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Higiene e Segurança do

Trabalho
Prof. Dra. Ana Vitória de Almeida Macêdo
anavitoria.macedo@ufrpe.br
Sala 502
Higiene do trabalho

• NR 9 – PPRA (continuação)
• Agentes de Risco (físicos, químicos, biológicos)
• Prevenção e mitigação de agentes de risco
PPRA
• É obrigatório para todas as empresas e instituições que
admitam trabalhadores, com o objetivo de preservar a saúde
e integridade física dos empregados, identificando riscos
ambientais físicos, químicos e biológicos existentes no
trabalho, tais como ruído, calor, frio, radiações, vibrações,
névoas, gases, neblinas, bactérias, fungos, parasitas, vírus
etc.
O desenvolvimento do PPRA
• Se faz necessário que as ações estabelecidas devam ser desenvolvidas
no âmbito de cada estabelecimento da empresa, e sua abrangência e
profundidade dependem das características dos riscos existentes no
local de trabalho e das respectivas necessidades de controle; devem
incluir as seguintes etapas:
• antecipação e reconhecimento dos riscos;
• estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
• avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
• implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
• monitoramento da exposição aos riscos;
• registro e divulgação dos dados.
O desenvolvimento do PPRA
• As vantagens a seguir relacionadas só terão efetividade a partir de
uma implementação bem-feita, e trará esses benefícios caso possa
haver o envolvimento da empresa como um todo, desde a diretoria
até os terceirizados, ou seja, se houver uma política de segurança e
saúde ocupacional que permeie toda a empresa.
• prevenção dos acidentes de trabalho;
• redução da perda de material e de pessoal;ganho na otimização dos
custos;
• diminuição dos gastos com saúde;
• aumento da qualidade, produtividade e competitividade.
A responsabilidade do PPRA
• Do empregador: estabelecer, implementar e assegurar o
cumprimento do PPRA, como atividade permanente da empresa ou
instituição.
• Dos trabalhadores:
• colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
• seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos pelo PPRA;
• informar ao superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento,
possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
PPRA
• Os empregadores deverão informar os trabalhadores de maneira
apropriada e suficiente sobre os riscos ambientais possíveis de
originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios disponíveis para
preveni-los ou limitá-los e para proteger-se de tais perigos.
• O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos
ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave
e iminente risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam
interromper de imediato suas atividades, comunicando o fato ao
superior hierárquico direto para as devidas providências.
Orientações básicas para o PPRA
• O conteúdo do PPRA deverá atender na íntegra o que preconiza a nr-9
do ministério do trabalho e emprego.
• O PPRA deverá se estender a todas as áreas de trabalho ocupadas
pela empresa, estando articulado com o PCMSO, quando disponível
na instalação.
• As partes do PPRA relativas à fase de reconhecimento e avaliação
ambiental deverão ser obrigatoriamente realizadas e assinadas por
engenheiro de segurança do trabalho ou técnico de segurança do
trabalho.
Orientações básicas para o PPRA
• Nos dois casos, o profissional deverá recolher ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica) junto ao órgão regional do CREA, a cópia
da ART deverá ser anexada ao PPRA.

• Quando o trabalho for realizado por empresa especializada em


engenharia de segurança do trabalho, também a empresa contratada
deverá ser registrada no respectivo CREA.
Orientações básicas para o PPRA
• Podem ocorrer pelo menos três situações diversas durante a
realização de um PPRA:

• empresas que elaboram o PPRA pela primeira vez.


