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NA UMBANDA
EBOOK SEMANA 5
DICAS PARA A LEITURA
DESSE EBOOK SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
Este eBook é um PDF interativo. Isso quer dizer que Mediunidade na Umbanda......................................................3
aqui, além do texto, você também vai encontrar links e CAPÍTULO 2
um sumário clicável. Mediunidade de Umbanda.....................................................5
CAPÍTULO 3
Por Detrás da Máscara...........................................................7
Na parte inferior de cada página, temos um botão
CAPÍTULO 4
que leva você, automaticamente, de volta ao Sumário. Você é seu templo.................................................................9
Assim como no Sumário você pode clicar em cada CAPÍTULO 5
Aprendendo com Shankara....................................................10
capítulo e ir diretamente para a parte do eBook que
CAPÍTULO 6
quer ler. A Dor como Lapidação da Alma............................................12
CAPÍTULO 7
Sempre que o texto estiver assim, quer dizer que ele é Exu X Kardecismo.................................................................16
Não se trata das particularidades do ritual e dinâmicas internas dos terreiros, vai
A mediunidade é um assunto que permite infinitos desdobra- além. Começamos a refletir sobre algo abaixo:
mentos e, portanto, é sempre pertinente, necessário e explo-
rável. “Faz seis meses que Fulano frequenta o Centro Espírita Luz e Amor. Participa regular-
mente dos estudos mediúnicos, agora vai participar das atividades práticas...
Allan Kardec ao escrever O Livro dos Médiuns, apesar do
Após a leitura do Evangelho e das palavras explanadas pelo presidente da mesa,
título ser pretensioso, não esgota em si o assunto Médium e
iniciam as manifestações dos mentores, ao que Fulano “estremece” o corpo e uma
Mediunidade, muito pelo contrário, nesta obra temos o início
entidade se manifesta:
da exploração e discussão deste assunto importante para a
- Boa noite a quem é de boa noite!
espécie humana.
- Seja bem-vindo irmão! Qual o seu nome?
Mais de 150 anos se passaram da publicação desta obra, - Eu vim para dizer que este meu cavalo deve procurar um terreiro para iniciar sua
assim muitos fenômenos ocorreram e muitos tipos de médiuns missão, somos gratos a todos, mas o caminho dele é na Umbanda, eu me chamo
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Histórias como estas são cada vez mais comuns Com o advento da Umbanda acontece o rompi- diunidade de um campo ou outro, mas sim de bus-
entre Umbandistas que, antes de chegar ao terrei- mento de muitos médiuns espíritas que vão abarcar car entender como e porque há esta diferença.
ro, tiveram sua passagem pelo Espiritismo. aos terreiros de Umbanda, também com o surgi-
Neste caso cabe a pergunta: - Se a mediunidade mento do ritual de Umbanda uma nova modalida- Os médiuns evangélicos encontram nas igrejas
é algo inerente ao indivíduo, podendo ser exerci- de de mediunismo aflora, ou melhor, encontra solo evangélicas um campo propício para esta mediu-
da em “qualquer” segmento, porque então há esta fértil para desdobrar-se. nidade, da mesma maneira entre os médiuns cató-
Umbanda? Por que, que mesmo querendo, muitos médiuns atu- os Umbandistas.
Acaso, este é melhor ou pior que os outros irmãos um Exu ou um Caboclo? E por que, mesmo que- Mediunidade é algo global e universal, entretan-
do Centro Espírita? rendo, um médium que traz a companhia de guias to é importante compreender diferentes mediunis-
típicos da Umbanda não consegue evitar a mani- mos e campos de ação. Para cada segmento há
Também não cabe, neste caso, apontar a discrimi- festação destas entidades e, em algum momento, também uma ou outra faculdade mediúnica que é
nação de alguns centros em relação às entidades estarão pisando um solo Umbandista? mais atuante ou característica. Da mesma manei-
típicas da Umbanda. Já temos notícias de muitos ra que cada segmento apresenta níveis vibratórios
e muitos centros espíritas que abrem as reuniões Com isso é visto que há mais sobre Mediunidade, e magnéticos específicos, bem como campos de
para manifestação de pretos velhos, caboclos etc. Mediunismo e Umbanda a se explorar, refletir e ação bem delineados.
compreender.
Por que afinal o Sr. Caboclo das Sete Encruzilha- