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Umbanda para Iniciantes

Você sabe o que é mediunidade?


Basicamente, Allan Kardec definiu que “todo aquele que sente em um grau
qualquer influência dos espíritos é, por esse fato, médium”. Portanto, para ele,
mediunidade seria a capacidade avançada de perceber seres de outras
dimensões.

Todavia, um dos médiuns mais conhecidos do mundo, além de Kardec, foi o


brasileiro Chico Xavier. Por anos, ele reuniu milhares de pessoas em sua casa
para psicografar mensagens de entes queridos.

Portanto, a mediunidade pode ser definida como um processo espiritual, em


que pessoas de elevado grau espiritual atuam como porta-vozes de entidades e
espíritos. Entretanto, é importante reforçar as práticas mediúnicas tanto na
doutrina espírita e suas vertentes, quanto no catolicismo, protestantismo
e demais religiões.

Tipos de Mediunidade
Para tipos de mediunidade temos inúmeras variações. Classificamos aqui
algumas das capacidades “catalogadas” e presentes também em ambientes de
Umbanda.

1 – Psicografia
A primeira menção sobre psicografia dentro da Umbanda é de Pai Rubens
Saraceni. Com mais de 50 obras o sacerdote divide seus livros, entre os que
fundamentam a Umbanda e seus ritos e os romances psicografados.
Rubens Saraceni iniciou um processo que ia na contramão do que se
considerava “correto” à sua época. Hoje, é fácil encontrar obras de diversos
autores umbandistas que psicografam romances mediúnicos, porém, nem
sempre eles foram bem aceitos.
Em entrevista com a Revista Sexto Sentido, Pai Rubens Saraceni contou que
quando deu início a prática de psicografar na Umbanda recebeu diversas
críticas, inclusive de irmãos espíritas, porém respondeu a elas dizendo.
“Médium é médium, seja de Umbanda, Candomblé ou Espiritismo, não
importa a doutrina que ele siga. Eu mostrei que o dom da pessoa independe
da formação religiosa e que tendo o dom, ela canaliza o que o astral quer“.

2 – Incorporação
A manifestação mediúnica mais comum a Umbanda e a qual também se deve
a sua fundação e sustentação é a incorporação. O ato de incorporar uma

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entidade, consiste em fazer a conexão entre os chakras do médium e os do


guia.
Desta forma, no momento da incorporação nosso espírito continua
“habitando” o corpo físico. Não há necessidade de se ceder esse lugar para
que a entidade possa trabalhar. Entenda como isso acontece no texto: Tenho
medo de incorporar.

3 – Psicofonia
Nessa modalidade o espírito se comunica por meio da fala do médium
transmitindo sua mensagem. Um caso que gerou polêmica e ficou conhecido
em todo o país, foi o do deputado Luiz Carlos Bassuma, que durante uma
sessão solene diz ter recebido a mensagem de um espírito. Clique aqui e
assista.
4 – Xenoglossia
Resumidamente, a xenoglossia pode ser tipificada como a capacidade que o
médium desenvolve de falar em línguas. Esses dialetos são desconhecidos ao
médium e até mesmo ao linguajar humano.
5 – Clariaudiência
Ouvir a voz do espírito. Pai Rodrigo Queiroz fala sobre essa capacidade no
estudo Mediunidade na Umbanda “a clauriaudiência é a capacidade de ouvir
os espíritos ao vivo. Você não ouve espírito no passado, nem no futuro e
também não ouve coisas acontecendo fora do lugar. Não é premonição, nem
nada disso. Tem clariaudiência, que é quando um guia espiritual se aproxima
de você, fala e você escuta. Escuta assim como está me escutando, isso sim é
clariaudiência.”
6 e 7 – Clariolfativo e Clarigustativo
Capacidade de sentir aromas e gostos presentes no mundo espiritual, ou
seja, que não estão materializados nesse plano.

8 – Clarividência
Esse fenômeno ocorre quando o médium consegue ter a visão do mundo
astral. É uma mediunidade mais difícil de se encontrar e às vezes há também
uma confusão entre a pessoa que possui clarividência e aquele que vê “vultos”
esporadicamente.
O clarividente manifesta essa capacidade mediúnica a qualquer momento,
basta que esteja concentrado. A probabilidade disso acontecer aumenta

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quando a pessoa está no terreiro, no mesmo nível de ocorrência das


incorporações por exemplo.

9 – Vidência
Nessa modalidade de mediunidade, encontramos a pessoa que concebe
imagens de fatos e cenas que estão acontecendo ou já aconteceram em algum
lugar.
Pai Rodrigo Queiroz também explica isso no estudo
sobre Mediunidade dizendo que “a vidência é quando a pessoa abre uma
visão e abre-se uma tela aos olhos daquela pessoa. Semelhante a um
computador. Abre essa tela/janela e ela consegue enxergar uma cena ou
situação. Um indivíduo em outro ambiente, lugar ou tempo e traduz isso, isso
é vidência.”

10 – Pictografia
Conhecido como pintura mediúnica a pictografia é o dom de pintar e produzir
arte conduzido pelo espírito. Nesse ato, a entidade toma as funções motoras do
médium desenvolvendo a pintura como forma de manifestação.

