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PARTE - I
Espiritismo
Kardec definiu o espiritismo como "a doutrina fundada sobre a existência, as manifestações e o
ensino dos espíritos". Segundo ele, o espiritismo aliaria ciência, filosofia e religião, buscando uma
melhor compreensão não apenas do universo tangível (científico), mas também do universo a
esse transcendente (religião). O termo Spiritisme foi criado por Kardec em 1857 para definir o
corpo de ideias reunidas em seu "O Livro dos Espíritos" e destacar as diferenças do espiritismo
em relação ao espiritualismo.
PARTE - I
Na doutrina espírita, por exemplo, Jesus Cristo é visto como um espírito de 1ª ordem, ou seja,
um espírito superior, com a missão de ajudar a guiar toda a humanidade em rumo da perfeição
espiritual. Em contraste com o cristianismo, o espiritismo não acredita no nascimento
sobrenatural de Jesus.
PARTE - I
O corpo espiritual que modela o corpo físico e o corpo físico que representa o corpo espiritual
constituem a obra de séculos numerosos, pacientemente elaborada em duas esferas diferentes da
vida, a se retomarem no berço e no túmulo com a orientação dos Instrutores Divinos que
supervisionam a evolução terrestre. (...) O veículo do Espírito, além do sepulcro, no plano extra
físico ou quando reconstituído no berço, é a soma de experiências infinitamente repetidas,
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
Os espíritos esclarecem ainda que todo ser humano encarnado possui duas naturezas distintas:
pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos “instintos” lhe são comuns; pela alma,
participa da natureza dos Espíritos. Na primeira não há raciocínio e o ato é invariavelmente
impensado, na outra há o uso da razão e a capacidade de escolha desta ou outra ação.
PARTE - I
— Espírito.
143. Por que todos os Espíritos não definem a alma da mesma maneira?
— Os Espíritos não são todos igualmente esclarecidos sobre essas questões. Há Espíritos ainda
limitados, que não compreendem as coisas abstraías, como as crianças entre vós. Há também
Espíritos pseudo-sábios, que para se imporem, como acontece ainda entre vós, fazem rodeios de
palavras. Além disso, mesmo os Espíritos esclarecidos podem exprimir-se em termos diferentes,
que no fundo têm o mesmo valor, sobretudo quando se trata de coisas que a vossa linguagem é
incapaz de esclarecer; há então necessidade de figuras, de comparações, que tomais pela
realidade.
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
O Corpo Físico
Corpo Físico é o envelope do princípio pensante, que vemos nascer, crescer e morrer. É o suporte
material de quem o espírito se utiliza quando encarnado para ajudá-lo em sua evolução.
– Primeira Camada.
O corpo etéreo tem a mesma estrutura do corpo físico, inclui todas as partes anatômicas e todos
os órgãos. Os tecidos físicos se modelam e firmam nesse campo de energia vital que os
sustentam. É um corpo formado pela energia emanada dos cinco elementos básicos da natureza:
água-terra-fogo-ar-éter. Serve de intermediário entre o corpo físico e as emoções. Sua energia
nasce das glândulas supra renais, próximas ao umbigo
PARTE - I
O corpo emocional é o corpo mais fino que se segue ao corpo etérico, está associado aos
sentimentos, sofre influência do Ego e da racionalidade analítica e analisa tudo o que nos cerca. É
o corpo dos instintos, dos impulsos, das reações naturais, das emoções telúricas, das vontades e
dos desejos. Sua emanação energética parte do plexo solar e está relacionado ao pâncreas.
O corpo mental é o terceiro corpo da aura, que se estende além do corpo emocional e se compõe
de substâncias ainda mais finas, associadas a pensamentos e processos mentais.
Contém a estrutura das nossas ideias e formas de pensamentos. Quanto mais clara e mais bem
formada for a ideia, mais clara e mais bem formada será a forma de pensamento associada a
essa ideia. Pensamentos habituais tornam-se forças “bem formadas” muito poderosas, que depois
exercem influência sobre nossa vida. Segundo a autora do livro, esse corpo é o mais difícil de
observar…pelo fato de só agora estarem os seres humanos realmente começando a desenvolver o
corpo mental e só agora estarem começando a utilizar o intelecto de maneira clara.
O Corpo Astral tende a ter o mesmo conjunto de cores do corpo emocional, mas impregnada da
luz rósea do amor. É o corpo dos sentimentos, do afeto, das relações amorosas, das relações
familiares e das relações com os Mestres de Luz.
