de po-
liestireno expandido (EPS). Logo, o foco principal do traba-
lho em questão visa destacar a alta eficiência energética das
formas de EPS, assim como diversos benefícios, tendo como
exemplo a redução no tempo de obra, segurança e redução
de resíduos.

Palavras-chave: Forma de EPS. Insulating Concrete Forms.


Sustentabilidade.

Eixo Temático: Ecoeficiência.

267
Introdução

A grande utilização de recursos não-renováveis e não-recicláveis


pela indústria da construção civil, acarreta sérios problemas am-
bientais e contribui para o consumo excessivo de energia, assim o
setor construtivo está sempre em busca de aperfeiçoamento e mé-
todos que inovem as técnicas existentes.
Já largamente empregada em diversos países há mais de quaren-
ta anos, Orçati (2016) refere-se à tecnologia ICF como uma das tec-
nologias mais eficientes e seguras dentro da construção civil, mos-
trando-se uma alternativa consideravelmente eficaz para a solução
de falhas no setor construtivo que são sinônimos de perdas, atrasos
e deficiências de recursos.
Deste modo têm-se como objetivo divulgar o sistema construti-
vo ICF como método sustentável, apresentando sua superioridade
sobre os métodos convencionais, e os benefícios resultantes da im-
plantação de formas de EPS em construções brasileiras.

Material e Métodos

O presente trabalho tem como método científico uma pesquisa


qualitativa norteada por meio de estudos bibliográficos confiáveis,
baseada em livros, monografias, entrevistas e artigos acadêmicos.
Nesta pesquisa abordam-se assuntos sobre o sistema construtivo
ICF que utiliza formas de poliestireno expandido, citando sua ori-
gem e vantagens.

Definição do sistema ICF

Segundo Orçati (2016) O sistema construtivo ICF (Insulating


Concrete Forms) trata-se de uma tecnologia de construção susten-
tável de grande versatilidade, que se caracteriza por paredes au-
toportantes de concreto armado, constituídas por formas termo

268
acústicas compostas de aço e poliestireno expandido (EPS) de alta
densidade (26 kg/m³).
Mircea e Crutescu (2010) relatam que tais formas são com-
postas por dois painéis de EPS que podem ser conectados por
telas de polipropileno de alto impacto ou elementos metálicos
galvanizados, resultando em blocos vazios que são encaixados e
preenchidos com concreto armado (figura 1), obtendo-se pare-
des monolíticas resistentes de alto desempenho.

Figura 1- Blocos e paredes monolíticas de ICF.

Além das formas termo acústicas de paredes estruturais, atual-


mente pode-se encontrar também as formas termo acústicas para
paredes de vedação, as quais permitem a execução de um sistema
misto que emprega o uso de vigas e pilares em concreto armado ou
concreto pré- moldado, conjuntamente com os blocos ICF de veda-
ção apenas para o fechamento de paredes. Tais informações estão
expressas na Ficha Técnica disponibilizada pela empresa Arxx®
Brasil.

Origem das formas de EPS e Certificações

As formas se originaram no final da década de 60, pelo emprei-


teiro Werner Gregori e foi patenteado nos Estados Unidos no ano
de 1968, após compartilhar seu projeto com a empresa alemã BASF
(Badische Anilin & Soda Fabrik), inventora do EPS (isopor), a mesma
passou a utilizá-lo como matéria-prima das formas (RICKS, 2011).
Uma grande fabricante desta tecnologia é a empresa ARXX, que
atua no Brasil através do Grupo Bauen S.A, suas formas atendem a
Norma de Desempenho 15.575 que trata a respeito de novos pa-

269
drões de qualidade para edificações habitacionais, e têm seu de-
sempenho demonstrado na tabela 1.

Tabela 1- Desempenho das formas ARXX

Item BC L FC PVC ICF


Segurança estrutural X X X 221X
Segurança contra o fogo X X 16X
Saúde e qualidade do ar X X X X 5X
Durabilidade X X X 4X
Manutenibilidade X X X X 3X
Impacto Ambiental X X X X 10X
Estanqueidade X X 13X
Desempenho térmico X 5X
Desempenho acústico 3X

Na tabela: BC= Bloco de Concreto 14cm; L= Lajota de8 furos 9cm; FC= For-
mas metálicas para paredes de concreto 10cm; PVC= Forma de concreto
de PVC; x= atende os requisitos mínimos; ARXX ICF= supera os requisitos
mínimos em x vezes.

Vantagens do sistema ICF

Além de se tratar de um material leve e totalmente reciclável,


o uso de blocos ICF atribui inúmeras vantagens e benefícios para
a edificação construída, como o sistema isolante termo acústico, a
agilidade e rapidez de execução sem a necessidade de mão de obra
especializada, a possibilidade de estrutura e vedação simultanea-
mente, a redução das cargas estruturais e do uso de madeira e ain-
da o elevado aumento da eficiência energética.
Conforme citado por Ponder (2014) a eficiência energética des-
taca-se como uma das principais vantagens decorrentes da apli-
cação do ICF em razão da diminuição do consumo de sistemas de

270
aquecimento e resfriamento em instalações, resultante da maior
resistência térmica do poliestireno e do concreto interior.

Resultados e Discussão

O aumento significativo da temperatura global e da geração de


resíduos, faz com que se torne necessário, por parte da construção
civil e a sociedade em geral, a adesão de novas tecnologias, práti-
cas e planejamentos estratégicos que visam a sustentabilidade. As-
sim admite-se de extrema importância a publicação de estudos e
pesquisas que propõem a divulgação de novos produtos e métodos
autossustentáveis, para que possibilite a propagação de novas cul-
turas e conhecimentos afim de ser colocado em prática tecnologias
como o sistema ICF, que proporciona um elevado isolamento termo
acústico e alto desempenho à edificação, permitindo a conservação
eficaz da temperatura, gerando economia ao longo de toda a vida
útil da construção, além de menor geração de resíduos comparado
aos métodos convencionais e o emprego de material cem por cento
reciclável.

Conclusão

O sistema construtivo ICF ainda se encontra pouco difundido no


Brasil devido ao preconceito e ausência de conhecimento de novos
materiais, devendo ser adotado como um método alternativo de
construção que visa não apenas a sustentabilidade, como também
a ampliação e a inovação da indústria da construção civil brasileira.

Referências

Concrete Homes. Fire Resistance of Concrete Homes. Retira-


do da EPS Industry Alliance, 2009.

271
MIRCEA, A.T.; CRUTESCU, R. Research contributions to the
seismic performance of ICF technology wall systems. WSEAS
transactions on information Science and aplications, issue
10, vol. 7, Outubro/2010, ISSN: 1790-0832.

ORÇATI, M. ICF – Sistema de fôrmas termo acústicas de EPS


para paredes autoportantes de concreto. Revista eletrônica
Téchne Pini. Outubro/2016. Disponível em: < http://techne.
pini.com.br/2016/10/icf-sistema-de- formas-termoacus-
ticas-de-eps-para-paredes- autoportantes-de-concreto/>.
Acesso em: 08 fev. 2018.

PONDER, R. L. An analysis of insulated concrete forms for


use in sustainable military construction. Department of the
Air Force Air University – Air Force Institute of Technology.
Thesis. Ohio: Wright-Patterson Air Force Base, 147 p. Mar-
ço/2014. Disponível em: <http://www.wseas.us/e- library/
conferences/2010/Corfu/EMEGEO/EMEGE O-15.pdf>. Aces-
so em: 12 jan. 2018.

RICKS, C. History of ICFs. ICF Builder. Vol. 7, Nº 1. North Ma-


pleton, UT. Fevereiro/Março, 2011.

272
AVALIAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE
NIVELAMENTO NO ERRO ALTIMÉTRICO
Camila Fernandes Ferreira Aparecidor1, Vagner Pereira
do Nascimento2, Luiz Sergio Vanzela 3 José da Silva Farias4,
Daycielle de Matos5
1
Universidade Brasil/Professora, Graduação em Agronomia,
Universidade Brasil, Estrada projetada s/n, Fernandópolis –
SP
2
Universidade Federal de Uberlândia/Aluno Especial do
Programa de Pós-Graduação em Geografia - PPGeo, Avenida
João Naves de Ávila 2121, Santa Mônica, Uberlândia/MG
3
Universidade Brasil/Professor Titulat, Programa de Pós-
-Graduação Stricto Sensu em Ciências Ambientais, Universi-
dade Brasil, Estrada Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa Rita,
Fernandópolis/SP

Faculdade Aldete Maria Alves/Geotecnia, Av. Domingos


4,5

Teixeira, 664 - Recanto dos Lagos - Recanto dos Lagos,


Iturama – MG.

camilaff_gyn@hotmail.com1, vapena16@gmail.com2,
lsvanzela@yahoo.com.br 3, joseeng@gmail.com4,
dayciellematos.eng@gmail.com5

Resumo: O objetivo no trabalho foi avaliar o uso de


diferentes métodos de nivelamento na determinação de
volume de solo. Para isso foi locada uma malha experimental
em área rural do município de Jales – SP, onde realizou-se
o nivelamento por diferentes métodos. Os métodos que
resultaram em menores erros totais em nivelamentos,
quando comparados com o nivelamento geométrico, foram
o nivelamento GNSS por posicionamento relativo RTK UHF
e o nivelamento trigonométrico, se enquadrando na classe
de média precisão. Os métodos de maior erro total foram
os nivelamentos por imagem de satélite SRTM e ASTER, e
o nivelamento com GPS por posicionamento absoluto com
código C/A, não recomendando estes métodos em caso de
necessidade de precisão topográfica.

Palavras-chave: Altimetria, GNSS, Sensoriamento remoto.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade

273
Introdução

Durante os últimos anos, notou-se uma exigência do


mercado em relação ao aumento da produção operacional em
topografia. Os licenciamentos ambientais, a expansão de obras
civis, a modernização de parques industriais e da mineração, os
investimentos em infraestrutura, o georreferenciamento de imóveis
rurais, a automação dos cadastros urbanos e outros segmentos da
engenharia, ampliam o rol de usuários e formadores de opinião
sobre a ciência topográfica (TULER; SARAIVA, 2014).
Para Mccormac, Sarasua e Davis (2016), o nivelamento é um
método de determinação de diferenças de cotas entre um conjunto
de pontos. O nivelamento geométrico é o método utilizado nos
levantamentos altimétricos de alta precisão que se desenvolvem ao
longo de rodovias e ferrovias. (RRNN) (FREITAS; BLITZKOW, 1999).
Considerando a possibulidade de utilização de outros métodos
para o nivelamento, o objetivo foi avaliar o uso de diferentes
métodos de nivelamento no erro altimétrico.

Material e Métodos

Este trabalho foi realizado em imóvel rural localizado no


município de Jales - SP, do Estado de São Paulo, em área experimental
localizada entre as latitudes 20°17’36,59” e 20°17’41,10” Sul e
longitudes 50° 31’ 05,41” e 50°31’08,30” Oeste.
Para atingir o objetivo implantou-se uma malha experimental
quadrada de 1 hectare (100 x 100 m) de área, com materialização
dos pontos na forma de piquetes de madeira cravados rente ao
solo e coroados com limpeza da vegetação em um raio de 25 cm.
Os pontos foram materializados com espaçamento de 20 x 20 m,
totalizando uma malha de 36 pontos (Figura 1).

274
Figura 1 – Conformação da malha experimental.

Para a determinação dos erros foi realizado o contranivelamento


do ponto 01 ao 36 da malha, com os seguintes métodos:
nivelamento geométrico; nivelamento GNSS por posicionamento
relativo cinemático RTK com correção via NITRIP e tempo de
ocupação de 4 s; nivelamento GNSS por posicionamento relativo
cinemático RTK com correção via NITRIP e tempo de ocupação
de 10 segundos; nivelamento GNSS por posicionamento relativo
cinemático RTK com correção via UHF com tempo de ocupação de 4
segundos; nivelamento trigonométrico por irradiação com estação
total; nivelamento GPS por posicionamento absoluto – código
C/A; nivelamento por extração de cotas da imagem do satélite
ASTER - Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection
Radiometer (NASA, METI, 2010); e nivelamento por extração de
cotas da imagem do satélite SRTM - Shuttle Radar Topography
Mission (NASA, 2000). O contranivelamento por nivelamento
trigonométrico com estação total (ET) foi realizado com o auxílio
de uma estação total Pentax R425-VN.

275
A partir das cotas corrigidas determinou-se o erro absoluto total
de cada método de nivelamento por meio da equação 01.

e= D
N N +D
N C
N

Equação 01, em que:

e - erro absoluto total (m);

DNN - diferença de nível entre a cota do ponto 36 e 01 da malha


obtida por nivelamento geométrico (m);

DNCN - diferença de nível entre a cota do ponto 01 e 36 da malha,


obtida por contranivelamento utilizando os diferentes métodos
(m).

Resultados e Discussão

De acordo com os resultados (Figura 2), os métodos de menor


erro, depois do nivelamento geométrico (NG), foram os obtidos
por nivelamento GNSS por posicionamento relativo cinemático em
tempo real com transmissão da correção via UHF (RTK UHF) e o por
nivelamento trigonométrico com estação total (ET), onde os erros
absolutos totais foram de 0,005 e 0,006 m, respectivamente. Assim,
estes foram os únicos métodos que se enquadraram na classe de
média precisão por apresentarem erros absolutos totais inferiores
a 10 mm km-1 (ABNT, 1994).

276
6.0 5.421
Erro absoluto total (m)
5.0
4.0
3.0
2.0
1.0 0.680 0.533
0.005 0.044 0.133 0.005 0.006
0.0

Figura 2 - Resultado do erro absoluto total dos diferentes métodos de


contranivelamento, comparado com o nivelamento geométrico.

Conclusão

Os métodos que resultaram em menores erros totais em


nivelamentos, quando comparados com o nivelamento geométrico,
foram o nivelamento GNSS por posicionamento relativo RTK UHF e
o nivelamento trigonométrico, se enquadrando na classe de média
precisão. Os métodos de maior erro total foram os nivelamentos
por imagem de satélite SRTM e ASTER, e o nivelamento com GPS
por posicionamento absoluto com código C/A, não recomendando
estes métodos em caso de necessidade de precisão topográfica.

Referências

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.


NBR 13133 – Norma de Execução de Levantamento
Topográfico. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. 35p.

FREITAS, S.R.C.; BLITZKOW, D. Altitudes e geopotencial.


IGeS Bulletin N, p. 47-62, 1999.

277
MCCORMAC, J.; SARASUA , W.; DAVIS, W. Topografia. 6ed.
Rio de Janeiro. LTC, 2016. 428p.

TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de Topografia. Porto


alegre. Bookman, 2014. 308p.

278
DESENVOLVIMENTO DE SIGWEB
PARA O MUNICÍPIO
DE FERNANDÓPOLIS - SP

Ubiratan Zakaib do Nascimento1, Luiz Sérgio Vanzela 2

1
Universidade Brasil/Mestrando em Ciências Ambientais,
Est. Projetada F1, S/N – Fazenda Santa Rita, Fernandópolis-
SP

2
Universidade Brasil/Professor Titular da Pós-Graduação
em Ciências Ambientais, Est. Projetada F1, S/N – Fazenda
Santa Rita, Fernandópolis-SP

birazn@gmail.com1, Isvanzela@yahoo.com.br2

Resumo: Considerando que os SIGWEB são importantes


ferramentas para a gestão ambiental municipal, neste
trabalho objetivou apresentar o projeto do SIGWEB
Ambiental que está sendo desenvolvido para o município
de Fernandópolis - SP. O SIGWEB está sendo desenvolvido,
em uma parceria entre Secretaria de Meio Ambiente e
Universidade Brasil, que permitirá disponibilizar dados
sobre uso e ocupação do solo, pedologia, geologia, hidrografia,
estradas, ferrovias, vegetação nativa, arborização urbana,
etc. Conclui-se que, após o seu desenvolvimento, permitirá
maior conscientização sobre a sustentabilidade e facilitará a
gestão ambiental municipal.

Palavras-chave: Banco de dados, Fernandópolis,


Geoprocessamento, Sistema de Informações Geográficas,
SIGWEB.

Eixo Temático: Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

279
Introdução

O mapa deve ser visto como um modelo de comunicação visual,


que é amplamente utilizado nos dias atuais não somente por
estudiosos, mas também por leigos, em várias atividades (trabalho,
viagens, localização de imóveis, consultas em seus roteiros, etc)
(ALMEIDA; PASSINI, 2002). Sendo que, o uso de mapas e outros
produtos cartográficos ficou mais comum, principalmente,
com o desenvolvimento das tecnologias, Internet e softwares
especializados na manipulação de informações geográficas.
Dessa forma, a internet pode ser considerada, como uma das
mais práticas maneiras de se disseminar a informação e se alcançar
lugares inacessíveis, para vários usuários que estão necessitam
estar fisicamente em um local (SANTANA, 2009).
Um banco de dados, ou base de dados, pode ser definido como
um conjunto de dados logicamente relacionados e com algum
significado, sendo assim, um banco de dados georreferenciado é
quando os dados nele armazenados, tem uma correspondência com
objeto real ali referenciado. Um WebGIS ou SIGWEB surge desta
ideia que une os conceitos de banco de dados, disponibilizados
via internet utilizando uma plataforma de gerenciamento destes
dados.
No caso da construção do SIGWEB dos dados georreferenciados,
acessíveis pela internet, as formas de armazenamento também
funcionam conforme conceito de disponibilização em nuvem.
Contudo, a diferença principal dos SIGWEB para outros sites
comerciais/pessoais, é de que os primeiros são especializados
na elaboração e disponibilização de produtos cartográficos ou
da informação geográfica no formato vetorial e matricial. Nesse
caso, são chamados de SIGWEB aqueles sites especializados no
armazenamento, produção, manipulação e disseminação do
produto cartográfico. (SCHIMIGUEL et al., 2004).
Considerando que os SIGWEB são importantes ferramentas para
a gestão ambiental municipal, neste trabalho objetivou apresentar

280
o projeto do SIGWEB Ambiental que está sendo desenvolvido para
o município de Fernandópolis - SP.

Material e Métodos

O trabalho está sendo desenvolvido na Universidade Brasil


em conjunto com a Prefeitura Municipal, para o município de
Fernandópolis – SP. A Secretaria de Meio Ambiente cedeu os dados
georreferenciados a serem utilizados na construção do SIGWEB
Ambiental.
As camadas que constituirão o banco de dados ambiental serão:
uso e ocupação do solo, pedologia, geologia, hidrografia, estradas,
ferrovias, vegetação nativa, arborização urbana, etc. O SIGWEB será
construído para uso no software livre I3GEO, a partir do aplicativo
MapServer.
Todo ambiente será virtualizado, sendo necessário o software
básico para o funcionamento em um computador pessoal comum,
bem como software de virtualização com uma conexão de internet
banda larga acima de 4Mb (quatro megabits) de velocidade, tanto
para renderização quanto para possíveis downloads de arquivos
que serão necessários na implementação.

Resultados e Discussão

Em fase de desenvolvimento, o projeto apresenta alguns


resultados, que podem ser verificados na Figura 1, onde está um
exemplo da representação do limite de município e a localização
das nascentes.

281
a

282
Figura 1 – Dados da localização das nascentes do banco de dados
georreferenciado (a) e já convertido para o SIGWEB Ambiental (b).

Após a finalização do banco de dados para todos os dados


ambientais, tanto a população em geral como gestores ambientais,
professores, alunos e profissionais que trabalham com
licenciamento ambiental, poderão gerar mapas e relatórios sobre
os recursos naturais e demais informações que compõe o banco de
dados georreferenciado da Secretaria de Meio Ambiente.

Conclusão

Após seu completo desenvolvimento, o SIGWEB Ambiental de


Fernandópolis, permitirá que a população em geral, bem como os
profissionais mais especializados em gestão ambiental, gere mapas
e relatórios sobre dados ambientais do município.
Isso permitirá maior conscientização sobre a sustentabilidade e
facilitará a gestão ambiental municipal.

Referências

ALMEIDA, R. D.; PASSINI, E. Y. O espaço geográfico: Ensino e


representação. 12 ed. São Paulo: Contexto, 2002.

SANTANA, S. A. Modelagem de comunicação em WebGis


para a difusão de dados geográficos e promoção da análise
espacial. Belo Horizonte: UFMG, 2009. (Dissertação de
mestrado apresentada no Programa de Mestrado em Análise
e Modelagem de Sistemas Ambientais).

SCHIMIGUEL, J.; et al. Investigando Aspectos de Interação


em Aplicações SIG na Web voltadas ao Domínio Agrícola. In:
Anais do VI Simpósio sobre Fatores Humanos em Sistemas
Computacionais — Mediando e Transformando o Cotidiano.

283
Hotel Bourbon, Curitiba, 17 a 20 de outubro de 2004. UFPR,
CEIHC-SBC.

284
RETÓRICA E ECOCRÍTICA NUMA
PUBLICIDADE DO PROGRAMA REFLORESTAR

João Adalberto Campato Jr., 1

1
Universidade Brasil/Professor Titular do Curso de Mestrado
em Ciências Ambientais

campatojr@gmail.com1

Resumo: Objetiva-se, em linhas gerais, realizar a leitura,


a análise e a intepretação de uma publicidade verde ou
ecológica, à luz de determinadas diretrizes e conceitos vindos
da retórica antiga e da ecocrítica. Com isso em mente, tenta-
se estabelecer criticamente algumas das características
basilares da chamada publicidade ecológica, sobretudo no
que diz respeito a sua composição e a sua ideologia. Uma
compreensão mais adequada do modo de funcionamento
da publicidade verde pode auxiliar no desenvolvimento de
uma educação ambiental mais eficiente, visto que muitos
alunos têm contato com as questões ambientais por meio
de anúncios publicitários, divulgados em meio impressos ou
outros.

Palavras-chave: Publicidade Verde. Ecocrítica. Retórica.


Educação Ambiental.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Po-


líticas Públicas e Saúde

285
Introdução

O presente texto propõe, no fundamental, um exercício


introdutório de leitura, análise e intepretação de uma publicidade
verde, isto é, ecológica, com base em princípios e em conceitos da
retórica e da ecocrítica. A retórica constitui uma disciplina que
examina as formas de persuasão pelo discurso. A ecocrítica, por sua
vez, investiga de que maneira as questões ambientais são retratadas
e produzem significados nas artes, nas diversas linguagens e nos
meios de comunicação.
A publicidade em pauta integra uma campanha do Governo do
Espírito Santo, o Programa Reflorestar, promotor da restauração
do ciclo hidrológico pela conservação e recuperação da cobertura
florestal. Busca-se, dessa maneira, avaliar não apenas o arsenal
persuasivo de tal mensagem como, igualmente, os sentidos que
ela produz no contexto do debate ecológico atual. Tendo em vista
que numerosas pessoas têm contato com a questão ambiental por
anúncios publicitários e gêneros semelhantes, uma reflexão como
esta pode revestir, também, importância para a educação ambiental.
Com efeito, a fim de alcançar tais objetivos, observe-se, a seguir,
a publicidade referida, composta de linguagem icônica (imagem) e
de linguagem verbal (palavras), distribuídas cada uma em espaços
iguais. Nos limites deste resumo, não será plausível exemplificar
todas as fases de uma análise de cunho retórico. Aos interessados
em observar exames mais detalhados, sugerimos, entre outras, a
leitura de Campato Jr. (2015) e Bulhões e Campato Jr. (2018)

286
Material e Métodos

Quando se procede ao exame crítico de uma publicidade, pode-


se avaliar, em separado, o material linguístico e o material icônico.
Todavia, pode-se analisá-los, tomando-os com um todo articulado
semanticamente. Essa última alternativa será a escolhida por nós.
Nessa modalidade de análise, levaremos em consideração o
orador (O Governo do Estado do Espírito Santo), a mensagem
(a publicidade) e o auditório (receptores da publicidade) e os
argumentos. A análise retórica de textos, que tem em Dante Tringali
(2014) o mais destacado representante no Brasil, apregoa que os
primeiros passos do exame consistem em identificar a questão e
a tese do texto ou da comunicação, encaminhando-se, em seguida,
para a consideração dos argumentos.

Resultado e Discussão

A questão que teria gerado o debate que subjaz à publicidade


é a seguinte: “Quando você cuida da natureza, a natureza cuida de
você ou não?”

287
Diante das alternativas que a questão sugere, o orador escolheu
esta, que será a sua tese, ou seja, aquilo que ele procurará provar
ao auditório: “Quando você cuida da natureza, a natureza cuida de
você”. Em outros termos, o orador procurará convencer a plateia
de que um cuidado mútuo é vital para a natureza e o homem,
não existindo, no final das contas, separação entre essas duas
realidades. Á propósito, vemos uma correspondência visual da tese
verbal. Referimo-nos ao rosto de um ser humano, que se confunde
com um rio, nas margens do qual há exuberante vegetação. Não
passe despercebido que esse ser humano-natureza dá mostras
de grande bem-estar e felicidade, provando, assim, a relevância
do cuidado mútuo e da aproximação homem e natureza. Tal
como foi apresentado, esse argumento visual está estribado, em
larga medida, no patético, na dimensão afetiva da argumentação,
procurando atuar mais no coração do auditório do que em sua
razão, o que já é função dos argumentos lógicos.
Depois de ter sinalizado para o caráter fundamental do auxílio
mútuo entre homem e natureza, o Programa Reflorestar apresenta-
se ao auditório como um instrumento para concretizar tal relação,
ajudando as pessoas a ajudarem a natureza, especificamente na
recuperação de nascentes. A retórica classifica tal argumento
como ético, na medida em que ele busca trabalhar positivamente
a imagem do orador, que é, num primeiro momento, o Programa
Reflorestar e, num segundo, o Governo do Estado do Espírito Santo.

Conclusão

Com fundamento na análise, ainda que introdutória, da


publicidade do Programa Reflorestar, é possível extrair algumas
conclusões das publicidades verdes em geral e que podem ser
aplicadas para a publicidade objeto desta análise. Nas publicidades
verdes, quase invariavelmente, a argumentação ética e patética
desempenham um papel seminal, medindo forças com o elemento
racional. Por meio da argumentação ética, por exemplo, o orador

288
objetiva evidenciar que se preocupa não apenas consigo próprio,
mas, de preferência, com a coletividade e, por essa razão, merece
ser ouvido. É comum nas publicidades, de mais a mais, o reforço
que a imagem fornece à palavra ou vice-versa. Ideologicamente
falando, o anúncio da Secretaria do Estado do Espírito Santo divulga
a concepção – que ele deseja que se transforme numa norma -
segundo a qual homem e natureza compõem uma realidade só, cuja
preservação passa, forçosamente, pelo cuidado e respeito mútuos.

Referências

BULHÕES, Ricardo Magalhães; CAMPATO JR., João Adalberto.


Na festa de São Lourenço: a retórica jesuítica do padre
Anchieta. In: BECCARI, A. et al (org.). Retórica: perspectiva,
histórica e atualidade. Campinas: Mercado de Letras, 2018.
p. 131-155.

CAMPATO JR., João Adalberto. A comunicação persuasiva:


teoria e prática. São José do Rio Preto: HN, 20015.

GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO. Programa Reflorestar.


Disponível em <https://www.es.gov.br/programa-
reflorestar>
Acesso em 19 de julho de 2018.

TRINGALI, Dante. A retórica antiga e as outras retóricas: a


retórica como crítica literária. São Paulo: Musa, 2014.

289
ECOTURISMO COMO MEIO DE
DESENVOLVIMENTO DE ILHA SOLTEIRA

Luciana Sanches Ferreira1, João Adalberto Campato


Junior2

1
Universidade Brasil/Mestranda, Fernandópolis

2
Universidade Brasil/Professor Doutor da Pós-Graduação
Stricto Sensu, Fernandópolis

luciana.ferreira@universidadebrasil.edu.br1, campatojr@
gmail.com2

Resumo: O presente trabalho busca identificar o papel do


ecoturismo no município de Ilha Solteira - SP. Para isso,
serão abordados os conceitos relacionados ao ecoturismo
e ao desenvolvimento sustentável. O trabalho apresenta,
de forma bibliográfica e documental, o desenvolvimento do
ecoturismo na região, suas potencialidades e debilidades,
com vistas a sugerir áreas com potencial ecoturístico a
serem desenvolvidas e protegidas.

Palavras-chave: Ecoturismo. Desenvolvimento Sustentável.


Ilha Solteira.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde.

290
Introdução

O turismo ambiental ou ecoturismo é caracterizado por sua re-


lação com ambientes naturais, pela realização de atividades que
promovem a convivência das pessoas com o meio em que vivem,
pelo conhecimento da natureza, pela proteção das áreas verdes,
pela educação, conservação e sustentabilidade de um modo geral.
O ecoturismo é um segmento turístico importante que faz con-
tribuições positivas e significativas para o bem-estar ambiental, so-
cial, cultural e econômico das comunidades locais. Por meio dele,
são oferecidos incentivos econômicos eficazes para a conservação
e valorização da diversidade biológica, além da proteção do patri-
mônio natural e cultural.
Portanto, a atividade turística, também, preocupa-se para que
não ocorra o esgotamento dos recursos naturais, cuidando para o
aumento da conscientização e da educação ambiental por meio do
planejamento ambiental.
Com base numa pesquisa bibliográfica, a presente reflexão visa
sinalizar para o ecoturismo como ferramenta de promoção, desen-
volvimento e manutenção do ecoturismo na Estância Turística de
Ilha Solteira, município do estado de São Paulo, apresentando os lo-
cais já explorados e aqueles com potencial de exploração ecoturísti-
ca. Com efeito, o turismo ecológico pode constituir uma alternativa
para o desenvolvimento sustentável local.

