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Sumário

Introdução ...................................................................................................... 5
1 - Argumentos fajutos a favor de Deus ................................................... 6
2 - A grande mentira dos Crentes. .......................................................... 23
3 - A grande desculpa dos crentes .......................................................... 27
4 - O legado da religião .......................................................................... 29
5 - A confusão da crença em deus .......................................................... 34
6 - Deus é o criador do mal? ................................................................... 39
Características do deus bíblico ..................................................................... 42
1 - Onipotência. ...................................................................................... 42
2 - Onisciência. ....................................................................................... 44
3 - Onipresença. ..................................................................................... 46
4 - Imutabilidade.................................................................................... 47
5 - Sabedoria infinita. ............................................................................. 49
6 - Justiça infinita................................................................................... 50
7 - Verdade Infinita ................................................................................ 52
8 - Amor Infinito. ................................................................................... 53
9 - Perfeição Absoluta. ........................................................................... 55
Paradoxos e contradições: Deus não existe .................................................. 58
1 - Onipotência ....................................................................................... 59
2 – Onibenevolencia ............................................................................... 61
3 - Onipresença ...................................................................................... 62
4 - Onisciência ........................................................................................ 63
5 - Perfeição absoluta ............................................................................ 65
12 PROVAS CONTRA A EXISTÊNCIA DE DEUS ............................................... 67
PRIMEIRA PARTE – CONTRA O DEUS CRIADOR ........................................... 67
Prova 1: A ação de criar é inadmissível .................................................. 67
Prova 2: O Espírito puro não pode determinar o Universo ...................... 70
Prova 3: O perfeito não produz o imperfeito ........................................... 75
Prova 4: Se Deus existe é eterno, ativo e necessário. ............................. 79
Prova 5: O ser imutável nunca criou. ...................................................... 82
Prova 6: Deus não pode ter criado sem motivo ...................................... 84
SEGUNDA PARTE – CONTRA O DEUS GOVERNADOR ................................... 91
Prova 7: O Deus-Governador nega a perfeição do Deus-Criador ............. 91
Prova 8: A multiplicidade dos deuses prova que não existe nenhum ...... 92
2
Prova 9: Deus não é infinitamente bom. O inferno é a prova .................. 95
Prova 10: O problema do mal ............................................................... 100
TERCEIRA PARTE – CONTRA O DEUS JUSTICIERO ................................... 107
SOBRE SÉBASTIEN FAURÉ ......................................................................... 117
Sébastien Fauré ...................................................................................... 117
Leituras recomendadas: ............................................................................. 121

Livro exclusivamente digital e de venda proibida.


3
DEUS NÃO EXISTE
Todo crente é enganado com mentiras

JL

4ª Edição ampliada

4
Introdução

Antes de analisarmos as doze provas de Fauré, daremos uma olhada em algumas


características básicas da personalidade do deus livresco judaico-cristão como
claramente descritas na Bíblia e repetidas por quase todo crente de forma mecânica,
sem nelas colocar o mínimo lampejo de racionalidade para tentar descobrir se está ou
não a repetir bobagens sem qualquer fundamento. Vamos analisar algumas desculpas
idiotas a favor de deus e faremos ainda um breve passeio sobre uma frase mágica,
repetida como um mantra por quase todo cristão, do Papa ao coroinha mais inocente
quando se depara com algo inesperado ou sorrateiramente dissimulado pela sua
doutrinação a respeito do seu Deus: “Os caminhos de Deus são misteriosos”! São
mesmo ou não passa de “uma grande mentira dos crentes”? E o legado da religião?
Será que é possível encontrar algo de bom e útil proporcionado à humanidade por
essa anomalia, que se não era tornou-se, da mente humana? E você amigo crente,
que tipo de crença possui? Teísta, Deísta ou Panteísta? Sabe por que é um e não
outro? Que confusão não é mesmo? E a responsabilidade de Deus? Ele é realmente
responsável por tudo, o bem, o mal, a natureza, etc.? Bem, antes ainda de Fauré
vamos pensar um pouco sobre isso, para dar ao amigo leitor crente cristão algum
movimento intelectual e assim chegar aos argumentos de Fauré contra a existência do
deus das religiões com certa agitação mental, que se não quebre, pelo menos alivie
momentaneamente a torpeza natural da fé e, quem sabe, até permitir a entrada em
sua escuridáo cerebral de um pequeno raio da luz sublime da razão.

JL

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1 - Argumentos fajutos a favor de Deus

Ateísmo — a ausência de crença em deuses — se baseia na falta de evidências de que


deuses existam, falta de motivos para crer em deuses e nas dificuldades e
contradições geradas pelo conceito de deus. No entanto, o ateísmo permanece uma
hipótese, sujeita a mudanças se argumentos teístas convincentes surgirem. A seguir,
apresentamos alguns dos argumentos que ateus examinaram e algumas das razões
pelas quais os rejeitaram.

1 - Deus das Lacunas (Deus sendo o “almoço grátis”)

A maioria das “provas” de que deuses existem se baseiam, pelo menos em parte, no
argumento do Deus das lacunas. Este argumento diz que se nós não temos a resposta
para alguma coisa, então “Foi Deus”. “Deus” se torna a explicação padrão, mesmo
sem evidências. Mas será que dizer que “Foi Deus” é realmente uma resposta?

William Dembski, defensor do “Design Inteligente”, publicou um livro chamado “Não


existe almoço grátis”. Entretanto, Deus é o “almoço grátis” derradeiro.
Consideremos isto:

1. Não sabemos do que deuses são compostos.


2. Não sabemos quais são os atributos dos deuses.
3. Não sabemos quantos deuses existem.
4. Não sabemos onde estão os deuses.
5. Não sabemos de onde vêm os deuses ou, visto de outra forma, como é possível
que eles sempre tenham existido.
6. Não sabemos de que modo os deuses criam ou modificam as coisas.
7. Não sabemos o que é o “sobrenatural” e nem de que forma ele consegue
interagir com o mundo natural.

Em outras palavras, não sabemos absolutamente nada sobre deuses — e, no entanto,


um monte de gente atribui um monte de coisas a um ou mais deuses. Portanto, dizer
que “foi Deus” é responder a uma pergunta com outra pergunta. Não traz nenhuma
informação e apenas complica ainda mais a pergunta original. O argumento do Deus
das lacunas afirma que não apenas nós não temos uma resposta não sobrenatural
hoje, mas que nós nunca descobriremos uma resposta não sobrenatural no futuro
porque uma resposta não sobrenatural não é possível. Assim, para contestar um
argumento “Deus das lacunas”, temos apenas que mostrar que é possível imaginar
uma resposta não sobrenatural.

Por exemplo: abrimos uma porta e vemos um gato dormindo num canto. Fechamos a
porta, abrimos de novo 5 minutos depois e notamos que o gato agora está dormindo
no outro canto. Uma pessoa diz “Deus moveu o gato sem acordá-lo” (mas não prova).
Outra diz “É bem possível que o gato tenha acordado, andado até o outro canto e
dormido de novo”. Deste modo, embora ninguém tenha visto o que realmente
aconteceu, o argumento “Deus das lacunas” foi descartado pela possibilidade de se
explicar o fenômeno sem apelar para causas sobrenaturais.

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2 - Ter fé numa coisa não a torna realidade

O fato é que ninguém nem ao menos sabe se é possível existirem deuses. Só porque
conseguimos imaginar alguma coisa, não significa que ela seja possível. Por exemplo,
podemos nos imaginar atravessando paredes sólidas, mas isto não quer dizer que
vamos conseguir. Assim, só porque conseguimos imaginar um deus, não significa que
ele tenha que existir. Como não há provas quanto à existência de nenhum deus, um
crente típico tem que presumir a existência de pelo menos nove coisas até chegar ao
deus em que ele acredita. São nove passos separados porque um passo não implica
no passo seguinte.

1. O primeiro passo é acreditar na existência de um mundo sobrenatural.


2. O segundo passo, que existam seres de algum tipo nesse mundo.
3. O terceiro, que estes seres sejam conscientes.
4. O quarto, que pelo menos um destes seres seja eterno.
5. O quinto, que este ser seja capaz de criar alguma coisa do nada.
6. O sexto, que este ser seja capaz de interferir no universo depois de criá-lo
(ex. milagres).
7. O sétimo, oitavo e nono, que este ser seja onisciente, onipotente e
infinitamente amoroso.

Se, ainda por cima, as pessoas quiserem acreditar no deus de uma religião específica,
então passos adicionais são necessários. Desta forma, quando falamos em deuses,
não temos absolutamente nenhuma ideia do que estamos falando e ainda temos que
assumir a existência de 9 coisas diferentes para chegarmos ao deus em que a maioria
das pessoas acredita.

3 - Argumento dos livros sagrados

1. Só porque algo está escrito, não significa que é verdade.


2. Isto é válido para a Bíblia, para o Corão e para qualquer outro livro dito
sagrado.
3. Tentar provar a existência do deus de um livro sagrado usando o próprio livro
sagrado como “evidência” é argumentação circular.

Quem acredita no livro sagrado de uma religião, em geral rejeita os livros sagrados
das outras religiões.

4 - Argumento dos lugares históricos

Este argumento afirma que, se personagens e lugares históricos são mencionados em


lendas antigas, então tudo o mais nessas lendas, incluindo descrições de
acontecimentos sobrenaturais, tem que ser verdade. Se este argumento for válido,
então tudo o que está na Ilíada, incluindo as intervenções dos antigos deuses gregos,
deve ser verdade.

5 - Revelações dos profetas

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Todas as religiões afirmam terem sido reveladas, em geral por meio de pessoas
denominadas “profetas”. Mas como saber se uma “revelação” é realmente uma
“mensagem de Deus” e não uma alucinação ou uma simples mentira?

Uma revelação é uma experiência pessoal. Mesmo se uma revelação realmente vier
de um deus, não há como provar. As pessoas de uma religião em geral não acreditam
nas revelações das outras religiões. Essas revelações muitas vezes se contradizem,
portanto, com base em que poderemos determinar qual das revelações é
a verdadeira?

6 - Testemunho pessoal, “abrir o coração”

Isto acontece quando é você mesmo que recebe a revelação ou sente que um deus
realmente existe. Você pode até ser sincero e pode ser até que um deus realmente
exista, mas sentimentos não provam nada, nem para você e nem para os outros.

Não adianta pedir aos ateus que “abram seus corações e aceitem Jesus” (ou qualquer
outro deus). Se nós abandonássemos nosso ceticismo, talvez até sentíssemos alguma
inspiração, mas isto seria apenas uma experiência emocional e não teríamos como
saber se um deus estaria realmente falando conosco ou se estaríamos
apenas sofrendo alucinações.

7 - A maioria das pessoas acredita em Deus

É verdade que ao longo da história, a maioria das pessoas acreditou em pelo menos
um deus. Entretanto, popularidade não transforma nada em verdade. Afinal, a maioria
das pessoas acreditava que a Terra era o centro do universo.

O número de ateus no mundo está aumentando, atualmente. Talvez um dia a maioria


das pessoas seja ateia. Por exemplo, a maioria dos cientistas nos EUA já é ateia.
Entretanto, assim como no caso da religião, a popularidade crescente do ateísmo não
prova que ele é verdade.

É bem possível que já haja mais ateus do que crentes na Inglaterra, na França e em
outros países. Será que isto quer dizer que Deus existe em toda parte exceto nestes
países?

8 - A evolução não iria favorecer uma falsa crença

Será que a evolução favoreceria uma espécie incapaz de perceber a realidade? Ou


uma espécie sujeita a alucinações? Se não, então deve haver um deus, segundo
este argumento. Entretanto, a evolução não favorece o que é verdade. A evolução
favorece o que é útil.

Ninguém discorda de que a religião e a crença em deuses foram úteis em alguns


casos. “Deus”, assim como Papai Noel, pode ser usado para fazer as pessoas se
comportarem em troca de uma recompensa. “Deus” também pode ser usado para

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justificar atos condenáveis que beneficiam seu grupo, como os homens-bomba
islâmicos e as Cruzadas. “Deus” pode diminuir seu medo da morte.

Entretanto, na era das armas nucleares, o perigo da crença em deuses supera em


muito seus benefícios.

9 - A parte de nosso cérebro ligada a Deus

Alguns religiosos argumentam que deve haver um deus, caso contrário, para que
teríamos uma parte de nosso cérebro que “reconhece” um deus? Que outra utilidade
esta função cerebral teria? Entretanto, a imaginação é importante para nossa
sobrevivência. Podemos imaginar muitas coisas que não são verdade. É um
subproduto de nossa capacidade de imaginar coisas que podem ser verdade.

Na verdade, os cientistas estão estudando, de um ponto de vista biológico, por que


alguns têm crenças religiosas e outros não. Eles já identificaram substâncias em nosso
cérebro que podem nos fazer ter experiências religiosas. A dopamina, por exemplo,
tende a nos fazer “ver” coisas que não existem. Um novo campo científico, a
neuroteologia, estuda a religião e o cérebro e já identificou que a parte do cérebro
conhecida como lobo temporal pode gerar experiências religiosas.

Outra parte do cérebro, que controla o sentimento de individualidade, pode ser


conscientemente desligada durante a meditação, dando a essa pessoa (que perde a
noção do limite onde ela termina e onde começa o mundo externo a ela) um
sentimento de “fusão” ou “unidade” com o universo.

10 - Antigos “milagres” e histórias de ressurreições

Muitas religiões têm histórias de milagres. Assim como os que acreditam numa
religião são céticos quanto aos milagres das outras, os ateus são céticos quanto a
todas as histórias de milagres.

Eventos extraordinários podem ser exagerados com o tempo e se tornarem lendas


milagrosas. Bons mágicos fazem coisas que parecem milagres. As coisas podem ser
mal avaliadas e mal interpretadas. Muitas coisas que pareciam milagres no mundo
antigo, hoje são facilmente explicadas.

Quanto às ressurreições, os ateus não acham que histórias de gente que ressuscitou
dos mortos sejam convincentes. Há muitas lendas assim na literatura antiga e, mais
uma vez, a maioria dos religiosos rejeita as histórias de ressurreição das
outras religiões.

Muitas religiões afirmam que seus deuses realizaram milagres óbvios e espetaculares
há milhares de anos.

 Por que os milagres não mais acontecem?


 Os deuses ficaram tímidos?
 Ou foi o progresso da ciência?
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11 - “Milagres” modernos de cura e ressurreição

“Milagres” de cura nos dias atuais são um bom exemplo do “Deus das lacunas”.
Alguém se cura de uma forma que a ciência não consegue explicar? Claro, “foi Deus”.
Deus nunca precisa provar nada. As pessoas sempre assumem de que o mérito
seja dele.

O problema deste argumento é que ele parte do princípio de que sabemos tudo sobre
o corpo humano e temos condição de descartar uma explicação científica. Entretanto,
o fato é que nosso conhecimento médico é limitado. Por que nunca vemos um
verdadeiro milagre, como braços amputados se regenerando instantaneamente?

Foram feitos diversos estudos sobre o efeito das orações no caso de pacientes que
não sabiam se alguém estava orando por eles ou não, e não se constatou nenhuma
influência das orações sobre a cura.

E fica a pergunta:

 Afinal, por que temos que implorar a um deus onipotente e


infinitamente amoroso para que nos cure de doenças e dos efeitos de
acidentes naturais que ele mesmo causou?
 É o Problema do Mal: se Deus é todo-poderoso e infinitamente amoroso, por
que existe o mal, para início de conversa?

No mundo de hoje, as histórias de ressurreição sempre parecem acontecer em países


atrasados, em condições não controladas por cientistas. Por outro lado, por que nunca
houve ressurreições de pessoas que morreram em hospitais modernos, conectadas a
máquinas que indicaram quando as mortes ocorreram?

12 - “Céu” (Medo da Morte)

Nem ateus nem religiosos gostam do fato de que vamos todos morrer. Entretanto,
este medo não prova que há uma vida após a morte — prova apenas que nós
gostaríamos que houvesse. Só que desejos não se tornam
automaticamente realidade. Não há evidências de que um deus exista, nem de que
ele tenha criado algum lugar para irmos depois da morte. Não há nenhuma explicação
sobre o que é esse lugar, onde ele está ou como foi que um deus o criou do nada.

Não há evidências sobre almas, nada sobre a composição de uma alma e nenhuma
explicação sobre como uma alma não-material surgiu em um corpo material ou,
alternativamente, sobre quando e como um deus faz surgir uma alma num corpo.

Se um óvulo humano fertilizado tem uma alma, o que acontece quando ele se divide
para formar gêmeos?

 Cada um fica com meia alma?


 Ou havia duas almas no óvulo fertilizado original?

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 E quando acontece o contrário, ou seja, quando dois óvulos fertilizados se
fundem em um único ser humano (uma “quimera”)?
 Essa pessoa terá duas almas?
 Ou havia duas meias almas que se fundiram?

Se um bebê de uma semana morre, que tipo de pensamentos ele terá na outra vida?
Os pensamentos de um bebê de uma semana?

 Ou os de um adulto?
 Se este for o caso, como será possível?
 De onde virão estes pensamentos adultos e quais serão?

Não há motivos para se acreditar que nossa consciência sobrevive à morte de nosso
cérebro. A mente não é algo separado do corpo.

Por exemplo:

 Conhecemos as substâncias químicas responsáveis pelo sentimento do amor.


 As drogas podem alterar nosso humor e assim mudar nossos pensamentos.
 Danos físicos ao nosso cérebro podem mudar nossa personalidade e nossos
pensamentos.
 Adquirir uma nova habilidade, que envolve pensar, pode mudar fisicamente a
estrutura do nosso cérebro.

Algumas pessoas ficam com a doença de Alzheimer no fim de suas vidas. O dano a
seus cérebros é irreversível e pode ser detectado por tomógrafos. Essas pessoas
perdem a capacidade de pensar, mas continuam vivas. Será que seu pensamento
retorna logo após a sua morte, na forma de uma “alma”?

Se as pessoas tivessem que escolher entre um deus e uma vida após a morte, a
maioria escolheria a segunda vida e esqueceria Deus. Elas só escolhem acreditar em
Deus porque é o único jeito que elas conhecem de realizar seus desejos de uma vida
após a morte.

13 - Medo do Inferno

Para os ateus, a ideia de inferno parece uma enganação — uma tentativa de levar as
pessoas a acreditarem pelo medo naquilo que elas não conseguem acreditar pela
razão e pelas evidências. O único jeito de encarar isto “logicamente” é encontrar a
religião que lhe pune mais duramente pela descrença e então acreditar nela. Ótimo,
você terá se livrado do pior castigo que existe — mas só se esta for a
“verdadeira” religião. Por outro lado, se ela (e sua punição) não forem verdadeiras —
se a religião que ficou em segundo ou terceiro lugar quanto a dureza da punição for a
verdadeira religião — então você não se salvou de nada.

 Então, qual inferno, de qual religião, é o verdadeiro?

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Sem evidências, jamais saberemos. Mesmo entre cristãos há pelo menos 3 infernos
diferentes. Na versão tradicional, sua “alma” queimará eternamente. Uma segunda
versão diz que um deus de amor não seria tão cruel, portanto sua “alma” apenas
deixará de existir.

Uma terceira versão diz que o céu não é um lugar físico, mas apenas a condição de
estar para sempre separado de Deus. Acontece que os ateus já estão separados de
Deus e vivem sem problemas, portanto esta ameaça não faz sentido para eles.

 Além disso, como é possível ficar separado de um deus que, supostamente,


está em toda a parte – é onipresente?

14 - Aposta de Pascal

Em resumo, a aposta de Pascal diz que temos tudo a ganhar (uma eternidade no céu)
e nada a perder se acreditarmos em um deus. Por outro lado, a descrença pode levar-
nos a perder o céu e ir para o inferno. Já vimos que o céu é apenas uma coisa que
desejamos que exista e que o inferno é uma enganação, portanto vamos examinar a
questão da fé.

A aposta de Pascal assume que uma pessoa possa se forçar a acreditar em alguma
coisa. Isto não funciona, pelo menos não para um ateu. Portanto ateus teriam que
fingir que têm fé. Só que, de acordo com a maioria das definições de Deus, ele
perceberia nossa mentira interesseira. Será que ele nos recompensaria mesmo assim?

A aposta de Pascal também diz que você “não perde nada” por acreditar. Um ateu
discordaria. Ao acreditar em Deus sob essas condições, você estaria reconhecendo
que está disposto a acreditar em algumas coisas pela fé. Em outras palavras, você
estaria aceitando abandonar as evidências como seu padrão para julgar a realidade.
Vista desta forma, a fé já não parece tão interessante, não é?

15 - Culpando a vítima

Muitas religiões castigam as pessoas por não acreditar. Entretanto, crença exige fé e
pessoas como os ateus são incapazes de ter fé. Suas mentes requerem evidências.

 Assim, devemos punir os ateus por não acreditarem que “Deus” não é uma
coisa evidente?

16 - O fim do mundo

Assim como no caso do Inferno, esta ideia parece aos ateus servir apenas para induzir
as pessoas a acreditarem por medo naquilo em que elas não conseguem acreditar
pela razão e pelas evidências. Ao longo dos séculos, houveram muitas profecias sobre
o fim do mundo. Se sua fé se baseia nisto, pergunte a você mesmo: por quanto
tempo você está disposto a esperar — quanto tempo será necessário para você se
convencer de que o mundo não vai acabar?

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17 - Dificuldades da religião

Já se argumentou que as religiões exigem tantos sacrifícios que as pessoas jamais as


seguiriam se um deus não existisse. Entretanto, pelo contrário, é a crença em um
deus que motiva as pessoas. Um deus não precisa existir para que isto aconteça.

As dificuldades podem até servir como ritual de admissão numa seita, como um meio
de se tornar um dos “escolhidos”. Afinal de contas, se soubéssemos que todos seriam
salvos, por que nos daríamos ao trabalho de seguir uma religião?

Além disto, a recompensa que a maioria das religiões promete em troca da obediência
— um céu — compensa em muito a maioria das dificuldades impostas por elas.

18 - Argumento do martírio:

Dizem os crentes que ninguém morreria por uma mentira. Eles ignoram o fato de que
as pessoas podem ser enganadas (ainda que com a melhor das intenções) quanto à
veracidade de uma religião. A maioria dos grupos que incentivam o martírio promete
uma grande recompensa no “céu”, portanto os seguidores não acham que perder a
vida seja um sacrifício tão grande.

1. Será que o fato de que os terroristas que jogaram os aviões no WTC estavam
dispostos a morrer por sua fé faz do islamismo a verdadeira religião?
2. E o que pensar de cultos como o Heaven’s Gate, cujos seguidores cometeram
suicídio em 1997 acreditando que suas “almas” iriam para uma nave espacial
que acompanhava um cometa e onde Jesus os esperava?

19 - Argumento do vexame

Alguns crentes argumentam que seu livro sagrado contém passagens que são
embaraçosas para sua fé, que essas passagens e as descrições de eventos
sobrenaturais devem ser verdadeiras, caso contrário não teriam sido incluídas
no livro.

Um exemplo clássico na Bíblia é o relato da covardia dos discípulos depois que Jesus
foi preso. Entretanto, neste caso e em outros, momentos embaraçosos podem ser
incluídos numa história de ficção para criar um clima dramático e tornar o triunfo final
do herói muito maior. Apenas faz parte da trama da fábula.

20 - Falsas dicotomias

Isto acontece quando se cria uma falsa escolha entre “isto ou aquilo” embora, na
verdade, haja outras possibilidades. Os cristãos conhecem bem esta: “Ou Jesus
estava louco ou ele era Deus. Como Jesus disse coisas sábias, então ele não estava
louco, portanto ele deve ser Deus, conforme ele disse que era”. (Só que não há uma
letra que possa ser atribuída a Jesus, logo ele nunca disse nada)

Acontece que estas não são as únicas duas opções.


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1. Há uma terceira: “sim, ele disse coisas sábias, mas, ainda assim, estava iludido
quando disse que era Deus”.
2. E há uma quarta: “Jesus talvez não tenha dito nada do que lhe é atribuído na
Bíblia. Talvez tenham sido os escritores da Bíblia que disseram que ele disse
aquelas coisas sábias. E talvez ele nunca tenha afirmado ser um deus e foram
os escritores que o transformaram em deus”.
3. Uma quinta possibilidade, bem mais plausível, é que Jesus seja inteiramente
um personagem de ficção e que tudo tenha sido inventado pelos autores.

21 - Sentido da vida

Este argumento diz que, sem a crença em um deus, a vida não teria sentido. Mesmo
que isso fosse verdade, apenas provaria que nós queremos que um deus exista para
dar sentido s nossas vidas e não porque realmente queremos um deus.

 Mas o fato de que ateus encontram sentido para suas vidas sem acreditar em
deuses mostra que essa crença não é necessária.

22 - Deus, assim como o amor, é inalcançável

O amor não é inalcançável. Nós definimos “amor” tanto como um tipo de sentimento e
como algo que é demonstrado através de ações.O amor, ao contrário de Deus, é uma
coisa física. Conhecemos as reações químicas no cérebro que provocam o sentimento
de amor. Além disto, o amor depende da estrutura cerebral. Uma pessoa
lobotomizada ou com certos tipos de danos cerebrais torna-se incapaz de sentir amor.

Além disto, se o amor não fosse físico, não ficaria confinado aos nossos cérebros
físicos. Nós poderíamos ser capazes de detectar alguma entidade ou força chamada
“amor” flutuando no ar.

23 - Moral e ética

É a ideia segundo a qual não temos motivos para a moralidade se não houver um
deus. Entretanto, já havia códigos morais bem antes da Bíblia: o Código de Hamurabi,
por exemplo.

Em Eutífron, um dos diálogos de Platão, Sócrates pergunta a um homem chamado


Eutifro se alguma coisa é boa apenas porque Deus diz que é ou se Deus diz que uma
coisa é boa porque ela tem bondade intrínseca.

1. Se algo é bom porque Deus diz que é, então Deus pode mudar de ideia sobre o
que é bom. A moral “divina” não seria uma coisa absoluta.
2. Se Deus diz que uma coisa é boa por causa da bondade intrínseca desta coisa,
então nós poderíamos encontrar essa bondade intrínseca nós mesmos, sem
precisar da crença em Deus.

Os cristãos nem mesmo conseguem entrar em acordo entre si quando se fala em


masturbação, sexo antes do casamento, homossexualidade, divórcio,
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anticoncepcionais, aborto, pesquisa com células tronco, eutanásia e pena de morte.
Os cristãos rejeitam algumas das leis morais da Bíblia, como matar crianças
desobedientes ou pessoas que trabalham no sábado.

1. Portanto, os cristãos interpretam a Bíblia segundo seus próprios conceitos de


moralidade, rejeitando os mandamentos que não consideram éticos e ignorando
a moral de Deus.
2. A verdade é que a maioria das pessoas ignora as coisas que não são éticas em
seus livros sagrados e se concentram nos bons conselhos.
3. Em outras palavras, os teístas definem sua própria ética da mesma forma que
os ateus fazem.

Até mesmo os animais respeitam uns aos outros e têm um senso de justiça. Já
encontramos a parte de nosso cérebro responsável pelos sentimentos de simpatia e
empatia — os “neurônios espelhos” — que formam a base de grande parte de
nossa ética. A moralidade é algo que se desenvolveu por sermos criaturas sociais.
Baseia-se nas vantagens egoístas que obtemos ao cooperarmos com outros e em suas
consequências. Ajudar ao próximo é um ato egoísta que nos traz recompensas
evolucionárias. Nós também julgamos as ações pelas suas conseqüências, através de
tentativa e erro. A melhor fórmula que desenvolvemos é a de permitir o máximo de
liberdade a alguém, contanto que não fira outra pessoa ou afete a sua liberdade. Esta
concepção moral é a que cria o máximo de felicidade e prosperidade para uma
sociedade, e a que beneficia o maior número de pessoas (o maior bem para o maior
número). Esta visão inclui a proteção dos direitos das minorias, já que de certa forma
somos todos pertencentes a alguma delas. Já que não há evidência de que algum
deus exista, não temos como atribuir a moralidade a um deus.

 Portanto, muito mais que servir como guia moral, a religião pode ser usada
para justificar qualquer atitude. Basta alegar que “Deus me disse para fazer
isto”. A melhor maneira de refutar este argumento é descartar totalmente o
conceito de deus.

Mesmo que deuses não existam, há quem ache que a crença neles ajuda muitas
pessoas a se comportarem, como se ele fosse um policial invisível. Como disse o
presidente George W. Bush, “Deus está o tempo todo pesquisando nosso coração e
nossa mente. Ele é assim como Papai Noel. Ele sabe se você foi bom ou se foi mau”
(08 de Abril de 2007, Páscoa, Fort Hood, Texas).

 Queremos realmente basear nossa ética nisso?

Um sistema decente de ética não precisa do sobrenatural para se justificar.


Entretanto, a crença no sobrenatural já foi usada – e ainda é - para justificar muitas
coisas sem ética, como a Inquisição, a perseguição s Bruxas de Salém, o preconceito
contra os gays, o ataque ao WTC, etc.

Estudo recente revela que crianças têm sentido de justiça antes dos dois anos. (em
inglês)

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24 - Argumento da bondade e da beleza

Alguns religiosos alegam que sem um deus não haveria nem bondade nem beleza no
mundo. Entretanto, bondade e beleza são definidas em termos humanos. Se o
ambiente da Terra fosse tão inóspito que a vida não pudesse se desenvolver, nós não
estaríamos aqui para discutir o assunto. Portanto, há coisas no ambiente que são
favoráveis à existência da vida e nós somos naturalmente atraídos para elas. Nossa
sobrevivência depende delas. No caso da arte, nós somos naturalmente atraídos por
imagens, formas e cores que nos lembram essas coisas. Entretanto, há várias formas
de arte, como o cubismo e o surrealismo, que algumas pessoas apreciam e
outras detestam.

25 - Altruísmo

Às vezes, as pessoas dizem que, sem um deus, não haveria altruísmo e que a
evolução só favorece o comportamento egoísta.

Entretanto, podemos dizer que não existe altruísmo e que as pessoas sempre fazem o
que elas querem. Se só houver escolhas ruins, elas escolhem aquela que elas
detestam menos. Nossas escolhas se baseiam naquilo que nos dá (aos nossos genes)
a melhor chance de sobreviver, o que inclui melhorar nossa reputação na sociedade.
“Altruísmo” para com membros da família beneficia gente que compartilha nossos
genes. “Altruísmo” para com amigos beneficia gente que um dia poderá retribuir
o favor. Até mesmo o “altruísmo” para com estranhos tem a ver com a evolução. É
um comportamento que surgiu primeiro em tribos pequenas, onde todos se
conheciam e uma boa reputação aumentava as chances de sobrevivência do
indivíduo. Agora já está entranhado em nosso cérebro como um modo geral
de conduta.

Cientistas alemães encontram o “gene do altruísmo”. (em espanhol)


O ser humano é altruísta e cooperativo por natureza. (em espanhol)

26 - Livre arbítrio

Dizem que não teríamos livre arbítrio sem Deus, que viveríamos num universo
determinístico de causa e efeito e que seríamos meros robôs. Na verdade, temos
muito menos livre arbítrio do que a maioria das pessoas pensa. Nosso
condicionamento (nosso desejo biológico de sobreviver e prosperar, combinado com
nossas experiências) torna certas “escolhas” muito mais prováveis do que outras. De
que modo poderíamos explicar nossa capacidade, em muitos casos, de prever o
comportamento das pessoas?

Experiências já mostraram que nosso cérebro “decide” agir antes que nós tenhamos
consciência disto! Alguns até dizem que nosso único livre arbítrio é a capacidade de
vetar conscientemente as ações que nosso cérebro sugere.

16
A maioria dos ateus não tem nenhum problema em admitir que o livre arbítrio possa
ser uma ilusão.

 Este assunto também leva a um paradoxo: se o deus que nos criou conhece o
futuro, como nós podemos ter livre arbítrio?

No fim das contas, se nós gostamos da nossa vida, o que importa se temos ou não
livre arbítrio? Será que não é apenas nosso ego — nossa saudável autoestima que
contribui para a sobrevivência — que foi condicionado a acreditar em que um livre
arbítrio verdadeiro é melhor que um livre arbítrio imaginário?

A liberdade é uma ficção cerebral. (em espanhol)

27 - Um ser perfeito tem necessariamente que existir

Este argumento, conhecido como o argumento ontológico, foi criado há uns 1.000
anos por Anselmo de Cantuária.

Ele nos pede que imaginemos o mais grandioso ou mais perfeito ser possível. Esta é a
concepção de Deus para a maioria das pessoas. Em seguida, ele nos diz que é mais
grandioso ou mais perfeito para algo existir do que não existir. Portanto, este ser
(Deus) necessariamente tem que existir. Mas este argumento não leva em conta se é
possível que um ser perfeito exista. Ele também parte do princípio de que aquilo
que imaginamos passa a existir. Nem tudo o que conseguimos imaginar é possível.

Vamos aplicar esta lógica a um assunto diferente. Imagine um perfeito arranha-céu.


Ele permaneceria intacto se terroristas jogassem aviões contra ele. Entretanto,
nenhum arranha-céu pode resistir a um ataque desses sem, pelo menos, algum dano.
Mas isto contraria nossa premissa de que o arranha-céu tem que ser perfeito,
portanto é necessário que exista um arranha-céu indestrutível.

28 - Por que é mais provável que Algo exista do que Nada?

Este argumento assume que, sem um deus, não esperaríamos que alguma coisa
existisse. Entretanto, não temos a mínima idéia da probabilidade estatística de Algo
existir versus Nada. Em física, sistemas simétricos tendem a ser instáveis. Eles
tendem a degenerar em sistemas assimétricos. Ora, o Nada — a ausência de tudo — é
perfeitamente simétrico, portanto altamente instável. Portanto Algo é mais estável
que Nada, portanto deve ser mais provável que Algo exista do que Nada.

Podemos também perguntar, dentro da mesma lógica:

1. “Por que é mais provável que exista um deus do que ele não exista?”.
2. Ou ainda “Quem criou esse deus?”

29 - Argumento da Primeira Causa

17
Este argumento afirma que vivemos num universo de causa e efeito. Segundo esta
lógica, é impossível que esta sequência de causas continue infinitamente para trás.
Em algum ponto, a coisa tem que parar. Nesse ponto, é preciso haver uma Primeira
Causa que não resulte, ela própria, de nenhuma outra causa. Esta Primeira Causa Não
Causada, segundo dizem, é Deus. O universo em que vivemos agora “começou” há
uns 13,7 bilhões de anos. Não sabemos se o universo já existia antes de alguma outra
forma nem se havia energia/matéria/gravidade/etc. (um mundo natural).