• empresas que já possuem o PPRA, porém não foram realizadas
medições dos agentes agressivos.
• instalações que possuem PPRA com medições efetuadas.
Orientações básicas para o PPRA
• Deverá ser utilizada folha de papel timbrado da empresa que estiver
realizando o trabalho, contendo:
• Título: “Programa de Prevenção de Riscos Ambientais”.
• Nome da empresa onde foi realizado o trabalho.
• Data da sua conclusão, que passará a ser a data do documento base.
Documento base
• É o PPRA propriamente dito; • Integração com a CIPA
• Deve conter uma folha de rosto com o • Definições dos termos analisados
título “documento base”. • Estratégias e metodologia de Avaliação
• Apresentar: • Estrutura do PPRA
• Introdução • Desenvolvimento do PPRA
• Objetivo • Antecipação, Reconhec. e Avaliação dos
• Identificação da Empresa Riscos Amb.
• Atividades da Empresa • Técnicas de Avaliação Dos Agentes
• Características do Ambiente de • Controle dos Riscos Ambientais
trabalho • Nível de Ação
• Descrição das Atividades Realizadas • Periodicidade, Forma e Avaliação e
• Qualificação dos Responsáveis Revisão do PPRA
• Definição das Responsabilidades
Documento base
• Estabelecimento do Plano de Ação, Metas, Prioridades e Cronograma
• Registro de revisões do desenvolvimento do PPRA
• Recomendações Gerais
• Registro, Manutenção e Divulgação de Dados
• Planejamento Anual, Metas e Prioridades
• Exame, Discussão do Plano e Conclusões Finais
• Bibliografia
• Data do Documento e Assinatura do Profissional
Riscos ambientais
• Para efeito da NR, item 9.1.5, que trata do PPRA consideram-se riscos
ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho que, em função de sua

Concentração Tempo
Natureza ou de
Intensidade Exposição
são capazes de causar danos a saúde do trabalhador
Riscos ambientais
• Agentes físicos
• São as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores.
• Devem ser considerados durante as avaliações, os agentes físicos que
se apresentam nas seguintes formas de energia: ruído; vibração;
pressões anormais; temperaturas extremas; radiações ionizantes;
radiação não ionizantes; infra-som e ultra-som.
Riscos ambientais
• Agentes químicos
• São substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória, ou pela natureza da atividade de
exposição possam ter contato através da pele ou serem absorvidos
pelo organismo por ingestão, conforme abaixo: poeiras, fumos,
névoas, neblina, gases e vapores.
Riscos ambientais
• Agentes biológicos
• São os agentes, que se apresentam nas formas de micro-organismos e
parasitas infecciosos vivos e suas toxinas, tais como: bactérias;
fungos; bacilos; parasitas; protozoários e vírus, entre outros.
Riscos ambientais
Ruído Poeiras Vírus

Agentes biológicos
Vibrações Fumos Bactérias

Agentes químicos
Agentes físicos

Radiação
ionizantes Névoas
Radiação não Protozoários
ionizante
Neblinas
Frio Fungos
Gases
Calor

Vapores
Parasitas
Pressões anormais

Umidade Substâncias, compostos ou


produtos químicos no geral
Bacilos
Prevenção e mitigação de agentes de risco
• O processo de gerenciamento de riscos, como todo procedimento de
tomada de decisões, começa com a identificação e a análise de um
problema.
• No caso da gestão de riscos, o problema consiste, primeiramente, em
se conhecer e analisar os riscos de perdas acidentais que ameaçam a
organização.
• A identificação de riscos é, indubitavelmente, a mais importante das
responsabilidades do gerente de riscos. É o processo por meio do
qual, contínua e sistematicamente, são identificadas perdas
potenciais (a pessoas, à propriedade e por responsabilidade da
empresa), ou seja, situações de risco de acidentes que podem afetar
a organização.
Identificação de riscos
• Não existe um método ideal para se identificar riscos. Na prática, a
melhor estratégia é combinar os vários métodos existentes, obtendo-
se o maior número possível de informações sobre riscos e evitando-
se, assim, que a organização seja, inconscientemente, ameaçada por
eventuais perdas decorrentes de acidentes.
• São métodos frequentemente utilizados para identificar riscos:
• Mapa de risco
• Checklists e roteiros
• Inspeção de segurança
• Investigação de acidentes
• Fluxogramas
Mapa de risco
• Tem como objetivos reunir as informações necessárias para
estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no
trabalho nas empresas e possibilitar, durante a sua elaboração, a
troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem
como estimular a participação destes nas atividades de prevenção.
• A elaboração dos mapas de riscos é uma das atribuições da CIPA
e é composta das seguintes etapas:
• conhecer o processo de trabalho no local analisado;
• identificar os riscos existentes no ambiente pesquisado;
• identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia;
• reconhecer os indicadores de saúde;
Mapa de risco
• conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
• elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa ou do
ambiente analisado.

• O mapa de risco será abordado com mais detalhes na próxima aula.


Checklists e roteiros
• podem ser obtidos em publicações especializadas sobre
Engenharia de Segurança e Seguros, junto a corretoras, seguradoras
etc., ou serem construídos.
• Deve-se ressaltar que, por mais precisos e extensos que sejam, há
uma grande chance deles omitirem situações de risco até vitais para
uma determinada empresa.
• Para minimizar o problema, os responsáveis pela gestão de riscos
devem adaptar tais instrumentos às características e peculiaridades
específicas da organização.
Inspeção de segurança
• Nada mais é do que a procura de riscos comuns, já conhecidos teoricamente.
• O conhecimento teórico facilita a prevenção de acidentes, pois as soluções
possíveis já foram estudadas anteriormente e constam de extensa bibliografia.
• Os riscos mais comumente encontrados em uma inspeção de segurança, entre
outros, são:
• falta de proteção de máquinas e equipamentos;
• ausência de ordem e limpeza;
• falta de manutenção das ferramentas;
• Iluminação e instalações elétricas deficientes;
• pisos escorregadios, precários, em mau estado de conservação;
• equipamentos de proteção contra incêndio em mau estado de
conservação/uso ou insuficientes;
• falhas de operação.
Investigação de acidentes
• É utilizado principalmente quando se tem um acidente de trabalho,
haja vista que tal ocorrência necessita de uma verificação cuidadosa
dos dados relativos ao acidentado, como comportamento, atividade
exercida, tipo de ocupação, data e hora do acidente, dentre outros, e
ao acidente, como tipo, danos causados à empresa e ao(s)
trabalhador(es), por exemplo.
• A forma de condução da investigação deve ser definida em função
das peculiaridades de cada organização e/ou setor, como espaço
físico, produto fabricado, processo produtivo, tipo de máquinas e
equipamentos utilizados, características socioeconômicas da região
onde está localizada a organização, por exemplo.
Fluxograma
• Esse método é bastante utilizado quando se quer identificar danos
e perdas decorrentes de acidentes de trabalho.
• Inicialmente são elaborados fluxogramas com todas as operações
realizadas na organização e/ou setor onde ocorreu o acidente, desde
o fornecimento da matéria-prima até a entrega do produto final
ao cliente, por exemplo.
• Em seguida, devem ser elaborados fluxogramas detalhados de cada
uma das operações definidas no início, possibilitando, assim, a
identificação dos respectivos danos e perdas ocorridos ou que
possam vir a acontecer.
Técnicas de análise de risco
• Existem diversas técnicas de Análise de Riscos, que buscam
um único objetivo: determinar prováveis riscos que poderão
estar presentes na fase operacional do componente,
equipamento ou sistema ou identificar erros ou condições
inseguras que resultaram em acidentes, com ou sem lesão,
danos ou perdas, ou que poderão resultar nestes.
Análise Preliminar de Riscos (APR)
• Consiste no estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento
prematuro de um novo sistema, com o objetivo de se determinar os
riscos que poderão estar presentes em sua fase operacional.
• Trata-se de um procedimento que possui especial importância nos
casos em que o sistema a ser analisado possui pouca similaridade
com quaisquer outros existentes, seja pela sua característica de
inovação, ou pioneirismo, seja pela pouca experiência em riscos no
seu uso.
Análise Preliminar de Riscos (APR)
• Modelo de formulário para APR
Análise Preliminar de Riscos (APR)
• O modelo apresentado mostra a forma mais simples para uma APR, podendo ser
acrescido de outras colunas que contemplem mais informações como, por exemplo,
critérios a serem seguidos, responsáveis pelas medidas de segurança, necessidade de
testes, dentre outros.
• As categorias ou classe de risco são definidas como:
I. Desprezível: A falha não resultará numa degradação maior do sistema, nem produzirá
danos funcionais ou lesões, ou contribuirá com um risco ao sistema.
II. Marginal (ou Limítrofe): A falha degradará o sistema numa certa extensão, porém,
sem envolver danos maiores ou lesões, podendo ser compensada ou controlada
adequadamente.
III. Crítica: A falha degradará o sistema causando lesões, danos substanciais, ou resultará
num risco inaceitável, necessitando de ações corretivas imediatas.
IV. Catastrófica: A falha produzirá severa degradação do sistema, resultando em perda
total, lesões ou morte.
Análise Preliminar de Riscos (APR)

