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Artigos Espíritas
A Telestesia (Vidência)
Extraídos da Obra
Gabriel Delanne - A alma é imortal
Capítulo III
Testemunhos dos médiuns e dos espíritos
a favor da existência do perispírito
Um avarento no espaço
Desde o começo das manifestações espíritas, organizaram-se grupos
de estudo em quase todas as cidades da França. Entregavam-se a
pesquisas continuadas e os resultados obtidos se registravam quase
sempre em atas, cujas súmulas eram enviadas à imprensa.
A nossa doutrina, portanto, não foi imaginada. Constituiu-se
lentamente e a obra de Allan Kardec, resumindo essa imensa
investigação, mais não é do que a compilação lógica, o aproveitamento
de tão vasta documentação.
Aqui a narrativa de um dos fatos então apurados, conforme a
publicou um jornal espírita de Bordéus, em 1864:vi
“Toda gente conheceu em Angoulême um homem de sórdida
avareza, não obstante a sua posição de opulência, que todos sabiam
magnífica. Chamava-se L... e morava numa água-furtada de sua
casa, cujos demais cômodos permaneciam desabitados. Como os
vizinhos não o vissem durante vários dias, chamaram a polícia, que
mandou abrir a porta do aposento, para saber o que fora feito dele.
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R. – Você diz que nada me faz falta. É ter topete! Meu dinheiro,
então, não é nada?
P. – Onde estás?
R. – Você bem o vê: a seu lado.
P. – Mas, por que te obstinas em procurar as tuas riquezas
terrenas, quando devias antes cuidar de constituir um tesouro no
céu?
R. – Oh! esta agora! Você devia dizer onde está esse tesouro que
eu devo achar. Você é um péssimo farsista, sabe?
P. – Não conhece Deus?
R. – Não tenho essa honra. Quero o meu dinheiro.
P. – Foste forçado a vir aqui?
R. – Está claro que sim. Se não me obrigassem a permanecer aqui
exposto aos olhares de vocês, já me teria ido há muito tempo
P. – Aborrece-te então a nossa companhia?
R. – Muito. (O lápis bate na mesa com tanta rapidez e tal
violência, que se quebra.)
Médium vidente – Sra. B...:
Vejo um velho ali a escrever. É bem vil. Mas, como é vil! Não
tem apenas dentes na boca. Tem enormes lábios pendentes. Traz um
boné sujo de algodão, uma blusa, ou um casaco branco, também
sujo. Como ele é vil, meu Deus!
P. – É ele quem está fazendo que o Sr. Guimberteau escreva?
R – É. Ele se encontra ao lado desse senhor. Mostra-se como
alguém que é apedrejado. É um verdadeiro tigre!
P. – Ele foi obrigado a vir?
R. – Há alguém que o obriga.
P. – Por que não se vai embora, uma vez que tanto o molesta a
nossa companhia?
R. – Foi chamado. Isto pode contribuir para que conheça a sua
situação.
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vez que não via as fotografias e não sabia em que ordem o acaso as
dispusera, separou uma e a entregou ao referido interrogante. Era a
da sua parenta. Ao Sr. L... deu o médium pormenores íntimos sobre
seus negócios de família. Como estrangeiro que era, o Sr. L... residia
de pouco tempo na nossa cidade. Seu pai morrera havia uns vinte
anos.”
Para concluir as brevíssimas citações desse importante trabalho,
vamos dizer de que modo o Dr. Moroni foi levado a estudar os
fenômenos espíritas. Quando ele era ainda simples magnetizador, para
quem todas as imagens que o sonâmbulo dizia ver não passavam de
alucinações, um dos primeiros fatos que o fizeram começar a crer foi o
seguinte:
“Uma noite, estando magneticamente adormecido, o médium
exclamou de súbito, agitando um braço: “Ai!” Perguntando-lhe
Moroni: “Que há?”, ela respondeu: “Foi Isidoro que me beliscou.”
(Isidoro era um irmão de Moroni, falecido havia alguns anos.) O
médico descobriu o braço do médium e lá encontrou, com efeito,
uma marca semelhante à que deixa a pressão de dois dedos na
epiderme. Até aí, porém, nada de espantar, porquanto o que se dera
podia muito bem ser o resultado de uma auto-sugestão da própria
senhora. Disse-lhe então Moroni: “Se é verdade que meu irmão se
acha presente aqui, dê-me ele uma prova disso.” Respondeu o
médium, a sorrir: “Olhe lá.” (Apontava com o dedo para uma parede
que lhe ficava muito distante.) O médico olhou e viu um cabide, ali
dependurado num prego, mover-se vivamente para a direita e para a
esquerda, como se uma mão invisível o empurrasse num e noutro
sentido.”