1. Não sabemos se o mundo natural teve um começo ou se sempre existiu de


algum jeito.
2. Se tiver um começo, não sabemos se um deus é a única origem possível.
3. Não sabemos se um deus pode ser uma causa incausada.
4. O que causou Deus?

Partículas virtuais aparecem e desaparecem subitamente o tempo todo. A física


quântica mostra que pode haver eventos não causados.

30 - As “leis” do universo

De onde vieram as “leis” do universo?

1. Uma “lei” da física não passa de uma coisa que acontece de forma regular.
2. É a descrição de um fenômeno existente.
3. Não é algo decretado por um tribunal celeste.

De acordo com o físico, astrônomo e professor Victor Stenger: “É crença geral que as
“Leis da Física” são exteriores Física. Elas são concebidas como sendo impostas ao
universo de fora para dentro ou fazendo parte de sua estrutura lógica. As descobertas
recentes da física contestam isto. As “leis” básicas da física são construções
matemáticas que tentam descrever a realidade de forma objetiva. As leis da física são
exatamente como seria de se esperar se viessem do nada.

31 - As coisas são exatamente do jeito que deveriam ser

Alguns crentes argumentam que é preciso que os valores das seis constantes físicas
do universo (que controlam coisas como a força da gravidade) estejam dentro de uma
faixa limitada para que a vida seja possível. Portanto, como isto não pode ter
acontecido “por acidente”, deve ser obra de um deus. Mais uma vez, este é um
argumento do tipo “Deus das lacunas”. Além disto, ele pressupõe que conhecemos
tudo a respeito de astrofísica — um campo em que novas descobertas são feitas
quase todos os dias. Talvez venhamos a descobrir que nosso universo não seja tão
“ajustado”, afinal de contas. Outra possibilidade é que existam múltiplos universos —
separadamente ou como “bolhas” dentro de um universo maior. Cada um desses
universos poderia ter suas próprias leis da física. Se houver um número
suficientemente grande de universos, aumentam as chances de que pelo menos um
deles venha a produzir vida.

18
Sabemos que é possível que pelo menos um universo exista — nós vivemos nele. Se
existe um, por que não vários? Por outro lado, não temos evidências quanto a
existência de nenhum deus. Pois então vamos dar uma olhada na definição mais
comum de um deus: eterno, onisciente, onipotente e infinitamente amoroso. Poderia
Deus ser de algum outro modo que não fosse exatamente este que ele é?

Embora haja alguma margem de tolerância nas condições que permitem existir vida
no universo,

1. Tradicionalmente as condições para a existência de Deus não variam.


2. Portanto, nosso universo com um deus tradicional é logicamente mais
implausível que nosso universo sem um deus.
3. Ele tem que atender a requisitos muito mais restritos.
4. Claro que ainda podemos perguntar: quem ou o que definiu Deus?

Se o universo foi criado especificamente com o objetivo de abrigar a raça humana,


então o enorme tamanho do universo (a maior parte dele hostil vida) e os bilhões de
anos que se passaram até que os humanos surgissem mostram que ele é ridículo e é
um enorme desperdício — não é o que se poderia esperar de um deus.

32 - A Terra é exatamente do jeito que deveria ser

Alguns crentes argumentam que a Terra está justamente no ponto do sistema solar
(nem muito quente nem muito frio etc.) que permite que a vida exista. Além disto, ela
tem exatamente os elementos necessários (carbono, oxigênio etc.). Essas pessoas
afirmam que isto não poderia ter acontecido “por acidente”, portanto deve haver um
deus que cuidou desses detalhes.

Este é mais um argumento “Deus das lacunas”.

Mas há uma refutação ainda melhor. Se a Terra fosse o único planeta no universo,
então seria notável que suas condições fossem “exatamente as necessárias”.
Entretanto, a maioria dos religiosos admite que há milhares, se não milhões, de
outros planetas no universo. O nosso sistema solar tem oito. Portanto, aumentam
muito as chances de que pelo menos um deles tenha as condições para produzir
algum tipo de vida.

Podemos imaginar criaturas púrpuras com 4 olhos e respirando dióxido de carbono em


outro planeta, muito religiosas, que também cometam o erro de achar que o planeta
deles foi especialmente criado para que eles existissem e que há um deus criador
sua semelhança.

1. Por que os demais planetas, com o Marte, não possuem vida?


2. Deus acertou nas condições da Terra por puro acaso?

33 - Criacionismo / Design inteligente

19
É a ideia, segundo a qual, se não podemos explicar alguma coisa sobre a vida, então
“foi Deus” (Deus das lacunas).

Entretanto, se o Gênesis ou qualquer mito religioso de criação similar for verdade,


então praticamente todos os campos da ciência estarão errados. Não apenas a
biologia como também a química, física, arqueologia, astronomia e ainda suas
subdisciplinas como embriologia e genética. Na verdade, poderíamos jogar fora todo o
método científico. Os criacionistas as vezes fazem uma distinção entre “micro” e
“macro” evolução — ou seja, eles aceitam que há mudanças dentro de uma espécie,
mas não aceitam que uma espécie se transforme em outra. Mas quais são os
mecanismos da microevolução? Eles são: mutação, seleção natural e herança. E quais
são os mecanismos da macroevolução? Exatamente os mesmos: mutação, seleção
natural e herança. A única diferença é o tempo necessário.

 Será que alguns genes dizem a si mesmos: “Hmmm, é melhor eu não mudar
muito, senão alguns religiosos vão ficar aborrecidos”?

A evolução é a melhor explicação e a única explicação para a qual há evidências: para


a idade dos fósseis, para a progressão dos fósseis, para as semelhanças genéticas,
para as semelhanças estruturais e para os fósseis transicionais. Sim, há fósseis
transicionais. Por exemplo, nós temos uma boa sequência de fósseis para espécies
que vão desde os mamíferos terrestres até a baleia, incluindo o basilosaurus, uma
baleia primitiva que conservou pequenas pernas traseiras que não tinham função.
Ainda hoje, as baleias mantêm os ossos do quadril.

Alguns criacionistas afirmam que essas pernas traseiras atrofiadas talvez fossem úteis
para o acasalamento, portanto o basilosaurus seria uma espécie criada totalmente em
separado e não uma transição. Mas, se essas pernas traseiras eram tão úteis, por
que desapareceram? Na verdade, as cobras também têm ossos do quadril e às vezes
nascem cobras com pernas vestigiais, provando que elas evoluíram de ancestrais
répteis que tinham pernas traseiras. Na China, foram encontrados muitos fósseis meio
répteis/meio pássaros, provando a transição. Recentemente se descobriu o fóssil do
tiktaalik, que ajudou a preencher uma lacuna entre os peixes e os anfíbios. Foi
encontrado no Canadá, exatamente no local e na camada geológica prevista
pela evolução.

Por outro lado, se um deus perfeito tivesse criado a vida, nós esperaríamos dele um
serviço melhor. Não esperaríamos que 99% de todas as espécies que já existiram se
extinguissem. Como disse o biólogo evolucionista Kenneth R. Miller, que é
cristão: “se Deus propositalmente projetou 30 espécies de cavalos que mais
tarde desapareceram, então Deus é, antes de mais nada, um incompetente.
Ele não consegue fazer direito da primeira vez.” (“Educators debate ‘intelligent
design’”, por Richard N. Ostling, Star Tribune — 23/março/2002, p.B9).

Francis Collins, diretor do Projeto Genoma Humano, evangélico, disse: “O Design


Inteligente apresenta o Todo Poderoso como um criador trapalhão, que tem
que intervir de tempos em tempos para consertar os problemas de seu plano

20
inicial para criar a complexidade da vida” (“A linguagem de Deus”, pág. 193-
194).

Não deveríamos esperar defeitos de nascença se a vida foi criada por um deus
perfeito. Não deveríamos esperar um “design burro” tal como uma próstata que incha
e estrangula o canal urinário, já que teria sido tão simples passar o canal por fora da
próstata.

 Deus é um designer incompetente ou relaxado?

Se Deus criou toda a vida ao longo de uma semana, então, mesmo com um suposto
dilúvio universal, deveríamos encontrar os fósseis totalmente misturados nas camadas
geológicas.

 Não é o que acontece.

Também temos a contradição de que Deus é a favor da vida, mas permite o aborto
espontâneo. De um terço à metade dos óvulos fecundados sofre aborto espontâneo,
muitas vezes antes mesmo de a mulher perceber que está grávida.

 Se um deus projetou o sistema reprodutivo humano, isto faz dele o maior


dos abortistas.

Podemos então concluir que a evolução científica nos fornece respostas, enquanto que
o criacionismo religioso e o “design inteligente” só geram mais perguntas.

34 - O universo ou a vida viola a segunda lei da termodinâmica (entropia)

A segunda lei da termodinâmica (entropia) afirma que, num sistema fechado, as


coisas tendem a uma desordem cada vez maior. Alguns crentes argumentam que, já
que o universo e a vida são tão organizados, um deus tem que existir para poder
violar esta lei. Entretanto, o universo não viola a segunda lei da termodinâmica. O
universo teve início com o máximo grau de desordem possível para seu tamanho. A
partir daí, com sua expansão, mais desordem se tornou possível e, de fato, é o que
está ocorrendo. Apesar do fato de que a desordem como um todo está aumentando
no sistema chamado universo, é possível um aumento de ordem em subsistemas, tais
como galáxias, sistemas solares e é possível a vida — desde que, na totalidade do
universo, a desordem esteja aumentando. Se um deus criou o universo, deveríamos
esperar um início ordenado, não caótico. O fato de que o universo começou com o
máximo de desordem significa que não foi um deus que o criou, já que uma criação
proposital teria pelo menos alguma ordem.

Também se verifica que a energia gravitacional negativa do universo cancela


exatamente a energia positiva representada pela massa, de forma que o total da
energia no universo é zero, que é o que seria de se esperar de um universo que veio
do Nada por meios naturais. Entretanto, se um deus estivesse envolvido, seria de se
esperar que ele tivesse adicionado energia ao universo. Não há evidência disto.

21
É interessante como os teístas se agarram segunda lei da termodinâmica em seus
esforços para provar a existência de seu deus, mas ignoram totalmente a primeira lei
— que diz que a matéria/energia não pode ser nem criada nem destruída — o que
refutaria totalmente a existência do deus deles como um ser que pode criar algo
do nada.

Conclusão

Pessoas religiosas têm o difícil, senão impossível, encargo de provar que algum deus
existe, sem falar que a religião deles, entre todas, que é a verdadeira. Se alguma das
religiões tivesse evidências objetivas, será que as pessoas não viriam todas correndo
aderir a ela, à “verdadeira” religião?

Em vez disto, o que vemos é que as pessoas tendem a acreditar, em graus diferentes,
na religião que lhes foi transmitida. Ou então são ateias.

Fernando Silva

22
2 - A grande mentira dos Crentes.

“Os Caminhos de Deus são Misteriosos”

Amigos crentes cristãos, eu entendo como é difícil ficar sem argumentos sólidos para
rebater uma proposta. A mim já aconteceu muitas vezes, admito que seja versado em
centenas de campos do conhecimento humano, mas é incontável a quantidade de
coisas que desconheço. Por isso quando me encontro com argumentos dos quais não
tenho a mínima noção, não me custa dizer “Não sei.” Ninguém deve ter vergonha de
dizer “não sei”.

Por exemplo: quando me perguntam: “Que acontece após a morte?”... Devo admitir
que não sei! Claro que eu poderia ter a minha opinião particular a respeito, porém
devo deixar claro que são apenas especulações de minha parte. Uma das vantagens
de dizer “não sei” é que ao aceitar e admitir a carência de um conhecimento
específico, instintivamente se trata de investigar para encontrar uma resposta que
preencha esse vazio, acarretando como consequência o aumento do conhecimento e
do nível cultural pessoal.

Deve deixar claro que em minhas numerosas conversas com crentes cristãos, muito
poucas vezes eu escuto esse esquivo “não sei”, quase sempre preferem expor um
argumento especulativo ou uma opinião pessoal como verdade absoluta. Por exemplo,
com a mesma pergunta: “Que acontece após a morte?” O crente via responder quase
que imediatamente e com a maior tranquilidade “Ao morrer, segundo a bíblia a
alma... blá blá blá”, ocorre praticamente o mesmo com qualquer outro assunto sobre
o qual uma pessoa comum expressaria seu desconhecimento. Para o crente todas as
perguntas possuem resposta em Deus e na Bíblia. Para os crentes o importante em
uma conversa com um ateu é nunca admitir que desconheça algo, muito menos ficar
calado. Isso seria sinal de desconhecimento, falta de fé, blasfêmia e outras tantas
coisas imorais que com certeza Deus castigaria com uma passagem direta para o
inferno.

Portanto quando o crente cristão se encontra em uma situação onde não tem
argumentos sólidos para responder a um ateu ou simplesmente é muito arriscado
especular, solta a frase que resolve todas as perguntas e deixa a fé intacta:

“OS CAMINHOS DE DEUS SÃO MISTERIOSOS.”

Claro que esta é a frase clássica, mas há muitas outras que se repetem de forma
constante quando a razão abandona o desafortunado crente cristão:

 “Nossa mente é muita limitada para conhecer Deus.”


 “Quem somos nós para julgar Deus.”
 “Deus sabe com faz as coisas, nós não podemos ter acesso a esse
conhecimento”
 “É impossível conhecer a Deus.”

23
Certamente o colega ateu que lê essas palavras sabe a que me refiro especificamente.
Estas frases são a porta de fuga quando os crentes cristãos se vêm acuados pelos
argumentos de um ateu.

Muitos ateus ao escutar essas palavras por parte dos crentes as interpretamos como
sinal de vitória ou de ignorância e sabemos que a conversa terminou e que o cristão
recorreu à sua última tábua de salvação.

Amigo crente, quantas vezes utilizou uma dessas desculpas esfarrapadas?

Porém isto é verdade?

 “Os caminhos de Deus são misteriosos e é impossível conhecer a mente


de deus.”
 Em absoluto!

De fato esta é uma grande falácia que é repetida uma vez após outra e que os crentes
utilizam para se sentirem menos culpados por duvidar e desconhecer certos temas.

Deus não é e nem deveria ser um mistério insondável para a mente humana. Por
quê? Porque Deus deixou muito claro sua natureza e suas características em um livro
que você amigo crente ALEGA conhecer muito bem, a Bíblia.

A Bíblia é (supostamente) inspirada por Deus, portanto assume-se que a mente e o


pensamento de deus estão plasmados ali.

QUER CONHECER A DEUS? FÁCIL, LEIA A BÍBLIA.

A Bíblia nos mostra claramente as características e qualidades de Deus. Graças à


Bíblia sabemos que Deus é onipotente, onisciente, onipresente, sábio, justo, amoroso
e, sobretudo perfeito. A Bíblia é muito clara ao mostrar-nos como Deus é até nos
mínimos detalhes. Com a leitura de suas páginas podemos nos inteirar do caráter e da
personalidade de Deus, como Ele reage diante de certas situações, como pensa, como
atua etc. Isto se de fato, a Bíblia é um reflexo do que é Deus.

AMIGO CRENTE, COMO VOCÊ PENSA EM OBEDECER E AGRADAR A SEU DEUS SE


DECLARA QUE É IMPOSSÍVEL CONHECÊ-LO?

Que bela contradição não é mesmo?

Por isso jamais acreditarei quando um crente me diz: “deves confiar em Deus
cegamente, ele sabe o que faz.” Em termos práticos nenhum crente tem essa fé cega
que tanto alegam. Não é fé cega, já que se pode conhecer muito bem a Deus através
da Bíblia para que essa cegueira se transforme numa visão límpida e clara de Deus.
PARA ISSO TEM A BÍBLIA. Nenhum crente se entrega completamente e de olhos
fechados à vontade de Deus, já que conhecem muito bem a esse Deus para saber
como serão julgados e coo atuaria em certas situações. Essa famosa “fé cega” só seria
certa e verdadeira se o crente desconhecesse tudo sobre Deus, se não tivesse a
mínima ideia do que e de como é esse Deus, só assim poderia falar de algum tipo de
cegueira ou confiança plena.

24
Portanto, e já aceitando que Deus se deu a conhecer muito bem através desse
"livrito" chamado Bíblia, vejamos de novo essa já não tão efetiva desculpa que usam
os crentes quando se vem entre a espada e a parede:

 “Os caminhos de Deus são misteriosos.”


 Falso.

Não são misteriosos. Os caminhos de Deus se pode conhecer de forma muito clara ao
ler a Bíblia.

Porque não tem sentido que o crente cumprisse tudo o que Deus lhe disse em seu
livro e ao morrer e estar em frente a Ele ouvir: SINTO MUITO, VOCÊ VAI PARA O
INFERNO... MEUS CAMINHOS SÃO MISTERIOSOS.

Neste caso a Bíblia não teria nenhum valor e seria preferível jamais lê-la e aceitar a
verdade de que Deus é um mistério insondável.

 “Nossa mente é muito limitada para conhecer Deus.”


 Falso.

Podemos conhecer a Deus claramente pelo que Ele diz sobre si mesmo na Bíblia.
Sabemos de sobra que Deus é um ser dual, que às vezes se comporta como um
sanguinário e inclemente assassino e em outras como uma pomba inocente. Não é
que “não podemos conhecer Deus”, mas que a mente de Deus, tal como nos conta a
Bíblia, é muito desvairada. E dizer que não podemos “conhecê-lo” é tratar de buscar
desculpas para justificar sua distorcida personalidade.

“Quem somos nós para julgar a Deus? Quem somos?”

Bem, segundo ele somos seus filhos. E sim, o podemos julgar já que ele nos deixou
na Bíblia regras morais para o comportamento correto. O aceitar que Deus pode
transgredir as leis e recomendações que ele mesmo nos deu seria cair num estado de
caos e anarquia total. Não podemos aceitar um comportamento inferior de Deus
comparado com o nosso. Se Deus disse “não matar” ele mesmo deveria dar o
exemplo.

Segundo Deus seria: “Faça o que digo não o que faço”.

Deus nos deixou um conjunto de leis a cumprir e SIM, podemos julgá-lo segundo suas
próprias leis.

O CURIOSO DISSO É QUE UM COMPORTAMENTO COMO O QUE EXIBE DEUS, ONDE


ELE ESTÁ IMUNE ÀS LEIS QUE ELE MESMO IMPÕE SERIA INACEITÁVEL PARA NÓS,
POR EXEMPLO, NO CASO DE NOSSOS GOVERNANTES E PRESIDENTES, MAS O
ACEITARIAMOS DE UM SER QUE SE AUTODEFINE COMO PERFEITO.

 “Deus sabe por que faz as coisas e nós não podemos ter esse
conhecimento.”
 Falso.

25
É uma repetição do anterior. Como já dissemos, nós os humildes seres humanos
podem conhecer perfeitamente o como e porque Deus faz as coisas através da sua
palavra plasmada na Bíblia.

 “É impossível conhecer a Deus.”


 Falso.

Claro que podemos conhecer a Deus! É como se eu e você dialogássemos:

Crente – É impossível conhecer a Deus.


Ateu – mas Deus é todo poderoso?
Crente – Sim.
Ateu – Eu posso vê-lo?
Crente – Não, deus é invisível.
Ateu – Ele é bom?
Crente – Sim, muito bom, O melhor.
Ateu – Pois então, parece que conheces muito bem a esse deus, porque fica repetindo
que “É impossível conhecer a Deus?”

Isso é como se eu dissesse a você:

Pessoa 1 – Deves adorar a Amon-Rá.


Pessoa 2 – Amon-Rá? Quem é esse?
Pessoa 1 – O único deus verdadeiro.
Pessoa 2 – Mas eu não o conheço, preciso conhecer mais sobre ele para saber a quem
adoro. Jamais adoraria algo sem saber o que é.

Entendeu o ponto agora amigo crente? Absolutamente ninguém adoraria ou


obedeceria alguém sem ter algum conhecimento sobre ele. Isso de “fé cega” é uma
falácia que os crentes repetem como se fosse uma virtude, que em termos práticos
ninguém sensato obedeceria.

Agora que já sabe amigo crente cristão, NÃO utilize mais essas frases já que estaria
mentindo e se contradizendo. Quando em uma conversa você chegue a um ponto
onde sua capacidade e seu conhecimento não possam elaborar uma resposta coerente
e sensata, é preferível dizer: “não sei” ou “preciso investigar e estudar mais” e engolir
o orgulho de querer saber tudo simplesmente porque Deus e sua Bíblia são “perfeitos
e iluminados”.

26
3 - A grande desculpa dos crentes

“A Interpretação Bíblica”

Para iniciar esta pequena conversa considero extremamente importante o correto


desenvolvimento de um diálogo ateu-crente. Por que trataremos de analisar uma das
desculpas usadas pelos cristãos e que praticamente rompem com todo o argumento
racional e dão um caráter “difuso” ao diálogo. Falaremos da "Interpretação da Bíblia".
Conversamos com algum crente, citamos alguns dos numerosos versículos bíblicos
incoerentes ou aberrantes que abundam na Bíblia e esperamos desenvolver uma
conversa argumentativa de qualidade, mas na maioria das vezes nos deparamos com
a clássica resposta crente-cristã: “você deve interpretar o versículo” ou então "A Bíblia
precisa de interpretação" ou "Você esta usando fora do contexto". Esta é a resposta
típica que fecha todas as vias racionais possíveis, porque não importa a opinião do
argumentador, a resposta será, invariavelmente, que deve ser interpretado de outra
forma.

Analisemos certos detalhes:

Quando o crente cristão diz que se deve interpretar a Bíblia, a que especificamente ele
está se referindo? Por exemplo, a Bíblia tem várias direções narrativas, uma delas são
os eventos específicos, os quais são situações pontuais em que o escritor bíblico narra
um evento ou uma história particular, como "a crucificação de Jesus" ou "O Dilúvio
Universal"... Porque certos cristãos dizem que a crucificação é um fato literal e o
dilúvio não? O que torna um fato literal e outro não? Você, caro leitor cristão
certamente já passou por isso, certo? Claro que você nunca disse que a crucificação
deve ser "interpretada", ou que não deve ser tomada literalmente, mas certamente
você já disse que os cadáveres ambulantes que saíram das tumbas quando Jesus
morreu ou o Dilúvio Universal são algumas dessas coisas "simbólicas ou
interpretativas."

Exemplos não faltam.

Conheço muitos crentes que opinam que a criação do universo em seis dias é uma
dessas coisas que se deve “Interpretar” e que não deve ser tomada como literal. Por
quê? Em nenhum momento o escritor insinua que o fato está sob interpretação
pessoal. Claro, dizem que a criação não é literal porque é SIMPLESMENTE
IRRACIONAL. Simples assim!

Você já percebeu que os crentes cristãos dizem que se deve "interpretar" somente os
eventos mais implausíveis e que vão contra a ciência e a razão? Os cristãos só tomam
como fatos literais os eventos cientificamente prováveis e possíveis, o resto é
considerado simbólico ou mal interpretado. Eu sei que muitos cristãos acreditam que a
criação do universo em seis dias é uma das coisas que temos de "interpretar" e não
ser tomada como literal. Por quê? Em nenhum momento o escritor sugere que o
evento está sob a interpretação pessoal. Claro, dizem que a criação não é literal
porque é simplesmente irracional. É simples assim. Quanto mais absurdo e ilógico

27
seja o versículo, mais “interpretação bíblica” necessitará. Com os mandamentos e leis
bíblicas não é diferente. O Antigo Testamento está cheio de leis e estatutos
verdadeiramente absurdos. O exemplo clássico é o livro do "Levítico". Pouquíssimos
cristãos têm em conta as leis do Levítico (só quando lhes convém como as
Testemunhas de Jeová na questão do sangue), na verdade Levítico produz uma
espécie de "alergia" para muitos cristãos. Agora, se você se dignou a ler algo do
levítico, verá que em muitas ocasiões o próprio Deus diz que esses estatutos são
"perpétuos e eternos", isto é, eles não devem ser abolidos ou descartados. Como você
explica isso amigo cristão? Como você se atreve a dizer que essas leis estão abolidas
ou necessitam de interpretação quando o próprio Deus disse que eles eram eternos e
perpétuos? Vamos cair na mesma coisa: só são interpretáveis os mandamentos que
vão contra a moral, a virtude, ou simplesmente são bárbaros e arcaicos. Por que os
crentes não dizem que a frase "Amar ao próximo como a ti mesmo" precisa ser
interpretada e que não é literal? Acho que eles só gostam de "interpretar" os versos
que os incomoda e contradizem sua crença particular. As ordens diretas de Deus não
deveriam ser “interpretadas”. A enorme quantidade de religiões ou divisões cristãs se
deve precisamente a isso: cada uma dessas religiões dá à Bíblia uma interpretação
diferente. Mas como sabemos qual é a interpretação verdadeira? Qual é a
interpretação que Deus aprovaria? Imaginam o crente ao chegar ao Juízo Final e Deus
ou quem quer que vá avaliá-los dizer: "sinto muito interpretastes mal este versículo".
Seria uma situação muito interessante. Eu nunca conseguia entender, mesmo quando
ele era um cristão devoto, por que se Deus é perfeito e soberanamente inteligente,
permitiu que seu livro sagrado fosse escrito com tantas ambiguidades e simbolismos?
Por acaso Deus não sabia que esses problemas poderiam acontecer? Por que não fez a
Bíblia mais direta e sem tanta enrolação?... Ok ok, eu sei o que você está pensando...
"os caminhos de Deus são misteriosos". Portanto, amigo cristão, a partir de agora
quando você ler suas frases da Bíblia como "Deus é amor" ou "Ama o teu próximo",
pergunte a si mesmo: estou interpretando isso direito?

28
4 - O legado da religião

O que a religião tem nos dado.

O FANATISMO

Todas as grandes religiões monoteístas possuem a semente endógena do fanatismo.


A religião moderada é a mãe do fanatismo religioso. A ideia trágica da celebração da
religião está em combinação com a ideia de possuir o direito de forçar a todos os
demais; tem sido a principal causa para a guerra, a morte e o sofrimento humano
durante séculos em nossa história, e desgraçadamente ainda o é hoje.

OS SUICIDAS

Alguém já ouviu falar de terroristas suicidas ateus? Ou dos ferozes partidários das leis
de Kepler ou dos ensinamentos de Confúcio, dos ferozes seguidores da filosofia de

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Aristóteles ou da Teoria da Evolução de Darwin; ou viu estes voarem pelos ares em
áreas populosas para promover suas ideias? É necessária a religião para convencer
pessoas a se explodirem e a transeuntes inocentes em pedaços e, ao mesmo tempo
crer que este ato é uma coisa boa para defender suas ideias.

MARTIRIO

A ideia de tirar sua única vida na Terra por causa de promessas de uma duvidosa vida
espiritual futura. Por estranho que pareça, nunca são os líderes religiosos os que
ansiosamente aproveitam essa oportunidade de felicidade instantânea. Não, os
dirigentes sempre parecem desejar que outros experimentem essa alegria do martírio.

A GUERRA E O GENOCIDIO

A guerra e o genocídio têm suas raízes nas diferenças religiosas. A história nos
oferece exemplos incontáveis e as diferenças religiosas tristemente seguem sendo
uma parte básica na definição de muitos dos conflitos atuais.

A INTOLERÂNCIA ABSOLUTA

A intolerância absoluta é particularmente forte nas religiões monoteístas onde todos


insistem na exclusividade religiosa. Segundo eles só há um Deus e, portanto todas as
demais religiões não são somente falsas, mas também devem ser destruídas. “Porque
quem não é contra nós, é por nós.” (Marcos 9,40). A intolerância religiosa tem sido a
razão dominante para a guerra, o sofrimento e a morte durante milênios.

A MORTE EM NOME DE DEUSES FICTICIOS

A idéia de que se você acredita em contos de fadas obtém uma licença para punir,
perseguir e queimar outras pessoas em nome de uma divindade fictícia. Esta é a ideia
fundamental para as religiões abrâmicas e tem sido executada com alegria e paixão
pelos religiosos através da história. Infelizmente, a idéia ainda está muito viva na
mente dos crentes de hoje.

INQUISIÇÃO

Formar uma grande organização, apenas para criminalizar, perseguir, torturar e


queimar a outros seres humanos por causa das diferenças de opinião sobre como
interpretar alguns textos confusos e ambíguos da Idade do Bronze do Oriente Médio,
é algo que somente pessoas religiosas podem fazer.

CAÇAS ÀS BRUXAS

Foi a uma religião que ocorreu a idéia da existência de "bruxas", uma ilusão de que
certas pessoas (principalmente mulheres) podem fazer magia e feitiçaria. Como todos
sabemos somente os líderes religiosos estão autorizados a fazer essas coisas.

CRUZADAS

Campanhas de guerras iniciadas e travadas principalmente por motivos religiosos (ou


seja, fictícios).

30
O CRIME DE TER UMA CRENÇA DIFERENTE

A idéia de que se alguém tem um sistema de crenças diferentes, ou o seu próprio


critério de crença, este é um crime punível com a morte. Acima de tudo, ter um amigo
imaginário diferente no céu é motivo suficiente para matá-los. Um toque divertido é
que cristãos e muçulmanos chamam-se de infieis e dividem o mesmo deus, que por
sua vez é roubado dos judeus e que também são infieis aos seus olhos. Bem, se você
é suficientemente religioso, esses detalhes não são importantes, obviamente.

EMBRUTECIMENTO DA POPULAÇÃO

Manter a população na ignorância e fomentar o pensamento supersticioso. O principal


papel da religião na sociedade ao longo dos séculos tem sido o de produzir uma
população analfabeta quando se trata de um pensamento crítico e, portanto,
receptáculo para qualquer tipo disparate científico e charlatanismo médico. Uma
população em que idéias cômico-supersticiosas e infantis são levadas a sério
prospera, graças à adoção e doutrinação religiosa nas escolas públicas, mídia e na
vida pública.

ENFRAQUECIMENTO DO DESENVOLVIMENTO MENTAL

A educação religiosa enfraquece o desenvolvimento mental de crianças e adultos,


resultando em um baixo desempenho intelectual, o que facilita para tirar seu dinheiro
e contribuir com qualquer charlatão ou autoproclamado profeta e qualquer filosofia
maluca.

O CONCEITO DE HERESIA E DE HEREGES

A idéia de ter outro ponto de vista sobre o que realmente pensa seu amigo invisível
de mentirinha é um crime que merece a pena de morte.

O CONCEITO DE PECADO

A idéia de dizer que você deve sempre se sentir culpado por ter nascido, por ser
humano. Você nasceu em pecado, e como um pecador, e Deus está zangado com
você, mas você pode ser mais feliz se sofrer e ter uma vida miserável, ou melhor,
fazendo com que outras pessoas sofram em seu nome.

COMBATER O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE

Em todas as sociedades onde a religião conseguiu o poder político utilizou todos os


meios possíveis para lutar contra a produção científica, social ou política de
desenvolvimento que há melhorado nossa compreensão da natureza ou tratar de dar
às pessoas uma vida melhor e mais longa. A imutabilidade dos dogmas das religiões
não pode ser questionada ou anulada. Qualquer conhecimento ou descobrimento que
seja suspeito de interferir com os ensinos religiosos têm sido reprimidos e
perseguidos. As religiões se baseiam na fé cega e qualquer questionamento e dúvidas
são obras de Satanás e devem ser afastados.

A DESTRUIÇÃO DO CONHECIMENTO

31
A destruição de enormes quantidades de escritos e conhecimentos importantes dos
filósofos “pagãos” da antiguidade. A Igreja substituiu na antiguidade os avanços na
matemática, filosofia, medicina e ciências naturais, etc, com estudos confusos e
“conhecimentos” de tribos ignorantes da Idade do Bronze sentados em suas tendas
adivinhando como funciona o mundo ao seu redor e como chegaram a existir. Muitas
das nossas escolas e universidades de hoje se desenvolveram de mosteiros
"Escolares" e sua maior parte baseada principalmente em estudos sobre as Escrituras.
Na realidade as escolas já existiam nos tempos antigos, muito antes de o Judaísmo,
Cristianismo e Islamismo. O sistema de transferência de conhecimentos de um
professor a um aluno é tão antigo quanto à própria humanidade. Depois que a igreja
chegou ao poder no século IV, o conteúdo e o valor desse conhecimento se
transformou na maior parte em lixo até o Renascimento, quando a religião perde o
seu monopólio sobre o conhecimento.

A IDEIA DE QUE BÍBLIA CONTÉM A “VERDADE”.

A religião nos deu o pensamento de que um livro com confusos e labirínticos escritos
religiosos de escritores anônimos, compilado e editado por desconhecidos editores
religiosos através dos séculos - contém a verdade suprema. Apesar do fato de que
qualquer afirmação feita por este livro, que possa ser experimentada e testada,
provou ser totalmente errada.

CONFUSÃO SEMÂNTICA

No jargão religioso contos de fadas religiosos são fatos históricos, os mitos são
verdadeiros, o preto é branco, a morte é a vida e o ódio é o amor.

NOSSOS CORPOS E NOSSA SEXUALIDADE SÃO SUJOS

Trouxe a ideia de que nossos corpos e nossa sexualidade natural são algo ruim e sujo,
algo demoníaco que deve ser combatido. Você evidentemente, só se torna um homem
saudável e bom quando morre. Esta ideia estranha e ilógica da morte é comum nos
cultos e nas religiões abrâmicas.

DEUS AMA QUEM SOFRE

Pensar que a penitência, a dor, o sofrimento, a humilhação, a submissão, a


autodestruição e o asceticismo fazem com que seu “Amoroso” Deus te ame mais.
Punir a si mesmo para agradar ao seu amigo invisível no céu, é geralmente
classificado como um distúrbio psiquiátrico grave, a não ser, claro, se feito em um
contexto religioso. Neste caso considera-se até mesmo uma coisa divina.

AS MULHERES SÃO INFERIORES

Pensar que as mulheres são inferiores aos homens, e de valor muito menor. É um
conceito curioso, especialmente porque os seres humanos como uma espécie não
existiria sem os dois sexos. A ideia é a prova evidente de que as religiões abraâmicas
são os frutos de fantasias masculinas infantis e megalomaniacas, fermentados
durante gerações pelo baixo desempenho intelectual do homem ingênuo (crentes). O

32
porquê de muitas mulheres ainda quererem fazer parte destas religiões patriarcais
bizarras e misóginas, é incompreensível.

