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Allan Kardec

Resumo da Lei dos


Fenômenos Espíritas

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Allan Kardec - Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas 2

Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas

por
ALLAN KARDEC

Títulos originais:

RÉSUMÉ DE LAI LOI DES PHÉNOMÈNES SPIRITES


(Paris, Avr. 1864, Chez Didier et Cie.)

Tradução:
SALVADOR GENTILE
Allan Kardec - Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas 3

Índice Geral

Observações Preliminares......................................................... 4
Dos Espíritos ................................................................................ 5
Manifestação dos Espíritos ....................................................... 8
Dos Mé diuns ............................................................................... 18
Das Reuniões Espíritas ............................................................ 20
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Observações Preliminares
As pessoas alheias ao Espiritismo, não lhe compreendendo
nem os objetivos nem os fins, dele fazem, quase sempre, uma
idéia completamente falsa. O que lhe falta, sobretudo, é o conhe-
cimento do princípio, a chave primeira dos fenômenos; à falta
disso, o que vêem e o que ouvem é sem proveito e mesmo sem
interesse para elas. A experiência tem demonstrado que apenas a
visão ou o relato dos fenômenos não bastam para convencer.
Aquele mesmo que é testemunha de fatos capazes de confundi-
rem, fica mais espantado do que convencido; quanto mais o efeito
parece extraordinário, mais dele se suspeita. Somente um estudo
prévio sério pode conduzir à convicção; freqüentemente, basta
para mudar inteiramente o curso das idéias. Em todos os casos, é
indispensável para compreensão dos mais simples fenômenos. À
falta de uma instrução completa, um resumo sucinto da lei que
rege as manifestações bastará para fazer considerar as coisas sob
seu verdadeiro aspecto, para as pessoas que nela ainda não estão
iniciadas. É o primeiro passo que damos na pequena instrução
adiante.
Esta instrução foi feita, sobretudo, tendo em vista as pessoas
que não possuem nenhuma noção do Espiritismo. Nos grupos ou
reuniões espíritas, onde se encontrem assistentes noviços, pode
servir, utilmente, de preâmbulo às sessões, segundo as necessida-
des.
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Dos Espíritos
1. O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de obser-
vação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste
nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como
filosofia, compreende todas as conseqüências morais que decor-
rem dessas relações.

2. Os Espíritos não são, como freqüentemente se imagina, se-


res à parte na criação; são as almas daqueles que viveram sobre a
Terra ou em outros mundos. As almas ou Espíritos são, pois, uma
única e mesma coisa; de onde se segue que quem crê na existência
da alma crê, por isso mesmo, na dos Espíritos. Negar os Espíritos
seria negar a alma.

3. Geralmente, se faz uma idéia muito falsa do estado dos Es-


píritos; eles não são, como alguns o crêem, seres vagos e indefini-
dos, nem chamas como os fogos fátuos, nem fantasmas como nos
contos de assombração. São seres semelhantes a nós, tendo um
corpo igual ao nosso, mas fluídico e invisível no estado normal.

4. Quando a alma está unida ao corpo, durante a vida, ela tem


duplo envoltório: um pesado, grosseiro e destrutível, que é o
corpo; outro fluídico, leve e indestrutível, chamado perispírito. O
perispírito é o laço que une a alma e o corpo; é por seu intermédio
que a alma faz o corpo agir e percebe as sensações experimenta-
das pelo corpo.
A união da alma, do perispírito e do corpo material constitui
o homem; a alma e o perispírito separados do corpo constituem o
ser chamado Espírito.
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5. A morte é a destruição do envoltório corporal; a alma a-


bandona esse envoltório como troca a roupa usada, ou como a
borboleta deixa sua crisálida; mas conserva seu corpo fluídico ou
perispírito.
A morte do corpo livra o Espírito do envoltório que o prendia
à Terra e o fazia sofrer; uma vez livre desse fardo, não tem senão
seu corpo etéreo que lhe permite percorrer o espaço e vencer as
distâncias com a rapidez do pensamento.

6. Os Espíritos povoam o espaço; eles constituem o mundo


invisível que nos rodeia, no meio do qual vivemos, e com o qual
estamos, sem cessar, em contato.

7. Os Espíritos têm todas as percepções que tinham na Terra,


mas num mais alto grau, porque suas faculdades não estão mais
amortecidas pela matéria; têm sensações que nos são desconheci-
das; vêem e ouvem coisas que nossos sentidos limitados não nos
permitem nem ver e nem ouvir. Para eles não há obscuridade,
salvo para aqueles cuja punição é estar temporariamente nas
trevas. Todos os nossos pensamentos repercutem neles, que os
lêem como em um livro aberto; de sorte que aquilo que podemos
ocultar a alguém vivo, não poderemos mais desde que seja um
Espírito.

8. Os Espíritos conservam as afeições sérias que tiveram na


Terra; eles se comprazem em voltar para junto daqueles que ama-
ram, sobretudo, quando são atraídos por pensamentos e sentimen-
tos afetuosos que lhes dirigem, ao passo que são indiferentes para
com aqueles que não lhes têm senão a indiferença.

9. Uma idéia quase geral entre as pessoas que não conhecem


o Espiritismo é crer que os Espíritos, somente porque estão livres
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da matéria, tudo devem saber e possuírem a soberana sabedoria.


Aí está um erro grave.
Os Espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não ad-
quirem a perfeição deixando seu envoltório terrestre. O progresso
do Espírito não se realiza senão com o tempo e não é senão suces-
sivamente que ele se despoja de suas imperfeições, que adquire os
conhecimentos que lhe faltam. Seria tão ilógico admitir que o
Espírito de um selvagem ou de um criminoso se torne, de repente,
sábio e virtuoso, quanto seria contrário à justiça de Deus pensar
que ele permanecesse perpetuamente na inferioridade.
Como há homens de todos os graus de saber e de ignorância,
de bondade e de maldade, ocorre o mesmo com os Espíritos. Há
os que são apenas levianos e traquinas, outros são mentirosos,
trapaceiros, hipócritas, maus, vingativos; outros, ao contrário,
possuem as mais sublimes virtudes e o saber num grau desconhe-
cido na Terra. Essa diversidade na qualidade dos Espíritos é um
dos pontos mais importantes a se considerar, porque explica a
natureza boa ou má das comunicações que se recebem; é em
distingui-las que é preciso, sobretudo, se aplicar. (O Livros dos
Espíritos, nº 100, Escala Espírita. - O Livro dos Médiuns, cap.
XXIV.)
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Manifestação dos Espíritos


10. Os Espíritos podem se manifestar de maneiras bem dife-
rentes: pela visão, pela audição pelo toque, pelos ruídos, pelos
movimentos dos corpos, pela escrita, pelo desenho, pela música,
etc. Eles se manifestam por intermédio de pessoas dotadas de uma
aptidão especial para cada gênero de manifestação e que se distin-
guem sob o nome de médiuns. É assim que se distinguem os
médiuns videntes, falantes, audientes, sensitivos, de efeitos físi-
cos, desenhistas, tiptólogos, escreventes, etc. Entre os médiuns
escreventes, há numerosas variedades, segundo a natureza das
comunicações que estão aptos a receber.

11. O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos


e os atravessa como a luz atravessa os corpos transparentes; ne-
nhuma matéria lhe opõe obstáculo. É por isso que os Espíritos
penetram por toda a parte, nos lugares o mais hermeticamente
fechados; é uma idéia ridícula crer-se que eles se introduzem por
uma pequena abertura, como o buraco de uma fechadura ou o
tubo de uma chaminé.

12. O perispírito, embora invisível para nós no estado normal,


não deixa de ser matéria etérea. O Espírito pode, em certos casos,
fazê-lo sofrer uma espécie de modificação molecular que o torna
visível e mesmo tangível; assim é que se produzem as aparições.
Esse fenômeno não é mais extraordinário do que o do vapor que é
invisível quando está mais rarefeito, e que se torna visível quando
está condensado.
Os Espíritos que se tornam visíveis se apresentam, quase
sempre, sob a aparência que tinham quando vivos e que podem
fazê-los reconhecer.
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13. É com a ajuda do seu perispírito, que o Espírito atua sobre


seu corpo vivo; é ainda com esse mesmo fluido que ele se mani-
festa atuando sobre a matéria inerte, que produz os ruídos, os
movimentos de mesas e outros objetos, que ergue, tomba ou
transporta. Esse fenômeno nada tem de surpreendente se se consi-
dera que, entre nós, os mais poderosos motores se acham nos
fluidos os mais rarefeitos e mesmo imponderáveis, como o ar, o
vapor e a eletricidade.
É igualmente com a ajuda do seu perispírito que o Espírito
faz os médiuns escreverem, falarem, ou desenharem; não tendo
mais corpo tangível para atuar ostensivamente quando quer se
manifestar, ele se serve do corpo do médium, de quem empresta
os órgãos que faz atuarem como se fosse seu próprio corpo, e isso
pela emanação fluídica que derrama sobre ele.

14. No fenômeno designado sob o nome de mesas girantes ou


falantes, é pelo mesmo meio que o Espírito atua sobre a mesa,
seja para fazê-la mover sem significação determinada, seja para
fazê-la dar golpes inteligentes indicando as letras do alfabeto,
para formar palavras e frases, fenômeno designado sob o nome de
tiptologia. A mesa não é aqui senão um instrumento do qual ele se
serve, como o faz com o lápis para escrever; lhe dá uma vitalidade
momentânea pelo fluido com o qual a penetra, mas ele não se
identifica com ela. As pessoas que, em sua emoção, vendo se
manifestar um ser que lhes é caro, abraçam a mesa, praticam um
ato ridículo, porque é absolutamente como se elas abraçassem o
bastão do qual um amigo se serve para dar pancadas.
Ocorre o mesmo com aqueles que dirigem a palavra à mesa,
como se o Espírito estivesse encerrado na madeira e como se a
madeira tivesse se tornado espírito.
Quando as comunicações ocorrem por esse meio, é preciso
imaginar o Espírito não na mesa, mas ao lado, tal como estaria se
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estivesse vivo, e tal como se o veria se, nesse momento, pudesse


se tornar visível. A mesma coisa ocorre nas comunicações pela
escrita; ver-se-ia o Espírito ao lado do médium, dirigindo sua
mão, ou lhe transmitindo o seu pensamento por uma corrente
fluídica.

15. Quando a mesa se destaca do solo e flutua no espaço sem


ponto de apoio, o Espírito não a ergue com força do braço, mas a
envolve e a penetra com uma espécie de atmosfera fluídica que
neutraliza o efeito da gravitação, como o ar o faz para os balões e
os papagaios de papel. O fluido do qual está penetrada lhe dá,
momentaneamente, uma leveza específica maior. Quando ela está
pregada no solo, está num caso análogo ao da campana pneumáti-
ca sob a qual se faz o vácuo. Estas não são senão comparações
para mostrar a analogia dos efeitos e não a similitude absoluta das
causas.
Compreende-se, depois disso, que não é mais difícil ao Espí-
rito erguer uma pessoa do que erguer uma mesa, de transportar
um objeto de um lugar para outro ou de lançá-lo em qualquer
parte; esse fenômenos se produzem pela mesma lei.
Quando a mesa persegue alguém, não é o Espírito que passei-
a, porque ele pode permanecer tranqüilamente no mesmo lugar,
mas é quem lhe dá impulso por uma corrente fluídica com a ajuda
da qual a faz mover-se à sua vontade.
Quando os golpes se fazem ouvir na mesa ou fora dela, o Es-
pírito não bate com a sua mão, nem com um objeto qualquer;
dirige sobre o ponto de onde parte o ruído, um jato de fluido que
produz o efeito de um choque elétrico. Ele modifica o ruído,
como se podem modificar os sons produzidos pelo ar.
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16. A obscuridade necessária à produção de certos efeitos fí-


sicos, sem dúvida, se presta à suspeição e à fraude, mas nada
prova contra a possibilidade do fato.
Sabe-se que, na química, há combinações que não se podem
operar sob a luz; que composições e decomposições ocorrem sob
a ação do fluido luminoso; ora, sendo todos os fenômenos espíri-
tas o resultado da combinação dos fluidos próprios do Espírito e
do médium, e esses fluidos sendo da matéria, nada há de espanto-
so de que, em certos casos, o fluido luminoso seja contrário a essa
combinação.

17. Os Espíritos superiores não se ocupam das comunicações


inteligentes senão tendo em vista a nossa instrução; as manifesta-
ções físicas ou puramente materiais, estão mais especialmente nas
atribuições dos Espíritos inferiores, vulgarmente designados sob o
nome de Espíritos batedores, como, entre nós, as habilidades
dizem respeito aos saltimbancos e não aos sábios.

18. Os Espíritos são livres; se manifestam quando querem, a


quem lhes convêm e também quando podem, porque não têm
sempre a possibilidade. Eles não estão às ordens e ao capricho de
quem quer que seja e não é dado a ninguém fazer com que ve-
nham contra sua vontade, nem fazê-los dizer o que querem calar;
de sorte que ninguém pode afirmar que um Espírito qualquer virá
ao seu chamado em um momento determinado, ou responderá a
tal ou tal pergunta. Dizer o contrário, é provar ignorância absoluta
dos princípios mais elementares do Espiritismo; só o charlatanis-
mo tem fontes infalíveis.

19. Há pessoas que obtêm regularmente e, de alguma forma, à


vontade, a produção de certos fenômenos; mas, há que se anotar
que esses são sempre efeitos puramente físicos, mais curiosos do
que instrutivos, e que se produzem constantemente em condições
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análogas. As circunstâncias nas quais são obtidos são de natureza


a inspirarem dúvidas, tanto mais legítimas sobre sua realidade
quando são geralmente objetos de uma exploração, e, freqüente-
mente, quando é difícil distinguir a mediunidade real da prestidi-
gitação. Os fenômenos desse gênero, entretanto, podem ser o
produto de uma mediunidade verdadeira, porque pode ocorrer que
Espíritos de baixo estágio, que talvez tinham tido esse ofício, se
comprazam nessas espécies de exibições; mas seria absurdo pen-
sar que os Espíritos, por pouca que seja sua elevação, se alegrem
em se exibirem.
Isso não infirma em nada o princípio da liberdade dos Espíri-
tos; aqueles que vêm, o fazem porque isso lhes agrada, mas não
porque sejam constrangidos, e do momento que não lhes conve-
nha mais vir, se o indivíduo for verdadeiro médium, nenhum
efeito se produzirá. Os mais poderosos médiuns, de efeitos físicos
ou outros, têm tempos de interrupção, independentemente de sua
vontade; os charlatães não os têm jamais.
De resto, esses fenômenos, supondo-os reais, são apenas uma
aplicação muito parcial da lei que rege as relações do mundo
corporal com o mundo espiritual, mas não constituem o Espiritis-
mo; de sorte que sua negação não infirmaria em nada os princí-
pios gerais da Doutrina.

20. Certas manifestações espíritas se prestam, bem facilmen-


te, a uma imitação mais ou menos grosseira; mas do fato de que
puderam ser explorados, como tantos outros fenômenos, pela
charlatanice e pela prestidigitação, seria absurdo disso concluir
que elas não existam. Para aquele que estudou e conhece as con-
dições normais nas quais elas podem se produzir, é fácil distinguir
a imitação da realidade; a imitação, de resto, não poderia jamais
ser completa e não pode enganar senão o ignorante incapaz de
apreender as nuanças características do fenômeno verdadeiro.
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21. As manifestações mais fáceis de serem imitadas, são cer-


tos efeitos físicos e os efeitos inteligentes vulgares, tais como os
movimentos, as pancadas, os transportes, a escrita direta, as res-
postas banais, etc; não ocorre o mesmo com as comunicações
inteligentes de uma alta importância, ou na revelação de coisas
notoriamente desconhecidas do médium; para imitar os primeiros
não é preciso senão a destreza; para simular os outros é preciso,
quase sempre, uma instrução pouco comum, uma superioridade
intelectual fora de série e uma faculdade de improvisação, por
assim dizer, universal, ou o dom da adivinhação.

22. As produções de espectros nos teatros foram apresenta-


das, injustamente, como tendo relações com a aparição de Espíri-
tos, das quais são apenas uma grosseira e imperfeita imitação. É
preciso ignorar os primeiros elementos do Espiritismo para ver
nisso a menor analogia e crer que é disso que se ocupa nas reuni-
ões espíritas. Os Espíritos não se tornam visíveis ao comando de
ninguém, mas por sua própria vontade, nas condições especiais
que não estão no poder de quem quer que seja provocar.

23. As evocações espíritas não consistem, como alguns ima-


ginam, em fazer voltar os mortos com um aspecto lúgubre da
tumba. Não é senão nos romances, nos contos fantásticos de
fantasmas e no teatro que se vêem os mortos descarnados saírem
de seus sepulcros vestidos de lençóis e fazendo estalar seus ossos.
O Espiritismo, que jamais fez milagres, tanto esse como outros,
jamais fez reviver um corpo morto; quando o corpo está na cova,
aí está definitivamente; mas o ser espiritual, fluídico, inteligente,
aí não está metido com seu envoltório grosseiro; dele se separou
no momento da morte e, uma vez operada a separação, não tem
mais nada de comum com ele.
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24. A crítica malevolente procura representar as comunica-


ções espíritas como cercadas de práticas ridículas e supersticiosas
da magia e da necromancia. Diremos simplesmente que não há,
para se comunicar com os Espíritos, nem dias, nem horas, nem
lugares mais propícios uns do que os outros; que não é preciso
para evocá-los, nem fórmulas, nem palavras sacramentais ou
cabalísticas; e não há necessidade de nenhuma preparação, de
nenhuma iniciação; que o emprego de qualquer sinal ou objeto
material, seja para atraí-los, seja para afastá-los, não tem efeito e
o pensamento basta; enfim, que os médiuns recebem suas comu-
nicações tão simplesmente e tão naturalmente como se fossem
ditadas por uma pessoa viva, sem sair do estado normal. Só o
charlatanismo poderia tomar maneiras excêntricas e adicionar
acessórios ridículos.
A evocação dos Espíritos se faz em nome de Deus, com res-
peito e recolhimento; é a única coisa recomendada às pessoas
sérias que querem ter relações com Espíritos sérios.

25. As comunicações inteligentes, que se recebem dos Espíri-


tos, podem ser boas ou más, justas ou falsas, profundas ou levia-
nas, segundo a natureza dos Espíritos que se manifestam. Os que
provam a sabedoria e o saber são Espíritos avançados que progre-
diram; os que provam a ignorância e as más qualidades são
Espíritos ainda atrasados, mas que progredirão com o tempo.
Os Espíritos não podem responder senão sobre o que sabem,
segundo seu adiantamento, e, ademais, sobre o que lhes é permiti-
do dizerem, porque há coisas que não devem revelar, uma vez que
ainda não é dado ao homem tudo conhecer.

26. Da diversidade nas qualidades e nas aptidões dos Espíri-


tos, resulta que não basta se dirigir a um Espírito qualquer para
obter uma resposta justa a toda pergunta, porque, sobre muitas
coisas, não podem dar senão a sua opinião pessoal, que pode ser
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justa ou falsa. Se ele for sábio, confessará a sua ignorância sobre


o que não sabe; se for leviano ou mentiroso, responderá sobre
tudo sem se importar com a verdade; se for orgulhoso, dará a sua
idéia como verdade absoluta. Haveria, pois, imprudência e levi-
andade em aceitar, sem controle, tudo o que vem dos Espíritos.
Por isso, é essencial estar esclarecido quanto à natureza daqueles
com os quais se ocupe. (O Livro dos Médiuns, nº 257.)

27. Reconhece-se a qualidade dos Espíritos por sua lingua-


gem; a dos Espíritos verdadeiramente bons e superiores é sempre
digna, nobre, lógica, isenta de contradições; anuncia a sabedoria,
a benevolência, a modéstia e a mais pura moral; é concisa e sem
palavras inúteis. Entre os Espíritos inferiores, ignorantes ou orgu-
lhosos, o vazio das idéias, quase sempre, é compensado pela
abundância das palavras. Todo pensamento evidentemente falso,
toda a máxima contrária à sã moral, todo conselho ridículo, toda
expressão grosseira, trivial ou simplesmente frívola, enfim, toda
marca de malevolência, de presunção ou de arrogância, são sinais
incontestáveis de inferioridade em um Espírito.

28. O objetivo providencial das manifestações é convencer os


incrédulos de que tudo não termina, para o homem, com a vida
terrestre e de dar aos crentes idéias mais justas sobre o futuro. Os
bons Espíritos vêm nos instruir tendo em vista o nosso melhora-
mento e o nosso adiantamento e não para nos revelar o que não
devemos ainda saber, ou o que não devemos aprender senão pelo
nosso trabalho. Se bastasse interrogar os Espíritos, para se obter a
solução de todas as dificuldades científicas, ou para fazer desco-
bertas e invenções lucrativas, todo ignorante poderia tornar-se
sábio facilmente e todo preguiçoso poderia se enriquecer sem
esforço; é o que Deus não quer. Os Espíritos ajudam o homem de
gênio pela inspiração oculta, mas não o isentam nem do trabalho
das pesquisas, a fim de deixar-lhe o mérito.
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29. Seria fazer uma idéia bem falsa dos Espíritos, vendo neles
apenas os auxiliares dos ledores de sorte; os Espíritos sérios recu-
sam-se ocupar de coisas fúteis; os Espíritos levianos e zombetei-
ros se ocupam de tudo, respondem a tudo, predizem tudo o que se
quer, sem se inquietarem com a verdade, e sentem um prazer
maligno ao mistificarem as pessoas muito crédulas; é por isso que
é essencial estar perfeitamente fixado sobre a natureza das per-
guntas que se podem dirigir aos Espíritos. (O Livro dos Médiuns,
nº 286: Perguntas que se podem dirigir aos Espíritos)

30. As manifestações não estão, pois, destinadas a servirem


aos interesses materiais, cujo cuidado está entregue à inteligência,
ao discernimento e à atividade do homem. Seria em vão que
tentar-se-ia empregá-las para conhecer o futuro, descobrir tesou-
ros ocultos, recuperar heranças, ou encontrar meios de se enrique-
cer. Sua utilidade está nas conseqüências morais que dela decor-
rem; mas se não tivessem por resultado senão fazer conhecer uma
nova lei da Natureza, de demonstrar, materialmente, a existência
da alma e sua imortalidade, isso já seria muito, porque seria um
novo e largo caminho aberto à filosofia.

