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CRISE DE 1929 NO BRASIL

O Brasil só teve destaque em exportações de café, e um pouco de


algodão, o que fez com que as regiões não-cafeeiras e o Rio de Janeiro, que
mantinha seu café estagnado no estado, sofressem bastante com a queda
econômica na década de 1920 comparada a de 1910. Porém, nesse tempo,
apesar desta queda, São Paulo foi se destacando economicamente,
crescendo cada vez mais, e, virando o polo central das demais regiões, o que
acabou estimulando a expansão da economia, da urbanização e da
industrialização. Isso explicaria o elevado nível do investimento industrial no
período. Como São Paulo estava se desenvolvendo muita mais que o restante
do país, vai acabar gerando maior complexidade social e econômica,
ampliando os conflitos de interesses e obrigando o Estado a se fortalecer
institucionalmente. E internamente em São Paulo mais conflitos se formaram,
mesmo com o aumento do emprego, de salários e de lucros, esta expansão
trouxe excesso de capacidade produtiva; maior organização da classe
trabalhadora; conflitos de interesses entre alguns da burguesia; alta de preços;
reivindicações por mais direitos sociais e expansão do movimento
revolucionário tenentista. Estes vão causar as Revoluções de 1922, de 1924,
da Coluna Prestes. Mas entre 1924-26 se formulará o Plano de Defesa
Permanente do Café, por conta dos resultados positivos, se tornam cada vez
mais ousados. Essa superprodução causará uma crise que vai antecipar à
mundial de outubro de 1929. Em fins de 1928, houve uma crise industrial, já
que a superprodução de algodão excedeu demais as demandas consumistas,
e com o jeito capitalista de converter o erro, se destruiu os excessos. E, em
meados de 1929 havia previsão de que a safra de café seria exuberante à
vendida. Isso culminou em dificuldades nacionais, em recusa de atendimento
federal, em limitações dos recursos estaduais e uma ameaça de haver novas
safras astronômicas, trouxeram por fim a crise ao Brasil, antes mesmo da que
viria logo depois ao mundo todo. Então mesmo que a crise de 1929 não
acontecesse, o Brasil teria duas crises inexoráveis, a do café e a industrial, o
que poderia anular as transformações que estavam a caminho.

O governo da Antiga República que atravessou 1929 e 1930, em plena crise


interna e externa, exerceu uma rígida política econômica, tentando manter a
mutabilidade da moeda nacional. Que acabou aprofundando a crise,
esgotando em absoluto as reservas de divisas e intensificando os conflitos
políticos já aquecidos pelas sequelas das eleições de março de 1930. Com a
vitória da Revolução em outubro de 1930, e perante da profundidade da “Crise
de 29”, os “tenentes”, queriam acabar com o comércio de café, mas
perceberam que este fazia do Brasil uma economia capitalista com grau
avançado de inter-relações setoriais e que tinha uma diversificada estrutura
de poder. Acabar com o café, acabaria com a crescente capitalista que havia
sido desenvolvida. Assim, a política econômica se agarra na defesa “do café”,
que se estende de 1931 até a Segunda Guerra Mundial.

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