Material e Métodos

Segundo o Ministério do Turismo (2010, p.16), o ecoturismo é


o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável,
o patrimônio natural e cultural, incentivando sua conservação
e buscando a formação de uma consciência ambientalista por
meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das
populações.
Portanto, o ecoturismo pode ser entendido como o conjunto e o

291
processo de atividades turísticas baseadas na relação sustentável
com a natureza, comprometidas com a conservação e a educação
ambiental.
O desenvolvimento sustentável está atrelado ao equilíbrio do
meio ambiente com o setor da economia. Nesse sentido, Aulicino
(2000, p. 31) explana que “o Brasil não se caracteriza, sem dúvida,
pela tradição com a preocupação ambiental”.
Nesse quadro de ideias, o ecoturismo é uma ferramenta eficaz
para capacitar as comunidades locais ao redor do mundo a fim
de alcançarem um desenvolvimento sustentável. Além disso, o
ecoturismo incentiva a aplicação de práticas sustentáveis aos
demais segmentos da indústria do turismo.
A oferta do turismo ambiental contribui para o desenvolvimento
do município e da região, na realização de serviços comuns como
transporte, hospedagem, alimentação, comércio local, além da
interação entre o turista e o ambiente natural.
Conforme informação anterior, Ilha Solteira é um município
do interior do estado de São Paulo, pertencente à mesorregião de
Araçatuba, localizado no extremo noroeste do estado, e com divisa
com o Mato Grosso do Sul.
A cidade foi planejada para abrigar as pessoas que vieram para a
construção da usina Hidrelétrica de Ilha Solteira. O nome da cidade
foi dado em homenagem a uma ilha pluvial localizada no Rio Paraná.
O clima é tropical chuvoso de bosque, que traz chuvas de verão
e estiagem no inverno. A temperatura média anual é de 23,6º
Celsius, e o índice pluviométrico: 1.300mm anuais. A vegetação
é caracterizada pela Mata Tropical Latifoliada Semidecídua
(formações cerrado, cerradão e campos antrópicos).

292
Figura 1: Guia Turístico de Ilha Solteira

Tendo em vista os recursos naturais e artificiais que atraem


visitantes, em 13 de abril de 2000, Ilha solteira foi elevada à categoria
de ESTÂNCIA TURÍSTICA. Conforme se percebe, o seu potencial
turístico liga-se as suas praias artificiais – Marina e Catarina -, à
pesca, às atrações culturais e técnico-científicas; porém, o presente
trabalho será limitado ao Ecoturismo local.

Resultados e Discussão

Das praias
O que favorece o turismo local é que o Município é banhado pelo
Rio Paraná, Rio Tietê e São José dos Dourados. No rio Paraná, está
a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, que, em conjunto com o Rio
Tietê, forma a Hidrovia Tietê-Paraná. O Rio São José do Dourados
é um rio com corredeiras. O rio Paraná, com o aparecimento do
reservatório de Ilha Solteira, forma duas praias, a Praia Catarina,
com estrutura para turistas, e a Praia Marina, voltada à prática
esportiva como windsurfe, jet-ski, prancha à vela, motor e canchas,
e área para embarque e desembarque de lanchas e barcos.

293
Figura 2 – Guia Turístico de Ilha Solteira

Porto de Navegação
A cidade possui um Porto de Navegação que, além de contribuir
para a pesca, dá acesso à vista que possibilita a apreciação da
Usina Hidrelétrica e as Ilhas fluviais como as Cinco Ilhas e a Ilha da
Ferradura, além da Ilha Solteira que dá nome à cidade.

Pesca esportiva
A grande quantidade e variedade de peixes nos rios
contribui para o desenvolvimento da pesca esportiva e para o
desenvolvimento local. A cidade sedia vários eventos competitivos,
inclusive internacionais, recebendo, neste ano, o prêmio estadual
TOP DESTINOS TURÍSTICOS no segmento da pesca.

Zoológico
O Centro de Conservação da Fauna Silvestre, zoológico tem por
finalidade receber animais desabrigados pelo enchimento dos
reservatórios de Jupiá e Ilha Solteira. No local, além da preservação das
espécies, há reprodução e criação em cativeiro de espécies como o jacaré-
de-papo amarelo, arara canindé, tamanduá-bandeira, bugio vermelho,
cervo-do-pantanal, lobo-guará, jaguatirica, cachorro-do-mato-vinagre,
entre outros, além de contribuir para a educação ambiental.

294
Todavia, apesar dos pontos turísticos mencionados já serem
explorados, não estão sendo utilizados na sua totalidade, havendo
pontos não explorados no município, que contribuiriam para
o desenvolvimento sustentável do local, como, por exemplo: a
visitação às Ilhas fluviais; a realização de um Farol no Porto de
navegação; a divulgação e exploração das trilhas ecológicas; o
mergulho e pesca aquática; a eclusagem; os passeios de barco,
veleiros e pedalinhos; pesque e pague e turismo rural.

Conclusão

Tendo em vista o exposto, conclui-se que a cidade possui


potencial para o desenvolvimento do ecoturismo de forma
sustentável, que deve, pois, ser concretizado e posto em prática. É
necessário, igualmente, intensificar a exploração sustentável das
áreas turísticas já exploradas
Nesse aspecto, embora haja um plano de turismo municipal, ele
necessita ser adequado ao ecoturismo, uma vez que que a cidade foi
formada para atender a população no setor de energia.

Referências

AULICINO, M.P.(1997) Algumas implicações da exploração


turística dos recursos naturais. In: RODRIGUES, A. B. (Org).
Turismo e Ambiente: Reflexões de Propostas. São Paulo:
Hucitec, 2000, p.31

BRASIL. Ministério do Turismo. Ecoturismo: orientações


básicas, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo,
Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento
Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. 2.ed. Brasília:
Ministério do Turismo, 2010, p 16

295
GUIA TURÍSTICO DE ILHA SOLTEIRA. Disponível em http://
visiteilhasolteira.sp.gov.br/wordpress/wp-content/themes/
ilha-solteira/assets/downloads/GuiaTuristico_IlhaSolteira_
RGB.pdf. Acesso em 1/08/2018

296
NEOPLASIAS DE PELE NO ESTADO DE SÃO
PAULO ENTRE 2010 E 2017

Telma Cristina Berceline1, Luiz Sergio Vanzela2

1
Universidade Brasil/Mestranda em Ciências Ambientais,
Estrada Projetada s/n, Fazenda Santa Rita, Fernandópolis -
SP

2
Universidade Brasil/Professor Titular da Pós-Graduação
em Ciências Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda
Santa Rita, Fernandópolis - SP

telma.enfermeira@yahoo.com.br1, Isvanzela@yahoo.com.
br2

Resumo: O câncer de pele é uma doença que se constitui


em uma das principais causas de mortalidade por câncer
no Brasil e no Mundo. Assim, o objetivo neste trabalho foi
caracterizar os casos de neoplasias de pele no Estado de São
Paulo entre os anos de 2010 e 2017. Para isto, utilizou-se
os casos registrados por local de origem, obtidos no banco
de dados da Fundação Oncocentro de São Paulo. Concluiu-
se que as maiores incidências médias de neoplasias de pele
no estado de São Paulo, entre o período de 2010 a 2017,
ocorreram nas regiões Central (DRS 6 – Bauru) e Noroeste
(DRS 15 – São José do Rio Preto e DRS 5 – Barretos), variando
de 91 a 130 casos por 100 mil habitantes.

Palavras-chave: Câncer de pele, Saúde ambiental, Radiação


solar

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

297
Introdução

O câncer de pele é uma patologia de etiologia multifatorial,


resultante da alteração genética, e consequente do estilo de vida e
fatores ambientais. Dentre os tipos de câncer existentes, destaca-
se o câncer de pele que se manifesta de duas formas diferentes,
melanoma e não melanoma. O câncer de pele não-melanoma é o
mais incidente no Brasil em ambos os sexos, apresentando menor
letalidade, o câncer de pele melanoma apresenta letalidade elevada,
porém sua incidência é baixa.
Para o Brasil, estimam-se 85.170 casos novos de câncer de pele
não melanoma entre homens e 80.410 nas mulheres para cada
ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco
estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84
para cada 100 mil mulheres. É o mais incidente em ambos os sexos
(INCA, 2018).
Devido a importância do tema, o objetivo neste trabalho foi
caracterizar os casos de neoplasias de pele no Estado de São Paulo
entre os anos de 2010 e 2017.

Material e Métodos

O trabalho foi desenvolvido na Universidade Brasil, Campus


de Fernandópolis – SP, no ano de 2018. Para a caracterização dos
casos de neoplasias foi realizado por teste de comparação entre as
médias anuais dos casos relativos observados entre os anos de 2010
e 2017. O delineamento experimental adotado foi inteiramente
casualizado, com 17 tratamentos (17 áreas de abrangência das
Diretorias Regionais de Saúde - DRS) e 8 repetições (período de
8 anos considerado no estudo de 2010 a 2017). Os casos relativos
anuais de neoplasias de pele, no período de 2010 a 2017, foi
determinado utilizando a equação 01.

298
(equação 01), em que

Cni - casos de neoplasias de pele no ano “i” (casos 10-5 hab-1); Ci -


casos absolutos de neoplasias de pele no ano “i” (número de casos);
e Pi – população da DRS no ano “i” (habitantes).

Os dados absolutos do número de casos de neoplasias de pele


(Ci) foram obtidos do período de 2010 a 2017, por DRS do Estado
de São Paulo, a partir de dados obtidos do banco de dados da FOSP
(2018). A população (Pi) por DRS, por ano, foi obtida por meio do
senso do IBGE (2010) e IBGE (2016), além de estimativas realizadas
por projeções lineares para os anos de 2011, 2012, 2013, 2014,
2015 e 2017.
De posse dos dados de casos relativos anuais de neoplasias
de pele por DRS e por ano, no período avaliado, realizou-se uma
análise de variância ao nível de 5% de significância. Em seguida
prosseguiu-se com o teste de comparação de médias entre as DRS
utilizando Scott-Knott ao nível de 5% de significância. Também,
com o intuito de avaliar a distribuição espacial, elaborou-se um
mapa de distribuição por classes de casos médios anuais relativos
de neoplasias de pele. Para as análises estatísticas utilizou-se
o aplicativo SISVAR 5.6 e a análise da distribuição espacial foi
realizada com o auxílio do ArcGIS versão Educacional.

Resultados e Discussão

As DRS de maior incidência média anual de neoplasias de pele


são as DRS 15 – São José do Rio Preto (128 casos 10-5 hab-1) e DRS
5 - Barretos (120,4 casos 10-5 hab-1) (Figura 1).

299
140.0 a
a
120.0 b
Cn (casos 10-5 hab-1)

100.0
80.0
60.0 c c

40.0 d
e e e e
f f e
20.0 f f f
f
-

Figura 1. Comparação entre as médias anuais de casos de neoplasias (cn)


no Estado de São Paulo entre 2010 e 2017.

Estes resultados podem estar relacionados à economia


predominante na maioria dos municípios dessas 2 regiões serem
agrícolas (SEADE, 2018) e com incidência média de índice UV em
11 meses do ano variando de médio a extremo (VANZELA et al.,
2014). As DRS de menores incidências médias anuais de neoplasias
de pele, variando de 2,5 a 10,7 casos 10-5 hab-1 foram DRS 10 –
Piracicaba, DRS 16 – Sorocaba, DRS 7 – Campinas, DRS 4 - Baixada
Santista, DRS 12 – Registro e DRS 17 – Taubaté. Os resultados podem
ser confirmados a partir da avaliação da distribuição espacial da
incidência de neoplasias de pele no Estado de São Paulo (Figura
2), onde confirma-se maiores incidências nas regiões do Noroeste e
Centro do estado de São Paulo.

300
Figura 2. Mapa do número médio anual de casos de neoplasias nas DRS do
Estado de São Paulo entre 2010 e 2017.

Pode-se observar que existe uma tendência de maior


concentração da incidência na região Central e Noroeste do Estado
(Figura 2), confirmando os fatores de predisposição associados
(alta incidência de radiação UV com aptidão agrícola). Nestas
regiões as incidências permeam as classes de 52 a 130 casos 10-5
hab-1. Para o Brasil, estimam-se 85.170 casos novos de câncer de
pele não melanoma entre homens e 80.410 nas mulheres para cada
ano do biênio 2018-2019. Esses valores correspondem a um risco
estimado de 82,53 casos novos a cada 100 mil homens e 75,84
para cada 100 mil mulheres. É o mais incidente em ambos os sexos
(INCA, 2017).

Conclusão

As maiores incidências médias de neoplasias de pele no estado


de São Paulo entre o período de 2010 a 2017, ocorreram nas
regiões Central (DRS 6 – Bauru) e Noroeste (DRS 15 – São José do
Rio Preto e DRS 5 – Barretos), variando de 91 a 130 casos por 100
mil habitantes.

301
Referências

FOSP – Fundação Oncocentro de São Paulo. Registro


hospitalar de câncer: banco de dados. São Paulo: FOSP, 2018.
Disponível em: http://www.fosp.saude.sp.gov.br. Acesso em:
15 mai. 2018.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística. Censo


2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em: https://
censo2010.ibge.gov.br. Acesso em: 15 mai. 2018.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e estatística.


Estimativas da população residente no Brasil e Unidades da
Federação com data de referência em 1º de julho de 2016. Rio
de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br.
Acesso em: 15 mai. 2018.

INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da


Silva. Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil. Rio de
Janeiro: INCA, 2017. 128p.

SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. PIB


Regional: 1° trimestre de 2018. São Paulo: Fundação SEADE,
2018. Disponível em: http://www.seade.gov.br/. Acesso em:
21 ago. 2018.

VANZELA, K. R.; ROSSI, I. B.; LUIZ, K. M. P.; VANZELA, L. S.;


SILVEIRA, V. M. R. Índice de radiação ultravioleta no Noroeste
Paulista e uso de protetores solares. In: Congresso Nacional de
Iniciação Científica, 2014, São Paulo. Anais do 14° Congresso
Nacional de Iniciação Científica. São Paulo: SEMESP, 2014. v.
2. P.1-7.

302
INCA – Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva. Incidência de Câncer no Brasil: Síntese de Resultados
e Comentários. Rio de Janeiro: INCA, 2018. Disponível em:
http://www.inca.gov.br. Acesso em: 01 ago. 2018.

303
304
MOBILIDADE URBANA –
A DIFICIL ARTE DE CAMINHAR
PELAS CIDADES

Renilson Dias de Souza1, Prof. Dr. Evandro Roberto


Tagliaferro2

1
Universidade Brasil/Discente da Pós-graduação em
Ciências Ambientais, São Paulo - SP

2
Universidade Brasil/Docente da Pós-graduação em Ciências
Ambientais, Fernandópolis - SP

renilsondias61@gmail.com1, evandro.tagliaferro@
universidadebrasil.edu.br2

Resumo: A difícil arte de caminhar pelas cidades decorre


da explosão urbana dos últimos anos e da adoção de um
urbanismo rodoviárista que prioriza o veículo automotivo
em detrimento do pedestre. O resultado é a dificuldade desse
em caminhar pelas cidades de forma segura e acessível. Há a
necessidade imediata em reavaliar as situações urbanísticas
e criar condições seguras para a prática do caminhar.

Palavras-chave: mobilidade urbana, urbanismo,


acessibilidade, caminhar, cidade

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Po-


líticas Públicas e Saúde

305
Introdução

O caminhar é um dos primeiros movimentos desenvolvidos pelo


ser humano e que nunca deixará de fazer parte de seu dia a dia,
ainda que se habite na mais moderna cidade do mundo.
Há a necessidade deste movimento para que se desloque em sua
casa, no seu quintal e até mesmo percorrer pequenas distâncias para
se utilizar dos mais modernos sistemas de transportes que exista.
No entanto, com o acelerado crescimento das cidades e a
excessiva valorização dos meios de transportes passivo, os espaços
destinados ao caminhar deixaram de ser valorizados e, em muitos
casos, reduzidos de forma que o principal personagem das cidades,
o ser humano, fosse resignado a segundo plano.
A cidade não é construída para uma pessoa, mas para um
grande número delas, todas com grande diversidade de formação,
temperamento, ocupação e classe social (LYNCH,1999).
Repensar em uma cidade a qual contemple espaços seguros,
confortáveis e acessíveis é o grande desafio a ser seguido nos
próximos anos.

Material e Métodos

Para a elaboração do presente artigo foi adotado uma


metodologia de pesquisa qualitativa e exploratória com abordagem
indireta, na qual foram utilizados objetos bibliográficos, livros,
artigos, teses, legislações e publicações especializadas.
A pesquisa teve a proposição de identificar os aspectos das cidades
consolidadas e a necessidade de suas adequações a mobilidade
acessível, necessária à sua inserção ao plano nacional de mobilidade.

Resultados e Discussão

Podemos considerar que o caminhar é um dos primeiros


movimentos desenvolvidos pelo ser humano.

306
Há quem diga que este movimento ocorre pela necessidade de
sobrevivência, o qual o homem desde seus primórdios partia em
busca do alimento para garantir a sua sobrevivência. Outros dizem
que o caminhar é algo fisiológico, uma vez que, pela quantidade
de articulações existentes no corpo humano, o homem teria sido
criado para se movimentar.
Na realidade não importa qual seja a principal definição, o
que sabemos é que o ser humano depende desta situação para
prosseguir e atingir os seus objetivos.
“Caminhar é, então, a forma mais democrática e sustentável de
deslocamento, por meio da qual todas as pessoas conseguem se
locomover sem a necessidade de pagamento de tarifa ou aquisição
de um bem móvel” (BASTOS, 20017)
Esta constatação está diante de nossos olhos, basta observarmos
que para percorrer a menor distância que seja entre nossa casa e a
estação ou ponto de parada mais próximo, caminhamos.
O caminhar e o andar de bicicleta são considerados meios de
transporte ativos, o qual utiliza a força do próprio corpo. No entanto
são os que menos tem recebido recursos quando se fala em ações
de mobilidade.
“No campo do planejamento de transportes e engenharia de
tráfego é comum que as viagens a pé sejam negligenciadas em
relação aos modos motorizados” (BASTOS, 20017)
Com o passar dos tempos, com o crescimento das cidades e o

307
desenvolvimento industrial, o caminhar foi aos poucos sendo
substituído por outros meios de transportes, os motorizados,
devido as grandes distâncias a serem percorridas e a pressa que
tomou conta da população.
Podemos observar claramente este conceito uma vez que o
espaço carroçável é gerido e monitorado pelo poder público,
enquanto que o espaço do caminhar é de responsabilidade do
privado, como alerta VASCONCELOS, 2014:
O urbanismo rodoviárista, adotado nas últimas décadas, foi
reduzindo ainda mais os espaços do caminhar, aumentado os leitos
viários e diminuindo os passeios, tornando os pedestres exposto
aos riscos inerentes da situação, haja visto os dados de óbitos de
pedestres no Brasil.
Bastos, 2017 acrescenta: “Acima de 60 anos e entre 20 e 29 anos,
o risco de atropelamentos aumenta consideravelmente em alguns
Estados”.
Na realidade, a qualidade do espaço, segurança viária e
acessibilidade não são somente responsabilidade das autoridades
e sim de todos os atores que compõem este cenário, pois, além da
adequação física, de instrumentos legais que garantam a segurança
e qualidade, é necessário que haja conscientização e educação de
todos.
Ouvir a população, conhecer o seu comportamento e compreender
as suas reais necessidades são componentes fundamentais para
auxiliar no planejamento urbano sustentável e na implantação
de um plano de mobilidade equilibrada entre transporte passivo
(transporte coletivo) e o transporte ativo (caminhar e andar de
bicicleta).
O caminhar com qualidade exige alguns cuidados como: a
adequação dos espaços percorridos, a segurança viária, a segurança
dos pedestres, a permeabilidade e a ocupação dos espaços públicos
de forma equilibrada e coerente.
É sabido que as adequações das cidades consolidadas e as
condições mínimas de acessibilidade é um grande desafio de todos.

308
No entanto a aplicação das leis e normas pura e simplesmente não
atendem as necessidades da população.

309
INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS
DOS TANQUES DE EXPANSÃO E DAS MÃOS
DOS ORDENHADORES SOBRE A QUALIDADE
MICROBIOLÓGICA DO LEITE
Luciano Ricardo de Oliveira1, Danila Fernanda Rodrigues
Frias2, Roberto Andreani Junior3, Dora Inés Kozusny-
Andreani4
1
Universidade Brasil/Graduando Engenharia Agronômica,
Est. Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa Rita Fernandópolis/
SP

Universidade Brasil/Mestrado em Ciências Ambientais,


2,3,4

Estrada Projetada F1, Fernandópolis-SP


1
luciano.ricardo1.lr@gmail.com, 2danila.frias@
universidadebrasil.edu.br, 3robertoandreani@uol.com.br,
4
doraines@terra.com.br

Resumo: Objetivou-se no presente trabalho avaliar a


presença de microrganismos patogênicos nos tanques de
expansão e nas mãos de ordenhadores. Foram avaliadas as
condições higiênico-sanitárias das mãos dos ordenhadores,
assim como dos tanques de expansão. As mãos dos
ordenadores assim como os tanques de expansão foram
identificados como importantes pontos de contaminação do
leite, já que possuíam alta prevalência de microrganismos
antes e após a lavagem. Foram identificados as espécies
Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus
aureus, Streptococcus disagalactiae, Bacillus subtilise
Candida albicans. Conclui-se que a má higiene durante a
ordenha favorece o desenvolvimento de microrganismos
indesejáveis.

Palavras-chave: contaminação, higiene de ordenha,


patógenos

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Po-


líticas Públicas e Saúde

310
Introdução
A indústria leiteira busca melhor qualidade do seu produto e
para alcançar este objetivo precisa passar por mudanças que não
dependem exclusivamente da indústria, mais principalmente dos
produtores. Vários fatores estão relacionados a qualidade do leite,
como o ordenhador, o armazenamento inadequado, a higiene dos
equipamentos, as instalações e o controle dos animais (OLIVEIRA
et al., 2011).
Para avaliar a qualidade microbiológica do leite, são utilizados
microrganismos indicadores de contaminação, e os mais importantes
são os aeróbios mesófilos (AM), dentre eles estafilococos coagulase
positivos (ECP), coliformes totais (CT) e Escherichia coli (EC). O
isolamento e a identificação destes microrganismos é de suma
importância para a avaliação tanto da qualidade final do leite,
quanto da eficiência de práticas de sanitização de equipamentos
e utensílios, qualidade na manipulação do produto e fontes de
contaminação durante a obtenção, transporte e beneficiamento do
leite (MASTSUBARA et al., 2011).
As boas práticas de produção (BPP) devem ser aplicadas a partir
da obtenção, durante o armazenamento e transporte da matéria-
prima. A implantação destas BPP resulta na redução do número
de microrganismos da matéria prima, melhoria da sanidade da
glândula mamária dos animais, que associadas às boas práticas
no beneficiamento, aumentam o tempo de validade do produto
(MASTSUBARA et al., 2011). Em função de verificar alguns fatores
que interferem na qualidade sanitária do leite o presente trabalho
objetivou avaliar a presença de microrganismos patogênicos nos
tanques de expansão e mãos de ordenhadores.

Material e Métodos
Em cada propriedade foram colhidas amostras das mãos
dos ordenhadores antes e após higienização. A amostragem foi
realizadas por meio de sacos plásticos esterilizados contendo 200
mL de solução salina (NaCl 0%). Cada manipulador mergulhou as

311
duas mãos (toda a superfície) no saco plástico, primeiramente antes
da higienização das mãos e em seguida se usou outro saco plástico
para a coleta após a higienização. Foram colhidas também, em cada
propriedade, quatro amostras do tanque, sendo duas amostras logo
após o esvaziamento do tanque e as outras duas após a limpeza do
mesmo. Os locais escolhidos para colheita das amostras foram o
interior do tanque e a rosca da parte inferior do tanque, local de
encaixe da mangueira do caminhão para transferência do leite.
As amostras foram obtidas friccionando um swab esterilizado no
interior do tanque sujo e outro no interior do tanque limpo. Os
outros dois swabs foram friccionados um nas bordas da rosca suja
e o outro nas bordas da rosca após limpeza.
Para o cultivo das amostras foram utilizados os seguintes
meios: Levine ágar ou EMB, triptone soja agar (TSA) e Sabouraud
agar, todos da marca Oxoid. Uma vez preparados, os meios de
cultura foram incubados por 24 horas em temperatura de 370C,
para verificação da eficiência da esterilização. Após inoculação
com as diferentes amostras, as placas foram incubadas em estufa
a 36+0,5°C por 48 h e por 7 dias para o cultivo de bactérias e de
fungos, respectivamente. A morfologia dos isolados bacterianos foi
identificada através da coloração de Gram.
As colônias típicas obtidas nas placas foram confirmadas por meio
das seguintes provas bioquímicas: produção de uréase, reações em
ágar três açúcares ferro (TSI) e ágar Kligler (KIA), descarboxilação
da lisina, motilidade no meio SIM e prova da Oxidase. As culturas
positivas no meio sabouraud foram avaliadas macrospicamente
pelas características das colônias e microscopicamente por meio
da utilização da coloração com azul de algodão.

Resultados e Discussão

As mãos dos ordenhadores foram identificadas como importantes


pontos de contaminação do leite, já que possuíam alta prevalência
de microrganismos antes e após a lavagem. Foram isoladas na

312
maioria bactérias e fungos leviduriformes. Os microrganismos
identificados foram das espécies Escherichia coli, Pseudomonas
aeruginosa, Staphylococcus aureus, Streptococcus disagalactiae,
Bacillus subtilise Candida albicans. Resultados similares foram
descritos por Vaz et al., (2005) em estudo sobre a frequência e os
tipos de microrganismos existentes no leite caprino em um rebanho
da raça Saanen no município de Sobral, Ceará.
Provavelmente parte dessa contaminação foi incorporada aos
tetos e ao leite durante a ordenha, uma vez que as mãos não eram
lavadas antes nem durante o processo.
Verificou-se também elevada quantidade de microrganismos
patogênicos no tanque de expansão e nas roscas. Isto mostra que
a refrigeração do leite, por si só, não é garantia de sua qualidade,
desta forma, é extremamente importante que o leite cru seja obtido
em condições higiênico-sanitárias adequadas para minimizar a
contaminação inicial.
A utilização de temperaturas reduzidas, no leite de boa
qualidade, apenas mantém a contagem microbiana. Quanto maior
o tempo de estocagem do leite que apresenta alta contagem
inicial de microrganismos sob baixas temperaturas, maiores serão
as possibilidades de alterações no produto final, pela ação de
microrganismos psicrotróficos, com o predomínio de bactérias do
gênero Pseudomonas spp. (FAGUNDES et al., 2006).

Conclusão

A má higienização durante a ordenha favorece o desenvolvimento


de microrganismos indesejáveis, por isso a adoção de medidas
preventivas por meio da utilização de boas práticas agropecuárias
é necessária para induzir a diminuição do grau de contaminação
por bactérias indicadoras como Escheria coli, Staphylococcus aureus
e fungos leviduriformes (Candida albicans) nos tetos dos animais
em fase de lactação e nas mãos dos ordenhadores.
O que ficou bastante evidente também é que a qualidade do leite

313
depende não só da refrigeração, mas também do controle higiênico-
sanitário prévio.

Referências

FAGUNDES, C. M.; FISCHER, V.; SILVA, W. P.; CARBONERA,


N.; ARAÚJO, M. R. Presença de Pseudomonas spp. em função
de diferentes etapas da ordenha com distintos manejos
higiênicos e no lei te refrigerado. Ciência Rural, n. 2, v. 36, p.
568-572, 2006.

MATSUBARA, M.T.; BELOTI, V.; TAMANINI, R.; FAGNANI, R.;


SILVA, L.C.C.; MONTEIRO, A.A.; BATTAGLINI, A.P.P.; ORTOLANI,
M.B.T.; BARROS, M.A.F. Boas práticas de ordenha para
redução da contaminação microbiológica do leite no agreste
Pernambucano. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.32,
n.1, p.277-286, 2011.

OLIVEIRA, A.N.; MESQUITA, A.J.; NUNES, I.A. et al. Ocorrência


de bactérias do gênero Listeria em leite cru e pasteurizado
em Goiânia, Goiás. CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS,
22., Juiz de Fora, MG. Anais... Juiz de Fora, 1994. p.35-39.

VAZ, J.C.; VIEIRA, F.A.; OLIVINDO, C.S.; CHAPAVAL, L.;


OLIVEIRA, A.A.F. Isolamento e identificação dos principais
microrganismos e métodos diagnósticos de mastite em
cabras leiteiras, ZOOTEC, Brasilia, DF. Anais... Brasilia, 2005.

314
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE
ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE BACTÉRIAS
ISOLADAS DE ALIMENTOS

Rosimeire da Silva1, Roberto Andreani Junior2, Dora Inés


Kozusny-Andreani3

Universidade Brasil/Mestrado em Ciências Ambientais,


1,2,3

Estrada Projetada F1, Fernandópolis-SP

roosimeiresilva@hotmail.com1, robertoandreani@uol.com.
br2, doraines@terra.com.br3

Resumo: Objetivou-se avaliar a atividade antibacteriana


de óleos essenciais sobre cepas de Escherichia coli E
Pseudomonas aeruginosa isoladas de alimentos. Foram
utilizados os óleos essenciais alecrim, canela, capim
limão, limão, cravo da Índia, amêndoa, e citronela. Foram
utilizadas dez linhagens de E.coli e dez de P.aeuriginosa.
Para determinação da Concentração Inibitória Mínima
(CIM) dos óleos essenciais foi utilizado o método de
microdiluição, Verificou-se atividade bactericida em todos
os óleos essenciais em concentrações diferentes. A atividade
antimicrobiana dos óleos essenciais testados aponta a
possibilidade de desenvolver agentes antimicrobianos
eficientes e de baixo custo no controle de Escherichia coli e
Pseudomonas aeruginosa.