A quinta camada da aura é chamada de etérico padrão porque contém todas as formas que
existem no plano físico em forma hiliográfica ou padronizada, como se fosse o negativo de uma
fotografia. É a forma padrão da camada etérica, a qual, como já foi dito, é a forma padrão do
corpo físico.
PARTE - I
Mediunidade
Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual. É tão
antigo quanto o mundo. Os profetas eram médiuns...Todos os povos tiveram seus médiuns. E as
inspirações de Joana Darc nada mais eram que a voz dos Espíritos benfeitores que a dirigiam.
Com o Espiritismo, esse dom ganha um novo enfoque, revivendo a visão cristã da mediunidade,
perdida através dos tempos, e tornando-a um fenômeno mais consciente e destituído de
mistificações, quando examinada sob a ótica da racionalidade. Os Espíritos comparam a atuação
do médium á de um instrumento, um intermediário. O intercâmbio mediúnico ocorre através do
pensamento, é uma" ligação mental" estabelecida entre o Espírito comunicante e o Espírito do
médium receptor. A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os Espíritos possam levar a
luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos virtuosos,
para os fortalecer no bem; aos viciosos, para os corrigir.
Diz Kardec que embora a mediunidade apresente um caráter específico em cada médium, é
importante ressaltar a existência de pontos em comum, como " a capacidade de sentir a presença
dos Espíritos, por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que elas mesmas não
sabem o que seja. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são
necessariamente impressionáveis, de maneira que a impressionabilidade é antes uma qualidade
geral do que específica: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as
outras"( L.M., 2.ª parte, Cap.XIV, ítem 164).
Acrescenta que " essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma sutileza que a
pessoa dotada reconhece, pela sensação recebida, não só a natureza boa ou má do Espírito que
se aproximou, mas também a sua individualidade..."
Explica-nos Emmanuel, que " a mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda a carne
e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador" ( Livro : O Consolador, perg.382).
Vimos também que é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal e elemento renovador da
posição moral da criatura terrena, por isso todos são médiuns das forças invisíveis.
Sabemos que todos possuem a faculdade mediúnica em maior ou menor grau, porque a origem
humana é a mesma, tem a mesma constituição orgânica e caminha para o mesmo fim. A
Doutrina Espírita esclarece que a morte física não expressa sublimação; é apenas passagem de
um plano para o outro. Não se pode assim, admitir que o desenvolvimento mediúnico constitua
por sí só um meio para melhor servir. Daí, a necessidade do aprimoramento pessoal como
condição primária de êxito, em qualquer tarefa de intercâmbio.
PARTE - I
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso,
raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Apesar disso, só chamamos de
médiuns aqueles em que a faculdade mediúnica se mostra caracterizada e se traduz por efeitos
patentes, de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
A percepção das influências espirituais se dá pelo fenômeno mental da sintonia, ou seja, nossa
mente, sendo um núcleo de forças inteligentes, gera pensamentos plasmados que, ao se
exteriorizarem, entram em comunhão com as faixas de ideias do mesmo teor vibratório,
estabelecendo-se, assim, a sintonia mediúnica. Atraímos os Espíritos que se afinam conosco,
tanto quanto somos por eles atraídos.
Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para determinados fenômenos, do que resulta
uma variedade muito grande de manifestações. As principais variedades de médiuns são:
médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, médiuns audientes, médiuns
videntes, médiuns sonambúlicos, médiuns curadores, médiuns pneumatógrafos e médiuns
escreventes ou psicógrafos.
Os médiuns de efeitos físicos são aptos a produzir fenômenos materiais, como o movimento
de corpos inertes, ruídos, pancadas, vozes diretas, materializações, transportes, etc. A
mediunidade de efeitos físicos foi muito comum no surgimento do Espiritismo, com o objetivo de
chamar a atenção dos encarnados para as coisas do Além, tal como ocorreu em Hydesville e
depois na França, em meados do século passado.
Os médiuns audientes ouvem a voz dos Espíritos, algumas vezes uma voz interior, que se faz
ouvir no foro íntimo, doutras vezes uma vez exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa viva,
podendo até realizar conversação com os Espíritos, que podem ser agradáveis ou desagradáveis,
dependendo do nível do Espírito comunicante.
