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Universidade Católica de Santos

Relações Internacionais

Alexia Caldas Malantrucco


Amanda Dias Silva
Maria Clara Felix de Souza

Trabalho de Introdução às Relações Internacionais

Santos

2019
INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo descrever o sistema unimultipolar,


conceituado por Samuel P. Huntington. O sistema, ou estrutura de poder, é
caracterizado com um país com poder superior por muitos aspectos (econômico,
militar, diplomático, ideológico, tecnológico e cultural) e outros países coadjuvantes
exercendo sua influência no âmbito internacional, consolidando poder em algumas
partes do mundo e expressando seus interesses, porém sem ultrapassar os limites
impostos pelo superpoder (Estados Unidos). Além disso, visando a hegemonia total,
os Estados Unidos tenta consolidar a estrutura de poder unipolar, porém por alguns
motivos que serão vistos ao longo desse trabalho ele é incapaz, em contradição, os
outros países em segundo plano preferem a estrutura de poder multipolar.
MOMENTO UNIMULTIPOLAR

A política global sempre foi sobre o poder e a disputa do anterior entre os


países mais influentes de determinado sistema em determinada época. Atualmente
há um potência que tem um poder muito superior em relação às outras (Estados
Unidos da América) e que possui preeminência em todos os quesitos de poder –
econômico, militar, diplomático, ideológico, tecnológico e cultural mas isso não
significa que presenciamos um período unipolar (somente com a influência da
anterior) pois há outras nações com poderes menores, mas significativos, em
segundo plano. Os países que permanecem em segundo plano delimitam o poder
dos Estados Unidos, expressam seus interesses e consolidam seu poder em
algumas partes do mundo, contudo, não se sobressaem em relação à potência
superior (Estados Unidos da América).

At a second level are major regional powers that are preeminent in


areas of the world without being able to extend their interests and
capabilities as globally as the United States. They include the
German-French condominium in Europe, Russia in Eurasia, China
and potentially Japan in East Asia, India in South Asia, Iran in
Southwest Asia, Brazil in Latin America, and South Africa and Nigeria
in Africa. (HUNTINGTON, 1999, p.36)1

Os países coadjuvantes que participam do sistema unimultipolar, preferem o


sistema multipolar, pois gostariam de expressar seus interesses unilateralmente e
coletivamente sem restrições e pressão do superpoder. Os Estados Unidos, como
potência superior e em contraste com os outros países, busca pela hegemonia e
pelo sistema unipolar, ameaçando as nações em segundo plano.

Por muitos anos, os norte-americanos consideram a sua nação como


hegemônica e o mundo como supostamente unipolar, exaltando as virtudes do país

1 “Em um segundo nível estão as principais potências regionais que são proeminentes em áreas do
mundo sem poder estender seus interesses e capacidades tão globalmente quanto os Estados
Unidos. Eles incluem o condomínio franco-alemão na Europa, a Rússia na Eurásia, a China e
potencialmente o Japão no leste da Ásia, a Índia no sul da Ásia, o Irã no sudoeste da Ásia, o Brasil na
América Latina e a África do Sul e a Nigéria na África.”
e considerando-o como benevolente. A verdade é que, com essas crenças, os
Estados Unidos forçam outros países a adotarem seus valores e práticas, através de
inúmeras políticas na qual muitas pessoas aprovam, com a justificativa de que isso
diz respeito aos direitos humanos e à democracia. A citação a seguir exemplifica
algumas das políticas externas realizadas em nome da democracia e dos direitos
humanos:

[…] prevent other countries from acquiring military capabilities that


could counter American conventional superiority; enforce American
law extraterritorially in other societies; grade countries according to
their adherence to American standards on human rights, drugs,
terrorism, nuclear proliferation, missile proliferation, and now religious
freedom; apply sanctions against countries that do not meet American
standards on these issues; promote American corporate interests
under the slogans of free trade and open markets […]
(HUNTINGTON, 1999, p. 38)2

Está claro que antigamente a nação superpoderosa (Estados Unidos) não


tinha dificuldades em impor sua força, para tentar estabelecer um sistema unipolar,
porém atualmente os únicos modos de coerção que são possíveis são: Sanções
econômicas e intervenção militar. Por outro lado, o país também pode lançar
bombas e mísseis em seus inimigos, contudo essas ações não geram efeitos. Além
disso a população norte-americana não vê necessidade em medir esforços para a
nação atingir a hegemonia: “In one 1997 poll, only 13 percent said they preferred a
preeminent role for the United States in world affairs, while 74 percent said they
wanted the United States to share power with other countries.”(HUNTINGTON, 1999,
p.39)3. Ou seja, a base política doméstica dos Estados Unidos está tendo dificuldade
para criar um mundo unipolar, os líderes ameaçam mas não realizam. “The result is

2 “impedir que outros países adquiram capacidades militares que poderiam contrariar a superioridade
convencional americana; aplicar a lei americana de forma extraterritorial em outras sociedades;
classificar os países de acordo com sua adesão às normas americanas sobre direitos humanos,
drogas, terrorismo, proliferação nuclear, proliferação de mísseis e, agora, liberdade religiosa; aplicar
sanções contra países que não atendam aos padrões americanos sobre essas questões; promover
os interesses corporativos americanos sob os slogans do livre comércio e dos mercados abertos.”

3“Em uma votação de 1997, somente treze por cento disse que preferia um papel preeminente para
os Estados Unidos nas relações internacionais, enquanto 74 por cento disse que prefeririam que os
Estados Unidos dividisse o poder com outros países.”
a foreign policy of “rhetoric and retreat” and a growing reputation as a “hollow
hegemon.” (HUNTINGTON, 1999, p.39)4

A realidade é os Estados Unidos estão sozinhos no mundo. O país


geralmente fala em nome da comunidade internacional mas só recebe apoio de
alguns países como Grã-Bretanha, Canada, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha,
Israel e Japão.

CONCLUSÃO

4 “O resultado é uma política externa de "Retórica e retiro" e uma crescente reputação como
"hegemonia oca.”
Está claro que a tentativa de estabelecer a hegemonia e o sistema unipolar
por parte dos Estados Unidos é falha. A visão estabelecida pelos norte-americanos
sobre a benevolência do país e dos valores que ele possuí para justificar o poder e
superioridade do mesmo é em vão pois a adoção dos valores e práticas por outros
países é coercitiva. Em nome dos direitos humanos e da democracia, os Estados
Unidos viola os direitos humanos com o objetivo de consolidar seu poder em outros
países e de se mostrar superior. Além disso, outras estratégias utilizadas no século
anterior, como bombas, mísseis, sanções econômicas e intervenção militar para
atingir a unipolaridade não alcançarão sucesso, outrossim a população norte-
americana não apoia tal feito almejado pela nação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HUNTINGTON, Samuel P. The Lonely Superpower. Foreign Affairs, Volume 78,
Número 2, p. 35-49, março-abril, 1999.

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