Palavras-chave: Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa,


plantas medicinais, controle.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

315
Introdução

Escherichia coli constitui um grupo de enterobactérias que


normalmente habitam a microbiota intestinal do homem e de
animais, sendo em sua grande maioria não patogênicas (KONEMAN
et al., 2008).
Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria amplamente
distribuída na natureza, podendo fazer parte da microbiota normal
de indivíduos hígidos. É um patógeno importante pela resistência
intrínseca a inúmeros antimicrobianos (TORTORA, FUNKE, CASE,
2012).
O desenvolvimento de resistência de bactérias patogênicas aos
antibióticos exigiu a busca de novas substâncias antimicrobianas
de outras fontes, incluindo plantas. Os extratos e os óleos essenciais
obtidos a partir de muitas plantas aromáticas e medicinais
apresentam atividades biológicas importantes no controle de
patógenos (BOUKHRAZ et al., 2016).
Os efeitos antimicrobianos de óleos essenciais são amplos,
podendo agir como antibacteriano, antifúngico, antiparasitário,
antioxidante, antiviral, anticancerígeno entre outros (SILVA ,
FERNANDES, 2010). Contudo, a informação sobre bioactividade e
toxicidade dos óleos essenciais não são extensivamente estudadas.
Apesar disso, o uso comercial e as aplicações de óleos essenciais
continuam a crescer, e são usados em produtos de limpeza
domésticos, cosméticos, perfumaria, inseticidas, desinfetantes, na
gestão de infecções em animais e humanas (ADUKWU et al., 2016).
Neste contexto, objetivou-se avaliar a atividade antibacteriana de
óleos essenciais sobre cepas de Escherichia coli E Pseudomonas
aeruginosa isoladas de alimentos.

Material e Métodos

Foram empregados óleos essenciais de eucalipto (Eucalyptus


globolus L.), amêndoa (Prunus amygdalus L. var. dulcis.), citronela

316
(Cymbopongon nardus (L) Rendle), alecrim (Rosmarinus officinalis
L.), canela (Cinnamomum zeylanicum Blume), capim limão
(Cymbopogon citratus (DC) Stapf.), limão (Citrus limon L. Burm.
f.), cravo da Índia (Caryophyllus aromaticus L.), adquiridos no
comercio de produtos naturais.
Para avaliação da atividade antibacteriana do óleos essenciais
foram utilizadas 10 cepas de Escherichia coli e 10 cepas de
Pseudomonas aeruginosa, isoladas de alimetos.
A concentração inibitória mínima (CIM) dos óleos essenciais foi
determinada pelo método da microdiluição em placas, de acordo
com a metodologia preconizada pela CLSI (2013).
A concentração bactericida mínima (CBM) foi avaliada após a
obtenção da CIM, os tubos contendo crescimentos visíveis foram
agitados vigorosamente, e 100µL da solução foram transferidos
para placas de Petri contendo agar triptecaseina soja, incubados
a 37oC por 24 h, quando se determinou a CBM, definida como a
menor concentração do extrato que apresentou 0,01% de bactérias
viáveis.

Resultados e Discussão

Na tabela 1 estão apresentados os resultados da atividade


antibacteriana dos óleos essenciais frente a Escherichia coli. Foi
constatada a atividade bactericida dos diferentes óleos essenciais
em concentrações baixas que variaram entre 1,57% e 25%, exceto o
óleo de Prunus amygdalus (amêndoa) que apresentoum CIM e CMB
de 50%.

Tabela 1: Concentração inibitória mínima (CIM) e concentração mínima


bactericida (CMB) de óleos essenciais, sobre Escherichia coli.

Tratamentos Concentração de óleos


essenciais (%)
Nome científico CIM CMB
Cymbopongon nardus 3,13 6,25

317
Eucaliptus globolus 1,57 3,13
Prunus amygdalus 50,00 50,00
Rosmarinus officinalis 3,13 1,57
Cinnamomum zeylanicum 3,13 3,13
Cymbopogon citratus 12,50 12,50
Citrus limon 25,00 25,00
Caryophyllus aromaticus 12,50 12,50

Os dados apresentados na tabela 2 indicaram atividade


antimicrobiana sobre Pseudomonas aeruginosa da maioria dos
óleos essenciais, porem foi constatada baixa suscetibilidade de P.
Aeruginosa frente ao óleo de Caryophyllus aromaticus.

Tabela 2: Concentração inibitória mínima (CIM) e concentração mínima


bactericida (CMB) de óleos essenciais, sobre Pseudomonas aeruginosa.

Concentração de
Tratamentos óleos essenciais (%)
Nome científico CIM CMB
Cymbopongon nardus 6,25 6,25
Eucaliptus globolus 12,50 25,00
Prunus amygdalus 50,00 50,00
Rosmarinus officinalis 25,00 25,00
Cinnamomum zeylanicum 25,00 25,00
Cymbopogon citratus 50,00 50,00
Citrus limon 50,00 50,00
Caryophyllus aromaticus 100,00 100,00

A atividade antimicrobiana dos óleos essenciais empregados


presente estudo evidenciaram a capacidade de controlar o
desenvolvimento de E. coli, principal responsável pelos surtos de
gastroenterite e de P. aeruginosa micro-organismo patogênico
oportunista (TORTORA, FUNKE, CASE, 2012).

318
Sienkiewicz et al.(2014) sugerem que alguns óleos essenciais
poderiam ser empregados na luta contra infecções causadas por
bactérias multirresistentes e também como componentes de
formulações para a higiene e desinfecção de ambientes. No entanto,
Yap et al. (2014) afirmam que os óleos devem ser utilizados em
formas diluídas, especialmente quando aplicados directamente à
pele, já são tão eficazes quanto os agentes antibacterianos químicos.
Além disso, é importante que os micro-organismos não adquerem
resistência aos óleos essenciais ou aos seus componentes. Contudo,
se os óleos essenciais forem utilizados para fins de preservação de
alimentos ou fins medicinais, questões de segurança e toxicidade
terão de ser abordadas.

Conclusão

A atividade antibacteriana dos óleos essenciais avaliados aponta


a possibilidade de desenvolver agentes antimicrobianos eficientes
e de baixo custo no controle de Escherichia coli e de Pseudomonas
aeruginosa.

Referências

ADUKWU, E.C. et al. Antimicrobial activity, cytotoxicity and


chemical analysis of lemongrass essential oil (Cymbopogon
flexuosus) and pure citral. Appl. Microbiol Biotechnol v. 100,
n.22, p.9619–9627, 2016. doi: 10.1007/s00253-016-7807-y.

BOUKHRAZ, A. et al. Evaluation of the Bacteriostatic and Bac-


tericidal Activity of Essential Oil of Thymus Satureioides. Int. J.
Res. Studies Science, Eng. Tech. v.3, n.3, p.24-28, 2016.

CLSI - Clinical and Laboratory Standards Institute. Publica-


tion M100-S23 Suggested Grouping of US-FDA Approved An-
timicrobial Agents That Should Be Considered for Routine

319
Testing and Reporting on Non fastidious Organisms by Clin-
ical L. 2013.

KONEMAN, E.W. et al. Diagnóstico Microbiológico: Texto


e Atlas Colorido. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.

SIENKIEWICZ, M. et al. The biological activities of Cinnamon,


Geranium and Lavender essential oils. Molecules, v.19, n.12,
p.20929-20940; 2014. doi:10.3390/molecules191220929.

SILVA, N.C.C.; FERNANDES JÚNIOR A. Biological properties


of medicinal plants: a review of their antimicrobial activity. J.
Venom. Anim. Toxins, v16, n..3, p. 402-413,2010.

TORTORA, G. J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. Ed.


Artmed, 2012, 934p.

YAP, P.S.X. et al. Essential Oils, A New Horizon in Combating


Bacterial Antibiotic Resistance. Open Microbiol. J., v.8, p.6–
14, 2014.

320
A POSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO
DE COBRANÇA PELOS MUNICÍPIOS
ANTE OS SERVIÇOS DE GESTÃO
DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Gustavo Alves Balbino1, Luiz Sérgio Vanzela 2

1
Universidade Brasil, pós-graduação Stricto Sensu – Ciências
Ambientais, Estrada projetada F1, S/N - Fazenda Santa Rita,
Fernandópolis - SP, 15600-000

2
Universidade Brasil/Professor Doutor, Programa de Pós-
-Graduação Stricto Sensu em Ciências Ambientais, Estrada
Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa Rita, Fernandópolis/SP

balbino_gustavo@hotmail.com1 ; lsvanzela@hotmail.com2

Resumo: A Lei nº 12.305/2010 que implementa a Política


Nacional de Resíduos Sólidos expõe em seu art. 19, inciso XIII
a forma e possibilidade de cobrança dos serviços de limpeza
urbana e manejo dos resíduos sólidos. Para operacionalizar
essa sustentabilidade econômico-financeira da gestão
dos resíduos sólidos produzidos o município de Jales/SP
sancionou a Lei 4.562/2016 que permite a cobrança de taxa
de limpeza pública.

Palavras-chave: Resíduos sólidos. Lei Municipal. Taxa.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

321
Introdução

A Lei Ordinária nº 12.305/2010 prevê a possibilidade de cobrança


dos serviços municipais de gestão dos resíduos sólidos. Contudo, só
esta previsão legal não garante a legalidade das cobranças de taxas
de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos. É preciso que o
município apresente o Plano Municipal, nos moldes do art. 18 da
citada Lei. No conteúdo do Plano o gestor municipal deve informar
o “sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos
de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a
forma de cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de
2007”, coforme previsto no inciso XIII, do art. 19 da Lei.
Portanto, em complemento a lei que trata da política de
resíduos sólidos deve ser analisada a Lei 11.445/2007 que trata da
Política Nacional de Saneamento Básico. O art. 29 desta Lei prevê
a sustentabilidade econômico-financeira mediante a remuneração
pela cobrança dos serviços mediante taxa ou tarifa (inciso II). O
Supremo Tribunal de Justiça (STF) julgou recentemente que a
cobrança pela gestão municipal dos resíduos sólidos deve ser por
meio de taxa (RE 847429/SC), retirando qualquer dúvida que a Lei
trouxe (taxa ou tarifa).
A fim de garantir a estabilidade financeira do município, que
despende considerável fatia do seu orçamento com a gestão
dos resíduos sólidos produzidos, a possibilidade de impor aos
munícipes contrapartida econômica (por meio de taxa) oferece
suporte para a aplicação da gestão dos resíduos sólidos bem como
a sua permanência a longo prazo.

Material e Métodos

O município de Jales/SP elaborou a Lei Municipal nº 4.562/2016


onde foi apresentado o Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos. No anexo único da referida legislação municipal
constou a possibilidade de implantação da política de cobrança,

322
para a gestão e manejo dos resíduos sólidos. Ainda que exista a
possibilidade não há uma legislação municipal que regule a taxa
municipal. Com a lacuna legal a Prefeitura de Jales outorgou a
concessão dos serviços de gestão dos resíduos sólidos para empresa
terceirizada, mediante licitação (Lei nº 4.678/2017). O pagamento
pelos serviços da empresa licitada advém do orçamento geral, sem
vinculação de receita fazendária específica para este fim, ou seja,
sem qualquer contrapartida dos munícipes.
Portanto, atualmente os habitantes não efetuam nenhuma
contribuição financeira, por meio de pagamento de taxa, que
garanta a sustentabilidade econômico-financeira do município
nesta área, sobrecarregando o município a manter o sistema de
gestão dos resíduos sólidos.
A metodologia utilizada consistiu basicamente em pesquisas
bibliográficas, com o aprofundamento da legislação ambiental
nacional, com evolução das estaduais e municipais, em atendimento
a lei maior dos resíduos sólidos, ou seja, Lei nº 12.305/2010, com
a incidência de estudo de caso na cidade de Jales, interior de São
Paulo, noroeste paulista.

Resultados e Discussão

No Brasil, ainda que a sociedade seja responsável pela gestão


e essencialmente pela geração dos resíduos sólidos, ainda são
os municípios, através de seus gestores (prefeitos) os principais
responsáveis pelo seu gerenciamento, em obediência a Lei que
instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos onde obriga os
municípios a elaborarem um Plano Municipal de Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos. A Lei, em seu art. 54 estabeleceu
prazo final de quatro anos para a implementação de uma destinação
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos em todo
o país, limite temporal que ocorreu em 02 de agosto de 2014.
Contudo nem todas as cidades cumpriram com a determinação
legal. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –

323
IBGE, por meio da Pesquisa de Informações Básicas Municipais
– MUNIC realizada em 2014 66,5% dos municípios examinados
não possuem o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PGIRS), conforme exige o art. 19 da Lei 12.305/2010.
O dado acima sustenta a tese de postergar a obrigatoriedade da
Lei. Um dos motivos para isso é sobrecarga da responsabilidade da
gestão aos gestores municipais. De acordo com o Diagnóstico do
Manejo dos. Resíduos Sólidos Urbanos (DMRSU), ano de 2011, o
órgão gestor continua sendo as prefeituras e secretarias da área
ambiental. A administração direta gerencia a maior parte absoluta
dos sistemas de limpeza pública no país. O número de empresas
públicas e autarquias com a mesma finalidade é tímido (Tabela 1).

Para a gestão ambiental dos resíduos sólidos o município,


por meio do gestor, depreende boa parte de seu orçamento, sem
nenhuma contrapartida dos contribuintes. Segundo o relatório
do Panorama dos Resíduos Sólidos (ABRELPE, 2015), no Brasil os
recursos aplicados pelos municípios em 2015 para fazer frente a
todos os serviços de limpeza urbana no Brasil foram, em média, de
cerca de R$10,15 por habitante por mês.
Desta forma, no município de Jales/SP, noroeste paulista, em
atendimento a Lei 12.305/2010 e mediante fiscalização do órgão
do Ministério Público Estadual (MPE/SP) por meio do Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) nº 1694/2014 foi aprovada a Lei
Municipal nº 4.562/2016 que apresentou o Plano Municipal de
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, nos termos do anexo único
da legislação em comento.

324
A Lei Municipal nº 4.562/2016 prevê a possibilidade de
cobrança dos munícipes de taxa de limpeza urbana e gestão dos
resíduos sólidos com o fim de garantir a estabilidade econômico-
financeira de todo o processo de gestão dos resíduos sólidos, o que
é totalmente previsto na Lei 12.305/2010, no art. 19, inciso XIII,
subsidiado pela Lei 11.445/2007 (Política Nacional de Saneamento
Básico), em seu art. 29, inciso II.
Ainda que haja total respaldo e suporte jurídico para a cobrança
de taxa de limpeza pública no município de Jales/SP a cobrança de
referida taxa não foi implantada pela atual administração municipal.
Os custos por toda a gestão dos resíduos sólidos é mantido pela
Prefeitura, através dos recursos financeiros gerais, que licitou para
a iniciativa privada a concessão onerosa dos serviços de gestão,
operação, triagem dos resíduos e disposição final dos rejeitos (Lei
Municipal nº 4.678/2017).

Conclusão

Portanto, acreditando ser uma medida impopular, a


administração atual na cidade de Jales/SP não implantou a
cobrança da taxa de limpeza urbana aos munícipes, apesar de ser
totalmente legal e possível, diante das conclusões acima expostas.
Possuir a administração municipal taxa específica para custear a
gestão ambiental garante o sucesso do espírito da Lei 12.305/2010.

Referências

ABRELPE, 2015, PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO


BRASIL, Associação Brasileira das Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais. Disponível em: <http://www.
abrelpe.org.br/Panorama/panorama2015.pdf >. Acesso 26
de Agosto, 2018

325
BRASIL. Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece
as diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras
providências. Diário Oficial [da] União, Brasília, 08 Jan. 2007

BRASIL. Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a


Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605,
de 12 de fevereiro de 1998 e dá outras providências. Diário
Oficial [da] União, Brasília, 03 ago. 2010

BRASIL. IBGE. Pesquisa de Informações Básicas Municipais


– MUNIC – 2013. Disponível em <https://ww2.ibge.gov.br/
home/estatistica/ economia/perfilmunic/2013/>. Acesso
26 de Agosto, 2018

JALES. Lei nº 4.562, de 09 de dezembro de 2016. Aprova


o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
Disponível em <http://www.camaradejales.sp.gov.br/
consulta/legislacao>. Acesso em 24 de Agosto de 2018

SNIS (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES EM


SANEAMENTO), ano 2011. 10ª Ed. Disponível em: <www.
snis.gov.br/>. Acesso 26 de Agosto, 2018

326
QUALIDADE DA ÁGUA DE
ABASTECIMENTO PÚBLICO
DO MUNICÍPIO DE AFUÁ, PA

Ana Patrícia Dias da Cunha Nepomuceno1, Luiz Sergio


Vanzela2

1
Universidade Brasil/Mestranda em Ciências Ambientais,
Estrada Projetada s/n, Fazenda Santa Rita, Fernandópolis-
SP

2
Universidade Brasil/Professor Titular da Pós-Graduação
em Ciências Ambientais, Estrada Projetada s/n, Fazenda
Santa Rita, Fernandópolis-SP

tikanepomuceno@uol.com.br1, Isvanzela@yahoo.com.br2,

Resumo: Sabendo-se que a qualidade de água inadequada


pode ocasionar doenças de veiculação hídrica, o objetivo
neste trabalho foi avaliar a qualidade da água do
abastecimento público do município de Afuá, Nordeste do
Pará. Para isso foram analisadas 70 amostras coletadas em
torneiras e reservatórios de prédios públicos entre os meses
de fevereiro e setembro de 2017. Os resultados demonstram
que a atual qualidade da água de abastecimento público
de Afuá promove risco sanitário para a população, sendo
necessária a implementação emergencial de sistemas mais
avançados de tratamento da água.

Palavras-chave: Mortalidade infantil, Saúde ambiental,


Região amazônica

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

327
Introdução

A cidade de Afuá – PA, com infraestrutura aparentemente


satisfatória, apresenta diversas mazelas sociais e ambientais. É
um município com 35.042 habitantes, com IDH baixo (0,489) do
município, em comparação com a média dos municípios brasileiros
(IBGE, 2010).
Dentre os principais problemas evidenciados no município, está
o problema da quantidade de crianças que foram diagnosticas com
diarreia, que somou um total de um total de 320 crianças de até 11
anos entre fevereiro e outubro de 2016 (UNIDADE MISTA DE AFUÁ,
2016).
Sabendo-se que essa é uma doença que também pode ser de
veiculação hídrica, o objetivo neste trabalho foi avaliar a qualidade
da água do abastecimento público do município de Afuá, Nordeste
do Pará.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido no município de Afuá, localizada na


região Nordeste do Pará, entre latitudes 00°09’11,27” e 00°09’49,89”
Sul e longitudes 50°22’48,15” e 50°23’41,08” Oeste. A avaliação
da qualidade da água de abastecimento público foi realizada por
meio de amostragens aleatórias no decorrer do ano de 2016, em
duas regiões da área urbana, definidas de acordo com o divisor de
águas entre os Rios Cajuuna (Zona Norte) e Marajozinho (Zona Sul)
(Figura 1). No processo de coleta de água, a equipe da Vigilância
Sanitária coletou um total de 70 amostras de água entre os meses
de fevereiro e a setembro de 2016, distribuídas aleatoriamente na
área urbana (35 coletas na zona norte e 35 coletas na zona sul).

328
Figura 1 - Detalhe das zonas urbanas definidas de acordo com a hidrografia
da área urbana de Afuá - PA.

As amostras foram retiradas de torneiras e reservatórios de


prédios públicos, cuja fonte é de origem superficial e subterrânea.
Tanto a coleta como as análises foram realizadas pelo Laboratório
Central de Saúde Pública do Pará – LACEN/PA. As variáveis
analisadas, bem com o enquadramento da qualidade de água,
estão apresentadas na Tabela 1. Os métodos utilizados nas análises
foram: Nefelométrico SMEWW, 22ª Ed. 2130 B para turbidez,
Método Colorimétrico DPD SMEWW, 22ª Ed. 4500-Cl G para cloro
total residual e Substrato Cromogênico/Enzimático SMEWW, 22ª
Ed. 9223 B para Escherichia coli. Depois de obtidos os resultados,
realizou-se a comparação de médias entre as zonas de coleta (norte e
sul). Por se tratarem de variáveis aleatórias quantitativas contínuas
e amostras independentes, a diferença entre as médias foi realizada
pelo teste “t” de Student ao nível de 5% de significância.

329
Tabela 1 – Enquadramento da qualidade de água de acordo com o
CONAMA 357/2005, em função das variáveis analisadas.

Definição Limite para Tipo de


quanto ao as variáveis tratamento
Classe
abastecimento avaliadas necessário
público
Destinadas ao
TD, CRT e E.
abastecimento
coli igual ao do
Especial para consumo Desinfecção
curso d’água de
humano, com
origem
desinfecção.
Clarificação
Destinadas ao
TD ≤ 40 NTU por meio de
abastecimento
CRT ≤ 0,01 mg filtração e
para consumo
1 L-1 desinfecção e
humano, após
E. coli ≤ 200 correção de
tratamento
UFC (100 mL)-1 pH quando
simplificado.
necessário
Clarificação
Destinadas ao
TD ≤ 100 NTU com utilização
abastecimento
CRT ≤ 0,010 mg de coagulação
para consumo
2 L-1 e floculação,
humano, após
E. coli ≤ 1000 seguida de
tratamento
UFC (100 mL)-1 desinfecção e
convencional.
correção de pH
*TD (turbidez) e CRT (cloro residual total).

Resultados e Discussão

A turbidez média da água foi significativamente superior


(p<0,05) na zona norte (39,7 NTU) em com a zona sul (18,6 NTU)
(Figura 2).

330
50
39.7
40
Turbidez (NTU)

30
18.6
20

10

0
Norte Sul
Zona (t=3,00*)

Figura 2 - Comparação entre a turbidez média encontrada nas amostras


da água de abastecimento público das zonas norte e sul da área urbana de
Afuá – PA.

O mesmo comportamento foi observado para o CRT (Figura


3), em que a concentração média na zona norte (0,58 mg L-1) foi
significativamente superior (p<0,05) ao da zona sul (0,23 mg L-1).
Com relação a E. coli, tanto na Zonas Norte como na Sul foram
detectadas, praticamente no mesmo percentual de amostras
(60,0±16,2% e 57,1±16,4%), a presença de E. coli na água de
consumo humano (Figura 4). Estes resultados evidenciam um
possível enquadramento da qualidade da água na classe 1 para
turbidez, classes 1 ou 2 para E. coli e valores acima do máximo
permitido da classe 2 para o cloro total residual. Portanto, na
situação atual da qualidade da água de abastecimento público,
promove risco sanitário para população de Afuá.

331
0.8

0.58
0.6
CRT (mg L-1)

0.4
0.23
0.2

0.0
Norte Sul
Zona (t=2,55*)

Figura 3 - Comparação entre concentração média de cloro residual total


encontrada nas amostras da água de abastecimento público das zonas
norte e sul da área urbana de Afuá – PA.

60.0%
Presença de E. coli

57.1%
(% das amostras)

Norte Sul
Zona

Figura 4 - Intervalo de confiança de 95% do percentual de presença de


E. coli nas amostras da água de abastecimento público do município de
Afuá – PA.

De acordo com a resolução do CONAMA (BRASIL, 2005) seria


necessário a implementação de melhorias emergenciais para
atender a qualidade mínima de água, como, por exemplo o sistema
de clarificação com utilização de coagulação e floculação, seguida
de desinfecção e correção de pH.

Conclusão

A situação atual da qualidade da água de abastecimento público

332
de Afuá, promove risco sanitário para a população, sendo necessária
a implementação emergencial de sistemas mais avançados de
tratamento da água.

Referências

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. @


cidades. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. <https://cidades.ibge.
gov.br> Acesso em: 01 ago. 2018.

UNIDADE MISTA DE AFUÁ. Banco de dados. Afuá: Unidade


Mista de Afuá, 2016.

333
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
DEFINIÇÕES E MODELOS

Jairo Garcia Gonçalves¹, Cristina Veloso de Castro².

¹Universidade Brasil/Discente do Programa de Ciências


Ambientais/São Paulo - SP

²
Universidade Brasil/Professora Titular Doutora/São Paulo
- SP

jairoggarcia@icloud.com¹
cristinavelosodecastro@gmail.com²

Resumo: Este trabalho busca mostrar o surgimento do


desenvolvimento sustentável, tratando suas definições e
como as mesmas podem ser desenvolvidas na sociedade atual,
abrangendo os modelos e ações que este estabelece para que
ele efetivamente aconteça. Evidencia o desenvolvimento de
forma a não acabar com os recursos renováveis, podendo
se alcançar o desenvolvimento econômico sem que haja
mais destruição ao meio ambiente, evitando impactos que
possam ser irreversíveis.

Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável, Recursos


renováveis, Desenvolvimento econômico.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde.

334
Introdução

A relação do homem com o meio ambiente vem sofrendo


mudanças devido à exploração indevida dos recursos naturais,
estes visaram sempre ao lucro e seu desenvolvimento econômico
e não se preocupavam com os impactos que causavam. Hoje a
natureza está cobrando a conta por tanto tempo de exploração sem
reposição, portanto o homem tem agora que se adaptar a uma nova
dinâmica para conseguir conciliar economia e meio ambiente, para
se desenvolver de maneira sustentável.
Para Cavalcanti (2012), o desenvolvimento sustentável deve
ser analisado como um sistema socioeconômico onde o uso de
materiais e energia e os impactos ambientais sejam minimizados,
e que maximize o bem estar da sociedade e que a utilização dos
recursos naturais seja de maneira consciente e aproveitada de
maneira eficiente, sem esbanjamento.
Portanto a discussão fica em torno do desenvolvimento
sustentável, suas definições e emprego no meio da sociedade
para que consiga o entrosamento entre essas principais vertentes
econômicas, social e ambiental.

Material e Métodos

Por meio de análises bibliográficas este artigo visa explorar


as definições de desenvolvimento sustentável que possam ser
executados pela população, de modo que todos tenham consciência
sobre como conseguir se desenvolver de forma que o meio seja
preservado.

Resultados e Discussão

O termo desenvolvimento sustentável emergiu a partir de


estudos da Organização das Nações Unidas sobre as mudanças
climáticas, como uma resposta para a humanidade perante a crise

335
social e ambiental pela qual o mundo passava a partir de meados
do século XX. Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão
de Brundtland, presidida por Gro Harlem Brundtland, no processo
preparatório a Conferência das Nações Unidas – também chamada
de “Rio 92” foi desenvolvido um relatório que ficou conhecido
como “Nosso Futuro Comum”. Tal relatório contém informações
colhidas pela comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise,
destacando-se as questões sociais, principalmente no que se
refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água, abrigo
e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração
do crescimento urbano. Neste relatório está exposta uma das
definições mais difundidas do conceito: o desenvolvimento
sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem
comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem
suas próprias necessidades.
Para Satterthwaite (2004), desenvolvimento sustentável pode
ser entendido como a resposta para as necessidades humanas sem
a transferência dos custos produzidos, consumo e lixo para outras
pessoas ou ecossistemas, no presente e no futuro. Apresenta a
ênfase em uma política ambiental e a preocupação com as gerações
futuras e a responsabilidade com os problemas globais relacionados
ao meio ambiente (Maimon, 1992).
Desenvolvimento sustentável traz a ideia de necessidade em
preservar e utilizar os territórios e seus recursos naturais a médio
e longo prazo entre as gerações, Kronemberger (2011, p. 20)
Na compreensão de Buarque (2002, p. 58), o desenvolvimento
sustentável traz uma proposta de desenvolvimento diferenciada,
exigindo novas concepções e dinâmica, exigindo uma nova postura
da sociedade para lidar com as dificuldades presentes e futuras.
O desenvolvimento sustentável traz uma nova dinâmica para
a vida na sociedade exigindo que a população execute atividades
que visa minimizar os impactos negativos no meio ambiente.
Morin e Terena (2001, p.9) acentua que a sustentabilidade do

336
desenvolvimento é um problema complexo, pois sua raiz está
fortemente ligada a um emaranhado de problemas inseparáveis,
exigindo uma reforma na própria noção do que é desenvolvimento.

Conclusão

Conclui-se necessário que se desenvolva novas formas de


desenvolvimento onde toda a população se empenhe em atender as
novas maneiras de viver, englobando os eixos Econômico, Ambiental
e social. Trazendo para o meio impactos positivos, mostrando a
sociedade o caminho certo a ser seguido, onde todos colaborem
para que os recursos naturais não venham a faltar.

Referências

BUARQUE, Sérgio. C. Construindo o desenvolvimento local


sustentável: metodologia de planejamento. Rio de Janeiro:
Garamond, 2002.

CAVALCANTI, C. Sustentabilidade: mantra ou escolha moral?


Uma abordagem ecológico-econômica. Estudos Avançados, v.
26, n. 74, p. 35-50, 2012.

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento. Nosso futuro comum. 2a ed. Tradução de
Our common future. 1a ed. 1988. Rio de Janeiro: Editora da
Fundação Getúlio Vargas, 1991.