Médium sonambúlico é aquele que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora
dos limites dos sentidos. Muitos sonâmbulos veem perfeitamente os Espíritos e os descrevem
com precisão, como os médiuns videntes. Podem conversar com eles e transmitir-nos seus
pensamentos.
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
Médiuns curadores são aqueles que têm o dom de curar pelo simples toque, olhar ou imposição
das mãos, sem o uso de medicação. É a ação do magnetismo animal que produz a cura, mas essa
faculdade deve ser classificada como mediunidade porque as pessoas que possuem esse dom não
agem sozinhos, mas são auxiliados por Espíritos que se dedicam a essa tarefa.
Médiuns pneumatógrafos são os que produzem a escrita direta, sem tocarem no lápis ou no
papel. Já os médiuns escreventes ou psicógrafos transmitem a mensagem espiritual utilizando
lápis e papel.
São os fluidos emitidos pelo Espírito que agem sobre o médium e sobre seus órgãos físicos, e são
esses fluidos o veículo do pensamento. "O pensamento do Espírito encarnado age sobre os fluidos
espirituais como o dos Espíritos desencarnados; ele se transmite de Espírito a Espírito pela
mesma via, e, segundo seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos secundantes.
Como os Espíritos se comunicam por pensamentos e não por palavras, e a sintonia se estabelece
através da semelhança de propósitos, são ideias ou imagens que o Espírito emite em ligação com
o médium, e que este capta conforme sua capacidade. Nessa ligação mental, o períspirito
apresenta papel muito importante, pois ele é o elo material entre o Espírito e a matéria.
"Pela sua união íntima com o corpo, o períspirito desempenha um papel preponderante no
organismo; pela sua expansão, coloca o Espírito encarnado em relação mais direta com os
Espíritos livres, e também com os Espíritos encarnados”
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
Mediunidade de Incorporação:
“CONSCIENTE”
A mediunidade intuitiva,
A auditiva
E a sensitiva.
Neste caso o médium permanecerá consciente e notará todas as situações que ocorram no
ambiente dos trabalhos e quando desenvolvido corretamente e ciente de seu papel como
médium, a atuação de seu Guia aumentará gradativamente através da assiduidade do médium
nos trabalhos, situação em que o médium quanto mais assíduo nos trabalhos, mais passa a
perceber movimentos dos seus braços, pernas e da boca sem o seu comando e nesse patamar
caminha para semi-consciência.
Por ser a mediunidade de incorporação consciente a mais comum, é ela que mais confusão faz na
mente de um médium no inicio de sua missão, o que o faz muitas vezes duvidar das
comunicações enviadas a sua mente, onde imagina estar transmitindo com suas próprias
palavras as comunicações que lhe chegam a mente o que não corresponde a realidade que vive o
médium consciente quando integrado a uma corrente séria. O médium consciente quando firme e
convicto de sua missão mediúnica não dá importância ao fator consciência de sua mediunidade e
segue com naturalidade na sua missão, adaptando-se aos meios que seu Guia usa para se
comunicar e se fazer compreendido.
Quanto mais dedicado a sua missão é o médium consciente, maiores serão as influencias de seus
Guias, que vão gradativamente se apresentando com maior força, o que é lógico, aumenta muito
a fé do médium em seus Guias. Mediunidade exige adestramento constante, quanto mais
adestrado, menos propenso a duvidas ficará qualquer médium.
Na aproximação do Guia que tenta fazer as ligações necessárias entre ele e o médium, são
comuns os tremores do corpo e o aumento forte da respiração do médium, esse fato ocorre
devido ao deslocamento sutil do duplo etéreo do médium.
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
“SEMI-CONSCIENTE”
“INCONSCIENTE”
Em qualquer situação as ligações de um Guia ao corpo astral de seu médium, são complexas e
difíceis de explicar e exige do Guia, também grande aprendizado.
Falanges de Umbanda
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
Falange em Umbanda é o nome que se dá a um grupo de espíritos que trabalham juntos, uns
auxiliando os outros. Essas falanges formam-se normalmente pela semelhança do tipo de
trabalho que deverão desenvolver, de idéias e ideais etc. Na espiritualidade, como na matéria, as
entidades tendem a formar grupos que compactuem em forma de ver, pensar e agir - "os iguais
se atraem", lembra-se? Unidos pelos mesmos ideais, grupos de um sem número de espíritos
assumem para trabalho O NOME DE SUA FALANGE. Isso quer dizer por exemplo que, quando um
espírito se identifica como Pai
Francisco, ele está dizendo o nome da falange que assumiu por ter se identificado melhor com
esse grupo.
