Você está na página 1de 5

Instituto de Física USP

Bruno Prates - 9774240


João Alberto de Moraes Barretos - 10300316
Natália Rosenthal Ginzel - 10300424

Relatório
Distância Focal em Lentes

Física Experimental IV

São Paulo - SP
2018
1. Resumo

A partir de um arranjo no qual um feixe de luz atravessa uma lente esférica delgada
divergente e em seguida uma convergente, calculou-se a distância focal de ambas as lentes
variando a posição do feixe e observando a distância da imagem formada. Para isso,
utilizou-se a aproximação paraxial, com a qual o resultado final foi bem próximo dos valores
de referência, apesar de ter obtido um Chi2 muito alto, consequência das incertezas
subestimadas devido à imprecisão tanto ao definir o ponto de maior nitidez da imagem
quanto da posição do feixe.

2. Introdução

Neste experimento, buscou-se calcular a distância focal de uma lente convergente e


uma divergente a partir de um sistema no qual um feixe de luz atravessa ambas as lentes e
atinge um anteparo.
De acordo com a ótica geométrica, se considerarmos lentes esféricas delgadas e
levarmos em conta a aproximação paraxial, os raios de luz obedecem a equação
1 1 1
o
+ i
= f
(​ 1)
na qual o é a distância do objeto em relação à lente, i é a distância da imagem formada, e f é a
distância focal.
Nesse experimento, o arranjo das lentes segue o esquema da imagem 1, no qual o
objeto está à direita e a imagem formada, à esquerda, havendo uma lente divergente de foco
f​D​ e outra convergente de foco f​C​ no meio do caminho.

Imagem 1: esquema de lentes utilizado


Considerando que há, inicialmente, a formação de uma imagem virtual, que serve de
objeto real para que, enfim, se forme a imagem real, podemos usar a equação (1) para
calcular a posição da imagem final. Levando em conta a distância d entre as lentes, a primeira
imagem terá posição
of D
i1 = o−f D ​(2)

e tomamos como objeto da segunda imagem:


o 2 = d − i 1 (3)

logo chegamos em
o (d f −f f D) − d f C f D
i= o(d−f
C
−f
C
)+f C f D−df ​(4)
C D D

como a expressão que indica a posição da imagem final em função dos focos, da distância
entre as lentes e a distância do objeto à lente divergente.

3. Descrição Experimental

Para este experimento, foi utilizado um trilho ótico de 2 m de comprimento com uma
régua fixada à base, dois suportes para lentes, um feixe de luz, uma lente convergente de foco
20 cm, uma lente divergente de foco 10 cm, e um anteparo branco. Garantiu-se também que
as lentes estivessem sem manchas de gordura, limpando-as com álcool.
Inicialmente, foi nivelado o trilho ótico e posicionadas as lentes convergente e
divergente, o feixe de luz e o anteparo, assim como indicado na imagem 2. Verificou-se se a
posição de cada elemento estava adequada para que não limitassem a variação do anteparo e
do feixe de luz.

Imagem 2: disposição dos elementos sobre o trilho ótico


Foi escolhido d = 18.94(5) cm como a distância entre as lentes para que se pudessem
ser tomadas medidas entre 75 cm a 110 cm de distância entre a lente convergente e a imagem
formada, devido à limitação do tamanho total do suporte, o qual possui 2 m de comprimento.
Para se chegar a esse valor, considerou-se um objeto em o = 50 cm, e uma imagem formada
em i = 75 cm.
Para a tomada de dados, foram feitas 21 medidas da posição do objeto em intervalos
de 2.5 cm, iniciando-se do ponto mais distante da lente divergente, até o ponto mais próximo.
A posição do anteparo era ajustada conforme se variava o feixe, levando em conta
aproximadamente um ponto no qual a nitidez da imagem formada era máxima.
Para a incerteza da distância lente-objeto, foi considerada apenas a incerteza da régua,
já que era possível determinar facilmente a posição inicial do feixe. Já para a incerteza da
imagem, variou-se o anteparo num intervalo no qual não era possível distinguir mudança
alguma na nitidez da imagem, então chegou-se a uma incerteza de 0.25 cm.

4. Análise de Dados

A partir dos dados obtidos, foi feito um gráfico da distância do objeto (em relação à
lente divergente) pela distância da imagem (em relação à lente convergente), o qual se
encontra na imagem 3. Os pontos foram ajustados de acordo com a equação (4), e os
parâmetros obtidos foram f​D = -10.23(6) cm e f​C = 20.325(19) cm, número de graus de
liberdade = 18, e Chi2 =169.

Imagem 3: Gráfico resultante das medidas


Fazendo o Teste Z para os parâmetros, se obtém Z​D = 3.83 e Z​C = 17.10, deixando
claro que o resultado não é compatível com os valores de referência em intervalo de
confiança de 3σ, assim como os pontos do gráfico não estão compatíveis com a reta ajustada,
apesar de ambos estarem próximos do esperado. Isso se reflete no fato do Chi2 ser muito
maior do que o NGL, revelando que as incertezas foram subestimadas, sendo na verdade
maiores do que as consideradas na análise.

5. Conclusão

Foi possível calcular a distância focal de ambas as lentes com boa exatidão, o que se
reflete na proximidade entre os valores obtidos e os esperados. Todavia, as incertezas
utilizadas não foram estimadas de forma correta, sendo a causa do alto resultado no Teste Z e
no Chi2, sendo necessário rever os critérios utilizados para um resultado mais satisfatório.

6. Bibliografia

Nussenzveig, H. M., Curso de Física Básica, Vol 4, Editora Bluncher


Apostilas Física Experimental IV, disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=63622&section=0

Você também pode gostar