Você está na página 1de 6

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidades – Aula 1 - Fatores que influenciam na formação

da imagem radiográfica

 Uma radiografia pode ser:


 Excelente
 Aceitável para diagnóstico
 Inaceitável
 Tem-se essas classificações porque existem fatores que vão influenciar na qualidade dessa radiografia.
Uma radiografia para ser excelente ela tem que ter o mínimo de distorção, o máximo de nitidez média
densidade e médio contraste.
 Os fatores que podem interferir na formação da imagem radiográfica são classificados em:

1- Fator Enérgico (energéticos): refere-se a quantidade de raio-X/energia que está sendo emitido nessa
radiografia.
2- Fator objeto: está relacionado com a posição do objeto
3- Fator geométrico: está relacionado com o posicionamento do filme, do objeto, do foco.
4- Fator filme:
5- Fator processamento:
6- Véu ou Fog: radiação secundária.

1) Fator enérgico (fatores relacionados ao aparelho)


 Miliamperagem (mA)
 Tempo de exposição
 Quilovoltagem
 Distância

1.1) Miliamperagem
 A miliamperagem (mA): é responsável pela quantidade de elétrons que vai ser formado
no tubo de raio-X, na ampola.

mA Eletrons Raios X
 Quanto maior a miliamperagem, maior vai ser a quantidade de elétrons,
consequentemente maior vai ser a quantidade de raio-X.
 A maioria dos aparelhos radiográfico odontológicos apresentam miliamperagem fixa,
que varia de 7 a 10 mA, logo como a quantidade de energia formada naquele aparelho
já é fixa, o que se pode controlar é o tempo de exposição, logo, por isso, se utilizar o
mesmo tempo de exposição para as radiografias, elas podem ser reproduzíveis, em
relação a quantidade de elétrons formadas, diferentemente de quando surgiram esses
aparelhos, onde a miliamperagem não era fixa, então a quantidade de elétrons
formados, poderia ser um em um aparelho e outra quantidade em outro aparelho.
Então, quando padronizou a miliamperagem puderam-se tornar as radiografias
reprodutíveis.

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidade – Aula 1 – Fatores que influenciam na formação da imagem


radiográfica – Thales Ribeiro Página 1
 A miliamperagem é o principal fator que influencia a DENSIDADE, porém não é a
miliamperagem apenas que influencia a densidade, tem-se o processamento, a
distância entre o foco e o filme, a qualidade dos filmes reveladores, a temperatura....

Obs: DENSIDADE

 Grau de escurecimento de uma radiografia;


 Isso está relacionado com a quantização de prata negra precipitada sobre a base da película, após o
processamento radiográfico;
 Capacidade da radiografia de se deixar passar ou não pela luz.

Alta densidade (muito escura)  miliamperagem alta.

Baixa densidade (muito clara)  miliamperagem baixa.

Média densidade (tons balanceados entre o preto e o branco) – IDEAL

Uma radiografia que é HIPERREVELADA, que ela ficou muito tempo no revelador, ela pode ter também uma alta
densidade. Uma radiografia HIPOREVELADA, que ficou pouco tempo no revelador, ela vai ficar com uma baixa
densidade.

O aparelho de raio-x pode está descalibrado, então o aparelho de raio-X tem sempre que receber manutenção e
ser sempre avaliado, se a miliamperagem, se a Quilovoltagem está funcionando bem, pois se essas condições
estiverem alteradas no aparelho pode ter mais ou menos elétrons, influenciando assim na quantidade de raio-X,
logo influenciando na densidade.

1.2) Tempo de exposição


 Maior tempo de exposição  maior a densidade da radiográfica ( mais escura);
 Menor tempo de exposição  menor densidade da radiográfica ( mais clara);
 A única forma de controlar a quantidade de energia emitida pelo aparelho é através da
colocação do tempo de exposição;
 Se deixar a radiografia mais tempo no revelador mais prata negra vai ser precipitada na
radiografia, ficando com uma maior densidade.
1.3) Quilovoltagem (kV)
 Vai ser fixa no aparelho;
 Está relacionada com a qualidade desses raio-X, pois a kV vai regular o comprimento de
onda desses raios-x, logo vai controlar a velocidade da formação desses elétrons na
nuvem. Então, quanto mais agitados estiverem esses elétrons, vai formar uma energia
com menor comprimento de onda e isso vai ter uma maior capacidade de penetração.
Então a kV vai está relacionado com a qualidade do raio-X que vai ser emitido, pois ele
vai controlar a velocidade dos elétrons que estão sendo formados na nuvem, que vai
colidir com a região do ânodo, então isso vai está relacionado com o comprimento de
onda dos raio-X que vão poder ter uma maior poder de penetração;
 Os aparelhos radiográficos odontológicos apresentam quilovoltagem pico (kVp) fixa,
entre 60 e 70 kVp;
 A quilovoltagem é o principal fator que influencia o CONTRASTE, entretanto, tem-se
outros fatores que estão relacionados com o contraste.