31. Pode-se ver, por essas poucas palavras, que as manifesta-


ções espíritas, de qualquer natureza que sejam, nada têm de so-
brenatural nem de maravilhoso. São fenômenos que se produzem
em virtude da lei que rege as relações do mundo corporal e do
mundo espiritual, lei também tão natural como a da eletricidade,
da gravidade, etc. O Espiritismo é a ciência que nos faz conhecer
essa lei, como a mecânica nos faz conhecer a lei do movimento, a
ótica a da luz. As manifestações espíritas, estando na Natureza,
produziram-se em todas as épocas; a lei que as rege, sendo conhe-
cida, nos explica uma série de problemas considerados insolúveis;
é a chave de uma multidão de fenômenos explorados e aumenta-
dos pela superstição.
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32. Estando o maravilhoso completamente descartado, esses


fenômenos nada mais têm que repugne à razão, porque vêm tomar
lugar ao lado dos outros fenômenos naturais. Nos tempos da
ignorância, todos os efeitos dos quais não se conhecia a causa
eram reputados sobrenaturais; as descobertas da ciência restringi-
ram sucessivamente o círculo do maravilhoso; o conhecimento
dessa nova lei veio reduzi-lo a nada. Aqueles, pois, que acusam o
Espiritismo de ressuscitar o maravilhoso, provam, por isso mes-
mo, que falam de uma coisa que não conhecem.
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Dos Médiuns
33. O médium não possui senão a faculdade de se comunicar;
a comunicação efetiva depende da vontade dos Espíritos. Se os
Espíritos não querem se manifestar, o médium nada obtém; é
como um instrumento sem músico.

34. A facilidade das comunicações depende do grau de afini-


dade que existe entre os fluidos do médium e do Espírito. Cada
médium está, assim, mais ou menos apto para receber a impressão
ou impulso do pensamento de tal ou tal Espírito; ele pode ser um
bom instrumento para um e mau para um outro. Disso resulta que,
dois médiuns igualmente bem dotados, estando um ao lado do
outro, um Espírito poderá se manifestar por um e não pelo outro.
É, pois, um erro crer que basta ser médium para receber com
igual facilidade as comunicações de todo Espírito. Não existem
médiuns universais. Os Espíritos procuram, de preferência, os
instrumentos que vibrem em uníssono com eles.
Sem a harmonia, que só a assimilação fluídica pode propor-
cionar, as comunicações são impossíveis, incompletas ou falsas.
Podem ser falsas porque, à falta do Espírito desejado, não faltam
outros, prontos para aproveitarem a ocasião de se manifestarem e
que pouco se importam em dizer a verdade.

35. Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão,


quer dizer, o império que certos Espíritos podem exercer sobre os
médiuns, impondo-se a eles sob nomes apócrifos e impedindo-os
de se comunicarem com outros Espíritos.

36. O que constitui o médium, propriamente dito, é a faculda-


de; sob esse aspecto, ele pode estar mais ou menos formado, mais
ou menos desenvolvido. O que constitui o médium seguro, o que
Allan Kardec - Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas 19

se pode verdadeiramente qualificar de bom médium, é a aplicação


da faculdade, a aptidão de servir de intérprete dos bons Espíritos.
(O Livro dos Médiuns, cap. XXIII.)

37. A mediunidade é uma faculdade essencialmente móvel e


fugidia, pela razão de estar subordinada à vontade dos Espíritos;
por isso é que está sujeita a intermitências. Esse motivo, e o prin-
cípio mesmo segundo o qual se estabelece a comunicação, são os
obstáculos a que se torne uma profissão lucrativa, uma vez que
não poderia ser nem permanente, nem aplicável a todos os Espíri-
tos e porque poderia faltar no momento em que dela se tivesse
necessidade. Aliás, não é racional admitir que os Espíritos sérios
se coloquem à disposição da primeira pessoa que os queira explo-
rar.

38. A propensão dos incrédulos, geralmente, é suspeitar da


boa fé dos médiuns e supor o emprego de meios fraudulentos.
Além de que, no entendimento de certas pessoas, essa suposição é
injuriosa; é preciso, antes de tudo, perguntar qual interesse pode-
riam eles ter para enganarem e divertirem ou representarem a
comédia. A melhor garantia de sinceridade está no desinteresse
absoluto, porque aí onde nada tem a ganhar, o charlatanismo não
tem razão de ser.
Quanto à realidade dos fenômenos, cada um pode constatá-la,
se se coloca nas condições favoráveis e se aplica a paciência na
observação dos fatos, a perseverança e a imparcialidade necessá-
ria.
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Das Reuniões Espíritas


39. Os Espíritos são atraídos pela simpatia, a semelhança dos
gostos e de caracteres, a intenção que faz desejar a sua presença.
Os Espíritos superiores não vão às reuniões fúteis, do mesmo
modo que um sábio da Terra não iria numa assembléia de jovens
estouvados. O simples bom senso diz que não pode ser de outra
forma; ou, se aí vão algumas vezes, é para dar um conselho salu-
tar, combater os vícios, procurar conduzir para o bom caminho; se
não são escutados, retiram-se. Seria ter uma idéia completamente
falsa, crer que os Espíritos sérios possam se comprazer em res-
ponder a futilidades, a perguntas ociosas que não provam nem
afeição, nem respeito por eles, nem desejo real, nem instrução, e
ainda menos que possam vir dar espetáculo para divertimento dos
curiosos. O que não faziam quando vivos, não podem fazê-lo
depois da sua morte.

40. A frivolidade das reuniões tem por resultado atrair os Es-


píritos levianos que não procuram senão ocasiões de enganarem e
de mistificarem. Pela mesma razão que os homens graves e sérios
não vão às assembléias levianas, os Espíritos sérios vão apenas às
reuniões sérias, cujo objetivo é a instrução e não a curiosidade; é
nas reuniões desse gênero que os Espíritos superiores gostam de
dar seus ensinamentos.

41. Do que precede resulta que, toda reunião espírita, para ser
proveitosa, deve, como primeira condição, ser séria e recolhida;
que tudo deve se passar nela respeitosamente, religiosamente e
com dignidade, se se quer obter o concurso habitual dos bons
Espíritos. É preciso não esquecer que, se esses mesmos Espíritos
aí se fizessem presentes quando vivos, ter-se-ia por eles conside-
rações às quais têm ainda mais direito depois da sua morte.
Allan Kardec - Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas 21

42. Em vão se alega a utilidade de certas experiências curio-


sas, frívolas e divertidas, para convencer os incrédulos; é a um
resultado muito oposto que se chega. O incrédulo, já levado a
zombar das mais sagradas crenças, não pode ver uma coisa séria
naquilo do qual se faz um divertimento; não pode ser levado a
respeitar o que não lhe é apresentado de maneira respeitável;
também das reuniões fúteis e levianas, nas quais não há nem
ordem, nem gravidade, nem recolhimento, ele leva sempre má
impressão. O que pode, sobretudo, convencê-lo, é a prova da
presença de seres cuja memória lhe é cara; diante de suas palavras
graves e solenes, diante das revelações íntimas, é que se o vê
emocionar-se e fraquejar. Mas, pelo fato de que há mais respeito,
veneração, afeição pela pessoa cuja alma se lhe apresenta, ele fica
chocado, escandalizado, de vê-la chegar a uma assembléia sem
respeito, no meio de mesas que dançam e da pantomima dos
Espíritos levianos; por incrédulo que seja, sua consciência repele
essa mistura do sério e do frívolo, do religioso e do profano, por
isso taxa tudo isso de charlatanice e, freqüentemente, sai menos
convencido do que quando entrou.
As reuniões dessa natureza fazem sempre mais mal do que
bem, porque afastam da Doutrina mais pessoas do que a ela con-
duzem, sem contar que se prestam a motivar a crítica dos detrato-
res, que nela encontram motivos fundados de zombaria.

• FIM •
Os Habitantes do Plano Astral
Os Artificiais:
01 - Elementais criados inconscientemente: A essência elemental nos rodeia por todos os
lados. É flagrante o efeito produzido por um pensamento que quando apodera-se da matéria
plástica astral, ele molda instantaneamente um ser vivo, ser que uma vez criado não fica de
forma nenhuma sob a influência do seu criador, mas adquire o instinto básico de qualquer
réstia de vida que é o INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA. A duração de um elemental (Formas-
Pensamento) varia muito sendo proporcional a intensidade dos pensamentos de quem o
gerou. Alguns minutos, horas, mas o pensamento forte, repetitivo, convicto pode durar alguns
dias. Os elementais ficam em volta do seu criador em suspensão, circulando, tendem a
provocar a repetição da idéia buscando se fortificar para viver mais tempo. Crianças criam
companheiros astrais. Tem como tendência prolongar suas curtas vidas reagindo sobre o seu
criador, provocando a renovação do pensamento que o originou. Existem casos de criações
encontrarem energias paralelas e se alimentarem de várias ao mesmo tempo, o que
prolongaria sua vida por um tempo bem considerável, alguns deixam seus criadores,
encontrando essa energia no próprio astral se transformam em demônios errantes. Existe
casos, por exemplo, de mães devotas criando para seus filhos anjos da guarda, visto por
muitos clarividentes, acompanhando algumas crianças.
02 - Elementais Criados Conscientemente: Tantos os adeptos e ocultistas da Magia Branca e
Magia Negra se servem frequentemente de elementais artificiais nos seus trabalhos, neste
caso essas criaturas são como escravas, poucas são as tarefas que não possam ser realizadas
por essas criaturas quando cientificamente preparadas e habilmente dirigidas. Não tem sido
pouco o mal que essas criaturas espalham pelo mundo. Os elementais formados
conscientemente são dotados de uma inteligência superior aos formados inconscientemente,
além da duração de suas vidas, serem bem maiores, por isso são mais perigosos. Da mesma
forma são mais astutas para prolongar a vida, quer alimentando-se como Vampiros da
vitalidade de seres humanos, quer influenciando que façam oferendas, matando animais, cuja
vitalidade é direcionada e absorvida pelo elemental. Podem prolongar suas vidas por anos a
fio, tem casos que são séculos. Tem um caso na índia que uma entidade protetora das
lavouras, quando não lhes era ofertada as oferendas, alimentos, focos de fogos espontâneos
rebentavam simultaneamente entre as cabanas, apareciam do nada.
03 - Artificiais Humanos: apesar de ser pouco numerosa esta entidade existe, guardiões de
Lojas Brancas, Demônios da Idade Média, líderes que já reencarnaram, mas seu ser artificial
ainda continuam vivo no mundo astral e são vistos por clarividentes.
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Charles Webster Leadbeater (Londres, Inglaterra, 16 de fevereiro de 1847 - Perth, Austrália, 1º


de março de 1934), foi sacerdote da Igreja Anglicanae Bispo da Igreja Católica Liberal,
clarividente, escritor, orador, maçom e uma das mais influentes personalidades da Sociedade
Teosófica.
Os Não-Humanos:
01 - Corpos Astrais dos Animais: Apesar de extraordinariamente numerosa, esta classe ocupa
um lugar subalterno no plano astral, visto ser muito curta a permanência neste plano dos
membros que a compõem. Os animais em sua grande maioria ainda não adquiriram ainda uma
individualização permanente e quando morrem a essência monádica que os animava volta ao
stratum especial donde vieram. Geralmente essa existência não passa de uma espécie de
sonho inconsciente impregnado, ao que parece de uma perfeita felicidade. Quanto aos animais
domésticos que já atingiram a individualidade, o caso de alguns gatos e alguns cachorros,
esses tem uma vida astral mais longa e mais ativa, mas caindo por fim num estado passivo
subjetivo que dura pouco. Dos animais selvagens os que já atingiram a individualização
encontra-se os Macacos Antropóides, que formam uma classe interessante, visto que se
aproximam de reencarnarem como seres humanos.
02 - Os espíritos Naturais: Compreende-se esta classe subdivisão tão numerosa e tão variada
que pode-se dizer não serem totalmente conhecidas em sua integralidade. Classificadas por
alguns escritores como ELEMENTAIS, são espíritos da natureza, tendo os da terra, do ar, da
água e fogo. São entidades astrais dotadas de inteligência, definidas, que habitam e funcionam
em cada um desses meios. Na linguagem popular tem uma grande variedade de nomes:
Fadas, pixies, brownies, salamandras, duendes, trolls, sátiros, faunos, sacis, etc. São em forma
reduzida ou de baixa estatura.
Em geral são invisíveis para a visão física mas alguns possuem a propriedade de se
materializarem quando lhes convém.
Em sua maioria evitam os seres humanos, visto não gostarem das emanações fluídicas
humanas, os vícios e desejos desordenados põem em ação correntes astrais que os
perturbam. Os períodos de vida desses seres variam muito, alguns muito curtos, outros
maiores que as nossas vidas.
03 - Os Devas: O mais alto sistema de evolução que tem relação com a terra, são seres que os
hindus chamam de Devas, no Ocidente Anjos, "Filhos de Deus", amparadores, são
considerados um reino acima do humano, assim como os animais irracionais um reino inferior
aos humanos, chamados também de Regentes da Terra, Anjos Celestiais, são eles agentes do
Karma do ser humano. Poucas vezes se manifestam no mundo astral, estão mais presentes no
mundo mental, mas quando o fazem são notáveis pela beleza e luz que irradiam, parecendo
possuírem asas tal beleza de suas auras, parecem possuir uma aureola tal é a luz do seu
chakra coronário.

Os Humanos:
Os cidadãos humanos do mundo astral, separam-se naturalmente em dois grupos:
Os vivos e os Mortos.
A - VIVOS:
01 - Adeptos e seus discípulos:São os humanos evoluídos, instruídos que operam
tanto com o corpo mental como astral, mas muito mais com mental, pertencentes
as Lojas, escolas orientais e algumas ocidentais.
02 - Indivíduos Psiquicamente adiantados: Esses não estão sob orientação de um
Mestre (amparador), em geral são conscientes fora do corpo físico, mas por falta
de necessário treino e experiência estão sujeitos a enganos e apreciação do
vêem. Sua lucidez é variável, variam de acordo com seu grau de desenvolvimento
e em muitos casos quando voltam ao corpo físico não lembram de sua
experiência.
03 - A pessoa Vulgar: Não possuem maturidade astral, flutuam perto do c orpo
físico durante o sono., num estado mais ou menos inconsciente, em alguns casos
numa semi-adormecido, vagueia daqui para ali, deitado seguindo algumas
correntes astrais passando por toda espécie de aventuras, umas agradáveis
outras desagradáveis. Quando menos evoluído for uma pessoa, mal definida será
suas formas astrais, sem contornos definidos, devido a alta densidade do seu
duplo etérico.
04 - O mago negro e seus discípulos: É semelhante a primeira, porém voltada
para o mal. As ordens que lidam com essas forças ocultas poderosas são várias,
mas podemos citar: Dügpas Europeus, Vodoo, Obeah, Magia Negra, etc.

B - MORTOS:
01 - Os Nirmânakáyas: Seres elevados, no entanto por qualquer necessidade de
missão que se julgue necessário descem para o plano Astral.
02 - Discípulos a espera de Reencarnação: Esse não é um habitante comum do
mundo astral e sim do mundo mental, mas ocasionalmente pode-se encontrar um
ocasionamente por isso é uma população muito reduzida.
03 - Os mortos Vulgares: É uma classe cuja população são de milhares e
milhares de almas, também complexa limitar sua estadia no mundo astral, varia
de algumas horas, dias, semanas, meses, anos e até séculos.
Todos sem exceção tem que passar por todos as subdivisões do plano astral no
seu caminho para o mundo-céu, algumas percorrem essas subdivisões
inconscientes, para as pessoas evoluídas com várias reencarnações, essa
passagem é extremamente rápida.
04 - As Sombras: Quando a extinção de um indivíduo é completa é sinal que
acabou sua vida Astral, ele passa para o plano Mental (Plano Devachânico). Mas,
assim como ao passar para o plano físico para o Astral há um abandono do corpo
físico, assim também na passagem do corpo astral para o mental, o invólucro
astral é abandonado e também irá se desintegrar, neste caso o corpo astral
abandonado, é um verdadeiro cadáver. Infelizmente o homem vulgar deixa-se
dominar por todos os desejos inferiores, que uma parte da mente inferior se funde
com o corpo dos desejos, essas partículas da matéria astral possuem vida própria
e animam esse cadáver, gerando uma classe chamada: Sombras Essa sombra
não é o indivíduo real, mas conserva hábitos, semelhança física, memória mas
sua inteligência é limitada, pois é um farrapo de suas piores qualidades. A
duração de uma sombra varia segundo a qualidade da mente inferior que a
anima, mas apesar desta astúcia que engana alguns médiuns despreparados em
sessões espíritas, na medida que o tempo passa ela vai perdendo a vitalidade e
se degradando até cair na classe seguinte: Os invólucros (Cascões Astrais).
05 - Os invólucros (Cascões Astrais): São os cadáveres astrais, o corpo astral
abandonado e em estado de desintegração, são desprovidos de qualquer espécie
de consciência e de inteligência, vagueiam nas correntes astrais como nuvens
impelidas por ventos contrários. Não pode ser confundido com o Duplo Etérico
que conserva-se a poucos metros post-mortem do cadáver físico, se
desintegrando lentamente são vistos nos cemitérios essas formas azuladas com
aparência de vapores, flutuando nos túmulos dos cemitérios daqueles que
recentemente deixaram o mundo físico, não é um espetáculo agradável de ver.
Mas os Cascões Astrais, que vagam, podem ser usados e manipulados por meio
de Magia Negra.
06 - Os invólucros vitalizados: Alguns elementais artificiais, as vezes entram
dentro destas cascas astrais e dão uma vida aparente a eles. Geralmente o usam
de uma forma malévola.
07 - Vitimas de Morte Súbita e os Suicidas: Todo o indivíduo que for arrancado d e
sua vida terrena repentinamente, em pleno gozo de sua saúde e energias, vai se
encontrar no mundo astral numa situação diferenciada dos demais seres que
morreram por doença. No caso de suicídio ou de morte por acidente, desastre,
não se realizando os preparativos naturais e graduais, compara-se como retirar o
caroço de uma fruta quando esta fruta estiver verde, grande quantidade de
perietérico (combustível vital), duplo etérico, alta densidade desta matéria é
pertubadora para o indivíduo recém morto, esta alta densidade vibratório levará o
indivíduo a cair na sétima zona astral conhecido por baixo astral (Umbral). Porém
se o indivíduo for de boa índole ficará insconsciente e por pouco tempo neste
mundo trevoso.
O fato do suicida, é bem mais difícil, porque interromperam sua vida através do
livre arbítrio, embora cada caso tem suas variantes e nem todos os suicídios são
consideráveis condenáveis, como o caso de Sócrates.
08 - Vampiros e Lobisomens: É a entidade mais cruel e repelente, mas felizmente
muito raras são essas criaturas, essas relíquias horrorosas de um tempo em que
o ser humano era mais animalesco, são considerados fábulas da Idade Média,
pertenciam a Quarta Raça da terra, como na Rússia e Hungria, apesar das lendas
exageradas, no fundo tem uma verdade inquestionável. Essas criaturas apegadas
ao extremo à vida terrena usavam seu corpo astral para manter íntegro seu corpo
físico, roubando sangue dos vivos com seu corpo astral semi materializado,
existindo casos registrados na Europa Central de aberturas de caixão encontrava-
se o corpo fresco e sadio, muitas vezes mergulhado num sangue fétido.
Já os lobisomens, também de extrema raridade, nos dias de hoje, eram de uma
raça extremamente carnívora que se alimentava de animais vivos, numa extrema
violência, quando mortos esses indivíduos semi materializados numa espécie de
Lobo e Homem atacavam nas matas outros animais.
Portanto aos estudiosos de Viagens Astrais, não se preocupem pois esses tipos
são de extrema raridade nos dias de hoje e geralmente os que existem ainda,
agem próximos ao seu corpo físico.
09 - Magos Negros e seus Discípulos: Pertencem ao outro extremo da escala, são
espíritos desencarnados, tendem a manter-se o maior tempo possível neste
plano, renegando o plano mental, são criaturas extremamente hábeis com os
poderes do mundo astral, violam a lei natural da evolução, pois mantém-se no
mundo astral pela manipulação de artes mágicas: MAGIA NEGRA. Deve-se frisar
que para se conseguir isso, é a custa de outras vidas, roubando de outrem o
tempo de vida legítimo.
Plano Astral
Quando viajamos no plano material, havemos de atravessar um espaço: metros, quilômetros,
léguas, anos-luz. Mas no plano astral, quando se viaja, atravessam-se graus de vibração; isto
é, passa-se de um alto grau de vibração a um mais baixo ou vice-versa. E estes variados
planos ou sub-planos de energia vibratória constituem as condições geográficas do mundo
astral. Há vários planos e sub-planos ou "regiões" do mundo astral, onde se pode viajar, porém
toda viagem astral se opera simplesmente pela transição de um grau de vibração a outro,
muda-se o foco da consciência de um nível para outro.
De acordo com C.W. Leadbeather o plano astral tem sete subdivisões e cada uma tem um grau
de materialidade que lhe é próprio e corresponde a um certo estado de agregação de matéria.
Embora, por causa da pobreza da nossa linguagem, sejamos forçados a chamar a esses sub-
planos inferiores e superiores.
A matéria de cada um deles interpenetra a matéria do imediatamente superior, existindo todos
no mesmo espaço, embora as variedades superiores de matéria se estendam para mais além
da terra física do que as inferiores.
O plano astral é muito maior do que o físico e se estende alguns milhares de quilômetros acima
de sua superfície. As divisões inferiores em torno de três são semelhantes a da terra,
principalmente a sexta, com suas construções, e sociedade, mas na medida que vai
aumentando as vibrações e ascende a quinta e quarta divisão a vida se torna menos material e
menos dependente do mundo inferior e seus interesses.

