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Herança da Reforma
Rev. Airton S. Schroeder
Quando penso sobre a história do cristianismo, uma palavra sempre vem à mente: a
palavra Zelo. O zelo pela Palavra de Deus que os cristãos tiveram para conservá-la cara e
pura para que hoje pudéssemos conhecer o Caminho, a Verdade e a Vida Eterna. Mas
percebe-se que o zelo varia no decorrer das épocas.
As Escrituras Sagradas são a pura e autêntica revelação da Palavra de Deus aos homens.
Aos cristãos cabe o zelo de defendê-la, examiná-la, nela perseverar para que nos seja útil e
nela nos seja revelado o caminho da Salvação.
Entretanto, a Palavra de Deus continuava viva e eficaz como espada de dois gumes. Ela
não transformava corações e vidas porque estava fechada e inacessível às pessoas. Foi por
causa dos interesses heréticos da cúpula da igreja que a Bíblia foi isolada do povo para que
ninguém se "tornasse sábio para a Salvação" (1 Timóteo 3.15).
Mas a Igreja do Senhor Jesus tinha a promessa: "As portas do inferno não prevalecerão
contra ela" (Mateus 16.18). Deus sempre manteve homens fiéis às Sagradas Letras, e,
ainda, em tempo oportuno, usou de forma especial seus homens de fé para colocar a Bíblia
de volta ao Púlpito, tornando-a o centro da igreja cristã. Para tanto usou homens de
diferentes épocas, culminando no Dr. Martinho Lutero, quando desencadeou-se o
movimento que conhecemos como Reforma Protestante (31/10/1517).
Foi em Lutero que a Bíblia passou a ser um livro aberto para o povo, quando fez a
tradução para a sua língua nacional (Novo Testamento, em 1521, e a Bíblia completa, em
1534). As Escrituras foram colocadas à venda através da recém descoberta imprensa, por
um custo 280 vezes menor do que as bíblias latinas manuscritas. Para Felipe Melachthon,
"a tradução da Bíblia foi uma das maiores maravilhas que Deus realizou por intermédio de
Lutero, antes do fim do mundo".
Zelemos pela revelação Bíblica, devolvida ao povo com a Reforma; ela é a Herança dos
Céus para a Salvação da Humanidade (Jo 20.30,31). Nesta obra não estamos sozinhos nem
isolados, mas esta é uma obra própria de Deus para que as portas do inferno jamais
prevaleçam contra a Igreja. O discernimento é um Dom de Deus que ele nos dará para o
bem da igreja.
Para nós dirige-se a Palavra: "Vigiai e Orai" (Mateus 26.41) e a promessa: "Estarei
convosco" (Mateus 28.20).
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Rev. Airton S. Schroeder é pastor da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB); atual Presidente da Ordem dos
Pastores Evangélicos de Natal (OPEN) e Vice-reitor do Seminário Teológico do Natal (STEN)