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Poesia
Poesia
MANUEL
BANDEIRA
Manuel Bandeira
Manuela Carneiro de Sousa Bandeira Filho nasceu em Recife e Morreu
no Rio de Janeiro.
Estudou no Rio e em São Paulo, tendo abandonado o curso da Escola
Politécnica por causa da tuberculose que o acometeu. Viajou para
Suíça, em busca de cura para a doença. Lá conheceu alguns
importantes poetas pós-simbolistas franceses.
Manuel Bandeira
Um dia chamou-se de “poeta menor”. Fez por certo uma injustiça a si
próprio, mas deu, com essa notação crítica, mostras de reconhecer as
origens psicológicas da sua arte: aquela atitude intimista dos
crepusculares do começo do século que ajudaram a dissolver toda a
eloquência pós-romântica, pela prática de um lirismo confidencial,
auto-irônico, talvez incapaz de empenhar-se num projeto histórico,
mas, por isso mesmo, distante das tentações pseudo-ideológicas,
alheio a descaídas retóricas.
Manuel Bandeira
Em nosso poeta essa postura, que trai um inato individualismo, redime-
se pelo culto da comunicação literária. O esforço de romper com a
dicção entre parnasiana e simbolista de Cinza das Horas foi plenamente
logrado enquanto fez de Bandeira um dos melhores poetas do verso
livre em português, e, a partir de Ritmo Dissoluto, talvez o mais feliz
incorporador de motivos e termos prosaicos à literatura brasileira.
Manuel Bandeira – Cinzas das Horas
O livro apresenta poemas escritos segundo a moda parnasiana e
simbolista, mas com algumas novidades expressivas, como o tom
irônico e a incorporação do cotidiano. Esta última seria uma das
características mais marcantes da obra de Manuel Bandeira, como
exemplifica o “Poemeto Irônico”.
Manuel Bandeira – Cinzas das Horas
O que tu chamas tua paixão,
É tão somente curiosidade.
E os teus desejos ferventes vão
Batendo as asas na irrealidade...
Manuel Bandeira – Carnaval (1919)
Segundo comentário do próprio autor, é “um livro sem
unidade”.prende-se ainda ao Parnasianismo e ao Simbolismo. Dessa
obra, o poema mais conhecido é “Os Sapos”, em que Bandeira satiriza
os excessos parnasianos. Lido por Ronald de Carvalho numa das noites
da Semana de Arte Moderna, o poema provocou escândalo e tornou-se
uma espécie de hino dos modernistas da primeira fase.
Manuel Bandeira – O ritmo dissoluto (1924)
É um livro de transição entre dois momentos da poesia de Bandeira. De
fato, a partir dessa obra começam a ficar mais frequentes os traços que
caracterizam sua obra: o cotidiano, expresso numa linguagem simples,
acessível, e o emprego do verso livre.
Meninos carvoeiros A madrugada ingênua parece feita para eles . . .
Pequenina, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se
Os meninos carvoeiros brincásseis!
Passam a caminho da cidade.
— Eh, carvoero!
E vão tocando os animais com um relho enorme. —Eh, carvoero!
Os burros são magrinhos e velhos. Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado,
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. Encarapitados nas alimárias,
A aniagem é toda remendada. Apostando corrida,
Os carvões caem. Dançando, bamboleando nas cangalhas como
espantalhos desamparados.
— Eh, carvoero!
Só mesmo estas crianças raquíticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
Manuel Bandeira – Libertinagem (1930)
Marca a proposta mais radical de ruptura de Bandeira com os modelos
parnasianos.
Manuel Bandeira – Estrela da tarde (1963)
Atesta o espírito inquieto e a modernidade de um poeta que
acompanhou as renovações de seu tempo, por meio da busca de novas
formas de expressão, como se pode observar no poema seguinte:
Manuel Bandeira – Estrela da tarde (1963)
A onda
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda anda?
O Cacto
o capoeira
- Qué apanhá, sordado?
- O quê?
- Qué apanhá?
Pernas e cabeças na calçada.
3. Linguagem renovadora
crônica
velhice
O netinho jogou os óculos
Na latrina.
4. Síntese
O poeta prende-se apenas ao essencial. Por isso, seus poemas são
bastante curtos (poemas-pílulas).
PROSA
A prosa de Oswald é responsável por dois romances revolucionários:
Memórias Sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande.
Jorge de Lima
Jorge de Lima
Jorge Mateus de Lima nasceu em União dos Palmares (AL) e morreu no
Rio de Janeiro. Formado em Medicina, exerceu também atividades
políticas e o magistério superior. Também incursionou pelas artes
plásticas, publicando um álbum de fotomontagens em 1943.
Características da obra
Inicialmente parnasiano:
Ó Fulô! Ó Fulô!
O Sinhô foi ver a negra
Vai botar para dormir
levar couro do feitor.
esses meninos, Fulô!
A negra tirou a roupa,
"minha mãe me penteou
O Sinhô disse: Fulô!
minha madrasta me enterrou
(A vista se escureceu
pelos figos da figueira
que nem a negra Fulô).
que o Sabiá beliscou".