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CAPÍTULO 4
DESPESA PÚBLICA
Compreendem o conjunto de gastos incorridos pelo Estado com o objetivo
precípuo de prestar serviços públicos aos cidadãos; são os gastos feitos tanto com
implantação ou expansão de serviços públicos, quanto com a manutenção de serviços
anteriormente criados.
1. CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA
1.1 DESPESA ORÇAMENTÁRIA E DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA
Princípio da universalidade – todas as despesas e receitas devem estar no
orçamento em valores brutos.
Receitas extraorçamentárias (não transitam no orçamento e independem de
autorização legislativa): saídas do passivo financeiro, compensatórias de entradas no
ativo financeiro, oriundas de receitas extra-orçamentárias, correspondentes à
restituições ou entrega de valores recebidos, como cauções, depósitos, consignações e
outros. Incluem-se nessa classificação os desembolsos relativos ao pagamento das
operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (AROs) e dos valores
inscritos em Restos a pagar.
2. FUNDOS ESPECIAIS
Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se
vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de
normas peculiares de aplicação. A adoção de fundo especial constitui exceção ao
princípio da tesouraria.
A CF veda a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
autorização legislativa, bem como a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo
ou despesa. Só a própria CF pode determinar a vinculação da receita dessa espécie de
tributo; quanto as demais espécies (taxas, contribuição de melhoria, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais), as receitas podem ser vinculadas por lei.
Fundos Federais
Fundo Nacional Saúde (FNS/ Min. Saúde);
Fundo Nacional Des. Educação (FNDE)/Min. Educação;
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)/ Min. Trabalho;
FPM, FPE, FGTS, etc.
Fundos Estaduais
Fundo Estadual de Saúde/Secretaria de Saúde
Fundo de manutenção e Des. Ens. Fundamental e Valorização do magistério
(FUNDÃO) Sec. Educação; FAIN/SEC. Fazenda
Fundos Municipais
Fundo Municipal de Saúde/ Sec. Saúde;
Fundo Municipal de Educação/ Sec. Educação;
Fundo Municipal de Assistencial Social, etc.
2.1 CLASSIFICAÇÃO
a) Fundos especiais de despesa: não possuem personalidade jurídica e são
constituídos de receitas geradas no âmbito de atuação de órgão ou unidade
administrativa que estão vinculadas à realização dos objetivos ou serviços que lhe
estão afetos, proporcionando maior autonomia financeira.
Sempre estão ligada a uma unidade administrativa;
O órgão possui condições de execução orçamentária e financeira;
As receitas dos fundos especiais de despesa devem ser geradas pela própria
unidade administrativa ao qual está ligada.
A criação é obrigatoriamente através de lei, autorização administartiva, possui
natureza jurídica própria;
É permitido que exista um gestor e de um ordenador de despesas, sendo comum
que o último acumule muitas funções.
3. TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS
3.1 TRANSFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAIS
Federalismo – autonomia financeira dos entes federados
Duas técnicas: a) repartir a competência para instituir tributos entre a União,
Estados, Distrito Federal e Municípios; e b) assegura a participação de Estados,
Distrito Federal e Municípios na receita tributária arrecadada pela União e garante o
recebimento pelos Municípios de parte da receita tributária arrecada pelos Estados
(transferência compulsória e transferência voluntária)
Requisitos para a realização da transferência voluntária: art. 25, §1º, LRF COPIAR
PRINCIPAIS.
É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da
pactuada.
3.1.3 A definição da competência jurisdicional no controle das transferências
intergovernamentais
Súmula 208, STJ: compete à Justiça Federal processar e julgar Prefeito
Municipal por desvio de verba sujeita à prestação de contas perante órgão federal.
Súmula 209, STJ: compete à Justiça Estadual processar e julgar Prefeito por
desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
Em se tratando de transferências constitucionais não haverá entrega de
prestação – competência da Justiça Estadual
No que tange aos recursos transferidos voluntariamente da União para estados,
DF e municípios, a competência para processar e julgar autoridades estaduais,
distritais e municipais por irregularidades é da Justiça Federal , quando a
irregularidade ocorreu antes da verba transferida ser incorporado ao patrimônio do
ente beneficiado.
RELER
4. EXERCÍCIO FINANCEIRO
É o período definido em lei para que sejam executados todos os atos
administrativos relacionados com a execução do orçamento.
Coincide com o ano civil (art. 34, L. 4320/64).
Atende ao princípio da anualidade.