DEUS QUER SABER DA SUA PRIVACIDADE

A noção de que o que os adultos fazem em suas habitações privadas é de suma


importância para Deus Porque isso é importante para o ser mais alto não é totalmente
claro. Se dois seres humanos desejam encontrar prazer corporal juntos em seus
aposentos privados, parece que o Senhor Todo Poderoso, e muitos de seus
representantes na terra, ficam muito chateados e perdem a cabeça. Que relevância e
consequências tão graves pode ter um comportamento altamente privado entre
indivíduos adultos para o Todo-Poderoso e seus representantes na terra não é algo
totalmente claro. As pessoas não nascidas são muito mais importantes que as
nascidas. É por isso que os fanáticos religiosos se opõem ao aborto e podem matar
os médicos e as mães em nome de uma massa de células, que obviamente é uma
consequência direta do pecado original ou da proibição do Papa ao uso de camisinhas.

A ORAÇÃO

A ideia absurda da oração, onde Deus deveria mudar as leis do universo só para ti.

CLERO

Aceitação de que algumas pessoas escolhidas, segundo eles mesmos, são melhores
para transmitir os pensamentos íntimos, à vontade e opiniões de um ficticio ser
supremo, e ainda levar a sério essas pessoas como adultos.

HORDAS DE DOENTES MENTAIS

Uma grande quantidade de devotos religiosos que esperam a morte e a chegada do


fim do mundo.

A CRENÇA EM FÁBULAS DEVER SER NORMAL

O fato de que pessoas adultas podem expressar ideias infantis e completamente


estranhas sobre espíritos e feitiços, e ainda serem levados a sério e considerados
como cidadãos responsáveis e pais.

A DESTRUIÇÃO DA INTELIGÊNCIA INFANTIL

Pensar que as crianças se beneficiam por ter suas mentes contaminadas com ideias
dementes que são desde muito tempo refutado pela ciência.

HUMOR NEGRO

No lado positivo, a religião tem sido uma fonte inesgotável de ideias loucas, histórias
bobas, engraçadas, cerimônias, feitiços e hordas de ridícula superioridade moral; os
crentes arrastando-se pomposamente como cães assustados abusados pelo seu
proprietário imaginário no céu. Por essas bobagens nós poderíamos estar rolando no
chão de rir, não fossem por todos aqueles milhões de vidas perdidas pelas cruzadas
religiosas, inquisições, guerras, tortura, etc., ao longo dos últimos dois milênios,
dando este rir um gosto ruim na boca.
33
5 - A confusão da crença em deus

Teísmo, Deísmo e Panteísmo.

Existe uma série de modalidades de crenças que costumam confundir o cristão (e o


não cristão) comum. Estes conceitos se relacionam entre si, mas não significam a
mesma coisa. Muitas vezes a afirmação “Creio em Deus” não simboliza a mesma
forma de credo, pois do ponto de vista cristão não possuem o mesmo significado ou o
mesmo valor. Crer em Deus para um panteísta não significa o mesmo que para um
teísta. Analisemos as definições e diferenças dos três termos mais comuns.

 Teísmo:

O teísmo (do grego θεóς theos deus) designa toda concepção filosófica que admite a
existência de um Deus absoluto pessoal e transcendente. (Deus providente, criador e
conservador do mundo).

Segundo Voltaire o Teísta reconhece um Deus criador, infinitamente poderoso e


considera suas criaturas como máquinas admiráveis.

Deus se dignou a estabelecer uma relação entre ele e os homens, cuja relação os
torna livre, capazes do bem e do mal, e deu-lhes o “bom sentido”, que é o instinto do
homem que se baseia na lei natural.

O teísmo não é religião, não é um sistema de costumes, não têm rituais e não tem
padres ou instituição. O teísmo é apenas um nome para classificar a visão de que
existem ou não deuses. Algumas religiões são teístas, outras deístas, panteístas, etc.

Podemos dividir o teísmo em:

 Monoteísmo: crença em um só Deus.


 Politeísmo: crença em vários deuses.
 Henoteísmo: crença em vários deuses, mas com um superior a todos.

Em poucas palavras, amigo cristão, se você crê que só existe um Deus e é este Deus
quem criou tudo e provê tudo que existe; transcendente e infinito… se você crê nisto
é um Teísta. Todos os seguidores da doutrina cristã são Teístas. Se você se considera
cristão, sem dúvida é Teísta.

 Deísmo.

Doutrina que reconhece um Deus como autor da natureza, porém sem admitir
revelação nem culto externo.

Ou seja, Deus existe e criou o universo físico, mas não interfere nele. Para o Deísta
Deus se revela indiretamente através das leis da natureza descritas pelas ciências
naturais.

Os deístas tipicamente também tendem a rechaçar os eventos sobrenaturais


(milagres, profecias, etc.) e a afirmar que Deus não interfere na vida dos humanos e
34
nas leis do universo. Por isso, eles costumam usar a analogia de Deus como um
relojoeiro.

O que para as religiões organizadas são revelações divinas e livros sagrados, a


maioria dos deístas entende como interpretações inventadas por outros seres
humanos. Os deístas creem que o maior dom divino à humanidade não é a religião,
mas a habilidade de raciocinar.

A base da doutrina Deísta é:

1- Crer em um Criador e Arquiteto inteligente do Universo.


2- Crer que este Criador-arquiteto está "fora" do Universo e que não é uma parte
de dito Universo.
3- Crer que após a criação do universo, Deus permanece à margem dele
permitindo-lhe desenvolver-se naturalmente e sob as leis que ele mesmo criou
e sem necessidade de uma posterior intervenção.
4- Crer que Deus não produz milagres que desafiem as leis físicas ou que
intervenha de forma sobrenatural nos assuntos humanos.
5- Crer que Deus não se revela ao ser humano através de sacerdotes ou
iluminados individuais, mas através da natureza.
6- Crer que Deus não impõe morais rígidas preordenadas ou códigos de conduta
divinamente inspirados, mas que espera que os seres humanos desenvolvam
seus próprios códigos de conduta para viver em harmonia entre si com base na
razão que ele lhes deu.
7- Muitos deístas creem em "outra vida" porque lhes parece razoável, ainda que
não haja provas científicas de que exista.

Os deístas, em geral, rechaçam a religião organizada e os deuses pessoais "revelados"


argumentando que Deus é o criador do mundo, mas que não intervém de forma
alguma nos assuntos do mundo, ainda que esta posição não seja estritamente parte
da filosofia deísta. Para eles, Deus se revela indiretamente através das leis da
natureza descritas pelas ciências naturais.

O deísta não necessariamente negará que alguém possa receber uma revelação direta
de Deus, mas essa revelação será válida só para essa pessoa. Se alguém afirma que
Deu se lhe há revelado, será uma revelação de segunda mão e não haveria obrigação
de lhe seguir. Isto implica a possibilidade de que se esteja aberto às diferentes
religiões como manifestações diversas de uma mesma realidade divina à que tende
nossa natureza biológica, ainda que não creia em nenhuma como "verdadeira" ou
"totalmente verdadeira".

Deístas famosos:

- Thomas Paine

- Voltaire

- Rousseau

- Montesquieu

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- Sócrates

- Platão

- Aristóteles

- Benjamin Frankiln

- George Washington

Resumindo Amigo leitor: Sie você crê que Deus existe e que criou o mundo, mas que
atualmente não tem influencia nem interação direta com o mundo e com a
humanidade, você é Deísta. Os Deístas costumam crer na evolução Biológica e na
origem do universo através do Big Bang.

 Panteísmo:

(Composta do termo grego παν (pan), que significa todo, y θεός (theos), que significa
Deus; assim se forma uma palavra que afirma: tudo é Deus) O panteísmo é uma
doutrina filosófica segundo a qual o Universo, a natureza e Deus são equivalentes. A
lei natural, a existência e o universo se representam por meio do conceito teológico de
"Deus".

O panteísmo é a crença de que o mundo e Deus são o mesmo, é mais uma crença
filosófica que religiosa. Cada criatura é um aspecto ou uma manifestação de Deus,
que é concebido como um ator divino que desempenha por sua vez os inumeráveis
papéis de humanos, animais, plantas, estrelas e forças da natureza. Sua doutrina
central é a de que o universo é divino e a natureza é uma parte sagrada do divino.

O panteísmo é incompatível com a crença em um Deus pessoal, disso alguns dizem


que é uma expressão do ateísmo.

O panteísmo tende a negar a existência da realidade transcendente e de que tudo que


existe é imanente. Sustenta geralmente que o principio do mundo não é uma pessoa,
mas que implica algo de natureza impessoal. Há inumeráveis variantes de panteísmo.

Entre o panteísmo clássico e o naturalista existem muitas versões diferentes do


panteísmo, desde o panpsiquismo, que atribui consciência à natureza como um todo,
até o panteísmo acósmico, que vê o universo como mera aparência, irreal em última
instância; e numa vasta gama que vai da corrente racional neoplatônica, ou
emanacionística, à corrente mística e intuitiva. O panteísmo oriental acentua o caráter
vivencialmente religioso: toda a natureza está animada pelo alento divino, e por isso é
como se fosse o corpo da divindade, que como tal deve ser respeitada e venerada. As
doutrinas hinduísta e budista combinam os diversos tipos de panteísmo em seus livros
sagrados: no Upanishad, no Bhagavadgita e nos Vedas. Este último apresenta a
imagem da divindade como um mar, em que os seres são as ondas que participam da
totalidade.

Sistemas clássicos - A forma assumida pelo panteísmo clássico vê no mundo simples


emanação, revelação ou realização de Deus, sem realidade própria independente,
nem substância permanente, que não sejam a própria substância e demais atributos
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de Deus. Para os estoicos, o universo é o próprio Deus, como qualidade de toda
substância existente ou a existir, imortal e não gerado, criador da ordem universal,
que em si consuma toda a realidade e a gera continuamente. Deus "impregna todo o
universo e toma vários nomes conforme as matérias diferentes em que penetra". No
século III da era cristã, o panteísmo assume sua forma mais elaborada no
neoplatonismo de Plotino. O mundo emana necessariamente de Deus, tal como a luz
emana necessariamente de sua fonte. O ser gerado existe junto com o gerador, dele
não se separa e é meramente sua parte ou aspecto.

No século IX, no início da escolástica cristã, João Escoto Erígena defendeu a ideia de
que Deus seria super-substância, da qual emana o universo, como substância simples,
como manifestação sua como teofania. Na Renascença, Giordano Bruno retomou as
ideias neoplatônicas e considerou Deus como natureza, como causa e princípio do
universo.

Sistemas modernos - Modernamente, foi Spinoza que concebeu a forma mais


completa e elaborada do panteísmo. Deus e a natureza são a mesma coisa, mas
enquanto Deus é naturante, a natureza é naturata (gerada). O universo não só é a
emanação e a manifestação de Deus, mas é sua própria realização, na ordem de
todas as coisas.

Hegel denominou o panteísmo de Spinoza de "acosmismo" (negação da existência de


um universo fora de Deus). Segundo ele, Spinoza não confunde Deus com a natureza
e com o universo finito, nem considera Deus o universo. Pelo contrário, nega a
realidade do universo, vendo em Deus a única realidade. Na filosofia contemporânea
há exemplos de doutrinas panteístas e místicas, ainda que em pensadores voltados
para outros campos do conhecimento, como Henri Bergson em Les Deux sources de la
morale et de la religion (1932; As duas fontes da moral e da religião), embora tal
panteísmo tenha sido negado por seus intérpretes católicos. Outro exemplo é Alfred
North Whitehead, em Process and Reality, an Essay in Cosmology (1929; Processo e
realidade, um ensaio de cosmologia). Os críticos do panteísmo acusam-no de ser uma
espécie de ateísmo, que nega a pessoalidade de Deus, como anterior, superior e
externo ao próprio universo.

 Algumas declarações e pensamentos Panteístas:

Quando nós afirmamos “O UNIVERSO É DIVINO” não falamos de um ser sobrenatural.


Falamos da maneira como nossos sentidos e nossas emoções nos forçam a responder
diante do poder e mistério profundo que nos rodeia.

O Panteísmo é uma religião que não sacrifica a razão.

Não exige fé em coisas impossíveis, tão só na ciência e no sentido comum.

Não necessita nenhum guru, apenas seu próprio ser.

O panteísmo possivelmente conta com centenas de milhões entre seus membros. A


maioria dos Taoístas são panteístas, assim como muitos Budistas Ocidentais,
Japoneses e Chineses, pagãos, animistas, seguidores de muitas religiões indígenas e
Universalistas Unitários. Os principais manuscritos do Hinduísmo são panteístas.
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O filme "Avatar" se desenvolve em um ambiente cujos habitantes possuem uma visão
totalmente panteísta.

 Panteístas Famosos:

Heráclito,

Giordano Bruno (Panteísta Ateu)

Baruch Spinoza

D. H. Lawrence

Stephen Hawking

Robinson Jeffers

Frank Lloyd Wright

Amigo leitor: Se para você Deus é a natureza, uma paisagem, o universo, a imensidão
do cosmos ou o maravilhoso da ciência ou do corpo humano… Se Deus significa isto e
muito mais para você e NÃO um Deus criador, bondoso ou justiceiro, onisciente,
onipotente e o resto… Se acredita nisso és um Panteísta.

38
6 - Deus é o criador do mal?

Já sabemos que Deus é capaz de cometer atos maléficos com suas próprias mãos.
Mas agora vamos nos deter um pouco sobre um tema que sempre tem causado
controvérsia nas conversas sobre deus, inclusive entre os próprios crentes: Deus é o
criador do mal? Nos debates entre ateus e crentes este é um tema recorrente e
polêmico. Os ateus dizem que (segundo a Bíblia e a lógica básica) Deus é criador do
mal. Os crentes cristãos respondem a isto dizendo que Deus não criou o mal, já que
toda a criação de Deus é boa e que se Deus é em essência “Amor”, não pode criar
coisas ruins e menos ainda o mal em si mesmo. Mas estas afirmações cristãs são
altamente questionáveis. A própria Bíblia diz claramente em várias ocasiões que o
mesmíssimo Deus é o criador do mal e todas as suas consequências.

Êxodo 4

11 - Disse-lhe o Senhor: “Quem deu boca ao homem? Quem o fez surdo ou mudo?
Quem lhe concede vista ou o torna cego? Não sou eu, o Senhor?”

Deuteronômio 32

39 - Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum deus há além de mim; eu mato, e
eu faço viver; eu firo, e eu saro, e ninguém há que escape da minha mão.

Jó 5

18 - Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.

Vemos neste versículo como Deus admite que faça os cegos e os surdos. (os
problemas visuais e auditivos são enfermidades, portanto coisas ruins) Deus é o
criador dos padecimentos físicos.

Jó 30

23 - Eu bem sei, levas-me à morte, ao lugar onde se encontram todos os viventes.

Jó nos diz aqui que Deus nos leva à morte. Este é um simples conceito de
predestinação e destino com que termina o versículo.

Jó 42

11 - Todos os seus irmãos, todas as suas irmãs, todos os seus amigos de antigamente
vieram visitá-lo e sentaram-se com ele à mesa em sua casa. Tiveram muito dó dele e
deram-lhe condolências a respeito de todas as infelicidades que o Senhor lhe enviara;
e cada um deles ofereceu-lhe uma peça de prata e um anel de ouro.

De novo o livro de Jó nos indica que Deus trás o mal às pessoas. O mal acontece por
culpa de Deus.

Isaías 45

39
6 - De forma que do nascente ao poente saibam todos que não há ninguém além de
mim. Eu sou o Senhor, e não há nenhum outro.
7 - Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço
todas estas coisas.

Este é o versículo mais utilizado pelos Ateus para mostrar que Deus é o criador do mal
sem a menor dúvida. Se lermos com mais atenção vemos que Deus cria a paz e a
“guerra”; o que significa que Deus é o criador e responsável pelas guerras, os males e
tudo aquilo que se opõe à paz e a felicidade. Mais claro não pode ser. E Deus confirma
ao final do versículo: “Eu, o Senhor, faço todas essas coisas”.

Jeremias 18

11 - "Agora, portanto, diga ao povo de Judá e aos habitantes de Jerusalém: ‘Assim diz
o Senhor: Estou preparando uma desgraça e fazendo um plano contra vocês. Por isso,
converta-se cada um de seu mau procedimento e corrija a sua conduta e as suas
ações’.

O livro de Jeremias é ainda mais específico: “Estou preparando uma desgraça e


fazendo um plano contra vocês.”, isto sem dúvida deixa claro que Deus é capaz de
fazer e criar coisas maléficas contra as pessoas ao "dispor" do mal para nos manipular
e fazê-lo a quem lhe der na telha.

Amós 3

6 - Quando a trombeta toca na cidade, o povo não treme? Ocorre alguma desgraça na
cidade, sem que o SENHOR a tenha mandado?

E por último este versículo do livro de Amós que ilustra melhor esta situação: o
versículo esclarece de forma contundente que todos os males que caem sobre a
cidade são originados em Deus. Simples amigo crente todo mal que acontece, Deus o
fez.

Como vimos nos versículos anteriores, Deus é o criador direto do mal em numerosas
ocasiões. Afirmar o contrário equivaleria a negar ou contradizer as palavras expressas
claramente na própria bíblia.

Vejamos outra comprovação Bíblica inquestionável de que Deus criou o mal. Há outro
par de versículos Bíblicos que o deixa muito claro:

Gênesis 2

16 - E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer árvore do


jardim, 17 - Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no
dia em que dela comer, certamente você morrerá".

Este é um versículo conhecido por todos, certamente que o amigo crente o leu
centenas de vezes, mas já o analisou com cuidado? Lembre-se que Deus CRIOU A
FAMOSA ÁRVORE DO BEM E DO MAL. Repito: DO BEM E DO MAL. E como todos os
cristãos devem saber muito bem, quando Deus pronunciou estas palavras Satanás e

40
sua malévola influencia ainda não haviam entrado em cena. Satanás chega versículos
depois com a sua conhecida representação ofídica. Até esse momento em que Deus
pronuncia estas palavras tudo, absolutamente tudo, era produto de Deus de forma
pura, o pecado veio depois. Deus ao dizer que essa árvore era do “bem e do mal”
afirma que ele mesmo criou tanto o Bem como o Mal. Então não é como afirmam
muitos crentes cristãos, que o mal entra no mundo com Satanás e a traição de Eva.
Espero que este ponto esteja bem claro, pois é sumamente importante para
compreender a origem do mal.

Vamos brevemente falar sobre algo que já é conhecido de todos, mas que precisa ser
mencionado. Lembre-se que Deus é Todo-Poderoso e criador de todas as coisas, essa
é uma qualidade e característica básica e de Deus, que é indiscutível. E como dizemos
nós ateus à maneira de clichê: "Se Deus é o criador de todas as coisas é também o
criador do mal." Claro que você dirá que o mal não é uma "coisa" e, provavelmente,
sairá com o argumento surrado de que Deus não criou o mal, pois o mal é o oposto de
bom.

Para concluir vamos recordar uma frase, que apesar de nãos e encontrar na Bíblia,
todo crente acredita nela como um versículo bíblico: “Nem uma folha de uma árvore
cai em terra sem o consentimento de Deus”. Estou certo que o amigo crente acredita
profundamente nesta afirmação; que diz que “tudo o que acontece no universo ocorre
porque Deus quer”, ou seja, Deus é o responsável por tudo, pelo bem e pelo mal. Pela
felicidade das pessoas e pelas crianças que morrem de fome todos os dias.

41
Características do deus bíblico

É importante tratar de entender “O que é e como é esse Deus”, já que o


conceito de Deus varia muito entre as pessoas. Para muitos Deus é somente uma
espécie de “Energia Universal”, para outros, Deus somos nós mesmos e inclusive para
muitos outros Deus poderia ser definido como a natureza que nos rodeia. Todas essas
definições não são de nosso interesse; no Ocidente, quando alguém diz que é ateu e
que não acredita em Deus se refere ao Deus Judaico-cristão, o Deus que nos descreve
a Bíblia e que é adorado pela maioria da civilização ocidental. É sobre este Deus que
tratamos no presente trabalho. Ainda que em essência a argumentação contra Deus
se possa transferir ao resto dos Deuses que existem e existiram no mundo, não são
de nosso interesse aqui e agora.

Sei que a muitos cristãos não lhes agrada a ideia de “conceitualizar” o seu
Deus, já que segundo eles a essência divina está acima disso e Deus é indefinível.
Sem dúvida a melhor maneira de conhecer Deus é através do que a Bíblia nos diz
sobre ele. Por sorte a Bíblia descreve em numerosas ocasiões como é Deus e que
características possui o que deixa relativamente simples a nossa tarefa de defini-lo.
Essas qualidades divinas são por todos conhecidas, mas é importante defini-las e
estabelecer os limites correspondentes.

Segundo a Bíblia algumas das características de Deus são:

1 - Onipotência.

Começaremos agora a analisar as diferentes características ou qualidades que possui


Deus com o objetivo de delimitar e conhecer de maneira mais clara como se
apresenta este ser divino. Além disso, argumentaremos porque não acredito que Deus
seja um ser onipotente nem acredito que Deus seja o criador de todas as coisas.

Imagino que nenhum crente cristão se atreveria a duvidar desta qualidade divina, já
que é uma das mais abundantes e claras em toda a Bíblia. Nomear todos os versículos
bíblicos que afirmam que Deus é todo poderoso seria uma tarefa titânica. Todos os
cristãos creem sem nenhuma dúvida que Deus é todo poderoso e que é o criador de
todas as coisas. Só citaremos um versículo Bíblico para estarmos seguros desta
qualidade:

Gen 17

1 - Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o SENHOR a


Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em minha presença e sê
perfeito.

Como ateu não tenho nenhuma razão para acreditar que do ponto de vista racional e
lógico Deus seja um ser “todo poderoso” e “criador de todas as coisas”:

A criação do mal.

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Se for verdade o que diz a Bíblia, que Deus criou todas as coisas, então Deus também
criou o mal e as calamidades humanas. Se pararmos para pensar, isto é contraditório
porque se pode dizer que tudo o que Deus criou é bom e de suas criações não pode
sair o mal. Ainda que não acreditem, na Bíblia se diz em varias ocasiões que Deus
criou o mal e as calamidades:

Isaías 45:6-7

6 - Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não
há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro. 7 - Eu formo a luz, e crio as trevas; eu
faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.

Jó 42:11

11 - Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos
dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o
consolaram acerca de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles
lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro.

Jó 5:18

18 - Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.

Como podem ver nestes três exemplos, sem dúvida Deus criou o mal e as
enfermidades. Também é conhecido o ditado popular “o mal não existe, é só a
ausência do bem”, isto não tem sentido, já que a Bíblia trata e nomeia o mal como
algo bem definido e não como a ausência do bem.

- Literalidade.

Deus não pode “literalmente” ser o criador de todas as cosas. Há coisas que por
definição Deus não as criou, o homem as criou. Por exemplo: Deus não criou o aço
que não existe na natureza, pois é a combinação de ferro, carbono e outros tantos
elementos. O homem criou o aço, não Deus. Claro que o crente dirá: “Mas Deus criou
o ferro, o carbono e também o homem, portanto Deus é o criador indireto do aço e de
todas as coisas que o homem inventa e fabrica”, aqui temos a palavra clave:
“indireto”. Se a premissa acima é correta: então Deus é o “Criador indireto de todas
as coisas”, o que deixa a sua perfeição muito limitada.

- Lógica.

Um argumento que os nós ateus usamos com frequência para demostrar à falta de
lógica ao afirmar que Deus é todo poderoso é o famoso argumento da “pedra pesada”.
Se Deus é todo poderoso e pode criar o que deseje, Poderia Deus criar uma pedra tão
pesada que nem ele mesmo pudesse levantá-la? Por simples lógica, Deus não pode
fazê-lo. Isto seria o mesmo que afirmar que “Deus não pode evitar que a soma de
uma unidade mais outra unidade de como resultado duas unidades”, esta é uma
abordagem matemática básica e não pode ser quebrada nem mesmo por Deus. Diante
disso os crentes responderão: “Deus só pode fazer coisas dentro da lógica”. Isso que
dizer que Deus tem um limitante “A Lógica”, convertendo-se assim em um ser

43
limitado a algo superior a ele e perderia sua essência perfeita. A característica divina
ficaria assim: “Deus é o criador de todas as coisas logicamente possíveis”.

- Leis naturais.

Este é um argumento levantado por Bertrand Russell: “as leis naturais são
independentes da criação divina” Deus deve acatar as leis naturais, portanto estão
acima de Deus. Vejamos um par de exemplos: A lei da gravidade (9,8 mts/seg2) é a
velocidade com que a terra atrai os objetos para o seu centro; e o oxigênio que forma
o ar que respiramos (O2). A pergunta é a seguinte: Porque Deus criou as leis naturais
assim e não de outra forma? Deus poderia ter feito a gravidade com valores mais
baixos, desta forma poderia evitar milhões de mortes por quedas, fraturas, acidentes
etc. Também Deus poderia fazer-nos respirar nitrogênio e não oxigênio, já que o
nitrogênio é mais abundante no ar que o oxigênio, assim evitaria milhares de mortes
por asfixia. O crente cristão tem três possíveis respostas a isto:

1) “Deus fez dessa maneira por que era o melhor para o mundo”: O melhor? Tantas
mortes por culpa da gravidade e tantas asfixias são o melhor que Deus poderia fazer?

2) “Deus fez assim porque ele faz o que deseja”: isto equivale a dizer que “Deus faz o
que lhe dá na cabeça” Que sentido tem adorar um Deus caprichoso que faz as coisas
só porque lhe dá na telha?

3) “Deus fez dessa maneira porque tinha que fazer assim”: Deus está submetido às
leis naturais. Esta é a única maneira de que Deus poderia fazê-lo. Deus não poderia
criar a gravidade com um valor menos ou nos fazer respirar nitrogênio porque as leis
naturais o impediam. Ou seja, Deus deve cumprir e acatar essas leis naturais. Um
Deus que está submetido a leis superiores a ele, perde sua essência de perfeição
absoluta.

Existem inumeráveis razões que nos indicam que a onipotência de Deus está muito
comprometida. Mas acredito que estas abordagens são suficientes para abrir uma
base de opiniões a respeito com o crente cristão que deseje aprender mais sobre o
Deus que adora.

2 - Onisciência.

Seguindo com a análise das qualidades de Deus veremos agora a característica


mais polêmica e controversa de Deus: sua onisciência ou a capacidade de saber tudo.

Tampouco acredito que algum crente seja capaz de por em duvida esta
qualidade. Deus sabe tudo. Sabe nosso passado, conhece nosso presente e sabe o
que nos acontecerá no futuro. Deus conhece tudo sobre todos nós e sobre o mundo. O
problema desta característica celestial é que em muitas das minhas conversas com
crentes cristãos parece que não entendem muito bem o que significa e tendem a mal
interpretá-la. A melhor maneira de eliminar as dúvidas sobre isso é investigar o que
diz a Bíblia a respeito. Existem vários versículos que esclarecem sobremaneira este
ponto:

Jó 14
44
16 - Mas agora contas os meus passos; porventura não vigias sobre o meu pecado?

Jó 23
10 - Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro.

Jó 42
2 - Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.

Salmos 44
21 - Porventura não esquadrinhará Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração.

Isaías 46
10 - Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda
não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.

Jó 23
14 - Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas coisas como
estas ainda têm consigo.

Lucas 12
7 - E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais
valeis vós do que muitos passarinhos.

Como podem ver há muitíssimos versículos que asseguram que Deus sabe
tudo.

O problema começa quando se afirma que o homem tem “Livre arbítrio”, ou


seja, que o homem tem liberdade para escolher o que deseja. Este é um dos pontos
mais quentes da conversação Ateu-Cristã. Em várias oportunidades o estudaremos
aqui.

É muito difícil harmonizar a ideia de que podemos escolher livremente e que


Deus já sabe todo nosso futuro e que nossa historia está escrita de antemão. Sem
dúvida, amigo crente, para você Deus já sabe quem será salvo e quem não será. Isso
Deus sabe, já que sabe tudo. Mas como posso eu escolher se o meu destino já esta
escrito? Segundo essa premissa, não importa o que eu decida, sempre terminarei
cumprindo o que Deus escreveu para mim. Não tenho saída. Muitos crentes tentam
responder a isso dizendo: “Deus pode saber o nosso futuro, mas nós não sabemos”,
saiba ele ou não isso não tem absolutamente nenhuma influência nos acontecimentos
futuros, já que irremediavelmente acabarei cumprindo o que Deus quer. Além disso,
existem também vários versículos que negam que Deus seja onisciente e que saiba
tudo. Mais adiante os veremos.

Eu sei, eu sei, este é um tema espinhoso e controverso que se levará varias


linhas para debatê-lo e o trataremos em numerosas oportunidades. Eu, por ser ateu
não acredito que o meu destino esteja escrito nem em nada do tipo. Ninguém sabe o
meu futuro. O futuro não existe, o vamos criando dia após dia através de nossas
decisões. Considero-me um ser livre e não estou nesta vida para cumprir nenhum
45
livro. Sei que você, amigo crente, se considera livre para escolher o que deseja,
porém isso não contradiz tudo que existe na sua Bíblia sobre Deus e sua onisciência?

3 - Onipresença.

Deus está em toda parte, o tempo todo. Isto sabe qualquer crente. Mas
lamentavelmente a Bíblia não é muito clara a respeito e existem poucos versículos
que nos indicam isto de forma pontual.

Ao dizer que Deus se encontra em todo lugar se assume outra característica divina: a
Invisibilidade. Deus é em essência um ser invisível e etéreo. Claro, tem que ser; nada
que seja visível está em todo lugar ao mesmo tempo. A imaterialidade é um requisito
obrigatório para cumprir esta premissa.

As qualidades de onipresença e invisibilidade trazem consigo vários problemas ao


tentar entender isto de forma racional. Apesar de que Deus está em todo lugar, a
Bíblia nos diz que Deus foi visto de maneira precisa em varias oportunidades;
inclusive até falou com varias pessoas em determinadas ocasiões; isto significa que
para ser visto e escutado em um momento e lugar preciso deveria estar ali e não em
todos os lugares. Também, fazer-se visível para varias pessoas sem dúvida deixou de
ser invisível, já que as coisas invisíveis não se podem ver. É impossível dizer com toda
segurança que Deus é invisível, já que foi visto em várias oportunidades:

Gênesis 32

30 - E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus
face a face, e a minha alma foi salva.

Êxodo 24

10 - E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma
pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na sua claridade.
11 - Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos dos filhos de Israel, mas
viram a Deus, e comeram e beberam.

Êxodo 31

18 - E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas
do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.

Êxodo 33

11 - E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo;
depois se tornava ao arraial; mas o seu servidor, o jovem Josué, filho de Num, nunca
se apartava do meio da tenda.

Êxodo 33

23 - E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não
se verá.

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Então, Deus é invisível ou não? Ou só é invisível as vezes?

Há outra coisa que atenta contra a invisibilidade e o caráter etéreo de Deus, é que
Deus tem dedos, cara e costas (Gênesis 32,30; Êxodo 31,18; Êxodo 33,23) isto
equivaleria a dizer que Deus está composto por algo físico que se pode ver o que
atentaria contra a sua condição de ser espiritual o imaterial.

É muito difícil sustentar que Deus é um ser espiritual e invisível quando a própria
Bíblia nos diz o contrario.

Como ponto final, quero fazer uma observação à maneira de piada:

Porque quando o crente quer referir-se a Deus sempre olha ou aponta para cima, para
o céu? Se Deus está em todo lugar, não tem sentido busca-lo no céu nem entre as
nuvens – ELE ESTÁ EM TODO LUGAR. Ou não?

Curioso não?

4 - Imutabilidade.

Uma qualidade divina que parece estar muito claramente estabelecida nas Santas
Escrituras, mas que por sua vez a própria Bíblia se contradiz é a: Imutabilidade. Isto
em poucas palavras é: “Deus é o mesmo desde sempre, ele não muda.”. Ser imutável
significa ser sempre o mesmo, sem experimentar nenhum tipo de mudança ou
alteração. Não mudam nem Deus, nem seus desígnios.

A Bíblia nos diz em varias oportunidades que isto é correto, Deus não muda:

Salmos 102

27 - Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim.

Salmos 33,11

11 - O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração de


geração em geração.

Tiago 1

17 - Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das
luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.

1 Samuel 15

29 - E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende;


porquanto não é um homem para que se arrependa.

Malaquias 3

6 - Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois
consumidos.

Hebreus 13
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8 - Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro
de equidade é o cetro do teu reino.

E muitos outros.

Apesar de todos estes versículos que sem dúvida afirmam que Deus é Imutável,
também em varias ocasiões a própria Bíblia parece afirmar o contrario que Deus muda
de opinião e não é o mesmo desde sempre:

Gênesis 6

6 - Então se arrependeu o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe


em seu coração.
7 - E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o
homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de
havê-los feito.

Êxodo 32

14 - Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de fazer ao seu
povo.

Jonas 3

10 - E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se
arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria, e não o fez.

2 Samuel 2

16 - Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para destruí-la, o SENHOR
se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo:
Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR estava junto à eira de Araúna, o
jebuseu.

Podemos ver claramente duas coisas aqui: Ou se contradiz a Bíblia em varias


ocasiões, ou isto da “Imutabilidade Divina” é algo ambíguo e não deve ser levado
muito a serio. Em qualquer dos casos Deus parece meio fora da casinha.

Outro fator que compromete a Imutabilidade de Deus é o fato que no passado ele
mesmo cometeu atos reprováveis e logo depois mudou de caráter com respeito às
suas ações. Por exemplo, todos nós recordamos os fatos ocorridos durante o diluvio
universal ou na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, ambos os fatos
narrados no Gênesis. Nestas duas situações houve uma destruição total dos seres
humanos incluindo crianças e animais inocentes, ao que parece foram realizados
diretamente por Deus para erradicar o mal de ambos os lugares. Imagino que o
crente estará de acordo comigo de que em ambos os fatos morreram crianças
completamente inocentes dos pecados de seus pais. Claro, você também dirá que
Deus teve suas razões para fazê-lo. Em todos os casos em varias oportunidades Deus
no Antigo Testamento se nos apresenta como um Deus combativo e vingativo, que
promoveu múltiplas guerras e inclusive assassinou em varias ocasiões pessoas por
sua própria conta. Já no Novo Testamento vemos um Deus completamente diferente,
48
um Deus que é todo amor e ternura e que parece esquecer seu passado quando era
chamado “Deus dos Exércitos”. Se isto não é mudar, não sei o que será!