11 – Inspiração ou irradiação
Consiste em “escutar” mentalmente ou intuir algo, mas é importante ressaltar
que difere da clariaudiência, pois nessa modalidade, como já dito, o médium
escuta claramente a voz do espírito, podendo até identificar e discernir o
timbre da voz de seu mentor. A inspiração é algo mais sutil.

12 – Projeção astral
Nesse tipo de mediunidade o perispírito ou a alma da pessoa se projeta para
fora do corpo realizando a conhecida viagem astral.
Esse desdobramento ocorre quando o espírito da pessoa tem alguma tarefa no
astral e se “desliga” temporariamente do seu corpo físico para executa-la.

13 – Psicometria
Pode ser entendida como a mediunidade que possibilita que o médium
obtenha informações sobre a história de algum objeto. A edição 47, da Revista
Cristã do Espiritismo publicou um artigo sobre o termo, contando que o seu

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surgimento se deu em 1849 pelo médico norte-americano J. Rhodes


Buchanan.
No texto Érika Silveira descreve a psicometria (pela visão do médico) como o
método de estudo que consistia em apresentar aos pacientes objetos
pertencentes ao presente ou passado de uma pessoa. “Os sonâmbulos
passavam a descrever cenas relativas às épocas de existência do objeto e até
mesmo o próprio caráter da pessoa a quem pertencia o objeto psicometrado”
descreve Érika.
Depois disso estudiosos espíritas também se empenharam em se aprofundar
no estudo desse fenômeno.
Pai Alexandre Cumino descreve no livro Médium – Incorporação não é
Possessão essa projeção como “a leitura do registro astral e temporal que
fica em cada objeto revelando seu histórico.”
A mediunidade não é propriedade de uma ou outra religião, como um dos
nossos sentidos sensoriais ela é algo natural ao homem, entretanto, cada um de
nós viemos a este plano com o domínio de determinadas faculdades
mediúnicas, que tem ligação com a vibração espiritual religiosa que rege
nossa ancestralidade.

A mediunidade de Umbanda é a mesma da Espírita?


A mediunidade enquanto a capacidade sensorial de se relacionar com outros
planos é algo comum a todos que se descobrem médiuns, entretanto existem
incontáveis formas de se viver a atividade mediúnica, existindo hoje centenas
de especificidades atribuídas a ela.
Nesse quadro podemos incluir a psicografia, clarividência, projeção astral,
materialização, clariaudiência, psicofonia, incorporação e etc, que ao
existirem em variedade atendem a determinadas “inclinações” de seus
médiuns.
A fim de responder a pergunta do título vamos recorrer ao conceito de que
existem ‘médiuns de terreiro‘ e ‘médiuns de mesa‘.
Somos diferentes na medida que somos iguais
Ao pensar a mediunidade dividida em ‘médiuns de terreiro‘ e ‘médiuns de
mesa‘ vamos ao encontro do conceito de que cada pessoa encarna com a
mediunidade especifica a sua forma de religiosidade e quando constatamos
que cada religião e crença possui sua própria estrutura vibratória, essa teoria
ganha mais força.
Entretanto, isso não significa que um médium de terreiro seja obrigado a
exercer para o resto da sua vida a prática mediúnica umbandista ou que
também que ele não possa mudar de religião, a mediunidade é algo que pode
ser trabalhada em qualquer lugar, entretanto, cada médium irá e só pode
oferecer o que é natural a ele e a sua essência.

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Se a sua natureza mediúnica esta para a Umbanda, você possui uma estrutura
de corpo espiritual específica que permitem a incorporação e viabilizam que
os espíritos pertencentes à essa egrégora espiritual se manifestem.
A maleabilidade do médium de Umbanda evidencia isso, ao incorporar
Caboclo o médium é tomado por um tipo de energia que faz parte do campo
magnético e vibracional daquela entidade, se em seguida ele desincorpora e da
passagem a Exu por exemplo, ele também precisa rapidamente estar
preparado para aquela energia que adentra o seu campo espiritual, e no caso
da esquerda sempre mais densa.

Ele trabalha com aquilo que está nele, ele só oferece aquilo que tem, então o
médium que vem para trabalhar na vibração e no campo de atuação do
espiritismo que são orientações, explanações, doutrinações ele não precisa
incorporar um Caboclo, um Preto-Velho, um Exu na estrutura vibratória de
Umbanda, por isso ele vai incorporar aqueles espíritos já conhecidos desses
ambientes e isso basta.

Pai Rodrigo Queiroz em Mediunidade de Umbanda


Pai Rodrigo Queiroz adentra nesse tema nos estudos sobre
mediunidade destacando que segundo os Mestres de Luz se um médium
espírita incorporar uma entidade típica de Umbanda é possível que ocorra
algum desequilíbrio vibratório em seu corpo físico e espiritual, acarretando
em efeitos colaterais que vão desde tonturas até desmaios “isso não tem nada
a ver de energia boa ou ruim, tem a ver com estrutura vibratória magnética
específica“.

Divisões no plano espiritual


Abordando esse assunto não pretendemos rotular o trabalho da espiritualidade,
mas sim esclarecer que mesmo no plano astral existem divisões de espíritos
que se afenizam com determinadas crenças vividas neste plano, a exemplo
disso destacamos a descrição de colônias espirituais presentes em filmes e
obras espíritas.

Essas considerações não nos levam (ou pelo menos não deveriam) crer que
não exista um convívio entre esses espíritos. Pai Rodrigo Queiroz também
explica isso dizendo que em algumas sessões espíritas clarividentes podem
descrever a presença de espíritos que não irradiam luz, que se apresentam
trajando um uniforme branco e uma cinta preta e que fazem a guarda desses
ambientes durante todo o período das atividades.

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Quem mantêm a ordem? O guarda, o guardião, o sentinela, o vigia, ele que


mantém a ordem. E quem tem essa função no astral? É Exu. Só que no centro
espírita, nas reuniões espíritas, o Exu não vai como ele chega no terreiro
paramentado com a sua roupagem, seu armamento simbólico.., no ambiente
espírita eles vão como é o ambiente espírita.

Pai Rodrigo Queiroz em Mediunidade de Umbanda


Exu se desloca para esse ambiente a fim de manter a ordem entre os espíritos
que entram e saem desse espaço. Nessa função, ele vigia tudo o que acontece
ali e principalmente as ações de espíritos zombeteiros e obsessores que
chegam em companhia da própria consulência.
Por isso plano espiritual encontraremos sim as particularidades de cada grupo
de espíritos, assim como existe aqui na terra, entretanto isso não impede que
haja uma fusão dessas forças numa força tarefa para que tudo transcorra em
equilíbrio “não há fronteiras no astral”.
Quando um seguidor de uma religião oriental desencarna ele terá a recepção
de espíritos vestidos como ele, com a mesma linguagem que a dele e até
aquele momento, a mesma crença.. e só depois que vai ser esclarecido a
amplitude que é a existência e o que é o mundo espiritual.

Pai Rodrigo Queiroz em Mediunidade de Umbanda


Imaginem só uma pessoa da crença evangélica ser recepcionada por um Exu
de capa, cartola, tridente nas mãos e feição de caveira? Certamente isso
causaria um grande choque.

Mediunismo Umbandista
Leitores, ao se depararem com esse termo não mais estranhem. A
mediunidade como algo natural ao homem e um dos seus sentidos também
deve ser percebida dessa maneira, a forma de uma pessoa sentir o aroma de
um prato de comida se difere da percepção da outra, os tons, as cores também
não são iguais a todos.
Algumas pessoas tem o tato mais aguçado, outras escutam melhor que a
maioria e essas capacidades vão ter infinitas variedades de interpretações e
formas de se sentir, em escalas que ninguém ainda foi capaz de quantificar.
Com a mediunidade não iria ser diferente.

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Um professor de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp,


Rubens Belfort Jr. ao ser questionado ‘se as pessoas enxergavam as mesmas
cores‘ aponta inúmeros motivos pelos quais as pessoas não enxergam as
mesmas cores dentre as prerrogativas – de que precisaríamos ter o mesmo
tipo de fotorreceptores para que isso acontecesse – uma causa bem
particular “as pessoas reagem de formas diferentes a determinados
estímulos”.
Por isso, a maneira que cada umbandista irá conceber a sua própria
mediunidade de incorporação também irá variar de pessoa para pessoa, mas
esse assunto nós deixaremos para o próximo texto!
O importante agora é que entendamos que cada um de nós viemos a este plano
com o domínio de determinadas faculdades mediúnicas que tem ligação com a
vibração espiritual religiosa que rege nossa ancestralidade, para concluir isso
nos sustentaremos nas palavras de Pai Rodrigo Queiroz:

Nós umbandistas nos sentimos mais pertos de Deus por estarmos na


Umbanda. Eu não senti a presença de Deus na minha vida tão intensamente
em qualquer outra religião que eu já tenha passado. Eu sou umbandista porque
sinto Deus no meu coração quando estou no terreiro de Umbanda.
Alguns sinais de mediunidade…

 Prefere evitar espaços com muitas pessoas pois de alguma forma


inexplicável não se sente bem;
 Interesse de trabalhar com algo que traga a felicidade para outras
pessoas, não somente o emprego comum que em troca só recebe
dinheiro;
 Forte poder de intuição para decidir as coisas;
 Procura sempre compreender e perdoar, mesmo quando sabe que a
pessoa não merecia;
 Boceja muito em locais com muitas pessoas;
 Sonhos que parecem mais uma mensagem de como resolver algo ou
seguir a vida;
 As pessoas de maneira intrigante confiam muito em você, mesmo
não sendo amigos e passam a te contar facilmente a vida e
problemas delas;
 Grande curiosidade de ter mais autoconhecimento;
 Escutar sons e sentir aromas que não estão presentes no ambiente;

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 Os problemas alheios, até mesmo em escala mundial afetam sua


vida, como se você pudesse sentir o que estão passando;
 Repulsa a coisas fúteis e mundanas;
 Necessidade de mudar sempre de amizades que parecem que te
carregam de energias ruins, muitos costumes na vida também são
modificados;
 Sente presenças não visíveis que somem da mesma forma tão rápida
quanto a que surgiu;
 Muitos acontecimentos na sua vida surgem de forma inesperada,
como se fossem por coincidência;
 Disserta minuciosamente sobre assuntos do qual não se recorda de
ter estudado de forma profunda como se fosse alguém totalmente
entendido do tema;
 Fobias, bloqueios emocionais e baixo autoestima também são
características.

As pessoas com dom mediúnico são muito sensíveis e isto faz com que ela se
sinta mal quando rodeada de multidões, porque elas conseguem sentir a
energia que todos emanam e isto a sobrecarrega. A solidão passa a ser uma
companhia melhor do que muitas outras e os amigos são poucos, mas muito
bem escolhidos.