Aqui a afirmativa do médium é confirmada, corroborada por uma
manifestação material. Pudemos certificar-nos, pelos exemplos
precedentes, que os fenômenos não se originam de uma exteriorização
do médium, pois que o ser que se manifesta revela coisas que aquele
ignora.
Não se pode igualmente invocar a transmissão do pensamento:
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Tiptologia e vidência
“Caro Senhor,
Ao regressar de Caen,xi fui passar alguns dias na casa de meu
irmão em Meurchin, pequena aldeia do Pas-de-Calais. Como minha
família me sabe muito amante do Espiritismo, como me vê ditoso
por lhe praticar os preceitos, mil perguntas me dirigem os seus
membros constantemente sobre o assunto, perguntas a que respondo
de modo a fazer que nasça nos que me ouvem o desejo de levantar
uma ponta do véu que nos oculta os esplendores de além-túmulo.
Foi em virtude dessas palestras que meu irmão organizou uma
reunião para a qual convidou seus amigos, honestos camponeses,
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que não se fizeram de rogado para assistir a ela. Havia uma quinzena
de pessoas, todas escolhidas entre a gente bem reputada da aldeia.
Aguardando a hora marcada para a evocação, palestra-se um pouco.
Cada um narra fatos mais ou menos singulares de que foi
testemunha no curso de sua existência e que me permitem deduzir,
incidentemente, a conclusão de que as manifestações espíritas são
muito mais freqüentes do que se imagina.
Às oito horas, pus-me a ler algumas passagens de O Livro dos
Espíritos, procurando atrair os bons Espíritos. Dirijo ao Todo-
Poderoso uma curta invocação que os circunstantes ouvem em
profundo recolhimento.
Três pessoas têm as mãos pousadas sobre uma mesa pequena, que,
ao cabo de dez minutos, entra a mover-se.
P. – É um Espírito? Bata uma pancada para o sim e duas para o
não.
R. – Sim.
P. – Queres dizer-nós o teu nome? Vou pronunciar as letras do
alfabeto: bate no momento em que eu pronunciar a letra que desejes
fique escrita.
R. – Maria José.
“É minha mãe, exclama um dos assistentes, o Sr. Sauvage. Acabo
de ver-lhe o espectro diante de mim; mas, passou apenas e logo
desapareceu.”
P. – És, de fato, a mãe do Sr. Sauvage?
R. – Sim.
Baixa-se a luz, ficando, porém, bastante claridade para que
possamos ver o que se passa. Sauvage declara, ao cabo de alguns
minutos de espera, que está vendo muito distintamente sua mãe,
falecida a 24 de maio de 1877.
P. – Podes – perguntei ao Espírito – fazer que teu filho te ouça?
R. – Ela me acena com o dedo – diz o Sr. Sauvage. – Não sei o
que quer dizer... Ah! ouço-lhe a voz; ouço-a muito bem.
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Retrucou-me ele:
– Se a ti nos apresentássemos sob uma forma inteiramente
espiritualizada, não terias apercebido da nossa presença, tampouco
nos houveras reconhecido.
– Reconhecer-vos, dizeis? Nada, porém, me faz lembrar as vossas
fisionomias e nenhuma recordação guardo de já vos ter visto alguma
vez.
– Estás bem certa disso?
Então, que maravilha! aquele que me respondia foi de súbito
banhado de claridade por uma intensa luz fluídica e, em pérolas
elétricas, um nome se lhe formou por cima da cabeça e eu li,
deslumbrada e encantada, o nome venerado de Blaise Pascal.
De tal modo gravado se acha em mim o seu semblante, que jamais
se me apagará da memória, enquanto eu viva. Como nunca, em parte
alguma, me fora dado ver a fotografia do ilustre sábio, cuidei, ao
despertar, de correr, juntamente com meu marido, a quem logo referi
o meu singular sonho, às casas dos vendedores de estampas. Fomos
à de Visconti, o mais afamado livreiro de Nice, para comprar o
retrato de Blaise Pascal. Ele nos mostrou diversas gravuras
representando o grande homem, porém, nenhuma reproduzia os
traços do desconhecido que me falara. Ali estavam, com efeito, a sua
figura cheia de nobreza, seus grandes olhos, o nariz aquilino, a
cabeça coberta por soberba peruca ondulada; mas, em nenhuma
daquelas imagens descobria eu a pequenina deformidade do lábio
inferior, para a qual a minha atenção fora particularmente atraída
durante a visão. O lábio era um pouco arregaçado, tal como se o
defeito fosse conseqüência de um acidente qualquer, na mocidade.
O livreiro, experto, afirmou que já apreciara muitas gravuras com
a fisionomia de Pascal e vira retratos seus pintados a óleo ou a
aquarela, porém, jamais notara em nenhum o defeito que eu
persistentemente assinalava.
