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Espelhos e Lentes

Arthur dos Santos Mohn, Felipe Miranda Cardoso de Sá, Kéthlyn Campos Silva,
Rafael Nunes Santana
Laboratório de Física 4 (Prof. Rafael de Morais Gomes)

RESUMO

Neste relatório apresentamos os resultados referentes ao estudo de espelhos e


lentes, no qual pudemos verificar a distância focal de um espelho côncavo e de uma lente
convergente.

INTRODUÇÃO

Em Óptica Geométrica, é interessante estudar as propagações luminosas em termos


de raios de luz. Os raios são representados por linhas retas na direção em que a luz se
propaga, de forma que um objeto luminoso extenso pode ser considerado como um
conjunto de pontos separados, sendo que cada ponto do objeto emitirá raios luminosos em
todas as direções e em linha reta. Quando um raio luminosos é refletido numa superfície
polida, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, considerados em relação à
normal. O espelho é plano se a superfície refletora for plana. O espelho é côncavo se a
superfície refletora for curva e se a parte espelhada estiver na face interna da curvatura. O
espelho é convexo se a superfície refletora for curva e se a parte espelhada estiver na face
externa da curvatura.
Lente é um meio transparente limitado por duas superfícies curvas, de forma que a
forma mais comum de lentes são as de faces esféricas, ou uma face plana e outra esférica.
Há dois tipos de lentes, convergentes e divergentes. As convergentes são mais espessas
na parte central e as divergentes mais espessas nas bordas. O centro de curvatura C1 é o
centro da esfera de raio R1 que origina uma face da lente e o centro C2 é o centro da esfera
de raio R2 que origina a outra face da lente. O eixo principal é a linha que une os dois
centros de curvatura.

OBJETIVO

O objetivo deste experimento é determinar a distância focal de um espelho côncavo


pelo método da ampliação e determinar a distância focal de uma lente convergente.

METODOLOGIA
Os materiais utilizados neste experimento foram: 1 fonte luminosa AZEHEB 12 V -
50 W, com transformador 220-12V; 1 trilho de ferro laminado com escala milimetrada e L =
1000 mm AZEHEB; 1 placa plástica branca PHYWE; 1 lente colimadora; 4 suportes
metálicos para trilho tipo “V”; 1 lâmina 5x5 cm com entalhe de “F” (objeto); 1 espelho
côncavo; 1 lente convergente com f = 12,5 cm AZEHEB (inscrição do fabricante: 25,0 cm).
O circuito foi montado de acordo com o esquema dado. Na primeira parte, a lente
colimadora foi colocada a cerca de 12 cm da lâmpada da fonte luminosa, em seguida o
espelho côncavo foi colocado sobre o trilho do banco óptico. Deslocou-se o espelho sobre o
trilho de tal forma que a imagem real da letra “F” foi projetada sobre o anteparo. Mediu-se o
tamanho da imagem I e mediu-se p. Logo após, posicionou-se o anteparo a distâncias
maiores em relação ao espelho, de forma que p fosse perceptivelmente diferente da medida
anterior, para que pudessem ser feitas a segunda e terceira medidas de imagem.
Na segunda parte, o espelho côncavo foi substituído pela lente convergente e o
anteparo foi colocado na outra extremidade do trilho. A lente foi desbloqueada até obter
imagem nítida projetada no anteparo e a altura da lente foi ajustada de forma que a imagem
da letra “F” ficasse inteira sobre o anteparo. Mediu-se p e p’ sobre a escala do trilho. Em
seguida, o anteparo foi aproximado por cerca de 10 cm no sentido da lente e a nova
posição da lente foi ajustada de modo a obter imagem nítida sobre o anteparo. Logo após,
para a medição da última medida, o anteparo foi aproximado e focalizou-se a imagem por
ajuste da posição da lente. Por tentativa, foi encontrada uma posição do anteparo e da lente
tal que a imagem tivesse o mesmo tamanho que o objeto.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Primeira Parte - Espelho Côncavo


Tabela I

p (cm) I (cm) O (cm) p’ (cm) f (cm)

25,000 8,500 7,000 26,500 12,864


±0,058 ±0,058 ±0,058 ±0,058 ±0,021

20,800 12,500 7,000 35,500 13,115


±0,058 ±0,058 ±0,058 ±0,058 ±0,024

33,000 5,000 7,000 21,500 13,018


±0,058 ±0,058 ±0,058 ±0,058 ±0,023

Segunda Parte - Lente Convergente


Tabela II

p (cm) p’ (cm) M f (cm)

19,000 35,000 -1,8421 12,315


±0,058 ±0,058 ±0,0064 ±0,025

22,000 29,000 -1,3182 12,510


±0,058 ±0,058 ±0,0044 ±0,022
24,800 25,200 -1,0161 ±12,500
±0,058 ±0,058 ±0,0033 ±0,020
Para calcular as incertezas de p, p’, I, O:
Assumindo que a resolução da régua utilizada (∆𝑟) = 1 mm = 0,1 cm:
∆𝑟 0,1
𝑢𝑝, 𝑝', 𝐼, 𝑂 = = = 0, 058
3 3