CIDADES ASTRAIS: Existe cidades, localidades, vida social, construções fantásticas, igrejas,
hospitais, convenções, palestras, escolas, trabalho, moedas, alimentação.
DUPLICIDADE: Cada objeto material, cada partícula, tem o seu duplicado no astral. Quando
saímos no corpo astral penetramos neste mundo duplicado, de acordo com a vibração
podemos ficar próximo do mundo físico (baixo grau de onirismo) ou muito grau onírico.
Autor: Elizabeth Bathory
http://lizzabathory.blogspot.pt/
O SER QUÂNTICO- Uma visão revolucionária da
natureza humana E da consciência, baseada na
nova física

Parte 1

Como o conhecimento da nova física poderá iluminar nossa compreensão da


vida diária, ajudar-nos a entender melhor nosso relacionamento com nós
mesmos, com os outros e com o mundo como um todo.

Colocar o ser humano no contexto quântico, é tema central desta série,pois esse é
o modo de se sobrepujar essa forma particular de alienação que infestou a vida
destas últimas décadas. Tal sentido de alienação vem da sensação de que nós,
seres humanos, somos de certa forma estrangeiros no Universo, meros
subprodutos acidentais de forças evolucionárias cegas, e sem nenhum papel
especial a desempenhar no esquema das coisas; sem nenhuma relação
significativa com as inexoráveis forças que impulsionam o mundo maior da matéria
bruta e insensível. Para desenvolver este tema, estaremos examinando bem de
perto o relacionamento entre matéria e consciência dentro da teoria quântica,
assim como propondo uma nova teoria mecânico-quântica da consciência que
promete nos trazer de volta a uma associação com o universo.
COMEÇANDO EM PLATÃO

As raízes desta alienação estão fundo em nossa cultura, chegando, no mínimo, até
a filosofia de Platão e sua distinção entre o âmbito das idéias e o mundo da
experiência dos sentidos, e passando pelo Cristianismo, que denegriu o corpo em
favor da alma. No entanto, de comum acordo, as influências mais poderosas sobre
nossa cultura moderna derivam da revolução filosófica e científica do século 17, do
cultivo da dúvida cartesiana e do nascimento da física newtoniana ou clássica.

Ambas mudaram radicalmente o modo como vemos a nós mesmos e nossa


relação com o mundo. A filosofia cartesiana arrancou os seres humanos do
contexto religioso, social e familiar e lançou-os de ponta-cabeça no que chamamos
de “cultura centrada no eu”, uma cultura dominada pelo egocentrismo, por uma
ênfase exagerada do “eu” e do “meu”. A visão de Newton arrancou-nos da própria
substância do Universo. A física clássica transmutou o cosmo vivo dos gregos e da
Idade Média, um cosmo cheio de sentido e inteligência e movido pelo amor da
Fonte/ Deus em benefício do homem, numa máquina morta e previsível. A
revolução de Copérnico havia deslocado a Terra, e portanto os seres humanos, do
centro das coisas; porém as três leis do movimento de Newton e seu modelo
mecânico do sistema solar forneceram a planta para um projeto completamente
despido de vida. As coisas se moviam porque obedeciam a leis fixas e
determinadas. Um silêncio glacial invadiu os céus antes cheios de vida. Os seres
humanos e suas lutas, toda a consciência e a própria vida tornaram-se irrelevantes
ao funcionamento da vasta máquina universal. Ao longo da História, temos retirado
da teoria física corrente da época, nossa concepção a respeito de nós mesmos e
de nosso lugar no Universo. Assim, ao longo destes trezentos anos, físicos e não-
físicos têm encontrado na coloração fria da visão newtoniana suas filosofias
pessoais, seu sentido de identidade própria e suas noções de como se relacionam
com o mundo e com as outras pessoas.

AS TEORIAS-MARX- DARWIN-FREUD-NEWTON

As imutáveis leis da História descritas por Marx, a luta desesperada pela


sobrevivência de Darwin e as tempestuosas forças da sombria psique de Freud
devem, em alguma medida, sua inspiração à teoria física de Newton. Todas, e
mais a arquitetura de Le Corbusier e o completo arsenal da parafernália
tecnológica que toca todos os aspectos de nossa vida diária, permearam tão
profundamente nossas consciências, que todos e cada um de nós nos enxergamos
refletidos no espelho da física newtoniana. Estamos mergulhados no que Bertrand
Russell chamou de “desespero inarredável” ao qual ela deu origem. “O mundo que
a ciência nos apresenta para que acreditemos”, escreveu Russell na virada do
século, “nos diz”: Que o homem é produto de causas que não tinham nenhuma
previsão do fim ao qual chegariam; que sua origem, seu crescimento, suas
esperanças e temores, seus amores e crenças não passam do resultado do
posicionamento acidental de átomos; que nenhum heroísmo, nenhum grau de
pensamento ou de sentimento pode preservar a vida individual após a morte; que
toda a labuta dos séculos, toda a devoção, toda a inspiração, todo o intenso brilho
do gênio humano estão destinados à extinção na vasta morte do sistema solar; e
que todo o templo da conquista humana deverá inevitavelmente ser soterrado sob
os escombros de um Universo em ruínas…; “Como”, pergunta-se Russell, “pode o
homem, num mundo tão alienígena e desumano, manter suas aspirações
imaculadas?” Em larga escala, não conseguimos. A maioria dos relatos escritos
sobre nosso século e a experiência de muitas pessoas que viveram ao longo dele,
mostram um quadro de considerável dissolução.

AS VÁRIAS FACETAS DA QUESTÃO

De todos os lados — moral, espiritual e estético — nossa cultura parece estar sob
tensão. Muitos dos “valores antigos” e crenças geralmente aceitas deixaram de ser
inquestionáveis e nos vemos alicerçados apenas em nós mesmos. A grande
massa das pessoas foi compulsoóriamente obrigada a viver na era do herói
existencial — audaciosamente indiferente ao “Deus morto”, tornando-se criador de
seus próprios valores e guardião de sua própria consciência. Esta é a experiência
do modernismo, e seu preço, tanto em termos pessoais como em termos de
desenraizamento cultural,e foi alto. Em nosso relacionamento com nós mesmos e
com os outros, a influência newtoniana vai muito fundo. Se não passamos de um
subproduto acidental da criação e um joguete na mão de forças maiores totalmente
fora de nosso controle, como podemos ter alguma responsabilidade significativa
por nós mesmos ou pelos outros?

Como, dotados de existência temporária e de propósitos fúteis e jogados de


um lado para outro pela dinâmica do id ou pela sub-corrente genética ou
ainda pela luta de classes e pela História, como realmente podemos ser
responsabilizados por qualquer coisa?

Grande parte da moderna sociologia, da pedagogia e toda a psicologia do Ser,


derivam desta linha de pensamento, assim como nossa violência característica do
século 20/21, uma reação natural diante de tamanha impotência. Foi igualmente
afetada nossa atitude em relação à natureza e ao mundo material. Se nossa
mente, nosso ser consciente, é totalmente diferente de nosso ser material, como
argumentou Descartes, e se a consciência não tem nenhum papel a desempenhar
no Universo, como sugere a física de Newton, que relacionamento podemos ter
com a natureza ou com a matéria?
UMA CRENÇA ADQUIRIDA;UM MUNDO ALIENÍGENA Á NÓS E NÓS Á ELE

Somos alienígenas num mundo alienígena, situados à parte dele e em oposição a


ele, nosso meio ambiente material. Portanto, lançamo-nos à conquista da natureza
para sobrepujá-la e utilizá-la para nossos próprios fins sem olhar as conseqüências
disso. “O homem é um estranho ao mundo”, diz Michel Serres, “ao pôr-do-sol, ao
céu, às coisas. Ele as odeia e combate. Seu ambiente é um perigoso inimigo
contra o qual deve lutar, e que deve ser mantido escravo…”. A violação do meio
ambiente característica do século 20 e a caótica proliferação de estruturas
materiais construídas pelo homem advêm deste senso de alienação da natureza e
da matéria. Mas, irônicamente, enquanto a cosmovisão newtoniana ainda
domina nossas vidas e pensamentos, todo e qualquer entusiasmo pela física
de Newton em si já morreu há tempos. Ela ainda é a física que move
dínamos, que leva o homem à Lua, porém já não está na vanguarda do
pensamento físico criativo. Nem sequer é ensinada nos cursos básicos das
universidades mais avançadas, pois a consideram adequada sómente a níveis
mais elementares do ensino da ciência. Em seu lugar, temos a ―nova física‖, a
teoria da relatividade de Einstein e a mecânica quântica, ambas tendo
mudado radicalmente o modo de se fazer física. A teoria da relatividade em si,
embora tenha conseqüências importantes no modo como se faz uma parte da
física, provavelmente não levará a uma nova visão de mundo. Embora uma leitura
errônea de Einstein tenha sido animadora para a tendência a favor do “relativismo”,
para certas correntes históricas e antropológicas a teoria da relatividade em si trata
da física das altas velocidades e enormes distâncias. Ela se consuma numa escala
cosmológica e não tem virtualmente nenhuma aplicação em nosso cotidiano, em
nosso mundo de pés na terra. Assim, ainda que qualquer colegial saiba que o
espaço é curvo e o tempo, da forma como o conhecemos, é muito improvável que
as pessoas comuns cheguem á uma compreensão da realidade diária sob as luzes
da obra de Einstein.

A física quântica é diferente. Sendo a física desse minúsculo micromundo dentro


dos átomos, ela descreve o funcionamento interno de tudo o que vemos e ao
menos físicamente somos. Todo o mundo da matéria, incluindo nossos próprios
corpos, é feito de átomos e seus componentes ainda menores, e as leis que
governam esses pequenos pedacinhos de realidade básica transbordam para
nossa vida diária. Um único fóton, ou “partícula” de luz, afeta a sensibilidade do
nervo ótico. O princípio da incerteza que governa o comportamento dos elétrons
desempenha um papel na estrutura dos acidentes genéticos que contribuem para
o processo de envelhecimento e para a evolução de certos tipos de câncer, sendo
que o próprio processo evolutivo talvez seja afetado de maneira semelhante.3 Ao
nível da analogia, a física quântica está cheia de imagens que quase imploram
aplicação na vida diária. O princípio da incerteza de Heisenberg há muito
invadiu a linguagem dos sociólogos e psicólogos; a idéia do salto quântico tornou-
se o jargão comum para se discutir qualquer espécie de mudança rápida ; Ao
longo desta série,estaremos mostrando vários modos segundo os quais, a
teoria quântica pode nos oferecer uma compreensão radicalmente nova de
vários aspectos de nossa experiência, e este é o tema geral ; como uma
metáfora completamente nova para esta era, ou uma nova visão de mundo,
deriva naturalmente daquilo que a física quântica nos conta sobre o mundo
físico e humano. As características desta visão de mundo se tornarão claras
à medida que discutirmos por que a nova física é nova e percebermos como,
através de uma nova física da consciência, ela pode ser aplicada à filosofia
da pessoa e à psicologia dos relacionamentos humanos.

A INFLUÊNCIA DA TEORIA QUÂNTICA

Sob alguns aspectos importantes, — como a física quântica se relaciona com


nossa experiência da vida diária-iremos direto ao coração do problema filosófico
central da própria teoria quântica. Até agora, passados sessenta anos de sua
jovem história, os físicos quânticos ainda se sentem absolutamente incapazes para
explicar até mesmo como pode existir um mundo do cotidiano — o mundo de
mesas e cadeiras, pedras e árvores etc. — quanto mais para explicar como sua
ciência se relaciona com este mundo. A teoria quântica é teoria física de maior
sucesso até hoje. Ela pode prever corretamente resultados experimentais
com um acerto de várias casas decimais. No entanto, sua inabilidade em
explicar, quer as predições, quer os resultados, significa que nenhum quadro
novo, uno da realidade, emergiu de todas as equações geradas, e menos
ainda uma nova visão de mundo na qual as descobertas da física quântica se
enraízem para instigar a imaginação das pessoas comuns. Realmente, na
maior parte dos sessenta anos passados desde que a teoria quântica se
completou, o consenso entre os físicos quânticos tem sido o de que eles não
podiam nem deveriam dizer coisa alguma sobre o mundo real e que sua
única tarefa ―segura‖ seria continuar prevendo resultados através de suas
equações.

Essa posição “anti-realista”, que ficou conhecida como a Interpretação


Copenhagen da teoria quântica por causa do físico dinamarquês Niels Bohr, seu
grande defensor, está influenciada pela natureza bizarra e indeterminada dos
eventos no nível quântico, onde nada em particular pode ser declarado
existente em um local determinado e tudo flutua num mar de
possibilidades. Isso levou a conversas absurdas entre os físicos quânticos e seus
seguidores filosóficos, incluindo-se aí a negação de uma realidade no nível
subatômico ou mesmo, em alguns casos, a negação da existência de qualquer
realidade. Entretanto, há um mundo real onde as ―coisas‖ existem. As
cadeiras são corpos sólidos e identificáveis, sobre os quais podemos nos
sentar. Para que a teoria quântica esteja realmente completa, e para que
substitua, não só a física newtoniana como também toda a cosmovisão
newtoniana enquanto filosofia central de nossa era, ela deve ser conduzida a
um diálogo mais estreito com tais fatos do mundo cotidiano. O argumento
central desta premissa é o de que nós, seres humanos conscientes, somos a
ponte natural entre o mundo da experiência diária e o mundo da física
quântica, e que um exame mais acurado da natureza e do papel da
consciência no esquema das coisas conduzirá a uma compreensão filosófica
mais profunda do dia-a-dia e a um quadro mais completo da teoria quântica.

E A CONSCIÊNCIA?

A existência da consciência foi sempre um problema. O que ela é, por que ela
existe no mundo e como, de fato, pode tal coisa existir? Algumas respostas a estas
questões são necessárias a qualquer compreensão da vida ainda que em seu
sentido mais primário, como a “vida” de uma ameba. Num sentido mais amplo,
algumas respostas são necessárias para iluminar o significado e o propósito da
vida, os porquês de nossa cultura e o lugar de um único indivíduo num universo
maior. Elas também são necessárias para se obter alguma compreensão do
universo em si.Podemos considerar muito sériamente a possibilidade de que a
consciência, assim como a matéria, emerge do mundo dos acontecimentos
quânticos e que ambas, embora completamente diferentes uma da outra, têm uma
“mãe” em comum na realidade quântica. Se assim for, nossos padrões de
pensamento e, mais do que isto, nosso relacionamento com nós mesmos,
com os outros e com o mundo como um todo, poderão em alguns casos ser
explicados pelas mesmas leis e padrões de comportamento que governam o
mundo de prótons e elétrons, em outros casos podem refletir essas mesmas
leis e padrões. Se de fato nosso intelecto tira suas leis da natureza, segue-se que
nossa percepção dessas leis deve, em alguma medida, refletir a realidade da
própria natureza. Se tal possibilidade existe, então, podemos retirar dela uma visão
similar àquela dos antigos gregos: Quando o homem está no mundo, é do
mundo, está na matéria, é da matéria, ele não é um estranho mas um amigo,
um membro da família, um igual… Os gregos viviam num Universo
conciliado, onde a ciência das coisas e a ciência do homem
coincidem. Podemos dizer que que temos hoje na física quântica os
fundamentos de uma física sobre a qual podemos basear nossa ciência e
nossa psicologia, e que através de uma comunhão da física e da psicologia
também poderemos viver num Universo conciliado, um Universo em que nós
e nossa cultura seremos plena e significativamente parte do esquema das
coisas.

O QUE HÁ DE NOVO NA‖ NOVA FÍSICA‖

Certa vez Einstein disse que a teoria quântica lhe sugeria “um sistema de ilusões
de um paranóico extremamente inteligente, maquinado a partir de elementos de
pensamento incoerentes”. Todos os adjetivos comumente aplicados a essa física
são do mesmo tipo: absurda, bizarra, assustadora, incrível, inacreditável etc. Até
mesmo encontrar a maneira verdadeiramente apropriada para se descrever as
descobertas neste campo parece ser uma tarefa ardilosa. A nova física é tão nova
que os próprios físicos quânticos ainda não se entenderam inteiramente a respeito
das mudanças conceituais que ela determina, refugiando-se na linguagem menos
exigente das matemáticas. Mas é justamente aí, no cunhar de uma nova estrutura
conceitual para a nova física, que está o verdadeiro desafio cultural da ciência
moderna. É difícil perder os velhos hábitos intelectuais. As categorias newtonianas
de tempo, espaço, matéria e causalidade impregnaram tão profundamente toda
nossa percepção da realidade que emprestam sua cor a todos os aspectos de
nossa forma de pensar sobre a vida, e não é fácil imaginar um mundo que
arremede sua realidade. Ex;- Cada vez que dirigimos um automóvel de um
ponto a outro estamos, em alguma medida, conscientes do espaço entre os
dois pontos e do tempo que levamos para percorrer o trajeto. O simples ato
de abrir e fechar uma porta nos torna subliminarmente conscientes tanto da
existência material da porta como de nossa mão, e ainda da relação de causa
e efeito entre uma e outra. Como, então, lidar com a alegação de que não há
espaço entre dois objetos distintos e, mais ainda, que não há objetos da
forma como normalmente os concebemos e que toda a noção de ―distintos‖
não tem nenhuma base na realidade? Como falar sobre acontecimentos ou
relacionamentos se temos de renunciar a toda esta conversa de tempo e
nunca dizer que uma coisa causou outra?

Da primeira vez que se apresentam tais problemas, eles provocam uma espécie de
torpor intelectual a que se segue uma tentativa de lidar com eles de alguma forma
conhecida. Mesmo os físicos quânticos, quando procuram entender o que suas
equações estão indicando, inadvertidamente tentam colocar conceitos quânticos
novos dentro de categorias newtonianas antigas, o que por sua vez faz que vejam
o próprio trabalho com a mesma estranheza dos leigos. Até agora, nenhum deles
conseguiu dizer realmente o que é que tudo isto significa. Ao longo desta série,
tentaremos expressar os conceitos da teoria quântica numa linguagem
corriqueira e em termos do dia-a-dia sem, no entanto, cair na armadilha
comum de tentar colocar ―pinos redondos em buracos quadrados‖. A radical
novidade de tudo ficará instantaneamente evidente quando examinarmos as
noções básicas de ser, movimento e relacionamento no contexto da nova
física, e esperamos que nossa capacidade de assimilação dessas noções
como parte integrante de nossa experiência pessoal cresça nos posts
posteriores.

SER - A MAIS REVOLUCIONÁRIA

A mais importante afirmação que a física quântica faz acerca da natureza da


matéria, e talvez do próprio ser, provém de sua descrição da dualidade onda—
partícula — a afirmativa de que todo ser, no nível subatômico, pode ser igualmente
bem descrito como partículas sólidas, como um certo número de minúsculas bolas
de bilhar, ou como ondas, como as ondulações na superfície do oceano. Mais que
isto, a física quântica prossegue dizendo que nenhuma das duas descrições tem
real precisão quando isolada e que tanto o aspecto onda como o aspecto partícula
do ser devem ser levados em conta quando se procura compreender a natureza
das coisas. É a própria dualidade o aspecto mais básico. A “substância” quântica
é, essencialmente, ambos: o aspecto onda e o aspecto partícula
simultaneamente. Esta natureza do Ser Quântico está condensada numa das
colocações mais fundamentais da teoria quântica, o princípio da
complementaridade, que declara que cada modo de descrever o ser, como
onda ou como partícula, complementa o outro e que o quadro completo
surge somente do ―pacote‖. Como os hemisférios direito e esquerdo do
cérebro, cada uma das descrições fornece um tipo de informação que feita à
outra. Se, num dado momento, o ser elementar se mostra como uma ou
como a outra, isso depende das condições gerais — o crucial nisso, como
veremos mais adiante, pode ser que qualquer uma das duas ou que nenhuma
esteja observando, ou, quando elas estão, o que estão procurando.
ONDA E PARTÍCULA-QUAL A MAIS FUNDAMENTAL?

Tal dualidade e o conceito um tanto etéreo de matéria que isso representa, não
poderiam estar mais distantes da noção corriqueiramente sustentada pela física
newtoniana ou clássica. Na física de Newton, como em nossa percepção comum
de questões maiores, presumia-se que o ser, em seu nível mais básico e
indivisível, consistia em partículas pequeninas e distintas entre si, os átomos que
colidem, se atraem e se repelem uns aos outros. Eram sólidos e separados, cada
qual ocupando um lugar próprio e definido no espaço e no tempo. Em
contrapartida, os movimentos de onda (como ondas de luz) eram considerados
vibrações que ocorriam numa espécie de “gelatina” subjacente (o éter), não sendo
coisas fundamentais por si mesmas. Assim, tanto ondas como partículas tinham
seu papel dentro da física newtoniana, mas as partículas eram consideradas mais
básicas, e delas é que a matéria se formava. Para a física quântica, porém, tanto
ondas como partículas são igualmente fundamentais. Uma e outra são
modos pelos quais a matéria se manifesta, e as duas juntas são o que a
matéria é. E, ainda que nenhum dos ―estados‖ seja completo em si mesmo e
ambos sejam necessários para nos dar um quadro completo da realidade, na
verdade só conseguimos focalizar um de cada vez. Esta é a essência do
princípio da incerteza de Heisenberg, que, como o da complementaridade, é
um dos princípios mais fundamentais do ser na teoria quântica. Segundo o
princípio da incerteza, as descrições do ser como onda e como partícula se
excluem mutuamente. Embora ambas sejam necessárias à compreensão
integral do que o ser é, somente uma está disponível num determinado
momento do tempo. Consegue-se medir ou a exata posição de algo (como
um elétron) quando ele se manifesta como partícula, ou seu momentum (sua
velocidade) quando ele se expressa como onda, mas nunca se consegue
uma medida exata de ambos a um só tempo. A charada da medição dos
elétrons é um pouco como a dinâmica de uma primeira entrevista
psiquiátrica na qual, idealmente, o psiquiatra gostaria de saber tanto os fatos
relevantes do histórico do paciente como também estabelecer algum tipo de
relação com ele. O problema é que, se o psiquiatra faz perguntas factuais
para conseguir o histórico, recebe respostas factuais, e o paciente em si, seu
modo de ser naquele momento, fica em segundo plano. Em contrapartida, se
o psiquiatra decide abandonar as perguntas para ouvir de forma mais criativa
e receptiva, conseguirá ―sentir‖ o paciente muito bem, porém chegará ao fim
da entrevista sabendo muito pouco do histórico. Colheita de fatos e criação
de um relacionamento parecem se excluir e, no entanto, ambos são
necessários para formar um quadro completo do estado do paciente.