Tipos de mediunidade: consciente, inconsciente e mais

Tipos de mediunidade, antes de serem mencionados, requerem um


esclarecimento.

A mediunidade é uma ferramenta das mais importantes para o


aprimoramento moral e ético do ser humano.

Desde seu surgimento, a mediunidade sempre suscitou questionamentos e


incertezas.

Alguns por incredulidade e outros por total desconhecimento do que


realmente é.

Poucos detentores do saber mediúnico acabaram por tentar blindar essa


possível difamação – ou questionamento – sobre a mediunidade colocando
uma aura de mistério e segredo.

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Dirigentes espirituais e outros tantos criaram várias histórias e mitos,


colocando os mais diversos tipos de mediunidade como um dom, uma escolha
altiva e assim por diante.

Longe disto, estão disponíveis para todos nós, conforme cada um precisa.
Claro que não se manifestam da mesma forma em todos e também nem se
manifestam ostensivamente em todos.

Os tipos de mediunidade mais icônicos são a de psicografia e de


incorporação.

Ambas nos dão a possibilidade de trazer mensagem dos desencarnados de


uma forma muito ágil e direta.

A psicografia ainda pode ser utilizada para criação de conteúdo literário e


manifestação dos entes que já foram.
Já a incorporação é um aconselhamento direto e conclusivo, na maioria dos
casos.

Em vários aspectos, os dois tipos de mediunidade citados tem muito em


comum.
Principalmente o fato de ambas poderem ocorrer de maneira consciente.

Ou seja: o médium acaba transmitindo as comunicações – escritas ou


verbais – tendo conhecimento prévio da mesma ou através de uma
inspiração superior.
Essa inspiração difere completamente de uma intuição comum.
Quem já passou por um transe mediúnico sabe muito bem como são
diferentes.

De fato, atualmente quase a totalidade das pessoas que possuem algum grau
mediúnico é consciente.
Alguns ainda se acusam semiconscientes, mas dentro dos meus estudos é
apenas um reflexo da desordem ocasionada pela superstição quanto à
mediunidade.

Ou até mesmo um infeliz acontecimento, falácia, para justificar e proteger o


médium.

A mediunidade consciente é aquela em que o médium está ciente o tempo


todo, de toda a comunicação, das suas impressões físicas e afins.
Por exemplo, um médium incorporado de um espírito que segura uma vela, irá
sentir o calor da chama, a textura da parafina e ainda assim várias outras
experiências sensoriais.

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Contudo, verá que sua mão descreve um movimento contrário – ou além – da


sua vontade, apesar de que o médium pode – já que seu corpo é sua
propriedade – impedir a manifestação e assim bloquear o movimento, sem
maiores problemas.

A questão é se deixar levar.


Durante a consulta mediúnica, o médium deve priorizar o transe,
esquecendo-se dos problemas ao seu redor e da manifestação dos outros.
Preocupando-se totalmente da sua mente – casa do espírito – para que ela seja
um local propício para a manifestação de uma entidade superior, mesmo que
através de uma incorporação inspirada.
O espírito usará, claro, de conhecimentos do médium – nesses casos – e até
mesmo é possível que o médium passe à frente da entidade em alguns
momentos.
Porém, aqui não há malefícios nessa feita, desde que o médium esteja
respeitando o consulente e a entidade incorporada, permitindo que a mesma
trabalhe a maior parte do tempo.

Quando incorporados, é como se estivéssemos criando uma terceira entidade.


O espírito sugestionando o aparelhamento mental do médium – assim como o
físico – impele a criação de uma terceira personalidade.
Não é o médium e não é o Guia, mas sim um conjunto médium-entidade,
que dá a consulta espiritual.

Por isso é de extrema importância o estudo para o médium e quando me refiro


a estudo estou dizendo o estudo MORAL, além do intelectual.
Cursos de fundamentos são questões intelectuais.
Agora estudar o Evangelho é outro aspecto: é aprimorar as características
morais do médium para que a consulta seja feita de forma mais sutil e com
profundidade nas palavras.

Mas como saber se estamos realmente em um transe mediúnico?

Bom, isso é muito pessoal.


A princípio podemos destacar a total ausência de algumas manifestações
biológicas.

Exemplo: vontade de ir ao banheiro, sensibilidade à temperatura ambiente


(não se sente calor e não se sente frio, a ponto de incomodar), ausência de dor
ou cansaço durante o transe e outras coisas mais.
Geralmente os médiuns citam que sentem uma força movendo seus membros,

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como a resistência que há na água ao tentarmos nos mover, porém nem todos
possuem a mesma sensação.

Isso se deve prioritariamente ao estilo de incorporação que ocorre.


Alguns Guias se manifestam apenas mentalmente, ou seja, emanam suas
manifestações mentais à distância até chegarem ao seu mental (do
médium) e assim conduzem seu ‘cavalo’.
Desta forma, sentimos uma ‘fraqueza’ do Guia quando o médium não está
consciente de que sua mediunidade é desse tipo.
Quando o médium entende o seu dentre os tipos de mediunidade e o aceita
(essa é a parte difícil), essa fraqueza some e dá lugar a consultas incríveis.

Outros Guias já se manifestam de forma mais presencial.