• No modelo apresentado sugere-se que sejam adotados os seguintes parâmetros


para as variáveis envolvidas:
• Escala de Probabilidade (P): Alta (3), espera-se que ocorra; Média (2), provável
que ocorra; Baixa (1), improvável ocorrer.
• Escala de Gravidade (G): Alta (3), morte e lesões incapacitantes; Média (2),
doenças ocupacionais e lesões menores; Baixa (1), danos materiais e prejuízo ao
processo.
• Escala de Riscos.
Análise Preliminar de Riscos (APR)
• No desenvolvimento de uma APR, devem ser seguidos os seguintes passos:
• rever problemas conhecidos;
• revisar a missão;
• determinar os riscos principais;
• determinar os riscos iniciais e contribuintes;
• revisar os meios de eliminação ou controle de riscos;
• analisar os métodos de restrição de danos;
• indicar quem levará a cabo as ações corretivas.

• A Análise de Riscos deverá ser sucedida por análises mais detalhadas ou


específicas, logo que forem possíveis.
Técnicas de análise de risco
• Outras técnicas conhecidas são:
• Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE): consiste em uma técnica que
permite analisar como podem falhar os componentes de um equipamento
ou sistema, estimar as taxas de falha, determinar os efeitos que poderá
advir e, consequentemente, estabelecer as mudanças que deverão ser
efetuadas para aumentar a probabilidade de que o sistema ou
equipamento realmente funcione de maneira satisfatória.
• Técnica de Incidentes Críticos é um método para identificar erros e
condições inseguras que contribuem para os acidentes com lesão, tanto
reais como potenciais, por meio de uma amostra aleatória estratificada de
observadores-participantes, selecionados dentro de uma população.
• incidente crítico é qualquer evento ou fato negativo com potencialidade para
provocar dano. Trata-se de uma situação ou condição que se apresenta, mas não
manifesta dano.
Técnicas de análise de risco
• Outras técnicas conhecidas são:
• Análise de Árvores de Falhas (AAF): é um método excelente para o
estudo dos fatores que poderiam causar um evento indesejável
(falha, risco principal ou catástrofe).
• Trata-se de um modelo em que dados probabilísticos podem ser
aplicados a sequências lógicas.
• Pela maneira sistemática que vários fatores podem ser apresentados,
a AAF é largamente utilizada em situações complexas.
Atividade para composição da nota (1,0 ponto)
• Pesquise mais sobre APR e desenvolva uma com base na seguinte
situação:
• Escolha uma atividade a ser desenvolvida (no laboratório, no trabalho, por
exemplo);
• Imagine que você tem uma equipe para executar o trabalho e você é o
responsável pela confecção da APR juntamente com seus colegas;
• Faça uma APR para um procedimento que sua equipe vai executar.

• A atividade é individual e deve ser entregue impressa no dia 28/05.

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