Compondo essas falanges estão espíritos de diversos graus evolutivos. Alguns são mais evoluídos
do que qualquer ser encarnado, outros têm evolução correspondente e outros mais são ainda
menos evoluídos que quando trabalham seguindo a Lei de Umbanda e respeitando àqueles que
lhes são superiores são auxiliares de grande valia. Um médium terá sempre acesso mais fácil aos
espíritos que se assemelhem a ele em grau evolutivo, podendo, por esforço próprio, alcançar
alguns níveis acima do seu e, por estar no plano terra a terra, alcançar facilmente qualquer
espírito mais inferior. Quando tudo acontece dentro da normalidade, os espíritos mais inferiores
(mas não só eles) de uma falange trabalham como auxiliares daquele que está incorporado.
Quando você vê aquele caboclo realizando seus trabalhos ou aquele preto velho (na verdade você
vê mesmo é o médium) sentado no toco, não imagina que à sua volta, e prontos para
trabalharem em conjunto, estão vários outros auxiliares. Mas é o que acontece. É por isso que
não raramente, por ocasião de sua chegada, uma entidade faz saudações ao local e à sua
falange, ou seja, os amigos que vão trabalhar com ele (ou ela).
Vamos falar agora sobre esses espíritos que transitam pela UMBANDA e outros grupos de
espíritos. Já vimos que na Umbanda, tenha sido o espírito um grande senhor ou um pequeno
lavrador, terá que se apresentar numa das formas escolhidas pelo "COMANDO SUPERIOR", o que
de certa forma despersonifica a entidade e evita (ou deveria evitar) a vaidade do médium e a
tentativa de determinadas entidades de se apresentarem como grandes "medalhões" e com isso
influenciarem e dominarem os incautos seres encarnados, pela tendência que temos
normalmente de MITIFICAR (transformar em mitos) as grandes personalidades.
Os espíritos que transitam pela Lei de Umbanda, tem o dever de ajudar aos seres encarnados,
sejam eles quem forem, ainda que tenham sido seus inimigos em uma encarnação passada. Essa
é a verdadeira essência da Lei: Ajudar a todos igualmente e na medida do possível, crescer
interiormente pelo cultivo do amor a si mesmo e ao próximo. Estranhou essa afirmação de "a si
mesmo e ao próximo"?
Formas Fluídicas
Formas de apresentação são roupagens fluídicas utilizadas pelos guias com o objetivo de fazer a
caridade. Eles plasmam formas de pretos-velhos, caboclos, crianças e tantas outras, a fim de
facilitar o trabalho de aconselhamento e cura no coração dos espíritos sofridos. Muitos destes
espíritos que labutam na Umbanda são mestres na magia e com entendimento sobre física,
química e biologia, além das leis que regem o Universo. Não querendo transparecer seus
conhecimentos adquiridos nas diversas encarnações, para não agredir moralmente aqueles que
procuram ajuda, preferem vir anonimamente nas formas de preto-velho, caboclo, etc,
humildemente transmitindo amor, apenas para ajudar a todos na caminhada espiritual."
PARTE - I
Ibejis – crianças - O Erê representa o espírito em sua condição natural, sem as impurezas
espirituais advindas da evolução e livre arbítrio, portanto; tem imensa capacidade de
perdoar, curar e aconselhar os seres humanos. O Erê é uma energia ancestral que pode
estar relacionada ao orixá de cabeça da pessoa ou, até mesmo ligado ao orixá da
ancestralidade familiar. O Erê pode ser compreendido também como um espírito
desencarnado, infantil ou que se manifeste no estado infantilizado, orientando os fiéis da
Umbanda. Os Erês são um meio de conexão espiritual que comunicam ensinamentos e
experiências diversas a seus médiuns e a comunidade. O Erê da Umbanda prega a união e
o amor incondicional entre os seres.
Pretos velhos (as) - Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protetores. Eles representam
a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um
ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas
e espíritos sem luz. A característica desta linha, devido a elevação espiritual de tais
entidades, é o conselho e a orientação aos consulentes, são como psicólogos, receitam
auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma. Estas
entidades, verdadeiros psicólogos, que falam a língua dos pobres e lhes tocam o coração,
são grandes curadores no plano físico e espiritual, usando seu conhecimento fototerápico
com defumações e banhos de limpeza astral, são mais eficientes em sua caridade do que
os discursos filosóficos de uma intelectualidade distante da realidade.