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidade – Aula 1 – Fatores que influenciam na formação da imagem


radiográfica – Thales Ribeiro Página 2
 O contrastrate radiográfico significa a diferença entre as cores brancas e pretas, e os
diferentes tons de cinza entre elas;
 Qualidade dos raios x quanto ao seu comprimento de onda

OBS: CONSTRASTE

Radiografia com ALTO CONTRASTE

 Tem uma diferença entre o preto e o branco muito forte;


 Escala curta de tons de cinza

Radiografia com BAIXO CONTRASTE

 Tem uma diferença entre o preto e o branco muito discreta;


 Escala longa de tons de cinza

1.4) Distância
 Quanto maior a distância entre o foco e o objeto menor o poder de penetração dos
raios no objeto e menor a intensidade.
 Na radiografia oclusal, tem-se que aumentar a distância, logo o tempo de exposição tem
que ser maior, para compensar o poder de penetração que é menor.

2) Fatores relacionados ao objeto


 Esse fator determinam a maior ou menor absorção de raiox-X
 Densidade física
 Quanto mais denso o objeto que vai-se radiografar, ele vai conseguir absorver uma
maior quantidade de energia, por isso a imagem fica mais clara (RADIOPACA)
 Quanto menos denso o objeto: os fótons incidentes são menos absorvidos, ou até
mesmo vai atravessa-lo, gerando uma imagem mais escura (RADIOLÚCIDA)
 Número atômico
 Mais Alto: maior radiação absorvida – imagem radiopaca (mais clara).
 Mais Baixo: pouca radiação absorvida – imagem radiolúcidas (mais escura).
 Ex:. A polpa dentária, ela precisa de oxigênio e hidrogênio, então ela tem um pequeno
número atômico, então ela vai conseguir absorver uma menor quantidade de energia,
então ela vai ficar radiolúcida. Já o esmalte, a dentina, tem cálcio tem fósforo, então ela
tem um número atômico maior, com isso vai conseguir absorver uma maior quantidade
de energia, logo a imagem fica mais radiopaca.
 Espessura:
 Quanto maiores a espessura do objeto, maior a absorção dos raios-X
 OBS: Mas isso é RELATIVO, pois o esmalte ele possui um grande número atômico, logo
absorve muito a radiação, no entanto a sua espessura não é grande.

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidade – Aula 1 – Fatores que influenciam na formação da imagem


radiográfica – Thales Ribeiro Página 3
3) Fatores Geométricos - está relacionado à técnica radiográfica.
 Distorção
 Inclinação da fonte de radiação
 Inclinação do foco
 Posição do objeto a ser radiografado
 Posição do Filme

 Movimentação – durante a tomada radiográfica o objeto, o filme e o paciente não podem


movimentar, pois se ocorrer movimentação vai ocasionar distorção.
3.1) Distorção
 Qualquer modificação na forma original do objeto ou da área radiografada pode
ocasionar alongamento ou encurtamento da imagem.
 Fatores que podem causar distorção: distância do posicionamento entre foco, filme e
objeto, então está relacionado ao posicionamento em relação à angulação vertical e
horizontal.
 Objeto deve estar o mais paralelo e próximo possível do filme, o pronto focal deve
ficar o mais distante e perpendicular possível do filme e do objeto.
 Distancia foco-objeto: quanto a distância entre o feixe de incidência e o dente
a ampliação do objeto
o Ao aumentar a distância focal, haverá menor ampliação da imagem, será mais
fiel ao tamanho do objeto. Porém tem que faze isso de maneira controlada,
pois não pode aumentar de maneira indefinida
o Limitações: não pode aumentar indefinitivamente, pois a fonte de RX da área
de incidência não vai ser incidido de maneira completa no filme.
o Ex: teleradiografias ( radiografia de perfil lateral - extrabucal): realizadas com
a distância de 1,50 m / 85 kVp (esse kVp é maior, para compensar a distância).

 TAMANHO DA ÁREA FOCAL


 O foco está relacionado com o local de saída do feixe de raio-;
 A utilização de pequena área focal resultará sempre em radiografias melhores
e com mais nitidez;
 Esquema demonstrando que diminuindo-se o tamanho da área focal menor o
grau de penumbra na imagem;
 Penumbra: borramento das bordas da imagem projetada;
 A utilização de pequena área focal resultara sempre em radiografias melhores
e com mais nitidez;
 Areal focal efetiva (fixa do aparelho), não pode-se mudar, pois a saída do feixe
de raio-X ela já está determinada nos aparelhos através do cilindro
localizador.

 Distância objeto-filme: quanto a distância a ampliação da imagem, logo melhor vai


ser a radiografia, logo vai está sem encurtamento e sem alongamento.
o O dente e o filme têm que está o mais próximos possível.