5.1 EMPENHO
É o ato emanado de autoridade competente (ordenador de despesa) que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente (ou não) de implemento de condição.
O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação, isto é, depois do implemento da condição suspensiva.
É vedada a realização de despesa sem prévio empenho (o empenho é sempre
ex ante).
Trata-se de medida acautelatória, garantidora do pagamento; reserva-se do
total da dotação orçamentária, a quantia necessária ao pagamento do credor.
O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.
A nota de empenho conterá: o nome do credor; a especificação do bem ou
serviço; a importância da despesa; e a dedução do valor do empenho do saldo da
dotação própria respectiva.
Não há que se falar em dispensa da nota de empenho.
Ressalvados os casos comprovados de calamidade pública, é vedado aos
Munícipios empenhar, no último mês do mandato do prefeito, mais do que o
duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente. Em caso contrário, os
empenhos reputam-se nulos.
5.1.1 Classificação
a) Ordinário ou normal: é utilizado quando se conhece previamente o montante
da despesa e o pagamento não será parcelado.
b) Por estimativa: será feito quando não se possa determinar o montante da
despesa. Isso porque o regime de apropriação das despesas públicas (regime de
competência) impõe o empenho da despesa antes de se conhecer o seu real montante.
Se o valor for insuficiente à despesa, haverá novo empenho para cobrir a diferença
(reforço); em caso de excesso, faz-se necessário a correspondente anulação parcial do
mesmo.
c) Global: o valor total a pagar é hpreviamente conhecido, mas o pagamento não
ocorrerá de uma só vez.
5.2 LIQUIDAÇÃO
É verificação do direito adquirido pelo credor (documentos)
Examina-se o que se deve pagar (objeto), porque se deve pagar (origem)
quanto será pago (importância exata) e a quem se pagará (credor)
Torna líquido, certo e exigível o direito do fornecedor de bens ou prestador de
serviços (contrato; nota de empenho; comprovantes)
Se registra na contabilidade pública a ocorrência do fato gerador da despesa.
5.3 PAGAMENTO
Quitação da obrigação do Estado
O pagamento será feito por ordem bancaria ou cheque nominativo
Será contabilizado e assinado pelo ordenador de despesa
Ordem de pagamento feita pelo ordenador de despesa (alguns autores
consideram como um fase entre a liquidação e o pagamento)
6. REGIME DE EXECUÇÃO
Regime de caixa: compreende todos os recebimentos e pagamentos efetuadas
no exercício, mesmo aqueles relativos a períodos anteriores (a receita só é
contabilizada quando arrecadada e a despesa só contabilizada quando feita)
Regime de competência: as receitas e despesa são imputadas ao período de
apuração, independente de recebimento ou pagamento
Regime misto: combina os dois anteriores. Adotado no Brasil. Despesa –
regime de competência; receita – regime de caixa.
8. RESTOS A PAGAR
Despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro de cada ano
Processados: referentes a empenhos de despesas liquidadas (prontas para
pagamento)
Não processados: referentes a empenhos de despesas que ainda não foram
executadas (não há direito líquido, certo e exigível)
O empenhos relativos à créditos plurienal que não tenham sido liquidados só
serão computados em restos a pagar no último ano de vigência do crédito.
É comum o cancelamento dos saldos remanescentes de restos a pagar não
processado em 31 de dezembro do ano subsequente ao da sua inscrição.
Os restos a pagar processados não podem ser cancelados. Se não houver
contrapartida suficiente de caixa para os retos a pagar processados, o administrador
deve cancelar o registro e providenciar o pagamento com suporte na rubrica Despesas
de exercícios Anteriores.
Despesa com empenho por estimativa que for inscrita em restos a pagar – se o
valor do empenho inscrito for maior que o valor real, o saldo deverá ser cancelado;
caso contrário, a diferença será empenha à conta de despesas de exercício anteriores.
Os direito referentes aos restos a pagar prescrevem em 5 anos após a
inscrição.
A suspensão da prescrição se dá pela entrada de requerimento do titular do
direito ou do credor.
A prescrição só pode ser interrompida uma vez.
A citação inicial em processo válido interrompe a prescrição
As despesas dos restos a pagar devem ser pagas com receitas arrecadas no
mesmo exercício em que as despesas foram geradas (princípio do equilíbrio
orçamentário)
Em nível federal:
As despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo
empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do
exercício correspondente, mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor
tenha cumprido sua obrigação
Restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como
restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor.
Compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de
pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do
reclamante após o encerramento do exercício correspondente.