5 - Sabedoria infinita.

A sabedoria de Deus é uma das características divinas mais conhecidas pelo crente.
Deus é infinitamente sábio e nunca se equivoca. A Bíblia é bem específica em
centenas de versículos.

Jó 9

4 - Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra ele, e teve
paz?

Jó 12

13 - Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento têm.

Isaías 40

28 - Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da
terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento.

Daniel 2

20 - Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade,


porque dele são a sabedoria e a força;

Como é lógico pensar, a Bíblia ao ser totalmente inspirada por Deus, não tem erros;
nem Jesus, a materialização física de Deus, tampouco se equivoca ou jamais se
equivocou. Bom, descrever todos os erros e contradições da Bíblia levaria muito
tempo, já que são muitos, descrever os erros de Jesus também, assim para não fazer
um cansativo trabalho de análise citaremos apenas uns “pequenos equívocos” de
Jesus tal como se encontra na Bíblia:

Mateus 16

28 - Em verdade vos digo que alguns há dos que aqui estão que não provarão a
morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Isto, tomado de forma literal é um erro, pois morreram todos os dessa geração e
Jesus ainda não voltou. Morreram várias gerações e o esperado regresso de Jesus não
aconteceu. Claro, você como crente dirá: “não se deve entender isso de modo literal”,
sim, é fato que Jesus usava parábolas para exemplificar algumas partes de sua
doutrina; porém quando fazia isso ele declarava antecipadamente. Em nenhuma parte
se assume que isto é uma parábola. Outros crentes afirmam que a geração a que se
refere o versículo não é literal e logo começam a procurar cálculos de anos e a fazer
estranhas explicações do que poderia ser uma “geração”. Os próprios crentes tratam
logo de consertar esse equívoco evidente, sem sucesso é claro.

Mateus 12

49
40 - Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará
o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.

Este é um dos equívocos mais claros e evidentes de Jesus-Deus. Neste versículo


profetizou que ressuscitaria depois de três dias e três noites. Todos nós sabemos que
Jesus esteve no túmulo no máximo por um dia e meio, morreu em uma tarde de
sexta-feira e já na manhã de domingo foi ressuscitado. Para cumprir o que o verso diz
ele tinha que ter saído do túmulo na manhã de segunda-feira. Não há praticamente
nenhuma explicação razoável para isso, a menos que você amigo cristão comece de
novo afazer cálculos para dar aos "três dias e três noites” significados diferentes.

Marcos 7

14 - E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos, e


compreendei.
15 - Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai
dele isso é que contamina o homem.

Eu sei que os crentes cristãos têm dado milhares de interpretações a estas palavras
de Jesus, alguns dizem que se refere ao pecado, à palavra ou a centenas de outras
coisas. Mas a verdade é que Jesus quis fazer uma comparação de qualquer uma
destas interpretações possíveis com o que entra literalmente no homem (comida, por
exemplo) e o que sai (fezes). Certamente, Jesus ao possuir sabedoria infinita deveria
saber que existem milhões de coisas que, quando ingeridas podem contaminar o
corpo causando doenças e até a morte. Portanto, esta besteira de que "Nada existe
fora do homem e que ao entrar nele o possa contaminar” é um erro gigantesco.

Estes são apenas três exemplos e como dissemos anteriormente, citar todos seria
tarefa impossível. Em muitas oportunidades analisaremos outros tantos erros com
mais calma e atenção.

Certamente que o leitor crente cristão deve ter muitas respostas premeditadas para
poder a duras penas justificar todos estes erros, a desculpa mais comum utilizada
nesses casos é: “a Bíblia necessita ser interpretada”, claro, com esta resposta podem
responder a todos os erros que aparecem nas santas escrituras. Você amigo crente já
usou esta desculpa alguma vez?

6 - Justiça infinita.

Agora comentaremos brevemente sobre uma característica divina que a meu modo de
ver é uma das mais citadas na Bíblia, mas por sua vez é uma das que menos atenção
recebe, “A Justiça eterna de Deus”.

A “santa palavra” afirma em numerosas ocasiões que Deus é infinitamente justo e que
dará a cada um, o que merece.

Deuteronomio 10

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17 - Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o
Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita
recompensas;

1 Pedro 1

17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra
de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,

Gálatas 2

6 - E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro
tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que
pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram;

1 João 3

7 - Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim como ele é
justo.

… e muitos outros.

Apesar de todos estes inumeráveis versículos que avaliam a justiça divina, às vezes
paramos para pensar se isso tem algum fundamento. É verdade que deus é um ser
justo e que sua criação é justa? Certamente é necessária muita ingenuidade para
pensar que o mundo é ou alguma vez foi um lugar justo. Praticamente tudo o que nos
rodeia está cheio de injustiças: vemos dia a dia como gente desonesta progride na
vida enquanto gente honesta sofre desgraças não merecidas. Observamos como os
desastres naturais tiram a vida de milhões de pessoas inocentes; sobretudo as
maiores vítimas da injustiça humana, as crianças, são elas que normalmente sofrem
as maiores consequências da falta de justiça a cada momento. Se o crente leitor ainda
acredita que a história bíblica do dilúvio é correta, terá que admitir que neste caso
tivessem que morrer crianças inocentes sem absolutamente nenhuma culpa dos erros
de seus progenitores. Dessa história absurda surge uma grande dúvida, uma dúvida
que deve corroer até o cérebro de muitos crentes: Por que se Deus é justo, tiveram
que morrer crianças inocentes nesse dilúvio? Jamais se obteve uma resposta
convincente de qualquer crente, mas certamente muitos se consolam com o
conhecido autoengano de que “Deus é misterioso e sabe o que faz”, mas lá no fundo
sabem não é uma resposta para nada.

Amigo crente, vejamos um exemplo clássico, que certamente você acredita que pode
ocorrer: Vamos supor que um ateu qualquer, por exemplo, da Suécia (utilizo este país
como exemplo porque é um dos países com maior porcentagem de ateus e menos
crimes), esta pessoa ateia tem uma ficha de vida inatacável, nunca cometeu um crime
nem qualquer coisa reprovável, bom esposo e grande pai, um bom amigo; com
problemas e defeitos, claro, como todos nós, mas em termos gerais e diante da
sociedade é um cidadão íntegro. Coloquemos no outro extremo, um assassino em
série, violador e pedófilo (esta classe de criminosos lamentavelmente é comum) cuja
vida é uma desgraça, tanto para ele como para os que o rodeiam e que por seus atos
destruiu a vida de muitas pessoas. Imaginemos que ambos morrem. Coisa que
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certamente ocorrerá algum dia, mas o ateu morre sem aceitar Jesus como seu
salvador e morre sendo ateu, apesar de ter sido bom em toda a sua vida; o assassino
momento antes de morrer se arrepende e aceita Jesus em seu coração, claro, me
refiro a uma conversão real, sincera e totalmente honesta, este assassino se
arrepende de verdade de seus pecados. Segundo a crença cristã (e você como crente
cristão estará de acordo) o ateu irá quase sem nenhuma dúvida ao inferno, ou ao
lugar de condenação que exista, pela simples razão de que rompeu nada mais nada
menos que o mandamento mais importante, “Amar a Deus sobre todas as coisas”. E
no segundo caso, o do assassino arrependido, irá ao paraíso ou a seu equivalente de
recompensa divina, por ele apenas ter tido a sorte de haver se arrependido a tempo.
Estou certo de que o leitor cristão dirá: "Bem, cada um teve a oportunidade de
escolher e escolheu”; concordamos, mas essa não é a discussão, o que se discute é se
isto é justo ou não.

Sejamos sinceros, parece-lhe justa a condenação do ateu decente e o prêmio do


assassino arrependido? Sua resposta deveria oferecê-la aos familiares e seres
queridos das vítimas do assassino.

7 - Verdade Infinita

De fato, Deus não mente, ele é completamente verdadeiro e preciso em suas


palavras. Sobre isso concordam todos os crentes, este é, sem dúvida, um atributo
essencial de Deus. Vamos examinar brevemente alguns versos que dizem isso para
ficarmos mais seguros:

Tito 1

2 - Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes
dos tempos dos séculos;

Romanos 3

4 - De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso;


como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores
julgado.

OK, este ponto está claro agora. Deus não mente.

Correto?

Sem levar em conta as numerosas contradições e erros que poderia ter a Bíblia, as
quais podem ser interpretadas como mentiras ou erros, há dois versículos onde de
fato confundem o leitor e parece que Deus mentiu de forma descarada, inclusive ele
mesmo descobrindo o engano.

Jeremias 7

22 - Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do Egito, nem
lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios.

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Este é um versículo bastante comprometedor para Deus, porque afirma que não
decretou algumas ordens das quais há milhares que confirmam que essas ordens
foram dadas. Citar aqui todos os versículos onde Deus ordenou fazer holocaustos e
sacrifícios seria um trabalho realmente esgotador devido à enorme quantidade deles.
Mas isso não é necessário, pois o próprio Deus responde a si mesmo confessando que
mentiu cinicamente.

Ezequiel 20

25 - Por isso também lhes dei estatutos que não eram bons, juízos pelos quais não
haviam de viver;
26 - E os contaminei em seus próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo tudo o
que abre a madre; para assolá-los para que soubessem que eu sou o SENHOR.

Aqui o mesmíssimo Deus reconhece que havia ordenado holocaustos e sacrifícios,


contradizendo o dito em Jeremias 7,22.

Mas uma das coisas mais curiosas sobre as “mentirinhas” de Deus é a famosa
“primeira mentira”. Este é um argumento muito usado pelos ateus porque é
interessante e sugestivo. Se perguntarmos a um crente medianamente informado
sobre o Gênesis e a origem do homem segundo a Bíblia: Qual foi a primeira mentira?
Acredito que depois de pensar um pouco responderia: “A primeira Mentira foi dita por
Satanás a Eva”, e neste caso o crente estaria se referindo a Gênesis 3,4-5 (4 - Então
a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que no
dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o
bem e o mal..), Mas esta é a primeira mentira? Não, a primeira mentira é esta:
Gênesis 2,16,17 (16 - E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a
árvore do jardim comerás livremente, 17 - Mas da árvore do conhecimento do bem e
do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.), obviamente isto é mentira, no dia em que Adão comeu deste fruto não
morreu. A prova está em Gênesis 5,3-4-5 (E Adão viveu novecentos e trinta anos, e
gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe pôs o nome de Sete.
E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou filhos e
filhas. E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos, e morreu.), ou
seja, ele viveu muito tempo depois que comeu o fruto da árvore. Como pode ver, a
primeira mentira foi dita pelo próprio Deus e não por Satanás como geralmente se
costuma crer. Também sabemos que os crentes possuem milhares de desculpas para
justificar isto, sejamos sinceros, não é algo muito suspeito?

8 - Amor Infinito.

Se existe uma frase que resume todos os sentimentos e pensamentos do cristão


sincero, esta frase é: “Deus é amor.” Palavras retiradas de 1 João 4,8 (Aquele que
não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.). Tenho absoluta certeza de que
o cristão acredita nesta frase. O cristão devoto, leal e convencido possui Deus e Jesus
como primeiro pensamento ao acordar e último ao dormir. Jamais duvida de sua
existência por um momento sequer e nem ao menos por um momento passa por sua
cabeça o pensamento de que Deus e Jesus não sejam puro amor e bondade. Ele
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“sabe” que Deus é bom e que os maus somos nós e nossas decisões. Deus jamais tem
culpa de nosso comportamento. Esse comportamento não muda até que o crente
passe a ler a bíblia de forma imparcial e crítica, coisa que a grande maioria evita por
medo de perder a fé, pois é cada vez mais comum a frase “Deixei de ser cristão
depois de ler a Bíblia.” Isso assusta os devotos, para eles perder a fé seria como
perder o chão. Ele perceberá e será obrigado a admitir que haja no mundo muitos
males dos quais o homem não tem culpa e terá que atribuir isso a Deus, o que é
motivo de verdadeiro pânico em sua estreita forma bíblica de pensar. Serão obrigadas
a usar as famosas desculpas: “Minha mente é limitada para entender a mente de
Deus.” E a grande pérola, “Os caminhos de Deus são misteriosos”.

A Bíblia diz em numerosas ocasiões que Deus é bondade, amor e misericórdia:

João 3

16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Tito 3

4 - Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os
homens,

1 Timóteo 4,4

4 - Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido
com ações de graças.

Se pensarmos um pouco notaremos de que esta concepção de “O Deus bom” vem


basicamente do Novo testamento e que no Antigo Testamento Deus é um deus
guerreiro e em muitos casos assassino e sanguinário.

Números 31

17 - Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda a mulher que
conheceu algum homem, deitando-se com ele.
18 - Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem, deitando-se com
ele, deixai-as viver para vós.

Deuteronomio 7

E o SENHOR teu Deus as entregará a ti, e lhes infligirá uma grande confusão até que
sejam destruídas.

Deuteronomio 28

E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-vos bem e


multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-vos e arruiná-los; e
arrancados sereis da terra a qual passais a possuir.

1 Samuel 15

54
2 - Assim fala o Senhor dos exércitos: Vou pedir contas a Amalec do que ele fez a
Israel, opondo-se lhe no caminho, quando saiu do Egito.
3 - Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não
lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos
de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.

Isaías 37

36 - O anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu cento e oitenta e cinco
mil homens. No dia seguinte, de manhã, ao despertar, só havia lá cadáveres.

Vemos com assombro como Deus ordena fazer coisas verdadeiramente abomináveis e
ele mesmo assassinou com suas próprias mãos a muitas pessoas, assim como
matanças onde morreram crianças inocentes (Sodoma, Gomorra e o Dilúvio Universal)
O verdadeiramente surpreendente disso é que se Deus é imutável, como afirmam as
escrituras (Salmos 102,27 – Salmos 33 – Tiago 1.17 – 1 Samuel 15 – Malaquias 3 –
Hebreus 13,8 etc.), porque muda de um Deus de guerra e assassino para um Deus de
amor e bondade? Se Deus é imutável porque mudou? O que fez Deus mudar de
opinião?

Sempre que perguntarmos sobre isso a um cristão devoto ouviremos pérolas como
“Deus não é responsável pelo mal, são os homens os culpados pelas tragédias do
mundo.” Hoje até mesmo a grande maioria dos cristãos sabe que isso não é correto. A
própria Bíblia nos diz que Deus é o criador do mal (Isaías 45,7 e Jeremias 18,11 –
Amós 3,7) e que os homens não causam todas as tragédias, como os desastres
naturais (vulcões, terremotos e tsunamis), que são independentes da ação humana e
têm ocorrido desde sempre e, claro, as vítimas inocentes desses desastres são
inumeráveis.

“Deus é amor”… pode ser… mas também, segundo a Bíblia, é um ser que cometeu
muitos assassinatos, injustiças e abusos. Ao que parece se pode ser bom e mau ao
mesmo tempo. Isso não é surpresa, assim somos todos nós, às vezes bons, às vezes
maus, mas sempre tentando inclinar a balança para a bondade. Será que Deus é
exatamente igual a nós? Pois a Bíblia afirma que “Fomos criados à sua imagem e
semelhança”.

Será que o correto não seria: “E criou o homem, deus à sua imagem e semelhança”.

Tudo leva a crer que sim!

9 - Perfeição Absoluta.

A “Perfeição” é a característica de Deus que resume todas as qualidades anteriores.


Ao dizer que Deus é perfeito, se assume que é um ser isento de falhas e erros.

Um estudo crítico da Bíblia vai nos dar dúvidas bastante sensatas sobre cada uma
destas qualidades, pelo que o termo “Perfeição Divina” se faz bastante débil,
suscetível e duvidoso.

A Bíblia nos diz em várias oportunidades que Deus é perfeito:


55
Mateus 5

48 - Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.

2 Samuel 22

31 - Os caminhos de Deus são perfeitos; a palavra do Senhor é pura. Ele é o escudo


de todos os que nele se refugiam.

Salmos 18

30 - Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é pura. Ele é o escudo


de todos os que nele se refugiam.

Se levarmos em conta todas as características e qualidades divinas se observa


dramaticamente que Deus é tudo menos um ser perfeito, vejamos este assunto desde
outra perspectiva:

Algo que seja “Perfeito” significa que está livre de erros, é algo que não necessita de
nada devido ao seu grau de perfeição. Deus, por ser uma criatura absolutamente
perfeita não deveria precisar de nada, é um ser pleno e perfeito, sem mancha,
portanto não necessita de absolutamente nada. Sabemos que não é assim, Deus
necessita desesperadamente de nós, deseja muitas coisas de nossa parte e temos a
obrigação de dar-lhe ou pagaremos as consequências.

Esta é uma pergunta que faço aos crentes: Porque um ser que, em essência, é a
perfeição absoluta necessita tantas coisas de nós? Deus necessita que o adoremos,
necessita que o veneremos, necessita de nossas orações, de nosso tempo, de nossas
obras, enfim… Para um ser totalmente perfeito, necessita de muitas coisas!

Comentar todos os versículos bíblicos que indicam o que Deus quer e necessita como
rezas, orações, tributos, sacrifícios, holocaustos, mandamentos, estatutos, atividades
e tantos mais, seria muito extenso e a maioria os crentes os conhecem. Só
comentaremos um que mostra como Deus deseja exasperadamente nossa humilhação

1 Pedro5, 6

6 - Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no
tempo oportuno.

De fato, se você é um cristão devoto e trata de ser uma “pessoa em Cristo”, é muito
provável que desperdice grande parte de sua energia, tempo e inclusive dinheiro para
agradar esse Deus tão perfeito que não necessita de nada, porém deseja
desesperadamente um monte de coisas.

Imaginemos Deus antes da criação do mundo. Um Deus totalmente perfeito que de


repente necessita criar um mundo e enchê-lo de criaturas para que o adorem. É muito
estranho isso! Já que em seu estado de perfeição não deveria querer ou necessitar de
nada. O que levou Deus a criar este mundo e seus moradores se ele era perfeito?
Além disso, recordemos que Deus é onisciente e que Deus já devia saber sobre as
consequências deste mundo que ia criar.

56
Falando sério, amigo crente, Nunca havias pensado nisso? Nunca lhe passou pela
cabeça estas coisas? Existem varias outras características sobre Deus, porém
guiando-nos pela palavra da Bíblia, estas resumem muito bem o que queremos dizer
quando falamos de Deus.

Quando digo que “Não creio em Deus” digo implicitamente que não creio que Deus
seja onipotente, nem que seja imutável, nem que seja amor ou perfeito, nem
qualquer dessas características. Obviamente o amigo crente não estará de acordo,
mas terá que conviver com o fato de que a Bíblia está a meu favor e contra as ideias
do crente acerca de seu próprio Deus.

57
Paradoxos e contradições: Deus não existe

Cristo, de acordo com a doutrina trinitária é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com o
Pai sendo a primeira e o Espírito Santo a terceira. Cada uma dessas pessoas é Deus. Cristo é
seu próprio pai e seu próprio filho. O Espírito Santo não é nem pai nem filho, mas ambos. O
filho foi gerado pelo pai, mas já existia antes de ser gerado, exatamente o mesmo antes e
depois. Cristo é tão velho quanto seu pai e o pai é tão jovem quanto seu filho. O Espírito Santo
procede do Pai e do Filho, mas já era igual a eles antes de proceder, ou seja, antes de existir,
mas mesmo assim ele tem a mesma idade que os outros dois. Deste modo, se afirma que o
Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus e que esses três deuses fazem
um só deus. De acordo com a tabela de multiplicação celestial, um é três e três vezes um é
um, e de acordo com a regra de subtração do céu, se diminuir dois de três, sobram três. A
regra da adição também é estranha: se somamos dois a um temos apenas um. Cada um é
igual a si mesmo e aos outros dois.

Nunca houve nem nunca haverá algo mais completamente idiota e absurdo que o dogma da
Santíssima Trindade.

"Ingersoll's Works", vol. 4, p. 266-67

58
Ao deus bíblico (e a qualquer outra deidade criada pela a mente humana) foi
adicionada uma série de paradoxos que torna impossível a sua existência. Quando os
autores destes seres mitológicos os criaram século após século, relato após relato,
não perceberam que estavam compondo um personagem tão carente de lógica, que o
crente teve que imaginar um ramo acadêmico que tentasse explica-lo; com raciocínios
filosóficos obtusos e enredados com o objetivo de demostrar a si mesmos, e ao resto
das pessoas, que esse personagem que lhes haviam vendido não podia ser una mera
fantasia (teología).

Se usarmos as qualidades do deus bíblico em particular: onipresença,


onibenevolência, onisciência, onipotência, etc., podemos observar facilmente a
impossibilidade de um ser com tais características. Este subproduto de divindades
anteriores, chamado Deus (do grego Zeus) e composto por duas deidades distintas (El
e Yavé) é um personagem impossível e autocontraditório. Ao crente religioso judaico-
cristão atual sé lhe resta como desculpa em defesa de suas crenças afirmarem que
estas contradições são “mistérios” e o comportamento deste ser literário “um caminho
misterioso” e “inescrutável”. (já conhecemos a facilidade que possui esse tipo de
pessoa para usar “tapa-furos” quando algo contraria suas crenças absurdas)

Para comprovar se esse “ser” pode existir ou não, o que faremos é presumir que esse
personagem literário existe e possui as qualidades que os autores que o compuseram
lhe atribuem.

1 - Onipotência

Paradoxo da onipotência (M. H. Swan):

1. Poderia deus criar uma pedra que nem ele mesmo poderia levantar?
2. Deus em sua infinita onipotência pode criar tal pedra, mas se o faz, deixará de
ser onipotente, já que não poderá levantá-la.

Adição ao paradoxo da onipotência (J. L. Cowan):

1. Ou Deus pode criar uma pedra que ele não pode levantar, ou ele não pode
criar uma pedra que não possa levantar.
2. Se Deus pode criar uma pedra que não é capaz de levantar, então Deus não é
onipotente (Já que ele não pode levantar a pedra em questão).
3. Se Deus não pode criar uma pedra que ele não possa levantar, então Deus
não é onipotente (Já que ele não pode criar a pedra em questão).
4. Portanto Deus não é onipotente.
5. Se Deus não é onipotente, não é Deus.

Contradição da onipotência com a onibenevolencia:

1. Se o mal é a ausência do bem e devido a isso Deus não pode atuar contra o
mal, não é onipotente.
2. Se puder atuar, mas não quer fazê-lo, não é onibenevolente.

59
Tentativas de solução

Para que o problema fosse resolvido, diversas tentativas foram elaboradas. Por
exemplo, poder-se-ia assumir que o deus onipotente também é capaz de aprender e
progredir, logo Ele criaria a pedra inamovível e em seguida já teria poder suficiente
para levantá-la, sendo assim omnipotente. Contudo este problema ainda não pode ser
resolvido desta maneira, pois com uma pequena alteração do questionamento, a
onipotência é colocada novamente em cheque: Deus poderia criar uma pedra que
nunca poderia mover?

Uma tentativa de solução relacionada ao problema, dentro dos padrões teológicos, é


arbitrariamente decretar que "Deus está acima da lógica humana, não estando
submisso a esta". Dessa forma, seria hipoteticamente possível que Deus fosse
onipotente e sua existência poderia ser cabível com o paradoxo da onipotência. Mas
tal afirmação é considerada uma variação da falácia argumento da ignorância.

Tomás de Aquino tentou responder esta questão de forma elaboradamente complexa.


Ele diz que a onipotência de Deus não está em fazer atos impossíveis, e sim
poder fazer todos os atos possíveis (Quem criou as coisas impossíveis até para
Deus?). Logo, há coisas que Ele mesmo não pode fazer, sem que com isso perca sua
onipotência, segundo a definição dada pelo filósofo. Poder-se-ia citar outras
capacidades impossíveis para Deus:

1. Deus não pode fazer eu alguém parado e correndo ao mesmo tempo


(mesmo corpo)
2. Deus não pode fazer um círculo ser ao mesmo tempo um triângulo.
3. Deus não pode fazer alguém mais poderoso que Ele (dizer que pode é o
mesmo que afirmar que Ele não tem poder extremo e que alguém pode
ser superior a Ele)
4. Deus não pode fazer o passado deixar de ter existido. Já era, se
aconteceu, não pode deixar de ter acontecido.

- São Tomás de Aquino se expressa nas seguintes palavras: Deus, pela perfeição do
seu poder, pode tudo, mas lhe escapa à potência o que não tem natureza de possível.
(Quem criou a natureza do impossível?) Assim também, se atendermos à
imutabilidade do seu poder, Deus pode tudo o que pôde; porém, certas coisas que,
antes quando eram factíveis, tinham a natureza de possível, já não a têm quando
feitas. E, então dizemos que não as pode, por não poderem elas ser feitas. Pode-se
concluir que Tomás de Aquino afirma que a onipotência não existe, e que
Deus não é onipotente.

- São Jerônimo diz: Deus, que pode tudo, não pode fazer que uma mulher violada
seja não-violada. Para o caso do passado deixar de ter acontecido diz: "O poder de
Deus, como dissemos, não abrange o que implica contradição. Ora, o passado não ter
sido implica contradição. Pois, assim como a implica dizer que Sócrates está e não
está sentado, assim também que esteve e não esteve sentado. Porque, se dizer que
esteve sentado é enunciar um passado, dizer que não o esteve é enunciar o que não

60
se deu. Por onde, não está no poder divino tornar inexistente o passado. E é o que diz
Agostinho: Quem diz: se Deus é onipotente torne o feito não feito, não vê que diz: se
é onipotente torne falso o que em si é verdadeiro. E o Filósofo: Deus só está privado
de tornar o feito não feito". Ou seja, São Jerônimo afirma que Deus está
submisso ao tempo e, portanto não tem poder sobre ele, então não sendo
onipotente.

- Santo Agostinho diz: “Aquele que diz: ‘Se Deus é onipotente, faça que o que foi feito
não tenha sido feito’, não percebe o que está dizendo: ‘Se Deus é onipotente que ele
faça que o que é verdadeiro, enquanto tal, seja falso’.” “A Deus só lhe falta isso:
tornar não feito o que foi feito”. Afirmação que recorre ao mesmo erro de São
Jerônimo.

2 – Onibenevolencia

Paradoxo do mal (Epicuro):

1. Ou Deus quer evitar o mal e não pode;


2. Ou Deus pode e não quer;
3. Ou Deus não quer e não pode;
4. Ou Deus pode e quer.

Adição ao paradoxo do mal (Lactâncio):

1. Se Deus quer [evitar o mal] e não pode, então é impotente, e isto contraria a
condição de Deus.
2. Se Deus pode e não quer, então é mau, e isto é igualmente incompatível com
Deus.
3. Se Deus não quer e não pode, então é mau e impotente, e, portanto, não é
Deus.
4. Se Deus quer e pode… Então de onde vêm os males? E por que não acaba com
eles?

Paradoxo relativo à onisciência:

 Deus poderia eliminar sua onisciência?


 Se puder eliminar sua onisciência isto contraria sua condição de Deus, já que
uma das qualidades intrínsecas de Deus é sua onisciência. Se um deus não é
onisciente não pode ser deus.

Paradoxo relativo à sua eternidade e existência:

1. Deus poderia eliminar sua eternidade ou eliminar sua existência?


2. Se puder, então não seria eterno.
3. Se não puder, então não seria onipotente.
4. Se Deus pode eliminar sua eternidade não é Deus.
5. Se Deus não pode eliminar sua eternidade não é onipotente.

61
Paradoxo da autocontradição:

1. Deus poderia eliminar sua onipotência?


2. Se puder eliminar sua onipotência deixa de ser deus, já que uma das
qualidades para ser deus é ser onipotente. Um deus que pode NÃO ser
onipotente não pode ser deus.
3. Se não puder eliminar sua onipotência não é onipotente. Um deus que não é
onipotente não é deus.

Contradição entre a onibenevolencia e a onipotência:

1. Se o mal é a ausência do bem e deus não atua contra o mal,


2. Ou deus não pode atuar contra o mal porque não pode ter acesso (já que está
ausente), então não é onipresente e tampouco é onipotente.
3. Ou deus não pode atuar contra o mal porque não quer, então não é onipotente
e nem onibenevolente.

Adição como contradição entre onibenevolencia e onipresença:

 Ou deus não pode ter acesso ao mal porque não é onipresente.


 Ou deus não quer ter acesso ao mal porque não é onibenevolente.

3 - Onipresença

Paradoxo e contradição entre onipresença e onipotência:

1. Deus poderia NÃO estar em todas as partes?


2. Se puder NÃO estar em todas as partes, não é onipresente.
3. Se NÃO puder NÃO estar em todas as partes, é onipresente, mas NÃO é
onipotente.
4. Se, ao ser onipresente não puder ser onipotente, para que chama-lo deus?

Resposta à desculpa teológica sobre o paradoxo da onipresença:

1. Se o mal é a ausência do bem e o mesmo acontece com a onipresença, Deus


esta ausente em certas partes.
2. Se existem certas partes onde esse deus está ausente, esse deus NÃO é
onipresente.

Contradição com a onibenevolencia:

1. Poderia um ser onipresente e onibenevolente não atuar contra o mal?


2. Se deus é onipresente (está em todas as partes) e não atua contra o mal, não é
um deus onibenevolente.
3. Se deus é onipresente e não pode atuar contra o mal, não é onipotente.
4. Se deus é onipresente e não quer atuar contra o mal, não é onibenevolente.
5. Se não pode detectar o mal, não é onipresente nem onisciente.
6. Um deus com falta de alguma destas qualidades não é deus.
62
Extensão:

1. Se deus observa o mal e não atua, não é onibenevolente.


2. Se observar o mal e não puder atuar, não é onipotente.
3. Se observar o mal e for indiferente a ele, não é onisciente. (já que se fosse
onisciente saberia que é o mal e também saberia todas as suas implicações)

4 - Onisciência

Paradoxo da onisciência:

1. Se deus criou todo o conhecimento e ele tinha conhecimento de antemão, isto


implicaria em uma contradição circular: Deus não poderia ter sabido tudo antes
que existisse nenhum conhecimento para saber.

Paradoxo da predestinação (contradição com o arbítrio):

1. Se Deus pudesse saber tudo de antemão, seria necessário crer que todos os
acontecimentos possíveis de acontecer estariam predestinados.

Contradição com a onibenevolencia e a onipresença:

1. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e não o evita, não é onibenevolente.
2. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e o evita, o livre arbítrio não existe.
3. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e não pode evita-lo, não é
onipotente.
4. Se deus não sabe que vai acontecer algo ruim, não é onisciente.

Atuação

Contradição de sua onisciência com o livre arbítrio:

1. Se deus atua de determinada forma para conseguir um fim predeterminado (já


que deus sabe de antemão que consequências terão), o livre arbítrio não
existe.
2. Se deus não atua e com isso se consegue um fim predeterminado (que deus
sabe que acontecerá ao não atuar), o livre arbítrio não existe.

Contradição com sua equidade:

1. Se deus atua em determinado momento (sabendo, devido à sua onisciência, o


que acontcerá), mas não atua em outro, não é equitativo.
2. Se deus atua para conseguir uma determinada causa (sabendo, devido à sua
onisciência, qual será o fim), não é equitativo e contradiz o livre arbítrio.
3. Se existe um deus e este não pode atuar, não é onipotente.
4. Se existe um deus e não quer atuar, não é onibenevolente.

Justiça e equidade
63
Contradições com sua onisciência:

1. Se deus é onisciente e sabe o que vai acontecer de antemão, pode ser justo e
equitativo?
2. Se deus é eterno (está além do tempo e do espaço), não pode ser justo e
equitativo e ao mesmo tempo onisciente já que, se ao atuar de determinada
forma beneficiasse a uns prejudicando a outros, não poderia ser justo e
equitativo.
3. Se escolher a quem ajudar e a quem não ajudar, não é justo, nem equitativo,
nem onibenevolente.
4. Se não escolhe a quem ajudar (não ajudando ninguém), é justo e equitativo,
mas não é onibenevolente.
5. Se não pode escolher, não é onipotente.
6. Se puder escolher, não é justo e nem equitativo.
7. Se não pode ser justo e equitativo, não é onipotente.
8. Se carecer de alguna destas qualidades, não é deus.

Referência aos castigos:

 Se deus dá o livre arbítrio, não pode realizar nenhum tipo de justiça.


 Se deus realiza qualquer tipo de justiça, não existe o livre arbítrio. Já que se
existe o livre arbítrio, não existem causas negativas que o condicionem.
 Se deus não atua castigando, não existe justiça em seu comportamento.
 Se deus não pode realizar justiça, não é onipotente.
 Se deus não quer castigar (usando sua misericórdia - algunos alegam que esta
é infinita) não é justo.
 Se deus não é justo, não é deus.
 Se deus não pode ser justo, não é onipotente.
 Se deus usa sua onipotência para castigar, não é justo, nem equitativo e nem
misericordioso.
 Se deus castiga, não é onibenevolente.
 Se deus castiga sabendo de antemão que o faria (onisciência), não existe livre
arbítrio.

Relativo à sua misericordia:

1. A misericórdia é a suspensão da justiça. Se a justiça é suspensa em


determinadas ocasiões, não existe equidade.

Paradoxo teológico do bem e do mal:

1. Se o mal é a ausência do bem, o bem é a ausência do mal. Se o mal está


ausente só existe o bem, se o bem está ausente só existe o mal.
2. Se deus existe e é onibenevolente, por que existe o mal? Se deus é
onibenevolente e está em todas as partes (onipresença), por que nem tudo é
bom?
3. Se nem tudo é bom, deus é mau?

64
4. Se for mau, não é onibenevolente?
5. Se deus está em todas as partes (onipresença), também está no mal?
6. Se deus está no mal, não é onibenevolente.

Contradição com a relatividade:

 Se o bem e o mal são relativos, deus também é relativo. Se deus é relativo,


não puede ser equitativo.
 Se deus não pode ser relativo, não é onipotente.
 Se deus não é equitativo, é injusto.
 Se deus é injusto, não pode ser onibenevolente.
 Se deus não pode ser onibenevolente, não é onipotente.
 A onibenevolencia (amor infinito) é uma qualidade de deus. Se este carece
dela, não é deus.

