Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Entre as maldições que o profeta Isaías profere contra os habitantes de Jerusalém: “Ai
dos que se apegam à iniquidade, arrastando-a com as cordas da mentira... Ai dos que ao mal
chamam bem e ao bem mal, dos que transformam as trevas em luz e a luz em trevas, dos que
mudam o amargo em doce e o doce em amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios
olhos e inteligentes na sua própria opinião... Ai dos que absolvem o ímpio mediante suborno e
negam ao justo sua justiça!” (Is 5,18.20.22-23).
196
Não escapam à crítica dos profetas o falso culto, o banquete sagrado, que seguia
depois dos sacrifícios oferecidos a “seu deus”, trata-se sem dúvida do Deus de Israel, que foi
rebaixado ao nível dos ídolos pagãos, porque ele é honrado com bens tirados dos pobres e
infelizes, sob a aparência de legalidade: multa ou confisco dos bens de devedor que não pode
pagar.
Jeremias denuncia de todo o tipo de crimes praticados pela sociedade: “Não é assim?
Roubar matar, cometer adultério, jurar falso, queimar incenso a baal, correr atrás de deuses
estrangeiros, que não conheceis, depois virdes e vos apresentardes diante de mim neste
templo, onde o meu nome é invocado , e dizer: “Estamos salvos”, para continuar cometendo
essas abominações! Este templo onde meu nome é invocado, será por ventura um covil de
ladrões a vossos olhos? Mas eis que também eu vi, oráculo do Senhor” (Jr 7,9-11). O profeta
não tolera incoerência de vida, pois, estão conscientes de suas contradições, pecados, e
continuam oferecendo sacrifícios, ofertas e culto a Deus, como se não fosse necessário viver
de acordo com a fé que professa.
Jesus retoma o profeta Jeremias e confirma no seu tempo, que o lugar sagrado
reservado ao seu Pai é para a oração, pois, nele se manifestava a sua glória, e no, entanto
este lugar havia sido transformado, numa casa de comércio, em “um covil de ladrões” (Mt
197
Conclusão
As grandes visões ou intuições dos profetas sobre o Deus são a experiência do Deus
Um, do Deus santo, do Deus justo, do Deus que vem em defesa dos pobres, pequenos e
indefesos, do Deus que é misericórdia e perdão, revelado até o ato supremo de entrega e
abandono do seu Filho Jesus.
O que faz com seja indiscutível a atualidade da Teologia Bíblica Profética, numa
sociedade que anda doente pelas injustiças, pela ganância dos grandes e poderosos, pela
manipulação da verdade, pela falsidade dos que são capazes de brincar de fazer de justiça e,
no entanto agem por suborno, vaidade, por prepotência, cujas leis são eles próprios.