Caboclos - Os caboclos na Umbanda são uma linha de entidades dentro desta religião.
Evoluídos e sérios, guerreiros e enérgicos, são procurados principalmente pelos seus
conselhos sensatos e pelos seus passes poderosos. É uma entidade tipicamente brasileira,
buscando resgatar os valores de nossa terra antes que fosse culturalmente modificada
pelo homem branco. Entenda mais sobre eles e a sua importância nesta crença.
Geralmente, identificados com a imagem de indígena (colar, cocar, penas e saiotes), as
pessoas acreditavam que apenas índios poderiam ser caboclos e assim identificavam-nos
como um dos guia-chefes dessa religião, porém, o caboclo é uma linha da Umbanda que
não possuía apenas aos índios. Mas, tem as características necessárias ao papel de guia
espiritual evoluído e forte.
PARTE - I
Ciganos - Os ciganos são guias espirituais que trabalharam de maneira respeitosa e que
sempre demonstram o caráter fraterno de sua grande tribo. Eles entendem os rituais
como forma de evolução e contribuição. Por isso realizam seus trabalhos através da força
da alegria para distribuírem as melhores orientações. O povo cigano é um exemplo de
força e empatia. E é por isso que eles hoje representam trabalhos regulares das Giras de
Umbanda. Ciganos, com seu comportamento livre, seus olhares imponentes e com a
firmeza de pensamentos necessária para quem compreende o que realmente é essencial
na vida. Muito próximos dos sentimentos humanos, a Linha dos Ciganos na Umbanda,
trabalha na direita, portanto são seres de luz, mas são seres que passaram por esse
mundo tomando consciência de como a corrente do Universo leva os instintos dos
homens, o que os tornam importantes guias e orientadores espirituais, com grande
compreensão dos nossos anseios e fraquezas.
Exus – Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário
entre os homens e os Orixás, lutador contra o mal, sempre de frente, sem medo, sem
mandar recado. Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos
caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas,
combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano
negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde
percorre a humanidade. O Exu na Umbanda corresponde à vibração energética de um
espírito que já conheceu as profundezas do mal e do apego à matéria e agora decidiu
trabalhar apenas para a Luz. Sendo assim, nada mais indicado que um Exu para cuidar
das questões cármicas mais sérias e materiais dos homens e para protegê-los daqueles
que ainda não decidiram caminhar para o bem e para a luz. Os Exus são os Senhores do
Karma. Conhecem o bem e o mal de perto e ainda vibram em uma frequência próxima à
matéria, sendo os primeiros a nos ajudar com questões materiais.
PARTE - I
ENTIDADES:
Classificamos como entidades ou guía todo espírito que, evoluído ou não, e entenda-se como
evoluído, todo ser que está apto a doutrinar, aconselhar e realizar seus rituais, seguindo uma
orientação superior, os seres que através de nomes simbólicos, e utilizando de nosso corpo
carnal, vem até o nosso plano, sob a permissão de nosso Pai Maior, trazer conforto e ajuda
espiritual.
Pois, nem toda entidade com que trabalhamos (incorporamos), já estão "aptas" ou "prontas" para
os trabalhos espirituais. Igualmente como na Terra, no plano astral os seres também estão em
constante evolução e aprendizado. E para estas entidades não é diferente!
Desenvolvimento mediúnico
Mediunidade e Umbanda - É importante entender que a Umbanda não criou a mediunidade e tão
pouco serve como uma “academia” de médiuns. A relação com a Umbanda não deve ser apenas
para manifestar sua mediunidade.
Quando falamos de mediunidade sempre relacionamos – e nem podemos deixar de citar – Allan
Kardec. Kardec vai ser o codificador da mediunidade, ou seja, é ele quem estrutura o
entendimento do seus formatos e maneiras de se manifestar por meio da investigação científica.
Mas, mesmo realizando esse trabalho de estrutura-la, não é ele quem cria a mediunidade, pois
como dissemos ela sempre existiu e o que ocorre a partir do séc. XIX é uma maior popularização
desses fenômenos em decorrência da divulgação dos estudos de Kardec.
