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Questões Notas

Gabarito da 1a Prova de SMA301 - Cálculo I 1.a


Prof.: Alexandre Nolasco de Carvalho 13/05/2007
2.a
3.a
Nome:
4.a
5.a
No. USP:
Total

1.a Questão. (Valor: 4.0) Diremos que uma seqüência {xn } é de Cauchy se, e somente se, dado
² > 0, existe N = N (²) ∈ N tal que |xn − xm | < ², ∀ m, n ≥ N. Mostre que se {xn } é uma seqüência
de Cauchy, então

• {xn } é limitada,

• {xn } tem uma subseqüência convergente e

• {xn } é convergente.

Use estes resultados para mostrar que


© ¡ ¢ª
• n sen n1 é convergente.

Solução: • Dado ² = 1 seja N ∈ N tal que |xn − xm | < 1, ∀ m, n ≥ N . Tomando M =


max{|x1 |, · · · , |xN −1 |, |xN | + 1} temos que

|xn | ≤ M, ∀n ∈ N.

Logo, {xn } é limitada.


• Como {xn } é limitada, segue de um resultado provado em sala de aula que {xn } tem uma
subseqüência convergente.
• Seja h : N → N estritamente crescente e ` ∈ R tal que {xh(n) } é convergente com limite ` ∈ R.
Dado ² > 0 seja N ∈ N tal que |xh(n) − `| < 2² for all n ≥ N e |xn − xm | < 2² for all m, n ≥ N . Assim,
se n ≥ N temos que
|xn − `| ≤ |xn − xh(n) | + |xh(n) − `| < ², ∀ n ≥ N.
Provando que {xn } é convergente com limite `.
• Note que sen(x) < x < tg(x) e portanto, tomando x = n1 e x = m 1
,
µ ¶ µ ¶ µ ¶ µ ¶
1 1 1 1 1 1
|n sen − m sen | ≤ max{1 − cos , 1 − cos } ≤ max{ , }.
n m m n m n
© ¡ 1 ¢ª
Segue que nsen n é uma seqüência de Cauchy, portanto convergente.
2.a Questão. (Valor: 2.0) Em cada um dos casos verifique se a função é limitada, par, ı́mpar ou
periódica. Justifique sua resposta.
(a) f (s) = |s + 3| + |s − 3|
(b) f (θ) = cos(πθ) cos(2πθ)
Solução: (a) Note que 
 2s, se s ≥ 3,

f (s) = 6, se − 3 ≤ s ≤ 3,


− 2s, se s ≤ −3.
Segue que f é par, limitada inferiormente e não é periódica. Para ver que f não é limitada superiomente
basta notar que f (n) = 2n para todo n ∈ N, n ≥ 3. Por fim, note que f (s) = 2s, se s ≥ 3, portanto
não pode ser periódica.
(b) Note que
1
f (θ) = [cos(3πθ) + cos(πθ)] .
2
Logo, f é limitada, par e 2−periódica.
3.a Questão: (Valor 2.0)
• Mostre que se a seqüência {an } é convergente com limite a então, a seqüência {|an |} é convergente
com limite |a|. Vale a recı́proca? Se a resposta for afirmativa prove, caso contrário dê um contra-
exemplo. O que ocorre se a = 0?
• Mostre que se |r| < 1 então {rn } é convergente com limite 0.
Solução: • Como {an } é convergente com limite a, dado ² > 0 existe n ∈ N tal que |an − a| <
², ∀ n ≥ N . Segue que
||an | − |a|| ≤ |an − a| < ², ∀ n ≥ N.
Isto mostra que {|an |} é convergente com limite |a|.
A recı́prova não vale pois a seqüência {(−1)n } não é convergente e {|(1−)|n } é convergente (pois
é a seqüência constante e igual a 1).
Se {|an |} é convergente com limite 0, dado ² > 0 existe N ∈ N tal que
|an − 0| = ||an | − |0|| < ², ∀n ≥ N.
Logo {an } é convergente com limite 0.
• Se r = 0 não há nada a provar. Seja 0 6= r ∈ R tal que |r| < 1. Note que {|r|n } é uma
seqüência decrescente e limitada (portanto convergente com limite `) e que |r|n = |r||r|n−1 . Segue das
propriedades do limite que
` = |r|` ⇒ ` = 0.

4.a Questão. (Valor: 2.0) Prove, utilizando a definição ou propriedades, que a seqüência dada é
convergente:
 ³p ´ 
½ · µ ¶¸¾  (1 + n)cos 3 n 2 + tg(n3 ) + (n + 1)2 
1
(a) n2 1 − cos (b)
n  n2 

Solução: (a) Note que


· µ ¶¸ µ ¶2
2 1 2 1 1
n 1 − cos = n sen ¡ ¢.
n n 1 + cos n1
¡ ¢
e que (da Questão 1) {nsen n1 } é convergente com limite ` ∈ R. Segue das propriedades do limite
© 2£ ¡ 1 ¢¤ª 2
que n 1 − cos n é convergente com limite `2 .
(b) Note que
³p ´ ³p ´
(1 + n)cos3 n2 + tg(n3 ) + (n + 1)2 1 (1 + n)cos 3 n 2 + tg(n3 )
(n + 1)2
xn := = + .
n2 n n n2
( “√ ”)
(1+n)cos3 n2 +tg(n3 )
Observando que, { n1 } é convergente com limite 0, n+1n = 1 + n1 e que n é

limitada, segue das propriedades do limite que {xn } é convergente com limite 1.
Questão Extra: (Valor 1.0) Assumindo que todo conjunto limitado de números reais tem supremo,
mostre que, para todo x 6= 0, o conjunto
A = {nx : n ∈ N}
é ilimitado.
Solução: Tratemos, primeiramente, o caso x > 0. É claro que, neste caso, A é limitado inferiormente.
Suponhamos, por absurdo, que A seja limitado superiormente. Então existirá L = sup A. Logo, das
propriedades do supremo, dado ² = x existirá m ∈ N tal que L − x < mx (nenhum número menor que
L é limitante superior de A). Portanto L < (m + 1)x o que é um absurdo pois L é limitante superior
de A. Isto prova que o conjunto A é ilimitado sempre que x > 0. O caso x < 0 é semelhante.

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