5 - Perfeição absoluta

1. Se deus existe, seu grau de perfeição deve medir-se (ou comparar-se) com
respeito a coisas que são tangíveis.
2. Se não existe nada para medir a perfeição desse deus, não se pode saber se é
absolutamente perfeito ou se poderia existir algo mais perfeito ainda.
3. Deus poderia ser absolutamente perfeito? Se a perfeição é um ideal (um estado
inalcançável, mas infinitamente aproximável) significa que deus jamais poderá
alcança-la.
4. Se não pode alcança-la não é onipotente.
5. Se existe a perfeição absoluta, não existe o ideal de perfeição.
6. Se não podemos saber se existe a perfeição absoluta, não podemos definir deus
com essa qualidade.

Relativo à criação:

1. A perfeição absoluta não pode existir, já que a sua existência é


autocontradictoria com o ideal de perfeição.
2. Algo absolutamente perfeito pode criar algo imperfeito?
3. Se algo absolutamente perfeito cria algo imperfeito, significa que esse algo
absolutamente perfeito falhou, logo não é absolutamente perfeito.
4. Se deus cria algo imperfeito, deus não é absolutamente perfeito.
5. Se deus não é absolutamente perfeito, não é deus.
6. Se deus é absolutamente perfeito, não é possível produzir nenhum tipo de
paradoxo ou contradição relativa à sua existência.

Conclusão

A simples ausência ou contradição de uma só destas qualidades faz com que este
personagem literário e imaginário (que segundo seus autores existe e as possui) seja
uma impossibilidade.

65
Não são apenas qualidades contraditorias entre si, mas, além disso, são qualidades
autocontraditorias. Dito de otra forma, qualidades impossíveis de ter.

Qualidades inventadas pelas mentes que as imaginaram. Apenas mentiras exageradas


que se tornaram impossíveis de explicar. Um exemplo simples à sua existência seria
imaginar a possibilidade de existência de um quadrado redondo. Podemos criar o
conceito, mas não podemos imaginar nem criar e nem demonstrar sua existência. E o
conceito não deixa de existir como tal, talvez porque “é um mistério” ou “nossa mente
é limitada e finita”. É bem mais sensato afirmar que são simples contradições, ainda
que existam pessoas que prefiram acreditar em sua existência e, por essa razão,
deveríamos então criar um ramo acadêmico para explicar porque devem existir
quadrados redondos ou círculos quadrados? Bem, pasmem, já existe! Chama-se
teologia!

66
12 PROVAS CONTRA A EXISTÊNCIA DE DEUS

PRIMEIRA PARTE – CONTRA O DEUS CRIADOR

Prova 1: A ação de criar é inadmissível

Sébastien Faure (Saint-Etienne, França, 6 de janeiro de 1858 - Royan, 14 de julho de 1942)

Embora do ponto de vista da lógica simples seja impossível provar a inexistência de


algo, vemos com satisfação que nos argumentos apresentados por Faure se
demonstra de forma total e contundente que a possibilidade da existência de um ser
com a característica de Deus é praticamente zero.

Que é criar? É valer-se de materiais diferentes e utilizando certos princípios


experimentais, aplicando certas regras conhecidas, aproximar, agrupar, associar,
ajustar esses materiais, a fim de fazer qualquer cosa? Não! Isso não é criar.
Exemplos: Pode dizer-se de uma casa que há sido criada? Não! Há sido construída.

Pode dizer-se de um móvel que há sido criado? Não! Há sido fabricado.


Pode dizer-se de um livro que há sido criado? Não! Há sido composto e logo impresso.
Assim, tomar materiais existentes e fazer com eles alguma coisa não é criar... Que é,
pois, criar?

Criar... A verdade é que eu estou hesitante em explicar o inexplicável, definir o


indefinível. Tentarei, no entanto, me fazer entender. É criar algo do nada, é formar o
existente do não existente. Por tanto, eu imagino que você não encontrará nem ao
menos uma só pessoa dotada capacidade média de raciocínio que acredite como se
possa fazer alguma coisa com nada.

Suponha um matemático. Procure o mais competente e ponha-o diante de um quadro


negro; peça-lhe para escrever zeros e mais zeros, e quando a operação terminar,
você pode multiplicar o que quiser dividir até cansar, fazer todos os tipos de
operações matemáticas, e jamais será extraída a partir do acúmulo de zeros uma
única unidade. Com nada, nada pode ser feito e de nada, nada pode ser obtido. O
famoso aforismo de Lucrécio, "ex nihilo nihil" é uma certeza e evidência óbvia. O
gesto criador é um gesto impossível de admitir, é um absurdo. Criar é, portanto, uma
expressão místico-religiosa, que pode ser de algum valor aos olhos de pessoas que
acreditam a quem a fé se impõe tanto mais quanto menos compreende. É, contudo,
uma contradição para todo indivíduo culto e sensato, para quem as palavras não têm
mais valor do que o que adquirem ao contato com a realidade ou uma possibilidade.

Por conseguinte, a hipótese de um Ser verdadeiramente criador é uma hipótese que a


razão rejeita. O Ser criador não existe, não pode existir.
67
Como indicado pelo primeiro argumento, é impossível criar alguma coisa, a não ser
começando com materiais pré-existentes. A ação de "Criar" só é concebível em
qualquer caso, aos componentes primários do universo. Os átomos primordiais. Se
Deus "criou" algo, seriam esses átomos, o resto de sua atividade seria uma mera
construção ou a montagem de um “quebra-cabeça” atômico.

O que seria correto dizer: "Deus criou os átomos, e depois construiu o universo”.

Seria esta premissa aceitável a qualquer crente? Duvido muito. É difícil que o crente
veja Deus apenas como um montador de “maquetes”.

As desculpas e argumentações contra essa prova são abundantes, ainda que quase
sempre erradas e distorcidas. Leiamos uma que é clássica:

Notaram a falácia? A "primeira prova" de Fauré se pode reduzir ao seguinte: "Não se


pode criar algo de nada; portanto, Deus não pode criar algo de nada”.
Naturalmente, sua premissa "não se pode criar algo do nada" assume muitas coisas,
inclusive que Deus não exista. Ou seja, todo cristão admitirá que naturalmente não
seja possível criar algo do nada, no entanto, afirmará que Deus sim, pode fazê-lo
sobrenaturalmente.

No entanto, o ateu não quererá aceitar a possibilidade do sobrenatural, porém ao


fazer isso, tampouco aceita a possibilidade de que Deus exista.

É claro que, do ponto de vista ateu, não há nada por sobre o natural... Mas é o que
eles dizem. No entanto, o cristão não tem nem por um segundo porque considerar
isso como um requisito válido. Muito menos necessidade permitir que um ateu
redefina o que ele acredita, ou que dite as orientações sobre como um cristão deve
pensar ou discutir.

Assim, vemos que Fauré cria um espantalho, tem que inventar que o cristão afirma
que Deus cria coisas do nada naturalmente (o que é falso, já que o cristão afirma que
Deus o faz sobrenaturalmente), em seguida pretende negar que algo sobrenatural
possa sair do natural (com o que, portanto, o cristão comum concordaria).

Diante disso, o ateu poderia dizer: "se o sobrenatural existe, mostre-nos uma
evidência!". Em sua loucura, é claro, o ateu pede uma evidência natural,
empiricamente verificável, para algo sobrenatural e não comprovável pelos cinco
sentidos (embora seus efeitos sejam verificáveis). O cristão jamais deveria perder
tempo com requisitos ilógicos como esse, você só precisa lembrá-lo novamente e
mais uma vez que suas exigências só mostram a intenção de negar as evidências
encontradas. É como o que diz: mostra-me uma gota de água de uma polegada. Ao
não poder mostrar isso, pois a água não é medida em distância, dirá a pessoa que as
gotas de água não existem?

Mas vamos mais além e analisemos a premissa do ateu sob seus próprios méritos. O
ateu afirma que não se pode tirar algo do nada. Por extensão lógica, coerente, deve
também dizer que a matéria é eterna, sempre existiu, porque como você não pode
obter algo do nada, tudo tem que ter sempre existido.

68
E se nós pedíssemos ao ateu uma evidência natural e empiricamente VERIFICÁVEL de
que a matéria sempre existiu, o que nos apresentaria? Dizer que simplesmente
sabemos isso, é falso, já que eu, por exemplo, não sei. (ainda não me apresentaram
evidências para apoiar essa afirmação... Por favor, leia o parágrafo abaixo para
entender o que quero dizer.) Dizer que tem que ser simplesmente assim até que se
prove o contrário (de novo) é absurdo no próprio sistema ateu. Não é isto "fé cega"?
Por acaso, no sistema ateu, não teríamos que verificar todas as proposições
naturalmente?

O ateu tem de nos mostrar, aos nossos olhos, em um laboratório, utilizando o método
científico, utilizando todos os requisitos que ele aceita como válidos e que exige de
outros, que a matéria sempre existiu e nunca teve uma origem. Se não pode fazer
isso, dentro doa mesmas exigências do ateísmo, sua premissa é inválida.

Um último que gostaria de ressaltar: O ateu tenta manipular-nos a aceitar a ideia de


que algo não pode vir do nada, e que o faz com base no que é observado
empiricamente. No entanto, observa-se também na ciência que um ser vivo nunca
parte de um objeto animado, mas sempre, em todos os casos, sem exceção, o faz a
partir de outro ser vivo. O que nos dirá o ateu? Mais uma vez, pela fé cega, nos dirá
que a vida simplesmente tinha que ter começado há milhões de anos e, se é honesto,
vai admitir que ele acredita que começou a partir de objetos sem vida.

Em resposta a isto, o cristão só tem que usar a mesma exigência do ateu. Mudando
as palavras de Fauré: "Isso, claro, imagino que não há uma única pessoa dotada de
razão possa conceber e admitir que de [um objeto inanimado, morto] se possa pode
conseguir alguma coisa [com vida]."

O que nos dirá o ateu? É compatível com as suas exigências, e aceitará que seu
mesmo sistema e requisitos negam a possibilidade de que ele esteja vivo hoje? Ou
dirá: "Olha, o fato é que sim, estamos vivos? Bem, se ele diz isso em resposta
poderíamos dizer: "veja, o fato é que sim, fomos criados!" O ateu não aceitaria essa
resposta de nós, e nós também não temos que aceitar isso de sua parte.

Esta abordagem por parte do crente é muito interessante, já que nos demonstra como
desviando o assunto e cometendo falsidades e usando dados errados (e muito falta
senso comum) se pode fazer crer que a balança se inclina para o lado cristão.

A base essencial de toda a argumentação de crente é muito simples:

“Deus pode criar do nada, já que Deus é Onipotente e seus atos são
SOBRENATURAIS”

Claro! ... Com o argumento de que tudo o que entendemos por parte de Deus é
simplesmente um ato sobrenatural de sua parte e assim se solucionam todos os
problemas. Esse raciocínio pode ser aplicado a quase todos os aspectos obscuros ou
controversos de Deus e da Bíblia. Lembra-me de uma desculpa usada frequentemente
pelos crentes, dizendo que todos os acontecimentos descritos na Bíblia que
simplesmente não tinha testemunhas foram " inspirados pelo Espírito Santo ", de
modo que não importa o quão absurdo ou improvável seja o que nos diz a Bíblia,

69
sempre será um fenômeno sobrenatural (a onipotência de Deus) ou a ação do Espírito
Santo por trás dele. Círculo fechado.

O Crente levanta uma questão interessante: “E se nós pedíssemos ao ateu uma


evidência natural e empiricamente VERIFICÁVEL de que a matéria sempre existiu, o
que nos apresentaria”? Então, alude que isso é impossível sem a intervenção de um
evento sobrenatural. Este é um argumento muito falacioso, pois para responder isto
devemos saber de maneira científica e exata que ocorreu na origem do universo, algo
que ainda é objeto de estudo da ciência moderna.

Sabemos que as antigas experiências de Miller e Oparin já deram alguns resultados


interessantes de como a matéria inerte e sob condições de laboratório, pode, sob
certas condições similares à atmosfera primitiva, comportar-se como um proto-ser
vivo (possibilidade de se criar vida a partir de materiais inertes).

Além disso, se há indícios de que a matéria sempre existiu. A primeira lei da


termodinâmica, também conhecida como a "Lei da conservação da energia" entre
suas muitas implicações, diz:

"A massa total de energia no universo é constante"

Isso, em palavras simples é: toda a energia e massa do Universo sempre existiram e


sempre existirão simplesmente se transforma. Se isto é verdade (na verdade é), não
há lugar para um criador, porque não haveria o que criar (a matéria e a energia
sempre existiram) e um "deus criador" estaria fora do lugar. Seria sempre um "Deus
organizador" e não criador.

A réplica comum dos crentes a esta LEI é: se a matéria sempre existiu, então não
houve Big Bang.

Embora nos custe a entender, a evidência sugere que houve um Big Bang a partir de
um ponto primordial fundamental chamado "Singularidade", mas de acordo com a 1 ª
lei da termodinâmica, esta singularidade e todas as características físicas associadas a
ela sempre existiram. Eu entendo que isso é muito difícil de entender (na verdade eu
não entendo muito bem) porque o nosso conhecimento do espaço-tempo é linear e
contínuo.

Estão intrinsecamente incorporados na singularidade de maneira muito diferente da


forma que conhecemos o tempo e espaço. E falar de “inicio” não tem sentido a este
nível. Sem dúvida, enquanto mais avançam os estudos da astrofísica moderna, irão
surgindo respostas para isso.

Prova 2: O Espírito puro não pode determinar o Universo

Aos crentes que, a despeito de toda racionalidade se obstinam em admitir a


possibilidade de criação, lhes direi que, em último caso, é impossível poder atribuir
70
esta criação a seu Deus. Seu Deus é o Espírito puro. Portanto, é impossível sustentar
que o espírito puro, o imaterial, haja determinado o Universo: o material. Veja aqui
por que:

O espírito puro não está separado do universo por uma diferença de grau, de
quantidade, mas por uma diferença de natureza, de qualidade. De modo que o
espírito puro não é, não pode ser uma amplificação do universo, tampouco o universo
poder ser uma redução do espírito puro. A diferença aqui não é apenas uma distinção,
é uma oposição, oposição de natureza, essencial, fundamental, irredutível, absoluta.
Entre o espírito puro e o universo não existe apenas um fosso mais ou menos largo ou
mais ou menos profundo, e que, a rigor, se poderia encher ou atravessar, NÃO, existe
um verdadeiro abismo, de uma profundidade tão imensa que por maior que seja o
esforço que se realize Ninguém NEM nada poderia encher ou atravessar”. Seguindo ao
meu raciocínio desafio o filósofo mais sutil, como o matemático mais competente, a
que estabeleça uma relação (seja qual for, e a melhor relação direta de causa e
efeito) entre o espírito puro e o universo.

O espírito puro não admite nenhuma relação material; não tem forma, nem corpo,
nem matéria, nem proporção, nem profundidade, nem extensão, nem volume, nem
cor, nem som, nem densidade, todas essas qualidades inerentes ao Universo e que
não poderiam ser determinadas pela abstração metafísica.

Chegando a este ponto de minha demonstração, estabeleço solidamente, nos


argumentos precedentes, a conclusão seguinte: Temos visto que a hipótese de um
poder verdadeiramente criador é inadmissível; que mesmo persistindo essa crença,
não pode admitir-se que o Universo, essencialmente material, tenha sido criado pelo
Espírito puro, essencialmente imaterial.

Mas se, como crentes, você persistir alegando que foi seu deus que criou o universo,
uma questão se impõe; na suposição de que foi Deus, onde estava a matéria em sua
origem, seu princípio?

E bem: de duas coisas uma: ou a matéria estava fora de Deus, ou era Deus mesmo
(não creio que você poderia colocar deus em terceiro lugar). Desta forma, no primeiro
caso, se estava fora de Deus, não teve este a necessidade de criá-la, posto que já
existisse, e se coexistia com Deus, não cabe a menor dúvida que estavam em
concomitância, do que se deduz que vosso Deus não é criador.

No segundo caso, ou seja, se não estava fora de Deus, é porque estava em Deus
mesmo, e neste caso, tenho a seguinte conclusão:

1. Que Deus não é o espírito puro, já que levava em si uma partícula de matéria; E
que partícula! A totalidade dos mundos materiais!

2. Que Deus, levando matéria em si mesmo, não teria a necessidade de criá-la, dado
que já existia e que existindo não fez mais que fazê-la sair, e neste caso a criação
deixa de ser um ato de verdadeira criação e se reduz a um ato de exteriorização.

A criação não existe em nenhum dos dois casos.

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Ainda sobre o artigo anterior, presume-se pela definição de suas características
básicas, que Deus é algo imaterial, intangível e invisível e, portanto, não pode e nem
deve ter em sua essência nada material ou físico. Como bem esclarece o argumento:
Como pode Deus, ao carecer de elementos materiais, formar algo material como o
Universo? Deus e o Universo são essencial e intrinsecamente diferentes e não
relacionados.

Vejamos algumas desculpas e pretextos utilizados pelos cristãos para contestar esta
segunda prova da inexistência de Deus:

É irônico que sendo ateu, Faure começa seu segundo argumento oferecendo-nos uma
lição sobre ontologia (essência ou natureza) do Espírito. No entanto, note que, de fato
deu uma boa compreensão da diferença entre o espiritual e o material. Eu concordo
totalmente com a última frase deste parágrafo, que eu repito:

“O espírito puro não está separado do universo por uma diferença de grau, de
quantidade, mas por uma diferença de natureza, de qualidade.”

Se tivéssemos de dizer de outra maneira, poderíamos dizer que o Espírito, já que não
é apenas "mais" ou "superior" ou "mais distante" do que o material, mas
completamente diferente na natureza, não pode ser considerado, medido, ou
percebido pelos mesmos meios que o material.

Faure continua a explicar o seu conceito do espiritual, como segue:

”Entre o espírito puro e o universo não existe apenas um fosso mais ou menos largo
ou mais ou menos profundo, e que, a rigor, se poderia encher ou atravessar, NÃO,
existe um verdadeiro abismo, de uma profundidade tão imensa que por maior que
seja o esforço que se realize Ninguém NEM nada poderia encher ou atravessar”.

”Nada nem ninguém”? Como sabe Faure isto? Não é o que cremos nós, os cristãos,
mas uma posição que ele assumiu e defendeu.

Quer uma relação entre o espiritual e o material? Muito bem, aqui está: O Deus todo
poderoso pode eliminar esse “abismo”. Por certo, isto contradiz sua premissa de
“nada nem ninguém” defendida anteriormente, mas porque deve importar-me que a
verdade contradiga as premissas do ateu? Essa premissa de "Ninguém NEM nada” não
foi criada por um cristão, já que todo crente compreende as muitas maneiras como
Deus tem "atravessado" tal abismo: o fez na criação, o fez no jardim, o fez na sarsa,
o fez no torvelinho, o fez nas nuvens, e acima de tudo, o fez em Cristo (Filipenses
2:5-7).

Assim, Paulo também disse: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para
habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os
limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o
pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos,
e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois
somos também sua geração.” (Atos 17:26-28).

72
O ponto é que Deus não necessita cruzar grandes distâncias para alcançar o Universo,
já que no espiritual não existem distâncias ( o mesmo Faure havia admitido no inicio
deste argumento e parece haver esquecido quase que imediatamente). Vivemos nos
movemos e existimos (somos) NELE. A tensão do ateu reside unicamente na premissa
de que "nada nem ninguém", na qual desejará apegar-se (na qual tem fé cega).

Como temos visto por meus comentários, seus dois argumentos na realidade não se
estabelecem sobre una base sólida. Tampouco temos visto como demostrou que o
material não possa surgir do imaterial. Estas são afirmações de vitória sem base
alguma.

Isso só mostra a tentativa desesperada do ateu de forçar o relato da criação sob um


sistema materialista e ateu. Naveguemos com cuidado através de suas conclusões.
Primeiro Faure exige saber "onde" se encontrava a matéria antes de ser criada.
Admitimos que toda a matéria existente, por definição, pode ser localizada no espaço.
No entanto, perguntar onde está a matéria inexistente é um pedido irracional. Será
que sai Faure a procurar em que país se encontra cadeira que se sentou em um sonho
enquanto dormia? A matéria inexistente não existe, por tanto não pode ser
encontrada no espaço.

Claro, o dilema do ateu é que não pode aceitar o conceito de matéria inexistente, pois
para ele, por necessidade, toda a matéria é eterna. Mas ao fazer isso, mais uma vez
notamos que seu argumento é circular: "A matéria não foi criada, sempre existiu,
portanto a matéria não foi criada. O ateu pode repetir sua premissa quantas vezes
quiser, e nunca se tornará realidade.

Faure, em seguida, apresenta um dilema absurdo sobre se a matéria se encontrava


dentro ou fora de Deus no princípio. Deixando de lado o fato de que a matéria
inexistente, por ser inexistente, não ocupa um espaço (que não está nem "dentro "ou"
fora"), pergunto, da onde é que o ateu tirou o seu conceito de "dentro" e “fora” Deus?
O que ele realmente quer dizer com isso?

Se o que quer dizer é que a matéria deve ser geograficamente dentro ou fora de
Deus, nós rejeitaremos sua pergunta por que você está falando de um deus
inventado. O Deus da fé cristã não tem "dentro" ou "fora", geograficamente falando,
mas só os ídolos são colocados no espaço. Os termos "onde", "local", "dentro" e "fora"
simplesmente não são aplicáveis ao espiritual.

Também é interessante notar como Faure está desesperadamente agarrado à


suposição (por fé cega) de que a matéria é eterna, já que, ainda falando sobre a
matéria antes de ser criada, não a pode conceber de outra forma que não "uma
partícula" . Mas se a matéria existia sob a forma de uma partícula, então Faure não
está falando de "antes que a matéria exista!" Decida-se afinal!

Outra coisa que acho curiosa é a noção de um ateu sobre a "pureza". Da onde é que a
tira? Em que baseia seu conceito de "pureza"? Como é que Faure mede se algo
espiritual é "puro" ou não? Que sistema de medição objetivo e empiricamente
verificável possui para medir o “puro”? Podemos ver que a sua visão de "pureza" é
apenas uma preferência, uma ideia subjetiva e baseada no vazio. Deus poderia ter
73
"uma partícula dentro de si”, seja como seja que entenda o ateu, e ainda ser
completamente puro. Se o ateu crê que Deus deve ser julgado por sua opinião
subjetiva do que significa "pureza", o ateu está falando de um deus que não é o que
reconhece a fé cristã. Nos uniremos com o ateu para negar a existência desse Deus,
aquele deusito que necessita inclinar-se para que o ateu o julgue e determine se ele é
digno de ser chamado puro ou não.

Sua segunda opção nos pretende dizer que se Deus tinha a matéria em si, não foi
criação, mas exteriorização. Mas o que seria se Deus fosse a própria materia, mas em
sua mente (como revelado nas Escrituras)? O ateu vai dizer que uma ideia nunca
pode se tornar matéria, mas não temos de respeitar essa regra, já que, isto é verdade
de acordo com as leis naturais, e não sobrenaturais (que é o que estamos a falar
quando falamos de criação) . Novamente, o ateu continua sua argumentação circular,
e tentar impô-las.

Como vimos Faure até agora não ofereceu uma única avaliação das reivindicações da
fé cristã, julgando-as por seus próprios méritos. Somente nos contou como Deus não
pode existir ou haver criado em um mundo sem Deus. Reduzindo as argumentos
ateístas, vemos claramente a circularidade de seus argumentos: "Deus não existe,
portanto Deus não existe." Falácia da petição de princípio.

Interessante desculpa utilizada esta vez pelo crente, baseada na premissa


fundamental:

“Se não pode convencê-los, confunda-os”

Está destacado em negrito de novo, como no pretexto do artigo anterior, que a


essência de sua contra argumentação é: O Deus todo poderoso pode atravessar esse
“abismo”; ou o que é o mesmo: “Deus pode criar desde seu estado puro coisas
materiais porque é todo poderoso e se o deseja o pode fazer” Ponto.
O resto é uma estranha e confusa análise e descrédito do argumento de Fauré,
baseado no conceito que tem o cristianismo de Deus e no conceito Bíblico e essencial
deste ser sobrenatural.

E claro, como no caso anterior, ignora por completo a 1ª lei da termodinâmica (Deus
pode ignorar e romper as leis que quiser) Recordemos: “A quantidade total de
massa/energia no Universo é constante”

A partir da perspectiva cristã e sua visão constante e linear do espaço-tempo, o


esquema é o seguinte:

Deus (Inicio) ---- Criação do universo material.

Portanto, não é de todo improvável perguntar-se: Da onde é que Deus (a partir do


ponto de vista cristão) tirou os materiais essenciais para criar o universo, se Deus é
um ser imaterial puro e antes de Deus não havia nada? A reconfortante resposta
cristã seria: "Tudo isso Deus fez de forma sobrenatural porque ele é onipotente e só
age sob seus próprios desejos” ... Só eu vejo o argumento circular aqui?

O argumentador cristão também diz:

74
Os termos “onde”, “lugar”, “dentro” e “fora” simplesmente não são aplicáveis ao
espiritual.

Como sabe? A Bíblia nos mostra a Deus e ao mundo espiritual de una maneira muito
precisa e exata; inclusive em várias oportunidades Deus é visível e se comporta como
um ser totalmente material. O cristão pretende dar ao mundo espiritual um carácter
abstrato e difuso valendo-se do conhecido axioma cristão: “A mente humana é
incapaz de entender a Deus”

Nós, ateus, não cremos em mundos espirituais onde habitam deuses, anjos, virgens e
querubins; sem falar no resto como fadas, gnomos, ogros e monstros. Cremos em um
mundo material e no assombroso e quase inexplorado mundo do pensamento
humano.

O curioso e até engraçado é que o cristão admita que seja incapaz de conhecer a
Deus e seu mundo espiritual, e, no entanto faz todos os esforços possíveis para
acessar esse mundo sem nenhuma evidencia. Mas onde está a Bíblia? Isso que "Deus
é um mistério" é uma falácia cristã. Deus não é nenhum mistério. A Bíblia deveria
ensinar-nos como é esse Deus (e de fato o faz). A Bíblia diz que Deus tem certas
características e qualidades que o identificam e nos descreve em suas palavras
sagradas como é o comportamento de Deus. A afirmação cristã de "Seguir a Deus
pela fé” é falsa, seguem a Deus baseando-se nas próprias palavras Dele, inspiradas e
plasmadas na Bíblia.

Então, amigos fiéis cristãos, isso de que "Deus é um mistério” não funciona, para isso
tem a sua Bíblia.

Prova 3: O perfeito não produz o imperfeito

Estou seguríssimo que se faço a um crente esta pergunta: O imperfeito pode produzir
o perfeito? Responder-me-ia sem a menor vacilação negativamente.

O perfeito é o absoluto; o imperfeito é o relativo; diante do perfeito, que significa


tudo, o relativo, o contingente, não significa nada, não tem valor, se eclipsa, e,
portanto, não há nada capaz de estabelecer relação alguma entre ambos; “a fortiori”
sustentamos a impossibilidade de evidenciar, neste caso, a rigorosa concomitância
que deve existir entre a causa e o efeito.

É, portanto, impossível que o perfeito tenha podido determinar o imperfeito. Pelo


contrário, existe uma relação direta, fatal e até matemática entre uma obra e seu
autor. Pela produção se conhece o valor intelectual, a capacidade, a habilidade do
sábio, do pensador, do operário, do artista, assim como pela qualidade do fruto se
distingue a árvore a que pertence.

A natureza é bela, o universo é grandioso e o admiro apaixonadamente, tanto quanto


qualquer outra coisa, o esplendor e a magnificência do que nos oferece um espetáculo
75
ininterrupto. No entanto, por mais entusiasta que eu seja das belezas naturais e por
maior que seja a homenagem que eu lhes renda, eu não ousaria afirmar que o
universo é um trabalho impecável, sem defeitos, perfeito. E não acho que exista
alguém capaz de sustentar tal opinião. Em conclusão: Ou Deus não existe ou não
pode ser o Criador, essa é a minha convicção. Ou: o universo, uma obra imperfeita,
Deus não pode ser senão imperfeito.

Silogismo ou dilema, a conclusão do argumento é o mesmo.


O perfeito não pode produzir o imperfeito.

Já havíamos tocado algo sobre a perfeição de deus no artigo “Características de Deus.


Perfeição Absoluta”; portanto, e assumindo que tanto Deus como todas suas criações
são perfeitas, surge espontaneamente a seguinte pergunta: Que aconteceu com o
plano divino de perfeição que veio todo abaixo? Porque Deus, além de perfeito é
também Onisciente. Não se pode culpar à entrada do pecado (com a infantil fábula de
Adão e Eva) já que Deus como ser “Sabe tudo” e seguramente sabia que ambos
pecariam e o pecado entraria no mundo.

Agora fazemos a grande pergunta para os cristãos que creem nisso de “O pecado
original” é: Sabia Deus que Adão e Eva pecariam? Se a resposta é “Não sabia”,
equivale a dizer que Deus ignorava algo, pelo que sua condição de onisciência se
perderia (assim como sua perfeição); porém se a resposta é “Sim sabia” chegamos à
conclusão de que existe um destino predestinado (redundante); e, sobretudo que
"plano perfeito" de Deus parece ser este "mundo perfeito" que temos hoje. Talvez
para Deus tudo o que acontece no mundo, crimes, doenças, tragédias, ódios, e todos
os males e danos seja o seu conceito e ideia de perfeição.

Às vezes é muito difícil para o crente cristão de raciocínio mediano rebater


um argumento como este sem cair em uma argumentação circular ou algum
argumento falacioso. Vejamos algumas de suas desculpas e justificativas,
obtidas do Yahoo Answers; incluindo erros ortográficos.

Pergunta: O perfeito não produz o imperfeito... Que opinam?

_______________
Olá
Isso é de acordo com meu entendimento e raciocínio sobre o assunto.

o fato de que Deus é perfeito não significa que não é ruim ou que, não exista o
sentimento de maldade, porque se não soubesse o que é o mal não poderia uma de
suas criações ter se rebelado contra ele e ser tão malvada.

Acho que somos perfeitos e parte dessa perfeição é ter a liberdade de escolher o que
queremos fazer isso também porque temos do que é mau e bom, mas, infelizmente,
quase nunca escolhemos a fazer a coisa certa, então nós podemos ser perfeitos, mas
sempre optamos por fazer o mal, por quê? Porque somos influenciados pelas forças do
mal que vive nesta terra.

76
porque fomos criados? Isso sim, eu até agora eu ainda me pergunto.

Eu tenho um filho que uma vez me perguntou a mesma coisa, porque eu o trouxe a
este mundo? que não pediu para vir a este mundo e que se ele sofria de algo que eu
deveria ser o culpado.

então eu me lembrei do que eu questiono muitas vezes, porque estamos neste


mundo, se Deus realmente existe, porque nos colocou neste mundo e para qual
finalidade ?????

como tive uma resposta para dar ao meu filho também creio que deve haver uma
resposta para entender por que estamos neste mundo apenas que algum dia nós
saberemos.
Cumprimentos e bom dia!

E se o perfeito, possuidor de vontade deseja criar algo que pelo seu próprio esforço e
também vontade, alcance a perfeição.

Nem sempre o perfeito deseja criar a perfeição.. Porque seria muito fácil, o difícil é
transformar o imperfeito em perfeito. Um verdadeiro desafio.

Mas nunca o perfeito imperfeito sem ajuda do perfeito criará a perfeição... Porque não
sabe como criar

____________________

depende do enfoque que queremos dar. Deus fez as coisas perfeitas. o homem com
sua desobediência, trouxe a morte, é algo que pode entender quem tem fé, se não, a
razão nunca conseguirá entender. a fé está num nível superior à razão como forma de
conhecimento, na verdade, a razão está a serviço da fé.

_______________

É assim, perfeito é Deus e o imperfeito somos nós os homens. Deus deu ao homem a
possibilidade de se aproximar do Perfeito fazendo o que ele pede e do homem em sua
ignorância, arrogância, orgulho e desejo de poder e ambição se deixa levar pelo mal,
tornando-se cada dia mais imperfeito em vez de trabalhar espiritualmente para
desenvolver sabedoria e estar mais perto da perfeição.

Dizes ¨ Pelo contrário, existe uma relação direta, fatal e até matemática entre uma
obra e seu autor. Pela produção se conhece o valor intelectual, a capacidade, a
habilidade do sábio, do pensador, do operário, do artista, assim como pela qualidade
do fruto se distingue a árvore a que pertence.

Vamos ver ... Acho que você está se referindo a Deus.

Digo-te que o imperfeito pode criar a perfeição. Por exemplo, na soma de todos nós
podemos criar a perfeição, mas cada um não tem em si mesmo.

Se você tiver as habilidades e ferramentas para criar, mas não é perfeito porque não
é Deus. Deus é tudo em si mesmo.
77
Eu vou tentar analisar o seu pensamento, como muitos também o farão...

Ao perfeito o chamo Deus, o imperfeito somos todos nós e cada um por sua vez. E eu
acho que é possível uma concomitância se nos sustentamos na perfeição, em uma
perfeição que aspiramos que não somos nós em si mesmos, mas é Deus com todos
nós, é essa “União”, que nos daria a capacidade de nos sustentar.

É, portanto, impossível que a perfeição tenha gerado a imperfeição. O seu raciocínio


faz sentido para mim, mas que não seja real. Pode ser concebido de outra forma.
Vamos ver... Por que Deus teria criado humanos autossuficientes? Para fazer isso não
precisaríamos casar ou desenvolver qualquer tipo de cultura, seríamos completos em
nós mesmos, não seria necessário nada mais. Seríamos de Deus.

Dizes: “Pelo contrário, existe uma relação direta, fatal e até matemática entre uma
obra e seu autor. Pela produção se conhece o valor intelectual, a capacidade, a
habilidade do sábio, do pensador, do operário, do artista, assim como pela qualidade
do fruto se distingue a árvore a que pertence”.

Vamos dizer que você está considerando que, como somos imperfeitos, Deus não
pode ser perfeito. É que a perfeição tem de ser criada no âmbito de nossa natureza,
se fôssemos perfeitos em nós mesmos, só seriamos seres “contemplativos”. Esta é a
minha lógica.

Então, para mim é a perfeição, mas com uma lógica diferente.