A mediunidade não amarra ninguém, não desanda a vida e muito menos castiga quem não quer
vive-la. Ela é uma manifestação de um dos seus sentidos “muita gente diz que a mediunidade é
uma missão bonita, mas se você não cumprir essa missão será punido. Mas, se a mediunidade é
uma missão bonita, então não pode haver punição para quem não praticá-la“.
O desenvolvimento mediúnico na Umbanda costuma ser lento. Exige muita paciência, não pode
ser forçado, nem acelerado. Não se pode pular etapas, tudo acontece no momento certo. E é bom
que seja assim. O atendimento é uma responsabilidade muito grande e é necessário garantias de
que o médium está preparado para assumir essa tarefa. E este preparo vem somente com o
tempo.
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
O estudo é necessário para o desenvolvimento mediúnico e não ache que já sabe o suficiente. É o
conhecimento que trará a compreensão do que se passa contigo. Tenha a humildade de sempre
ouvir, mostrando-se sempre disposto a aprender mais. Muitas de suas perguntas têm respostas,
basta procurá-las.
As incorporações são mais conscientes atualmente, mas há muitas dúvidas. Você se perguntará
se é você ou a entidade muitas vezes, mas isso tudo é normal, é natural. Com o tempo ficará
mais fácil distinguir o que é seu e o que é da entidade. Portanto, nesta fase inicial, a fé será ainda
mais necessária. Inegavelmente, para prosseguir neste caminho maravilhoso que é a
mediunidade, deverá persistir apesar das dúvidas e inseguranças.
Não são os elementos materiais que farão de você um bom médium. Banhos, guias, firmezas
podem contribuir, mas somente o tempo fará de você um médium preparado. Não se deixe
impressionar por aquilo que é superficial. Não se preocupe em descobrir quem são seus Orixás de
Cabeça, nomes das entidades, os pontos delas… Pois na hora certa, quando seus Guias
considerarem que é o momento, você saberá. Apenas deixe fluir as coisas em sua naturalidade.
Saiba aceitar sua mediunidade do jeito que ela é, pois cada um tem sua peculiaridade e é parte
do desenvolvimento descobrir isso. Aprenda com os exemplos alheios, mas não tente imitar
alguém. A incorporação é um momento seu. Portanto, não ligue para a opinião dos outros. O
objetivo não é agradá-los. Repetimos: o importante é deixar a incorporação fluir naturalmente.
O espírito não ‘entra’ no corpo do médium. O transe mediúnico acontece pelo acoplamento dos
chacras, onde a entidade te envolve com sua energia, criando uma conexão mental. Então, para
que isso ocorra com harmonia, é importante que esteja com sua aura limpa. Isso acontece
através de bons pensamentos, práticas corretas e equilíbrio emocional. Busque cumprir os
preceitos e, no dia de Gira, busque entrar em sintonia desde cedo com a espiritualidade.
PARTE - I
É importante, e muito lógico, que se entenda de uma vez por todas que cada médium é um
médium, e que seu desenvolvimento deve seguir, na medida do possível, os padrões que seus
verdadeiros protetores determinarem (se existirem protetores realmente incorporando), até
porque não existe quem veja melhor a situação mediúnica de um médium que seu próprio
protetor. Esse caminho pode ser mais demorado em função do vacilo por medo do próprio
médium que, se for grande, acaba por interferir e bloquear as mensagens do espírito, mas por
outro lado, se o médium tem medo de transmitir uma orientação dada por seu protetor visando
seu próprio bem, como poderia estar preparado para transmitir mensagens a possíveis
consulentes?
Pois não devia. Essa é uma Lei Bíblica, se lembra? "Amar ao próximo como a ti mesmo". Como
amar ao próximo se você às vezes nem entende bem o que é amar a si mesmo? E é bom que se
explique também que "amar a si mesmo" em entendimento espiritual, está longe de envolver
qualquer sentimento narcisista, o que seria a apoteose do culto à vaidade. Muito ao contrário, o
amor a si mesmo envolve a compreensão de que todos estamos aqui para somar experiências e
aprendermos com elas. Envolve também a compreensão de que o crescimento interior é o que
realmente interessa alcançar e é esse o principal objetivo das sucessivas reencarnações (até
porque após o que chamamos de morte essa será nossa única posse). Portanto, amar a si
mesmo, terá sempre como consequência imediata a aprendizagem da compreensão e o amor ao
próximo.