Regressando a casa, eis que me reaparece o sorrisinho céptico do
Sr. Fleurot. Isso me enraivecia a mim, que rejubilava a idéia de fazê-
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O retrato de Vergílio
A Sra. Lúcia Grange, diretora do jornal La Lumière (A Luz),
extraordinário médium vidente no estado normal, viu o célebre poeta
Vergílio tão distintamente, que pôde publicar-lhe o retrato em o número
de 25 de setembro de 1884 da sua revista, onde o descreveu exatamente
assim:
“Vergílio – Coroado de louros. Rosto forte, um tanto longo; nariz
saliente, com uma bossa do lado; olhos azul-cinza-escuros; cabelos
castanho-escuros. Revestido de longa túnica, tem todas as
aparências de um homem robusto e sadio. Disse-me, quando se me
apresentou, este verso latino que o lembra: Tu Marcellus eris.”
Qualificaram de fantástico esse retrato. Tacharam de suspeito o
Espírito, porquanto, diziam, muito provavelmente haviam de ser
delicados os traços do meigo Vergílio, visto ter sido ele muito feminil,
“mais mulher do que uma mulher”.
Que responder a tais críticas? Nada. Aconteceu, no entanto, que uma
inesperada descoberta veio dar razão à Sra. Grange.
Recentemente, em trabalhos de reparação que se faziam em Sousse,
encontrou-se um afresco do primeiro século, onde se vê o poeta em
atitude de compor a Eneida. O que lhe revelou a identidade foi o poder-
se ler, no rolo de papel aberto diante dele, o oitavo verso do poema:
Musa mihi causas memora. A Revue Encyclopédique de Larousse
reproduziu esse trecho autêntico, pelo qual se reconhece que a descrição
feita pelo médium se aplica exatamente ao grande homem, que nada em
absoluto tinha de efeminado.
Este fato confirma o precedente, estabelecendo, pela observação, que
o perispírito contém todas as formas que haja tido neste mundo.
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Uma aparição
No caso que segue, é impossível atribuir-se a aparição a uma idéia
preconcebida, pois o Espírito que se manifestou era completamente
desconhecido da senhora que o viu. Em virtude de circunstâncias
diversas foi que se pôde saber quem era ele e verificar-lhe a identidade.
Damos a palavra ao autor da narrativa:xiv
“Eich, 1º de junho de 1862.
Senhor,
Minha mulher absolutamente não acreditava nos Espíritos e eu
não me preocupava com essa questão. Dizia ela, às vezes: “Temo os
vivos, mas de maneira alguma me arreceio dos mortos. Se eu
soubesse que há Espíritos, desejaria vê-los, pois que nenhum mal me
poderiam fazer e essa aparição me proporcionaria a confirmação do
dogma cristão segundo o qual nem tudo se extingue conosco.”
Vivíamos no campo. Em nosso quarto, situado ao norte, desde que
o ocupáramos se tinham com freqüência produzido rumores
estranhos, que nos esforçávamos por atribuir a causas naturais. Certa
noite do mês de fevereiro do ano passado, a Sra. Mahon foi
despertada por um contacto muito sensível em seus pés, como se,
disse ela, lhe houvessem dado pequenas palmadas. E acrescentou:
“Há alguém aqui.” Depois, tendo-se virado para o lado esquerdo,
entreviu, num canto escuro do quarto, qualquer coisa informe a se
mover, o que a fez repetir: “Afirmo-te que aqui está alguém.”
Eu me achava deitado numa cama próxima da sua e lhe respondi:
“É impossível. Tudo está bem fechado e posso assegurar-te que não
há pessoa alguma, porque, há uns dez minutos, estou acordado e sei
que reina profundo silêncio. Enganas-te.”
Entretanto, voltando-se para o lado oposto, ela viu distintamente,
entre a cama e a janela, um homem alto, delgado, vestindo uma
espécie de gibão justo, listrado, e com a mão direita erguida, em
atitude de ameaça. Seu vulto se destacava bem, na meia obscuridade
reinante. Diante dessa aparição, ela experimentou certo sobressalto,
crente de que um ladrão se introduzira na casa, e me repetiu pela
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senhora costumava dizer que tinha vontade de ver um Espírito ... Ele
veio.”
Essa explicação não satisfez bastante à Sra. Mahon, para quem
eram novos todos aqueles pormenores. Poucos dias depois do seu
regresso ao Luxemburgo, encontrando-se na casa de umas pessoas
às quais repetia a resposta que lhe dera a sonâmbula, todos os que a
ouviam exclamaram: “Mas, é o Sr. N..., que se afogou há muitos
anos no lago ali perto. Era juiz... de caráter rabugento. Estava a
pique de perder um processo contra um de seus sobrinhos... Tratava-
se de prestar contas de tutela... Perdeu a cabeça... suicidou-se.”