KRONEMBERGER, Denise. Desenvolvimento local sustentável:


uma abordagem prática. São Paulo: Editora SENAC. 2011.

MAIMON, Dália (1992). Ensaios sobre Economia do Meio


Ambiental. Rio de Janeiro: Aped - Associação de Pesquisa e
Ensino em Ecologia e Desenvolvimento.

337
MORIN, Edgar, TERENA, Marcos. Saberes globais e saberes
locais. 3. ed. Trad. Paula Yone Stroh. Rio de Janeiro: Garamond,
2001, p. 9.

SATTERTHWAITE, David. Como as cidades podem contribuir


para o Desenvolvimento Sustentável. In: MENEGAT, Rualdo
e ALMEIDA, Gerson (org.). Desenvolvimento Sustentável e
Gestão Ambiental nas Cidades, Estratégias a partir de Porto
Alegre. Porto Alegre: UFRGS Editora, pp. 129-167, 2004.

338
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:
A PRINCIPAL FERRAMENTA
PARA O BEM-ESTAR SOCIAL
Alessandre da Silva1, Amanda Martins Ferreira Gonçalves2,
Jairo Garcia Gonçalves3, Cristina Veloso de Castro4

Universidade Brasil/Discente Mestrado em Ciências


1,2,3

Ambientais, Brasil

4
Universidade Brasil/Professora Titular Doutora, Brasil

alessandre.ads@gmail.com1, amandamfg@gmail.com2,
goncalvesjairo@hotmail.com3, cristinavelosodecastro@
gmail.com4

Resumo: Discussões sobre a sustentabilidade vêm se


tornando cada vez mais presentes no cotidiano, porém,
discussões voltadas para o desenvolvimento sustentável a
fim de promover o bem-estar social, ainda mostram-se como
um fator que pouco vem sendo praticado. Talvez seja pelo
fato de que a sustentabilidade ainda é vista como um “aquilo
que vai limitar o desenvolvimento” não permitindo que o
crescimento continue a acontecer. Mas, se o crescimento
não for sustentável, um possível colapso vem se tornando
cada vez mais possível, daí o desenvolvimento se tornará
sinônimo de regresso para a humanidade.

Palavras-chave: Bem-estar e responsabilidade social,


Sustentabilidade, Desenvolvimento sustentável.

Eixo temático: Desenvolvimento Ambiental, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde, Sustentabilidade.

339
Introdução

A tempos, a sustentabilidade vem se tornando uma preocupação


crescente e latente, sendo que os recursos naturais estão sendo
cada vez mais ameaçados em decorrência do comportamento
insano do homem. A preocupação com o desenvolvimento se faz
presente desde o início da humanidade, porém, vem se esquecendo
de que desenvolvimento sem sustentabilidade não é progresso e
sim, regresso.
O desenvolvimento deve ser sustentável a fim de garantir o bem-
estar para a sociedade, assim como garantir que as novas gerações
possam usufruir dele. Quando se fala em sustentabilidade, não é
possível se ignorar a questão econômica, social e ambiental.
Ainda, pode-se perceber que quando se fala em
sustentabilidade, muitas vezes se remete ao pensamento de limitar
o desenvolvimento, porém, de outra forma é preciso ter consciência
de que a sustentabilidade fornecerá ao homem condições de
desenvolvimento sem provocar impactos negativos ao meio
ambiente.
Faz-se necessário uma gestão de sustentabilidade eficiente, a fim
de garantir a eficácia desse processo, sendo que a ação sustentável
é o mecanismo principal que garantirá o bem-estar social.

Material e Métodos

Este estudo foi elaborado por meio de análises bibliográficas


visando explorar a necessidade de uma ação sustentável e
emergencial, a fim de garantir o bem-estar social evitando assim
um colapso no ecossistema.
Segundo Ventura e Souza (2010), o cenário é de um terreno
político repleto de ideologias, onde a Educação Ambiental traz
como proposta uma ação de enfrentamento à essa crise por meio
de articulações entre as esferas ambiental e social.
É evidente que o desenvolvimento é o ato de progresso,

340
crescimento, evolução e expansão, o que vai na contramão da
sustentabilidade, pode-se dizer que o desenvolvimento vem
para garantir o bem-estar a curto prazo, ou seja, aquilo que é
quase imediato. E a sustentabilidade, afinal o que vem a ser
sustentabilidade?
De acordo com a Organização das Nações Unidas, por meio do
relatório Nosso Futuro Comum, que foi publicado pela Comissão
Mundial do Meio Ambiente e o Desenvolvimento em 1987, aponta o
conceito de que: “Desenvolvimento sustentável é aquele que busca
as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das
gerações futuras em atender as suas próprias necessidades”.
Sendo assim, o desenvolvimento sustentável se dá pela melhoria
da qualidade de vida de todos os seres vivos, porém, sem aumentar
ou causar danos nos recursos naturais, respeitando assim a
capacidade de regeneração da Terra.
Segundo Canepa (2007), a forte característica do desenvolvimento
sustentável não se trata apenas de um estado de harmonia, mas
sim de mudanças, que vise compatibilizar, o gerenciamento de
tecnologias e as mudanças institucionais para o futuro.
O desenvolvimento sustentável pode exigir ações,
particularidades de determinadas áreas do mundo, pois cada área
possui a sua peculiaridade e necessidade. É possível citar três
pilares para que a vida na Terra seja sustentável:
- Crescimento e Equidade Econômica: voltada para a globalização
econômica, a fim de proporcionar um crescimento consciente
e responsável de longo prazo, garantindo que todas as nações
compartilhem desse crescimento sem que aja isolamento ou o
esquecimento de qualquer nação.
- Desenvolvimento Social: a fim de assegurar que todos tenham
condições de suprir as suas necessidades básicas de sobrevivência
e manter a dignidade humana de existência.
- Conservação de Recursos Naturais e do Meio Ambiente: políticas
e ações voltadas para a conservação da nossa riqueza ambiental e
de recursos naturais, onde soluções políticas e econômicas sejam

341
desenvolvidas no intuito de reduzir a poluição, manter sadio os
habitats naturais e diminuir o consumo de recursos. Permitindo
que a herança ambiental seja assegurada as gerações futuras.
Para Cavalcanti (2003), sustentabilidade é a possibilidade da
humanidade obter condições iguais ou elevadas de vida e garantir
essas mesmas condições para as gerações futuras.

Resultados e Discussão

Por meio de uma gestão ambiental competente, é possível que


haja um equilíbrio entre o homem e o meio ambiente, uma vez que
o homem não é o centro desse meio, mas sim, está inserido nele.
As relações ambientais devem ser favoráveis a todo o ecossistema,
pois sem o meio ambiente, não existirá a economia e tão pouco o
ambiente social, devido a esse fator preponderante, o consumo
deve ser racionalizado, a educação ambiental deve ser praticada e
o homem se adequar em consumir apenas o que lhe é necessário
respeitando os limites da natureza.
Consumir de forma consciente não é necessariamente uma
questão de privação, mas sim de privar que o meio ambiente sofra
com o comportamento consumista do homem.
Um dos maiores investimentos para a sustentabilidade
ambiental, é a promoção da educação ambiental, pois a educação
ambiental visa agregar valores e conhecimentos ao indivíduo para
que ele possa ser um agente transformador no coletivo.

Conclusão

Em meio a tantas discussões sobre a sustentabilidade ambiental


em meio a guerras de interesses pessoais, o homem precisa
partir do princípio de que, a humanidade está se tornando refém
dos seus próprios atos. As tragédias ambientais se dão graças ao
comportamento do homem, porém, o homem ainda não está certo
do que esses sinais estão mostrando.

342
O desenvolvimento não deve apenas ser visto como uma
ferramenta para gerenciar os recursos naturais existentes
no planeta, ou a proteção sistêmica do ecossistema de uma
determinada região, tal desenvolvimento tem por objetivo
garantir melhores condições de vida da humanidade,
resolvendo questões de desigualdades socioeconômicos sem
agredir a preservação das reservas ecológicas que toda a
humanidade precisa.

Referências

AGENDA 21 brasileira: ações prioritárias. 2. ed. Brasília:


Ministério do Meio Ambiente, 2004. Disponível em:
< h t t p : / / w w w. m m a . g ov. b r / re s p o n s a b i l i d a d e -
socioambiental/agenda-21/agenda-21-brasileira>.
Acesso em: 26 ago. 2018.

BRANCO, S. M. O meio ambiente em debate. 26. ed.


São Paulo: Editora Moderna. Coleção Polêmica, São
Paulo,1997.

CANEPA, C. Cidades Sustentáveis: o município como


lócus da sustentabilidade. São Paulo: RCS, 2007.

CARVALHO, C. G. de. O que é Direito Ambiental: dos


Descaminhos da Casa à Harmonia da Nave. Florianópolis:
Habitus, 2003.

CAVALCANTI, C. (org.). Desenvolvimento e Natureza:


estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo:
Cortez, 2003.

343
KREMER, J. Caminhando rumo ao consumo
sustentável: uma investigação sobre a teoria declarada
e as práticas das empresas no Brasil e do Reino Unido.
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conceitos teóricos e os problemas da mensuração
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VENTURA, G., SOUZA, I. C. F. de. Refletindo sobre a


relação entre a natureza humana, valores capitalistas
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344
CRISE NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA NA
CIDADE DE SÃO PAULO NA ULTIMA DÉCADA:
QUESTÃO POLÍTICA X QUESTÃO AMBIENTAL
Sergio Roberto Lopes1, Leonice Domingos dos Santos
Cintra Lima,2
1
UNIVERSIDADE BRASIL/Mestrando em Ciências
Ambientais, Est. Projetada F1, S/N – Fazenda Santa. Rita,
Fernandópolis – SP
2
UNIVERSIDADE BRASIL/Professora Titular, Mestrado em
Ciências Ambientais, Est. Projetada F1, S/N – Fazenda Santa.
Rita, Fernandópolis – SP

sr_l@uol.com.br1, leonice.lima@universidadebrasil.edu.br 2

Resumo: A cidade de São Paulo tem como uma das suas


fontes de abastecimento a represa de Guarapiranga. As
condições climáticas somadas ao modelo de gestão dos
recursos hídricos e ao baixo comprometimento da população
com a questão ambiental certamente provocarão em médio e
longo prazo o aumento dos problemas de abastecimento de
água já vivenciado no município de forma recorrente. Neste
contexto, este artigo apresenta um ensaio teórico relacionado
à revisão de literatura realizada com o intuito de construção
da base teórica da pesquisa de mestrado em Ciências
Ambientais. Temos como contribuir para a ampliação do
debate da questão ambiental com a perspectiva de análise
das causas dessa recorrência da crise hídrica na cidade de São
Paulo, especificamente relacionada à Represa Guarapiranga.
Entendendo que as pesquisas científicas emergem como
elemento relevante na busca de alternativas eficazes para
a alteração de situações problema instaladas na vida dos
sujeitos, este trabalho se consolidará a partir de pesquisa
documental e histórica sobre a gestão hídrica em São Paulo,
nomeadamente envolvendo da Represa em questão.
Palavras-chave: Guarapiranga. Ocupação. Abastecimento.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

345
Introdução

O problema da finitude da água, em especial da água tratada,


é de absoluta relevância social. Não é possível se pensar na
sobrevivência humana sem a existência desse recurso, desta forma,
a manutenção, preservação e utilização desse recurso de forma
equilibrada é fundamental tanto ao bem-estar social e físico da
população, como à manutenção da vida no planeta. A cidade de São
Paulo é uma megalópole com população de aproximadamente 12
milhões de habitantes e, por consequência todos os seus problemas
têm a mesma dimensão
O município conta hoje com seis reservatórios dentre os quais a
represa Guarapiranga que foi planejada para a produção de energia.
(Sabesp)
O crescimento demográfico no entorno da represa e as
consequências daí advindas comprometem os reservatórios e,
somados com as mudanças climáticas podem promover o colapso
no abastecimento da população que dela depende. Assim, a represa
Guarapiranga, reconhecida internacionalmente como importante
fonte de fornecimento de água para a cidade de São Paulo
representa hoje, para a gestão municipal, um grande desafio; de
um lado o desenvolvimento e crescimento desordenado da cidade
que promove o aumento da demanda hídrica; de outro, a imperiosa
urgência em preservar as áreas dos reservatórios e seus entornos.
Não se pode mais continuar a esperar que desejosos altos índices
pluviométricos resolvam o problema dos reservatórios hídricos da
cidade de São Paulo, em especial sob a represa de Guarapiranga. O
conjunto normativo existente, não se mostrou capaz de evitar que as
invasões continuem a acontecer. A criação de áreas de preservação
também não atingiu seu papel.
Atos isolados não se mostraram capaz de erradicar o problema
que vem sendo apontado a anos e nada seja realizado para impedir
essa degradação.

346
Material e Métodos

A pesquisa será realizada através de método qualitativo, por


meio de pesquisa documental em fonte secundária. Serão fontes
de pesquisa jornais, revistas de grande circulação, documentos e
matérias de sites oficiais.

Resultados e Discussão

Guarapiranga é um reservatório emblemático no Brasil, pois


representa um cenário de desafios entre água de boa qualidade
e urbanização. O déficit habitacional é uma realidade e, portanto,
não pode ser desprezada. Entretanto, não menos importante é a
necessidade de fornecimento de água para a polução, o que exige a
preservação dos reservatórios existentes.

Conclusão

A revisão de literatura já realizada, que apresentamos neste


artigo, corrobora com a hipótese inicial que deu origem à pesquisa
de mestrado em Ciências Ambientais (em desenvolvimento) que
tem como objetivo investigar as condições ambientas atuais da
represa Guarapiranga com vistas a conhecer suas potencialidades e
limites em relação ao abastecimento hídrico da cidade de São Paulo
e oferecer alternativas à gestão pública municipal no âmbito do
envolvimento da população neste campo.

Referências

UENO, Laura M. de M. O saneamento na urbanização de São


Paulo. Dissertação (mestrado). Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo FAU-USP. São Paulo:
agosto de 1994.

347
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO TIETÊ – CBHAT.
Plano da Bacia do Alto Tietê. Relatório Final. São Paulo, 2002.

CUNHA, Álvaro. “Perturbação no tratamento das águas de


Santo Amaro”. In: Boletim da Repartição de Água e Esgotos,
n. 1, novembro de 1936.

_______. “Reforma e ampliação da Estação de Tratamento de


Água de Santo Amaro”. In: Revista DAE, n. 26, setembro de
1955.

HELOU, L.C.; SILVA, L.G. da. “Estudo da operação do


reservatório de Guarapiranga”. In: Revista DAE, n. 151, mar./
jun. de 1988.

INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL – ISA. Seminário Guarapiranga


2006: Proposição de Ações Prioritárias Para garantir Água de
boa Qualidade Para Abastecimento Público. São Paulo, 2006.
<www.socioambiental.org>.
Acesso em 10-04-2007.

MENDES, D.; CARVALHO, M. C. W. de. “A ocupação da Bacia


do Guarapiranga: perspectiva histórico-urbanística”. In:
FRANÇA, Elisabete (Coord.). Guarapiranga: recuperação
urbana e ambiental no município de São Paulo. São Paulo: M.
Carrilho Arquitetos, 2000

348
AGRAVOS À SAÚDE POR
ACIDENTES COM ESCORPIÃO

Alex Henrique de Mello Feitosa1

UNIVERSIDADE BRASIL/Mestrando em Ciências Ambientais,


Est. Projetada F1, S/N – Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis
– SP

enf.alexfeitosa@gmail.com1

Resumo: Este trabalho visa contribuir para o conhecimento


dos agravos à saúde resultantes dos acidentes com
escorpião, tendo em vista o aumento dos casos notificados,
que colocam esse evento como um importante problema
de saúde pública. O veneno do escorpião libera substâncias
que além dos sintomas como dor local, sudorese e vômitos,
podem agravar o quadro clínico para torpor e coma.

Palavras-chave: Agravos à saúde, Acidentes, Escorpião,


Saúde Pública.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

349
Introdução

Os acidentes com animais peçonhentos, em especial o escorpião,


vem exigindo, nos últimos anos, uma maior atenção da Saúde Pública,
pois adquiriram proporções alarmantes. Dados do Ministério da
Saúde (MS) relatam que 30% das notificações expressas pelos mais
de 100.000 acidentes por animais peçonhentos e quase 200 óbitos
registrados por ano no Brasil devem-se ao escorpionismo (BRASIL,
2001).
A picada de escorpião produz a estimulação de terminações
nervosas sensitivas e determina o aparecimento do quadro local,
de instalação imediata e caracterizada por dor intensa, edema
e eritema discretos, sudorese localizada em torno do ponto de
picada e pilo ereção. O agravamento dos acidentes provocados com
escorpiões depende da quantidade de veneno injetada, da espécie,
do local da picada e a sensibilidade da pessoa ao veneno. (BRASIL,
2009).
Para Pardal et al. (2003), os escorpiões de interesse médico
no Brasil são do gênero Tityus que representam 60% da fauna de
escorpiões neotropicais. Essa espécie pode causar acidentes graves,
pois seu veneno causa transtornos como dor intensa e inflamação
no local, que são os sintomas mais comuns da picada de escorpião.
Em casos mais graves, podem levar ao óbito.
Justifica-se a escolha do tema para este trabalho, cujo objetivo
foi apresentar possíveis agravos à saúde, devido a acidentes
escorpiônicos, à necessidade de o enfermeiro conhecer os
protocolos nos primeiros atendimentos a esses acidentes.

Material e Métodos

O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, uma


vez que foi desenvolvida a partir de material já existente, como
livros e nos bancos de dados eletrônicos através do sistema de
busca da Biblioteca Virtual em Saúde (BIREME) com palavras-

350
chave tais como: Animais peçonhentos, enfermagem, acidentes,
escorpionismo, assistência de enfermagem.
As etapas na realização da pesquisa foram: pesquisa bibliográfica
para a seleção de material, revisão de literatura e análise dos dados.

Resultados e Discussão

Os escorpiões são artrópodes quelicerados, possuem oito


patas articuladas, pertencem a classe dos aracnídeos e sua fauna
é composta por famílias denominadas Bothriuridae, Chactidae,
Liochelidae e Buthidae, sendo que 60% do total pertence à família
Buthidae, incluindo as espécies de interesse médico (BRASIL, 2009,
p.8).

Fonte da imagem: Adaptado de CARDOSO et al. 2009.

O envenenamento por escorpião, na maioria das vezes, apenas


causa os sintomas menos importantes como vermelhidão, inchaço,

351
dor no local da picada e uma ferida discreta. Como agravo, o
quadro pode evoluir em poucas horas, a sintomas como sudorese,
náuseas, arritmia cardíaca, tremores, havendo, até, risco de morte.
Sua gravidade está relacionada à proporção entre quantidade de
veneno injetado e massa corporal do indivíduo picado, além de sua
situação imunológica (BLUME, 2004).
O agravamento dessas alterações pode levar à insuficiência
cardiocirculatória, edema pulmonar agudo, choque e morte (CUPO
e HERING, 2002), o que revela a importância de se avaliar o quadro
clínico apresentado pelo indivíduo envenenado.
O Ministério da Saúde, em manual de 2001, classifica clinicamente
o acidente escorpiônico em: leve, quando há presença de dor e
parestesia locais; moderado, quando há náuseas, vômitos, sudorese
e sialorréia discretos, agitação, taquipnéia e taquicardia; e grave,
quando há, além das alterações citadas, uma ou mais das seguintes:
vômitos profusos e incoercíveis, sudorese profusa, sialorréia
intensa, prostração, convulsão, coma, bradicardia, insuficiência
cardíaca, edema pulmonar e/ou choque.
O enfermeiro deve proporcionar um ambiente terapêutico,
avaliar a intensidade e frequência da dor, manter o membro em
uma posição confortável, consequentemente haverá alívio da
dor e melhora da irrigação sanguínea. Além disso, deve oferecer
apoio e compreensão, discutir sobre as alternativas de melhor
posicionamento do membro, aplicar compressas frias, analgésicos
quando necessário e previamente aos curativos (NANDA, 2007).

Conclusão

Os resultados do presente estudo revelaram um aumento no


número de casos de escorpionismo notificados em todo o território
nacional, nos últimos anos. Devido ao aumento dessas ocorrências,
é importante uma assistência de enfermagem eficaz, evitando
assim, o agravamento do quadro.
Cabe também ao enfermeiro o papel de educador esclarecendo

352
a população sobre as características desse artrópode, formas
de prevenção ao seu aparecimento e quais devem ser as ações
imediatas em caso de picada.

Referências

BLUME, R. Território e ruralidade: a desmistificação do


fim do rural. Dissertação de mestrado. Porto Alegre: UFRGS.
2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância


Epidemiológica. Brasília, 2009.

_______. Ministério da Saúde. Manual de Diagnóstico e Tratamento


de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: 2001.

CUPO, P. A. M. M. M, HERING S.E. Acidentes por animais


peçonhentos: escorpiões e aranhas. Medicina 2003.

NANDA - North American Nursing Diagnosis Association.


Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e
classificação 2008- 2009. Porto Alegre: Artmed, 2007.

PARDAL, P.P.O. et al. Aspectos Epidemiológicos e clínicos do


escorpionismo na região de Santarém, Estado do Pará, Brasil. Rev.
Soc, Bras.Med. Trop. Uberaba, v 36, n. 3, jun 2003. ”

353
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DO CULTIVO
DE CANA DE AÇÚCAR NO MUNICÍPIO DE
MIRANDÓPOLIS/SP FRENTE ÀS POLÍTICAS
DE SEGURIDADE SOCIAL: CONTRIBUIÇÕES
PARA A GESTÃO MUNICIPAL

Amanda Martins Ferreira Gonçalves¹ Melchisedech Neto²,


Nésio Ferreira do Nascimento³, Leonice Domingos dos
Santos Cintra Lima4

Universidade Brasil/Discente Mestrado em Ciências


1, 2, 3

Ambientais, Brasil

4
Universidade Brasil/Professora Titular Doutora, Brasil

amandamfg@gmail.com¹, melchint@live.com², nesio_


torres@yahoo.com.br³ leonice.lima@universidadebrasil.
edu.br4

Resumo: Este artigo apresenta a importância de conhecer


e avaliar os impactos socioambientais resultantes da
implantação da usina de cana-de-açúcar na região que
compreende a cidade de Mirandópolis-SP, especificamente
enfocando os atendimentos de saúde e assistência social
no âmbito local. Além disso, favorece como método de
investigação a matriz marxista, que aponta para a valorização
da história do município e dos sujeitos que nele habitam. O
trabalho sustentará teoricamente em revisão de literatura
que promova a apropriação de conceitos que possam
conduzir a pesquisa de campo sobre a temática.

Palavras-chave: Desenvolvimento Local. Território. Gestão


Pública Municipal

Eixo temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

354
Introdução

Este estudo tem como perspectiva conhecer e analisar os


impactos socioambientais resultantes da cultura da cana-de-
açúcar na cidade de Mirandópolis - SP, especificamente em relação
as políticas sociais que compõem o tripé da seguridade social no
campo da saúde e assistência social propostas pela gestão municipal.
A partir de então, a expansão da cultura vem apresentando
crescimento desde a década de 80. Antes disso, o café, o algodão
e a pecuária bovina de corte ocuparam as terras agricultáveis da
região. Dados a seus efeitos multiplicadores sobre o emprego e a
renda, o setor interrompeu o processo de decréscimo da população;
observou-se no período de instalação das usinas um crescimento
populacional resultante da migração interna especialmente de
famílias e/ou trabalhadores da região Sudeste, Minas e Nordeste do
país. O crescimento demográfico estimulou atividades relacionadas
aos setores de alimentos, vestuário, serviços em geral e construção
civil, aquecendo o mercado imobiliário e impactando a vida dos
moradores “nativos” do município.
Dentro desse contexto a população do município de Mirandópolis
e populações oriundas de outros Estados e cidade vizinhas, ficaram
à margem de seus direitos como cidadãos. A Constituição de
1988, pioneira na sistematização da matéria, incluiu a Seguridade
Social no título VIII, Da Ordem Social, entre os artigos 194 a 204.
Os dispositivos legais, ali inseridos, estruturaram a Seguridade
Social, estabelecendo os objetivos, princípios, bem como a forma
de financiamento.

Material e Métodos

Trata-se de pesquisa desenvolvida a partir do desenvolvimento


de 03 caminhos que se articularão para a consolidação do estudo e
para fins didáticos podem ser apresentados conforme abaixo:

355
a) Pesquisa Bibliográfica que se desenvolverá através de
estudos realizados em obras e autores, cujos estudos e teses
possam fundamentar o processo de investigação de campo e
aproximação da realidade.
b) Pesquisa de Campo: publicada pela prefeitura em relação aos
serviços prestados nas áreas investigadas, especialmente
para levantamento de índices e dados quantitativos do
sistema SUS e SUAS que sejam de acesso público. Segundo Gil
(2012), a pesquisa de campo, permite um aprofundamento
de conhecimento sobre o tema abordado, sobre diferentes
concepções de diferentes sujeitos; aproxima o investigador
dos sujeitos que vivem a realidade estudada e o coloca frente
a frente com as questões cotidianas dos sujeitos.
c) Pesquisa Documental: validando a trajetória necessária ao
conhecimento da realidade investigada, serão feitas buscas
em documentos oficiais.

Resultados e Discussão

Pesquisa em andamento e como resultado, espera-se que


a mesma possa contribuir com a gestão pública na busca de
estratégias para a minimização dos impactos socioambientais
provocados pelo cultivo da cana-de-açúcar no município.
Diante disso questiona-se se a gestão dos municípios de pequeno
ou médio porte se dispõe de mecanismos que possibilitem atender
a população em seus direitos sociais, especialmente quando ocorre
o crescimento do contingente populacional por oferta de trabalho
resultante da implantação de indústria e/ou agroindústria,
conforme prevê a Constituição Federal. A sociedade capitalista
urbano-industrial e seu atual modelo de desenvolvimento
econômico e tecnológico têm causado crescentes impactos sobre o
ambiente, e a percepção desse fenômeno vem ocorrendo de formas
diferentes por ricos e por pobres.
O Estado por sua vez só preocupava-se com o desenvolvimento

356
econômico e avanço do capitalismo. Pobreza, exclusão social
e ausência de direitos trabalhistas e de cuidados com o meio
ambiente passaram a caracterizar-se como problemas sociais de
forte impacto. A migração foi um dos fatores severos nesse processo,
uma vez que a população deixou a zona rural e migrou para as
cidades em busca de melhor qualidade de vida, alterando todo o
tecido social brasileiro, sendo necessária a criação de legislações de
amparo; conforme aponta Mioto (2001), toda essa “desconjuntara”
afetou principalmente a classe mais baixa, e consequentemente a
família ficou desprovida dos mínimos necessários para prover seu
sustento. Tendo como perguntas de partida, a presente pesquisa
buscará respostas a estas questões através de aproximação e
aprofundamento investigativo junto à realidade concreta.
Em documento que analisa a educação ambiental, Reigota
(2003, p.38) refere que no Brasil ela é considerada por um grande
número de educadores como “uma educação política que visa
uma participação cidadã na busca de soluções para os problemas
ecológicos locais, regionais e mundiais”. Para melhor compreensão
dos resultados alcançados, estes serão apresentados em gráficos
seguidos de análise técnica e organizados em eixos de análise,
conforme já relatado.
Em última instância a análise dos dados revelará a compreensão
da realidade e serão seguida a elaboração de propostas de
intervenção/ação para a gestão municipal que poderão ser voltadas
para a população e/ou voltada para a re-significação dos serviços.

Conclusão

Conclui-se que é necessário implementar os direitos sociais


através de políticas públicas, e não mais através de assistencialismo.
Podemos destacar que a população local é fortemente impactada e
isso ultrapassa os limites de seu alcance como sujeito social e que
o discurso desenvolvimentista trazido pelo Estado para justificar
a implantação da obra forjada na “busca de superação do atraso”

357
na região e as promessas de industrialização com consequente
ampliação de espaços de trabalho, não minimiza ou exclui as
problemáticas sociais e ambientais advindas da iniciativa. No
Brasil ela é considerada por um grande número de educadores
como “uma educação política que visa uma participação cidadã na
busca de soluções para os problemas ecológicos locais, regionais e
mundiais”. Essa participação do cidadão é compreendida como a
ação autônoma de indivíduos e grupos, no plano nacional e mundial,
bem como contribuições para a gestão municipal.

Referências

ARAÚJO, Francisco Carlos da Silva. Seguridade social.  Jus


Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1272, 25 dez. 2006. 

BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre


a educação ambiental, institui a Política de Educação
Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 27 de abril de 1999.

BRASIL - Lei nº 8.742/1993 - Lei Orgânica da Assistência


Social – LOAS

CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Assistência


Social: Reflexões sobre a política e sua regulação.
Mimeo, Novembro , 2005.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São


Paulo: Gaia, 2003, pg. 111.

GIL, A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São


Paulo: Atlas, 2012.

358
IAMAMOTO, M.V. O Serviço Social na contemporaneidade:
trabalho e formação profissional. 7ª ed. São Paulo: Cortez,
2004.