Para calcular f:
1 1 1 𝑝𝑝'
𝑓
= 𝑝
+ 𝑝'
→ 𝑓 = 𝑝'+𝑝

2 2

( ) ( )
2 2
𝑝' 𝑢𝑝 𝑝 𝑢𝑝'
𝑢𝑓 = 2 + 2
(𝑝+𝑝') (𝑝'+𝑝)

Para calcular M:
−𝑝'
𝑀 = 𝑝

2
−𝑢𝑝' 2
𝑢𝑀 = ( ) +( )
𝑝
𝑝' 𝑢𝑝

𝑝
2

Atividade 1 - Calcule o valor médio da distância focal do espelho côncavo com os dados da
Tabela I:

Para calcular o valor médio da distância focal do espelho côncavo fizemos a média
aritmética dos valores calculados na tabela I:
𝑓𝑚 = (12, 999 ± 0, 023) 𝑐𝑚

Atividade 2 - Explique como varia o tamanho da imagem e a distância da imagem ao


espelho à medida que o objeto se afasta do espelho côncavo.

Seguindo as regras de formação de imagem nos espelhos (por interceptação dos


raios) e as regras dos espelhos esféricos (raios paralelos são refletidos de forma a
interceptar o foco e raios que chegam interceptando o foco são refletidos paralelos),
podemos facilmente determinar que, caso o objeto esteja a uma distância p < foco, sua
imagem é virtual (formada pelas projeções dos raios), direta (mesmo sentido do objeto) e
ampliada (tamanho maior que o do objeto).
Conforme o objeto se afasta do espelho, se aproximando do foco, a imagem diminui,
se aproximando do tamanho real do objeto, e, quando p = foco, a imagem se torna
imprópria (não temos imagem).
Ao continuar se afastando p > foco, a imagem muda de propriedades, passando a
ser real (formada pelo encontro dos raios), invertida (sentido oposto do objeto) e reduzida
(tamanho menor que o do objeto) e continua diminuindo.

Atividade 3 - Calcule o valor médio da distância focal da lente convergente. Calcule o erro
percentual em relação ao valor nominal, de 12,5 cm.

Para calcular o valor médio da distância focal da lente convergente fizemos a média
aritmética dos valores calculados na tabela II:
𝑓𝑚 = (12, 442 ± 0, 023) 𝑐𝑚

Teste de compatibilidade entre 𝑓𝑚 e 𝑓𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 12, 5:

|𝑓𝑚 − 𝑓𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙| Compatibilidade

|12,442 - 12,5| = 0,058 < 3*k = 0,069 Compatível

Atividade 4 - Mostre que, quando o tamanho da imagem é igual ao tamanho do objeto, p'=
p, f = p/2.

Fazendo p’ = p:

2
𝑝𝑝 𝑝
𝑓 = 𝑝+𝑝
= 2𝑝
Simplificando um p do numerador com o do denominador:
𝑝
𝑓 = 2

Atividade 5 - A menor distância D entre o objeto e a imagem real de uma lente convergente
é igual a 4f. Comprove que, abaixo deste valor mínimo, não se pode obter imagem real com
uma lente convergente. Utilize os valores de p e p' da Tabela II.

Para formar uma imagem real em um lente convergente, um raio que chega paralelo
à lente e vai passar interceptando o foco precisa interceptar um raio que vai passar pelo
foco e sair paralelo, como na imagem abaixo:
Logo, para uma imagem real, o objeto precisa estar entre o foco e o centro da lente,
uma vez que se p = foco, não há imagem e se f estiver entre o foco e a lente, a imagem é
virtual.
Tendo isso em mente, a menor distância entre a imagem e o objeto para formar uma
imagem real é quando o objeto se encontra no centro da lente.
1 1 1 𝑝𝑝'
𝑓
= 𝑝
+ 𝑝'
→𝑓 = 𝑝'+𝑝

Fazendo 𝑝, 𝑝' = 𝐶 = 2𝑓 e isolando 𝑝' + 𝑝:


2
2𝑓 2𝑓 4𝑓
𝑝' + 𝑝 = 𝑓
= 𝑓
= 4𝑓

Tomando 𝐷 = 𝑝' + 𝑝:
𝐷 = 4𝑓

CONCLUSÃO

Ao realizarmos o experimento, podemos concluir, utilizando o teste de


compatibilidade, que o erro percentual do valor médio da distância focal da lente convergente
em relação ao valor nominal é baixo, logo o modelo de medição é satisfatório.

REFERÊNCIAS

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física. 8. ed. Rio de
Janeiro, RJ: LTC, c2009 vol 4.

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