NEM PARTÍCULA NEM ONDA….

Da mesma forma, a maioria dos elétrons e outras entidades subatômicas não


são nem totalmente partículas nem totalmente ondas, mas, antes, uma
confusa espécie de mistura das duas conhecida como ―pacote de onda‖, e é
aqui que a dualidade onda— partícula e o mistério quântico se revelam
plenamente. Embora possamos medir propriedades das ondas e propriedades
das partículas, as propriedades exatas da dualidade sempre escapam a qualquer
medição. O máximo que se pode pretender em relação a qualquer pacote de onda
é uma leitura nublada de sua posição e uma leitura igualmente nublada de seu
momentum. Este ―nublamento‖ essencial é a incerteza à qual se refere o
princípio da incerteza, e ele substitui o velho determinismo newtoniano, em
que tudo da realidade física é fixo, determinado e mensurável, por um vasto
―mingau‖ de ser onde nada é fixo nem totalmente mensurável, onde tudo
permanece indeterminado, algo fantasmagórico e sempre um pouco além de
nossa compreensão.

Assim como muitas vezes sentimos que nunca compreendemos inteiramente uma
outra pessoa, nunca realmente conseguimos determinar sua natureza essencial, é
uma verdade indubitável que nunca conhecemos plenamente uma partícula
elementar. É como se estivéssemos eternamente condenados a enxergar apenas
sombras em meio à neblina. A natureza total dessa indeterminação quântica vai
direto ao coração do problema filosófico central levantado pela mecânica quântica
— a natureza da própria realidade. Alguns teóricos quânticos, e em primeiro lugar
dentre eles Niels Bohr, bem como o próprio Heisenberg, argumentam que a
realidade fundamental em si é essencialmente indeterminada, que não há um
“algo” nítido e fixo subjacente a nossa existência diária que possa ser conhecido.
Tudo da realidade é e continua sendo uma questão de probabilidades. Um elétron
pode ser uma partícula, pode ser uma onda, pode estar nesta órbita, pode estar
naquela — de fato, tudo pode acontecer. Só podemos prever essas coisas com
base no que é mais provável dadas as condições gerais de determinada situação
experimental. Dentro desta visão, na qual a base essencial da realidade tal como a
conhecemos consiste apenas em tais e tantas possibilidades, ficamos com o
problema central da teoria quântica irresoluto: como podem as coisas deste mundo
chegar a se tornar reais, fixas? É o exato oposto do dilema levantado pelo
Universo mecânico de Newton no qual não há espaço para o novo. Lendo Newton,
sentimos a necessidade de perguntar: como é que alguma coisa consegue
acontecer? Com a interpretação de Bohr— Heisenberg da mecânica quântica o
problema passa a ser: como é que alguma coisa consegue ser? Mas outros
teóricos quânticos, liderados por um apaixonado Einstein, argumentaram que
qualquer realidade tão completamente indeterminada, probabilística, não poderia
ser concebida. O Todo-Poderoso, assegura-nos Einstein, não sancionaria um
Universo que funcionasse como uma casa de jogo banal — “Deus não joga dados
com o Universo”, disse ele. Os partidários de Einstein argumentam que o
indeterminismo essencial exigido pela mecânica quântica repousa não na própria
realidade, mas antes deriva do fato de que a teoria quântica em si não está
completa, ou seja, da nossa inabilidade em estudar a natureza sem perturbá-la.
Eles ressaltam que a teoria falha justamente no ponto em que deveria explicar a
existência das coisas concretas e insistem em que o mundo concreto é tão fixo e
real como sempre pensamos. Somos nós que, por causa dos métodos de medição
ou das equações que empregamos, não conseguimos conhecê-lo.

PROBABILIDADES INFINITAS

Embora concordando com Einstein que a atual física quântica, da forma


como está estruturada, deixa de nos dar uma explicação adequada do mundo
material de nosso dia-a-dia, nossa tendência pessoal é adotar a visão de
Bohr—Heisenberg á respeito da indeterminação; isto é, queremos defender a
visão de que o fundamento mesmo da realidade é um labirinto móvel e
indeterminado de probabilidades; Esta tendência virá mais adiante quando
discutirmos a natureza da consciência e sua relação com a física quântica. O
funcionamento de nossa própria mente poderá fornecer uma chave para a
natureza fundamental da realidade. Por enquanto, a indeterminação quântica
é, no mínimo, uma maneira metafórica muito poderosa para se perceber a
realidade. Ao nível do cotidiano podemos ver o princípio da incerteza e o da
complementaridade — a dualidade onda—partícula — como algo que nos
oferece a chance de escolher entre diversas maneiras de se enxergar um
mesmo sistema. Por exemplo, podemos pensar nas ondas como gigantescas
ondulações na superfície do mar ou podemos pensar nelas como certa
quantidade de ―partículas‖ (moléculas) de água. Podemos pensar numa
nação como uma entidade viva com características próprias, etnia e história,
ou podemos dividi-la em cidades separadas, prédios distintos, pessoas
distintas. Se levarmos isto ainda mais adiante, poderemos pensar nos tijolos
que compõem os prédios ou nas células corporais das pessoas, ou mesmo
nas moléculas e átomos que formam cada uma delas. Vários tipos de coisas
podem ser vistos mais claramente se observados sob várias perspectivas, e
quem poderá dizer qual a mais fundamental? Qual ou o que existe mais
―realmente‖? A teoria do campo quântico nos leva ainda mais longe, para
além do Universo morto e silencioso de Newton, dando-nos um quadro
vivido do fluxo dinâmico que repousa no coração de um ser indeterminado.
Ali, mesmo aquelas partículas que chegam a se manifestar como seres
individuais o fazem apenas rapidamente. Em níveis de energia
suficientemente elevados, partículas podem surgir de um fundo de pura
energia (ondas), existir por um tempo ínfimo e então dissolver-se novamente
para formar outras partículas ou voltar àquele profundo oceano de energia —
como os pequenos rastros de vapor que aparentemente surgem do nada,
atravessam um pequeno espaço na neblina e então desaparecem novamente.

Algumas das propriedades dessas partículas individuais transitórias são


conservadas — sua massa, carga e spin (movimento angular intrínseco) —,
porém, para o número e tipo da população de uma nação ou a construção e
declínio de suas cidades e prédios distintos, tal constância se restringe ao balanço
geral do sistema como um todo. Este quadro gráfico de surgimento e
desaparecimento, ou início e cessação de partículas subatômicas isoladas no nível
quântico da realidade, traz profundas implicações para nossa maneira de enxergar
a natureza e a função das personalidades individuais, ou a sobrevivência do ser
individual.

O MOVIMENTO NA FÍSICA CLÁSSICA

O movimento parece um conceito bastante simples, familiar à nossa percepção


diária, do modo como as coisas se deslocam. Um objeto, digamos, uma bola, viaja
sem interrupção do ponto A ao ponto B, leva determinada quantidade de tempo
para transitar de um ponto ao outro e só começa sua viagem porque alguém a
jogou. Portanto, ela se move suavemente pelo tempo e pelo espaço como
resultado de uma relação de causa e efeito. Todos sabemos que esta é a forma
básica pela qual os acontecimentos de nosso mundo são estruturados. No
entanto, ao nível quântico da realidade, todo esse quadro de movimento
contínuo pelo tempo e pelo espaço se desfaz. A física quântica, conforme
coloca um físico de Oxford, é uma física de ―pacotes‖ e ―pulos‖. Os
―pacotes‖ apareceram nos primeiros tempos da física quântica quando Max
Planck provou que toda energia é irradiada em pacotes individuais chamados
―quanta‖, em vez de em correntes fluindo sobre um espectro contínuo. Os
―pulos‖ ou ―saltos‖ surgiram alguns anos depois quando Niels Bohr
demonstrou que os elétrons pulam de um estado energético a outro por meio
de saltos quânticos descontínuos, cujo tamanho depende de quantos quanta
de energia os elétrons absorveram ou
liberaram.
O átomo de Bohr original, atualmente um
tanto obsoleto, mas ainda útil para
demonstrar o efeito dos saltos quânticos, se
assemelhava a um minúsculo sistema solar.
Ele tinha um núcleo comparativamente
grande no centro, fazendo o papel do Sol, e
vários elétrons o circundavam, cada qual em
sua órbita individual — cada órbita
representando um determinado estado de
energia que o elétron pode ocupar. No final das contas não havia nenhuma regra
ou razão para um átomo pular de uma órbita a outra, ou para o tamanho do salto
que ele daria. Tudo o que se podia prever era que seu caminho não seria suave e
que a “distância” (diferença energética) percorrida poderia ser medida em tantos
quanta inteiros. A nova descrição do movimento como uma série de saltos
descontínuos foi uma das mudanças conceituais mais fundamentais que
emergiram da teoria quântica. Foi como substituir o suave fluir da vida real por
fotogramas como os que compõem as unidades individuais de um filme. De fato, a
teoria mostrava que todo movimento — mesmo o que percebemos como suave e
contínuo — está estruturado da mesma forma que a sucessiva apresentação dos
fotogramas. E assim como ocasionalmente um filme pode “saltar” dentro do
projetor, também as partículas subatômicas podem saltar “vários fotogramas para
frente” pulando os estágios intermediários que pareceriam o caminho mais natural.
As analogias que se pode fazer com processos mentais e culturais são
inumeráveis.

AS QUESTÕES PRÁTICAS

Como já vimos na discussão sobre o “Ser” na teoria quântica, o princípio da


incerteza de Heisenberg surgiu do problema de se tentar seguir e descrever o
verdadeiro movimento de uma partícula subatômica ao longo de seu caminho
descontínuo. Numa região onde a realidade parece constituir-se não de realidades
fixas que podemos conhecer, mas sim de probabilidades que talvez conheçamos,
quanto mais se procura analisar os movimentos de qualquer partícula, mais
enganosa ela se torna. Esta qualidade enganosa é o maior problema levantado
pela teoria quântica. O outro grande problema é o destino de todas aquelas
probabilidades não aproveitadas. Se a realidade, no nível do cotidiano, em que
normalmente a experimentamos, consiste de fato de coisas reais como
corpos e escrivaninhas e cadeiras, ao passo que no nível quântico não
existem ―coisas‖ reais mas somente uma miríade de possibilidades de
incontáveis realidades, o que é feito de todo este potencial? Em que estágio
e por que uma das muitas possibilidades da natureza se fixa no mundo das
―coisas reais‖, e que papel desempenham todas essas possibilidades não
aproveitadas (se é que desempenham algum papel) na realização desse
estado final das coisas?

A resposta a estas perguntas será de


nosso interesse mais tarde, quando
discutiremos a natureza e função da
Consciência. Até agora não há
nenhuma boa resposta para o porquê
da realidade presente — e teremos
boas razões para entender isso mais
tarde —, mas já se compreende melhor
o papel espantoso da possibilidade na
sua fixação ou mesmo na sua criação.
Isto pode ser visualizado de forma
impressionante nos saltos de elétrons.
Quando um elétron faz uma transição
de um estado de energia a outro dentro do átomo, vimos que ele o faz de forma
completamente espontânea e aleatória. Súbitamente, sem aviso prévio e
certamente sem “causa”, um átomo antes “quieto” poderá experimentar o caos em
suas camadas de energia eletrônica. Tudo depende muito de sorte. E os elétrons
podem, com igual probabilidade, fazer uma transição de um estado de energia
mais alto para um mais baixo, ou de um mais baixo para um mais alto. Por isso se
diz que há reversibilidade do tempo no nível quântico: as coisas podem acontecer
em qualquer direção. Nesse átomo perturbado não há nenhuma sucessão
conhecida de acontecimentos, com uma coisa causando a outra. As coisas
simplesmente “acontecem porque acontecem”, assim como as imagens livremente
reunidas num poema, onde se sucedem, uma após outra, sem obedecer a
nenhuma ordem necessária. E, pior do que isso, elas acontecem simultâneamente
em todas as direções, o que nos leva à questão das “possibilidades
perdidas”. Quando um elétron, a pretexto de uma onda de probabilidade,
pretende mudar de uma órbita para outra, ele primeiro se comporta como se
estivesse ―espalhado por uma ampla região do espaço‖, revelando uma
espécie de onipresença sobrenatural em muitas órbitas. Ele lança ―sensores‖
temporários na direção de sua futura estabilidade, experimentando — de uma
vez só — todas as novas órbitas possíveis nas quais poderá futuramente
assentar-se, algo bem parecido conosco quando experimentamos uma idéia
nova, criando cenários imaginários nos quais vemos suas inúmeras
possíveis conseqüências.

Na teoria quântica estes “sensores”


temporários são chamados “transições
virtuais”, ao passo que a transição final do
elétron para sua casa nova e definitiva é
chamada “transição real”. No entanto, como
previne o físico quântico David Bohm, não
devemos tirar conclusões errôneas levados
pelos termos “virtual” e “real”. Por vezes
permanente (isto é, energia conservante)
são chamadas transições reais, para se
distingui-las das chamadas transições
virtuais, que não conservam energia e que,
portanto, devem ser revertidas antes que
cheguem longe demais. Esta terminologia é muito infeliz, pois sugere que as
transições virtuais não têm efeitos reais. Ao contrário, geralmente elas são da
maior importância, porque um grande número de processos físicos resulta dessas
assim chamadas transições virtuais. Ex;- A situação é um pouco parecida com
aquela de uma jovem recatada que é por fim apresentada à sociedade em seu
début. Antes tão serena, ela se vê excitadíssima quando confrontada com
pedidos de casamento de vários pretendentes. Todo um mundo novo de
possibilidades abriu-se a ela, que, naturalmente, quer realizar seu maior
potencial de fazer o casamento certo com o homem de seus sonhos. No
mundo real (o mundo da realidade diária) ela teria de examinar uma a uma
essas diversas possibilidades, talvez saindo várias vezes com cada um dos
pretendentes antes de se sentir segura de estar escolhendo o homem certo.
Mas no mundo quântico a indecisa mocinha ficaria com todos os
pretendentes ao mesmo tempo, talvez até montando uma casa com cada um
deles simultâneamente. Se seus pais, escandalizados, quisessem lhe
escrever uma carta condenando seu comportamento libertino, não
conseguiriam saber onde encontrá-la. Teriam de mandar cópias da carta para
todos os seus endereços já que, na verdade, ela estaria em todos eles. E, se
os ninhos de amor dessa mocinha fossem suficientemente próximos uns dos
outros,• ela poderia até se postar em suas várias varandas e acenar para si
mesma do outro lado! Por fim, é claro, tendo explorado plenamente suas
possibilidades, a moça acabaria assentando-se, casando e morando em uma
casa com apenas um dos pretendentes, mas não sem deixar ―traços‖ seus
nas várias vizinhanças onde ocupou endereços temporários. Os vizinhos
talvez se lembrassem dela, perguntando-se o que teria sido feito daquela
moça; e, se a natureza tivesse seguido seu curso normal, haveria proles
advindas de suas muitas ligações temporárias, que por sua vez cresceriam e
viriam a influenciar o mundo. (Pois um grande número de processos físicos é
resultado dessas transições virtuais.)

Na realidade, para a teoria quântica, as casas poderiam estar a qualquer distância


uma da outra, pois as transições virtuais de um elétron influem uma na outra
mesmo a uma distância infinita. A realização de múltipla escolha de fato acontece
sempre que há um ponto de decisão a respeito do meio pelo qual um processo
físico indeterminado poderá se resolver. Chamada ―teoria dos muitos mundos‖,
ela sugere que há um número infinito de mundos, em cada um dos quais
poderemos encontrar uma versão de nós mesmos, cada qual diferente da
outra, na medida em que cada uma seguiu uma diferente corrente de
acontecimentos. Segundo essa visão, não há possibilidades perdidas —
podemos viver todas. No entanto, haverá razão para empregar de vez em
quando as muitas analogias entre os processos psicológicos e o papel das
transições virtuais quânticas. Na natureza, por exemplo, David Bohm já sugeriu
que, ―sob muitos aspectos, o conceito da transição virtual assemelha-se à
idéia da evolução na biologia, que sugere que todas as espécies podem
aparecer como resultado de mutações, mas que somente algumas espécies
podem sobreviver indefinidamente, a saber, aquelas que satisfazem certas
exigências de sobrevivência do meio ambiente específico daquela
espécie‖. As muitas espécies criadas por mutações podem ser vistas como
várias possibilidades (estados virtuais) sendo exploradas pela natureza
como novas formas por intermédio das quais ela procura expressar seu
potencial. As possibilidades menos inviáveis acabam morrendo, como diz
Bohm, mas freqüentemente não sem antes deixar algum traço de si, que
perdura, tornando-se parte da trama da vida. Dois mutantes inviáveis
poderão, por exemplo, cruzar e formar uma terceira espécie capaz de
sobreviver por longo tempo (uma transição real). É muito provável que os
seres humanos sejam resultado de tal cruzamento entre duas ―espécies
virtuais‖, uma mutação secundária que deu certo, vinda de obscuras formas
de vida conhecidas apenas como o elo extraterrestre perdido.

RELACIONAMENTO,TALVEZ….

Mais do que qualquer outra coisa, a física quântica promete transformar nossas
noções sobre relacionamento. Tanto o conceito do Ser enquanto dualidade
indeterminada de onda— partícula como o conceito de movimento que deriva das
transições virtuais, pressagiam uma revolução em nossa percepção de como as
coisas se relacionam. Coisas e acontecimentos que antes eram concebidos como
entidades separadas pelo espaço e pelo tempo, agora são vistos pelo teórico
quântico como tão integralmente ligados que sua ligação faz as vezes de ambos,
espaço e tempo. Eles se comportam como aspectos múltiplos de um todo maior,
sendo que suas existências “individuais” ganham definição e sentido através do
contato com esse todo. A nova noção mecânico-quântica de relacionamento vem
co mo conseqüência direta da dualidade onda—partícula e da tendência de que
uma “onda de matéria” (ou “onda de probabilidades”) deve se comportar como se
estivesse espalhada por todo espaço e tempo. Mas, se todas as “coisas”
potenciais se estendem indefinidamente em todas as direções, como se poderá
falar em alguma distância entre elas ou conceber alguma separação? Toda as
coisas e todos os momentos tocam uns nos outros em todos os pontos; a unidade
do sistema completo é suprema. Segue-se disto que a noção antigamente
fantasmagórica do ―movimento á distância‖, em que um corpo influencia o
outro instantâneamente apesar de inexistir troca aparente de força ou de
energia, é um fato banal e corriqueiro para o físico quântico — um fato tão
estranho a qualquer estrutura de tempo e espaço que permanece um dos
maiores desafios conceituais levantados pela teoria quântica.

Uma visão da realidade que aceita o movimento instantâneo á distância ou a não-


localidade, como é mais adequadamente chamada (princípio que diz que algo
pode ser afetado mesmo na ausência de uma causa local), tem uma coloração
óbviamente mística. Na verdade, ela afronta violentamente o bom senso e a física
clássica. Ambos repousam no princípio intuitivo de que, em algum nível, a
realidade é composta de componentes básicos, indivisíveis, inerentemente
distintos entre si e que qualquer efeito experimentado por uma parte tem uma
causa que a explique em outra parte. Além disso, segundo a teoria da relatividade,
nenhuma causa (digamos, sinal) é capaz de viajar de um pedaço de realidade para
afetar outro mais rápidamente que a velocidade da luz. Assim, quaisquer idéias de
influências instantâneas deveriam estar fora de cogitação. Todo o problema da
não-localidade é tão difícil que nem sequer foi levantado nos primórdios da teoria
quântica, e sómente nos últimos anos é que os físicos vêm tentando entender-se
com ele. Foi Einstein quem primeiro demonstrou que as equações da teoria
quântica prediziam a necessidade de não-localidade instantânea. Para ele, isto era
impossível (“fantasmagórico e absurdo”, como disse) e jamais sentiu-se à vontade
com as implicações metafísicas mais amplas da física quântica. A previsão da não-
localidade era a prova clara de que ele precisava para dizer que a teoria quântica
estava “incompleta e mal pensada”, e ele se empenhou para que isso fosse
reconhecido.