359
O ENFERMEIRO FRENTE A QUESTÃO DOS
RESÍDUOS SÓLIDOS

Lucimar Milheviez Maciel1, Evandro Roberto Tagliaferro2

1
Universidade Brasil/Discente da Pós-graduação em
Ciências Ambientais, Fernandópolis - SP

2
Universidade Brasil/Docente da Pós-graduação em Ciências
Ambientais, Fernandópolis - SP

lmilheviez@yahoo.com.br1, evandro.tagliaferro@
universidadebrasil.edu.br2

Resumo: A problemática do descarte dos resíduos sólidos


de serviços de saúde (RSS) e a atitude do enfermeiro perante
a tal demanda é tema recorrente e de grande preocupação.
Apesar da existência de normas e legislações específicas,
se faz necessária uma maior informação junto aos
profissionais da saúde, em especial, os enfermeiros, quanto
aos processos que envolvem o gerenciamento adequado
desses resíduos, uma vez que estão diariamente expostos
aos riscos relacionados ao seu manejo, aqueles decorrente
de acidentes, entre outros, que podem causar impactos a sua
saúde.

Palavras-Chave: Resíduos sólidos. Atitude. Enfermeiro.


Acidentes.

Eixo Temático: Desenvolvimento Social, Meio Ambiente,


Políticas Públicas e Saúde

360
Introdução

Os resíduos sólidos gerados em unidades de saúde se tornaram


um problema para os gestores públicos e para a sociedade de forma
geral.
Os novos padrões de consumo e a consequente elevação na
produção de resíduos é fato incontestável e que traz grande
preocupação.
Os resíduos dos serviços de saúde é parte do problema e, muitas
vezes, são gerenciados inadequadamente e descartados sem o
devido tratamento, desrespeitando as leis e normas que regulam a
questão, bem como causando danos ambientais e a saúde.
Esse tipo de resíduo exige um tratamento especial, tanto que
são denominados de resíduos perigosos, uma vez que apresentam
características específicas de toxidade e patogenicidade, entre
outras definidas em normas técnicas.
O manejo inadequado desses resíduos traz perigos para a
população, para o meio ambiente e, principalmente, para os
profissionais da área da saúde que, diuturnamente, em suas
atividades, são expostos aos riscos decorrentes de acidentes, entre
outros, que podem causar sérios impactos a sua saúde e a saúde da
população.
Apesar da existência de normas e legislações específicas, se faz
necessária uma maior informação junto aos profissionais da saúde,
em especial, os enfermeiros, quanto aos processos que envolvem o
gerenciamento adequado desses resíduos.
Essas informações são essências a segurança desses profissionais
e contribuem para as mudanças necessárias ao cumprimento das
determinações legais.

Material e Métodos

Na construção deste trabalho foi utilizado o método dedutivo,


por meio de referências bibliográficas e da legislação vigente sobre

361
o tema. A pesquisa é qualitativa, pois, segundo Polit e Beck (2011,
p.289), a abordagem qualitativa “reflete o desejo de fazer a pesquisa
com base nas realidades e nos pontos de vista de quem está sendo
estudado”. O estudo teve início com a pesquisa bibliográfica sobre os
resíduos sólidos gerados pelo sistema de saúde e a responsabilidade
da enfermagem no gerenciamento adequado, bem como para a
proteção e manutenção de sua saúde e da sua equipe. A maioria
das informações utilizadas foi obtida por meio de artigos científicos
que constituem os estudos mais recentes sobre a problemática em
questão. As Resoluções RDC nº 306/04 e CONAMA nº 358/05 e a
Lei Federal nº 12.305/10, que regulamentam o gerenciamento dos
resíduos e oferecem as informações necessárias a elaboração dos
Planos de Gerenciamento dos Resíduos, foram primordiais.

Resultados e Discussão

Os RSS representam uma pequena parcela no montante de


resíduos produzidos por um município diariamente. No entanto,
seu descarte merece atenção especial, uma vez que traz riscos para
a saúde da população e para o meio ambiente, além dos riscos para a
saúde dos funcionários, especialmente das equipes de enfermagem
que lidam diretamente com esses resíduos.
Em 2004, a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
publicou a Resolução RDC nº 306/04 que estabeleceu um prazo de
180 dias para que todos os serviços em funcionamento se adequassem
aos seus requisitos, incluindo a obrigatoriedade do Programa de
Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde. A Resolução
CONAMA nº 358/05, estabeleceu como prazo o período de dois anos
para adequações (MOREIRA, 2012). Contudo, em 2008, o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentava dados da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico indicando que 50,8%
dos municípios brasileiros descartavam resíduos a céu aberto sem
qualquer preocupação ambiental ou sanitária. ABRELPE (2016) afirma
que a disposição inadequada de resíduos no Brasil atinge 41,6%.

362
A Lei nº 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) reitera a necessidade e, obrigatoriedade, da
elaboração dos Planos de Gerenciamento de Resíduos (PGRS),
bem como impõem a todos os geradores, públicos e privados,
tal obrigação. Contudo, a grande maioria dos municípios não
elaboraram seus PGRS. Segundo IBGE (2018) apenas 54% dos
municípios do país elaboraram seus Planos de Gestão Integrada de
Resíduos em 2017, mostrando a ausência de preocupação quanto
ao cumprimento dos regulamentos legais sobre a matéria, além de
permitirem a continuidade de descartes irregulares, entre eles, dos
resíduos dos serviços de saúde.
A falta de engajamento para com a busca de soluções para os
resíduos, mesmo amparados por normas e legislações específicas,
demonstra a gravidade da questão que, por óbvio, reflete junto as
unidades geradoras onde encontram-se os profissionais de saúde.
Bataglin, Souza e Camponogara (2012), no estudo
“Conhecimento da equipe de enfermagem sobre a segregação dos
resíduos sólidos em ambiente hospitalar”, apontam um despreparo
da equipe de enfermagem que trabalha em unidades hospitalares
por desconhecerem os tipos de resíduos, o plano e as etapas do seu
gerenciamento, o que é ratificado por outros autores que associam
à ausência de conhecimento a falta de capacitação permanente
desses profissionais.
Assim, tendo em vista os riscos associados, não se pode
aguardar o atendimento de instrumentos normativos e legais
em níveis superiores, ignorando ou retardando a necessária
tomada de providências nas unidades geradoras. Uma política de
gerenciamento dos resíduos é primordial para seu manejo adequado
e seguro. A área da saúde, seus profissionais e os gestores públicos
precisam assumir suas responsabilidades na busca de soluções
que, necessariamente, passam pela disseminação da informação,
proporcionando maiores conhecimentos aos atores envolvidos. O
desafio é reafirmar quais atitudes o profissional da enfermagem
deverá ter diante da questão. As equipes de enfermagem

363
necessitam de treinamento adequado para realizarem os corretos
procedimentos de manuseio dos resíduos, podendo, ainda, exigir
do Poder Público o cumprimento da legislação.

Conclusão

Os gestores públicos, por meio das instituições de saúde, devem


adotar programas de treinamento e capacitação sobre o tema
resíduos, para que as equipes de enfermagem, bem como os demais
profissionais da saúde, tenham conhecimento e se tornem mais
comprometidos para com os cuidados com sua saúde, com a saúde
da população e com o meio ambiente, por meio da gestão adequada
dos resíduos. Os conhecimentos adquiridos e o comprometimento
assumido trarão respaldo para exigir ainda que a legislação seja
cumprida, favorecendo a toda a comunidade.

Referências

BATAGLIN, M.S.; SOUZA, M.H.T.; CAMPONOGARA, S.


Conhecimento da equipe de enfermagem sobre a segregação
dos resíduos sólidos em ambiente hospitalar. Ensino, Saúde
e Ambiente, v.5, n.3, p.69-83, dez. 2012.

IBGE - Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Disponível


em: < http://www.brasil.gov.br/governo/2010/08/ibge-
divulga-pesquisa-nacional-de-saneamento-basico-1> Acesso
em agosto de 2018.

IBGE - Perfil dos Municípios Brasileiros. IBGE: 54% dos


municípios brasileiros não têm plano de descarte de resíduos.
Disponível em: <http://radioagencianacional.ebc.com.br/
geral/audio/2018-07/ibge-54-dos-municipios-brasileiros-
nao-tem-plano-de-descarte-de-residuos> Acesso em: 05 jul.
2018.

364
MOREIRA, A. M. M. Gerenciamento dos resíduos de serviço
de saúde: um desafio para as unidades básicas de saúde.
2012. 199 p. Tese (Mestrado) – Faculdade de Saúde Pública,
Universidade de São Paulo, São Paulo.

ABRELPE. Associação Brasileira de Empresas de Limpeza


Pública e Resíduos Especiais. Panorama de Resíduos
Sólidos no Brasil - 2016. São Paulo: ABRELPE, 2016

POLIT, D. F., BECK C. T. Fundamentos da pesquisa em


enfermagem: avaliação de evidências para a prática de
enfermagem. 7ª ed. Porto Alegre: ArtMed; 2011

365
FALHAS MECÂNICAS EM COLHEDORAS
DE CANA-DE-AÇÚCAR NO NOROESTE
PAULISTA SAFRA 2016/2017

Erick Henrique Romero1, Luiz Sergio Vanzela2

1
Vale do Paraná S/A Álcool e Açúcar/Manutenção agrícola,
Rod. SP 595 KM 84,8, Suzanápolis – SP.

2
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Professor Titular. Est. Projetada F1, S/N –
Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis – SP.

erickhenriqueromero@yahoo.com.br 1, lsvanzela@yahoo.
com.br 2

Resumo: O setor sucroalcooleiro cresce a cada ano, tanto em


área plantada como em eficiência de toneladas.hectare-1, com
esse intuito as usinas estão focadas em colher mais e melhor,
porém para isso é necessário ter um conjunto logístico em
sincronia. 100% da cana-de-açúcar processada na unidade
acompanhada são realizadas por colhedoras autopropelidas,
vindo a impactar diretamente na entrega da matéria-prima,
o trabalho mostra o acompanhamento das falhas mecânicas
que teve durante a safra e o quanto deixou de produzir
(cerca de 240 mil toneladas), esse estudo objetivou-se em
quantificar e caracterizar as principais falhas mecânicas
relacionadas a perda de eficiência de colhedoras durante a
safra 2016/2017 no Noroeste Paulista.

Palavras-chave: Análise de falhas, Mecanização agrícola,


Manutenção agrícola, Eficiência mecânica em colhedoras.

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia.

366
Introdução

O setor sucroalcooleiro tem crescido a cada ano, tanto em


área plantada como em eficiência de toneladas por hectare. Na
safra de 2015/16 o Brasil teve uma área plantada de 8,7 milhões
de hectares sendo o maior produtor mundial da cana-de-açúcar.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2016)
aponta uma estimativa de crescimento para a safra 2016/17 em
3,7% chegando a 8,97 milhões de hectares em áreas colhidas onde
o sudeste é responsável por mais de 62% da área brasileira.
Um componente importante na logística do setor
sucroenergético é a colheita mecânica. A tendência atual é que as
colhedoras de cana sejam responsáveis por 100% da colheita nas
unidades, impactando diretamente na entrega da matéria-prima.
Entretanto, algumas medidas devem ser adotadas a fim de reduzir
as falhas mecânicas que podem impactar significativamente a
produtividade das máquinas, sendo imprescindível a realização
das manutenções. Entende-se por manutenção o conjunto de
procedimentos realizados com o propósito de prolongar a vida útil
do equipamento, mantê-lo disponível para o trabalho, em perfeitas
condições de funcionamento e, consequentemente, reduzir o custo
operacional (SENAR, 2014).
Considerando, então, a importância do conhecimento das falhas
mecânicas das colhedoras na redução das perdas de cana, este
estudo quantificou e caracterizou as principais falhas mecânicas
relacionadas a perda de eficiência de colhedoras por falhas
mecânicas, durante a safra 2016/2017 no município de Suzanápolis,
Noroeste Paulista do Estado de São Paulo.

Material e Métodos

O trabalho foi conduzido na Empresa Vale do Paraná S/A,


durante a safra 2016/2017, localizada no município de Suzanápolis
SP, situados nas coordenadas geográficas 20º 23’07”S 51º 02’05”O.

367
O monitoramento iniciou-se em abril de 2016 e encerrou-se em
novembro de 2016, correspondendo, portanto, a safra 2016/2017.
As colhedoras avaliadas foram as John Deere 3520 ano 2010 e 2013
e que prestaram serviço à colheita de cana-de-açúcar para indústria,
o que representa 52,3% do total de colhedoras na unidade.
Os dados foram obtidos via comunicação de rádio entre o
mecânico e o posto de ordem de serviço (POS), onde se abria a ordem
de serviço (OS) no momento da parada, informando a máquina,
horário da parada, previsão de término do serviço, horímetro do
motor, matrícula do operador e a descrição do serviço. A ordem
de serviço segue um sequencial de número disponibilizados pelo
banco de dados do sistema.
Semanalmente os dados extraídos do sistema foram inseridos
em planilha Excel para análise das origens das falhas de forma
pormenorizada. Não foram consideradas nas análises: paradas
com menos que 10 minutos e paradas de trocas por desgaste,
abastecimento e lubrificação nem preventivas.
A análise dos resultados foi realizada de acordo com a
metodologia de análise de falhas nos sistemas e subsistemas
veiculares, onde foram determinadas a variável de falha na produção
das máquinas em horas e porcentagem para cada sistema veicular.
Também determinou-se a produção em toneladas de cana colhida,
que foi quantificada por pesagem dos caminhões na balança dentro
da unidade. Cada caminhão carregado, recebia etiqueta da fazenda,
talhão colhido, colhedora que efetuou a colheita, colaborador da
colhedora, o trator transbordo que carregou o caminhão juntamente
com a etiqueta do operador. A cana-de-açúcar foi transportada por
caminhões até a usina e pesada na balança onde coletava-se as
informações da frota do caminhão e do motorista que transportou.

Resultados e Discussão

No decorrer da safra todas as colhedoras de cana obtiveram


produção montante de 971 mil toneladas de cana colhidas em

368
um total de 30,25 mil horas de trabalho. As variáveis médias
relacionadas a eficiência foram: 157 dias de tempo efetivo de
operação, com rendimentos médios diários e horários de 412 t dia-1
e 32 t h-1 (Figura 1).

Produção total (1000 t) 971

Produção total (1000 h) 30

Tempo efetivo de operação 157

Rendimento médio diário (t) 412

Rendimento médio horário (t) 32

Figura 1. Resumo da produção das colhedoras de cana durante a safra


2016/2017.

Todas as falhas somadas, durante a safra 2016/2017, atingiram


uma quantidade total de 7707 horas e os modos que ocorreram
foram subdivididos em sistema veicular e subsistemas veiculares.
Este resultado equivale a uma produção total de colheita em
aproximadamente 247 mil toneladas de cana no decorrer da safra.
O sistema hidráulico, representando 3114 horas perdidas (40%
do total de falhas) (Figura 2), foi a principal fonte de perdas, onde
os subsistemas que corroboraram para esse resultado foram as
mangueiras, pistões, bombas, motores “charlin”, motor de roda,
anéis de vedações, blocos e outros.

Hidráulico 3114
Elevador 1124
Elétrico 632
Rodante 628
Picador 564
Corte de base 425
Outros 1219

Figura 2. Distribuição do tempo perdido em horas (a) por falhas nos


sistemas de colhedoras de cana autopropelidas.

O elevador foi o segundo sistema que mais apresentou falhas


com um índice de 15% do total (1124 horas perdidas), sendo os

369
subsistemas esteira, mesa do giro, estrutura, assoalho e outros. O
sistema elétrico contribuiu com 8% (632 horas perdidas), tendo
seu subsistema mais avariado o chicote, ar condicionado, válvula,
sensor, E.D.C, Painel, farol e outros.
O rodante teve contribuição de 8% de falhas (628 horas
perdidas), enquanto o picador contribuiu 7% (564 horas perdidas)
e corte de base com 6% do total das falhas (425 horas perdidas).

Conclusão

Estimou-se que o total de falhas nos sistemas e subsistemas das


colhedoras resultaram em uma perda operacional equivalente a
247 mil toneladas de cana colhida.
Os sistemas hidráulico e do elevador foram as principais fontes
de falhas, que juntos representaram 65% das falhas nas colhedoras
avaliadas.

Agradecimentos

A Empresa Vale do Paraná por apoiar meu projeto e autorizar a


divulgação dos dados referente trabalho realizado.

Referências

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento.


Acompanhamento da safra brasileira de cana-de-açúcar.
V.3 Safra 2016/17 – N.2. Brasília: CONAB, 2016. Disponível
em: <http://www.conab.gov.br/> Acesso em: 20 agosto
2016.

SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Cartilha:


Trabalhador na operação e manutenção de tratores agrícolas.
Brasília: SENAR, 2014. Disponível em: <http://www.senar.
org.br/> Acesso em 22 novembro 2016.

370
ENRAIZAMENTO DE ESTACAS
SEMILENHOSAS DE UVA UTILIZANDO
RIZOBACTÉRIAS E ÁCIDO INDOL BUTÍRICO

Luciano Ricardo de Oliveira1, Danila Fernanda Rodrigues


Frias2, Roberto Andreani Junior3, Dora Inés Kozusny-
Andreani4

1
Universidade Brasil/Graduando Engenharia Agronômica,
Est. Projetada F-1, s/n - Fazenda Santa Rita Fernandópolis/
SP

Universidade Brasil/Mestrado em Ciências Ambientais,


2,3,4

Estrada Projetada F1, Fernandópolis-SP

1
luciano.ricardo1.lr@gmail.com, 2danila.frias@
universidadebrasil.edu.br, 3robertoandreani@uol.com.br,
4
doraines@terra.com.br

Resumo: Objetivou-se no presente trabalho avaliar o


enraizamento de estacas semilenhosas de uva do porta-
enxerto IAC 572 “Jales” utilizando bactérias rizosféricas
e ácido indol butírico. Foram utilizadas estacas lenhosas,
retiradas de plantas matrizes livres de vírus. As mesmas
foram submetidas à estratificação em água, após este
procedimento, foram tratadas na parte basal durante 1
minuto em solução de AIB (2000 mg L-1) e inoculação com
rizobactérias UCCB6 e UCCBci1.1.6. Sessenta dias após o
plantio avaliou-se a porcentagem de estacas enraizadas e de
estacas mortas, número de folhas, massa fresca e seca das
raízes e das brotações. Verificou-se que a utilização de ácido
indol butírico e da rizobactéria UCCBci1.1.6, influenciaram
positivamente no enraizamento

Palavras-chave: Vitis, bactérias promotoras do crescimento


de plantas, fitorreguladores

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

371
Introdução

No Brasil, os vinhedos são formados, em sua maioria, mediante


o processo de enxertia por garfagem, realizada no campo, durante
o inverno. Os porta-enxertos, são obtidos por estaquia lenhosa
diretamente no local definitivo do vinhedo ou em recipientes, com
posterior plantio no campo (PIRES, BIASSI, 2003). A variabilidade
genética, condição fisiológica da planta matriz, tipo de estaca, idade
da planta, balanço hormonal e, fatores externos como a temperatura,
luz, umidade, substrato, condicionamento, podem influenciar no
enraizamento de estacas. (ROBERTO et al., 2006).
A fim de aumentar a porcentagem de enraizamento de estacas
dos porta-enxertos são empregados reguladores de crescimento
sintéticos do grupo das auxinas (MONTEGUTI et al., 2008).
Outras técnicas podem ser empregadas como a aplicação de
fertilizantes orgânicos e rizobactérias promotoras do crescimento
de plantas. As rizobactérias promotoras do crescimento vegetal
podem ser utilizadas para tratamento de sementes, explantes e
mudas micropropagadas, incorporadas ao substrato de plantio,
tratamento de estacas, entre outros. (KOZUSNY-ANDREANI,
ANDREANI JUNIOR, 2014, BORACIN et al., 2016). Objetivou-se
nesta pesquisa avaliar o enraizamento de estacas semilenhosas do
porta-enxerto IAC 572 “Jales” utilizando bactérias rizosféricas e
ácido indol butírico

Material e Métodos

Foram utilizadas estacas lenhosas de videira do porta-enxerto


IAC 572 “Jales”, retiradas de plantas matrizes livres de vírus, O
preparo das estacas consistiu em um corte reto na base logo abaixo
de um nó, com eliminação das folhas, e com aproximadamente 25
cm de comprimento, com diâmetro de 0,5 a 1,0 cm, contendo 5
gemas. As estacas foram submetidas à estratificação em água, que
consistiu em imergir as estacas em água durante 24 h, em ambiente

372
sombreado. Posteriormente, foram tratadas na parte basal
durante 1 minuto em solução de AIB (2000 mg L-1) e inoculação
com rizobactérias UCCBb6 e UCCBci11.6, isoladas de rizosfera de
Brachiaria decumbens e de Citrus limonia Osbeck (limão cravo).
O inoculante bacteriano foi preparado utilizando caldo
Triptecaseina Soja, as cepas foram cultivadas individualmente sob
agitação orbital e incubadas a 35oC por 72h.
Como substrato foi utilizada uma mistura de solo peneirado:casca
de arroz:casca de café (3:1:1), disposto em sacos plásticos perfurados
(18 x 30 cm). Os tratamentos constituíram-se de: 1- subastrato
(testemunha), 2- AIB 2000 mg L-1, 3- rizobactéria UCCBci11.6 (108
UFC), 4- rizobactéria UCCBb6 (108 UFC). O plantio foi realizado
deixando-se duas gemas abaixo da superfície do substrato e três
gemas acima da superfície. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e 10 repetições. A
irrigação foi realizada com água corrente, quando necessário. Após
60 dias da instalação do experimento foram avaliados os seguintes
parâmetros: porcentagem de estacas enraizadas, massa fresca e
seca das raízes (MONTEGUTI et al., 2008)
Os dados obtidos foram submetidos a analise da variância e a
comparação das médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Resultados e Discussão

A porcentagem de estacas enraizadas foi superior nas que


receberam tratamento com AIB e com a rizobactéria UCCBci1.1.6,
verificando-se 100% de enraizamento, enquanto que as.
estacas tratadas UCCBb6 apresentaram 75% de enraizamento
e a testemunha apresentou 50% (Figura 1). FARIA et al. (2007),
avaliaram o efeito de diferentes concentrações de AIB em estacas
semilenhosas do porta enxerto de videira `IAC 572-Jales’, e
verificaram que AIB nas concentrações de 1500 e 2000 mg L-1
induziram enraizamento em 96,8% das estacas.

373
Figura 1: Porcentagem de enraizamento de estacas semilenhosas de uva
do porta-enxerto IAC 572 “Jales” tratadas com bactérias rizosféricas e
ácido indol butírico.

A maior média para massa fresca e seca das raízes foi observada
nas estacas tratadas com 2000 mg L-1 (Figura 2).

Figura 2: Massa fresca e seca das raízes de estacas semilenhosas de uva


do porta-enxerto IAC 572 “Jales” tratadas com bactérias rizosféricas e
ácido indol butírico.

A inoculação das estacas com a rizobactéria UCCBci1.1.6


proporcionou enraizamento das estacas, evidenciando que a

374
rizobactéria influenciou positivamente na formação de maior
número de raízes, o qual refletiu em maior massa, porém não
diferindo estatisticamente do tratamento com AIB (Figura 2).
Provavelmente estes resultados foram obtidos em razão de algumas
rizobactérias serem capazes de produzir ácido indol acético (AIA),
fitohormônio que atua na formação de raízes laterais e pêlos
radiculares aumentando a absorção de nutrientes (SCHLINDWEIN
et al., 2008).

Conclusão

A utilização de ácido indol butírico na concentração de 2000mg


L-1 e a rizobactéria UCCBci 1.1.6, influenciaram positivamente no
enraizamento de estacas semilenhosas do porta-enxerto ‘ICA 572
Jales’

Referências

BORACIN, M.A. KOZUSNY-ANDREANI, D.I; ANDREANI JU-


NIOR, R. Efeito de bactérias rizosféricas e fertilizantes no
enraizamento de violeta africana. Revista da Universidade
Vale do Rio Verde, Três Corações, v. 14, n. 1, p. 366-375, jan./
jul. 2016.

FARIA, A.P. et al. Enraizamento de estacas semi-lenhosas


do porta-enxerto de videira `IAC 572-Jales’ tratadas com
diferentes concentrações de ácido indolbutírico. Semina:
Ciências Agrárias, Londrina. v.28, n.3, p. 393-398, 2007.

KOZUSNY-ANDREANI, D.I; ANDREANI JUNIOR, R. Colonização


rizosférica e promoção do crescimento por Rizóbios em
mudas de alface. Nucleus, Ituverava v.11, n.2, p. 443-452, out.
2014. DOI: 10.3738/1982.2278.1108.

375
MONTEGUTI, D. et al. Enraizamento de estacas lenhosas de
porta-enxertos de videira com uso de fertilizante orgânico.
Scientia Agrária, Curitiba, v.9, n.1, p.99-103, jan/mar. 2008.
DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rsa.v9i1

PIRES, E.J.P.; BIASI, L.A. Propagação da videira. In: POMMER,


C.V. (Ed). Uva: Tecnologia da produção, pós-colheita e
mercado. Porto Alegre, Ed. Cinco Continentes, 2003, p.295-
350.

SCHLINDWEIN, G. et al. Influência da inoculação de rizóbios


sobre a germinação e o vigor de plântulas de alface. Ciência
Rural, Santa Maria, v.38, n.3, p.658-664, mai/jun, 2008.

376
COMPARAÇÃO DO FÓSFORO NATURAL
REATIVO COM SUPER SIMPLES NO
CRESCIMENTO DE Brachiaria brizantha cv.
Marcelo Romero Ramos da Silva1, João Paulo Bombonato2

1
UNIVERSIDADE BRASIL, Departamento de Fitotecnia, Estr.
Proj. F-1 s/n° Fernandópolis, SP.

2
UNIVERSIDADE BRASIL, Departamento de Fitotecnia, Estr.
Proj. F-1 s/n° Fernandópolis, SP.

marcelo.romero@universidadebrasil.edu.br1, joao.
bombonato@hotmail.com2

Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar aspectos


de desenvolvimento de Brachiaria brizantha cv. Xaraés,
em diferentes níveis de adubação fosfatada utilizando o
fosfato natural como fonte e super simples. O delineamento
experimental utilizado foi o inteiramente casualizados em
esquema fatorial (5x2), utilizando duas fontes de fósforo
e cinco doses de cada fonte. De acordo com os resultados
obtidos, conclui-se que a dose de 400 g recipiente-1 de super
simples, possibilitou o aumento do comprimento radicular
favorecendo o crescimento da Braquiária. O aumento das
doses do fósforo natural reativo e o super simples reduziram
a massa verde e seca da raiz e folha da Brachiaria brizantha
cv. Xaraés.

Palavras-chave: Braquiária, adubação, manutenção de


pastagem.

Eixo Temático: Inovações em agroecologia

377
Introdução

No estabelecimento de uma boa pastagem, destacam-se as


forrageiras do gênero Brachiaria, pois apresentam grandes
vantagens em relação a outros gêneros, como boa adaptação a solos
ácidos, tolerância à baixa fertilidade dos solos e elevado rendimento
de matéria seca (ALMEIDA, 1998).
Um dos maiores problemas encontrados no estabelecimento
e manutenção de pastagens nos solos brasileiros está associado
à disponibilidade de fósforo (P) presente no solo, devido a sua
ausência ou até mesmo pela alta capacidade de adsorção em
conseqüência da acidez, além da presença de elevados teores de
óxido de ferro e alumínio, principalmente nos solos do cerrado
(LOBATO et al., 1994).
Na escolha do adubo fosfatado para o estabelecimento da pas-
tagem, os fosfatos naturais, em geral, apresentam menor eficiência
que os fosfatos solúveis em curto prazo, porém, em longo prazo, seu
efeito residual é geralmente maior.
Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os as-
pectos de desenvolvimento de Brachiaria brizantha cv. Xaraés, em
diferentes níveis de adubação fosfatada utilizando fósforo natural
reativo como fonte e super simples.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Fazenda de


Ensino e Pesquisa da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis,
SP. A semeadura da Brachiaria brizantha cv. Xaraés foi realizado em
recipiente de saquinhos de polietileno preto de 78,53 cm³ (10 x 20
cm), furados lateralmente, com capacidade para 500 mL de solo. O
solo utilizado como substrato foi de subsuperfície, sendo colocado
manualmente no saquinho até na sua superfície, com o intuito de
simular o ambiente natural. Não foi realizada adubação de correção

378
de solo, pelo motivo de avaliar o desenvolvimento da plântula em
relação aos tratamentos avaliados.
Antes do enchimento com solo nos recipientes, foi realizada a
mistura do mesmo com o super simples e o fósforo natural reativo.
Após o enchimento de cada recipiente com o solo misturado com
a dosagem de cada produto, foram semeadas quinze sementes por
recipiente.
Os tratos culturais realizados foram: irrigação, realizado no
período da manhã e tarde; retirada de plantas daninhas, feito
quando necessário e não houve necessidades no controle de pragas
e doenças.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente
casualizados em esquema fatorial (5x2). Os tratamentos utilizados
foram: duas fontes de fósforo e cinco doses de cada fonte (super
simples: 400 test., 200, 300, 500 e 600 g recipiente-1 e fósforo natural
reativo: 241 test., 120, 180, 300, 632 g recipiente-1), utilizando 5
saquinhos por repetição, totalizando 200 recipientes.
As variáveis analisadas aos 60 dias após a semeadura foram:
comprimento de raiz (cm); peso verde das folhas (g); peso úmido.
Como o fator avaliado é quantitativo, a análise estatística
consistiu em análise de variância seguida de análise de regressão,
sendo avaliados os modelos linear e quadrático ao nível de 5% de
probabilidade. Todas as análises foram realizadas com o auxílio do
software SISVAR (FERREIRA, 2008).