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidade – Aula 1 – Fatores que influenciam na formação da imagem


radiográfica – Thales Ribeiro Página 4
o A incidência do feixe central de raios-x deve ser perpendicular ao objeto e ao
filme
o Isso evita a distorção da imagem
o O filme deve estar o mais paralelo possível do objeto a ser radiografado.
o Evita a distorção da imagem devido ao fato de filme e objeto está paralelo
entre sim ?  Bissetriz
o Quando se tem o paralelismo é mais propenso que não tenha a distorção,
quando tem a bissetriz tem a maior possibilidade de distorção da imagem do
que do paralelismo.
3.2) Movimentação
 A movimentação do Paciente/aparelhos de raios-X/ filmes devem permanecer imóveis e
isso deve ser explicado ao paciente.
4) Fator Filme
 O tamanho e dispersão dos grãos de brometo de prata:
 Quanto menor o tamanho e maior o número dos cristais de brometo de prata, MAIOR A
NITIDEZ DA IMAGEM;
 Logo, filme com cristais grandes têm uma menor nitidez, e filmes com cristais pequenos vai ter
uma maior nitidez.
 Os filmes menos sensíveis vão ser o que possuem menores cristais, e isso vai garantir a ele um
melhor detalhe. Um filme mais sensível, mais velozes. tem grandes tamanhos de cristais, e isso
torna ele com menos nitidez. Entretanto não é apenas o tamanho dos cristais que influenciam
na nitidez da imagem radiográfica.
 Os filmes menos sensíveis possuem cristais de prata menores e dão ao filme maior contraste e
detalhes;
 Os filmes mais sensíveis possuem cristais de prata maiores, com isso produzem radiografias com
menos contraste e nitidez.
 Logo o tamanho dos cristais de brometo de prata vão influenciar a qualidade, então quando se
tem um menor tamanho, e maior número de cristais de prata, maior será a nitidez, e quanto
menor o tamanho menor a nitidez. Os filmes mais rápidos têm um tamanho de cristais de
brometo maior, só que isso é compensado, então não tem problema utilizar um filme mais veloz,
pois esse filme mais veloz tem um menor contraste e uma menor nitidez, pois os cristais de
brometo de prata são maiores, mas isso não vai influenciar, pode-se influenciar um filme mais
sensível, porém eles têm um menor tamanho dos cristais, mas isso não vai influenciar, pois
outros fatores, vão compensar esse fator.
5) Fator processamento
 É um dos fatores mais importantes, pois está relacionado, com o operador, quem está fazendo a
revelação.
 Pode-se ter três tipos de processamento: manual, automático, auto processável;
 O processamento mais indicado é o automático, que são realizadas em câmaras processadoras
automáticas, e é o mais indicado pois possibilita padronização de qualidade radiográfica, porém
pouco se utiliza.
 O processamento manual deve ser realizado em câmaras escuras totalmente à prova de luz e
utilizando-se, de preferência, o método temperatura-tempo;
 Tem-se dois tipos de processamento 1- Temperatura-Tempo; 2 – Visual;

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidade – Aula 1 – Fatores que influenciam na formação da imagem


radiográfica – Thales Ribeiro Página 5
Influência das soluções processadoras (devem ser trocadas para não ter um grau de saturação
alto), da temperatura;
 Filmes: observar a validade dos filmes e o armazenamento dos filmes.
6) Véu ou Fog
 Está relacionado à radiação secundária;
 “Véu” ou fog é causado principalmente pela radiação secundária
 Borramento da imagem
 Tem-se o filme e o objeto. É emitido a radiação primária, e o objeto pode emitir uma radiação
secundária que pode incidir novamente no filme, então isso vai ocasionar o
borramento/penumbra da imagem, e isso vai ser chamado de Véu ou Fog.

 UMA BOA RADIOGRAFIA:


 Máximo de nitidez
 Mínimo de distorção
 Grau médio de densidade e contraste

 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE QUALIDADE:


 Erros na preparação do paciente, na exposição, no posicionamento, no processamento pode influenciar
na formação da imagem radiográfica.
 A imagem pode ser:
 Excelente;
 Aceitável para diagnóstico;
 Inaceitável – faz-se a repetição.
 ERROS RADIOGRÁFICOS
 Filme ao contrário;
 Encurtada – (achatamento, que vai fazer com que a imagem do objeto apresente-se diminuída);
 Corte de cone ou meia lua – Não posicionou-se o feixe de raio-x corretamente;
 Entrada de luz – isso ocorre quando esta fazendo o processamento radiográfico e alguém abre a câmara
escura ou então a câmara portátil está mau posicionada, mau encaixada, passando a luz branca.
 Não ligar a máquina ou não acionar;
 Dupla exposição: com isso tem-se duas tomadas radiográficas no filme, com isso a imagem fica confusa.
 Artefato metálico esquecido na boca do paciente;
 Movimento;
 Entrada parcial de luz durante a revelação;
 Pouco tempo no revelador
 Pouco tempo de exposição
 Líquido revelador velho ou com baixa temperatura
 Falta de lavagem final (torna as radiografias amarronzadas);
 Posicionamento errado da língua;
 Pouco líquido revelador no recipiente  com isso ocorre uma revelação parcial;
 Marcas de dedo;
 Filme dobrado;

Radiologia – 3º Semestre – 2ª Unidade – Aula 1 – Fatores que influenciam na formação da imagem


radiográfica – Thales Ribeiro Página 6

Você também pode gostar