Num dos famosos paradoxos da física — o Paradoxo de Einstein, Podolsky e


Rosen ou E.P.R. — ele demonstrou, de uma vez por todas, como supôs, que a
presumida existência das influências não-locais levava a uma contradição. O teor
do Paradoxo de E.P.R. pode ser compreendido se imaginarmos o destino de um
hipotético par de gêmeos idênticos; nascidos em Londres, mas separados desde o
nascimento. Um deles continua morando em Londres. O outro foi viver na
Califórnia. Ao longo dos anos não há contato entre os gêmeos; na verdade, um
ignora a existência do outro. O bom senso dirá que os gêmeos vêm levando vidas
completamente distintas. Mas, apesar de sua separação e da ausência de
comunicação entre eles, um psicólogo que vem estudando a vida dos gêmeos
observou uma impressionante correlação em seus estilos de vida. Ambos
adotaram o apelido de “Badger”, ambos trabalham como advogados no escritório
de um procurador da prefeitura, ambos se vestem quase exclusivamente em tons
de marrom e ambos casaram-se com loiras de nome Jane na idade de 24 anos.
Como se explica tudo isso? O físico quântico não teria nenhuma dificuldade em
acreditar na correlação das vidas dos gêmeos. Ele diria que suas equações
sempre previram isto e que todas as ligações entre eles são satisfatoriamente
explicada pelo fato de suas existências individuais serem aspectos de um todo
maior. Mas Einstein achava que isto não bastava. Em sua teoria das variáveis
escondidas sugeriu como alternativa (continuaremos utilizando a analogia dos
gêmeos) que devia haver algum fator ; Na realidade, o Paradoxo de E.P.R. diz
respeito a um experimento mental proposto por Einstein, Podolsky e Rosen
no qual um físico tentaria medir posição e momento linear de dois prótons
que se projetam em direções opostas partindo de uma fonte comum. David
Bohm revisou isto mais tarde sugerindo que o físico medisse o spin de dois
prótons, e sua sugestão tornou-se a base para experimentos de real correlação,
realizados na década de 70, com fótons ou “partículas de luz”. comum, talvez o
material genético comum, que predeterminava a similaridade de suas vidas. A
controvérsia foi enfim resolvida por um físico chamado John Bell, que sugeriu uma
experiência conhecida como teorema de Bell. Para obedecer ao teorema de Bell,
que determina que se interfira com um dos elementos do par para ver o que
acontece com o outro, teríamos de escolher um momento e dar um bom empurrão
no gêmeo que mora em Londres, fazendo-o cair da escada e quebrar a perna.
Ninguém pode sustentar que a herança genética explicaria o fato de o outro gêmeo
sofrer uma queda similar lá na Califórnia. Portanto, se o gêmeo da Califórnia
continuar são e salvo enquanto sua contrapartida londrina sofre o acidente, então a
teoria quântica está errada e Einstein certo; porém, se o gêmeo da Califórnia cair,
Einstein está errado e a teoria quântica correta.

Na verdade o que ocorre é que, quando o gêmeo londrino leva o empurrão, o da


Califórnia também cai exatamente da mesma forma, no mesmo momento e
também quebra a perna, embora ninguém tenha lhe dado um empurrão. Todos os
aspectos de suas vidas são inseparáveis. No nível subatômico, tais experimentos
de correlação foram realizados muitas vezes usando-se pares de fótons correlatos.
As influências não-locais que unem seus “estilos de vida” foram provadas muitas e
muitas vezes. Os padrões de comportamento dos fótons são tão
extraordinariamente ligados mesmo através de qualquer separação espacial —
poderia ser uns poucos centímetros ou todo o Universo — que parece não haver
nenhuma distância entre eles.

Experiências similares foram realizadas para provar os mesmos efeitos espantosos


de correlação no tempo. Eles conseguem vencer o tempo numa espécie de dança
sincronizada que desafia toda nossa imaginação tão atrelada ao bom
senso;Imagine, por exemplo, o caso de dois barqueiros que transportem
mercadorias de um lado para outro do rio, cada qual com seu barco. O barqueiro A
com um barco, o barqueiro B com outro. Quando há muito movimento de
mercadorias ambos trabalham em período integral, mas nos períodos de
movimento fraco decidem trabalhar em turnos. O barqueiro A trabalha de manhã e
o barqueiro B à tarde. Nos períodos de muito movimento, quando os dois
trabalham o dia todo, escolhem arbitrariamente o barco que irão usar, sendo que
nenhum dos dois considera um dos barcos o “seu”. Quando passam a trabalhar
em turnos esta arbitrariedade na seleção dos barcos persiste — mas com uma
peculiaridade decisiva. Quando o barqueiro A chega para o turno da manhã,
escolhe arbitrariamente um dos barcos para usar; quando B chega para cumprir o
turno da tarde sempre pega o barco que A não usou pela manhã (embora não
tenha meios de saber que barco A usou).

Assim, embora os dois barqueiros cheguem ao trabalho em horas diferentes


durante o dia, continuam a usar os dois barcos como se ambos estivessem
presentes. Seus comportamentos estão ligados, apesar da diferença de tempo
entre seus turnos, de tal modo que sempre são correlatos. As correlações
demonstradas por um experimento com fótons seguindo esta mesma idéia dos
barqueiros hipotéticos foram sempre tão exatamente simétricas que não faz
sentido dizer que o barqueiro A escolheu um certo barco prevendo que B
escolheria o outro, ou que B escolheu tal barco por algum conhecimento misterioso
de qual barco A escolhera antes. Só se pode afirmar que as correlações mostram
que dois eventos podem estar relacionados através do tempo de tal modo que
garanta que seu comportamento seja sempre “sintonizado”, sendo inútil tentar
estabelecer um vínculo de causa e efeito. Tal relacionamento sincrônico é a base
de todo o relacionamento mecânico-quântico, o que empresta uma nota bastante
moderna à noção grega pré- socrática da “unidade do ser”. Em que medida
existem influências não-locais correlatas entre dois corpos ou eventos
aparentemente distintos é algo que depende da medida em que um sistema esteja
num estado de “partícula” ou de “onda”. As partículas comportam-se mais como
indivíduos e são menos correlatas; as ondas apresentam um padrão de
comportamento correlato mais do tipo grupal. Voltarei a esta questão em capítulos
posteriores ao discutirmos a identidade pessoal e as raízes da alienação. A
existência de correlações quânticas não-locais abalou o mundo da física e é
um dos principais fatores que impossibilitaram os físicos quânticos de dizer
o que significa sua teoria. Será, então, importante nos perguntarmos se o
novo conceito de relacionamento alicerçado na não-localidade não nos
estará oferecendo uma chave para uma compreensão completamente nova de
nós mesmos.

CONCLUSÃO E NOTA DO BLOG

Um experimento recente, que parece mostrar que a função de onda é real,


está mexendo com a nossa concepção filosófica da realidade.Seguindo o
caminho das partículas subatômicas até as entidades cosmológicas –
lembrem-se da busca pela unificação da mecânica quântica com a
relatividade -, uma das possibilidades dentre aquelas que têm sido levadas a
sério pelos físicos, está a existência de universos paralelos, ou
multiversos.Podemos postular até agora, o seguinte;
1-O universo no qual vivemos é apenas um de um número gigantesco de
mundos. Alguns são quase idênticos ao nosso, mas a maioria é muito
diferente;
2-Todos esses mundos são igualmente reais, existindo continuamente ao
longo do tempo, e todos possuem propriedades definidas com precisão;
3-Todos os fenômenos quânticos emergem a partir de uma força universal de
repulsão entre os mundos ‗próximos‘ (ou seja, semelhantes), o que tende a
torná-los mais desiguais.
A teoria quântica poderia então ser entendida como o limite contínuo de uma
teoria mecânica vigorando em um número enorme, mas finito, de mundos
clássicos, e os efeitos quânticos decorreriam exclusivamente de uma
interação universal entre esses mundos, sem referência a qualquer função de
onda.O que os físicos chamam de ―mundo‖ é um universo inteiro, com
propriedades bem definidas, determinadas pela configuração clássica das
suas partículas ecampos.Isso, claro, compromete o conceito tradicional de
Universo como compreendendo ―tudo‖. Essa questão aparentemente
semântica começa então a ganhar significado prático: para manter o
Universo como o ―todo‖, a equipe chama seus ―universos individuais‖
de mundos.Em nossa abordagem, cada mundo evolui de forma
determinística, as probabilidades surgem devido à ignorância a respeito de
qual mundo um determinado observador ocupa, e argumentamos que, no
limite de um número infinito de mundos, a função de onda pode ser
recuperada (como um objeto secundário) a partir do movimento desses
mundos.

Parte 2

A CONSCIÊNCIA E O GATO

Os que já leram algum dos populares livros sobre mecânica quântica conhecem o
gato de Schrödinger. Seu destino é o de viver e viver parcialmente. O pobre animal
sofre de uma crise de identidade peculiarmente quântica, estando indefinidamente
suspenso num estado intangível no qual não está nem vivo nem morto. Sua triste
condição já gerou mais especulação e controvérsia do que qualquer outro
problema levantado pela nova física, e não sem razão, pois ela lança a questão da
consciência humana e seu possível papel na formação da realidade física.Ficou
claro no último post que o enigma central a ser resolvido pela física quântica
e por aqueles que gostariam de usá-la para falar sobre o mundo não é ―Como
é que as coisas podem acontecer?‖ mas, antes, ―Como é que as coisas
podem ser (ou existir?)‖ Se, como a corrente dominante dos físicos quânticos
acredita, a realidade, em seu nível mais fundamental, for apenas um indefinido
mingau de infinitas possibilidades, um fluxo pululante de ondas híbridas de
matéria, como é que se consegue obter o mundo conhecido de objetos sólidos e
definidos que vemos à nossa volta? Em que ponto e por que a matéria se torna
real? Para ilustrar o problema e seu paradoxo, Irwin Schrödinger, um dos
fundadores da teoria quântica, trouxe seu gato para a discussão. O gato de
Schrödinger foi colocado em uma daquelas indefectíveis jaulas de laboratório
usadas para experimentação com animais, só que desta vez as paredes da jaula
eram sólidas. Isto é fundamental, pois para compreender onde repousa o paradoxo
não se pode ver o gato até o final da história. Dentro da caixa opaca, Schrödinger
arquitetou um experimento macabro. Ele colocou um pedacinho de material
radioativo lá dentro, sendo que este material radioativo (para facilitar a metáfora)
tem uma chance de 50% de emitir uma partícula de decaimento para baixo. Se a
partícula for para cima ela encontra um detector de partículas que, por sua vez,
aciona uma alavanca que libera um veneno letal para dentro do prato de comida
do gato. O gato come e morre. De forma semelhante, se a partícula for para baixo
é acionada uma alavanca que libera alimento e o gato sobrevive para enfrentar
outra experiência.

OS RESULTADOS POSSÍVEIS

Para cima ele morre e para baixo ele vive — são os que esperaríamos no mundo
do dia-a-dia. Mas as coisas não são tão simples assim para os gatos quânticos. Na
verdade, elas não são nada simples, pois, segundo a corrente dominante na teoria
quântica, o gato está vivo e morto ao mesmo tempo. Ele existe num estado
sobreposto de ambos os estados de uma vez — como os elétrons que são
considerados ambos onda e partícula ao mesmo tempo (post anterior). Assim
como a libertina quântica que foi capaz de viver com todos os namorados
simultâneamente(vide post anterior), o ser do gato mecânico-quântico de
Schrödinger está “espalhado” pelo espaço e pelo tempo. Sua possível vida e seu
possível estado de morte se “abrem” pela jaula como uma onda de probabilidade
que enche o espaço do experimento. Só o que podemos fazer é descrever todos
os seus possíveis estados através da função de onda de Schrödinger — isto é,
com uma equação matemática que menciona suas várias possibilidades, assim
como as regras do pôquer determinam os vários tipos de jogo que podemos
montar e o que poderemos fazer com eles, sem, no entanto, revelar-nos que jogo
sairá para nós do baralho. Isto é uma questão de probabilidades.
Nesse caso, a função de onda (a ―regra do jogo‖) nos diz que o gato comeu o
veneno e morreu (Possibilidade I) e que o gato desfrutou de uma nutritiva
refeição e vive (Possibilidade II). Sómente quando a função de onda ―entrar
em colapso‖, no momento em que todas as possibilidades que ela descreve
subitamente se solidificarem numa realidade fixa, é que poderemos obter um
gato para acariciarmos ou enterrarmos.

Um colapso (ou ponto de decisão) desse tipo, óbviamente tem de acontecer mais
cedo ou mais tarde pois, conforme consta na história do gato, quando abrimos a
jaula e observamos o animal ele está, sem sombra de dúvida, morto; Mas por quê?
O que matou o gato de Schrödinger? Esta pergunta, que se aplica não só a gatos
mecânico-quânticos como também a nós mesmos e a tudo o que vemos à nossa
volta, vai direto à questão: por que existe a realidade?, e ilustra o motivo pelo
qual a crise de identidade do gato cria um paradoxo. Trata-se de um paradoxo,
pois de um lado está o mundo repleto de gatos bastante normais, vivos ou mortos,
e de outro, a física, que vem ocupando as melhores cabeças científicas de nosso
século, nos diz que isto é impossível. A matemática da equação de Schrödinger
argumenta no sentido de que nada tem a capacidade de decidir o destino do
gato — nada pode colocar em colapso sua função de onda. Ao menos nada
do mundo físico. Qualquer objeto físico posto dentro de sua jaula, como uma
câmara, por exemplo, que nos dissesse se ele está vivo ou morto, seria
atingido pelo toque de Midas das excessivas possibilidades. Passaria a
apresentar um comportamento mecânico-quântico clássico e começaria a ser
todas as coisas para todas as pessoas.

Assim, apesar do testemunho de nossos próprios olhos, a teoria quântica nos diz
que o gato está — e sempre estará — tanto vivo como morto.
Compreensívelmente, este paradoxo foi apelidado “o problema da observação”,
porque desafia nossas observações fundadas no bom senso e porque ressalta o
papel intrigante da observação (e do observador) na formação da realidade.

A REALIDADE ACONTECE QUANDO A VEMOS

Desde seus primórdios, a teoria quântica sugeria que algo muito estranho e de
suma importância acontece quando observamos um sistema quântico. Fenômenos
quânticos inobservados são radicalmente diferentes dos observados — este é um
dos pontos principais da história que envolve o gato de Schrödinger. No momento
da observação, ou da medição, elétrons préviamente inobservados que são tanto
ondas como partículas tornam-se ou onda ou partícula; fótons solitários não vistos,
que de alguma forma misteriosa haviam conseguido passar por duas aberturas ao
mesmo tempo, de repente decidem escolher uma abertura em vez da outra, e o
gato vivo e morto se torna algo com o qual podemos nos relacionar. Em suma, o
momento em que uma indefinida função de onda quântica de muitas
possibilidades é vista (ou medida) tem alguma coisa que a faz ―colapsar‖
para uma única realidade fixa. O gato de Schrödinger não foi simplesmente
encontrado já morto quando abrimos a jaula. De alguma maneira estranha
que ninguém compreende ainda, ele morreu porque olhamos para ele. A
observação matou o gato.Isto é fato quântico comprovado — algo no ato da
observação (ou da medição) faz colapsar a função de onda quântica• — e
este feto isolado tem implicações que examinaremos mais tarde. Mas por ser
um fato sem explicação, e na verdade um fato que não deveria existir, ele
deixa todas as perguntas interessantes sem resposta e leva,
compreensivelmente, a um bocado de especulação quântica — e a alguma
confusão quântica também.

Embora naturalmente curiosos para saber por que, afinal, o olhar pode matar, não
há motivo para nos perdermos nesta confusão. Solucionar o problema do colapso
da função de onda é algo bem além da intenção desta série do blog.O argumento
é no sentido de que há uma física da consciência, e que esta física nos
sugere muitas coisas sobre a ligação entre nós mesmos e a realidade física.
A base deste argumento, contudo, é muito diferente daquela utilizada pelos
que alegam que foi a própria consciência que matou o gato de Schrödinger.
Sua utilização da consciência como um eficaz exterminador de gatos
repousa numa compreensão inteiramente diversa da natureza da consciência
do que aquela que estarei apresentando mais adiante.

Uns poucos físicos (e muitos de seus divulgadores) propõem que, pelo fato de a
teoria quântica demonstrar que nada físico poderia ter exterminado o gato, deve
haver alguma explicação não física para sua morte. Algum deus ex- máquina,
por assim dizer, entra na história, vindo de fora das leis da física para salvar
Schrödinger, seu gato e todos nós de um excesso de possibilidades. Este
agente metafísico da realidade não pode ser o aparelho de medição do
observador nem seu cérebro ou sua mente, que são todos do mundo físico e,
portanto, previstos na equação de Schrödinger. Assim, deve ser o próprio
observador quem mata o gato — isto é, a consciência incorpórea, imaterial
do observador.

Segundo esta visão, proposta principalmente pelos físicos quânticos John


Archibald Wheeler eEugene Wigner , a consciência humana é o elo perdido
entre o bizarro mundo dos elétrons e a realidade do cotidiano. Ironicamente,
esta conclusão se aproxima muito da minha, mas as razões pelas quais
cheguei a ela são radicalmente diferentes, e esta diferença é importante para
tudo o que vem mais adiante neste livro. Aqueles que concluem que a
consciência provoca o colapso da função de onda porque sua natureza é
essencialmente não física comprometem-se e comprometem a física quântica
com a velha visão cartesiana de que a mente e a matéria são entidades
distintas. Eles vêem a consciência como algo necessáriamente externo ao
mundo físico e, portanto, como algo alheio a ele — um ―fantasma dentro da
máquina‖. Também deixam a porta aberta para especulações anti-realistas
no sentido de que ―a realidade só existe na mente‖ e que não existe nenhum
mundo se não houver alguém observando, deixando-nos a imaginar como é
que nós surgimos, então. Que ser consciente estava aqui no início de tudo
para provocar o colapso da primeira função de onda?
Os argumentos para sugerir que a consciência é um elo de ligação importante
entre o mundo quântico e o da nossa experiência diária ,têm uma origem muito
diferente. Todo o projeto de definir um novo “ser quântico” repousa na
argumentação de que a física quântica, e mais especificamente um modelo
mecânico-quântico da consciência, permite que vejamos a nós mesmos — nossas
almas, se quiser — como parceiros integrais dos processos da natureza, “tanto na
matéria como da matéria”. Este item de argumentação tem implicações muito
diferentes para quem está procurando compreender como nós, criaturas
conscientes, nos relacionamos com tudo o mais no Universo.

Como a realidade acontece depende de como a vemos

Já vimos que o ato de observar um sistema quântico o transforma num objeto


comum. Nossa mera interferência na natureza a transforma, e este simples ato
nosso exigiria que mudássemos totalmente nossa maneira de nos vermos e a
nosso lugar dentro do mundo natural. Mas, ainda pior para aqueles que gostam de
pensar que o mundo “é desse jeito mesmo e pronto”, nossa interferência tem uma
dimensão inesperada. Não só a observação de alguma maneira traz o colapso da
função de onda, ajudando-nos assim a ter um mundo, mas ocorre que o modo
especial que escolhemos para observar a realidade quântica determina
parcialmente o que veremos. A função de onda quântica contém muitas
possibilidades e depende de nós qual delas será realizada. Um fóton, por
exemplo, tem ambas as possibilidades: de posição (com sua natureza
partícula) e de momentum (com sua natureza onda). Um físico poderá armar
seu experimento para medir, e portanto determinar, qualquer uma delas —
embora ao determinar uma delas ele perderá a outra (princípio da incerteza
de Heisenberg).
O CONTEXTUALISMO

Na física quântica esta dependência do ser de uma coisa em relação a seu


ambiente geral é chamada―contextualismo‖, e suas implicações são muitas,
tanto para nosso conceito de realidade quanto para nosso entendimento sobre nós
mesmos como parceiros nesta realidade. Este contextualismo é uma das razões
centrais de minha afirmação de que a teoria quântica deverá finalmente contribuir
para uma nova visão de mundo, com suas próprias e distintas dimensões
epistemológicas, morais e espirituais. A dimensão epistemológica — qual a
natureza de nosso conhecimento e o que entendemos por verdade — foi
muito bem expressa na fenomenologia do filósofo francês Merleau Ponty no
que ele chamou a ―verdade dentro de uma situação‖:

Enquanto mantenho diante de mim o ideal de um observador absoluto, do


conhecimento na ausência de todos os pontos de vista, só posso ver minha
situação como uma fonte de erro. Mas, tendo reconhecido que através dele sou
dirigido a todas as ações e a todo conhecimento significativos para mim, então
meu contato com o social na finitude de minha situação revelou-me o ponto de
partida de toda verdade, incluindo a científica, e, uma vez que temos alguma idéia
da verdade, uma vez que estamos dentro da verdade e não podemos sair dela,
tudo o que posso fazer é definir uma verdade dentro de uma situação.

Mal compreendido e forçado na direção errada, o fato de que o observador


humano de alguma forma ajuda a evocar a realidade que observa poderia ter
implicações culturais desastrosas. Poderia emprestar todo o peso da física à
noção muito popular (um tanto perniciosa) de que o ser individual é o único
criador dos valores — de que não há ―verdade‖ neste mundo mas apenas a
―perspectiva‖ de cada um.Em alguma medida, certos livros de sucesso sobre
a física quântica encorajaram seus leitores a tirarem tais conclusões.

Tomemos, por exemplo, as implicações epistemológicas e morais da alegação


que Fritjof Capra faz no sentido de que, como “a mente do observador cria as
propriedades que o elétron tem”, tais propriedades não podem ser de nenhum
modo chamadas objetivas. Em Física Atômica ele diz:

―Ao transcender a distinção cartesiana entre espírito e matéria, a física


moderna não só invalidou o ideal clássico de uma descrição objetiva da
natureza como também desafiou o mito de uma ciência livre de valores (…)
Os resultados científicos obtidos [por cientistas] e as aplicações
tecnológicas por eles investigadas serão condicionados por seu estado de
espírito‖.

A própria teoria quântica predominante encerra os perigos de tal subjetivismo (para


citar a lição de Heisenberg: “Assim evaporou-se o conceito de uma realidade
objetiva…”), mas Capra leva a coisa mais longe, introduzindo as noções de “valor”
e de “estado de espírito”. Nada na teoria quântica em si sugere que a observação
ou o observador “criam” a realidade (as propriedades das partículas subatômicas).
No momento da observação, algum diálogo entre a função de onda quântica e o
observador (seja homem ou máquina) evoca, dando assim forma concreta, uma
das muitas realidades possíveis inerentes à função de onda. Mas já existe ali o
potencial de um tipo muito definido de realidade — a função de onda de uma
mesa não pode colapsar num gato ou num canguru. Só pode tornar-se uma
mesa. Além do mais, uma vez que a função de onda tenha sofrido o colapso,
sua realidade é tão objetiva quanto qualquer outra coisa estudada pela
ciência. Se duas pessoas distintas olharem para o gato de Schrödinger
concordarão que ele está objetivamente morto — não parecerá morto a um e
vivo ao outro. Sua morte não é uma questão do ―ponto de vista‖ de alguém,
muito menos do ―julgamento de valores‖ deste alguém. Ele está simples e
definitivamente morto. Todo o grande conjunto de questões levantado pelo enigma
do gato de Schrödinger, dentre elas o papel do observador humano na formação
da realidade, e o problema da objetividade como corolário apenas ressaltam o fato
de que, neste estágio, não possuímos suficiente compreensão dos observadores
humanos e tampouco da física de sua consciência para chegarmos a qualquer
conclusão elucidativa. O problema do gato obviamente nos incita a repensar boa
parte de nossos preconceitos sobre nós mesmos e, possivelmente, sobre o
propósito de nossa existência; mas, para fazer face a esse tremendo desafio,
devemos encarar de frente o problema da consciência.