Resultados e Discussão

A melhor resposta do comprimento de raiz das plantas Brachiaria


brizantha cv. Xaraés em função das doses de super simples (SS) foi
quadrática (Figura 1), onde o maior valor (25 cm) foi esperado com
a dose de 400 g recipiente-1.

379
30

25

Comprimento de raiz (cm)


20

15 y = -0.0001x2 + 0.0744x + 10.133


R² = 0.8509
10

0
150 250 350 450 550 650
Doses de SS (g recipiente-1)

Figura 1- Análise de regressão para o desdobramento de doses de super


simples (SS) dentro do comprimento de raiz de braquiária.

O fósforo também se acumula na planta de forma crescente


e uniforme, apresentando maior importância na fase inicial do
desenvolvimento radicular, sendo importante adubar as plantas
jovens com fósforo prontamente disponível (OLIVEIRA et al.,
2004). Neste experimento, a utilização de doses maiores e menores
da recomendada (400 g recipiente-1 de super simples) estimulou a
redução do crescimento das raízes, com isso diminuindo a absorção
de água, nutrientes e desenvolvimento da parte aérea das plantas.
Em relação ao desdobramento de doses de fósforo natural reativo
(241, 120, 180, 300, 632 g recipiente-1) dentro da massa verde da folha
(Figura 2), com o aumento das doses, influenciou na redução de folhas
de braquiária, proporcionando uma regressão linear decrescente.

14

12
Massa verde folha (g)

10

6 y = -0.014x + 13.264
R² = 0.8186
4

0
100 150 200 250 300 350 400
Doses de FR (g recipiente-1)

Figura 2- Análise de regressão para o desdobramento de doses de fósforo


natural reativo (FR) dentro da massa verde de folhas de braquiária.

380
A produção de massa úmida é uma das variáveis a se avaliar na
busca de informação sobre determinada cultivar, além de ser uma
característica positiva das gramíneas. Foi observado que aplicação
de super simples para massa verde da raiz de braquiária (Figura
3), não apresentou características satisfatórias em relação a dose
recomendada (400 g recipiente-1).

9
8
7
Massa verde raiz (g)

6
5
4
y = -0.0046x + 8.1926
3 R² = 0.4449
2
1
0
150 250 350 450 550 650
Doses de SS (g recipiente-1)

Figura 3- Análise de regressão para o desdobramento de doses super


simples (SS) dentro da massa verde e seca de raiz de braquiária.

Segundo resultados obtidos por Saraiva et al. (2011), demonstram


efeito positivo do fósforo no aumento da matéria seca das raízes de
plantas, o que deve se refletir em maior capacidade de absorção de
nutrientes, devido ao maior desenvolvimento radicular, o que não
ocorreu no experimento.

Conclusão

De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que a dose


recomendada de 400 g recipiente-1 de super simples, possibilitou
o aumento do comprimento radicular favorecendo o crescimento
da Braquiária. O aumento das doses do fósforo natural reativo e o
super simples reduziram a massa verde e seca da raiz e folha da
Brachiaria brizantha cv. Xaraés.

381
Referências

ALMEIDA, J.C.R. Combinação de doses de fósforo e


magnésio na produção e nutrição de duas braquiárias.
1998, 81f. Dissertação de Mestrado – Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo,
Piracicaba,

FERREIRA, D.F. SISVAR: um programa para análise estatística


e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras. 6(1):
36-41, 2008.

LOBATO, E.; KORNELIUS, E.; SANZONOWICZ, C. Adubação


fosfatada em pastagens. In: PEIXOTO, A.M.; MOURA, J.C.;
FARIA, V.P. de (Eds.). Pastagens: fundamentos da exploração
racional. Piracicaba: FEALQ, p. 155-188, 1994.

OLIVEIRA, A.M.; SOUZA, L.F.S.; RAIJ, B.V.; MAGALHÃES,


A.F.J.; BERNARDI, A.C.C. Nutrição, Calagem e Adubação do
Mamoeiro Irrigado. Circular técnica, p.2- 5, 2004.

SARAIVA, K.R.; NASCIMENTO, R.S.; SALES, F. A.L.; ARAÚJO, H.


F.; VIEIRA, C.F.N.; LIMA, A.D. Produção de mudas de mamoeiro
sob doses de adubação fosfatada utilizando como fonte
superfosfato simples. Revista Brasileira de Agricultura
Irrigada.v.5, nº4, p. 376 - 383, 2011.

382
ESTUDO DE MÉTODOS CONSERVACIONISTAS
DO SOLO PARA SISTEMATIZAÇÃO DE ÁREA

Camila Fernandes Ferreira Aparecido1, Daycielle de


Matos², José da Silva Farias3, Eduardo Batista da Silva4,
Ana Lucrécia Gomes Freitas5

Faculdade Aldete Maria Alves/Geotecnia, Av. Domingos


1,2,3,4

Teixeira, 664 - Recanto dos Lagos - Recanto dos Lagos,


Iturama - MG, 32280-000

camilaff_gyn@hotmail.com1, dayciellematos.eng@gmail.
com², joseeng@gmail.com3, eduengercivil2015@gmail.
com4, lucrecia.eng@hotmail.com5

Resumo: Atualmente a consciência conservacionista tem


tido um significativo aumento, é de extrema importância
termos a visão que a falta de métodos conservacionistas área
além do solo os recursos hídricos e consequentemente os
centros urbanos. Dos recursos naturais o solo e de relevante
importância, pois a partir dele que se garante os nossos
alimentos direta e indiretamente além de receber as aguas
proveniente das chuvas e através de infiltração dessa no
solo abastecendo as nascentes e mananciais, o mesmo ainda
sustenta a biodiversidade das florestas, campos e cerrados.

Palavras-chave: recursos naturais, sustentabilidade,


degradação.

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

383
Introdução

O principal motivo de degradação consiste na erosão hídrica,


que provoca o desprendimento e arraste de partículas do solo,
ocasionados pela água da chuva ou irrigação (ZOTA et.al., 2012).
Segundo Guerra, Silva e Botelho (2015, p. 229), “a adoção de
medidas efetivas de controle preventivo e corretivo da erosão
depende do entendimento correto dos processos relacionados com
a dinâmica de funcionamento hídrico sobre o terreno.
As práticas de conservação do solo evitam que haja um impacto
das gotas d’água da chuva e o seu escoamento pela superfície do
terreno, ao evitar as enxurradas possibilita a infiltração dessa
água no solo sem que as remoções de partículas superiores
ocorram, enriquecendo o mesmo e abastecendo os reservatórios
subterrâneos e não sobrecarregando os córregos e rios.
Segundo Guerra, Silva e Botelho (2015, p. 228), “As práticas de
conservação do solo devem ser aplicadas após o conhecimento
integrado das potencialidades e limitações dos recursos do solo e
água em nível de bacias hidrográficas e/ou microbacias. A escolha
das técnicas deve, necessariamente, adaptar-se às características
físicas e químicas do solo, à declividade”.
A influência da topografia do terreno na intensidade
erosiva verifica-se principalmente pela declividade do terreno,
influenciando diretamente na velocidade de escorrimento das
enxurradas. (GUERRA; SILVA; BOTELHO, 2015)

Material e métodos

Nesse estudo utilizou-se pesquisa bibliográfica analisando obras


de diversos autores sobre os métodos conservacionistas do solo
para sistematização de áreas, tendo como objetivo o levantamento
dos mesmos e a verificação os danos erosivos no solo e formas para
obter uma menor degradação e perdas ambientais.

384
Resultado e Discussão

São diversas as técnicas de conservação do solo adotadas para


a conservação do solo, sendo as mais utilizadas na agricultura
atualmente classificas em vegetativas e mecânicas. As técnicas de
caráter vegetativo são de mais fácil aplicação e menos dispendiosas
mantendo os terrenos em condições próximas ao seu estado
natural. Recomenda-se a adoção das técnicas em terrenos muito
propício à erosão, já as de caráter mecânico, movimentam o solo
criando estruturas artificiais formando barreiras que impedem que
a água ganhe velocidade sobre a superfície do terreno (GUERRA;
SILVA; BOTELHO, 2015).
Segundo Brito e Almeida (2010), práticas vegetativas são
compostas pelas seguintes medidas, Alternância de capinas;
Cobertura morta, conforme vemos na figura 1 abaixo; Rotação
de culturas; Formação e manejo de pastagens; Quebra-ventos;
Florestamento e reflorestamento; Cordão de vegetação permanente;
Recomposição de matas ciliares; Cultura em faixas; Consórcio de
culturas.

Figura 1 – Lavoura sob cobertura morta. Fonte: EMATER, 2014.

As práticas de caráter mecânico (figura 2) criam estruturas


artificiais e dessa forma reduz a velocidade de escoamento da água
sobre a superfície do solo. São agentes que dificulta o escoamento
superficial, de um modo que a água não ganhe energia ocasionando
grandes percas de solo.

385
Figura 2 – Terraço embutido. Fonte: CLEALCO Açúcar e Álcool S. A.
disponível em: www.clealco.com.br, 2007.

De acordo com Brandão (2015, p 14) “terraço é um conjunto


formado pela combinação de um canal (valeta) e de um camalhão
(monte de terra ou dique). Os terraços são construídos a intervalos
dimensionados, no sentido transversal ao declive, ou seja,
construídos em nível ou com pequeno gradiente”.
Conforme verificamos na figura 3, os terraços são uma forma
de pratica conservacionista de caráter mecânico e podem ser
classificados quanto à forma do perfil do terreno, à largura da
base ou faixa de terra movimentada, à função que exercem, ao
alinhamento e ao processo de construção.

Figura 3 – Partes Componentes de um Terraço. Fonte: Bertolini et al., 1990.

Conclusão

Conclui-se que os métodos conservacionistas são indispensáveis


para uma integração entre a sociedade atual e o meio ambiente. E
de grande importância termos em mente que precisamos cuidar
dos recursos naturais que temos, para que o mesmo não senha

386
danificado com o tempo, devemos conhecer bem o solo e o meio em
que vivemos para sermos capazes de obter um retorno econômico
máximo, sem que tenhamos um desequilíbrio, assegurando uma
proteção ambiental continua e ainda melhorando as características
desse solo para sua futura utilização.
Com o crescimento populacional desordenado houve um
aumento na produção de alimentos, uma maior necessidade de
construção de estradas e rodovias e a construção de moradias, o que
ocasionou uma perda ambiental com assoreamentos de córregos
e rios, destruição de vegetação nativa, desmatamento das matas
ciliares e APP’s, impermeabilização dos solos com construções sem
o devido planejamento, dessa forma contribuindo com as enchentes
e desmoronamentos de encostas.
A natureza tem o poder de recuperar-se da interferência do
homem, porem essa recuperação e lenta, e de extrema importância
termos à consciência que a interação entre a população e o ambiente
deve ser feito de maneira sustentável, com planejamento.

Referências

BERTONI, J., LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. São


Paulo: Ed. Icone, 1990.

BRANDÃO, Leandro Mainardes. Estudo de locação de


terraço em nível usando equipamentos topográficos
e elaboração de mapas na cultura de Cana-de-Açúcar,
Fernandópolis, SP, 2015.

BRITO, Laila; ALMEIDA, Angela Billar de. Manejo ecológico


do solo e práticas conservacionistas, Botucatu, SP, 2010.
ptr321/material2/registro.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017

387
GUERRA, Antônio José Teixeira; SILVA, Antônio Soares
da; BOTELHO, Rosangela Garrido Machado. Erosão e
conservação dos solos: conceitos, temas e aplicações 10. ed.
Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2015.

ZOTA, João Henrique et al. Práticas de conservação de solo


e água. Circular técnica 133. Campina Grande, PB: Set, 2012.

388
RESISTÊNCIA GENÉTICA E MOMENTOS DE
APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NO CONTROLE DA
FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA
Gabriela Guimarães Papa1, Gustavo de Faria Theodoro2,
Maurício Bavaresco3, Kenedy Salomão Silva4

1
Engª Agrônoma, Mestranda, UNESP/Ilha Solteira –
Departamento de Agronomia, Passeio Monções,160, Ilha
Solteira, SP

2
Engº Agrônomo, Professor Doutor, UFMS/Campo Grande –
FAMEZ, Av. Senador Felinto Muller, 2443, Campo Grande, MS

3,4
Engº Agrônomo, UFMS/Chapadão do Sul - Faculdade de
Agronomia, Rodovia MS-306 - Zona Rural, Chapadão do Sul
- MS

gabygpapa@gmail.com1, theodoro.gf@gmail.com2,
mauriciobavaresco@hotmail.com3, kennedy.riosul@gmail.
com4

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar


a resistência genética e a aplicação de fungicidas, em
diferentes estádios fenológicos na severidade da doença e
produtividade de grãos. O delineamento experimental foi
de DBC em esquema fatorial 2 x 5 com quatro repetições.
Sendo os fatores os cultivares (TMG 1288RR e TMG 7188RR)
e momentos de aplicações (Ausência de aplicação; V7 e
R1; R1 e R4; R4 e R5.1; e R5.1). Avaliou-se: severidade,
número de urédias por lesão, quantidade de urédias
abertas, porcentagem de esporulação, lesões com urédias.
Apenas porcentagem de lesões com urédias obteve-se a
interação significativa entre os fatores. Sendo que as médias
das variáveis de severidade comprovaram a resistência à
ferrugem asiática do cultivar TMG-7188RR.

Palavras-chave: Soja, Phakopsora pachyrhizi, Doença

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

389
Introdução

Dentre os fatores que mais dificultam o sucesso da produção


de soja, as doenças aparecem em destaque (JULIATTI; POLIZEL;
JULIATTI, 2004).
A ferrugem asiática da soja causada pelo fungo Phakopsora
pachyrhizi Sidow, é uma das doenças mais severas que infecta a
cultura da soja, provocando danos que podem variar entre 10% a
90% (GODOY et al, 2009).
Por meio de estudos de seleção e linhagens resistentes para a
ferrugem asiática da soja, foram identificadas linhagens resistentes
denominadas “Inox” (FUNDAÇÃO MT, 2008).
Contudo, o melhor controle ainda consiste em práticas de
manejo empregadas conjuntamente. O emprego de cultivares com
genes resistentes quando disponíveis mais o uso de fungicidas na
lavoura é até o momento o principal método recomendado (SILVA,
2007). Desta maneira, o presente trabalho teve como objetivo
avaliar a resistência genética e fungicida, em diferentes momentos
de aplicação, no controle da ferrugem asiática da soja.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na área experimental da


Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no Campus de
Chapadão do Sul, MS. O delineamento experimental foi adotado
ao acaso em esquema fatorial 2 x 5 com quatro repetições. Os
fatores foram: cultivares e momentos de aplicação de fungicidas. Os
cultivares foram TMG 1288RR e TMG7188RR, e cinco momentos de
aplicação de fungicida: testemunha, V7 e R1, R1 e R4, R4 e R5.1, e
R5.1.
O fungicida utilizado para todos os tratamentos foi o mesmo,
diferenciando apenas a época de aplicação para cada tratamento. Os
princípios ativos pertencentes ao fungicida eram o piraclostrobina,
pertencente ao grupo das estrubilurinas e epoxiconazol, pertencente

390
do grupo dos triazóis, nas concentrações de 133 g i.a.L-1 e 50 g
i.a.L-1, respectivamente. A dosagem utilizada foi à recomendada
pelo fabricante de 0,5 L.ha-1.
Nas avaliações feitas à campo observou-se 20 folíolos das linhas
centrais de cada parcela, avaliando-os a partir do terço inferior,
médio e superior, e quantificando a severidade em porcentagem.
Para as avaliações realizadas em laboratório, também foram
empregados 20 folíolos, coletados das linhas centrais de cada
parcela ao acaso, avaliando posteriormente as lesões com urédias,
número de urédias por lesão, urédias abertas, esporulação e tipo de
lesão através do microscópio.
Os dados de severidade, lesão com urédias, número de urédias
por lesão, urédias abertas e esporulação foram submetidos à análise
de variância, e as diferenças entre as médias, quando significativas,
foram desdobradas e comparadas pelo teste de Scott e Knott (1974)
à 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Segundo a Tabela 1, houve diferença significativa entre as


médias dos tratamentos para as variáveis de severidade e números
de urédias por lesão. Já para as demais variáveis testadas as médias
dos tratamentos não tiveram significância. Na análise de variância,
a interação entre os fatores não foram significativas.

Tabela 1 - Análise estatística dos tratamentos em relação à severidade e o


número de urédias por lesão.
Severidade Número de urédias por lesão
Tratamentos
TMG 1288 RR 1
TMG 7188 RR 1
TMG 1288 RR1 TMG 7188 RR1
1 – Testemunha 40,13 a 7,23 a 14,78 a 3,41 a
2 – V7 e R1 26,09 a 4,06 b 7,19 b 2,58 a
3 – R1 e R4 10,72 b 1,71 b 5,97 b 1,56 b
4 – R4 e R5.1 24,53 a 3,05 b 11,43 a 2,08 b
5 – R5.1 32,18 a 5,67 a 16,42 a 2,86 a
CV (%) 14,19 18,35 14,61 10,47

391
Fator1 (F1) 121,9901** 81,0668**
Fator2 (F2) 7,2022** 4,1206**
Int. (F1xF2) 1,2465ns
1,7080ns

1
Médias seguidas pela mesma letra em cada coluna não diferem entre si, ao
nível de 5% de probabilidade, *Significativo ao nível de 5% de probabilidade, **
Significativo ao nível de 1% de probabilidade, nsnão significativo, pelo teste de
Scott e Knott (1974).

Quando analisadas as médias dos tratamentos de severidade


dos cultivares, nota-se que o cultivar TMG 7188RR obteve médias
nitidamente menores em relação ao cultivar TMG 1288RR.
O número de urédias por lesão nos tratamentos do cultivar
TMG 7188RR mostraram-se menores em relação aos tratamentos
no cultivar TMG 1288RR, sendo que sua testemunha obteve média
menor que todos os tratamentos da TMG 1288RR.
Com relação à porcentagem de lesão com urédias observa-se que
houve interação em função dos cultivares, aplicação de fungicida e
na interação dos fatores cultivares x aplicação de fungicida (Tabelas
2 e 3).

Tabela 2 - Análise de variância para porcentagem de lesões com urédias


em função de cultivares e aplicação de fungicida.

FV GL SQ QM F
Fator1(F1) 1
1 2890,00000 2890,00000 60,6505**
Fator2(F2)2 4 667,02169 166,75542 3,4996*
Int. (F1xF2) 4 660,61390 165,15347 3,4660*

*Significativo a 5% de probabilidade; **Significativo a 1% de probabilidade.


1
Fator (F1) = Cultivares;
2
Fator (F2) = Momentos de aplicação de fungicida.

O cultivar TMG 7188RR mostrou em todos os tratamentos


porcentagens acima de 70% em relação às lesões com urédias. O
tratamento com duas aplicações (R1 e R4) obteve a menor média
dentre todos os tratamentos, não diferindo apenas do tratamento
com duas aplicações (R4 e R5.1). O cultivar TMG 1288RR obteve

392
em seus tratamentos médias aproximando-se aos 100% de lesões
com urédias, não mostrando diferenças significativas entre os
tratamentos.
Em relação ao momento de aplicação os tratamentos com duas
aplicações (R1 e R4) e com duas aplicações (R4 e R5.1) foram os
únicos que diferiram entre os cultivares. O tratamento com duas
aplicações (R1 e R4) obteve em ambos cultivares a menor média de
porcentagem de lesões com urédias, tendo o TMG 7188RR a menor
porcentagem dos dois. Já os demais tratamentos não tiveram
diferenças significativas, incluindo as testemunhas.

Tabela 3 - Desdobramento da interação entre cultivares x aplicação de


fungicida para a porcentagem de lesões com urédias.
Tratamentos*
Cultivares
Test. V7 e R1 R1 e R4 R4 e R5.1 R5.1
TMG 1288 99,58 aA 100,00 aA 99,58 aA 100,00 aA 100,00 aA
RR
TMG 7188 93,74 aA 87,92 bA 70,00 bB 78,33 bB 84,17 bA
RR
CV (%) 7,56

*Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúsculas nas linhas
não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 1% de probabilidade.

Conclusão

Duas aplicações de fungicida, uma no estádio R1 e outra em R4


proporcionou menor severidade da ferrugem asiática em ambos
cultivares de soja.

Referências

FUNDAÇÃO MT. Boletim de Pesquisa de Soja, n.12,


Rondonópolis, 2008.

393
GODOY, C. V.; FLAUSINO, A. M.; SANTOS, L. C. M.; DEL PONTE,
E. M. Eficiência do controle da ferrugem asiática da soja em
função do momento de aplicação sob condições de epidemia
em Londrina, PR. Tropical Plant Pathology, Londrina, v.34,
n.1, p.56-61, 2009.

JULIATTI, F. C.; POLIZEL, A. C.; JULIATTI, F. C. Manejo


Integrado de Doenças na Cultura da Soja. Uberlândia:
Composer, 327p., 2004.

SILVA, V. A. S. Resistência parcial e fungicidas no controle


da ferrugem asiática da soja. 2007. 66 f. Dissertação
(Mestrado em Agronomia) – Instituto de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2007.

394
EFEITO DA APLICAÇÃO DE FUNGICIDA
SOBRE CARACTERES AGRONÔMICOS
DA CULTURA DA SOJA

Gabriela Guimarães Papa1, Gustavo de Faria Theodoro2,


Evandro Pereira Prado3

1
Engª Agrônoma, Mestranda, UNESP/Ilha Solteira –
Departamento de Agronomia, Passeio Monções,160, Ilha
Solteira, SP

2
Engº Agrônomo, Professor Doutor, UFMS/Campo Grande –
FAMEZ, Av. Senador Felinto Muller, 2443, Campo Grande, MS

3
Engº Agrônomo, Professor Doutor, UNESP/Dracena –
Departamento de Agronomia, Rod. Cmte João Ribeiro de
Barros, km 651, Dracena, SP

gabygpapa@gmail.com1, theodoro.gf@gmail.com2,
epprado@unesp.br3

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar


o efeito da aplicação de fungicidas, em diferentes estádios
fenológicos nos caracteres agronômicos em duas cultivares
de soja. O delineamento experimental foi de DBC em esquema
fatorial 2x5 com quatro repetições. Sendo os fatores os
cultivares (TMG 1288RR e TMG 7188RR) e momentos de
aplicações (Ausência de aplicação; V7 e R1; R1 e R4; R4 e
R5.1; e R5.1). Avaliou-se: produção, massa de cem grãos,
altura de planta, altura de 1ª vagem e número de vagens.
Apenas, produção, massa de cem grãos, altura da 1ª vagem
e número de vagens houve diferença significativa entre as
médias.

Palavras-chave: Soja, Caracteres agronômicos, Fungicida

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

395
Introdução

A cultura da soja (Glycine max L. Merril) é de grande importância


econômica para o Brasil, essa oleaginosa ocupa os primeiros
lugares nas exportações brasileiras. É cultivada em diversas regiões
do Brasil, com ênfase na região Centro-Oeste, Sul e Sudeste, e
atualmente nas regiões Norte e Nordeste em virtude das melhorias
genéticas e de cultivo (NEVES, 2011).
As doenças estão entre os principais fatores que limitam a
obtenção de altos rendimentos na cultura da soja (Glycine max
(L.) Merrill). Aproximadamente 40 doenças causadas por fungos,
bactérias, nematóides e vírus já foram identificados no Brasil. Esse
número continua aumentando devido a expansão da soja para
novas áreas e como conseqüência do monocultivo. A importância
econômica de cada doença varia de ano para ano e de região
para região, dependendo das condições climáticas de cada safra.
Algumas doenças podem ocasionar perdas de até 100%, o que é o
caso da ferrugem asiática da soja causada pelo fungo Phakopsora
pachyrhizi (EMBRAPA, 2010).
Desta maneira, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o
efeito da aplicação de fungicidas, em diferentes estádios fenológicos
nos caracteres agronômicos em duas cultivares de soja.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na área experimental da


Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no Campus de
Chapadão do Sul, MS. O delineamento experimental foi adotado
ao acaso em esquema fatorial 2 x 5 com quatro repetições. Os
fatores foram: cultivares e momentos de aplicação de fungicidas. Os
cultivares foram TMG 1288RR e TMG7188RR, e cinco momentos de
aplicação de fungicida: testemunha, V7 e R1, R1 e R4, R4 e R5.1, e
R5.1.
O fungicida utilizado para todos os tratamentos foi o mesmo,

396
diferenciando apenas a época de aplicação para cada tratamento. Os
princípios ativos pertencentes ao fungicida eram o piraclostrobina,
pertencente ao grupo das estrubilurinas e epoxiconazol, pertencente
do grupo dos triazóis, nas concentrações de 133 g i.a.L-1 e 50 g
i.a.L-1, respectivamente. A dosagem utilizada foi à recomendada
pelo fabricante de 0,5 L.ha-1.
A produtividade foi obtida através da colheita das plantas nas
linhas centrais da parcela e, posteriormente estimada em kg.ha-1.
Entre as características agronômicas avaliadas, encontram-se
produção, massa de cem grãos, altura de planta, altura de primeira
vagem, número de vagens.
Os dados das variáveis de produtividade, seus dados foram
submetidos ao teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados e Discussão

Como mostra a Tabela 1, houve diferença significativa entre as


médias dos tratamentos para produção, massa de cem grãos, altura
da primeira vagem e número de vagens. Já para a variável altura
de planta as médias dos tratamentos não tiveram significância.
Na análise de variância, a interação entre os fatores não foram
significativas.

Tabela 1 - Médias de produção de grãos (PG), massa de 100 grãos (M100),


altura da planta (AP), altura da primeira vagem (A1V) e número de vagens
(NV) em função de duas cultivares TMG 1288RR e TMG 7188 RR.

Var. PG M100 (g)1 AP (m)1 A1V (m)1 NV1


(kg.ha-1)1
TMG 739,2b 9,88b 0,82b 0,19b 17,95b
1288
TMG 2393,0a 13,72a 0,84b 0,26a 27,89a
7188
Fator 1 ** ** ns * *
Fator 2 ** * ns ns ns
Interação ns ns ns ns ns

397
1
Médias seguidas pela mesma letra em cada coluna não diferem entre si, ao
nível de 5% de probabilidade, *Significativo ao nível de 5% de probabilidade, **
Significativo ao nível de 1% de probabilidade, nsnão significativo, pelo teste de
Scott e Knott (1974).

Houve diferenças significativas entre as médias de produtividade


dos cultivares. O cultivar TMG 7188RR obteve a maior média,
chegando a produzir 2393,04 kg.ha-1, o que comprova os bons
resultados dos experimentos feito por Unfried et al. (2010) onde
o TMG 7188RR obteve uma média de 74,75 sacas.ha-1.Já o cultivar
TMG 1288RR teve uma produção baixa de 739,25 kg.ha-1.
Para análise da massa de 100 grãos, altura média de inserção
de primeira vagem, altura média de inserção de primeira vagem e
quantidade de vagens por planta a média do cultivar TMG 7188RR
foi maior em relação à média dos tratamentos do cultivar TMG
1288RR, diferindo entre si.
Já para a variável altura de planta, não foram observadas
diferenças significativas entre os cultivares, sendo o TMG 7188RR
com 0,84 m e para o TMG 1288RR 0,82 m.
Analisando as variáveis de números de grãos dentro da vagem,
em todas o cultivar TMG 7188RR foi superior em suas médias em
relação ao cultivar TMG 1288RR, diferindo estatisticamente entre
os cultivares. Igualmente para a variável de número de grãos por
planta que obteve médias superiores no cultivar TMG 7188RR.
Quando analisamos os momentos de aplicação a Tabela 3
mostra que houveram diferenças significativas entre os momentos
de aplicação de fungicidas nas variáveis produção de grãos, massa
de 100 grãos e altura média de inserção de primeira vagem. Para as
demais variáveis não obtiveram significância.
Na variável produção de grãos o tratamento com aplicações em
R4 e R5 obteve a maior média com 1.959,30 kg.ha-1, não diferindo
estatisticamente do tratamento com aplicações em R1 e R4. Para as
médias de massa de 100 grãos o tratamento com aplicações em R1
e R4 alcançou a maior média com 12,58 g, porém diferiu apenas do
tratamento com aplicações em V7 e R1.

398
Na altura de planta apenas no tratamento com aplicações em R4
e R5 atingiu a menor média com 0,78 m diferindo assim dos demais
tratamentos.
As demais variáveis não houveram diferenças significativas em
relação aos momentos de aplicações de fungicidas.

Tabela 3 - Médias de produção de grãos (PG), massa de 100 grãos (M100),


altura da planta (AP), altura da primeira vagem (A1V) e número de vagens
(NV) em função a momentos de aplicação.

Manejos PG (kg. M100(g)1 AP (m)1 A1V (m)1 NV1


ha-1)1
Test. 1389.54 b 11.62 ab 0.84a 0.23 a 24.30a

Aplicação 1445.82 b 11.58 ab 0.87a 0.24a 22.48a


R1
Aplicação 1494.09 b 11.18 b 0.85a 0.23a 23.25a
V7+ R1
Aplicação 1541.47 ab 12.58 a 0.84a 0.22a 21.35a
R1 + R4
Aplicação 1959.83 a 12.08 ab 0.78b 0.24a 23.23a
R4 + R5

1
Médias seguidas pela mesma letra em cada coluna não diferem entre si, ao nível
de 5% de probabilidade.

Conclusão

O cultivar TMG 7188RR, apresentou as maiores médias nas


características agronômicas relacionadas a produção, manifestando
um nível de resistência à ferrugem asiática da soja.
O tratamento com aplicações em R4 e R5 obteve a maior
produtividade em grãos de 1.959,30 kg.ha-1.