___________________________

O perfeito pode produzir tanto perfeito e imperfeito, se ele é mais do que apenas
"causa primeira " ou "motor imóvel" dos antigos filósofos. Basta que esse algo perfeito
seja alguma coisa ou alguém com a vontade, a sabedoria e poder absoluto para uq
etudo lhe seja possível, desde as leis naturais mais simples até a complexa
organização celular de criaturas tão maravilhosas como as aves, os seres humanos,
etc.
Enredar-se a procurar um gato de três pernas ou em elocubrações das grandes
discuções filosóficas pode ser um bom exercício intelectual, mas se você der uma
oportunidade para os grandes pensadores cristãos como Agostinho, Tomás de Aquino,
Erasmo de Roterdão, santa Teresa de Ávila, Santa Teresa de Lisieux, Edith Stein, João
Paulo II, etc, você obterá a essência de suas capacidades humanas. Experimente e
verás um grande avanço em sua vida.

Fonte (s):

Meu tempo na universidade.

olha, reconhece, pelo menos, que há um Deus, que já é algo em seu favor .....

1) Deus criou tudo que existe.


2) Ele o criou perfeito.
3) no momento da criação era perfeita toda a criação.
4) houve uma rebelião no céu, pelo pecado de Satanás.

78
5) Satanás trouxe o pecado para a terra, ela era perfeita.
6) seduziu a mulher a pecar e esta ao homem com seu pecado.
7) Deus os expulsou do Éden, o paraíso por seu pecado.
8) Deus amaldiçoou a terra por causa do pecado de Adão.
9) toda a criação foi afetada pelo pecado de Satanás e Adão
10) até a criação geme esperando a revelação dos filhos de Deus.

conclusão:

o perfeito só pode produzir o perfeito, Deus perfeito cria um universo perfeito;

imperfeição a que aludes é o efeito da causa do pecado, ou seja, a imperfeição do


pecado é que leva toda a criação ao seu fim.
só Jesus Cristo, em seu retorno apocalíptico, dará à criação, um novo começo, paz e
amor eterno nele ..
bênçãos.
______________

Deus faz tudo perfeito, ainda que a nós pareça imperfeito. Seus caminhos não são os
nossos caminhos.

São muito interessantes estas respostas; sobre tudo porque ao que parece é muito
difícil que um crente cristão entenda o que significa afirmar que Deus é perfeito e que
este mundo é imperfeito; é absolutamente incompatível com a essência divina e
perfeita de Deus. E segue repetindo o erro de crer que o culpado desta imperfeição é
o pecado cometido por dois personagens mitológicos evidentemente inexistentes. É
muito claro, sim vão utilizar a desculpa de Adão e Eva como os quebradores da
harmonia inicial divina… primeiro devem demonstrar que este par de pessoas existiu
de fato.

Recordemos que Deus criou o homem “À sua imagem e semelhança”, o que nos leva
a concluir que o mundo e os primeiros povoadores da terra (Adão e Eva) eram tão
perfeitos como o era Deus. A pergunta seguinte é óbvia: Por que se Adão era tão
perfeito como Deus, cometeu a estupidez de pecar? Não parece por acaso
contraditório isto? Que tão perfeito e confiável é Deus quando alguém que é (segundo
suas próprias palavras) semelhante a ele pode ser tão tonto?

Há uma frase entre as curiosas respostas dos crentes cristãos que me chamou muito
a atenção: “O difícil é converter o imperfeito em perfeito”… se esta é a missão de
Deus, não a fez muito bem.

É inegável que as obras definem o autor… Como bem disse o próprio Jesus… “por suas
obras o conhecereis” (Mat 7,16 y 20)

Prova 4: Se Deus existe é eterno, ativo e necessário.

79
O ser eterno, ativo, necessário, não pode, em nenhum momento, ter estado inativo
ou ter sido desnecessário.

Eterno? – O é por definição. É a sua razão de ser. Não se pode conceber que ele
esteja enclausurado nos limites do tempo. Não se pode imaginar como tendo tido
começo e venha a ter fim. Não pode haver surgimento e desaparecimento. É desde
sempre.

Ativo? – É, e não pode deixar de ser. Segundo os religiosos, foi sua atividade que
engendrou tudo quanto existe, como foi a sua atividade que se afirmou pelo gesto
mais colossal e majestoso que imaginar se pode: a criação dos mundos.

Necessário? – É-o e não pode deixar de ser, visto que sem a sua vontade, nada
existiria: ele é o autor de todas as coisas, o ponto inicial de onde saiu tudo, a fonte
única e primeira de onde tudo emanou. Bastando-se a si próprio, dependeu de sua
vontade que tudo fosse tudo ou que fosse nada.

Ele é, portanto: eterno, ativo e necessário.

Mas eu pretendo e vou demonstrar que se Deus é eterno, ativo e necessário, também
deve ser eternamente ativo, e eternamente necessário. E que, por consequência, ele
não pôde, em nenhum momento, ter sido inativo ou inútil, e que enfim, ele jamais
criou.

Negar que Deus seja eternamente ativo equivale o dizer que nem sempre o foi, que
chegou a sê-lo, que começou a ser ativo, que antes de o ser não o era. Dizer que foi
pela criação que ele manifestou a sua atividade é admitir, ao mesmo tempo, que por
milhares e milhares de séculos que antecederam a ação criadora, Deus esteve inativo.

Negar que Deus seja eternamente necessário equivale a admitir que ele nem sempre
o fosse, que chegou a sê-lo, que começou a ser necessário e que antes de ser não o
era. Dizer que a criação proclama e testemunha a necessidade de Deus equivale a
admitir, ao mesmo tempo, que, durante milhares e milhares de séculos, que
seguramente precedeu a ação criadora, Deus era inútil.

Deus ocioso e preguiçoso! Deus inútil e supérfluo! Que triste postura para um ser
essencialmente necessário.

É preciso, pois, confessar que Deus está sempre ativo e é sempre necessário.

Mas então Deus não pôde criar, porque a ideia de criação implica, de maneira
absoluta, a ideia de começo, de origem. Uma coisa que começou é porque nem
sempre existiu. Existiu necessariamente num tempo em que, antes de “ser”, não
“era”. E, curto ou longo, este tempo foi o que precedeu a coisa criada; é impossível
suprimi-lo, visto que, de todos os modos, ele existe.

Assim, temos que concluir:


80
a) Ou Deus não foi eternamente ativo e eternamente necessário, e só chegou a sê-lo
por causa da criação (e, se é assim, antes da criação faltava a este Deus dois
atributos: a atividade e a necessidade; este Deus era um Deus incompleto; era só um
pedaço de Deus e mais nada, que teve necessidade de criar para chegar a ser ativo e
necessário, e completar-se).

b) Ou Deus é eternamente ativo e eternamente necessário, e neste caso tem criado


eternamente. A criação é eterna, e o Universo jamais começou – existiu em todos os
tempos, é eterno como Deus, é o próprio Deus, com o qual se confunde.

E, sendo assim, o Universo não teve princípio – não foi criado.

Em conclusão: No primeiro caso, Deus antes da criação não era ativo nem era
necessário: era um Deus incompleto, quer dizer, imperfeito, e, portanto, não existia.
No segundo caso, sendo Deus eternamente ativo e eternamente necessário, não pôde
chegar a sê-lo, como não pôde criar. É impossível sair daqui.

Um argumento simples, eficiente e contundente:

Deus é eterno? Claro, sempre existiu e sempre existirá.

Será que Deus está ativo? Claro que sim. A cada momento intervêm na vida de nós
seres humanos, tanto que seu olhar nunca se desvia de nossa nuca. Um vigilante
permanente. "Nem uma folha cai de uma árvore sem a permissão de Deus."

Deus é necessário? Óbvio. Sem a sua presença não existiríamos e graças a ele
vivemos. Sem Deus não haveria nem vida nem universo.

Assumindo que as três premissas anteriores são verdadeiras; e somando o fato de


que Deus é Imutável… Esteve Deus em algum momento sendo não eterno, inativo, ou
desnecessário?

Das duas últimas, há um ponto em que ambas são verdadeiras: Na época antes de
criar-nos, antes de conceber a ideia de criar um universo com os seres humanos nele.
Se Deus sempre foi eterno, é certo que já existia antes da criação dos mundos,
portanto nessa altura estava inativo (não fazia nada) e desnecessário (se não
existíamos, nos era inútil). Razão pela qual se quebra muita de sua essência
elementar e básica.

E claro… estamos assumindo que sempre foi eterno. Não é conveniente (para os
cristãos) cair na polêmica de Que havia antes de Deus? Ou o famoso Quem criou a
Deus?... Este ponto me parece pessoalmente demasiado abstrato ilógico e absurdo,
que não vale a pena discuti-lo aqui.

As desculpas cristãs neste caso são bastante escassas, já que é muito difícil encontrar
um crente cristão que negue as condições de eternidade, atividade e utilidade de
Deus. Fazê-lo equivaleria a negá-lo. Por esta razão as resposte se resumem a
argumentos circulares ou dúvidas disfarçadas de mistério.

Talvez a resposta mais interessante é o que sugere que, embora não saibamos, com
certeza , Deus estava ocupado em alguma coisa antes de nos criar. Absolutamente de
81
acordo. Mas também é certo que em algum momento da suposta eternidade de Deus
houve um momento em que não havia criado nada. Uma das características de Deus é
ser o "Criador de todas as coisas", portanto, os paraísos e os seres celestes devem ter
tido um momento de criação, um começo.

A lógica argumental nos leva a questionar o seguinte: O que fazia Deus antes de criar
tudo isso? O que fazia Deus antes de criar qualquer coisa? ... a resposta deveria ser
... nada. O que valida esta quarta prova da inexistência de Deus, porque se Deus não
fazia nada, estava inativo e desnecessário.

__________________________________________

Não sabemos o que fazia Deus antes de criar este universo; a Bíblia não nos conta (o
que é curioso já que a Bíblia deveria ser a melhor maneira de compreender e
conhecer a Deus)… Ou não? A Bíblia nos diz de maneira surrealista e variada que
Deus antes de criar-nos estava em uma espécie de paraíso (ou céu) rodeado de
anjos, filhos e espíritos santos (pois certamente Jesus andava por aí)

Agora…

Que acontecimento teria induzido Deus em sua solidão para começar a criar, depois
de não haver feito nada durante eternidades?

Se Deus é imutável… Por que mudou depois de estar por milhões de anos sem
humanos nem universos e de repente… resolve criar-nos? Contradizendo desta
maneira sua condição de Imutável.

Ou é o caso de que Deus necessitava de criaturas humanas para que o adorassem?...


Um Deus com necessidades mundanas e pecaminosas?

Que Deus tão humano é este…!

Prova 5: O ser imutável nunca criou.

Se Deus existe, é imutável, não MUDA e nem se pode MUDAR. Enquanto que, na
natureza, tudo se modifica se metamorfoseia, se transforma; pois nada é definitivo,
nem chega a sê-lo, Deus, ponto fixo, imóvel no tempo e no espaço, não sujeito a
nenhuma modificação, não se transforma, nem pode chegar a transformar-se.

É hoje o que era ontem, será amanhã o que é hoje. E tanto faz procurá-lo nos séculos
passados, como nos séculos futuros: ele é, e será constantemente idêntico em si.
Deus é imutável.

No entanto, eu sustento que, se ele criou, não é imutável, porque, neste caso, mudou
duas vezes.

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Determinar-se a querer é mudar de posição. Ora, é evidente que há mudança entre o
ser que quer uma coisa e o que, querendo-a, o põe em execução. Se eu desejo e
quero o que eu não desejava e nem queria a quarenta e oito horas, é porque se
produziu em mim, ou a minha volta, uma série de circunstâncias que me levaram a
querê-lo. Este novo desejo ou querer constitui uma modificação que não se pode por
em dúvida, que é indiscutível.

Paralelamente: agir, ou determinar-se a agir, é modificar-se.

Esta dupla modificação – querer e agir – é tanto mais considerável e corajosa quando
é certo que se trata de uma resolução grave e de uma ação importante. Deus criou,
dizem os, crentes. Então se modificou duas vezes: a primeira, quando tomou a
decisão de criar; a segunda, quando resolveu por em prática sua determinação,
completando o gesto criador.

Se ele mudou duas vezes, não é imutável. E, se não é imutável, não é Deus – não
existe.

O ser imutável não criou.

Deus não muda, essa é sua essência. É sempre o mesmo por séculos e séculos.
Entretanto quando Deus decidiu criar qualquer coisa, por menor que fosse; Deus
mudou seu estado de não-criado pra criador. O que alterou a sua condição de
imutável.

Como já questionamos em provas anteriores: O que induziu Deus, depois de


eternidades sem criar a fazê-lo pela primeira vez?

O amigo crente deve recordar que Deus, para ser Deus como tal, deve cumprir certas
características que própria Bíblia nos indica. Se em algum momento Deus deixasse de
cumprir alguma destas qualidades, a essência e natureza intrínseca de Deus se
perderiam e deixaria de ser Deus. Explico-me melhor; se descobrimos que Deus não é
Todo poderoso, Onisciente ou que não é Imutável… não teria sentido chama-lo Deus
já que contradiz sua natureza e qualidades básicas.

Ao descobrir neste artigo que definitivamente Deus não é Imutável… podemos chegar
à conclusão de que Deus, tal como foi concebido, Não Existe.

O melhor exemplo da irregularidade do conceito de Imutabilidade e do possível


câmbio de opinião de Deus é a Oração. Quando oramos e pedimos a Deus que faça
algo (curar um enfermo, ajuda para um prova escolar, que uma mulher nos diga sim,
etc.) é pedir a Deus que “mude” o que já tinha escrito por algo que favoreça nossos
desejos.

A prática da oração e a frase “Faça-se a Tua vontade” são diametralmente opostas e


uma imensa contradição. Nunca entenderei porque os crentes pensam que Deus é
imutável, e, no entanto, lhe pedem que mude seus desígnios. Há que esclarecer…
Nosso destino está escrito pela vontade de Deus ou nossas orações e palavras podem
fazê-Lo mudar?

83
Se você acredita que Deus é imutável, você já sabe que por mais que você rezar,
rezar, pedir e repetir orações... Deus nunca te escutará, porque seus projetos são
eternos e alguns meros mortais como nós não podemos intervir na vontade divina.
Assim, suas orações são desnecessárias e inúteis. É muito difícil para o crente cristão
tratar de conciliar a Imutabilidade de Deus com o destino ou com as suas lamúrias
nas orações, já que a contradição e falácia surgem geralmente de forma súbita para a
dura pena tentar relacionar ambas as posições.

Uma maneira muito fácil de entender é concluindo bem diz como a Bíblia: "Nós fomos
feitos à imagem e semelhança de Deus", em outras palavras, as criações de Deus
devem ser um reflexo Dele. Se Deus é imutável, suas criações devem ser assim
também. Escusado será dizer que não é. Nada é imutável, nem os homens, nem o
mundo, nem o universo, nem Deus. Tudo muda nada é estático.

Amigo crente, você deve ser muito claro sobre este ponto, deve tê-lo escrito em um
banner no teto acima de sua cama para não esquecer nunca mais: Deus é imutável.
Deus não muda. Essa é uma das qualidades de Deus que nenhum conceito pode
quebrar ou alterar. (Salvo, é claro se o seu Deus não existir). Cada vez que você
começar uma oração deitado na cama, olhe essas palavras escritas no teto e em sua
Bíblia.

Quando Deus há milhões de anos decidiu mudar de "não criador" para “criador”, ISTO
É MUDAR.

Quando Deus decide responder a alguma oração e mudar suas "decisões imutáveis".
ISTO É MUDAR.

Quando Deus permitiu no passado, os sacrifícios humanos e todas as leis mosaicas e,


em seguida, substitui pelo Novo Testamento, ISTO É MUDAR.

Para um ser imutável, Deus está mudando demais não é mesmo?

Prova 6: Deus não pode ter criado sem motivo

De qualquer forma que se pretenda examiná-la, a criação é inexplicável, enigmática,


sem sentido. Salta à vista de todos que: se Deus criou, é impossível admitir que
pudesse ter realizado este ato grandioso – cujas consequências deviam ser,
fatalmente, proporcionais ao próprio ato, e, por conseguinte incalculáveis – sem que o
fizesse determinado por uma razão de primeira ordem. Pois muito bem. Qual foi esta
razão? Porque motivo tomou Deus a resolução de criar? Que movimento o
impulsionaria a isto? Que desejo surgiu em seu cérebro? Qual seria o seu intuito? Que
ideia perseguiu? Que fim perseguiria?

Deus não experimenta nenhum desejo, visto que a sua felicidade é infinita. Não pode
perseguir nenhum fim, visto que nada falta à sua perfeição. Não pode ter nenhum

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intuito, visto que nada falta ao seu poder. Não pode determinar-se a querer seja o
que for não tendo nenhuma necessidade. Filósofos, pensadores e teólogos
respondam- me por que é que Deus criou o homem e o lançou-o no mundo!

Eu estou tranquilo. Vós não podeis responder, a não ser que digais: “Os mistérios de
Deus são impenetráveis”! – e aceitais esta resposta como suficiente. E fareis bem,
abstendo-vos de qualquer outra resposta, porque esta outra resposta – previno-vos
caridosamente – cavaria a ruína de vosso sistema e a queda vergonhosa de vosso
Deus. A conclusão impõe-se lógica e impiedosa: Deus, se criou, criou sem motivos,
sem saber por que, sem para que.

Sabeis aonde nos conduz as consequências de tal conclusão? Vamos vê-las.

O que diferencia os atos de um homem dotado de razão dos atos de um louco, o que
determina que um seja responsável e o outro irresponsável, é que um homem dotado
de razão sabe sempre – ou pode chegar o sabê-lo – quando realiza algo, quais são os
motivos que o impulsionam, quais são os motivos que o levaram a praticar aquilo que
pensava.

Muito mais quando se trata de uma ação envolvendo grandes consequências e graves
responsabilidades, é necessário que o homem entre em posse de sua razão, se
concentre sobre si mesmo, se entregue a um sério, persistente e imparcial exame de
consciência, que pelas suas recordações, reconstitua o quadro dos acontecimentos de
que ele foi agente. Em resumo, é preciso que ele procure reviver as horas passadas
para que possa discernir quais foram as causas e o mecanismo dos movimentos que o
determinaram a agir.

Frequentemente, não pode vangloriar-se das causas que o impulsionaram, e que,


amiúde, o levam a corar de vergonha. Mas, quaisquer que sejam os motivos, nobres
ou vis, generosos ou grosseiros, ele chega sempre o descobri-los em determinado
momento.

Um louco, pelo contrário, precede sem saber por que; e, uma vez realizado o ato, por
grandes que sejam as responsabilidades que dele possam derivar-se, interrogai-o,
encerrai-o, se quiserdes, numa prisão, e apertai-o com perguntas: o pobre demente
não vos balbuciará senão coisas vagas, verdadeiras incoerências.

Portanto, o que diferencia os atos de um homem sensato de um homem insensato, é


que os atos dos primeiros podem explicar-se, tem uma razão de ser, distinguem-se
neles a causa e o efeito, a origem e o fim, enquanto que os atos do segundo não se
podem explicar, porque um louco é incapaz de discernir a causa e o que o leva a
realizá-los. Pois bem! Se Deus criou sem motivo, sem fim, procedeu como um louco.
E, neste caso, a criação aparece-nos como um ato de demência.

O resumo e conclusão desta prova da inexistência de Deus são muito simples por que.
Porque Deus tomou a decisão em um momento específico para criar os mundos
existentes com nós em um deles? Qual foi o motivo?

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Pode haver duas respostas:

1) Porque devia fazê-lo assim. Certamente, Deus tinha uma razão convincente (e
quase obrigatória) para criar o universo. Se isso for verdade, então Deus estava
simplesmente obedecendo a um parâmetro ou lei préviamente estabelecida tornando-
se um mero executor de ordens, por isso não faz sentido considerá-lo como poderoso
e livre. O mesmo acontece no exemplo de "leis naturais". A essência de Deus o
impede de obedecer a uma medida ou lei anterior a Ele.

2) Deus fez o universo e os seres humanos simplesmente por decisão


própria, porque desejava assim e por um mero desejo. O que equivale a dizer de
forma coloquialual "Deus criou o universo porque leh deu na telha e sem nenhuma
razão”... Existe realmente alguém que realmente acredita que esta é uma resposta
adequada a um Deus perfeito? É o reflexo de um Deus caprichoso, volúvel e leviana.
De um ser irracional.

Alguns crentes dizem que Deus criou o homem, a fim de receber a adoração pelo ser
humano... Pior ainda! Um Deus que "necessita" que o adorem e lhe rendam
reverência, e que cria seres para fazê-lo... E se essas criações decidem não adorá-lo
como ele quer simplesmente as destroi. Isso é equivalente a procriar filhos como
único propósito de me obedecer e me adorar e se não obedecem ou me adoram
simplesmente eu os assassino. Deus deve ter um comportamento superior ao de
qualquer homem louco.

Com este argumento, que completamos as 6 primeiras da inexistência de Deus e que


estão relacionados com a ação criadora de Deus. Fauré, em seguida, apresenta uma
breve revisão das desculpas e argumentos dos crentes.

Para acabar com o Deus da Criação, parece essencial examinar duas objeções. Você
pode pensar que as objeções abundam, por isso, quando falo de duas objeções, quero
me referir a duas que são clássicas. Estas acusações têm tanto mais importância
quanto o que se pode, com habilidade na discussão, englobar todas as outras nestas
duas.

1ª – NÃO É POSSÍVEL CONHECER A DEUS.

Se me dizem:

"Você não tem direito de falar de Deus da forma como faz. Não nos apresenta senão
uma caricatura de Deus, sistematicamente ás reduzidas proporções de pequenez do
seu entendimento. Esse Deus não é o nosso. O nosso você não pode concebo-lo, pois
é superior a você, pois você não O conhece. Saiba que o que é fabuloso ao home mais
forte e mais inteligente em todos os ramos do conhecimento, é para deus um simples
jogo de crianças. Não se esqueça de que a humanidade não pode mover-se no mesmo
plano da divindade. Não perca de vista de que é tão impossível ao homem
compreender a maneira como deus procede, como aos minerais imaginar como vivem

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os vegetais, como aos vegetais imaginar o desenvolvimento dos minerais e aos
animais saber como vivem e agem os seres humanos.

Deus ocupa umas alturas às que você é incapaz de chegar, habita montanhas
inacessíveis para você. Saiba que qualquer que seja o grau de desenvolvimento de
uma inteligência humana, por maiores e intensos que sejam os esforços realizados
por esta inteligência, jamais poderá se elevar à altura de Deus.

"Note, finalmente, nunca o cérebro do homem, que é limitado, podendo abarcar um


Deus que é ilimitado. Confesse sinceramente não é possível entender ou explicar
Deus. Mas você não poder compreendê-lo ou explica-lo, não pense que isso lhe dá o
direito de negar a sua existência."

Minha resposta aos teístas:

Dais-me conselhos de humildade que estou disposto a aceitar. Fazeis me lembrar de


que sou um simples mortal, o que legitimamente reconheço e não procuro esquecer-
me. Dizeis-me que Deus me supera e que o desconheço. Que seja. Consinto em
reconhecê-lo; afirmo mesmo que o finito não pode compreender o infinito, porque é
uma verdade tão certa e tão evidente, que não está em meu ânimo fazer-lhe qualquer
oposição. Vede, pois, até aqui estamos de acordo, com o que espero, ficareis muito
contentes.

Somente, senhores teístas, permiti que, por meu turno, eu vos dê os mesmos
conselhos de humildade, para terdes a modéstia de me responder estas perguntas:
Vós não sois homens como eu? A vós, Deus não os supera como a mim? Não vos é
inacessível como a mim? Tereis vós a pretensão de vos moverdes no mesmo plano da
divindade? Tereis igualmente a mania de pensar e a loucura de crer que, de um voo,
podereis chegar às alturas que Deus ocupa? Sereis presunçosos ao extremo de crer
que o vosso pensamento, que é finito, possa compreender o infinito?

Não quero vos fazer a injuria, senhores teístas, de acreditar que sustentais uma
extravagância tão banal. Assim, pois, tende a modéstia e a lealdade de confessar que,
se a mim me é impossível compreender e explicar Deus, vós tropeçais no mesmo
obstáculo. Tende, enfim, a probidade de reconhecer que, se eu não posso conceber
nem explicar Deus, não o podendo, portanto, negar, a vós, como a mim, não vos é
permitido concebê-lo e não tendes, por consequência, o direito de afirmá-lo.

Não julgueis, no entanto, que, por causa disto, ficamos na mesma situação que antes.
Foste vós que, primeiramente, afirmastes a existência de Deus; deveis, pois, ser os
primeiros a pôr de parte vossas afirmações. Sonharia eu, alguma vez, com negar a
existência de Deus, se vós não tivésseis começado a afirmá-la? E se, quando eu era
criança, não me tivessem imposto a necessidade de acreditar nele? E se, quando
adulto, não tivesse ouvido afirmações nesse sentido? E se, quando homem, os meus
olhos não tivessem constantemente contemplado os templos elevados a esse Deus?
Foram as vossas afirmações que provocaram as minhas negações.

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Cessai de afirmar que eu cessarei de negar.

2ª objeção: “Não há efeito sem causa”

A segunda objeção parece-nos mais invulnerável. Muitos indivíduos consideram-na


ainda sem réplica. Esta objeção provém dos filósofos espiritualistas: Não há efeito
sem causa. Ora, o Universo é um efeito; e, como não há efeito sem causa, esta causa
é Deus. O argumento é bem apresentado; parece, mesmo, bem construído. O que
restou saber é se tudo quanto ele encerra é verdadeiro. Em boa lógica, este raciocínio
chama-se silogismo. Um silogismo é um argumento composto por três proposições: a
maior, a menor e a consequência, e compreende duas partes: as premissas,
constituídas pelas duas primeiras proposições e a conclusão, representada pela
terceira. Para que um silogismo seja inatacável, é preciso:

1º que a maior e a menor sejam exatas;

2º que a terceira proposição seja proveniente logicamente das duas primeiras.

Se o silogismo dos filósofos espiritualistas reúne estas duas condições, é irrefutável e


nada mais me resta senão aceitá-lo; mas, se lhe falta uma só dessas condições, então
o silogismo é nulo, sem valor, e o argumento destrói-se por si mesmo.

A fim de conhecer o seu valor, examinemos as três proposições que o compõe.

1ª proposição (maior): “Não há efeito sem causa”.

O efeito não é mais do que a continuação, o prolongamento, o limite da causa. Quem


diz efeito diz causa. A ideia de efeito provoca necessariamente e imediatamente a
ideia de causa. Se, ao contrário, se concebe um efeito sem causa, isto seria o efeito
do nada, o que equivaleria a crer no absurdo. Sobre esta primeira proposição,
estamos, pois, de acordo.

2ª proposição (menor): “O Universo é um efeito”.

Antes de continuar, peço algumas explicações:

Sobre o que se apoia esta afirmação tão categórica? Qual o fenômeno, ou conjunto de
fenômenos, na qual a verificação, ou conjunto de verificações, que permitem uma
afirmação tão rotunda?

Em primeiro lugar, comecemos suficientemente o Universo? Temo-lo estudado


profundamente, temo-lo examinado, investigado, compreendido, para que nos seja
permitido fazer afirmações desta natureza? Temos penetrado nas suas entranhas e
explorado os seus espaços incomensuráveis? Já descemos a profundeza do oceano?
Conhecemos todos os domínios do Universo? O Universo já nos declarou todos os seus
segredos? Já lhe arrancamos todos os véus, penetramos todos os seus mistérios,
descobrimos todos os seus enigmas? Já vimos tudo, apalpamos tudo, sentimos tudo,
entendemos tudo, observamos tudo, afrontamos tudo? Não temos nada mais que
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aprender? Não nos resta nada mais que descobrir? Em resumo, estamos em condições
de fazer uma apreciação formal do Universo?

Supomos que ninguém ousará responder afirmativamente a todas estas questões; e


seria digno de lástima todo aquele que tivesse a temeridade e a insensatez de afirmar
que conhece o Universo.

O Universo! – quer dizer não somente este ínfimo planeta que habitamos e sobre o
qual se arrastam as nossas carcaças; não somente os milhões de astros que
conhecemos e que fazem parte do nosso sistema solar, ou que descobrimos com o
decorrer dos tempos, mas ainda, esses mundos, aos quais, com conjectura,
conhecemos a existência, mas cuja distancia e o número restam incalculáveis!

Se eu dissesse “o universo é uma causa”, tenho a certeza que desencadeariam


imediatamente contra mim as vaias e os protestos de todos os religiosos; e, todavia,
a minha afirmação não seria mais descabelada que a deles. Essa é a verdade.

Se eu estudo e observo o Universo, tanto quanto as circunstâncias o permitem ao


homem fazê-lo, verificarei que é um conjunto inacreditavelmente complexo e denso,
uma confusão impenetrável e colossal de causas e de efeitos que se determinam, se
encadeiam, se sucedem, se repetem e se interpenetram. Observarei que o todo leva
uma cadeia sem fim, cujos elos estão indissoluvelmente ligados. Cada um destes elos
é, por sua vez, causa e efeito: efeito da causa que o determinou, causa do efeito que
se lhe segue.

Quem poderá dizer: “Eis aqui o primeiro elo – o elo causa”? Quem poderá afirmar:
“Eis o último elo – elo efeito”? E quem poderá ainda dizer: “Há necessariamente uma
causa número um e um efeito número… último”?

À segunda proposição, “ora, o Universo é um efeito”, falta-lhe uma condição


indispensável: a exatidão. Por consequência, o famoso silogismo não vale nada.

Acrescento ainda que, no caso em que esta segunda proposição fosse exata, faltaria
estabelecer, para que a conclusão fosse aceitável, que o Universo é o efeito de uma
Causa única, da Causa primeira, de uma Causa sem Causa, de uma Causa eterna.

Espero tranquilamente esta demonstração, porque embora muitos tenham tentado,


não conseguiram; é também uma demonstração, da qual se pode afirmar, sem receio,
que jamais poderá se estabelecer de uma forma séria, positiva e científica.

Por último: admitindo que o silogismo fosse irrepreensível, ele poderia voltar-se
facilmente contra a tese do Deus-Criador, colocando-se a favor da minha
demonstração.

Expliquemos: “não há efeito sem causa!” – Seja! – “o Universo é um efeito!” – De


acordo! – “Logo este efeito tem uma causa e é esta causa que chamamos Deus”! –
Pois seja!

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Mas não vos entusiasmeis, teístas; escutai-me, porque ainda não triunfastes.

Se for evidente que não há efeito sem causa, é também rigorosamente exato que não
há causa sem efeito. Não há, não pode haver causa sem efeito. Quem diz causa, diz
efeito. A ideia de causa implica necessariamente e chama a ideia de efeito. Porque
uma causa sem efeito seria uma causa do nada, o que seria tão absurdo quanto o
efeito do nada. Que fique, pois, bem entendido: não há causa sem efeito.

Vós, afirmais, enfim, que o Universo-efeito tem Deus como causa. Em sentido inverso,
podemos afirmar que a causa-Deus tem por efeito o Universo. Do que resulta
impossível separar o efeito da causa e vice-versa. Desta afirmação concluo que tanto
o Universo-Efeito como o Deus-causa são igualmente eternos.

Se pudesse ser de outro modo, quer dizer, se o Universo tivesse começado, durante
os milhares e milhares de séculos que, talvez, precederam a criação, Deus teria sido
durante todo esse tempo uma causa sem efeito, o que é impossível; uma causa de
nada, o que seria absurdo.

Em conclusão: se Deus é eterno, o Universo também o é: e, se o Universo também é


eterno, é porque ele nunca principiou, é porque jamais foi criado.

Está claro isso para você?

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SEGUNDA PARTE – CONTRA O DEUS GOVERNADOR

Prova 7: O Deus-Governador nega a perfeição do Deus-Criador

São muitíssimos – formam legiões – os indivíduos que, apesar de tudo, se obstinam


em crer. Concebo que, a rigor, se possa crer na existência de um criador perfeito,
como também concebo que se possa crer na existência de um governador necessário.
Mas, o que me parece impossível é que, ao mesmo tempo, se possa crer
racionalmente num e noutro, porque estes dois seres perfeitos se excluem
categoricamente: afirmar um é negar o outro; proclamar a perfeição do primeiro é
confessar a inutilidade do segundo; sustentar a necessidade do segundo é negar a
perfeição do primeiro. Por outras palavras: pode-se crer na perfeição ou na
necessidade do outro; mas o que não tem a menor sombra de lógica é crer na
perfeição dos dois. É preciso, pois, escolher qualquer deles.

Se o Universo criado por Deus tivesse sido uma obra perfeita; se, no seu conjunto,
como nos seus pormenores, esta obra não apresentasse nenhum defeito; se o
mecanismo desta criação gigantesca fosse irrepreensível; se a sua perfeição fosse de
modo que a ninguém despertasse a menor suspeita de qualquer desarranjo ou de
qualquer avaria; se, enfim, a obra fosse digna deste operário genial, deste artista
incomparável, desse construtor fantástico a que chamam Deus, a necessidade de um
governador nunca teria sentido.

É lógico pensar que, uma vez que a formidável máquina fosse posta em movimento,
nada mais haveria a fazer do que abandoná-la a si própria, visto que os acidentes
seriam impossíveis. Não seria preciso este engenheiro, este mecânico, para vigiar a
máquina, para dirigi-la, para repará-la, para afiná-la, enfim. Não, este engenheiro
seria inútil, este mecânico não teria razão de ser. E, neste caso, o Deus-Governador
seria também inútil. Se o Governador existe, é porque a sua intervenção, a sua
vigilância são indispensáveis. A necessidade do Governador é como que um insulto,
como um desafio lançado ao Criador; a sua intervenção corrobora o desconhecimento,
a incapacidade, a impotência desse criador.

Deus está sempre conosco, nos vendo, nos observando, olhando por nós, ostentando
seu status de Onipresente, Deus está sempre ali para ouvir nossos problemas,
intervir, corrigir, guiar, orientar e tantas coisas para conseguir que os seres humanos
que escolheram acreditar e confiar nele tenha uma vida plena e feliz. Definitivamente,
Deus é o nosso governante supremo. O presidente vitalício e perpétuo.

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A questão é por quê? ... Por que Deus se deu a tarefa de vigiar e governar sua
própria criação? Lembre-se que Deus é perfeito e as suas criações também deveriam
ser. Nenhum crente sensato seria tonto de pensar que Deus criou o mundo, sabendo
que, eventualmente, seria imperfeito. Independentemente se ele era perfeito no
começo e depois se desequilibrou por causa de homem é certo que Deus estava ciente
de que essas "falhas" ocorreriam.

Ou talvez Deus criasse o universo e os homens apenas para satisfazer seu desejo de
megalomania, ganância pelo poder e despotismo?