SERÃO OS ELÉTRONS CONSCIENTES?

O problema do gato de Schrödinger lança o enigma da participação do observador


consciente na formação da realidade e sugere que talvez esta seja uma questão a
ser abordada pela própria física. Mas isto, por sua vez, lança outros problemas,
que afetam nossa atitude frente à biologia, psicologia, filosofia e religião — toda a
vasta extensão de disciplinas que têm como objetivo a compreensão dos seres
humanos e nosso lugar no Universo. A física hoje está no centro de nossas
ocupações, e o problema da consciência dentro da física é um dos mais centrais.
Embora aquilo que o observador vê possa ser descrito nas equações da mecânica
quântica, o próprio observador não pode. Não temos uma equação para
observadores, humanos ou não. Estão fora do sistema quântico. Assim,
ironicamente, embora incitando-nos a transcender a antiga dualidade observador—
observado, a física quântica, da forma como está expressa nos dias de hoje, na
verdade apóia esta dualidade. Ela ainda está constrangedora-mente incompleta e
permanecerá assim até que possamos incluir os observadores e, ao menos no
caso dos observadores humanos, incluir a consciência com a qual fazem suas
observações. No entanto, a consciência que se tornou questão de interesse dos
físicos talvez seja mais do que somente a humana. Ao considerar a triste condição
do gato de Schrödinger, por que não levar em conta como seu estranho estado
parece ser ou é de fato afetado pela consciência do gato em si? Ou pela da pulga
sentada em sua orelha? Ou, embora possa parecer afrontoso, pela da partícula
radioativa que determina se ele vive ou morre? Algo mais amplo que a questão
só do homem, ou do relacionamento do homem com a matéria, poderá estar
em jogo.
A NOVA FÍSICA E A METAFÍSICA DO SER

Alguma coisa do comportamento da realidade fundamental, da forma como


está expressa pela nova física, exige que façamos uma reavaliação de toda a
questão da consciência, não só da sua relação conosco, mas também
cogitando de sua relação com outras criaturas e coisas do Universo —
talvez, como veremos mais adiante, até com os componentes mais
elementares da matéria. No todo, a tradição judaico-cristã, que informa boa
parte de nossa consciência cultural e de nós mesmos no Ocidente, colocou o
homem numa categoria à parte como algo único neste mundo, com certeza, e
possivelmente também no Universo como um todo. Segundo essa tradição, o
Plenum Cósmico/Deus fez todas as criaturas segundo sua própria espécie,
mas fez o homem à Sua própria imagem e lhe deu domínio sobre toda a
Terra. O homem deveu sua colocação especial não a seu corpo, que era feito
de mero ―barro‖, mas ao fato de possuir uma alma — em termos modernos,
uma consciência — que de alguma forma espelhava a do Divino Ser. Em
termos filosóficos modernos, tudo isso foi esclarecido e transmitido a nós no
dualismo mente—corpo de Descartes, na divisão da realidade em
substâncias pensantes (rés cogita) e substâncias puramente mecânicas,
estendidas no espaço (rés extensa).

Tendo-se fé numa deidade


transcendente, pouco importa que a
alma, ou consciência, do homem
possua escassa relação com as outras
coisas deste mundo. Unidos ao Plenum
Cósmico/ Deus, que necessidade
temos de comungar com as feras e as
coisas? Mas, com o advento da ciência moderna no século 17 e a retirada
lenta, mas inexorável da deidade transcendental do esquema das coisas,
nossa consciência humana parecia não mais espelhar nada senão a si
mesma. Sem o Deus cristão, sem a fé num reino transcendental da alma, e
cego para a ―alma‖ (consciência) das coisas e criaturas, o dualismo
cartesiano ateu nos deixou de mãos vazias, exceto por um grosseiro
materialismo. O senso de ser único por ter sido escolhido deu lugar ao
sentido de alienação comum do século 20/21, pois somos diferentes de tudo
à nossa volta e estamos inexoravelmente sós.

Durante algum tempo era moda entre os


modernos psicólogos e filósofos — os
behavioristas e positivistas e analistas
lingüísticos — reagir a esta alienação única,
negando sua razão de ser através da
negação de toda a importância da
consciência e da relevância de todo o mundo
subjetivo de pensamentos e emoções.
Parece ter chegado o tempo em que a
psicologia deve descartar toda menção à
consciência; ela não mais precisa iludir-se e
pensar que está tornando os estados mentais
um objeto de observação . A psicologia do
behaviorista é um ramo puramente objetivo e
experimental das ciências naturais que
necessita tão pouca introspecção quanto as
ciências da química e da física.Irônicamente, esta linha de pensamento é hoje tão
obsoleta para a física quanto foi mutiladora para a psicologia. A visão de mundo
cartesiana foi necessária ao cultivo da física de Newton e a todo o progresso
tecnológico que seguiu em sua esteira, mas numa cultura pós-cristã ela é filosófica
e espiritualmente estéril. Enquanto a alma do homem moderno clama por algo
mais, por algum sentido de companheirismo com algo além de nós mesmos, por
uma sensação de estar em casa dentro do Universo, nossa razão também exige
que compreendamos melhor nossa experiência. A consciência é um fato desta
experiência, e uma filosofia ou uma ciência que não consiga explicar a consciência
está necessariamente incompleta. Isso tornou-se uma verdade familiar aos físicos,
que vêm lutando para compreender os desenvolvimentos de seu próprio campo,
mas ainda é necessário que ela se infiltre na visão dos intelectuais em geral. E se
tanto o cristianismo como a ciência moderna pré-quântica estiverem
errados? E se o homem não for um ser único? E se, afinal de contas, em
algum grau partilhamos com outras coisas ou criaturas do Universo o fato de
sermos conscientes? Fica impossível ignorar tais questões se levarmos em conta
o conhecimento da moderna biologia, ou se levarmos a sério as sugestões de
filósofos e físicos como Alfred North Whitehead eDavid Bohm no sentido de que
mesmo as partículas subatômicas talvez possuam propriedades rudimentares de
consciência. Antes de explorar nos capítulos seguintes a natureza da consciência
humana, sua possível física e as implicações psicológicas e morais daí advindas,
seria útil aqui apreciar novamente a questão de qual o lugar dos seres conscientes
no esquema geral das coisas. O que mais podemos dizer sobre essa
―consciência‖ à qual estamos sempre nos referindo e quem mais ou, por
mais extraordinário que possa parecer, o que mais a possui? Será que nós,
seres humanos, somos realmente diferentes de tudo o mais, como vem
sustentando a tradição ocidental predominante, ou sob um aspecto
importante será nossa consciência um contínuo com outras coisas do
Universo? E, se for contínua, até que ponto se estende esta continuidade? A
cães e gatos? Às amebas? Às pedras? Ou até elétrons? Já ao começar a
pensar desta forma, estamos experimentando uma boa mudança de
paradigma.

CONCLUSÃO E NOTA DO BLOG

Sómente os mais extremos defensores do caráter único do homem negariam


a vida consciente dos mamíferos domésticos como gatos e cachorros. Eles
evidentemente não estão anestesiados (insensíveis) (o critério mais
elementar para a determinação de se algo é consciente). Eles se
movimentam, envolvendo-se em atividades espontâneas e propositadas, têm
uma capacidade indubitável de sentir prazer ou dor, aprendem de seu
ambiente e adaptam-se a ele e, ao menos até certo ponto, são dotados de
livre-arbítrio — eles são capazes de fazer e de fato fazem escolhas. O senso
comum associa todas essas coisas à consciência, no caso dos seres
humanos. Se os gatos e cães também desfrutam de uma ―vida interior‖ como
nós, ou se possuem um senso do ―eu‖, é algo sem resposta por parte dos
defensores de ambas as teses, mas em geral não temos dificuldade para
perceber que são também criaturas conscientes. À medida que nos
afastamos dos mamíferos mais comuns da vida diária, descendo pela escada
filogenética, a sensação de ―companheirismo‖ se torna menos impositiva.
Argumentos baseados na analogia — nós somos conscientes e, portanto, as
coisas que se parecem conosco são conscientes também — perdem sua
força à medida que criaturas cada vez mais estranhas surgem aos nossos
olhos como nem um pouco parecidas conosco. Este é um dos problemas
lançados pelo filósofo Thomas Nagel em seu ensaio muito debatido ―Como É
Ser um Morcego?‖; Quando toda a experiência sensorial e o estilo de vida de
uma criatura são tão diferentes dos nossos, fica difícil sabermos ―como é
ser‖(pensemos nos extraterrestres,por exemplo) aquela criatura, ou seja, que
tipo de vida interior ou experiência interior ela tem. Mesmo assim, parando
para pensar, a maioria de nós atribuiria algum tipo de vida consciente aos
morcegos, formigas, ou talvez até às minhocas, sendo que os biólogos( cuja
experiência destas coisas é mais ampla que a da maioria), estão dispostos a
ir mais longe ainda, encarando os organismos como a ameba e a anêmona-
do-mar, também como criaturas conscientes; é provávelmente seguro supor,
mesmo com as evidências que temos hoje, que quando falamos de
consciência estamos falando de uma ―propriedade‖ ou de um ―processo‖
que nós, seres humanos, partilhamos, ao menos em certo grau, com todos
os outros membros do reino animal. Esta suposição abrange nossos
sentimentos intuitivos em relação a outros animais e aceita a possível
validade dos argumentos filosóficos por analogia. Assim, estabelecendo
graus de qualidade e complexidade, podemos admitir que, em certo sentido,
todos os outros animais têm uma consciência, são capazes de um
determinado grau de atividade espontânea e proposital, são sensíveis a
estímulos parecidos com prazer e dor e são dotados de alguma capacidade
rudimentar de livre-arbítrio;No sentido mais primitivo possível, a posse desse
conjunto de qualidades também significaria que existe algum tipo de ―vida
interior‖ subjetiva nos outros animais — toda criatura deve ter seu próprio
―ponto de vista‖. A aceitacão disso pode muito bem afetar nossa postura
moral em relação às criaturas diferentes de nós,incluindo todos os seres do
universo.
A GRANDE FRATERNIDADE BRANCA

“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos do


nosso Sistema, existe uma comunidade de espíritos puros e eleitos pelo Senhor
Supremo do Universo em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de
todas as coletividades planetárias” ("A Caminho da Luz")

A Fraternidade Branca pode ser definida como uma grande unidade de consciências
luminosas e inteligentes formada por um conjunto de múltiplas unidades energéticas
luminosas. Estas unidades-hierárquicas, por sua vez, estão inseridas em outras
unidades maiores, assim como dentro de cada uma delas existem unidades menores.
Todas possuem suas próprias tarefas e missões, visando implementar objetivos e
desenvolver princípios na humanidade.
O fio condutor que as une, por assim dizer, é a Luz do Amor Universal em freqüências
cósmicas divinas. Cada uma das unidades hierárquicas está em perfeita união e
sintonia com a Luz Criadora Universal. A hierarquia segue um sistema piramidal,
onde os mais evoluídos se encontram nos níveis mais elevados. Como todos existem
dentro de uma unidade luminosa de consciências, estabelecem um sistema piramidal
planetário que, por sua vez, situa-se dentro de outro sistema maior, que é a
Hierarquia Solar, e assim sucessivamente. Aqueles que estão em um patamar
superior tanto servem aos que estão no mesmo nível como aos que estão acima e
abaixo, visto que todos formam diversos sistemas piramidais. Por isso, fala-se tanto
em hierarquia.
A Grande Fraternidade Branca é integrada pela Corte Celestial (Logos, Elohim,
Manus, Chohans, Mestres Ascensionados, Arcanjos, Serafins, Querubins, Devas,
Anjos, Elementais, que são os Auxiliares e Mensageiros Cósmicos de Deus), que
forma uma Hierarquia de Iluminados atuantes na evolução dos seres vivos da Terra. A
Hierarquia dos Iluminados é o Governo Oculto do Mundo, que existe a nível celestial e
prevalece sobre tudo o que ocorre na Terra, desde a criação, a sustentação e todas as
transformações, para que se cumpra o Plano Divino. Muitos destes Iluminados
participam também de outras Hierarquias Superiores e de Conselhos Superiores de
Iluminados, até de outras galáxias.
O PLANETA TERRA E OS ILUMINADOS

Os Iluminados prevalecem sobre tudo o que existe no Universo, infinito, em toda a


sua extensão, para que se cumpra a Vontade Divina. Esta Ordem foi constituída
quando a Terra estava em dificuldades até para manter-se em órbita.
Desde a sua criação a Terra passou pela solidificação, pela formação da ionosfera,
estratosfera, pelas primeiras formas celulares, até chegar nas primeiras formas
primitivas humanas físicas. Neste período, há dezoito milhões de anos atrás, de
primeiras formas humanas físicas, o Planeta serviu de berço para a encarnação de
diversos seres do cosmos (livros: "A Caminho da Luz", "Exilados de Capela").
Porém, há um intervalo de tempo quase infinito e desconhecido na história da Terra.
Foi o período - 500.000 anos atrás - em que há registros da presença de
Extraterrestres, Interplanetários bons e maus, em várias partes do Globo. Neste
período inicial, houve a encarnação da 1ª raça raiz e 2ª raça raiz, tão bem conhecidas
da teosofia e de outros estudos ocultistas, e que não eram propriamente raças
físicas, completamente materializadas. Isto só se deu na 3ª raça raiz Lemuriana. (Aqui
vamos deixar os milênios se passarem e nos adiantar no tempo).

Com a encarnação de espíritos extraterrestres, principalmente os de Capela, a Terra


seguia seu destino cósmico e os homens sobre o planeta viviam sob o reinado do
terror, dominação e violência. Houve a "queda do homem" devido a vários motivos.
Houve o rebaixamento da freqüência vibratória dos átomos da constituição humana e,
conseqüentemente, o rebaixamento do nível de consciência. Com a queda, perdeu-se
a consciência da Unidade e conheceu-se o sofrimento pela primeira vez neste mundo.
O homem entrou em decadência e ficou parecido com o denominado "homem das
cavernas". A Terra tornou-se nublada, cada vez mais escura, até não possuir Luz
suficiente para manter-se em órbita, sendo um peso muito intenso a ser mantido
pelos Astros do Sistema Solar e da Galáxia. Quando este clímax atingiu os pontos de
saturação vibratória máxima - que é conhecido nos códigos estelares com o código
666 - abalando o equilíbrio dos planetas próximos, os Diretores Estelares decidiram
intervir. Os Hierarcas, reunidos nos Conselhos Superiores condenaram-na e a Seus
habitantes.

Sanat Kumara, Logus Planetário, Regente do Planeta Vênus, chamado na Bíblia “O


Ancião dos Dias”, que já possuía experiência na recuperação de outros mundos,
apresentou-se como voluntário para recuperar o Planeta e a torná-lo viável para a
evolução humana.
Toda a humanidade deve ser grata a este Grande Iluminado, que por sua atitude
altruística será sempre abençoado. Ele então deixou seu lar e seu Complemento
Divino, a muito amada Vênus, para partir para a Terra.
a
Ele possui a 9 . Iniciação Hierárquica e sua música chave é a Rapsódia sobre um
a
tema de Paganini, 18 . Variação (Rachmaninoff).
Depois que Sanat Kumara assumiu o compromisso de vir para a Terra, e aqui
permanecer até que um único ser humano se iluminasse,144.000 almas
extraterrestres de Vênus, ofereceram-se para vir com ele e apoiar sua missão.
Foi então iniciada a construção de Shamballa, a cidade de onde o Grande Regente
deveria dirigir a Terra, numa ilha do mar de Gobi. Sua construção durou 900 anos.

"Quando a HORA CELESTE soou, o gigantesco mecanismo pôs-se em movimento. As


estrelas indicaram a partida dos Deuses e dos Senhores da Chama e de acordo com a
Lei, constituíram uma ESFERA DE FOGO de irradiação incalculável e lançaram-se
celeremente à grande aventura cósmica que se iniciava (em Vênus) nas mais
elevadas alturas do Sistema e devia culminar naquele pequeno lugar da Terra, uma
ilha do Mar Gobi (hoje deserto de Gobi), a oeste da Ásia, que posteriormente foi
denominada “Ilha Branca”, pelo fato de a cidade ter sido construída com muito
mármore branco, jóias preciosas e ouro.
"À medida que a esfera de fogo ia se deslocando pelo espaço em direção à Terra em
velocidades incríveis, atravessando rondas e cadeias de mundos dentro do
hemisfério solar, os esplendentes Senhores da Chama iam despojando-se de Seus
atributos venuzianos e assimilando e adquirindo os que correspondiam ao Planeta
Terra."

Iniciou-se uma grande História...

Sanat Kumara, tomou posse como Senhor do Mundo e, inicialmente, com a sua
própria Luz, sustentou o Planeta. Com sua Sabedoria preparou Iluminados para a
recuperação da Terra. Ele formou, há 16 milhões de anos, uma Irmandade de
Iluminados com o nome de Grande Fraternidade Branca (a cor branca é a síntese de
todas as cores e, usada no sentido filosófico, representa o ideal de aceitação e união
de todos os povos para trabalhar pela causa evolutiva planetária).

Ao chegar em Shamballa, Sanat Kumara invocou a Chama Trina (Azul, Dourada e


Rosa), que representa Poder, Sabedoria e Amor, a ação vibratória do Planeta Vênus,
que nunca havia sido invocada antes na Terra, e que então foi impressa no coração
de cada ser humano vivente na Terra. Foi o primeiro passo para a salvação da
humanidade. As flores, as árvores e o Elementais ganharam novo ânimo e no coração
do homem brilhou uma nova esperança. A Terra voltou a brilhar.
Shamballa é o maior FOCO DE LUZ que mantém o equilíbrio energético, tanto para
receber quanto para distribuir ao Planeta: recebe energia de centros energéticos
Solares e extra-solares, como de Vênus, do grande Sol Central, da Constelação de
Ursa Maior e de outros Centros Cósmicos; é o centro de irradiação da vida planetária,
focalizando Vontade, Sabedoria e Amor, que guiam a humanidade para a Ascensão.
Atualmente Shamballa encontra-se no Plano Etérico, com as mesmas características
que possuía no plano material, porém mais sutil e mais iluminada.

Oração de Shamballa

“Tu que me chamaste para o caminho do trabalho, aceita minha habilidade e meu
desejo. Aceita meu labor, ó Senhor, pois Tu me vês de dia e de noite. Dá-me Tua mão,
Ó Senhor, pois a escuridão é grande. Eu sigo a Ti”

Entre os povos da Índia, China, Mongólia, Tibete e Rússia existem muitas


referências a Shamballa, a terra das águas cristalinas, a cidade sagrada onde vivem
os homens sábios e perfeitos. Ao longo dos tempos, existem muitas referências
sobre pessoas que, ao viajarem por esses lugares, tiveram contato e grandes
experiências místicas com esses seres que o ocidente praticamente desconhece. A
tradição esotérica sustenta que o lugar ainda é a morada terrena dos poderosos seres
e que nele se reúnem a cada sete anos os iniciados de todas as nações.

A Grande Fraternidade serve à evolução da Terra e é responsável por todos os seus


seres. Está ligada a outras Fraternidades dentro e fora do nosso sistema solar.

A hierarquia deixa o homem e os governantes das nações completamente livres,


respeitando o livre-arbítrio. Procura orientar de várias formas todos os governos de
todos os povos, conduzindo-os à observação da justiça, das liberdades individuais e
coletivas, para que haja uma contínua expansão da consciência, da mente, do
sentimento, da sensibilidade e da compreensão. O objetivo maior é ajudar todos os
seres humanos a ter os mesmos direitos, deveres e oportunidades de evolução para
cumprir suas tarefas na Terra, e viver em completa paz e equilíbrio com todos os
seres e forças da natureza.
Resumindo, a Grande Fraternidade Branca é um conjunto de seres que se encontram
em vários planos, mundos e dimensões. Cada um deles continua evoluindo dentro de
seus próprios processos, trilha o mesmo Caminho da Luz, cumpre as mais diversas
tarefas e missões. Uns encontram-se no plano físico, outros no plano astral, outros
no plano mental, outros nos planos da alma e outros ainda no plano onde reside o
Puro Espírito. Todos estão dentro da unidade maior, que é o Planeta Terra,
trabalhando para que os princípios da vida universal sejam sedimentados nos
corações, mentes e almas da humanidade. Atualmente, na evolução da Terra existem
espíritos originários de diversas escolas planetárias, ou seja, de outros planetas e
constelações. Todos precisam seguir as Grandes Leis Universais feitas pelo Criador.
Essas Leis dizem que cada Hierarquia Planetária é responsável pelos seres que nela
evoluem, trabalham e servem; portanto, todos obedecem à Hierarquia Planetária em
que estão servindo. No universo reinam a ordem, a disciplina, a harmonia e o
equilíbrio, não o caos que o ser humano imagina.

A VIDA NÃO É A FORMA, MAS SIM O HABITANTE DA FORMA. A alma e o espírito


peregrinam pelo universo na busca de um aperfeiçoamento, para expandir e unificar
seus estados de consciência e atingir a Consciência Cósmica.