399
Referências

EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Tecnologias


de produção de soja - região central do Brasil, 2011. Londrina:
Embrapa Soja: Embrapa Cerrados: Embrapa Agropecuária
Oeste, 2010, 255p.

NEVES; J. A. Desempenho agronômico de genótipos de soja


sob condições de baixa latitude em Teresina-PI. 2011. 94 f.
Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Universidade
Federal do Piauí, Teresina, 2011

FUNDAÇÃO MT. Boletim de Pesquisa de Soja, n.12,


Rondonópolis, 2008.

UNFRIED, J. R.; KIIHL, R. A. S.; CALVO, E. S.; TAKEDA, C.;


NOUCH, A.; OTUBO, S.; SIQUERI, F. Genética e melhoramento
para a resistência à ferrugem asiática da soja. In: Ata da XXXI
Reunião de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil,
2010, Londrina. Documentos 324...Londrina, PR: Embrapa
Soja, 2010. p. 130-140.

400
PRODUTIVIDADE DE BIOMASSA DE CANA DE
AÇÚCAR NO QUARTO CORTE IRRIGADA POR
ASPERSÃO NO NOROESTE PAULISTA
Matheus Mello Silva1, Luiz Sergio Vanzela2, Lucas
Aparecido Pereira Ignácio3, Marcelo Romero Ramos da
Silva4, Fernanda Roberta Carnielo Garcia Seixas5
1,
Universidade Brasil/Graduação em Engenharia
3, 4

Agronômica, Estrada Projetada F1, s/n, Fazenda Santa,


Fernandópolis - SP
2
Universidade Brasil/Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Estrada Projetada F1, s/n, Fazenda Santa,
Fernandópolis - SP
5
Alcoeste Bioenergia/Indústria, Rodovia Euclides da Cunha
km 562 Fernandópolis - SP

matheus.mello.agro@gmail.com1, lsvanzela@yahoo.com.
br2, lucas-agronomia-@hotmail.com3, marceloromero357@
gmail.com4, fcarnielo@yahoo.com.br5

Resumo: O objetivo neste trabalho foi avaliar a produtividade


de biomassa de cana de açúcar no quarto corte irrigada por
aspersão no Noroeste Paulista. O delineamento experimental
é em faixas no esquema fatorial 4 x 5, sendo os tratamentos
principais constituídos por 4 níveis de reposição da
necessidade de irrigação – NI por aspersão (100, 86, 21%
da NI e sequeiro); os tratamentos secundários constituídos
de 5 variedades de cana (CTC2, RB835486, RB855453,
RB867515 e SP81-3250); e 3 repetições. Conclui-se que na
safra do quarto corte de cana de açúcar, a recomendação
de irrigações por aspersão com reposição de 63,3% da
necessidade de irrigação, proporcionou maior produtividade
de biomassa. Com relação as variedades, a RB867515 foi a
que proporcionou maior produtividade média de biomassa.

Palavras-chave: Evapotranspiração, Deficiência hídrica da


cana, Inovações tecnológicas na cana

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

401
Introdução

A cultura da cana de açúcar é uma das mais importantes na


economia do País, do Estado de São Paulo e da Região Noroeste
Paulista. Na região Noroeste Paulista, entretanto, tem se destacado
negativamente devido as baixas produtividades, necessitando do
emprego de inovações para superar as limitações.
De acordo com algumas pesquisas, dependendo da região,
a irrigação dos canaviais pode incrementar a produtividade de
15,7 a 76,1% (BERNARDO, 2006). No município de Fernandópolis
– SP localizado no Noroeste Paulista, a reposição de 100% da
necessidade de irrigação em cana planta, resultou em incrementos
variando de 31,0 a 81,0% na produtividade de biomassa (VANZELA
et al., 2015), dependendo da variedade utilizada. Entretanto, a
irrigação necessita de investimentos em aquisição de equipamentos,
distribuição de água, energia, mão de obra, e obras. O aumento
nos custos de investimento deve ser pago pelo incremento de
produtividade, proporcionado pelo fornecimento eficiente de água
ás plantas (CLARK et al., 1993).
Considerando o promissor aumento de produtividade de
biomassa com o uso da irrigação, o objetivo neste trabalho foi
avaliar a produtividade de biomassa de cana de açúcar no quarto
corte irrigada por aspersão no Noroeste Paulista.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na área experimental da Fazenda de


Ensino e Pesquisa da Universidade Brasil, Campus de Fernandópolis,
SP (Fazenda Santa Rita), localizada entre as latitudes coordenadas
20°16’50” e 20°18’05” sul e longitudes 50°17’43” e 50°16’26”
oeste. O experimento foi desenvolvido em uma área de soqueira de

402
3° corte de cana, de projeto de pesquisa que está sendo conduzido
desde abril de 2013.
O delineamento experimental é em faixas no esquema fatorial
4 x 5, sendo os tratamentos principais constituídos por 4 níveis de
reposição da necessidade de irrigação – NI por aspersão (100, 86,
21% da NI e sequeiro); os tratamentos secundários constituídos de
5 variedades de cana (CTC2, RB835486, RB855453, RB867515 e
SP81-3250); e 3 repetições. A área experimental é constituída de
uma área total de 1.080 m2 (24,0 x 45,0 m), divididos em 60 parcelas
de 18,0 m2, nas dimensões de 3,0 x 6,0 m. As cinco variedades
analisadas estão dispostas aleatoriamente na área experimental
dentro das faixas dos tratamentos de irrigação. Toda necessidade
de irrigação foi aplicada por aspersão Minicanhão Plúvio 150,
espaçado de 24 m, na faixa A (tratamento de 100% da NI), a partir
da qual, nas demais faixas B, C e D, serão aplicadas as quantidades
de 86, 21 e 0% da necessidade de irrigação (Figura 1).

Irrigação (% da NI)

Variedades

Figura 1 - Disposição final das variedades nas parcelas da área


experimental.

Até o corte, que foi realizado em 22/08/2016, o resultado dos


componentes do manejo da irrigação está apresentado na Tabela
1. No corte, foram retiradas as duas linhas centrais de cada parcela,
os quais foram pesadas e os valores convertidos para toneladas por

403
hectare. A análise estatística consistiu na análise de variância. Se
significativo (p<0,05), o teste prosseguiu com análise de regressão
para o fator irrigação e teste de Tukey.

Tabela 1 – Resultado do manejo da irrigação.


Tratamento ETc (mm) P (mm) NI (mm)
100 1148
86 987
1728 1315
21 241
0 0
*ETc (evapotranspiração da cultura), P (precipitação) e NI (necessidade de
irrigação).

Resultados e Discussão

A resposta da produtividade de biomassa de cana foi quadrática


(p=0,04) em função da reposição de água via irrigação por aspersão
(Figura 2).

100
95 CV = 28,21%
90
85
Y (t ha-1)

80 Y = -0.0084I2 + 1.0668I + 64.039


75 R² = 0.9347 (p=0,04)
70
65
60
0 20 40 60 80 100
I (% da NI)

Figura 2 – Resposta da produtividade de biomassa de cana (Y) em


função dos percentuais de reposição da necessidade de irrigação (NI) por
aspersão.

A maior produtividade média esperada é de 97,9 t ha-1, na


reposição de 63,3% da necessidade de irrigação, resultando em
aumento relativo de 52,9% em relação ao sequeiro (64,0 t ha-1).
A maior produtividade média foi proporcionada pela variedade

404
RB867515 (103,8 t ha-1), sendo superior significativamente, as
variedades RB855453 e CTC2 (Figura 3).

105 103.8a
100 CV = 28,21%
95 (p<0,01)
90 85.7ab
83.7ab
Y (t ha-1)

85
80
75
69.7b
70 65.4b
65
60
RB867515RB835486 SP81-325 RB855453 CTC2
Variedades

Figura 3 – Médias de produtividade de biomassa (Y) em diferentes


variedades de cana de açúcar.

Não foi observada significância para a interação entre os fatores


estudos (irrigação e variedades).

Conclusão

Conclui-se que na safra do quarto corte de cana de açúcar, a


recomendação de irrigações por aspersão com reposição de 63,3%
da necessidade de irrigação, proporcionará maio produtividade
de biomassa. Com relação as variedades, a RB867515 foi a que
proporcionou maior produtividade média.

Referências

BERNARDO, S. Manejo da irrigação na cana-de-açúcar.


Alcoolbrás, São Paulo, n.106, p.2-80, 2006.

405
CLARK, E; JACOBSON, K; OLSON, D. C. Avaliação econômica
e financeira de projetos de irrigação. Brasília: Ministério da
Integração Nacional/Secretaria da Irrigação, 1993. (Manual
de irrigação, 3).

VANZELA, L. S.; SOUZA, R. A. de; BARBOSA, A. P.; PRANDO, E.


de P.; SOUZA, R. C. V. de. Resposta da irrigação por aspersão na
produtividade de biomassa de cana-de-açúcar no Noroeste
Paulista. In INOVAGRI INTERNATIONAL MEETING, 3, 2015,
Fortaleza. Anais... Fortaleza: INOVAGRI, 2015. CD-ROM.

406
FITASE NA DIGESTIBILIDADE DE DIETAS
PARA GIRINOS DE RÃ-TOURO

Cleber Fernando Menegasso Mansano1, Bruna Cristina


de Lima Candido2,2, Náira Roberta Marucci2,3, Marta
Verardino De Stéfani2,4

1
Universidade Brasil / Programa de Mestrado em Ciências
Ambientais, Campus Fernandópolis - Est. Projetada F-1, s/n
- Fazenda Santa Rita, 15600-000, Fernandópolis, SP, Brasil.

Universidade Estadual Paulista / Via de Acesso Prof. Paulo


2

Donato Castellane, s/n, 14884-900 - Jaboticabal, SP, Brasil.

clebermansano@yahoo.com.br1, bruna_lcandido@hotmail.
com2, nairaromarucci@hotmail.com3 , marta.v.stefani@
unesp.br4

Resumo: A inclusão da fitase em dietas contendo altos


níveis de ingredientes vegetais, pode reduzir a necessidade
de adição de fósforo inorgânico às dietas e diminuição
do despejo de nutrientes no meio aquático. o objetivo
do presente estudo foi avaliar a influência da fitase na
digestibilidade da proteína, energia e extrato etéreo, em
dietas para girinos de rã-touro. A inclusão de 500 UF/kg
aumentou a digestibilidade da proteína, energia, extrato
etéreo nas dietas de girinos de rã-touro. Diminuindo a carga
poluidora deste tipo de cultivo.

Palavras-chave: fósforo, Lithobates catesbeianus, nutrição,


fitato

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

407
Introdução

As rações comercialmente vendidas são suplementadas com uma


fonte inorgânica de fósforo para atender as exigências dos animais,
porém esse fato aumenta o custo econômico da dieta e causa um
grande impacto ambiental. O fósforo presente nos ingredientes
vegetais está na forma de fitato, indisponível aos monogástricos,
necessitando de uma enzima exógena, no caso a fitase, para ser
liberado.
A inclusão da fitase em dietas contendo altos níveis de
ingredientes vegetais, pode reduzir a necessidade de adição de
fósforo inorgânico às dietas e diminuição do despejo de nutrientes
no meio aquático. Também foi observado que a fitase melhora
a eficiência de utilização dos nutrientes, dentre eles a proteína,
energia e os minerais (GONÇALVES et al., 2004). No entanto,
ainda não existem estudos sobre a atuação da enzima fitase na
alimentação de girinos de rã-touro. Desta forma, o objetivo do
presente estudo foi avaliar a influência da fitase na digestibilidade
da proteína, energia e extrato etéreo, em dietas para girinos de rã-
touro.

Material e Métodos

Foram utilizados 1.200 girinos de rã-touro (Lithobates


catesbeianus) no estágio 25 da tabela simplificada de Gosner,
oriundos de uma mesma desova, com peso médio inicial de 3,5±1,6
g. Os animais foram distribuídos em 12 aquários experimentais
para alimentação, com 90 L de água, sob aeração e abastecimento
contínuos, com água proveniente da mina e taxa de renovação de
aproximadamente uma vez ao dia.
Para a coleta de fezes foram utilizados seis aquários cilíndricos
com fundo cônico, capacidade de 120 litros, equipados com um
sistema de circulação continua de água. Na parte inferior de cada
aquário, utilizou-se registro de esfera acoplado a tubo de Falcon

408
(50 ml), mantido em caixa de isopor com gelo durante as coletas.
Foi formulada uma dieta basal com ingredientes energéticos e
proteicos de origem vegetal, isoenergética (3.600 kcal/kg de energia
digestível) e isoprotéica (27% de proteína digestível) (Tabela 2).
Foram testados seis tratamentos, um controle positivo que é a
dieta com suplementação de fósforo na forma de fosfato bicálcico e
cinco sem suplementação de fósforo, mas com inclusão de diferentes
níveis de fitase (0, 500, 1.000, 1.500, 2.000 UF/kg) (Nathupos®5000,
BASF, Brasil) na forma de pó, a qual foi primeiramente misturada ao
caulim e depois incorporada manualmente à dieta. Para isso, foram
confeccionados 5 kg de cada dieta experimental (Tabela 1).
As análises de óxido de crômio III das fezes e das dietas foram
determinadas pelo método da digestão com ácido nítrico e
perclórico, de acordo com a metodologia descrita por Furukawa e
Tsukahara (1966).

Tabela 1- Dietas experimentais.


UF/kg de dieta Dieta Basal (g) Caulim* (g) Fitase (g)
0 4792,5 207,5 0
500 4792,5 205,0 2,5
1000 4792,5 202,5 5,0
1500 4792,5 200,0 7,5
2000 4792,5 197,5 10,0
Controle 5000,0 0 0

409
Tabela 2- Fórmula e composição nutricional da dieta basal utilizada.
Proteína Energia Fibra
Inclusão Ca P
Ingredientes Digestível Digestível Bruta
(%) (%) (%)
(%) (cal/g) (%)
Farelo de Soja 50,4 22,64 2011,7 3,02 0,017 0,156
Milho, grão 26,6 2,62 893,9 2,28 0,005 0,006
Farelo de 9,75 1,73 284,7 1,27 0,001 0,03
Trigo
Amido de 0,9 - 30,9 - - -
milho
Óleo de Soja 5,94 - 379,4 - - -
Premix 0,5 - - - - -
Bht 0,02 - - - - -
Calcário 1,74 - - - 0,959 -
Fosfato 4,15 - - - 1,015 0,812
Total 100,00 27,00 3600,81 6,57 2,00 1,00

Após a realização das análises quantitativas do , dos nutrientes


e minerais nas dietas e nas fezes, os coeficientes de digestibilidade
aparente (CDA) das dietas foram estimadas por meio da seguinte
equação (NOSE, 1966):

Os valores de CDA foram analisados pelo programa SAS, por meio


de análise de variância (ANOVA), utilizando a ferramenta PROC
ANOVA. Quando observado significância estatística, foi aplicado o
teste de Duncan (p<0,05), para comparação entre as médias.

Resultados e Discussão

Os coeficientes de digestibilidade aparente (CDA) dos nutrientes


e energia avaliados aumentaram (p< 0,05) a partir da inclusão do

410
primeiro nível de fitase (500 UF/kg) nas dietas dos girinos de rã-
touro (Tabela 3).
Comparando-se o CDA da proteína das dietas controle e sem a
adição da fitase com as dietas com fitase, observa-se um aumento
dos valores médios de 78% para 81%, não ocorrendo diferença
significativa entre os diferentes níveis de inclusão de fitase (Tabela
3). Esses resultados estão de acordo com Silva et al. (2007) que
também observaram melhora na digestibilidade da proteína em
dietas para juvenis de tilápia-do-Nilo com a inclusão de 500 UF/kg.
Estudos apontam para a possibilidade de aumento da
disponibilidade de aminoácidos e, por consequência, uma melhor
digestibilidade da proteína em dietas a base de ingredientes
vegetais suplementadas com fitase (GONÇALVES et al., 2004). Isso
pode ser explicado através da hidrolização do complexo proteína-
ácido fítico e/ou à suspensão ou redução do efeito inibidor do ácido
fítico sobre a atividade das enzimas digestíveis.

Tabela 3- Coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) dos nutrientes


e energia das dietas experimentais com diferentes níveis de fitase para
girinos de rã-touro.

Tratamentos CDA CDA CDA Extrato


(UF/kg) Proteína (%) Energia (%) Etéreo (%)
Controle
78,6±0,6 b 60,6±2,1bc 71,0±1,5d
Positivo
0 78,6±1,0 b 60,1±1,7c 71,2±1,4d
500 81,0±0,6 a 63,7±1,1ab 86,1±0,6a
1000 81,1±0,6 a 63,7±1,1ab 79,2±0,6c
1500 81,8±1,5 a
64,7±2,9 a
78,7±1,7c
2000 81,7±1,2 a 65,4±1,2a 83,4±1,1b
Valor de p 0,0001 0,0095 0,0001

411
Conclusão

A inclusão de 500 UF/kg aumentou a digestibilidade da


proteína, energia, extrato etéreo nas dietas de girinos de rã-touro.
Diminuindo a carga poluidora deste tipo de cultivo.

Referências

FURUKAWA, A.A.; TSUKAHARA, H. On the acid digestion for


the determination of chromic oxide as index substance in the
study of digestibility of fish feed. Bulletin of the Japanese
Society of Scientific Fisheries, v.32, p.502-506, 1966.

GONÇALVES, G.S.; et al. Digestibilidade aparente e


suplementação de fitase em alimentos vegetais para tilápia
do Nilo. Acta Scientiarum, v.26, n.3, p.313-321, 2004.

NOSE, T. Recent advances in the study of fish digestion in


Japan. In: Symposium on finfish nutrition and fish feed
technology, 1996, Belgrade. Proceedings...Belgrade: EIFAC/
FAO, 1996, 15p.

SILVA, T.S.C.; et al. Fitase líquida em dieta extrusada para


juvenis de tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus). Acta
Scientiarum. Animal. Sciences, v.29, n.4, p.449-455, 2007.

412
DEMONSTRAÇÃO DO USO DO PLANO
MUNICIPAL DE CONTROLE DE
EROSÃO DE FERNANDÓPOLIS

Luiz Sergio Vanzela1

1
Universidade Brasil/ Pós-Graduação em Ciências
Ambientais, Professor Titular. Est. Projetada F1, S/N –
Fazenda Santa. Rita, Fernandópolis – SP

lsvanzela@yahoo.com.br1

Resumo: Os Planos Municipais de Controle de Erosão


(PMCE) se constituem em importantes documentos técnicos
que direcionam o uso conservacionista do solo e, por
isso, essenciais aos municípios. Com isso, neste trabalho
demonstrou-se um exemplo de aplicação do PMCE de
Fernandópolis, elaborado e aprovado por Lei em 2017. O
PMCE auxilia os engenheiros agrônomos e produtores rurais
a obter de forma amigável o espaçamento e dimensões do
terraceamento nas propriedades rurais, favorecendo a
sustentabilidade da agricultura do município.

Palavras-chave: Conservação do solo, Gestão ambiental,


Erosão.

Eixo Temático: Inovações em Agroecologia

413
Introdução

A elaboração e adoção dos Planos Municipais de Controle de


Erosão (PMCE) para os municípios é imprescindível para uma
agricultura sustentável, com a conservação dos solos e das águas.
Com isso, neste trabalho demonstrou-se um exemplo de
aplicação do PMCE de Fernandópolis, elaborado e aprovado por Lei
em 2017.

Material e Métodos

Conforme o PMCE de Fernandópolis, o terraceamento é


dimensionamento conforme metodologia proposta pela CODASP
(1994) (Figura 1).

a
EV

EH
EV

EH

b c

Figura 1 - Detalhe das dimensões de um terraço agrícola, sendo EV


(espaçamento vertical), EH (espaçamento horizontal), borda livre (f),
lâmina de água (h), altura do terraço (H) e base do terraço (B = b + c).

A altura de chuva diária máxima foi determinada pela equação


de chuvas de São José do Rio Preto – SP. Para a obtenção dos
parâmetros e variáveis do dimensionamento dos terraços foi
gerado, por geoprocessamento, um mapa de 8 grupos de solos de
declividades e gênese diferentes (Figura 2).

414
Figura 2 - Mapa de grupamentos de solos para o dimensionamento do
espaçamento vertical entre terraços.

O mapa de solos foi obtido a partir do recorte do Mapa Pedológico


do Estado de São Paulo (OLIVEIRA et al., 1999), utilizando o
perímetro do município como máscara. O mapa de declividades foi
gerado a partir do modelo de elevação do terreno obtido da imagem
do satélite ASTER.

Resultados e Discussão

De posse do mapa de grupamentos de solos e a partir da

415
localização do imóvel rural (Figura 3), das características da cultura
a ser implantada e do tipo de manejo a ser adotado (Tabela 1), os
engenheiros agrônomos poderão recomendar o terraceamento de
forma adequada.

Imóvel
Exemplo

Figura 3 - Localização do imóvel no mapa de grupos de solos, indicando a


pior condição de solo do tipo F.

Tabela 1 – Situação hipotética para o exemplo de dimensionamento de


terraço em área localizada no grupo de solo tipo F.

Situação Classificação
Cultura do Milho U4
Manejo do solo com preparo
primário por arado de aivecas e
M3
preparo secundário com grade
niveladora

A classificação do tipo de cultura conforme o PMCE é “U4”,


enquanto o manejo do solo por preparo primário por aração
de aivecas e preparo secundário por gradagem niveladora tem
classificação do tipo de manejo “M3”.
Assim, a partir do cruzamento das classes de tipos de cultura e
manejo do solo com o uso das tabelas auxiliares do PMCE (Tabela
2), observa-se que os terraços devem ser espaçados verticalmente

416
(EV) de 5,90 m, com altura total (H) de 0,91 m e base (b + c) de 5,0
m.
Com estes resultados, os engenheiros agrônomos e produtores
rurais podem realizar de forma amigável, a recomendação do
espaçamento e dimensões do terraceamento nas propriedades
rurais, favorecendo a sustentabilidade da agricultura do município.

Tabela 2 – Dimensões selecionadas dos terraços de acordo com as


condições de cultura e manejo do solo tipo F.

Espaçamento vertical (EV)


U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7
M1 2,62 3,28 3,93 4,59 5,24 5,90 6,55
M2 3,28 3,93 4,59 5,24 5,90 6,55 7,21
M3 3,93 4,59 5,24 5,90 6,55 7,21 7,86
M4 5,24 5,90 6,55 7,21 7,86 8,52 9,17
M5 6,55 7,21 7,86 8,52 9,17 9,83 10,48
Altura total do terraço (H)
U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7
M1 0,55 0,62 0,68 0,73 0,86 0,91 0,96
M2 0,62 0,68 0,73 0,86 0,91 0,96 1,00
M3 0,68 0,73 0,86 0,91 0,96 1,00 1,05
M4 0,86 0,91 0,96 1,00 1,05 1,18 1,22
M5 0,96 1,00 1,05 1,18 1,22 1,27 1,31
Largura do talude de montante (b)
U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7
M1 0,83 0,93 1,01 1,10 1,28 1,36 1,44
M2 0,93 1,01 1,10 1,28 1,36 1,44 1,51
M3 1,01 1,10 1,28 1,36 1,44 1,51 1,57
M4 1,28 1,36 1,44 1,51 1,57 1,77 1,83
M5 1,44 1,51 1,57 1,77 1,83 1,90 1,96
Largura do talude de jusante (c)
U1 U2 U3 U4 U5 U6 U7
M1 2,49 2,78 3,04 3,29 3,85 4,08 4,31
M2 2,78 3,04 3,29 3,85 4,08 4,31 4,52
M3 3,04 3,29 3,85 4,08 4,31 4,52 4,72
M4 3,85 4,08 4,31 4,52 4,72 5,30 5,50
M5 4,31 4,52 4,72 5,30 5,50 5,70 5,88

417
Conclusão

O Plano Municipal de Controle de Erosão de Fernandópolis


auxiliará os engenheiros agrônomos e produtores rurais a obter de
forma amigável o espaçamento e dimensões do terraceamento nas
propriedades rurais, favorecendo a sustentabilidade da agricultura
do município.

Referências

CODASP - COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA


DE SÃO PAULO. Manual técnico de motomecanização
agrícola. São Paulo: CODASP, 1994. 101 p.

OLIVEIRA, J. B.; CAMARGO, M. N.; ROSSI, M.; CALDERANO


FILHO, B. Mapa pedológico do Estado de São Paulo: legenda
expandida. Campinas: Instituto Agronômico/ EMBRAPA
Solos, 1999. 64p.

418
A ARTE DA RECICLAGEM COMO
INSTRUMENTO DE ENSINO PARA ALUNOS DO
COLÉGIO UNIÃO SALGADENSE DE ENSINO
Leticia Cervantes Bernabé, Alice Guimarães, Caio Rodrigues,
Raissa Martins Arruda de Oliveira, Bruna Dezotti

Joslaine Aparecida Regióli de Angelis, vajovata@hotmail.


com

Colégio União Salgadense de Ensino/Objetivo, General


Salgado, SP

O presente trabalho tem como alvo e centro de discussão


a arte e a reciclagem, como forma de desenvolvimento
do processo criativo e incentivo à preservação do
meio ambiente proposto para alunos do Colégio
União Salgadense de Ensino. Visa desenvolver novas
experiências e a ampliação do senso crítico em visão
da arte, que por sua vez percorre os mais diferentes
campos de conhecimento. Este trabalho utiliza material
reciclável da zona rural e zona urbana, obtido mediante a
reutilização do lixo descartado, atividade comum no dia
a dia dos alunos, da comunidade escolar e da sociedade
em geral. O projeto tem o objetivo de despertar o lado
artístico do aluno, desenvolver responsabilidade social
e ambiental em relação à natureza, tornando os alunos
importantes agentes mediadores dentro da própria
escola e sociedade. O ensino de Artes dentro do projeto
tem a oportunidade de enriquecer os olhares bem como
mudar o conceito da sociedade. Festas, quermesses,
apostila, datas comemorativas, organização de sala,
ateliê, exposições e dentre outras atividades e atitudes
são contextualizadas com o projeto em questão.

419
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
existe um leque de habilidades e possibilidades a
serem desenvolvidas em sala de aula. E por fim, toda
a preparação para a confecção de materiais reciclados,
sua acomodação no espaço escolar e o envolvimento
que cada aluno, sua família e funcionários da escola
mantêm com as atividades durante a apresentação
dos resultados obtidos, pretendendo alcançar o maior
número possível de pessoas, somando assim mais
interatividade e compromisso social.

Palavras-chave: arte; reciclagem; meio ambiente e


ensino.

( x ) Artes visuais em educação ambiental

420
NA NATUREZA, AS HISTÓRIAS SÃO ASSIM...

Alice Yassaka Germini, Eduardo Camara Gatto, Júlia Moreira


de Assis, Manuela Camara Amaral, Pietro Villanova V.
Caetano, Letícia Kilter M. Fabri

Eliana Santos do Nascimento Sousa, elianasousan@hotmail.com

Colégio Zerbini - Coopen, São José do Rio Preto, SP

O universo das plantas não é só o que vemos nas


florestas, nos parques e nos jardins. Ele também está
presente em nossa alimentação, nos medicamentos,
nos cosméticos... Sendo assim, os alunos da Educação
Infantil (EIC 2 – Educação Infantil Coopen 2),
pesquisaram, descobriram e vivenciaram momentos
fascinantes do mundo vegetal. O objetivo do trabalho
é de familiarizar as plantas do cotidiano, reconhecer
as utilizadas na alimentação e propor os cuidados que
devemos ter com as mesmas. O desenvolvimento do
projeto se deu através de questionamentos e análises
de conhecimentos prévios, porque no mundo em que
a criança vive toda alimentação vem do supermercado.
Partindo desse pressuposto, fomos pesquisar o
universo das plantas, observando como nascem, o
desenvolvimento, as partes das plantas, as plantas
comestíveis e as que oferecem perigo. O trabalho
realizado, mesmo abrangendo um conteúdo amplo e
complexo é imensamente gratificante. As crianças são
naturalmente curiosas, instigantes e investigativas.
E essas características facilitam o desenvolver de
qualquer projeto. O papel do professor é de conduzi-
los, através de seus questionamentos e dúvidas, os
direcionado a vivenciarem, experimentarem, sentir o

421
mundo ao seu redor, analisando desde o germinar das
sementes até a utilização das plantas no dia-a-dia.

Tipo (marque com “x”): ( x ) Artes visuais em


educação ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente
ou ( ) Experimento científico.