Assim, aproximam seus corpos espirituais do duplo-etéreo do médium,


fazendo o chamado acoplamento áurico.

Um livro digital completo com tudo sobre Oxóssi e as características de seus


Filhos (as) de cabeça.

CONHEÇA

Sei que alguns devem estar lendo essas linhas e se questionando:


– Então todos podem incorporar desta forma?
– Não existe mistificação então.
– Os médiuns inconscientes são mais poderosos?

Para as três perguntas a resposta é sempre: depende!


Não exatamente dos tipos de mediunidade, mas do médium e da sua relação
com ela.
Não podemos dizer que um médium inconsciente é mais forte ou mais fraco:
ele é apenas diferente na manifestação.

Além de raros, possuem um perigo em sua destinação mediúnica.


Por serem inconscientes podem dar passagem a entidades negativas, de
forma inconsciente também.
Imaginem o estrago que um médium deste pode causar.

Já quanto a mistificação e poder incorporar, não é bem assim.


Existe sim mistificação e ela se dá quando o médium – conscientemente –
finge que está incorporado.
Se o mesmo não tem essa noção ou consciência, ele ainda assim pode estar
mistificando.

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Porém, não é tão grave e com o passar do tempo e da educação mediúnica,


poderá sair dessa situação.
Mas se ele não possuir a mediunidade de incorporação e ainda assim estiver
manifestando incorporações, podemos ficar alertas.

Pode se tratar de uma possessão espiritual – sempre perpetrada por


entidades negativas – ou mesmo uma manifestação anímica, que pode ser
gerada pela autossugestão ou hipnose.

De qualquer forma, a melhor regra para seguir quando incorporado é o


discernimento.
O Baiano Severino sempre me diz, nas minhas inseguranças mediúnicas:

Não se atenha muito ao fenômeno e sim ao resultado.

Se um consulente sentar na minha frente e sair melhor, então é mediunidade e


ele (Severino) tem o crédito.
Se ocorrer o inverso ou a pessoa não for atendida a contento ou até mesmo se
acabar falando alguma besteira, então aí é animismo e sou eu (médium).

Então, se acertamos é a espiritualidade que tem o crédito; e se erramos, somos


nós que possuímos o ônus.
Se ficarmos com essa regra em mente, fatalmente não iremos incorrer na
prepotência da supermediunidade e nem teremos vergonha de nos
reconhecermos como médiuns conscientes.

Por isso é tão importante conhecermos os tipos de mediunidade e como se


manifestam.

Mediunidade de transporte na Umbanda e seu uso atual

Mediunidade de transporte – em alguns casos também chamada de descarrego


– caiu em desuso nos Terreiros ou está, neste momento, mal explicada e
trabalhada.

Alguns referenciam que o cambone é um médium de transporte nato, pelo


simples fato do mesmo doar energia ectoplasmática durante as sessões
ou Giras de Umbanda.

Porém isso está incorreto.

O cambone tem sim um papel de extrema importância e pode – geralmente o


faz – doar ectoplasma para os Guias que ali estão para que os mesmos

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manipulem em prol do assistido.


Veja, o ectoplasma aqui citado é a energia vital em excesso.

Jamais será tirado algo que fará mal para o indivíduo e também sem a
concordância deste.

Quando se aceita ser cambone, tacitamente se “assina” esse tipo de


contrato de doação energética.

Porém, a mediunidade de transporte é bem distinta, apesar de utilizar-se do


princípio do ectoplasma também.

Sabemos que o ser humano não é constituído apenas de matéria.

Dentro das tradições orientais mais populares, nos é dito que possuímos sete
corpos: Atma (espírito), Búdico, Mental Superior, Mental Inferior, Corpo
Astral (Espiritual), Duplo-Etéreo e Material.

Dentro da classificação espírita, Kardec sintetizou os corpos Búdico, Mental


Superior e Inferior, o Corpo Astral e o Duplo-Etéreo em um só denominado
Perispírito, deixando a sua definição assim: Espírito, Perispírito e Matéria.

Ele simplificou a estrutura energética do ser humano, mas sem desqualificar a


sua essência.

Dentre esses corpos, o que podemos denotar é que, ao desencarnar, perdemos


dois deles: Duplo-Etéreo e o Material.

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Apesar do Duplo-Etéreo ser um corpo invisível a olho nu, ele ainda é em parte
material e será desagregado após o desencarne, depois de aproximadamente
48 a 72 horas. Isso pode variar, conforme o apego à matéria ou à
espiritualização do indivíduo.

Em muitos casos os espíritos obsessores ou negativados (desequilibrados,


desarmonizados e alguns até mesmo sem saber que estão mortos), acabam
interferindo na vida material das pessoas, trazendo perturbações de ordem
espiritual, manifestações fenomênicas, etc.

Alguns precisam se nutrir da energia da vida (duplo-etéreo) para lembrar


como era na matéria. Outros tantos acabam simplesmente por obsediar pela
maldade e pela vingança.

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Seja qual for o caso, o espírito em desequilíbrio ou em embrutecimento


consciencial, acaba se esquecendo de certas particularidades da vida material.
Nesses casos, quando alguns procedimentos falharam é que entra a
mediunidade de transporte.

O médium cederá seu instrumento mediúnico para que um espírito


embrutecido ou desequilibrado possa “incorporar” e tomar um choque
anímico.