Um dos objetivos principais da Chama Trina é ajudar o homem a atingir níveis mais
elevados de consciência, de mente e sentimento, para que ele possa se libertar
interna e externamente, iluminar, despertar e expandir suas capacidades latentes,
tornar-se mestre de si próprio. Seus princípios são: liberdade, igualdade,
fraternidade, equilíbrio, harmonia, paz, amor, justiça, sabedoria e luz para todos os
seres. Seus Mestres procuram levar cada pessoa à consciência de que ela é parte de
uma enorme família chamada humanidade. Esses princípios constituem metas a
serem alcançadas e conquistadas com consciência. Não podemos compreender a
Grande Fraternidade Branca unicamente baseados no intelecto, no racional, nos
limitados cinco sentidos.
Cada ser humano possui um poder transmutador expresso na Divina presença EU
SOU, focalizado através do coração, que foi esquecido após sua “queda”. Cabe ao
discípulo fazer com que este poder esteja sempre ativo, sob a proteção e orientação
da Grande Fraternidade Branca.

CHAMA TRINA

A Chama Trina é a união de três chamas: azul, dourada, rosa. A Chama do Cristo
dentro do coração encarna as mesmas qualidades de amor, sabedoria, e dá poder
àquela manifestação no coração do Todo-poderoso, no coração de sua Presença EU
SOU , e no coração de seu Cristo Pessoal.
Certamente dentro de seu próprio templo do corpo estão as três plumas ígneas do
Espírito Santo cor-de-rosa , dourada e as pulsações azuis da chama vivente. Assim a
Trindade divina ganha expressão no mundo da forma material. A energia azul
representa o Poder e a Força de Deus; a Dourada, a Sabedoria ou Divina Iluminação;
a Rosa, o Puro Amor Divino.
Estas três atividades são os três Aspectos Divinos presentes em todas as coisas. O
perfeito equilíbrio destas Três Qualidades Divinas é muitas vezes denominado "O
Poder de Três Vezes Três".
Também correspondendo com a trindade do corpo, mente e alma, a Chama Trina arde
as necessidades materiais do homem para poder percorrer o corpo (a fé e a
benevolência do intento divino); sabedoria para nutrir a mente (iluminação e o uso
correto do conhecimento da Lei); e amor para cumprir o destino da alma em
manifestação exterior consciente (uma compaixão justa e misericordiosa que sempre
é recompensada através da realização criativa individual).
A chama dentro do coração é seu enfoque pessoal do fogo sagrado. É sua
oportunidade para se tornar o Cristo. É o potencial de sua Divindade esperando para
estar dentro de sua humanidade. É comumente denominada Chama Crística, uma
incorporação da atividade do Santo-Ser-Crístico que Jesus chamava: " O Pai em
Mim".

Durante as primeiras três idades douradas antes da partida da inocência do homem, o


cordão cristalino tinha nove pés em diâmetro e a Chama Trina envolvia a sua forma. A
fonte de energia do homem era literalmente ilimitada e a consciência do seu Cristo
envolvia tudo.
Depois da queda, foi reduzida a oportunidade do homem para exercitar o seu livre
arbítrio. Através do édito cósmico, a Chama Trina foi reduzida a um décimo-sexto de
uma polegada em altura.
Como a Chama de Iluminação expande sua consciência interior, envolve seu ser
gradualmente até Deus, que com a santa sabedoria, é empossado no altar de seu
coração. Mas com cada aumento de sabedoria, o poder e a plumas de amor têm que
subir também pela ordem de sua devoção; outra sabedoria não será retida.
Igualmente, com cada poder tem que vir a aquisição da sabedoria e têm-se que amar
em equilíbrio perfeito. Também assim, o amor só é atualizado por uma manifestação
equivalente de poder e sabedoria.
Reconhecer aquele equilíbrio é a chave dourada para a Cristicidade; você tem que
entender que você não pode conhecer por você e não pode trazer em manifestação
aquilo que você não percebeu primeiro dentro da chama trina, como o resultado de
sua experiência exterior e interna em Deus.

Comece visualizando chama trina ardente dentro de seu coração, um décimo-sexto


de polegada em altura, lacrada dentro da câmara secreta de seu coração. Então
assista à sua expansão, expansão, expansão, enquanto você medita no Amor:

Oh meu Deus! Eu humildemente invoco a expansão ao longo de meu ser e mundo, de


Suas qualidades de Amor Divino - Sabedoria, Poder, Liberdade, Compaixão,
Tolerância, Perdão, Paciência, Benevolência, Unidade, Fraternidade, Tato, Diplomacia,
Cultura, Beleza, Perfeição, e Auto-domínio.
Eu peço para ser ensinado por Sua Capacidade, para aumentar o Bem nos membros
da raça humana, ajudar cada um a cumprir o seu plano divino, a liberar e desenvolver
meus próprios talentos individuais e poderes, harmonizar, elevar, purificar e
aperfeiçoar meu mundo de sentimento e de meus irmãos. Ser uma constante para
amar toda a Vida livre.
Eu decreto, eu aceito, e eu SOU a imagem e manifestação de Seu Amor e Vida, meu
Pai Amado. Use minha corrente de vida para canalizar Suas bênçãos para toda a vida
na terra e magnificar o Senhor de forma que todos possam ver e possam saber que a
Luz de Deus que nunca falha é a Chama Trina ardente batendo dentro de meu
coração!

Seu coração é um dos presentes escolhidos por Deus. Dentro dele há uma câmara
central cercada por um campo de força e de tal luz e proteção que nós chamamos isto
de um intervalo cósmico. É uma câmara separada desta substância, e não há sonda
que possa descobrir isto. Ocupa, simultaneamente, não só a terceira e quarta
dimensão, mas também outras dimensões desconhecidas ao homem. É assim
conectado o ponto do poderoso cordão de cristal de luz que desce de sua Presença
de Deus para sustentar a batida de seu coração físico que lhe dá vida e propósito e
integração cósmica.
Você não precisa entender um idioma sofisticado ou postulação científica, o como, o
porque e o portanto, desta atividade. Esteja contente em saber que Deus está lá e que
há dentro de você um ponto de contato com o Divino, uma faísca de fogo do próprio
coração do Criador que é chamado de Chama Trina ardente de Vida. Lá queima a
essência da trindade do amor, sabedoria, e poder.
Cada reconhecimento feito diariamente à chama dentro de seu coração ampliará o
poder e iluminação de amor dentro de seu ser. Cada atenção produzirá uma sensação
nova de dimensão por você, se não exteriormente, aparente, então
subconscientemente manifesta dentro dos envoltórios de seus pensamentos
internos.
Não negligencie, então, seu coração, como o altar de Deus. Não negligencie o sol de
seu ser manifesto. Tire de Deus o poder de amor e O amplie dentro de seu coração.
Então envie para fora, no mundo, a grandeza, como o bastião que superará a
escuridão do planeta e diga:

OBS - O texto em azul foi proibido pela Sumit Lighthouse. Acreditamos que o que é
Divino pertence ao Universo.
EU SOU a Luz do Coração
Que brilha nas trevas do ser
E tudo transforma
No tesouro dourado
Da mente de Cristo.
O meu amor eu envio para o mundo
Para apagar todos os erros
E todas as barreiras derrubar.
Eu SOU o poder do Amor Infinito,
Que se expande até alcançar
A vitória no Mundo que não tem fim!

“Com este presente de liberdade infinita, eu lhe dou minha promessa sem fim de lhe
ajudar a encontrar sua liberdade imortal para que você nunca determine se render e para
que nunca retroceda. Lembre-se de que, contanto que você esteja de frente para a Luz,
as sombras sempre estão atrás. E a Luz está lá, também, para tudo transmutar”.
SAINT GERMAIN

CERIMONIAL DA CHAMA TRINA DA VIDA

(se preferir, usar 3 velas: azul, dourada e rosa e um incenso, ou simplesmente


visualize três chamas nestas cores e nesta ordem da esquerda para direita)

Consagração das Velas

Saudamos a Poderosa e Abrangente Luz do Universo, a mais alta Fonte de Vida EU


SOU! Nos vos curvamos, reverentemente, em profunda gratidão diante da Luz
Cósmica e consagramos estas chamas como símbolo da Chama Trina da Vida, em
cada ser humano.

A Chama do Poder(azul)... da Sabedoria(amarela/dourada)... do Amor(rosa)...

Acenda as velas da esquerda para direita e visualize a Chama Trina ancorando em


seu coração, no coração de quem deseja e crie um coração no centro de sua casa, no
centro do seu país e no centro do Planeta Terra e agora faça a seguinte afirmação:

Poderoso EU SOU, Fonte de toda Vida, preenchei-nos (me) com Vossa Luz e Vossos
Divinos Poderes e elevai este ritual a uma poderosa expansão de todo Bem.
Vós, Grandes Divinos Seres da Luz, Mestres Ascensionados, amigos do reino
Angélico e da Natureza, ampliai o nosso esforço com Vosso Poder, para abençoar a
vida. Nós Vos chamamos com profundo Amor e reverência.

Respire profunda e lentamente e mantendo esta visualização, faça a seguinte


invocação:

A GRANDE INVOCAÇÃO

Do ponto de Luz na Mente de Deus


Que flua luz às mentes dos Homens,
Que a luz desça à Terra.
Do ponto de Amor no Coração de Deus
Que flua amor aos corações dos homens,
Que Cristo retorne à Terra.
Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida,
Que o propósito guie as pequenas vontades dos homens,
Propósito que os Mestres conhecem e servem.
Do centro a que chamamos raça dos homens,
Que se realize o Plano de Amor e de Luz
E se feche a porta onde se encontra o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam
O Plano Divino sobre a Terra,
Hoje e por toda a eternidade. Amém

O uso e o significado da Grande Invocação

Mantendo a visualização acima citada, faça seus pedidos e seu agradecimentos aos
Dirigentes Celestiais Ascensionados destas Chamas. Fique em silêncio por alguns
minutos certificando-se da ancoragem da Chama Trina de acordo com seus desejos e
respire profunda e lentamente por três vezes e volte à sua Consciência. Faça o
encerramento.

Encerramento

Amada Presença Divina EU SOU, Santo Ser Crístico em todas as pessoas:


Vós Seres e Poderes da Luz:

Nós agradecemos pelo derramamento de todas as dádivas Divinas e por Vossa


Presença. Reforçai nosso empenho com Vossas Forças, Vosso Amor, Sabedoria e
Poder para abençoar toda a vida. Mantende-nos em Harmonia, Paz e Amor como
focos para Vossa irradiação no nosso Mundo.
Abençoadas Chamas, marcos de Luz da mais alta Fonte Divina. Nós vos
agradecemos por podermos enviar vossas Forças e Vos envolvemos no nosso amor.
Reconhecemos a unidade da Vida e nos curvamos humildemente à Luz Cósmica.
Todos servimos como condutores da Luz no Corpo da mais alta Fonte EU SOU.

Benção

Selados como a sétupla Chama dos Sete majestosos Elohim e abrigados na Tríplice
ação da Chama Trina, vamos adiante como senhores sobre nossas vidas, como
vencedores e mestres sobre toda substância. EU SOU LUZ! (três vezes)

EU SOU...... (afirme seu nome de batismo)

Se usar as velas, perceba qual delas queimará mais rapidamente para saber qual
Chama, ou seja, qual Virtude, deverá trabalhar mais em você.

A Confederação Intergaláctica e os Mestres

Credo do Templo Unificado da Grande Fraternidade Branca

REFERÊNCIAS

A hierarquia dos Iluminados – Narcy C. Fontes


Resgate - Marisa Varela
http://web.prover.com.br/nominato/a_grande_fraternidade_branca.htm
http://www.jornalsintese.com.br/art_gf_branca.htm
http://www.ensaio.com/ensaio/esotero/mestres.htm
"Caminho da Luz" - Emmanuel - Chico Xavier
http://www.crisostelar.com/chama_Trina.htm
http://members.nbci.com/amaluz/mestresascensionados.html
http://www.e-net.com.br/grandefraternidade/fraternidade.html

A HIERARQUIA DOS ILUMINADOS


(O governo oculto do mundo)

As energias dos Mestres Ascensionados oferecem sua sabedoria e nos


guiam no plano da experiência. Eles tem sido muito ativos e sustentam
o processo evolutivo global/humano desde o início da vida em Gaia.
Com o tempo, as energias dos Mestres Ascensionados projetaram
aspectos de si mesmas, para ensinar, guiar e aprender através de
experiências diretas em todos os níveis, inclusive no plano físico.
Muitos dos Mestres tiveram encarnações terrestres para estimular e
sustentar a evolução humana. Esses Seres poderosos são muito
maiores que suas encarnações terrestres, as quais refletem apenas
uma minúscula fração de suas energias. Também, cada Mestre
Ascensionado escolheu uma qualidade ou tema energético dominante
para infundir em seu particular campo de experiência.

Os cargos da Grande Fraternidade Branca e da Hierarquia dos


Iluminados do Planeta Terra, estão em constante alteração, à medida
que seus integrantes se elevam para outros cargos na escala evolutiva
dos Planetas, do Sistema Solar, da Galáxia ou do Universo.

Atualmente, os cargos da Hierarquia estão assim distribuídos:

Senhor do Mundo – é o Regente Maior da Hierarquia e é uma


cargo exercido por Lord Gautama. Tem domínio sobre todos os
assuntos relacionados ao Planeta e é responsável pela geração de Luz
suficiente para manter a Terra no Sistema Solar.

Buda da Evolução – alimenta e mantém a Chama Divina no


coração dos seres humanos e dirige os assuntos religiosos da Terra.
Cargo exercido pelo Lord Divino ou Lord Maitreya, que acumula
também o cargo de Cristo Cósmico.

Instrutores do Mundo – Planejam e exercitam as questões


religiosas e a força da Realização, por um período de 14.000 anos, sob
a direção do Buda da Evolução. Cargos exercidos pelos Mestres Jesus
e Kuthumi.
Maha Chohan - Representa o Espírito Santo para a Terra, a
Inteligência Criadora em ação. Cargo exercido pelo Mestre Paulo, o
Venesiano. (Chohan = Senhor)

Chohans dos Sete Raios – atuam em diversos planos de


trabalho nos Planos superiores e do mundo exterior.

Arcanjos dos sete raios – representam a sensibilidade da vida


e cada um serve num dos raios.
Elohim - São os Construtores de Formas mais
elevadas.Desempenharam um papel muito importante na Construção
deste Sistema Solar e na preparação da Terra para a habitação.

Manus - Cada Manu é responsável por uma das Raças-Raízes.


Trabalham sempre em conjunto com os Instrutores do Mundo e com o
Maha Cohan.
O GRANDE DIRETOR DIVINO é o Manu ou Diretor da Sétima Raça, que
está destinada, dentre todos os países do Planeta, a encarnar na
América do Sul durante a Era de Aquario.

REFERÊNCIAS

A maior parte das figuras que ilustram a primeira página de cada Chohan
são obra de canalização do artista plástico Claudio Gianfardoni

Glossário Esotérico – Trigueirinho


A doutrina Secreta – H. P. Blavatsky
A Hierarquia dos Iluminados – Narcy C. Fontes
A Hierarquia Interna da Terra - Trigueirinho
Resgate - Marisa Varela
Psicologia esotérica - vol II - tomo II - Alice A. Bailey
http://www.tsl.org/teachings/masters/amasters.asp
Psicologia esotérica - vol II - tomo II - Alice A. Bailey
http://www.tsl.org/teachings/masters/amasters.asp
http://web.prover.com.br/nominato/7.40.htm
http://www.netsite.com.br/pessoal/roosevelt/sidarta.html
http://www.vertex.com.br/users/san/sidarta/sakyamuni1.htm
http://www.lightarian.com/masters.htm

RAIOS
Os Raios são energias fundamentais do cosmos. Têm qualidades definidas,
as quais transferem ao âmbito onde atuam; formam e compõem tudo o que
existe. Sete Raios já se revelaram na superfície da Terra; relacionam-se
diretamente com o mundo formal. Outros cinco, polarizadores da evolução
no nível astral cósmico, começam a influir nas camadas mais elevadas do
universo planetário e pouco a pouco se introduzem nas mais densas. O
transcurso da vida interna e externa decorre da ação dos Raios. O correto
relacionamento do homem com essas energias é necessário para a
evolução superior que o planeta ora atinge. Cabe ao ser humano
compreendê-las, reconhecer sua meta e dinâmica, a fim de colaborar com
inteligência na obra cósmica.

Os Raios estão presentes em tudo, desde partículas até incomensuráveis


aglomerados estelares e galácticos, em todos os níveis da existência. Determinam as
vias pelas quais cada núcleo de vida por eles vitalizado se inter-relaciona com o
universo à sua volta e realiza o propósito de sua criação. Um ciclo solar abrange
vários ciclos planetários; num ciclo planetário há ciclos menores. Todos eles são
regidos por Raios. Cada Idéia emanada da Mente Universal é permeada pela
qualidade vibratória do Raio diretor da condensação de suas formas e regente do seu
desenvolvimento. Um Raio contém os demais; estes, como sub-tons do seu tom
essencial, denominam-se sub-Raios. O tom fundamental, a nota básica e sintética
deste sistema solar é o Segundo Raio Cósmico, amor-sabedoria, energia Crística
(AMOR-SABEDORIA). Os Raios regentes neste sistema solar são, na verdade, sub-
Raios dele. Os Espelhos (sistemas de comunicação, interligação, controle e
irradiação de energias dos cosmos) podem captar Raios de fontes siderais, Raios que
influenciam e atuam no sistema solar, mas que não regem seus processos de
evolução.

Ao penetrarem a aura da Terra, os Raios imprimem nela padrões vibratórios que


fazem surgir o que esotericamente se chama estruturas energéticas Elas
permanecem ativas por longos períodos, e assim contribuem para a manifestação do
mundo tangível. Em sua pulsação, os Raios emitem múltiplos matizes do seu tom.
Trazem a impetuosidade do fogo do espaço e, em seu fluxo constante e ininterrupto,
fazem o mundo prosseguir no ritmo das leis evolutivas. Consciências criadoras
sublimes regulam o grau e a intensidade desse fluxo (Senhores dos Raios)), que se
revela à existência universal em fases e ciclos determinados. O estudo dos Raios é
senda que conduz o homem ao seu próprio interior. Não há outra trilha — senão a da
unificação do ser — para se rasgarem os sucessivos véus que recobrem a verdade.
Esta, que contém o princípio e o fim de todas as coisas, mostra-se a ele cada vez
mais abarcante e ao mesmo tempo sintética.

Os níveis materiais terrestres - o mental, o emocional e o eletro-físico, onde a


humanidade em geral tem toda a sua vida consciente - constituem a faixa mais densa
do plano físico cósmico. Esse plano tem sete subdivisões e nele predominam sete
desdobramentos de um dos Raios cósmicos. Acima desse plano há o astral cósmico,
em que transcorre a vida imaterial; possui cinco subdivisões e recebe mais
diretamente a influência de outros cinco Raios. O plano mental cósmico, cujo
potencial energético é superior ao do astral cósmico, conta com três subdivisões, nas
quais atuam em maior proporção nove Raios.

Raio Cósmico

7 Raios 5 Raios 9 Raios

Relacionados com a Relacionados com a Relacionados com a


evolução no plano físico evolução no plano astral evolução no plano
cósmico. cósmico. mental cósmico.
Exprimem as energias de: Exprimem-se pelas leis: Correspondem a etapas
futuras do
desenvolvimento
humano e planetário.

Vontade-poder (1º Raio) Inter-relacionamento de


universos (8º Raio)

Amor-sabedoria (2º Raio) Onipresença (9º Raio)

Atividade inteligente (3º Transfiguração (10º Raio)


Raio)

Harmonia (4º Raio) Onisciência (11º Raio)

Conhecimento e ciência Libertação (12º Raio)


(5º Raio)

Devoção e entrega (6º Raio)


Serão mais amplamente
reconhecidos pelo ser
humano e revelarão
Ordem e cerimonial (7º Raio) outros aspectos à medida
que o novo ciclo
Planetário se for
manifestando

Existem, portanto, 21 Raios em ação no sistema solar, desdobramentos (ou sub-


Raios) do Segundo Raio Cósmico. Cada um deles se vincula a uma Fraternidade
Cósmica e a um Signo Cósmico.

O relacionamento da humanidade terrestre com os Raios não se restringirá ao âmbito


planetário, pois eles, por sua própria natureza, farão com que ela se integre mais no
cosmos. No que concerne a este sistema solar e, de modo especial, à Terra no ciclo
que se inicia, as Fraternidades Cósmicas transmitem suas emanações por intermédio
de dois grupos estelares: as Plêiades e a constelação da Ursa Maior, prolongamentos
de entidades que realizam trabalhos profundos com praticamente todos os Raios.
Uma constelação pode irradiar a mesma energia em diferentes graus e com diferentes
nuanças para planetas distintos; cada um recebe as vibrações mais adequadas à sua
evolução.
Até hoje, a consciência terrestre esteve encerrada em si própria, e seus contatos
quase nunca se estendiam além do sistema solar; com isso, todo o fluxo das
irradiações cósmicas era intermediado pelo centro regente deste sistema. Contudo, a
partir de 8.8.88, certos portais foram abertos e as emissões de alguns núcleos extra-
solares começaram a ser captadas pelos Espelhos deste planeta sem necessidade
dos filtros existentes no passado. O contato da humanidade com os Raios está sendo
então atualizado, principalmente nos níveis internos. As revelações acerca dos Raios
são acompanhadas de outras, referentes a realidades intrínsecas à vida cósmica: as
Fraternidades cósmicas, os fogos, as diversas vias de formação das mônadas e seu
aprofundamento na linguagem hierárquica que lhes corresponde.

As esferas de consciência mais


elevadas abrangem e influenciam
as inferiores. Assim, as
Fraternidades Cósmicas incluem
as Escolas Internas e estas, os
Esfera de consciência galática: grupos internos planetários
âmbito de atuação das
Fraternidades Cósmicas
(interação com os Raios Cósmicos)
As 21 Hierarquias Cósmicas
relacionam-se aos 21 Raios
Cósmicos; cada Raio Cósmico se
desdobra em 21 sub-Raios.