422
AQUECEDOR SOLAR

Maristela Alves Silva, Andrya Marfra Garbin, Igor de Souza


Delatin, Muriel Henrique Pereira Candido, Thierry Henrique
Silva

Professora Maristela Alves Silva, maristelamarcos@hotmail.com

EMEFA “Melvin Jones”, Fernandópolis - SP

Com a crise hídrica instalada definitivamente em nosso


planeta, surgiu a necessidade de se discutir o assunto
de forma educativa em nossa escola. Dessa necessidade
surge o projeto água, que em meio a diversos assuntos
pertinentes, surgiu energia elétrica e solar. Diante
disso com alternativa de economia surgiu os estudos
sobre o aquecedor solar. Os conteúdos apresentados
culminavam em uma mudança de atitude dos alunos e
seus familiares, pois através de cálculos sobre consumo
e desperdício de água e energia foi unanime que seria
uma boa ideia a construção de um aquecedor solar
com materiais alternativos. Usando materiais como
garrafas pets, embalagens de leite, canos e mangueiras,
construímos um sistema de aquecimento de água com
o calor do Sol. Estas características foram encontradas
no projeto desenvolvido por Alano (2009), onde os
painéis solares são construídos com garrafas PET
transparentes, encaixadas entre si, formando um
ambiente hermeticamente fechado e contendo em seu
interior as caixas de leite pintadas de preto fosco, onde
ficam apoiados os tubos por onde circula a água que
será aquecida. Além de conteúdos atitudinais como
compromisso, responsabilidade social, coletividade e
capacidade de resolver problemas, podemos realizar

423
estudos sobre medidas, temperatura, porcentagens,
proporcionalidade, transferência de calor, radiação
do sol, dilatação térmica e energias solar, elétrica,
química e eólica. Os alunos instalaram o equipamento
no gramado da escola, onde bate Sol na maior parte
do dia. A cada uma hora era medida a temperatura
ambiente e a temperatura da agua ao entrar no sistema
e ao sair do sistema. Chegando, no meio do dia, a água
sai do sistema a uma temperatura de 92 graus Celsius.
A utilização do aquecedor solar como ferramenta
didática para a prática de um ensino contextualizado
e interdisciplinar na área das ciências da natureza,
em particular no ensino de física e de ciências,
resultou num conjunto de fatores comportamentais e
motivacionais que foram demonstrados pelos alunos,
tanto no desempenho intelectual como também
em relação às atitudes demonstradas nas diversas
situações vividas na escola. Percebeu-se que os alunos
ao longo do estudo se mostraram motivados para
aprender e dar significados aos conceitos e valores
trabalhados durante o desenvolvimento do projeto,
propiciando assim melhores condições para atingirem
uma aprendizagem significativa.

Palavras-chave: Aquecedor, água, economia

Tipo (marque com “x”): ( ) Artes visuais em educação


ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente ou ( X )
Experimento científico.

424
SABÃO ECOLÓGICO

Maristela Alves Silva, Matheus Beltramini Oliveira, Murilo


Henrique Pereira Candido, Maria Evilly , Maria Eduarda da
Silva Davanso.

Maristela Alves Silva, maristelamarcos@hotmail.com

EMEFA “ Melvin Jones”, Fernandópolis, SP

As próximas gerações precisam ter consciência sobre a


utilização saudável e sustentável dos recursos naturais
e com a reutilização e descarte adequado de resíduos.
Em nosso projeto damos um destino seguro ao óleo de
cozinha resultante de frituras domésticas. O trabalho
começa com pesquisas sobre a poluição causada por
esse resíduo. A dona de casa não tem a informação
de como fazer o descarte seguro do óleo que resulta
de frituras. O projeto além da conscientização sobre
atitude correta para o descarte do óleo, direciona
para uma alternativa segura e econômica para dona
de casa. Os alunos pesquisaram uma receita de sabão
liquido feito a partir desse óleo. Em uma campanha
na escola arrecadaram óleo usado. O sabão tem
ingredientes como soda cáustica e álcool, fabricamos
35 litros de sabão em cada receita. Além de testes
de qualidade, fragrâncias, consistência e poder de
limpeza, pesquisamos também, sobre seus efeitos na
natureza, sendo um sabão biodegradável, não agride o
meio ambiente. No dia de campo, dia em que a escola
recebe a visita de alunos de outras escolas, fizemos
a conscientização dos visitantes quanto ao descarte
correto do óleo, aos prejuízos se jogado no solo ou no
esgoto, além de doar uma amostra do sabão juntamente

425
com a receita, alertando sobre os benefícios do uso
desse sabão. Os objetivos do projeto era conscientizar
do descarte correto do óleo resultante de frituras, bem
como a alternativa de reuso desse óleo. A atividade
pedagógica baseada nas experiências e aprendizagem
significativa permitiu aos alunos vivenciar um
compromisso com o meio ambiente numa atitude de
responsabilidade ecológica. Além das habilidades
atitudinais ainda desenvolvemos outras competências
no desenvolvimento de conteúdo de matemática e
química.

Palavras-chave: sabão, ecológico, óleo

Tipo (marque com “x”): ( ) Artes visuais em


educação ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente
ou ( X ) Experimento científico.

426
DE ONDE VEM? PARA ONDE VAI?

Anna Luz Tigano P.de Oliveira, Breno Vilela Luvizare, Daniel


Zaghi R. de Sousa, Davi Gabriel Silva, Denis Allan B. Mariano,
Hugo Cancian da Silva

Eliana Santos do Nascimento Sousa, elianasousan@hotmail.com

Colégio Zerbini - Coopen, São José do Rio Preto, SP

Vivemos em um mundo em que é preciso manter


o equilíbrio. Compreender os diversos fatores que
atuam sobre os organismos e respeitá-los. Entender e
perceber os principais problemas ambientais causados
por nós, seres humanos e tomar atitudes que possam
minimizar esses problemas. Pensando em todas essas
situações foi proposto esse trabalho com alunos do
2ºano do fundamental I do Colégio Dr. Zerbini- Coopen
de São José do Rio Preto-SP, com o objetivo de repensar
sobre as nossas atitudes com o ambiente, de evitar o
desperdício e reutilizar embalagens e produtos como
uma forma de preservação. Após uma aula sobre
diferentes ambientes, foi apresentado um vídeo
educativo do Instituto AKatu – sobre as sacolas plásticas,
que gerou uma discussão muito saudável, onde os
alunos tiveram um olhar atento sobre a presença do
plástico nesses lugares, surgindo questionamentos e
reflexões sobre a preservação do meio. Eles queriam
fazer algo que diminuísse a presença do plástico no
dia a dia. Pensando nesse desejo e com a intenção de
provocar mudanças de atitudes foi proposto aos alunos
a produção de uma Ecobag, que levaria na estampa
um desenho feito por eles e que seria costurado com
a ajuda das vovós. Os alunos produziram os desenhos,

427
fizemos uma votação e foi escolhido apenas um desses
para ser estampado na Ecobag. Além disso foi sugerido
a confecção de brinquedos não estruturados com
materiais recicláveis, os quais foram criados juntamente
com os seus familiares. Era visível a alegria deles diante
do que haviam produzido. É preciso provocar, instigar e
desejar para que as mudanças aconteçam. Acreditamos
que alguma sementinha foi plantada nessas crianças e
agora é preciso esperar o tempo, para que dê frutos.
Assim é a educação, é preciso semear para colher!

Tipo (marque com “x”): ( ) Artes visuais em educação


ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente ou ( x )
Experimento científico.

428
SABÃO SUSTENTÁVEL

André da Cunha Mossoleto, Laura Coltri Fernandes, Marina


Garcia de Souza, Miguel W Facundini da Silva, Valentina
Revez da Silva e Victória G da Costa Hernandes

Professora: Elisangela Zago Navas Sabino, elisangelasabino@


yahoo.com

EMEF “Coronel Francisco Arnaldo da Silva, Fernandópolis,


SP

Diante de tantos problemas ambientais, o consumo


consciente vem nos ajudar a perceber que o consumo
de toda e qualquer coisa, seja um produto ou serviço,
traz consequências positivas ou negativas. O ato de
consumir afeta quem faz a compra, o ambiente, a
economia e a sociedade como um todo. Portanto, hábitos
de consumo, devem ser observados para que possam
causar menos impactos possíveis. Segundo o Instituto
Akatu, que trabalha pela conscientização e mobilização
da sociedade sobre o assunto, diz que o consumo
consciente sabe que tem um grande poder nas mãos
ao escolher produtos e empresas que se preocupam
com esses aspectos. Esse ato pode transformar suas
compras em práticas sustentáveis. Nossa receita de
sabão caseiro é de qualidade e também possui uma
fórmula que se preocupa com a proteção do meio
ambiente, já que reutiliza óleo residual de cozinha e
também pratica o consumo consciente e a economia,
já que além de não perder os recursos gastos, inda
gera um novo produto. A receita é composta também
de soda líquida, que apesar de nociva, se utilizada
corretamente em sua proporção, não causa danos ao

429
meio ambiente. O projeto foi desenvolvido com os
alunos do terceiro ano B, iniciando com a arrecadação
de óleos que seriam descartados pelos familiares e
em seguida contextualizando a importância desse
trabalho. Colocamos tudo em prática e fizemos o sabão.
Utilizamos como molde, embalagens de leite para que
todos tivessem um mesmo padrão. Depois de pronto,
cortamos, embalamos e vendemos. Toda renda foi
revertida para a comunidade escolar.

Palavras-chaves: Conscientização, reutilização e


prática

Tipo (marque com “x”): ( ) Artes visuais em educação


ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente ou (X )
Experimento científico.

430
A ARTE NAS EMBALAGENS

Caio F Ávila, João PS Santos, Lara GS França, Murilo G Oliveira,


Nycolle S Silva, Vitória S Carvalho

Luana AM Souza, clickluana@hotmail.com

E.M.E.F.“Cel. Francisco Arnaldo da Silva”, Fernandópolis, SP

Na sociedade de consumo que vivemos, o brasileiro


contribui para a geração de cerca de 1 Kg de lixo por dia.
Se esses resíduos fossem multiplicados por 200 milhões
de pessoas aproximadamente no Brasil, o resultado
seria assustador. As embalagens Tetra Pak representam
cerca de 1% do lixo doméstico produzido, porém, se
reutilizarmos ou reciclarmos as embalagens Tetra Pak,
estaremos reciclando papelão, plástico e alumínio. A
cada tonelada de papel reciclado, de 10 a 20 árvores
são poupadas, para cada quilograma de alumínio
reciclado, se economiza 5 kg de bauxita. A reciclagem
do plástico diminui o volume de lixo a ser aterrado,
pois sua decomposição no solo pode ser superior a 200
anos. A preocupação com a exploração do planeta Terra,
fonte de recursos para o desenvolvimento da vida fez
com que nós, professoras do 3º ano, nos reuníssemos
para dialogar sobre teorias e práticas sustentáveis
do nosso dia-a-dia, então, através de uma sequência
didática iniciamos a sensibilização/conscientização
das crianças. O primeiro procedimento foi expor os
danos que os resíduos sem tratamento adequado
causam ao planeta, em seguida salientou a necessidade
de fazer um consumo consciente, após o consumo fazer
a separação, reutilizar ou reciclar seria o destino final
desse resíduo. Em sala de aula aprendemos a reutilizar

431
as embalagens de caixas de leite para criar sacolinhas
decoradas, através da criação artística com base nos
elementos constitutivos das Artes Visuais: Ponto,
Linha, Forma e Cor. As sacolinhas foram utilizadas
para colocar o sabão ecológico feito por outro grupo de
estudantes da escola.

Palavras-chave: consumo consciente, reutilização,


tetra pak.

Tipo (marque com “x”): ( X ) Artes visuais em


educação ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente
ou ( ) Experimento científico.

432
O USO DE PIGMENTOS VEGETAIS E MINERAIS
PARA A CONFECÇÃO DE TINTAS NA PINTURA

Isadora F J Paganim, Diogo de Freitas, Luís Henrique N Souza,


Maria Clara N Azevedo, Isabele T Cruz, Kaique R Aquino

Laura de Paula Barbeiro, lauradepb@gmail.com

Colégio Zerbini Coopen, São José do Rio Preto, SP

Os trabalhos feitos pelos alunos do sétimo ano


do Colégio Zerbini Coopen tratam-se de pinturas
realizadas com pigmentos naturais, confeccionadas
através de terra, vegetais, flores, folhas, frutas, verduras
e sementes. Num processo ecológico, no qual as tintas
são feitas utilizando recursos que a própria natureza
oferece, os alunos partiram de experimentações feitas
com substâncias aglutinantes, além de fixadores e
conservantes naturais para misturar a pigmentos
vegetais e minerais tais como beterraba, espinafre,
casca de cebola, urucum, jenipapo, açafrão, café,
amora, uva, anil, flor de hibisco e minérios encontrados
na terra. Entre os tipos de processos utilizados pelos
alunos e professora de arte para criar as tintas estão
o  cozimento (em que a matéria prima é cozida com
água até soltar sua cor); a maceração (em que ela fica
de molho na água por algumas horas); a infusão no
álcool, entre outras. O processo artesanal de confecção
das tintas remete desde a Pré-História, período no qual
as pinturas rupestres eram realizadas através de origem
animal tais como urina, sangue de animais ou mesmo
de origem natural, tal como o solo ou do sumo de frutas.
Com o tempo as técnicas foram aperfeiçoadas, as tintas

433
começaram a ser industrializadas, mas mesmo assim,
os pigmentos naturais ainda permanecem na natureza.
O objetivo da realização deste trabalho, concluído
na forma de pinturas realizadas pelos alunos com as
tintas naturais sobre papel, é promover a reflexão da
utilização da própria natureza como recurso artístico
material alternativo para a confecção de suas próprias
criações.

Palavras-chave: pigmentos vegetais, pigmentos


minerais, tintas naturais

Tipo (marque com “x”):


(x) Artes visuais em educação ambiental,
( ) Redação sobre meio ambiente ou
( ) Experimento científico.

434
JARDIM E HORTA SUSPENSOS

Professora Elaine Cristina De Oliveira Garcia, Professora


Marise De Souza Moraes Borgato, Professora Simone
Caldeira da Silva

Simone Caldeira Da Silva, stalsi@vivointernetdiscada.com.br

EMEI Maria Simão, Fernandópolis, SP

O trabalho com jardim e horta suspensa tem como


intuito conscientizar crianças de educação infantil sobre
a reciclagem, alimentação saudável e sustentabilidade.
Acredita-se, que iniciar este tipo de consciência com
crianças, na mais tenra idade, as levem a se reconhecerem
como sujeito atuante na preservação do meio ambiente
com uma nova visão e descoberta sobre maneiras do
cultivo em terra, em pequenos espaços, reaproveitando
materiais recicláveis descartados diariamente, de forma
que se torne possível a participação de qualquer pessoa
na luta pela sustentabilidade, preservação da natureza,
reaproveitamento de água, reciclagem de materiais,
alimentação saudável e cultivo de plantas. Assim as
professoras ao trabalhar com as quatro classes de
pré-escola da EMEI Maria Simão proporcionaram aos
mesmos um contato direto com o manejo e cuidados
do jardim e horta suspensos. Numa maneira direta de
sensibilizar e aumentar a auto-estima das crianças com
o ambiente mais colorido e atrativo, que embelezará a
escola, aumentando o interesse sobre a importância da
alimentação saudável e o cultivo de temperos, chás e a
alegria de estar num ambiente colorido com suas flores
e/ou folhagens, aprendendo mais sobre cada uma delas
(nomes e características).

435
Palavras-chave: sustentabilidade, reciclagem e
alimentação saudável.

Tipo: Experimento Científico.

436
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DOS
CÓRREGOS DE FERNANDÓPOLIS-SP

Beatriz Nunes Chersoni, Isadora Costa Antonioli, João Pedro


Mendes da Silva, Luisa Trovatti Custódio, Otávio Augusto das
Neves Zaguini, Rafael Hernandes Alves

Professor Marcelo da Silva Miguelão, profmiguelao@gmail.


com

Professora Rosângela Souza, rosangelabiol@biol.com

Colégio Objetivo, Fernandópolis, SP

O presente trabalho visa estudar a degradação físico-


química dos córregos localizados no perímetro urbano
de Fernandópolis. Inicialmente foram feitas visitas a
vários pontos dos Córregos Santa Rita e Aldeia, desde
a nascente até o ponto em que os mesmos deixam a
cidade, sendo observada a situação em que a água
está e/ou é submetida, tais como assoreamento da
nascente, deságue de galerias pluviais que trazem
consigo muito lixo descartado incorretamente e
proximidade de estabelecimentos que podem poluir a
água com descarte irregular de substâncias. A fim de
verificar a qualidade da água em determinados pontos
selecionados, os principais fatores a serem analisados
são: cor, pois a mesma pode indicar a presença de metais,
húmus, plâncton, dentre outras substâncias dissolvidas
na água, utilizando o método de escala platino-cobalto
ou espectrofotometria; turbidez, que se caracteriza
pelo acúmulo de materiais que impedem a passagem
de luz na água e, com isso, reduzem a fotossíntese, fator
a ser analisado através do método nefelométrico cálcio

437
e magnésio, visto que esses, juntos, compõem a dureza
da água; condutividade elétrica, já que essa quantifica
uma grande quantidade de compostos contidos na
água, a qual será analisada pela metodologia do
condutivímetro, considerando-se que, por exemplo, na
presença de óleos, graxas, álcoois e fenóis, a capacidade
elétrica reduz e pode até zerar; pH, caracterizando a
água como ácida, neutra ou alcalina e, possivelmente,
evidenciando a presença de alguma substância jogada
na água, a qual pode tê-la alterado, o que será verificado
por meio da metodologia das fitas de pH e do pHmetro;
e oxigênio (DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio),
pois essa é a medida das necessidades metabólicas de
uma população microbiológica na água, de modo que
sua falta pode afetar negativamente, utilizando-se o
método respirométrico. Baseando-nos em tais análises
obteremos um padrão físico-químico de cada córrego e
concluiremos se seu estado é alarmante ou ideal, além
de determinarmos quais medidas deverão ser tomadas.
A importância desse trabalho é fazer uma análise nunca
feita dos córregos da região para saber se estão sendo
preservados ou não e ampliar o conhecimento sobre
os mesmos, visto a tamanha importância que possuem
para o município e região.

Palavras-chave: Degradação Ambiental, Qualidade de


Águas, Hidrologia

Tipo: ( ) Artes visuais em educação ambiental, ( )


Redação sobre meio ambiente ou ( x ) Experimento
científico.

438
ANÁLISES BIOLÓGICAS E MICROBIOLÓGICAS
E SANITÁRIAS DOS CÓRREGOS DO
MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS-SP

Anna Beatriz Magolo Melo, Isabella Chiqueto Nogueira


Dreluk, Lauren Helena Romanholi de Souza, Lucas da Silva
Rodrigues, Pedro Henrique Ribeiro Viscardi

Professor Marcelo da Silva Miguelão, profmiguelao@gmail.com

Professora Rosângela Souza, rosangelabiol@biol.com

Colégio Objetivo, Fernandópolis, SP.

O objetivo do presente trabalho é demonstrar, por meio


de análises biológicas, microbiológicas e sanitárias, os
necessários ajustes a serem realizados nos córregos de
Fernandópolis/SP e nos ribeirões cujas nascentes estão
localizadas no referido município promovendo, assim,
a conservação e a preservação dos mesmos. Desse
modo, para o desenvolvimento da pesquisa, serão
coletadas amostras de água em vários pontos, os quais
serão previamente escolhidos. Ademais, além da coleta
do material para a análise, também serão observados e
considerados na avaliação dos resultados os possíveis
problemas detectados no entorno dos córregos e
ribeirões selecionados para este estudo, os quais
podem ser resultantes da interação entre população
e meio, tais como a eutrofização, o assoreamento e a
contaminação, ações que, consequentemente, podem
ser altamente prejudiciais para a saúde dos habitantes
locais. Cabe destacar que uma observação inicial já foi
realizada em vários pontos do Ribeirão Santa Rita, bem
como na nascente do Córrego da Aldeia, sendo possível

439
identificar, nos dois locais, não somente espaços
degradados como também regiões que apresentaram
uma melhor condição de conservação, com a presença
de mata ciliar e, também, de megafauna, macrófitas e
pequenas algas. No entanto, apesar de positiva, essa
condição não deve ser considerada suficientemente
ideal, fazendo-se necessária a adoção de medidas
conservacionistas e de prevenção do ambiente local
para que as formas de vida presentes nestas águas, e
no entorno, não sejam afetadas e, porventura, extintas.
Portanto, as etapas iniciais já apontaram que algumas
medidas para evitar os prejuízos acarretados à
megafauna e à microfauna são de extrema relevância,
tais como a conservação da mata ciliar, a retirada da
camada de folhas da superfície, a oxigenação das águas
e o controle da qualidade dos canais de esgoto que
fazem seu percurso e despejo nessas águas.

Palavras-chave: Análise das águas; Córregos e


Ribeirões; Medidas de preservação.

Tipo: ( ) Artes visuais em educação ambiental, ( )


Redação sobre meio ambiente ou ( x ) Experimento
científico.

440
INTERFERÊNCIAS ANTRÓPICAS
(PERCEPÇÃO AMBIENTAL) DOS CÓRREGOS
DO MUNICÍPIO DE FERNANDÓPOLIS

Wesley Borges Galdino, Arthur Batelo Bastos, João Felipe


Brejão de Carvalho

Professora Rosângela Souza, rosangelabiol@biol.com

Professor Marcelo da Silva Miguelão, profmiguelao@gmail.com

Colégio Objetivo, Fernandópolis, SP

O presente trabalho apresenta, de forma parcial, o


projeto intitulado “Interferências antrópicas (percepção
ambiental) dos córregos do município de Fernandópolis”.
Para o desenvolvimento da análise proposta foram
realizadas duas visitas nos Córregos Santa Rita e da
Aldeia, respectivamente. Nessas ocasiões, foi constatado
o descaso por parte do poder público e por parte da
própria população, haja vista o depósito de resíduos
sólidos nas margens dos córregos, a ausência de mata
ciliar e o processo de eutrofização em alguns pontos. Tais
ocorrências foram observadas e analisadas, considerando-
se a participação do poder público e a falta de
conscientização da população como fatores significativos
para a degradação desses ambientes. Cabe ressaltar que,
em alguns dos locais observados, o depósito de resíduos
sólidos era considerável, impedindo a passagem de água
até o rio. Além disso, nas calçadas anexadas à mata ciliar
não há lixeiras (em um determinado trecho do calçamento
no Córrego Santa Rita as mesmas existem, porém, já estão
destruídas e as sacolas dos lixos estão sendo jogadas no
meio da mata). Diante desse cenário, pretende-se, com

441
esse estudo, levantar questionamentos que possam
colaborar para o reconhecimento e o entendimento
da relação entre a população que vive no entorno dos
córregos cujas nascentes pertencem ao nosso município.
Desse modo, questões como: “A população conhece esses
córregos e suas nascentes?”; “Qual é o destino final desse
montante de resíduos sólidos despejados nas calçadas,
matas ciliares e margens dos córregos?” e “A população
tem a consciência da poluição dos desequilíbrios
ecológicos causados por sua interferência?” serão
avaliadas em entrevistas realizadas por meio de um
questionário que será respondido por moradores do
entorno e por pedestres que transitam pelas redondezas,
os quais terão seu perfil social traçado a fim de analisar
o nível de conhecimento e de consciência ambiental dos
munícipes que residem e/ou passam pelas regiões onde
se localizam os córregos e/ou suas nascentes. Além disso,
também serão realizadas visitas técnicas registradas
em fotos e vídeos. Portanto, como resultado final desse
projeto, pretende-se quantificar o nível de preocupação
da sociedade no que diz respeito à preservação e à
conservação desses córregos, propondo ao poder
público medidas que possam minimizar e solucionar
os problemas detectados, além de valorizar e propor
projetos de Educação Ambiental que possam elevar o
nível de conscientização da população, principalmente em
relação ao manuseio e ao descarte dos resíduos sólidos.

Palavras-chave: Ribeirão Santa Rita, Integração


Ambiental. Integração Social

Tipo: ( ) Artes visuais em educação ambiental, ( )


Redação sobre meio ambiente ou ( x ) Experimento
científico.

442
RESPIRE O AR DA CONSCIÊNCIA

Brenda C Moura, Felipe Z Chiovetto, Heloisa D Bragatto,


Isabela F Zarda, Leonardo Tonioli, Luiza Y Alduino

Tais Batista Marino, tais.marino01@etec.sp.gov.br

Escola Técnica Estadual Professor Armando José Farinazzo,


Fernandópolis, SP

Os aparelhos de ar condicionado são utilizados em


larga escala em nossa cidade. Eles geram gotejamento
de água, sendo esta, derivada da umidade do ar
condensada quando o aparelho resfria o ar do ambiente
interno. Essa água, é uma água limpa, que pode ser
reutilizada em diferentes setores para diversos fins,
sendo que na nossa escola, ela não tem nenhuma
utilidade, é jogada no esgoto comum. Devido ao clima
tropical que temos em nossa cidade, muitas lojas,
empresas, casas possuem estes aparelhos. Durante
aulas práticas, foi desenvolvido um trabalho de
cálculos quantificando quanto de água era gerada nos
equipamentos e conseguiu-se comprovar um número
bastante significativo, o que fez com que os alunos
pensassem no que poderia ser feito para que a mesma
fosse reaproveitada. Na nossa comunidade como em
todas as outras, temos a utilização de inúmeros tipos de
materiais que são constituídos de polímeros. Nas casas,
empresas, indústrias entre outros, tem-se a presença
destes materiais poliméricos, sendo exemplos destes:
garrafa PET, cano e tubos de PVC, sacolas plásticas,
pneus, dentre inúmeros outros. Em nossa sociedade
é impossível pensar em um único dia em que não
tenhamos contato com produtos que contenham

443
estes polímeros. A maioria destes produtos, são
descartados de forma inadequada no meio ambiente,
causando inúmeros danos e prejuízos principalmente
porque a maioria destes, levam um grande tempo
para a sua decomposição. Pensando nestas duas
situações, se estudou o que poderia ser realizado para
a minimização deste descarte inadequado e também
o aproveitamento da água que é gerada, chegando
na ideia da construção de jardins verticais. O projeto
portanto, tem como proposta o reaproveitamento da
água que é gerada e escoada dos ares-condicionados,
utilizando-a para irrigação de jardins verticais que
serão criados a partir da reutilização dos polímeros
que já foram utilizados e poderiam ser descartados de
forma inadequada ao meio ambiente. Além destes dois
fatores, pode-se alinhar um terceiro onde que, as plantas
colocadas nesses jardins verticais fariam a captação
do CO2 e deixariam a escola mais verde e sustentável,
contribuindo com um melhor aspecto visual além
de um ar mais purificado. O desenvolvimento deste
projeto irá beneficiar o meio ambiente por conta da
diminuição de lixo e, pela melhora na qualidade do ar
com a coleta de CO2, por meio da fotossíntese que é
realizada pelas plantas. Contudo, a escola se tornariam
mais sustentável e verde, podendo servir de exemplo
para outras comunidades.

Palavras-chave: Sustentabilidade. Reaproveitamento.


Meio ambiente

Tipo (marque com “x”): ( ) Artes visuais em educação


ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente ou ( X )
Experimento científico.

444
CONFECÇÃO DE BRINQUEDOS
SUSTENTÁVEIS COM POLÍMEROS

Guilherme S do E Santo, Giovana C da Crus, Karolini de O


Carvalho, Leticia P Cardoso, Maria E P de Oliveira, Rayane L
A Escudero

Tais Batista Marino, tais.marino01@etec.sp.gov.br

Escola Técnica Estadual Professor Armando José Farinazzo,


Fernandópolis, SP

Com o grande aumento de produtos industrializados


e desenvolvimento de inúmeros outros materiais
para a necessidade e conforto das pessoas, observa-
se uma grande variedade da utilização de polímeros.
Destacam-se polímeros como Tereftalato de polietileno
(PET), pneus, Polietileno de alta densidade (PEAD)-
baldes, engradados, Cloreto de polivinila (PVC)-canos,
assoalhos, forros, tubos de conexão, Polietileno de baixa
densidade (PEBD)-sacolas plásticas, dentre outros. Um
dos principais problemas referentes a presença destes
polímeros é a forma como o mesmo está sendo descartado
no meio ambiente. Alguns, devido a suas características,
podem ser reciclados, já outros não. O grande problema
são os polímeros sintéticos, que além de não serem
biodegradáveis, nem sempre são recicláveis e, em
geral, sua incineração causa danos ao meio ambiente.
Nos últimos anos, tem-se investido em tecnologia e
pesquisas para se amenizar o impacto ambiental dos
mesmos, destacando-se a reutilização, reciclagem e
a fabricação de polímeros biodegradáveis. Durante o
desenvolvimento das aulas, os alunos são estimulados
a desenvolver o pensamento solidário, a desenvolver

445
ações que beneficiem a comunidade, pensando no bem-
estar e auxílio nas questões socioambientais. Destarte, o
presente projeto foi desenvolvido visando a necessidade
de reutilização de polímeros que são descartados de
forma inadequada no meio ambiente como forma
de sustentabilidade social por meio de confecção de
brinquedos e doação a escolas que não contam com
a disponibilidade de materiais recreativos para o
desenvolvimento de suas atividades. Ao se produzir
brinquedos com esses produtos, incentiva-se, não apenas
a conservação do meio ambiente, mas também a ação
solidária. Pode-se dizer que a Educação para o consumo
consciente e a sustentabilidade mediante atividades
lúdicas é uma estratégia eficaz no ensino, já que tal ação
amplia o potencial de alcance de iniciativas como essa, ao
sensibilizar os alunos sobre a importância das escolhas
de consumo de uma maneira mais leve e divertida. O
presente trabalho sobre a confecção dos brinquedos com
a reutilização dos polímeros, proporcionou aos alunos
o desenvolvimento da ação social por meio da doação.
Os discentes puderam adquirir e desenvolver com este
trabalho, uma formação de cidadão comprometido com
o próximo, por meio de valores humanos e éticos além
de estarem reaproveitando os materiais poliméricos
que seriam descartados ao meio ambiente, causando
poluição e vários outros problemas ambientais.

Palavras-chave: Polímeros. Ação Social. Reutilização.

Tipo (marque com “x”): ( ) Artes visuais em educação


ambiental, ( ) Redação sobre meio ambiente ou ( X )
Experimento científico.

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