Ou seja, ele irá sentir as dificuldades e restrições da matéria.


E, em alguns casos, isso é o suficiente para colocar determinadas entidades
nos trilhos novamente.

Existe até dentro dos tratamentos de passes dos centros espíritas o passe
chamado Choque Anímico (CH). Estes têm o mesmo princípio: vitalizar o ser
desencarnado para que ele se lembre como é estar aqui, em uma terra de
expiação.

Logo após o trabalho do médium de transporte, o espírito é então


retirado do campo mediúnico do mesmo e levado para as zonas de
recuperação.

Isso é feito pelas falanges que cuidarão do espírito agora em estado de choque
ou ao menos temeroso.

Hoje em dia, muitos dizem que esse tipo de artifício não é mais necessário.
Segundo estes, nós evoluímos e não precisamos mais utilizar dessa
mediunidade.

Outros acabam por dizer que é necessário, mas que qualquer pessoa pode se
tornar um desses tipos de médium de transporte e pode fazê-lo. Ambos, na
minha visão estão enganados.

A mediunidade de transporte ainda é necessária, mas assim como era no


passado, os casos em que ela é necessária são escassos.

Não é regular fazer transporte em todas as Giras e sessões e também não é


qualquer um que pode doar a sua matéria para esse tipo de atividade.

Os mais antigos da tradição umbandista chamavam esses médiuns de


‘médiuns de descarrego’ ou ‘médiuns de Exus’, pois tratavam todos os
espíritos em desequilíbrios, negativos, negativados, etc. como espíritos de
Exus catiços.

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Existem pessoas que têm uma certa “vitalidade espiritual” diferente, mais
abundante, que são as ideais para esse tipo de trabalho.

Com essa mania das novas Umbandas de que todos são médiuns, seja de
incorporação ou de transporte, estão criando verdadeiros casos de obsessões
complexas e até mesmo coletivas nos Terreiros.

Pessoas que acabam perdendo a sua própria vitalidade, sua energia vital,
entrando em colapso nervoso, psicológico, emocional e até mesmo
manifestando desordens físicas.

Em outros casos, o Terreiro inteiro acaba sendo desvitalizado e perdendo a


força! Quantas vezes não ouvimos dizer que determinado Terreiro era
bom, mas que de uns tempos pra cá parece que ficou fraco?

Que os pedidos e ajudas não são mais atendidas? Inúmeros!

Então, médium de transporte (ou de descarrego ou de Exu) é um indivíduo


com uma constituição físico-espiritual diferente.

Este passará por um processo de aprendizado e saberá utilizar da melhor


maneira possível sua mediunidade sem que esta lhe traga prejuízos em sua
vida cotidiana ou a sua saúde.

Já para o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, a mediunidade de


transporte é outra coisa.

Usa-se a mesma nomenclatura, mas para um fenômeno diferente, que é


conhecido nos meios de estudos parapsicológicos como “Apport”.

Para a Doutrina Espírita, mediunidade de transporte é a capacidade de


fazer com que um objeto material seja levado a outro local.

Por exemplo, dentro de uma gaveta trancada, há um pequeno objeto (anel por
exemplo).
Através da manifestação fenomênica da mediunidade de transporte, tal objeto
é desmaterializado de dentro da gaveta e levado até outro local.

Isso podendo ocorrer também com o objeto sendo deslocado “manualmente”


sem proceder a desmaterialização.

Mediunidade é o mesmo que possessão? David Dias esclarece isso e muito


mais.

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Ou seja, determinado espírito manipulando a matéria (lembrando que é


necessário ter um médium de efeitos físicos próximo) pega o anel e o carrega
(como um ser humano encarnado o faria de forma ordinária) até outro local.

No Livro dos Espíritos encontramos, também dentro da categoria de médiuns


especiais, como médiuns de aporte:

Médiuns de aportes – Os que podem servir aos Espíritos para o transporte de


objetos materiais. Variedade dos médiuns motores e de translação.
Excepcionais. (Ver nº 96).

Dentro da categoria dos fenômenos mediúnicos de característica física,


existem diversas subdivisões. Recomendamos a leitura do Livro dos Médiuns,
para mais informações.

Dentro dessa lógica, podemos traçar um paralelo com os inúmeros relatos


sobre aparições de objetos em travesseiros ou dentro de tufos de algodão.

Ramatis pondera sobre isso em seu livro Magia de Redenção, quanto às


magias negativas, feitiçarias feitas com objetos que depois se materializam em
alguns locais, geralmente nos objetos que já citamos acima, para causar um
efeito magnético e uma perturbação no campo espiritual e energético do alvo
dessas magias negativas.

As manifestações de mediunidade de transporte são distintas pro Espiritismo e


para a Umbanda.

Porém, acho que conseguimos deixar claro sobre as mesmas.

Mediunidade de transporte na Umbanda e seu uso atual

Mediunidade de transporte – em alguns casos também chamada de descarrego


– caiu em desuso nos Terreiros ou está, neste momento, mal explicada e
trabalhada.

Alguns referenciam que o cambone é um médium de transporte nato, pelo


simples fato do mesmo doar energia ectoplasmática durante as sessões
ou Giras de Umbanda.

Porém isso está incorreto.

O cambone tem sim um papel de extrema importância e pode – geralmente o


faz – doar ectoplasma para os Guias que ali estão para que os mesmos
manipulem em prol do assistido.
Veja, o ectoplasma aqui citado é a energia vital em excesso.

