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SENTENÇA
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Gabinete da 2ª Juíza de Direito da Unidade Jurisdicional do Juizado Especial de Araguari
2. DO MÉRITO
No caso sub judice, não há que se falar em inversão do ônus da prova, nos
termos do art. 6, VIII do CDC, uma vez que diante da negativa da autora de ter
mantido relação jurídica com a requerida, o ônus da prova se inverte nos termos
do art. 373,II do CPC.
Nega o autor ter mantido relação jurídica com a requerida que justificasse
o protesto, tendo a requerida protestado indevidamente títulos de crédito
emitidos em seu nome.
Neste contexto, por se tratar de relação de consumo onde o autor pode ser
apontado como consumidor e o réu como fornecedor de um serviço, a luz dos
artigos 2º e 3º do CDC, a estrutura da responsabilidade analisada dispensa o
elemento subjetivo, subsistindo apenas a necessária conduta ilícita, o dano e a
relação de causalidade entre ambos.
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In casu, a responsabilidade a ser verificada é objetiva e neste sentido, a
requerida apenas se exime de reparar o dano diante da ocorrência de uma das
hipóteses taxativas previstas no artigo art. 14, § 3º do CDC.
Assim entendo porque, embora o autor afirme em sua inicial, que ocorreu
o protesto de títulos emitidos em seu nome, tem-se que os documentos de fls. 19
e 20, demonstram que a ré, por meio da empresa Services Assessoria e
cobranças Ltda, realizou apenas o registro dos débitos, para fins de conservação,
no Cartório Rego Loureiro Registro de Títulos e Documentos em São Paulo,
conforme disposto no art. 127, VII, da Lei 6.015/73, vejamos:
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nos termos do art. 127, VII da Lei de Registros Públicos (fls. 26 e
28), não havendo portanto, demonstração do protesto do nome da
demandante, este regulado pela Lei 9.492/97 que é, este sim, o ato
formal pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de
obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Logo, inexistindo efetivação do protesto, não há falar em danos
morais indenizáveis. Sentença parcialmente reformada. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO.(Recurso Cível, Nº 71006461743,
Segunda Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Ana
Cláudia Cachapuz Silva Raabe, Julgado em: 07-12-2016) - grifo
nosso.
P. R. I.
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