O que é realmente engraçado e irônico neste Deus-governador é que, embora não


importa se ou não se existe, muitas pessoas o têm usado de forma muito conveniente
para governar e controlar pessoas bem-intencionadas e muitas vezes iludidas que têm
a infelicidade de acreditar nesse Deus. A crença em Deus tem sido o instrumento de
controle e domínio de massa de que se tem utilizado os grandes líderes e políticos da
história.

Talvez Deus já tivesse planejado tudo isso. É provável que Deus criasse um mundo
"danificado" a fim de entreter-se, divertindo-se com ele para matar o ócio das
eternidades.

Prova 8: A multiplicidade dos deuses prova que não existe nenhum

O Deus-Governador é, e não pode deixar de ser, poderoso e justo; infinitamente


poderoso e infinitamente justo.

Ora, eu afirmo que a multiplicidade das religiões atesta que falta a este Deus poder ou
justiça, se não, ambas as coisas. Isso sem falarmos dos deuses mortos, de cultos
abolidos das religiões esquecidas, porque estas são milhares.

Falemos somente das religiões de nossos dias. Segundo os cálculos mais bem
fundados, há, presentemente, oitocentas religiões, que disputam entre si o império
dos mil e seiscentos milhões de consciências que povoam o nosso planeta. Não há
dúvida de que cada um reivindica o privilégio que só o seu Deus é o verdadeiro,
autêntico, incontestável, o único e que todos os outros deuses são deuses de mentira,
falsos deuses, deuses de contrabando e de má qualidade, e que é um trabalho
piedoso esmagá-los. A isto, acrescento que se em vez de oitocentas religiões, não
houvesse senão cem ou dez, ou duas, o meu argumento teria o mesmo valor.

Pois bem, afirmo novamente que a multiplicidade destes Deuses atesta que não existe
nenhum, porque ao mesmo tempo certifica que Deus não é todo-poderoso nem
sumamente justo. Se fosse poderoso teria podido falar a todos os indivíduos com a
mesma facilidade com que falou isoladamente a uns poucos. Ter-se-ia mostrado, ter-
se-ia revelado a todos sem empregar mais esforços do que o que empregou para se
apresentar a poucos.
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Um homem – qualquer que seja – não pode mostrar-se nem falar senão a um número
reduzido de indivíduos: os seus órgãos vocais têm uma resistência que não pode
exceder certos limites. Mas Deus… Deus pode falar a todos os indivíduos – por maior
que seja o número – com a mesma facilidade que falaria a uns poucos. Quando se
eleva, a voz de Deus pode e deve repercutir nos quatro pontos cardeais! O verbo
divino não conhece distâncias nem obstáculos. Atravessa os oceanos, escala as
alturas, franqueia os espaços, sem a menor dificuldade. E visto que ele quis – a
religião o afirma – falar com os homens, revelar-se lhes, confiar-lhes os seus
desígnios, indicar-lhes a sua vontade, fazer-lhes conhecer a sua lei, bem que teria
podido fazê-lo a todos e não a um punhado de privilegiados.

Mas não foi o caso desde que alguns ignoram, outros negam e outros, enfim,
estabelecem comparações entre uns e outros deuses. E nestas condições, não
estimeis sensato pensar que ele não falou com ninguém e que as múltiplas revelações
atribuídas a ele são todas falsas, ou ainda mais, que se falou apenas a alguns poucos
foi porque era incapaz de falar a todos.

Sendo assim, eu acuso-o de impotência. E se não quiserdes que o acuse de


impotência, acuso-o de injustiça. Que pensar, de um Deus que se mostra a um
reduzido número e que se esconde dos outros? Que pensar de um Deus que fala para
uns e que, para outros, guarda o mais profundo silêncio?

Não esqueçais que os representantes desse Deus afirmam que ele é o pai de todos: e
que todos somos também os filhos amados do pai que reina lá em cima, nos céus.
Pois, muito bem, que pensais desse pai que, exuberante de ternuras para alguns
privilegiados, revelando-se lhes a eles, lhes evita as angustias da dúvida, as torturas
da vacilação enquanto voluntariamente condena a imensa maioria de seus filhos aos
tormentos da incerteza? Que pensais desse pai que, no meio de seu esplendor de
Majestade, se mostra a uma parte de seus filhos, enquanto que, para a outra, fica
envolto nas mais profundas trevas? Que pensais desse pai que, exigindo de seus
filhos a prática de um culto, lhe renda respeito e adorações, e chama só alguns deles
para escutarem a sua verdadeira palavra, enquanto que, deliberadamente, nega aos
demais esta sorte, este favor?

Se julgardes que este pai é justo e bom, não vos surpreendas com a minha opinião,
que é muito diferente:

A multiplicidade de religiões proclama que a Deus faltou poder ou justiça. Ora, Deus
deve ser infinitamente poderoso e infinitamente justo – são os religiosos que o
afirmam. E se lhe falta um destes dois atributos – poder ou justiça – não é perfeito:
não sendo perfeito, não tem razão de ser, não existe.

A multiplicidade dos Deuses e das religiões demonstra que não existe nenhum deles.

É muito importante este argumento contra a existência de Deus porque afeta


quase todas as suas qualidades:

Onisciente: Deus sabe que há milhares de falsos Deuses e religiões. Deus sabe tudo.

Onipresente: Deus está ou pode estar em todos os lugares.


93
Todo poderoso: Deus pode fazer tudo. Se deus desejasse poderia falar de forma clara
a todos e a cada um dos seres humanos que povoam a Terra para deixar claro a sua
existência e a falsidade do resto dos Deuses. Não há limites para seu poder.

Justiça: Deus é infinitamente justo. Deus deveria falar com todos os seres humanos e
não só com uns poucos privilegiados.

Sabedoria infinita: Deus é superlativamente sábio e inteligente; deveria compreender


e solucionar todo esse assunto para evitar confusões e mal entendidos.

Amigo crente, Como você sabe que o Deus que adora é o verdadeiro? Como pode
estar seguro disso?

Possíveis respostas cristãs:

- "Porque a Bíblia diz". Isso não é uma boa razão, o Alcorão afirma que Alá existe, as
escrituras Vedas dizem que Buda é a verdadeira divindade, os hieróglifos egípcios
dizem que Amon-Rá é o Deus máximo. Sabemos também que a Bíblia não é um livro
confiável, pois mostra imprecisões históricas, contradições, falsidades, crimes, maus
conselhos, absurdos, etc. Se você diz "Deus é real, porque a Bíblia diz:" você também
deveria apedrejar gays ou teus filhos desobedientes, porque também a Bíblia diz. Ou
só crerá da Bíblia o que te convém?

- "Porque eu sinto no meu coração". Todos os seguidores das religiões do mundo,


antigas e modernas "sentem" em seu coração que seu Deus é o verdadeiro. Este
argumento é puramente psicológico e pessoal.

- "Para mim tem sido demonstrado através de milagres" Absolutamente todos os


deuses que existiram têm fábulas de milagres, o seu Deus não é o único iluminado e
milagroso. Além disso, você tem certeza que o que você chama de milagres realmente
são?

Vejamos que responderia um crente comum ao responder a pergunta sobre


qual Deus é o verdadeiro, já que sabemos que existe uma infinidade de
deuses modernos e ainda “ativos” e deuses já caducos.

Qual é o Deus verdadeiro?

Como quer que ele seja chamado, Deus é um só, apenas com nomes diferentes.
________
Eu acredito que é um mesmo Deus, com nomes diferentes para criar fé em diferentes
culturas. Portanto, não importa, porque de acordo com o que eu acredito, todos esses
nomes são verdadeiros:)

________
Olha, eu sou um evangélico e eu acho que o único deus é Deus

________
Simplesmente "Deus Pai" porque ele é realmente assim, e nos voltamos a Ele, como
uma criatura diante de seu pai, Deus ama todo o simples, eu sou católico e a oração
94
que Jesus ensinou-nos começa com o "Pai Nosso que estais no céu .." também ao
chama-lo de Deus Pai não fazemos acepção de religiões, não há diferença entre
muçulmanos, judeus, protestantes, etc, e seria como nos unirmos todos como Deus
quer ao chamá-lo de "Pai", saudações e bênçãos em Cristo Jesus ¡¡¡¡¡¡¡ ¡¡¡¡¡¡¡

________
Olá, se você ler a Bíblia, como você diz, então você sabe que seu verdadeiro nome é
Jeová, o único e verdadeiro Deus, a Bíblia diz que ele é triuno (Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo), três distintos e um só Deus verdadeiro, Jesus Cristo (Deus Filho)
é o nosso salvador morreu na cruz por nossos pecados, se você reconhecê-lo e aceitá-
lo em seu coração, então você vai herdar a vida eterna, quer dizer, depois de deixar
este mundo, o Espírito Santo é ele que nos conforta e nos guia em toda a verdade,
quando Jesus subiu ao céu, vnos deixou para ele para nos orientar.

Fonte (s):

O melhor livro "A Bíblia"

________
Eu acho q como Mahatma q Deus é o mesmo, não importa o que você chamá-lo de
Manitou, curicaeri, chacrabarti, teotl,
Fonte (s):
Gandihi
________
Pois Deus tem muitos nomes, Javé, Jeová, Alá etc ...
Mas a Bíblia diz que quando se apresenta a Moisés;
EU SOU O QUE EU SOU
Uma vez que este seria o nome mais apropriado ...

Estranhamente muitas pessoas pensam que há um só Deus, e que a variedade que


conhecemos (Jeová, Buda, Confúcio, Alá, Osíris, Thor, etc.) são apenas
representações desse Deus único. Obviamente para o crente sensato (se existe isso)
isso não pode ser, pois a Bíblia indica precisamente a existência de outros deuses aos
quais adorar é proibido. Nós também sabemos muito bem as características de todos
os deuses para saber que a diferença é notável e marcante.

Porque não só está criado dilema de saber se Deus existe ou não, porque supondo
que Deus existe, devemos perguntar quais dos muitos deuses é real e verdadeiro.

Portanto, a pergunta obrigatória volta a ser: amigo crente cristão, como você está tão
certo de que o Deus que ama que reza e pede a cada dia, que tem colocado a sua
confiança como uma criança é o Deus verdadeiro?

Prova 9: Deus não é infinitamente bom. O inferno é a prova

95
O Deus-Governador ou Providência é, deve ser infinitamente bom, infinitamente
misericordioso. Mas a existência do Inferno demonstra-nos que não é assim.

Seguindo de perto ao meu raciocínio: Deus podia – porque é livre – não nos ter
criado; mas criou-nos. Deus podia – porque é todo poderoso – ter-nos criado todos
bons; mas criou-nos bons e maus. Deus podia – porque é bom – admitir-nos todos,
após a morte, no seu Paraíso, contentando-se, como castigo, com o tempo de
sofrimento e atribulações que passamos na Terra. Deus podia, em suma – porque é
justo – não admitir em seu Paraíso senão os bons, recusando ali lugar aos perversos;
mas, neste caso, deveria destruir totalmente os maus com a morte, e jamais
condená-lo aos sofrimentos do Inferno. E isto porque quem pode criar, pode destruir;
quem tem poder para dar a vida, também tem o poder para tirá-la, para aniquilá-la.

Vejamos: vós não sois deuses. Vós não sois infinitamente bons, nem infinitamente
misericordiosos. Sem vos atribuir qualidades que não possuís, eu tenho a certeza de
que, se estivesse em vossas mãos – sem que isso vos exigisse um grande esforço, e
sem que, de aí, resultasse para nós algum prejuízo moral ou material – evitar a um
ser humano uma lágrima, uma dor, um sofrimento, eu tenho a certeza, repito, que o
faríeis imediatamente, sem vacilar nem titubear. E, todavia, vós não sois
infinitamente misericordiosos.

Sereis, por acaso, melhores e mais misericordiosos que o Deus dos cristãos?

Porque, enfim, o Inferno existe. A Igreja faz alarde dele: é a horrível visão, com a
ajuda da qual semeia o pavor no cérebro das crianças e dos velhos, e entre os pobres
de espírito e os medrosos; é o espectro que se instala na cabeceira dos moribundos,
na hora em que a morte lhes tira toda a coragem, toda a energia, toda a lucidez. Pois
bem, o Deus dos cristãos, esse Deus que dizem cheio de piedade, de perdão, de
indulgência, de bondade e de misericórdia, precipita para todo o sempre, uma parte
dos seus filhos, num antro de torturas as mais cruéis, e de suplícios os mais
horrendos.

Oh! Como ele é bom! Como ele é misericordioso!

Vós conheceis certamente estas palavras das escrituras: “Muitos serão os chamados,
mas poucos os eleitos”. Bem sem abusar de seu valor, estas palavras significam que o
número de salvos será ínfimo, enquanto que o número de condenados há de ser
considerável. Esta afirmação é de uma crueldade tão monstruosa que os teístas têm
procurado dar-lhe outro sentido.

Mas pouco importa: se o Inferno existe, é evidente que os condenados – muitos ou


poucos – aí sofrerão os mais dolorosos tormentos.

Agora, pergunto eu: a quem podem beneficiar os tormentos dos condenados?

Aos eleitos? –

Evidente que não.


96
Por definição, os eleitos serão os justos, os virtuosos, os fraternais, os compassivos: e
seria absurdo supor que a sua felicidade, já incomparável, pudesse ser aumentada
com o espetáculo de seus irmãos torturados.

Aos próprios condenados?

– também não, porque a igreja afirma que o suplicio desses desgraçados jamais
acabará; e que, pelos séculos dos séculos, os seus sofrimentos serão tão horripilantes
como no primeiro dia.

Então?… Então, aparte dos eleitos e aparte dos condenados, não há senão Deus, não
pode haver senão ele.

É, pois, Deus, quem obtém benefícios aos sofrimentos dos condenados? É, pois, ele,
esse pai infinitamente bom, infinitamente misericordioso, que se regozija sadicamente
com as dores e que voluntariamente condena os seus filhos?

Ah! Se isto é assim, esse Deus aparece-nos como carrasco mais feroz, como o
inquisidor mais implacável que se pode imaginar.

O inferno prova que Deus não é bom nem misericordioso – a existência de um Deus
de bondade é incompatível com a existência do inferno.

E de duas uma: ou o inferno não existe, ou Deus não é infinitamente bom.

ESTE É O FAMOSO E CONTUNDENTE ARGUMENTO DO INFERNO.

Pense novamente amigo crente cristão: Você não é Deus (eu tenho que lembrá-lo),
nem é todo-poderoso e infinitamente bom ou infinitamente sábio, mas com certeza se
lhe perguntasse se você gostaria que seu pior inimigo ou a pessoa mais má ou mal
intencionada do mundo sofresse um tormento eterno para sempre, eu tenho certeza
que você como um ser humano pensante, nobre e piedoso, não aceitaria. Agora
imagine aplicar esse castigo eterno para uma boa pessoa que quebra um dos
mandamentos de Deus, qualquer que seja, dizer "Ser ateu" (não crer em Deus), a
pessoa que se afirma ateia está a violar seguramente, nada menos que um grande
mandamento: "Amar a Deus sobre todas as coisas", porque de acordo com o seu
Deus que é todo amor e misericórdia, essa pessoa, não importa se é um cidadão
exemplar e respeitável, irá inevitavelmente ao inferno para sofrer o tormento eterno e
a dor eterna. Tenho certeza que você não gostaria desse destino para mim ou
qualquer dos meus colegas. Neste sentido, você é muito superior em bondade e
misericórdia, que o seu próprio Deus. Em outras palavras, você é mais perfeito que
Deus.

Claro, muitos dos crentes argumentam com a desculpa clássica e batida: "Nossa
mente não pode compreender o plano de Deus. Ele sabe por que faz as coisas dessa
maneira.” Nós já dissemos antes que SIM, se pode conhecer a mente e a vontade de
Deus. Não podemos passar a vida toda simplesmente atribuindo nossa ignorância às
barbaridades que (segundo a própria Bíblia) sabemos que Deus é capaz de fazer.
97
Um grande grupo de cristãos tem um conceito do inferno diferente do que a Bíblia diz.
Muitos não acreditam na existência literal do Inferno como um lugar de tormento
eterno, isso, obviamente, porque contradiz as características de bondade e
misericórdia de Deus. Protestantes chamados "Testemunhas de Jeová” dizem isso.
Segundo eles a punição para os pecadores após a morte e o julgamento é a total
escuridão, a morte eterna. O pecador é apenas "desligado". Uma espécie de "sono
sem sonhos." Este conceito de inferno é muito parecido com a ideia de que tem
alguns ateus sobre o que acontece após a morte (inclusive eu). Então... Qual é a
punição? Não ser capaz de desfrutar dos benefícios e da alegria que nos daria o
paraíso. Para mim, pessoalmente, isso não faz sentido, já que ao estar morto e sem
consciência não se pode estranhar ou desejar nada. Parece absurdo da mesma forma.

Muitos outros (como os entrevistados abaixo) têm a convicção de que o inferno que
os pecadores precisam passar é precisamente esta vida que vivemos agora na terra.
Que eu acho que é quase tão absurdo como no caso anterior, porque se isso fosse
verdade tanto bondosos como maldosos iriam sofrer as punições do inferno, então
não faz sentido tentar ser bom se ele iria sofrer as mesmas sanções.

Aqui estão algumas respostas dos crentes cristãos à pergunta:

Você acha que existe inferno?

__________

Eu acredito em Jesus Cristo, e Ele disse que o inferno existia, mas disse que está
preparado para o diabo e seus anjos, não para nós. Mas, se decidimos não aceitar a
salvação que Deus nos dá por meio Dele, então iremos aquele lugar, mas não está
preparado para nós por Deus.

__________

claro que existe e a Bíblia o diz, mas há muitos que estão enganados pelo demônio
fazendo-lhes pensar que ele, o Diabo não existe, e muito menos o inferno

o que não existe é o Purgatório

__________

é claro. Há o bem e há o mal, há o preto e há o branco, há céu e há inferno, a Bíblia o


menciona muitas vezes. Isso não significa que seja um lugar físico onde as almas são
enviadas, pois as almas não têm corpo.

__________

Aqui na terra, neste mesmo lugar de onde fazendo chegar essa mensagem, aí onde
você está e os outros: a cada dia alguém morre de fome a cada dia há uma guerra,
todos os dias há desastres. Todos os dias há seres humanos que exploram os seus
semelhantes, todos os dias de cada ano, de todos os tempos este é o inferno no qual
vivemos.

__________

98
Muitos dizem que o inferno não existe, ainda há religiões que negam, mas a verdade
é que segundo a Bíblia é um lugar real.

Aqueles que negam que são como os que te convidam às drogas, que te dizem: Não,
vai te acontecer nada e podes deixar quando quiser etc. a piada é que quando você
perceber estás metido até o pescoço e nem sequer pode ver uma saída e vai dizer,
porque você nunca escutei os que disseram que as drogas matam?

Não se explicar, mas garanto-vos que o inferno se ela existir.

__________

O chamado "inferno" é um termo abstrato para definir a sepultura comum da


humanidade.
Usamos o "inferno" para indicar que as pessoas estão mortas, não pensam ou sofrem.

Se você ou eu, ou alguém morre, de diz que "vai" para o inferno.

Deus vai ressuscitar todos os mortos estão no inferno.

__________

Eu acredito em céu e inferno, mas o inferno não me motiva a ser bom, para mim o
inferno é lá para os pecadores Eu sou guiado pela palavra de Deus e da Igreja.

__________

É interessante como de maneira breve e resumida a religião católica, nos descreve o


inferno e suas características. Vale a pena ler:

1. O que é o inferno? É chamado inferno o destino daqueles que morrem em pecado


mortal. É a sentença condenatória do julgamento de Deus. É a situação de punição e
sofrimento que aqueles que morreram sem se arrepender dos pecados graves.

2. Qual é a punição no inferno? Os sofrimentos do inferno são eternos, nunca


acabam, e geralmente se dividem em dois tipos:

* Pena de dano. - Separação de Deus, bem supremo. É o mais trágico do inferno.

* Pena de sentido. - Graves sofrimentos que incluem a presença e ódio de demônios e


outros condenados. É mencionado com um fogo especial.

3. Quem está agora no inferno? Agora, sofrem com esta situação, os homens que
morreram sem se arrepender de seus pecados e demônios. Entre os demônios se
conhece um particularmente malvado chamado de Satanás. Entre os condenados não
tem certeza do nome de ninguém, nem se sabe os nomes daqueles que estão no céu,
exceto os santos reconhecidos pela Igreja. Vários santos mencionar visões sagradas
de homens e demônios condenados no inferno, mas não dão nomes específicos.

4. “O Inferno é um autocondenação”? É em parte é uma autocondenação, pois cada


pessoa toma decisões deliberadas que levam a essa situação. Em parte, é uma
sentença divina (julgamento), porque o Senhor estabeleceu assim.
99
5. Se Deus é bom e misericordioso, como existe inferno? Este tema tem sido muito
discutido.

Vamos dar algumas respostas:

* Deus quis que a liberdade humana fosse real, de modo que não dá no mesmo fazer
o bem ou o mal. As nossas decisões determinam nosso destino.

* A bondade e a misericórdia divinas se mostram nas abundantes facilidades previstas


para a nossa salvação. Por exemplo: perdoar os pecados várias vezes, toda vez que
recebemos o sacramento da confissão. Estes meios de salvação custaram sua paixão
e morte na Cruz.

* Provavelmente as dores do inferno são inferiores às que merecem os pecados.

6. Poderia ser o inferno de duração limitada? Os Anjos tem uma vontade muito forte e
as suas decisões são finais. Por isto os diabos não pode se arrepender das decisões do
mal que fizeram. O mesmo acontece com as almas dos condenados: Após a morte de
sua vontade agora é firmemente direcionadas para o mal e não podem se arrepender.

Fonte: http://www.ideasrapidas.org/infierno.htm

Amigos cristãos, nós ateus não acreditamos no inferno ou qualquer lugar de tormento
eterno. A lógica e o senso comum nos impedem de ter essa crença. É claro que
gostaríamos que os criminosos e bandidos que povoam este mundo tenham a sua
punição.

Vemos com angustia e impotência como muitas pessoas de coração perverso e


provada maldade vivendo por muitos anos em abundância e completamente fora da
lei, enquanto nós também comprovamos que pessoas boas sofrem muitas dificuldades
e muitos problemas para enfrentar a vida.

É muito injusto, e não há nada que garanta que os maus ao morrer recebam uma
punição compatível com seus crimes. E pensar que o inferno os espera é
simplesmente o nosso desejo de justiça ampliado. Qual seria a solução para isso?
Infelizmente temos que confiar e tentar melhorar os métodos da justiça humana,
decisões mais rápidas e mais eficazes. Infelizmente os nossos métodos de punição
para os infratores da lei é a prisão, a pena de morte (em partes) e até mesmo
tortura... Cada uma delas com seus prós e contras, e suas respectivas controvérsias.

Prova 10: O problema do mal

É o problema do mal que me fornece material para o meu último argumento contra o
Deus-Governador, e, simultaneamente, para o meu primeiro argumento contra o
Deus-justiceiro.

100
Eu não digo que a existência do mal – mal físico e mal moral – seja incompatível com
a existência de Deus; o que digo é que é incompatível com o mal a existência de um
Deus infinitamente poderoso e infinitamente bom.

O argumento é conhecido, ainda que o não seja senão pelas múltiplas refutações –
sempre impotentes – que se lhes tem apresentado. Remontam-no a Epicuro. Tem,
portanto, mais de vinte séculos de existência: mas, por velho que seja, conserva
ainda todo o seu vigor. Esse argumento é o seguinte:

O mal existe. Todos os seres sensíveis conhecem o sofrimento. Deus, que tudo sabe,
não pode ignorá-lo. Pois bem, de duas, uma: Ou Deus quer suprimir o mal e não
pode; ou Deus pode suprimir o mal e não quer.

No primeiro caso, Deus pretendia suprimir o mal, porque era bom, porque
compartilhava das dores que nos aniquilam, porque participava dos sofrimentos que
suportamos. Ah! Se isso dependesse dele! O mal seria suprimido e a felicidade
reinaria sobre a Terra…

Mais uma vez diremos que Deus é bom, mas não pode suprimir o mal.

No segundo caso, Deus podia suprimir o mal. Bastava que o quisesse para que o mal
fosse abolido. Ele é todo poderoso e não quer suprimir o mal; portanto, não é
infinitamente bom.

Aqui, Deus é todo poderoso, mas não é bom; lá, Deus é bom, mas não é todo
poderoso. Para admitir a existência de Deus, não basta que ele possua uma destas
perfeições: poder ou vontade. É indispensável que possua as duas.

Este argumento nunca foi refutado.

Entendamo-nos: ao dizer nunca foi refutado quero dizer que, racionalmente, ninguém
ainda conseguiu refutar, embora tenham tentado isso muitas vezes. A tentativa de
refutação mais conhecida é esta:

Vós apresentais em termos errôneos o problema do mal. É um equivoco atirar para


cima de Deus toda a responsabilidade. Bem, é certo que o mal existe – é inegável;
mas só o homem é responsável por ele. Deus não quis que o homem fosse um
autômato, uma máquina, que obedece cega e fatalmente. Ao criá-lo, Deus deu-lhe
completa liberdade – fez dele um ser inteiramente livre; e, conforme com essa
liberdade, que generosamente lhe outorgou, concedeu-lhe a faculdade de fazer dela,
em todas as circunstâncias, o uso que quisesse. E se o homem, em vez de fazer uso
nobre e justiceiro deste bem inestimável, faz dele um uso criminoso, porque seria
injusto: devemos acusar mais é o homem, o que é razoável.

Eis a clássica objeção. Quanto é que ela vale? Nada!

Eu explico-me: façamos distinção entre o mal físico e o mal moral. O mal físico é a
doença, o sofrimento, o acidente, a velhice, com o seu cortejo de vícios e
101
enfermidades; é a morte, que indica perda de seres que amamos. Há crianças que
morrem dias depois de seu nascimento sem conhecer outra coisa além de um
sofrimento permanente. Há uma enorme multidão de seres humanos para quem a
vida não é mais do que uma longa série de dores e aflições: para os quais seria
preferível que não tivessem nascido. E na ordem natural, as epidemias, os
cataclismos, os incêndios, as secas, as inundações, as tempestades, a fome e toda
essa enormidade de trágicas fatalidades que originam a dor e a morte.

Quem ousará dizer que o homem é o responsável por este mal físico? Quem não
compreende que se Deus criou o Universo, dotando-o com as formidáveis leis que o
regem, o mal físico não é senão uma destas fatalidades que resultam de um jogo
normal das forças da natureza? Quem não compreende que o autor responsável
destas calamidades é, com toda a certeza, quem criou o Universo e quem o governa?

Suponho que, sobre este ponto, não há contestação possível. Deus que governa o
Universo é o responsável pelo mal físico. Esta resposta seria suficiente, e, no entanto,
vou continuar.

Pretendo mostrar que o mal moral é tão imputável a Deus quanto o mal físico. Se
Deus existe, foi ele que presidiu à organização do mundo físico. Por consequência, o
homem, vítima do mal moral, como do mal físico, não pode ser responsável por um
nem por outro.

Vamos, pois, ver agora na terceira e última série de argumento, o que tenho a dizer
sobre o mal moral.

Para os Ateus este é o argumento que mais aludimos nas nossas discussões com os
crentes, e por sua vez, é um dos argumentos que oé mais dificil de responder por
aqueles que afirmam crer em Deus.

A declaração do problema é simples: se Deus é onipotente e infinitamente


bom. Por que há tanta maldade no mundo?

Veja como seria desenvolver uma conversa crente/ateu sobre o assunto:

- Ateu: Se Deus é onipotente e infinitamente bom... Por que há tanta maldade no


mundo?

- Crente: Não sei por que os ateus sempre usam essa questão para negar a Deus

- Ateu: Porque é uma questão muito válida que pode provar que Deus não é Todo-
Poderoso ou não ou não é bom.

- Crente: Antes de tudo devo dizer que Deus não é responsável pelo mal no mundo, é
o homem que ao pecar trouxe o mal ao mundo. Lembre-se que Deus nos criou para
ser perfeito. É o homem com seu orgulho e ganância, que permitiu que o mal
dominasse.

- Ateu: Bem, na verdade, se Deus é o responsável pelo mal, porque, em teoria, Deus
é responsável por tudo, recorda o ditatado que os cristãos costumam repetir sempre:
102
"Nem uma folha cai de uma árvore sem a autorização de Deus”... Se isso for verdade,
seria como dizer: "Nem um homem peca no mundo sem a autorização de Deus”.

- Crentes: Mas Deus não criou o mal. O mal é independente de Deus.

- Ateu: Esta afirmação não é de todo correta. A Bíblia diz em muitas ocasiões que
Deus é o criador do mal. Se você ler os versos a seguir, você vai perceber que Deus é
criador e do mal:

Êxodo 4

11 - E disse-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o


surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR?

Jó 30

23 - Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento determinada a


todos os viventes.

Jó 42

11 - Então vieram a ele todos os seus irmãos, e todas as suas irmãs, e todos quantos
dantes o conheceram, e comeram com ele pão em sua casa, e se condoeram dele, e o
consolaram acerca de todo o mal que o SENHOR lhe havia enviado; e cada um deles
lhe deu uma peça de dinheiro, e um pendente de ouro.

Isaías 45

6 - Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não
há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro.

7 - Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o SENHOR, faço
todas estas coisas.

Jeremías 18

11 - Ora, pois, fala agora aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém,
dizendo: Assim diz o SENHOR: Eis que estou forjando mal contra vós; e projeto um
plano contra vós; convertei-vos, pois, agora cada um do seu mau caminho, e melhorai
os vossos caminhos e as vossas ações.

Amós 3

6 - Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal


na cidade, sem que o SENHOR o tenha feito?

Além disso, lembrem que Deus é o Criador de todas as coisas, TODAS, pois se me
dizes que Deus não criou o mal, então existiu algo que Deus não fez isso, portanto,
quebrara premissa de ser o criador de tudo.
103
- Crente: Você não entende. É o homem o responsável.

- Ateu: Você sabe que simplesmente ignora o que eu estou dizendo?

- Crente: O quê?

- Ateu: Bem, esta conversa se tornou um pouco surreal... De volta para o pecado
original do homem, eu assumo que quando você diz que o homem é o responsável do
pecado estás admitindor a existência desses seres como Adão e Eva e, ao mesmo
tempo aceitando que todas as histórias do Gênesis são corretas e verdadeiras.

- Crente: É claro que havia Adão e Eva. A Bíblia diz isso.

- Ateu: Ok, com base nisso e se o mal entrou no mundo por causa do pecado original,
por acaso Deus não sabia que Adão e Eva pecariam?

- Crente: Bem, Deus sabia, ele é onisciente. Mas lembre-se que também nos deu o
livre arbítrio. Eles poderiam escolher não pecar

- Ateu: Espere, Deus sabia que eles pecariam, mas ao mesmo tempo eles
escolheram. Como podem escolher algo que Deus já sabia que aconteceria? Não é
uma contradição?

- Crente: É para alguns isso pode parecer estranho, mas lembre-se, Deus tem suas
razões para fazê-lo, jamais simples humanos como nós podemos compreender suas
decisões.

- Ateu: Deixe-me adivinhar, você diz: "Os caminhos de Deus são misteriosos" e que
suas dúvidas levarás ao seu líder espiritual da igreja.

- Crente: Claro...! Vejo que você está já compreedendo como Deus trabalha. Ainda
bem que o Espírito Santo começa a iluminar o seu entendimento...

Vejamos o que diz a doutrina católica sobre a existência do mal:

57. Se Deus é onipotente e providente, então porque existe o mal?

A pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, sobre a existência do mal só se pode


responder a partir do conjunto da fé cristã. Deus não é de modo algum, direta ou
indirectamente a causa do mal. Ele ilumina o mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo
que morreu e ressuscitou para conquistar o grande mal moral que é o pecado dos
homens e que é a raiz dos outros males. (Catecismo da Igreja Católica, # 309-310
324, 400)

58. Por que Deus permite o mal?

A fé nos dá a certeza de que Deus não permitiria o mal se não fizesse sair o bem do
próprio mal. Deus fez isso admiravelmente e com a morte e ressurreição de Cristo: de
104
fato, do maior mal moral, a morte de seu Filho, Deus trouxe o maior bem, a
glorificação de Cristo e a nossa redenção. (Catecismo da Igreja Católica, 311-314 #
324)

(Extraído do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica)

É realmente incrível como os fiéis não só tentam justificar a existência do


mal no mundo, mas tratam de transformar Deus num ser bom e perfeito em
qualquer situação. Essas declarações só são aceitas por aqueles que por "fé"
QUEREM aceitá-las.

Leia um pouco mais:

Porque, se Deus nos ama coisas ruins acontecem?

Certamente, Deus nos ama e nos ama muito, muito mais do que podemos imaginar,
porque Ele nos ama infinitamente. Mas acontece que às vezes acreditamos que Deus
não nos ama porque Ele não nos ama como nós acreditamos que ele deve nos amar.

Na realidade o que acontece é que estamos pensando a mesma coisa quando éramos
crianças e nossos pais não nos davam tudo o que queríamos e isso era motivo de
reclamações de nossa parte. Ou estamos agindo como quando nos proíbem alguma
coisa e não gostamos. Ou quando nos causavam uma dor necessária para curar uma
enfermidade: um medicamento desagradável, um tratamento doloroso etc.
Protestávamos contra essas coisas “más” que eram na realidade eram boas.

Deus é Pai também. E é um Pai amantíssimo que é infinitamente mais sábio do que
nossos pais terrenos. Só Ele sabe o que é melhor para nós. E às vezes as coisas que
consideramos "más" são o oposto: muito boas. Talvez muito melhor do que aquelas
que consideramos "boas".

Não podemos medir as coisas de Deus com medidas terrenas, mas como a medida da
eternidade. Deus sabe melhor do que nós. Se os nossos pais sabiam o que era mais
adequado a nós quando crianças, como não confiar que Deus é quem sabe do que
melhor convém a cada um de nós!

O problema é que os planos de Deus são em longo prazo, em muito longo prazo, são
para a eternidade. E queremos reduzir Deus ao nosso tempo que é muito curto,
curtíssimo. Queremos reduzir a Deus a esta vida terrena, que é muito curtinha,
quando comparada com a vida na eternidade.

Para entender, ainda que pouco os planos de Deus, devemos começar a ver a nossa
vida aqui na terra com os olhos da eternidade. Assim, talvez possamos começar a
compreender como os planos de Deus fazem sentido e como as coisas que nós
acreditamos "ruins" não são tão ruins, mas boas.