Desenvolver a mediunidade é muito mais do que simplesmente ir até o terreiro e deixar-se levar,
cedendo o corpo para as entidades que lá se manifestam. Muitas pessoas confundem
desenvolvimento mediúnico com incorporação pura e simples. Entendam, não há como
simplesmente ir e chacoalhar o corpo no terreiro, isso não é engrandecedor e qualquer um pode
fazer isso, ou melhor, pode achar que está fazendo isso. Parte do desenvolvimento mediúnico se
dá também com o estudo pautado no bom-senso, que irá ser o direcionador dos trabalhos
espirituais que serão desenvolvidos. Primeiramente devemos compreender que não importa só
achar que está fazendo algo, mas é preciso realmente entender o que se passa, até aquele algo
ocorrer.
Como comparação, durante o ensino médio não nos importa como os átomos se comportam em
uma reação nuclear, só nos importa calcular sua massa atômica e como eles reagem através das
fórmulas. Porém, se nos propormos a fazer uma faculdade em Física, devemos saber como isso
ocorre e todas as situações por detrás do mesmo, além de não se deixar levar por ilusões ou
convicções inabaláveis. Quando temos a missão de sermos médiuns – ostensivos e ativos –
carregamos certa estrutura psíquica e espiritual diferenciada, preparada para o contato com o
mundo astral. Além disto, contamos com uma carga maior de fluído nervoso (ectoplasma) para
as manifestações. Isso não nos faz melhores, apenas mais adaptados para o trabalho que será
realizado, porém isso é como uma ferramenta, o seu bom uso depende do usuário e não da
ferramenta.
Após compreendermos isso, temos outro porém: a chamada Coroa Mediúnica. Coroa é o termo
usado para definir aquilo que vem acima de nossa cabeça, o Ori ou chakra Coronário. Há uma
falsa informação de que possuímos todos os guias em nossa coroa, ou seja, a nossa disposição.
Que basta apenas que os evoquemos – através de cânticos, chamados e até mesmo pontos
cantados – para que os mesmos venham ao nosso socorro e ao trabalho. Isso é em partes real,
DOUTRINAÇÃO UMBANDISTA
PARTE - I
porque realmente podemos evocar qualquer espírito que quisermos, porém isso é muito mais real
no Espiritismo, onde o trabalho é de conhecimento, de pesquisa e de experimentação. Então,
cabe facilmente o fato de evocar um espírito para lhe fazer perguntas e aumentar o
conhecimento acerca de alguma ciência ou assunto. Porém, nem sempre quem nos atende é o
espírito que chamamos, muitas vezes é um espírito simpático, pois o espírito que chamamos
pode, entre outras coisas, estar ocupado, estar reencarnado ou até mesmo estar em trevas e
preso. Conseguem perceber onde quero chegar?
Primeiramente nos é definido (de fato escolhemos conjuntamente) um Espírito que tomará a
função de Chefe-de-Coroa, que será o Espírito responsável pela nossa mediunidade e de tudo
aquilo que faremos com ela. Esse espírito é quem toma conta da nossa cabeça e permite outros
guias a se manifestarem. Então, o médium Everaldo tem um Guia-de-Coroa chamado Caboclo
Pena Branca, porém naquele dia de trabalho, será chamada as linhas de pretos-velhos. O Preto-
Velho Pai João pede permissão para o Caboclo Pena Branca para se manifestar no seu pupilo e
assim é feito. O mesmo ocorre em um processo de obsessão espiritual, mesmo que seja difícil ou
duro ver isso. A obsessão só se instala quando nós estamos em desequilíbrio ou negativados, se
não houve merecimento, não há obsessão. Mas todos nós somos devedores e temos falhas a
serem resgatadas, logo acaba por muitas vezes se instalando obsessões em nossa vida. Pior é
que como médium há um canal aberto, o seu chefe-de-coroa, que é um Espírito Evoluído e
esclarecido irá permitir que o obsessor atue, pois você está vibrando na frequência dele e deve
aprender uma lição com isso.
Pode ser que você incorpore dez vezes o Caboclo Pena Branca e apenas uma o Pai João. Pode ser
que vários guias se revezem nos trabalhos caritativos de atendimento e pode ser que você nem
sequer tenha muitos guias, mas o que importa não é a quantidade, não é? O que realmente
importa é a qualidade. Então, se livre desses pensamentos padronizados e pasteurizados.
Precisamos entender cada médium como um ser humano em desenvolvimento, além da
mediunidade.