Sete dos 21 sub-Raios do Raio


Esfera de consciência solar: Cósmico regente deste sistema
âmbito de atuação das solar (o Segundo Raio Cósmico)
Escolas Internas estiveram acessíveis à esfera de
consciência terrestre até agora. Na
(interação em 12 Raios) atual transição planetária, 5 sub-
Raios somam-se aos 7 já atuantes
na Terra, totalizando 12 Raios.

Esfera de consciência terrestre: Num futuro longínquo, quando


âmbito de atuação dos houver maior interação com o
grupos internos planetários plano mental cósmico, a Terra
poderá receber os 21 Raios e
(interação com 7 Raios) contatá-los diretamente.

A entrada de energias imateriais na aura da Terra acelera a sutilização da vida


planetária e todos os setores da existência humana vão sendo atualizados. Antes da
aproximação dos cinco Raios polarizadores da evolução no nível astral cósmico, o
caminho ascensional desta humanidade tinha como meta a vida da alma. Potenciais
de níveis mais profundos, como o do corpo de luz, o da mônada e o do regente
monádico eram despertados em muito poucos. Com o impulso recebido de fontes
siderais nesta transição planetária, o processo de transformação do planeta foi
acelerado e a consciência humana passou a ser atraída com maior intensidade para
níveis além do anímico. Daí advêm o forte estímulo à redução do seu envolvimento
com o mundo formal e a crescente desvitalização de existências circunscritas à
realidade concreta.

O relacionamento do homem com os Raios Primeiro e Sétimo teve como


característica básica a construção de mecanismos e estruturas que lhe permitissem
esgotar sua necessidade de experiência no mundo material. Esses Raios poderosos
também tiveram a função de manter a vida planetária num grau de coesão
suficientemente elevado para que o período de obscuridade fosse superado e
vibrações mais sutis chegassem à órbita da Terra — como já está ocorrendo, embora
aos poucos. Para o eu consciente conhecer aspectos mais abrangentes dos Raios,
ele precisa voltar-se para o próprio interior, dirigir-se para seus núcleos profundos.
Indivíduos e grupos, quando permeados por energias de níveis supra-mentais, são
capazes de ir ao encontro da necessidade de cada momento; superam críticas,
análises e envolvimentos emocionais. Deixam de guiar-se por conceitos adquiridos e
espelham a realidade tal como se apresenta no mundo interno. Os Raios penetram os
interstícios da matéria, vibram e irradiam estímulos à transcendência e à cura. A
ligação consciente entre a matéria e os Raios se estabelece à medida que o reino
humano, símbolo do consciente externo do planeta, consegue firmá-la em si mesmo.

Entre as energias que promovem a manifestação de um universo destacam-se os


chamados Raios de Aspecto. Exprimem os três Aspectos do Logos criador, ou
Aspectos Divinos: Primeiro Aspecto, vontade-poder-propósito; Segundo Aspecto,
amor-sabedoria-magnetismo; Terceiro Aspecto, atividade-inteligência-criação. Os
componentes dos Raios de Aspecto variam de um ciclo para outro. Na etapa passada
da Terra e do sistema solar, no nível físico cósmico, o Primeiro, o Segundo e o
Terceiro Raio eram os Raios de Aspecto. A partir da atual transição, estes passam a
ser compostos por conjunturas energéticas: Primeiro Raio de Aspecto: formado pelo
Primeiro, pelo Sexto, pelo Sétimo e pelo Décimo Segundo Raio; custodia e irradia o
propósito da manifestação universal. Segundo Raio de Aspecto: formado pelo
Segundo, pelo Quarto, pelo Nono e pelo Décimo Primeiro Raio; atrai o necessário
para que este propósito se cumpra; configura o Plano Evolutivo. Terceiro Raio de
Aspecto: formado pelo Terceiro, pelo Quinto, pelo Oitavo e pelo Décimo Raio; plasma
na vida manifestada padrões em conformidade com a meta evolutiva. Na figura abaixo
as partes acinzentadas correspondem aos três Raios de Aspecto desta etapa:
No ciclo passado, entre os sete Raios, os Raios pares (Segundo, Quarto e Sexto)
formavam um grupo de energias com qualidades afins, e os ímpares (Primeiro,
Terceiro, Quinto e Sétimo), outro grupo. Agora que o número de Raios ativos na Terra
se eleva a doze e o fogo solar está mais atuante, há novas modalidades de interação,
e com isso prepara-se o equilíbrio da vida no planeta para, em etapas posteriores, a
Terra ser permeada pelo fogo cósmico. Uma dessas modalidades, mostrada pelos
hexágonos da figura anterior, é:

Raios complementares

Permitem a expansão do impulso-vida Permitem a abstração do impulso-vida


e sua expressão nos níveis materiais e sua expressão nos níveis imateriais

Primeiro Raio Décimo Segundo Raio


Segundo Raio Décimo Primeiro Raio
Terceiro Raio Décimo Raio
Quarto Raio Nono Raio
Quinto Raio Oitavo Raio
Sexto Raio Sétimo Raio

Note-se, especialmente, a posição do Sexto e do Sétimo Raio nesses dois conjuntos;


são Raios básicos na atual sutilização do planeta. O Sexto conduz o impulso-vida
manifestado à ascensão. Por seu estímulo, o que está embaixo busca elevar-se. O
Sétimo, por sua vez, faz vibrações imateriais penetrarem a matéria, liberando seu
potencial. Por seu estímulo, o que está em cima volta-se e integra-se no que está
embaixo. São, portanto, elementos de ligação entre os dois conjuntos.

A existência dos Raios começa pouco a pouco a ser percebida pela humanidade:

Primeiro Raio (vontade-poder)

Destrói formas ultrapassadas para emergirem as atuais; estimula o despertar e a


manifestação da essência. Molda o novo homem, dirige a evolução das Raças. Está
presente no átomo como poder de coesão. Atividades vulcânicas, bem como a
genuína e pura capacidade de governar, advêm do Primeiro Raio.

Segundo Raio (amor-sabedoria)

Permite a construção das formas; é magnético, aglutinador. Conhecido como energia


Crística, é a nota básica deste sistema solar. A sensibilidade e o perfume no reino
vegetal, o processo iniciático no reino humano e em outros, superiores, a ciência do
amor e da união com o Todo e sua expressão externa, a religião, advêm do Segundo
Raio.

Terceiro Raio (atividade inteligente)


Dá vida, organiza e estrutura as formas. Age no plano etérico por meio da energia
vital. A adaptabilidade e o instinto nos animais e os modos de interação entre os
homens (comunicações, transportes, rádio-eletrônica e outros) estão sob influência
do Terceiro Raio. Essa energia relaciona-se também ao uso do dinheiro e dos bens
materiais.

Quarto Raio (harmonia)

Leva as formas ao aperfeiçoamento; no ser humano, põe em relevo o princípio


anímico e age pela energia intuitiva. Rege a humanidade como um todo. Leva o
homem a perceber os limites do campo de consciência no qual se encontra confinado
e o impulsiona, às vezes por meio de conflitos, a superá-los. Vividos
conscientemente, esses conflitos conduzem-no ao equilíbrio.

Quinto Raio (conhecimento e ciência)

Promove a aproximação das formas à Idéia divina que lhes deu origem; estimula o
desenvolvimento do mundo concreto e age por intermédio do impulso mental e do
intelecto. Gera a ciência da alma, a psicologia e a educação.

Sexto Raio (devoção e entrega)

Eleva a vida e os seres; canaliza o desejo e a aspiração para metas cada vez mais
altas e revela novos ideais. A busca da luz pelos vegetais e a domesticidade dos
animais dão-se por sua influência.

Sétimo Raio (ordem e cerimonial)

Encontra-se hoje especialmente ativo. Estimula a união do espírito com a matéria. É


uma das linhas diretoras da organização energética do planeta, um dos regentes da
existência terrestre no ciclo que ora tem início. Traz a possibilidade de as estruturas
dos diversos níveis de consciência adquirirem conformação que lhes faculte
responder de modo mais perfeito aos estímulos da luz. Propicia o contato com o reino
dévico. É pela influência dessa energia que se podem perceber os fatos, os seres e os
próprios corpos como energia em movimento e expressões de realidades internas.
Revela o lado oculto da vida e a ciência do relacionamento com ele. Impulsiona a
formação de grupos e os conduz em consonância com o propósito evolutivo;
organiza as forças do mundo formal por meio do ritmo preciso e constante. Leva a
consciência humana a transcender o personalismo e a fazer parte da consciência
mais global. A radioatividade, no reino mineral, é ativada pelo Sétimo Raio.

No que concerne à vida externa na Terra, apesar de sempre existentes, os Sete Raios
alternam ciclicamente a intensidade da sua influência. De acordo com os
ensinamentos pioneiros transmitidos também por Djwhal Khul, o Primeiro Raio não
está em fase de grande atividade; o Segundo está ativo desde 1575; o Terceiro, desde
1425; o Quarto ampliará sua atividade a partir de 2025; o Quinto está ativo desde
1775; o Sexto está-se recolhendo desde 1625; o Sétimo está ativo desde 1675, datas
que são apenas referenciais. No início de cada ciclo desses, a atuação do Raio é
diminuta; vai crescendo até o máximo possível para a etapa, e então começa a decair.
Um Raio pode estar pouco ativo na esfera terrestre, mas em plena atividade em outra.
Tal é o caso do Sexto, que se está retirando da superfície planetária ao mesmo tempo
que em âmbito solar e cósmico é uma das energias regentes da obra salvífica da vida
na Terra.

Os ensinamentos transmitidos por intermédio de Alice A. Bailey (1880–1949),


publicados por Lucis Trust, referiam-se à etapa de reconhecimento dos sete Raios
manifestados no universo físico cósmico; esses Raios foram também abordados no
livro A ENERGIA DOS RAIOS EM NOSSA VIDA, de Trigueirinho. Emergem agora
novas etapas desse ensinamento, delineadas no livro CONFINS DO UNIVERSO
(Novas revelações sobre ciência oculta), do mesmo autor.

Assim como, nos vários níveis de consciência, planetas e galáxias são regidos por
Raios, cada núcleo e cada corpo do ser tem um Raio como energia básica. O Raio
fundamental de um ser humano é a energia essencial do regente monádico.
Graus de evolução, Raios e centros energéticos
do ser humano futuro

Estado de Plexo cósmico Centro Centro cerebral Segundo Primeiro


consciência cardíaco direito direito centro centro
do homem supraluminar supraluminar
futuro
Latente
Homem Em despertar; Em despertar; Em despertar; Latente
canaliza canaliza canaliza
facetas mais facetas mais facetas mais
não-iniciado externas do externas do externas do
Primeiro Raio Segundo Raio Terceiro Raio
de Aspecto de Aspecto de Aspecto
(predominan- (predominan- (predominan-
temente o 1º, o temente o 2º e temente o 3º e
6º e o 7º Raio) o 4º Raio) o 5º Raio)
Inciado de Em despertar; Em Em Em despertar Latente
primeiro e de canaliza desenvolviment desenvolviment
segundo grau facetas mais o; canaliza o; canaliza
externas do facetas mais facetas mais
Primeiro Raio externas do externas do
de Aspecto (1º, Segundo Raio Terceiro Raio
6º, 7º e 12º de Aspecto de de Aspecto (3º,
Raio) Aspecto (2º, 4º, 5º, 8º e 10º
9º e 11º Raio) Raio)
Iniciado de Em Em Em Em Em despertar
terceiro grau desenvolvimen desenvolviment desenvolviment desenvolviment
to; canaliza o o; canaliza o o; canaliza o o
Primeiro Raio Segundo Raio Terceiro Raio
de Aspecto de Aspecto de Aspecto

Iniciado de Canaliza os Canaliza os Canaliza os Canaliza Em


quarto grau três Raios de três Raios de três Raios de vibrações mais desenvolvime
Aspecto Aspecto Aspecto sutis do 8º, do nto; canaliza
9º e do 10º vibrações
Raio, mais sutis do
predominantem 11º e do 12º
ente Raio,
predominante
mente

Iniciado de Canaliza os Canaliza os Canaliza os Canaliza Canaliza


quinto grau três Raios de três Raios de três Raios de vibrações mais vibrações
Aspecto Aspecto Aspecto sutis do 8º, do mais sutis do
9º e do 10º 11º e do 12º
Raio, Raio,
predominantem predominante
ente mente

Os Raios serão os alicerces da ciência no futuro; neles se fundará o conhecimento


sobre o homem e sobre o universo. Os Raios e as linhagens hierárquicas entretecem-
se para concretizar o propósito superior da existência humana. Cada linhagem
hierárquica reflete "uma face do Criador", enquanto o sopro de vida que as anima é a
energia do Raio correspondente. Cada Raio possui vibração, qualidades energéticas,
tom e cor necessários para a manifestação de uma faceta da Criação; exprime
tonalidade própria e age sobre a matéria conforme padrões específicos. Os Raios são
portadores da luz da essência e, como ela, revelam-se gradualmente ao ser humano.
Permitem à vida manifestar-se com múltiplos matizes sem, todavia, perder a unidade.
Conjunturas de Raios despertam e intensificam potenciais internos; além disso,
facultam aos indivíduos o acesso a campos de serviço de outro modo inalcançáveis.
Essas conjunturas formam-se segundo leis cósmicas que têm em vista os caminhos
mais simples e adequados para cada universo elevar-se.
Confederação Intergaláctica

Rodrigo Romo

Em princípio esse assunto já foi exposto em outros trabalhos seus, mas como o
universo está em constante movimento, vamos olhar por outro prisma essa
questão. Como já lhe disse em ocasiões passadas, os membros que compõe o
que é denominado de Federação Intergaláctica, teve o seu surgimento paralelo
em diversos locais de sua Via Láctea, assim como em outras galáxias de
Orvotón. Tratasse de um processo natural no qual os seres que estão evoluindo
e se encontram com outras entidades siderais, acabam por se unir, para garantir
a sua sobrevivência e interesses pessoais no que concerne ao desenvolvimento
social dessas culturas. Isso foi denominado inicialmente de Federação Unida de
Planetas, semelhante a denominação e e função do Seriado Star Trek. Essa é a
etapa inicial setorial de um grupo que busca o conhecimento e a colonização de
outros mundos, de novas fronteiras em seu pequeno universo dimensional.
Costumam ser seres que habitam a referência da 3ª dimensão até a fronteira da
4ª dimensão. Portanto são seres que estão presos a forma e ao tempo, tendo
que vencer distâncias estelares através de mecanismos complexos e
antiquados, para satisfazer seu ímpeto de conquista e exploração.

As entidades que formam a atual Federação Intergaláctica, teve seu início dessa
forma, e compõe-se de seres que se incluem até a 6ª dimensão de Consciência,
com alguns membros já na 7ª dimensão de consciência sideral.

São seres muito velhos os dirigentes desses grupos, que por sua vez perderam a
identidade original, pois abrangem mundos que ficam em outras galáxias e
também além da constante temporal que vocês tem como referência. No
entanto para os seres que ainda vibram na 4ª dimensão os contatos são
limitados e só setoriais com membros semelhantes a sua vibração mental.
Assim a Federação está subdividida em grupos dimensionais de atuação, devido
as dificuldades de comunicação entre seus participantes, mas todo esse
processo ocorre de forma harmoniosa.
Os seres que coexistem na 3ª e 4ª dimensão, que ainda não possuem uma
capacidade de expansão maior de suas mentes, sabem da existência de planos
paralelos das dimensões superiores, portanto conseguem um contato através
de instrumentos ou de meditações, que costumam ser efetuadas pelos seus
Avatares ou Membros mais espiritualizados, que através da exomatose podem
interagir com os planos mais elevados e participar das diretrizes evolutivas ou
administrativas que os lideres da Federação tomam. Estes por sua vez seguem a
linha Harmônica do Universo.

Os dirigentes da Federação tem contato com os membros Arcangélicos do que


denominamos de Confederação Intergaláctica ou melhor Confederação
Multidimensional, pois esta é composta de Deuses Criadores Plenos,
diretamente criados da Fonte Suprema, enquanto que os membros da
Federação, são filhos destes e são os seres que passaram pelo processo
evolutivo nos planos inferiores dimensionais e pelas encarnações em corpos de
matéria densificada na luz multidimensional mais densa. São seres que
estiveram expostos a dualidade do universo no processo de despertar de
consciência.

Os membros da Confederação são os Supervisores Multidimensionais que dão


sustento a todas as realidades da Fonte que tudo é. Estes seres de luz, tem
através de suas capacidades instruído os membros mais iluminados de todos os
cantos do universo a criarem as federações e todo o processo de unificação
entre as raças para assim atingirem um plano de intercâmbio evolutivo mais
coeso e benigno para todos os membros participantes.

No decorrer do processo evolutivo, muitos membros que pertenciam a


Federação e atingiram patamares elevados de espiritualidade e evolução,
passaram a integrar a Confederação. Todas as consciências que ultrapassaram a
8ª dimensão de consciência, tem a oportunidade de integrar a Confederação na
sua estrutura mais básica, e daí evoluir para as etapas seguintes até atingir o
Universo Teta, que fica entre a 10ª a 12ª dimensão. Posteriormente o
crescimento continua até se atingir a Fonte novamente no processo de
reconexão com a mesma.
Atualmente os membros da Confederação são compostos não só dos Arcanjos e
seus Anjos, mas de muitos seres Criadores que ultrapassaram as fronteiras da
15ª dimensão graças a seus esforços pessoais após a Ascensão. Em seu mundo
existem grandes candidatos a essa façanha devido a seus esforços em elevar os
planos evolutivos de seu mundo no decorrer de suas encarnações e posterior
Ascensão, sempre velando e trabalhando para que o planeta e seus habitantes
atingissem um grau melhor de vida e consciência.

Confederação Intergaláctica

Representada pelos Filhos Criadores Universais da Fonte Suprema


Multidimensional, como seria o caso dos Arcanjos, Elohins, Melchizedek,
Lanonadek, Micahels, Serafins, Logos Solares, Anciões , Conselho dos Portões da
Vida, Union dos Dias, Filhos Criativos, Emannuel, Ajustador de pensamentos.
Todos seres gerados a partir da FONTE QUE TUDO É, nos planos além da
existência multidimensional, eternos e onipresentes.

Federação Intergaláctica

Composta por seres que evoluíram a partir do processo dualistico da polaridade


nos planos mais densos da Criação multidimensional. Abrangendo diversas
galáxias no universo de Orvotón e de outros Superuniversos. Possui seres que
habitam desde a 3ª dimensão até a 7ª dimensão da Via Láctea e membros da 8ª
dimensão de Andromeda. Todos os componentes tem por objetivo a unificação
das formas de vida e buscam a harmonia dentro das leis siderais do Universo.
Procurando se multiplicar e colonizar planetas dentro dessa tônica evolutiva.
Efetuam tarefas de proteção e supervisão mediante instruções dos seres de luz
da Confederação. Em geral trabalham sobre a orientação da Confederação nos
planos evolutivos em ascensão.
Podemos definir objetivamente dessa forma as diferenças entre ambas as
instituições Siderais de atuação nos processos evolutivos dos mundos
polarizados e também dos não polarizados que existem no universo.

Outro aspecto que deve ser abordado nesta questão é o fato de que os seres
que não estão filiados a Federação, obrigatoriamente não precisam ser
considerados seres negativos, isso por que existem raças que preferiram se
voltar ao seu processo individual de espiritualidade sem se comunicar com os
membros da Federação, mas nem por isso são seres opositores a Federação.
Trata-se de seres com escolha livre que seguem seu caminho sem incomodar a
ninguém. Quando se fala no sentido negativo de seres não Confederados ou
Federados, estão indicando seres com elevado grau de polarização, que visam a
conquista do universo e trilham os caminhos da guerra e usurpam os direitos
daqueles com quem travam contato. São seres perniciosos a sociedade Sideral.

Poderia identificar alguns desses não Confederados?

Grande parte dos não Federados é proveniente do quadrante da estrela de


Rigel, que são polarizados em conformidade ao projeto de rebeldia de Satânia,
inaugurado pelo Lanonadek Lucífer e Satã. Trata-se de grupos que habitam
cerca de 23 estrelas dessa região, que criaram uma Federação Negra de
opositores a Federação e aos seres de luz. Alguns desses seres pertencem a raça
dos Draconianos e a dos humanos, assim como a Insetos, e outras formas de
vida desconhecidas de sua consciência. Existem seres semelhantes aos do filme
Alien, que possuem elevada polaridade e no passado estiveram em uma terrível
guerra com os Humanos de Betelgeuse, que por sua vez são descendentes de
uma civilização da Terra anterior a Lémuria. Os nomes desses mundos são
desconhecidos para sua ciência, mas um dos pontos poderia ser denominado de
Dranukio um planeta de Draconianos que dista cerca de 8 anos luz de Rigel e
gira ao redor de um pequeno sol vermelho, que mal pode ser identificado da
Terra, devido a sua baixa magnitude. Esse planeta é o centro de poder da
Federação Negra, que por sua vez tem ligações com a Ordem do Dragão Negro,
que está envolvida na criação do Sinistro Governo Secreto da Terra a partir do
contato com Hitler e seus companheiros ainda em 1925.

Existem outros mundos polarizados que pertencem a orbe de Sírius e suas


proximidades que não compartilham a expressão Crística de Alfa e Omega, são
opositores ferrenhos ao processo de libertação da matéria pelo espírito, assim
como em Veja e seus arredores. Em geral existem em diversos lugares da Via
Láctea pontos onde podem ser encontrados seres ligados a polaridade, que
estão em processo de negação a Fonte Universal e ao Cristo, porém os mais
marcantes para o processo da Terra são os de Satânia em Órion, Sirius, Dracon,
Nibiru, Lira e de Hidra. O restante não tem relação direta e não possuem
influência sobre o processo atual da Terra.

Fonte: http://rodrigo-romo.blogspot.com/2011/04/060.html

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