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Jamais será tirado algo que fará mal para o indivíduo e também sem a
concordância deste.

Quando se aceita ser cambone, tacitamente se “assina” esse tipo de


contrato de doação energética.

Porém, a mediunidade de transporte é bem distinta, apesar de utilizar-se do


princípio do ectoplasma também.

Sabemos que o ser humano não é constituído apenas de matéria.

Dentro das tradições orientais mais populares, nos é dito que possuímos sete
corpos: Atma (espírito), Búdico, Mental Superior, Mental Inferior, Corpo
Astral (Espiritual), Duplo-Etéreo e Material.

Dentro da classificação espírita, Kardec sintetizou os corpos Búdico, Mental


Superior e Inferior, o Corpo Astral e o Duplo-Etéreo em um só denominado
Perispírito, deixando a sua definição assim: Espírito, Perispírito e Matéria.

Ele simplificou a estrutura energética do ser humano, mas sem desqualificar a


sua essência.

Dentre esses corpos, o que podemos denotar é que, ao desencarnar, perdemos


dois deles: Duplo-Etéreo e o Material.

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Apesar do Duplo-Etéreo ser um corpo invisível a olho nu, ele ainda é em parte
material e será desagregado após o desencarne, depois de aproximadamente
48 a 72 horas. Isso pode variar, conforme o apego à matéria ou à
espiritualização do indivíduo.

Em muitos casos os espíritos obsessores ou negativados (desequilibrados,


desarmonizados e alguns até mesmo sem saber que estão mortos), acabam
interferindo na vida material das pessoas, trazendo perturbações de ordem
espiritual, manifestações fenomênicas, etc.

Alguns precisam se nutrir da energia da vida (duplo-etéreo) para lembrar


como era na matéria. Outros tantos acabam simplesmente por obsediar pela
maldade e pela vingança.

Seja qual for o caso, o espírito em desequilíbrio ou em embrutecimento


consciencial, acaba se esquecendo de certas particularidades da vida material.
Nesses casos, quando alguns procedimentos falharam é que entra a
mediunidade de transporte.

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O médium cederá seu instrumento mediúnico para que um espírito


embrutecido ou desequilibrado possa “incorporar” e tomar um choque
anímico.

Ou seja, ele irá sentir as dificuldades e restrições da matéria.


E, em alguns casos, isso é o suficiente para colocar determinadas entidades
nos trilhos novamente.

Existe até dentro dos tratamentos de passes dos centros espíritas o passe
chamado Choque Anímico (CH). Estes têm o mesmo princípio: vitalizar o ser
desencarnado para que ele se lembre como é estar aqui, em uma terra de
expiação.

Logo após o trabalho do médium de transporte, o espírito é então


retirado do campo mediúnico do mesmo e levado para as zonas de
recuperação.

Isso é feito pelas falanges que cuidarão do espírito agora em estado de choque
ou ao menos temeroso.

Hoje em dia, muitos dizem que esse tipo de artifício não é mais necessário.
Segundo estes, nós evoluímos e não precisamos mais utilizar dessa
mediunidade.

Outros acabam por dizer que é necessário, mas que qualquer pessoa pode se
tornar um desses tipos de médium de transporte e pode fazê-lo. Ambos, na
minha visão estão enganados.

A mediunidade de transporte ainda é necessária, mas assim como era no


passado, os casos em que ela é necessária são escassos.

Não é regular fazer transporte em todas as Giras e sessões e também não é


qualquer um que pode doar a sua matéria para esse tipo de atividade.

Os mais antigos da tradição umbandista chamavam esses médiuns de


‘médiuns de descarrego’ ou ‘médiuns de Exus’, pois tratavam todos os
espíritos em desequilíbrios, negativos, negativados, etc. como espíritos de
Exus catiços.

Existem pessoas que têm uma certa “vitalidade espiritual” diferente, mais
abundante, que são as ideais para esse tipo de trabalho.

Com essa mania das novas Umbandas de que todos são médiuns, seja de
incorporação ou de transporte, estão criando verdadeiros casos de obsessões
complexas e até mesmo coletivas nos Terreiros.

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Pessoas que acabam perdendo a sua própria vitalidade, sua energia vital,
entrando em colapso nervoso, psicológico, emocional e até mesmo
manifestando desordens físicas.

Em outros casos, o Terreiro inteiro acaba sendo desvitalizado e perdendo a


força! Quantas vezes não ouvimos dizer que determinado Terreiro era
bom, mas que de uns tempos pra cá parece que ficou fraco?

Que os pedidos e ajudas não são mais atendidas? Inúmeros!

Então, médium de transporte (ou de descarrego ou de Exu) é um indivíduo


com uma constituição físico-espiritual diferente.

Este passará por um processo de aprendizado e saberá utilizar da melhor


maneira possível sua mediunidade sem que esta lhe traga prejuízos em sua
vida cotidiana ou a sua saúde.

Já para o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, a mediunidade de


transporte é outra coisa.

Usa-se a mesma nomenclatura, mas para um fenômeno diferente, que é


conhecido nos meios de estudos parapsicológicos como “Apport”.

Para a Doutrina Espírita, mediunidade de transporte é a capacidade de


fazer com que um objeto material seja levado a outro local.