Exatamente o que dissera a sonâmbula.
Não lhe oculto que foi profunda a impressão em todos os
presentes... Também não devo deixar de dizer-lhe que a Sra. Mahon
ignorava, como eu, essa história do juiz N... E, conseguintemente, a
sonâmbula não poderia ler-lhe no espírito as particularidades
precisas que revelou.
Entrego-lhe o fato e o autorizo a publicá-lo. Pelo que concerne à
exatidão, afirmo-a sob a garantia da minha palavra.
Eugênio Mahon
Vice-Cônsul da França
Algumas reflexões
Eis, pois, levados, pouco a pouco, a comprovar que aquele corpo
fluídico, entrevisto na antigüidade como uma necessidade lógica, é
positiva realidade, atestada pelas aparições, tanto quanto pela visão dos
sonâmbulos e dos médiuns.
Esses seres que vivem no espaço, isto é, ao nosso derredor, têm uma
forma perfeitamente determinada, que permite sejam descritos com
exatidão. Já não é lícita hoje qualquer dúvida acerca desse ponto, visto
serem por demais numerosos os testemunhos de experimentadores
sérios, para que se admita, numa discussão sincera, a negação pura e
simples.
28
i
Consultem-se, a esse respeito: o relatório do Dr. Husson, de 28 de
junho de 1831, à Academia das Ciências; Deleuze, Memória sobre a
clarividência dos sonâmbulos; Rostan, artigo Magnetismo, no
Dicionário das ciências médicas; Lafontaine, A arte de magnetizar;
Charpignon, Fisiologia, Medicina e Metafísica do Magnetismo; Os
casos citados nos Proceedings da Sociedade Inglesa de Pesquisas
Psíquicas; Gabriel Delanne, O Espiritismo perante a Ciência, cap. III;
Vejam-se igualmente: As aparições materializadas dos vivos e dos
mortos, t. I e II.
ii
Allan Kardec, Revue Spirite, outubro de 1864, outubro de 1865, junho
de 1867. Veja também, em A Gênese, o cap. “Dos fluidos”.
iii
O termo “fluido” não designa uma matéria particular. Significa um
movimento ondulatório do éter, análogo aos que dão origem à
eletricidade, à luz, ao calor, aos raios X, etc.
iv
Allan Kardec, Revue Spirite, junho de 1867, págs. 173-174.
v
Revue Spirite, ano de 1861, págs. 148 e seguintes.
vi
O Salvador dos Povos (diretor o Sr. Lefraire, advogado), nº 6,
fevereiro de 1864.
vii
Annali dello Spiritismo in Italia.
viii
O desgraçado sempre crê facilmente no que deseja.
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ix
Bossi Pagnoni e Dr. Moroni, Alguns ensaios de mediunidade
hipnótica, tradução francesa da Sra. Francisca Vigné. Vejam-se: Págs.
10 e seguintes e pág. 102.
x
Mediunidade hipnótica, pág. 113. É este o relato:
“No mês de novembro último, um estrangeiro ilustre assistiu a
algumas sessões do nosso círculo e, depois de uma série de
experiências mediúnicas, desejou observar outras de clarividência
terrestre. Esse desejo me desagradava, porque tais experiências não
entravam no quadro dos nossos estudos. Havia em mim o temor
natural de que, a esse respeito, o nosso médium fosse inferior a muitos,
se bem eu o considere superior a mil outros, em matéria de
mediunidade.
“Entretanto, vendo que o Dr. Moroni aquiescia de boamente, calei-me
e me pus de lado, sem tomar parte na experiência, de cujos bons
resultados duvidava.
“O estrangeiro apresentou uma caixinha na qual metera um papel com
algumas palavras escritas e pediu que a sonâmbula tentasse lê-las.
Perdemos uma hora nessa tentativa, sem o mínimo resultado.
“Em seguida, tentou ele uma prova de transmissão de pensamento.
Escreveu, à parte, num pedaço de papel, a palavra “Trapani” e, depois
de o haver mostrado ao hipnotizador, pediu que este, por sugestão
mental, a transmitisse ao médium. Essa experiência durou quase uma
hora. Vendo que, desse modo, se perdia um tempo que muito mais
utilmente se poderia empregar em proveito do hóspede que dentro em
pouco partiria, propus se abandonasse a experiência. A sonâmbula,
entretanto, persistia, mas não conseguiu adivinhar a palavra e foi
obrigada, pela fadiga, a parar.”
xi
Revue Scientifique et Morale du Spiritisme, primeiro ano, nº 6, pág.
365.
xii
Al. Delanne, Revue Scientifique et Morale du Spirítisme, nº 11, maio
de 1897, págs. 678 e seguintes.
xiii
Esse nome é um pseudônimo.
30
xiv
Pierrart, Revista Espiritualista, 1862, pág. 180.