Como é difícil para nós aceitar o sofrimento, a doença! E no plano de Deus muita coisa
provém do sofrimento. Vejamos Jesus Cristo: o seu sofrimento nos trouxe a salvação.
105
Pela morte de Cristo todos temos direito a uma vida de felicidade completa e total por
toda a eternidade.

Com certeza não foi assim o começo. Deus não criou os seres humanos para o
sofrimento. Mas ao nos opormos a Deus pelo pecado entrou no mundo o sofrimento, a
morte e a doença. E Deus que é infinitamente bom, muda as coisas “más” em boas,
muda o sofrimento em lucro para a vida eterna.

O sofrimento é um mistério. Como qualquer mistério não pode ser explicado de forma
satisfatória. Só vamos entendê-lo depois desta vida. Lá na eternidade
compreenderemos os planos de Deus muito melhor do que agora. Enquanto isso,
confiamos em Deus. É Ele que sabe.

Amigo crente é certo e inquestionável que coisas ruins e desagradáveis acontecem e


seguiram acontecendo sempre. Há coisas que nos acontecem e vemos como o mal,
quando na realidade não são mais que "efeitos colaterais" das consequências que
inevitavelmente ocorrem em desastres naturais. Não podemos culpar o homem de
terremotos e vulcões. Ele simplesmente age e agirá a natureza. Simplesmente nós
somos afetados por esse comportamento. O homem é sim responsável por muitas
coisas ruins que nos ocorre: assassinatos, roubos, terrorismo, conspiração, atos
contra a natureza, e todos os males gerados pela mente e ação humana. E o homem
como responsável por esses males deveria ser também o responsável pela solução
deles com ações efetivas e aplicáveis. Esperar que algum ser divino e invisível
resolvesse ou que ao menos nos ajudasse a resolver nossos problemas é
simplesmente ingenuidade. Tudo isso sem falar que muito do mal que tem sido
ocorrido na história da humanidade foi criada precisamente por esse tipo de crença
em seres divinos, chamados deuses.

Nós os homens pensantes deveríamos aceitar e realizar as seguintes coisas para


melhorar o "mal" que existe no mundo: Em primeiro lugar, aceitar que, quando a
natureza age pode nos afetar negativamente. E, segundo, parar de culpar e buscar
soluções em Deuses e aceitar de uma vez por todas a nossa responsabilidade e agir
de maneira correta e eficiente para corrigi-las. E deixar de dar valor a “vozes” em
nossa cabeça, a escritos de um livro velho ou à voz de algum fanático religioso.

106
TERCEIRA PARTE – CONTRA O DEUS JUSTICIERO

Prova 11: O homem não pode ser castigado nem recompensado

Que somos nós? Presidimos às condições de nosso nascimento? Fomos consultados


sobre se queríamos nascer? Fomos chamados a traçar o nosso destino? Tivemos,
sobre qualquer destas questões, voz ou voto?

Se cada um de nós tivesse voz e voto para escolher, desde o nascimento, a saúde, a
força, a beleza, a inteligência, a coragem, a bondade, etc…, seguramente que todos
estes benefícios teríamos nos outorgado. Cada um de nós seria, então, em resumo de
todas as perfeições, uma espécie de Deus em miniatura.

Mas, afinal, que somos nós? Somos aquilo que queríamos ser? Não,
incontestavelmente não.

Na hipótese Deus, somos – visto que foi ele que nos criou – aquilo que ele quis que
fôssemos. Deus, ao ser livre, podia não nos ter criado. Ou podia ter-nos criado mais
perfeitos, já que ele é bom. Podia ter nos dotado de todos os dons físicos, morais e
intelectuais, virtuosos, bem comportados, excelentes, etc. porque é todo poderoso.

Pela terceira vez: Que somos nós? Somos o que Deus quis que fôssemos, visto que
ele criou-nos segundo o seu capricho e o seu gosto.

Não se pode dar outra resposta a esta pergunta admitindo-se que Deus existe e Ele
nos criou. Com efeito, foi Deus que nos deu os sentidos, as faculdades de
compreensão, a sensibilidade, os meios de perceber, de sentir, de raciocinar, de agir.
Ele previu e desejou determinar as nossas condições de vida; coordenou as nossas
necessidades, os nossos desejos, as nossas paixões, as nossas crenças, as nossas
esperanças, os nossos ódios, as nossas ternuras, as nossas aspirações. Ele concebeu
e preparou o meio em que vivemos, determinou todas as circunstâncias que, a cada
momento, movem a nossa vontade e determinam nossas ações.

Perante este Deus formidavelmente dotado, o homem é, portanto, irresponsável.

Ele que não está sob a dependência de ninguém é eternamente livre; o que está um
pouco sob dependência de outro é um pouco escravo, só é livre pela diferença; o que
está muito sob a dependência de outro é muito escravo, e não é livre senão para o
resto; enfim, o que esta em absoluto sob a dependência de outro, é totalmente
escravo, não gozando de nenhuma liberdade.

O homem existe como escravo da vontade divina e, sua dependência é tanto maior
quanto mais longe está de seu Mestre.

107
Se Deus existe, só ele sabe, pode e quer, só ele é livre. O homem não sabe nada, não
pode nada, não vale, sua dependência é completa. Se Deus existe, ele é tudo – o
homem, nada.

O homem, submetido a esta escravidão, aniquilado sob a dependência, plena e


completa de Deus, não pode ter nenhuma responsabilidade. E, se o homem é
irresponsável, não pode ser julgado.

Todo o julgamento implica um castigo ou uma recompensa; mas os atos de um


irresponsável, não possuindo nenhum valor moral, estão isentos de qualquer
responsabilidade.

Os atos de um irresponsável podem ser úteis ou prejudiciais. Moralmente não são


bons nem maus, como não são meritórios nem responsáveis; julgados
equitativamente, não podem ser recompensados nem castigados.

Portanto, Deus, erigindo-se como justiceiro, castigando e recompensando o homem


irresponsável, não é mais do que um usurpador, que se arroga um direito arbitrário,
usando dele contra toda a justiça.

Do que foi escrito, concluo:

a) Que a responsabilidade do mal moral é imputável a Deus, como igualmente lhe é


imputável à responsabilidade do mal físico;

b) Que Deus é um juiz indigno, porque, sendo o homem irresponsável, não pode ser
castigado nem recompensado.

Nós somos o que Deus quer que sejamos. Estamos sujeitos inteiramente à sua
vontade. Como o ditado popular: "Seja o que Deus quiser!" Sem dúvida, para o
crente, Deus é o guia e o motor da nossa vida até o ponto em que poderíamos ser
considerados seus marionetes ou brinquedos favoritos.

A escutar estas palavras, a maioria dos cristãos vai argumentar quase gritando: "Nós
não somos marionetes de Deus, temos livre arbítrio." Nós já conversamos sobre isso
de que o “homem decidiu seu destino" é uma completa contradição com onisciência
de Deus e com o nosso futuro que já foi escrito por ele desde sempre.

A Bíblia fala claramente de um "livro da vida" muito falado no livro do Apocalipse.

Se Deus fosse justo, todos os seres humanos seriam iguais. Embora se diga que
"somos todos iguais aos olhos de Deus", vemos que na prática não é assim, veja
como parece que Deus favorece algumas e, definitivamente, vira as costas para
outras, a tal ponto que com algumas pessoas honestas e visivelmente de bom
coração, parece que Deus perdeu o juízo e faz questão de proporcionar-lhes uma vida
mais dura e dolorosa.

108
Ainda vemos com espanto que em muitas ocasiões, muitos dos provados e
oficialmente "filhos de Deus" membros de religiões que dizem que seus membros são
"salvos", parece que Deus lhes coloca difíceis levando-os a uma vida de sofrimento e
miséria. Às vezes, a sua fé e seu amor a Deus não parece ajudar a tornar a vida mais
alegre e feliz. E, ao contrário, os homens de reconhecida maldade parecem ser
recompensados com riqueza e felicidade até o fim de sua vida (lembrem-se, muitos
políticos e alguns presidentes de países conhecido). O consolo desta situação para o
abnegado crente é "Deus vai lhes dar uma punição apropriada após a morte." Que
esperança ingênua!

Leia algumas impressões de crentes comuns sobre a justiça e a equidade de


Deus.

Pergunta: Deus é justo?

Este é um mundo transitório. Estamos nele só para melhorarmos como ser humano e
como espírito que, em última análise é a essência. É um mundo de erros e habitado
por gente muito equivocada, entre as quais estamos nós, com mais ou menos erros
que os demais. O livre arbítrio torna possível enganar, ser hipócrita, mentiroso, etc.
Somos nós que fazemos nossa vida impossível e, em seguida queremos que deus
solucione tudo. Em primeiro lugar, se Deus aplicasse algum tipo de justiça, deveria
castigar alguns e Deus não castiga, se o fizesse quase todos seriam punidos e
ninguém é punido, pelo menos por Deus, e sim por nossos caprichos, imperfeições e
falta de e falta de fraternidade. A outra coisa é que o que temos de aperfeiçoar neste
mundo é o nosso espírito não nossa matéria.

Qualquer cristão sabe que a matéria é transitoria e o espírito permanece. Por último,
se Deus intervisse faria acepção entre uns e outros. Você me dirá que há muitos que
são maus. Sim precisamente, esta é uma das muitas oportunidades que lhes dá o
bem, se não a aproveitam seguem sendo responsáveis, aumentando o seu sofrimento
e prejudicando outras pessoas. Se a ti te tocou ser dos outros, dos que não fazem o
mal ou são justos e tratam de melhorar, bom para ti, está aproveitando esta vida e
semeando um futuro de pureza espiritual. E talvez os outros seres precisem mais de
ajuda do que a punição, pois só estão retardando em seu próprio desenvolvimento.

Fonte (s): Faculdade de Ciências basilio espiritual.

________________

Não vejas dessa forma, mas desta:

Todo o mal existe para apreciar as coisas boas.

Deus não decide por nós, nós criamos nosso destino com base em nossas desisões.

Fuente(s): eu mesmo

________________

109
Deus é como um pai, ele deixa que seus filhos cometam seus próprios erros para que
assim aprendam com eles. Deus é justo e bom. É amor.

________________

Claro que sim, deus é amor, só que as vezes tem que castigar os filhos quando se
portam mal.

________________

Ainda que assim seja, Deus é justo e bomdoso de qualquer forma.

________________

Amigo, SIM, Deus é justo e sua justiça é para sempre. E Deus fez uma criação pura e
justa para um homem que era espírito e era bom, mas o homem exigiu viver nas
condições que tu apresenta, portanto essas condições desastrosas de viver são as
condições que nós escolhemos. E que culpa tem Deus se alguns escolheram nascer
em berçs de outro e outros na miséria? Que culpa tem Deus das enfermidades, da
dor, da aflição e da morte? O presente m undo não representa em nada o mundo que
Deus criou para o homem viver. Quando chegamos neste mundo temos a opção de
buscar a Deus, mas desafortunadamente não o buscamos. ///QUE PODE FAZER DEUS
ALÉM DE VER COMO NOS DESTRUÍMOS? Ele tem uma solução/// Um mundo melhor e
este presente mundo será destruído com fogo, agora não será com ágoa, mas com
fogo e depois deus estabelecerá seu novo mundo com todas as pessoas de todas as
gerações que o buscaram e aceitaram/// Essa é a verdade.!!!

________________

Os que nascem com enfermidades são assim porque Deus quer e isso temos que
respeitar e cuidado para não dizer que são erros porque Deus não comete erros como
os deficientes. Os da áfrica estão assim por nossa culpa porque o mundo está mal
organizado com uns países tão ricos e outros tão pobres, porém não por culpa de
Deus e sim por culpa do pecado humano porque muitos só pensam em ter dinheiro (e
eu me incluo), comprar um carro, uma casa...sem parar para pensar que há pessoas
que não tem nem o que comer. Todas essas pessoas que vivem na rua não é por
injustiça de Deus, mas por milhares de motivos, mas não por culpa de Deus porque
Deus é amor. Isso de pessoas que vivem na rua é injustiça e eu não penso nunca que
é injustiça de deus. Recorda que Deus é amor e nunca nos dá carga que não podemos
suportar. Ainda que há coisa que não podemos entender como as pessoas que vivem
na rua lembra que NADA é por culpa de Deus, lembra que sua máxima expressão de
amor foi quando mataram seu fliho e pagou por nossos pecados. Deus nos ama e não
quer nada de mal para seus filhos amados. Saudações!

___________

110
A única coisa que te posso dizer é que quem se atreve a por em dúvida a justiça
divina, tem que pedir perdão por suas palavras já que se Deus não fosse justo este
mundo não funcionaria desta forma.

Agora leia um tipo de louvor ou um poema dedicado a Deus e a sua justiça infinita. Eu
imagino que para os fieis estas palavras são reveladores, brilhantes e gratificantes,
mas para mim e acho que para muitos incrédulos que nos fará esboçar um sorriso
eleve negação com a cabeça ao descobrir o absurdo do parágrafo e o absurdo de que
algumas pessoas o achem iluminador.

Deus é justo

Deus é um Deus muito justo, misericordioso e amoroso.


Trata seus filhos com muito amor, tolerância e paciência.
Porém o faz com firmeza e às vezes rigorosamente, se necessário.
É um Deus de amor e também um bom pai que sabe nos castigar por nossos erros.
Às vezes nos golpeia com a vara do pastor para nos fazer marchar pelo caminho reto
ou para deixarmos o caminho errado.
E ainda que os açoites de Deus ás vezes sejam difíceis de aceitar, é demonstração de
Seu amor, um castigo necessário que nos faz bem se nos ajuda a corrigir-nos e assim
recuperar a harmonia com o Senhor e nossos semelhantes.
Muitas vezes nos castiga para nos submetermos a Ele, para nos humilhar e nos fazer
mais obedientes, contritos e submissos à sua vontade.
“E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu,
não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores
repreendido;”
“Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.” (Heb.
12:5,6)
Os açoites de Deus demonstram Seu amor!
Demos graças a Deus por sua vara de castigo, que todos temos experimentados se
somos filhos.
Que reconfortante é saber que somos Seus filhos!
http://www.motivaciones.org/ctosediosesjusto.htm

Sabemos muito bem que segundo nosso comportamento só temos duas opções de
castigo/recompensa: paraíso ou inferno. Porém Deus não pode e não deveria castigar-
nos por nossos atos já que, segundo o que sabemos de Deus, tudo o que ocorre é
simplesmente sua vontade. Deus não deveria nos castigar se simplesmente
cumprimos o que ele quer que façamos, assim como seria injusto se nos premiasse
por fazer o que ele já sabe que faríamos (tudo isso de acordo com a sua qualidade de
ONISCIENTE). Portanto isso de recompensas e castigos é uma falácia vulgar ou uma
piada de mau gosto de Deus. Amigo crente, DEUS NÃO PODER SER AO MESMO
TEMPO JUSTO, BONDOSO E TODO PODEROSO, já que essas características ou bem se
contradizem de maneira fulminante ou, se são certas, todos os seres humanos
viveriam em um mundo onde as coisas boas e más seriam distribuídas igualmente
entre todos. A amarga realidade da vida nos faz refletir sobre se essas qualidades que
deus alega possuir as têm todas ao mesmo tempo. Ou Deus só é Todo Poderoso
111
ocasionalmente (como quando criou o mundo) ou só é Onisciente em certas ocasiões
(como quando escuta nossas orações). Sob essa perspectiva não seria tão absurdo
crer em um Deus que só é Perfeito em raras ocasiões.

Prova 12: Deus viola as regras fundamentais de equidade

Admitamos por um instante que o homem é responsável, e veremos como, dentro


desta hipótese, a justiça divina viola constantemente as regras mais elementares da
equidade.

Se admitirmos que a prática da justiça não possa ser exercida sem qualquer
penalização e sem que o magistrado a estabeleça, há, portanto méritos ou
culpabilidade e deve haver castigo e rcompensa.

O magistrado que melhor pratica a justiça é aquele que proporciona o mais


exatamente possível a recompensa ao mérito e o castigo à culpabilidade. E o
magistrado ideal, impecável, perfeito, seria aquele que estabelece uma relação
rigorosamente matemática entre o ato e a sansão. Eu penso que esta regra elementar
de justiça é aceita por todos.

Pois bem, Deus, distribuindo o Céu e o Inferno, finge conhecer esta regra e viola-a.

Qualquer que seja o mérito do homem, esse mérito é limitado (como é o próprio
homem); e, no entanto, a sanção da recompensa não o é: o Céu não tem limites,
ainda que não seja apenas pelo seu caráter de perpetuidade. Qualquer que seja a
culpabilidade do homem, esta culpabilidade é limitada (como é o próprio homem); e,
no entanto, o seu castigo não o é: o Inferno o é: o Inferno é ilimitado, julgado seu
caráter de perpetuidade.

Logo, não existe relação entre o mérito e a recompensa, e há uma desproporção entre
o castigo e a falta: já que o mérito e a falta são LIMITADOS, enquanto que a
recompensa e o castigo são ILIMITADOS. Desproporção sempre.

DEUS VIOLA AS REGRAS MAIS FUNDAMENTAIS DA EQUIDADE.

Finda aqui a minha tese. Resta-me apenas recapitulá-la e conclui-la.

Recapitulação

Prometi uma demonstração terminante, substancial, decisiva, da inexistência de Deus.


Creio poder afirmar que cumpri esta promessa.

Não percais de vista que eu não me propus dar-vos um sistema do Universo que
tornasse inútil todo o recurso à hipótese de uma Força sobrenatural, de uma Energia
ou de uma Potência extra mundo, de um Princípio superior ou anterior do Universo.
Tive a lealdade, como era o meu dever, de vos dizer com toda a franqueza:

112
apresentado assim, o problema não admite, dentro dos conhecimentos humanos,
nenhuma solução definitiva; e que a única atitude que convém aos princípios
refletidos e razoáveis é a expectativa.

O Deus que eu quis negar e do qual posso dizer que neguei a possibilidade é o Deus,
é o Deus das religiões, o Deus Criador, Governador e Justiceiro, o Deus infinitamente
sábio, poderoso, justo e bom, que os padres e os pastores se jactam de representar
na Terra e que tentam impor a sua veneração.

Não há, não pode haver equívoco. E este Deus que é preciso defender dos meus
ataques.

Toda a discussão sobre outro terreno – e previno-vos disto, porque é necessário que
vos ponhais em guarda contra as insídias do adversário – será apenas uma diversão,
e, ainda mais: a prova provada de que o Deus das religiões não pode ser defendido
nem justificado.

Provei que Deus, como criador, é inadmissível, imperfeito, inexplicável; estabeleci que
Deus, como governador, é inútil, impotente, cruel, odioso, despótico; demonstrei que
Deus, como justiceiro, é um magistrado indigno, pois que viola as regras essenciais da
mais elementar equidade.

Conclusão

Tal é, portanto, o Deus que, desde tempos imemoriais, nos tem ensinado e que ainda
hoje se ensina às crianças, tanto nas escolas como nos lares. E que de crimes se tem
cometido em nome dele! Que de ódios, guerras, calamidades tem sido furiosamente
desencadeados pelos seus representantes! Esse Deus de tanto sofrimento não tem
sido a causa! E quanto mal provoca ainda hoje!

Há quantos séculos a religião traz a humanidade curvada sob a crença, espojada na


superstição, prostrada resignadamente!

Não chegará jamais o dia em que, deixando de crer na justiça eterna, nas suas
sentenças imaginárias, nas suas recompensas problemáticas, os seres humanos
começam a trabalhar com um ardor infatigável pelo vento de uma justiça imediata,
positiva e fraternal sobre a Terra? Não soará jamais a hora em que, desiludidos das
consolações e das esperanças falazes que lhes sugere a crença de um paraíso
compensador, os seres humanos comecem a fazer do nosso planeta do Éden de
abundância, de paz e de liberdade, cujas portas estejam fraternalmente abertas para
todos?

Há muito tempo que o contrato social é inspirado num Deus sem justiça, como há
muito tempo que ele se inspira numa justiça sem Deus. Há muito tempo que as
relações entre os países e os indivíduos dimanam num Deus sem filosofia, como há
muito tempo que elas dimanam uma filosofia sem Deus. Há muitos séculos que
monarcas, governos, castas, padres, condutores do povo e diretores de consciências,

113
tratam a humanidade como um vil rebanho de cordeiros, para, em último lugar,
serem esfolados, devorados, atirados ao matadouro.

Há séculos que os deserdados suportam passivamente a miséria e a servidão, graças


ao milagre procedente do Céu e à visão horrorosa do inferno. É preciso acabar com
este odioso sortilégio, com esta burla abominável.

Tu, leitor, que me lês, abres os olhos, examina, observa, compreende. O Céu de que
te falam sem cessar; o Céu com a ajuda do qual procuram insensibilizar a tua miséria,
anestesiar os teus sofrimentos e afogar os gemidos que, apesar de tudo, saem do teu
peito, é um Céu irracional, um Céu deserto. Só o seu inferno é que é povoado, que é
positivo.

Basta aos lamentos: os lamentos são vãos! Basta de prosternações: as prosternações


são estéreis! Basta de preces: as preces são impotentes!

Levanta-te homem! E, direito, altivo, declara guerra implacável a Deus que, há tanto
tempo, impõe aos teus irmãos e a ti próprio uma veneração embrutecedora!

Desembaraça-te deste tirano imaginário e sacode o jugo dos indivíduos que


pretendem serem os representantes dele na Terra!

Mas, lembra-te bem, que, com este gesto de libertação, não terás cumprido senão
uma das tarefas que te incumbe.

Não te esqueças de que de nada servirá quebrar as cadeias que os Deuses


imaginários, celestes e eternos, têm forjado contra ti, se não quebrares igualmente as
cadeias que, contra ti, tem forjado os Deuses passageiros da Terra.

Estes Deuses giram em torno de ti, procurando envilecer-te e degradar-te. Estes


Deuses são homens como tu.

Ricos e governantes, estes Deuses da Terra tem-na povoado de inúmeras vítimas, de


tormentos inexplicáveis.

Possam, enfim, um dia, os condenados da Terra insurgirem-se contra os seus


verdugos, para fundarem uma Cidade na qual não possa haver destes monstros.

Quando te tiveres emancipado dos Deuses do Céu e da Terra, quando te tiveres


desembaraçado dos chefes de cima e dos chefes debaixo, quando tiver levado a
pratica este duplo gesto de libertação, então, mas então somente, ó meu irmão,
sairás do Inferno em que te encontras para entrar no Céu que tu realizarás! Deixarás
as trevas da tua ignorância, para abraçar as puras claridades da tua inteligência,
desperta, já, das influências letárgicas das religiões!

114
A justiça humana é muito clara com respeito às magnitudes das transgressões às leis.
“Equidade”. Tratar de que o infrator pague as consequências dos seus atos com um
castigo equivalente. Daí que um simples roubo poderia nos custar um par de anos na
prisão e um assassinato uma pena muitíssimo maior. Claro que a dimensão e dureza
do castigo dependerão do país e da cultura que o aplique. Alguns nos parecerão
extremamente rigorosos e outros brandos. Porém em termos gerais são equivalentes
ao delito cometido.

Em nível de Deus não funciona assim. Para Deus, que em teoria é infinitamente justo,
todos os delitos tem o mesmo castigo, o “inferno” ou a pena correspondente. Dou um
exemplo: a pessoa pode ter sido um excelente ser humano, inclusive um cristão
exemplar, porém se antes de morrer incorre em algum “delito” Bíblico menor e não se
arrepende, irá seguramente ao inferno sem importar a insignificância da infração.

Ou um ateu decente, como a grande maioria. Um ateu que levou uma vida exemplar,
inatacável de qualquer ponto de vista, cujo único delito, que o levará ao inferno, é não
crer em um ser que a todas as luzes é irracional e de existência improvável.

Amigo crente é justo isso? É digno de um ser infinitamente justo castigar a todos da
mesma forma sem importar a intensidade do delito?

Imagino que sua resposta será: “Deus sabe o que faz” ou “Nunca entenderemos as
razões de Deus”.

****

Alguns crentes defendem que Deus planejou uma forma de limpar os pecados
pequenos antes de entrar no paraíso. Disso surge o conceito católico de purgatório.

O que é o purgatório?

É um lugar e um estado de castigo temporal no outro mundo. O purgatório é o lugar


onde a alma é limpa dos pecados veniais que não foram perdoados. Só as pessoas
com pecados mortais vão ao inferno e, por outro lado, ninguém pode entrar no céu
com o mínimo pecado. Portanto no outro mundo tem que existir um lugar onde as
almas são limpas dos pecados menores. Deus exige que sejas castigado por eles, que
pague por eles, seja nesta vida ou na próxima. No purgatório as almas sofrem muito.
Pode se encurtar a permanência das almas no purgatório rezando-se missas para
elas, rezando por elas ou fazendo boas ações por elas (Catecismo Breve para Adultos,
por Fr. William J. Cogan, pp.36-38).

I Igreja Católica ensina que há um lugar para onde as pessoas vão depois da morte e
que não é o céu nem o inferno. Eles chamam de purgatório. É para os que não são
suficientemente maus para o inferno e nem suficientemente bons para o céu. Fuente:

http://www.middletownbiblechurch.org/spanish/personev/Capitulo_08.htm

115
Sem dúvida é uma maneira prática e ingênua de resolver este problema. Então
cometamos pecados, para isso existe o purgatório! Claro que deveria existir uma lista
de pecados que são lavados no purgatório e quais dariam uma condenação eterna.
Isso seria muito útil para esses crentes que dizem que não cometem pecado porque
Deus os castigaria. Inclusive afirmam que não matam só porque Deus os impede. A
FAMOSA MORAL BASEADA NA BÍBLIA.

****

Fica claro que o Deus cristão fundamenta seu doutrinamento em uma simples
palavra: “MEDO”. Ou seja, seus seguidores ao cometer o mínimo pecado irão
diretamente a um castigo eterno. Isso não é mais que uma manipulação baseada no
medo e no terror. Não só nos assustam com as crueldades eternas do castigo “post
mortem”, como com a possiblidade de irmos para lá por qualquer besteira.

Ao “Deus” e a seus líderes religiosos interessa manter-nos assustados para que assim
permaneçamos ligados e unidos à sua ideologia por toda a vida. A verdade para mim
e clara, tudo isso é uma bobagem ridícula, não existe prova de nenhum lugar como o
inferno (fora as que existem num livro velho e arcaico). Por isso prefiro não crer e
basear meus atos na bondade e na ética inatas que possuímos e desligar-me dessas
crenças dantescas e absurdas que não fazem outra coisa além de roubar a liberdade e
desprezar a única e curta vida que temos. Prefiro ser livre.

116
SOBRE SÉBASTIEN FAURÉ
Sébastien Fauré

Sébastien Faure foi um destacado membro do movimento anarquista francês durante


meio século e um dos mais eficazes de todos os propagandistas anarquistas, apesar
de que é pouco conhecido fora da França.

Auguste Louis Sébastien Faure nasceu em 1858 em uma família católica de classe
media em Saint-Etienne (perto de Lyon no centro da França). Foi muito bem educado
em escolas jesuítas destinadas para o sacerdócio, porém depois da morte de seu pai
entrou no negocio de seguros. Depois do serviço militar, passou um ano na Inglaterra.
Casou-se e se mudou para Burdeos (no sudoeste da França). De imediato perdeu a fé
e se converteu em um socialista. Propôs-se, se sucesso, como candidato do Partido
Trabalhador (o marxista Partido dos Trabalhadores) em Gironde nas eleições de 1885,
porém sob a influencia de Peter Kropotkin, Élisée Reclus e Joseph Tortelier, mudou
para o anarquismo.

Em 1888, ele rompeu com os socialistas, ele se estabeleceu em Paris, e dedicou o


resto de sua vida a uma carreira como propagandista de tempo integral para o
anarquismo. Ele e sua esposa se separaram, mas reconciliou após muitos anos.
Tornou-se um escritor e orador muito ativo, para ganhar a vida dando conferências
em todo o país.

117
Ele nunca pretendeu ser um pensador original, mas foi um divulgador efetivo das
idéias dos outros. Tomou uma linha moderada no movimento, e defendeu uma
abordagem eclética, que buscava unir todas as tendências. Ele não estava convencido
do novo movimento sindical em fins 1890, mas foi um ativo sindicalista. Não era um
individualista, mas levou a sério o individualismo. Não apoiava métodos violentos,
mas simpatizava com aqueles que os usavam. Ele não era um simples teórico de
poltrona, foi dos mais procurados, detido, processado e ocasionalmente, encarcerado
por suas atividades.

No início, era intimamente associado com Louise Michel, mas logo se tornou uma
figura importante por seu próprio mérito, e um dos mais conhecidos anarquistas no
país. Em 1894 ele foi um dos acusados no "Julgamento dos trinta", quando as
autoridades francesas tentaram, sem sucesso, suprimir o movimento anarquista no
relacionamento de seus líderes em conspirações criminosas, e foi absolvido. Esteve
envolvido em vários jornais em diversas ocasiões, em várias partes da França, o mais
importante dos quais era "Le Libertaire" (O Libertário), que começou com Louise
Michel, em novembro de 1895 e foi publicada uma vez por semana até Junho de
1914. Foi ativo no movimento de Dreyfusard em substituição ao "Le Libertaire" com o
jornal “Diário do Povo” em 1899. Ele também produziu "Le Quotidien" (O Diário), em
Lyon, em 1901-1902. Desde 1903 era um ativista do movimento de controle da
natalidade. De 1904-1917 trabalhou em uma escola liberal chamada La Ruche (A
Colméia), em Rambouillet (perto de Paris).

Toda a obra, que contém cerca de 3.000 páginas, consistiu em uma referencia geral
alfabética com a colaboração dos principais escritores anarquistas de todo o mundo.
Faure foi o editor-chefe, e também o autor de muitos dos artigos mais importantes.

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O folheto “Douze preuves de l'inexistencia de Dieu”, ("Doze provas da inexistência de
Deus"), que está baseado em conferências que deu em muitas ocasiões, se publicou
pela primeira vez em Paris em 1914. Foi reimpresso com frequência, também
traduzido em varias ocasiões. Justo antes de sua morte, uma tradução de Aurora
Alleva y DS Menico foi publicada nos Estados Unidos como Existe Deus?

Ele foi um adversário moderado da Primeira Guerra Mundial, e lançou um manifesto


Vers la Paix (Rumo a Paz), em finais de1914. Produziu um semanário de esquerda, o
"Ce qu'il faut dire" abril 1916 a dezembro de 1917. Em 1918 e 1921, ele foi
brevemente preso por delitos sexuais por envolvimentos com jovens, isto o
prejudicou, mas não destruiu sua carreira.

Após a guerra ele reviveu o "Le Libertaire", que durou de 1919-1939. Em 1921, ele
liderou um movimento anarquista francês reacionário contra a ditadura comunista de
crescimento da União Soviética. Em janeiro de 1922 ele começou a "La Revue O
Anarquista", revista mensal líder no movimento anarquista francês entre as duas
guerras mundiais.

Na década de 1920 se opôs ao sectarismo, tanto dos plataformistas autoritários como


de seus críticos, e defendeu o que chamou de um “anarquista de síntese”, em que o
individualismo, o comunismo libertário e o anarco-sindicalismo poderiam coexistir.

Em 1927 ele liderou a secessão da União Anarquista nacional, e em 1928 ajudou a


fundar a Associação de Anarquistas Federais e iniciar seu trabalho, "La Voix
Libertaire", que durou de 1928-1939.

Reconciliou-se com a organização nacional e "Le Libertaire" em 1934. Durante a


década de 1930 participou do movimento pela paz como um membro proeminente da
Liga Internacional de Combatentes pela Paz. Em 1940 ele fugiu da guerra para Royan
(perto de Bordéus), onde morreu em 1942.

Além dos inúmeros artigos e palestras (muitos dos quais foram impressos como
panfletos e alguns dos quais foram recompilados como livros), e várias folhetos
anarquistas e ateus, seu trabalho principal foi uma trilogia ambicioso de livros “La
Douleur universelle: Filosofia Libertaire”, uma peça sobre os problemas causados pela
autoridade, que foi publicado em 1895; “Medicastres: Libertaire Philosophie”, um
relato das falsas soluções para os problemas causados pela autoridade, que não foi
publicado, e “Communisme Mon: Le bonheur universel”, um relato romanceado da
revolução libertária, que foi publicado em 1921. Em 1923 ele publicou “L'religieuse
Impostura” (A enganação religiosa), um grande ataque à religião (uma edição revista
surgiu em 1948).

Em 1926 começou seu projeto mais ambicioso: A preparação da Enciclopédia


Anarquista, uma das publicações liberais e mais valiosa e impressionante já
produzido. Este surgiu em 1927 como uma série de peças separadas e depois em
1932 em um conjunto de volumes maciços. Todo o trabalho, que contém quase 3.000
páginas, consistiu de uma referência geral em ordem alfabética com a colaboração
dos principais escritores anarquistas de todo o mundo. Faure foi o editor-chefe, e
também o autor de muitos dos itens mais importantes.

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A brochura “Douze preuves de l'inexistência de Dieu” ("Doze provas da inexistência de
Deus"), que é baseado em palestras que proferiu em muitas ocasiões, publicado pela
primeira vez em Paris em 1914. Ele foi reimpresso e também traduzido várias vezes.
Pouco antes de sua morte, uma tradução de Aurora Alleva e Menico DS foi publicada
nos Estados Unidos como “Deus existe”?

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_12_Pruebas_de_la_inexistencia_de_Dios.pdf|285

Fontes consultadas:

http://ateismoparacristianos.blogspot.com/
Obra de Faure
http://rapidshare.com/#!download|871tl|425684828|Faure__Sebastian_-
_12_Pruebas_de_la_inexistencia_de_Dios.pdf|285

http://recollectionbooks.com/bleed/Encyclopedia/FaureSebastien.htm
http://www.iniciatives.net/a/panteismo.htm
http://es.wikipedia.org/wiki/De%C3%ADsmo
http://filosofia.idoneos.com/index.php/Problemas_filosoficos/Qu%C3%A9_es_el_pante%C3%ADsmo%3F
http://es.wikipedia.org/wiki/Pante%C3%ADsmo
Bíblia Reyna Valera (espanhol)
Bíblia Católica
Outras Bíblias
http://ateus.net/
http://www.bandoli.no
http://pt.wikipedia.org

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