Por exemplo, dentro de uma gaveta trancada, há um pequeno objeto (anel por
exemplo).
Através da manifestação fenomênica da mediunidade de transporte, tal objeto
é desmaterializado de dentro da gaveta e levado até outro local.

Isso podendo ocorrer também com o objeto sendo deslocado “manualmente”


sem proceder a desmaterialização.

Mediunidade é o mesmo que possessão? David Dias esclarece isso e muito


mais.

SAIBA MAIS

Ou seja, determinado espírito manipulando a matéria (lembrando que é


necessário ter um médium de efeitos físicos próximo) pega o anel e o carrega
(como um ser humano encarnado o faria de forma ordinária) até outro local.

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No Livro dos Espíritos encontramos, também dentro da categoria de médiuns


especiais, como médiuns de aporte:

Médiuns de aportes – Os que podem servir aos Espíritos para o transporte de


objetos materiais. Variedade dos médiuns motores e de translação.
Excepcionais. (Ver nº 96).

Dentro da categoria dos fenômenos mediúnicos de característica física,


existem diversas subdivisões. Recomendamos a leitura do Livro dos Médiuns,
para mais informações.

Dentro dessa lógica, podemos traçar um paralelo com os inúmeros relatos


sobre aparições de objetos em travesseiros ou dentro de tufos de algodão.

Ramatis pondera sobre isso em seu livro Magia de Redenção, quanto às


magias negativas, feitiçarias feitas com objetos que depois se materializam em
alguns locais, geralmente nos objetos que já citamos acima, para causar um
efeito magnético e uma perturbação no campo espiritual e energético do alvo
dessas magias negativas.

As manifestações de mediunidade de transporte são distintas pro Espiritismo e


para a Umbanda.

Porém, acho que conseguimos deixar claro sobre as mesmas.

Mediunidade infantil

Conforme demonstrado nas linhas anteriores, todas as pessoas têm


mediunidade que se manifesta em diferentes idades. Todavia, quando se trata
de uma criança esta concepção genérica cede lugar a outras ideais. O
umbandista não questiona que uma criança possa ter mediunidade, pelo
contrário, muitas vezes é celebrada e é desejado que as crianças de terreiro
manifestem cedo seus dons. Porém, alguns adeptos têm dúvidas quanto à
validade do seu transe; da forma como a entidade vai atuar no terreiro
(principalmente no caso de caboclos e exus, o uso da bebida e do cigarro, por
exemplo), e outros mesmo chegam a temer a rejeição futura da criança quando
se tornar adulta.
A criança que apresenta os sintomas da mediunidade é dita um médium de
berço, geralmente tem visões, incorporam entidades sem nenhum ritual
específico ou sofrem com doenças que a medicina não consegue identificar.
Constata-se que tais sintomas não são diferentes do que acontece com um
adulto, mas o seu processo iniciático não ocorre com a mesma simplicidade da
de um adulto.

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O discurso a favor não vê nenhum problema, valoriza a continuidade do grupo


e a certeza da ancestralidade. O discurso contra considera que o
desenvolvimento espiritual pode prejudicar o seu desenvolvimento físico e
intelectual. Para eles, a criança tem um organismo frágil e imaturo, que nem
sempre acompanha o seu desenvolvimento intelectual e vice-versa. Chegam
mesmo a afirmar que a criança tem muita imaginação e inicia-la poderia
ocasionar consequências perigosas ao seu equilíbrio espiritual e mental. Na
concepção deste escritor umbandista, por exemplo:
Por influência dos próprios companheiros da mesma faixa etária, pode a
criança querer brincar de mediunidade. [e] Espíritos perversos ou brincalhões
podem aproveitar a fragilidade e a inocência infantil para exercerem assédio
sobre os ainda pequeninos intermediários do mundo espiritual (Peralva, 1987, p. 139).
Assim, uma vez que a criança não tem controle sobre si mesma, não a consideram capaz de
controlar as entidades que dela se acercam. No seu ponto de vista, a criança não
corresponde a um dos papéis característicos do médium, que é o de ser capaz de transmitir a
estes uma conduta moral adequada e também ser capaz de controlar a sua força. De acordo
com os umbandistas, a criança é um ser puro e inocente que ainda não foi contaminada
pelos valores negativos da sociedade e, portanto, não tem discernimento entre o certo e o
errado.
A princípio o médium dever exercer sobre as entidades uma ação benéfica de doutrina e
passar por essa mesma ação doutrinária por parte das entidades, formando uma relação ideal
de troca, que permite que ambos evoluam conjuntamente. Mas na medida em que a criança
não é considerada um parceiro ideal para esta troca, indaga-se como será a atuação dos
chamados médiuns de berço.

Decidi incluir mais um tópico neste artigo para falar um pouco sobre as
crianças.

Muitas pessoas pensam que elas não são afetadas pelos sintomas de ser
um médium, mas a verdade é que são.

Isso ocorre com menos frequência, mas a verdade é que pode aparecer.

Normalmente deve ter em atenção aos seus filhos caso algum dos
sintomas comece aparecendo.

Isso só deve acontecer se houverem familiares já com esse dom, caso


contrário será muito difícil.

Portanto, se algum dos familiares da criança for médium é provável que


ela também o venha a ser.

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Os sintomas e sinais não se costumam apresentar muito cedo, mas vai


variar de pessoa para pessoa.

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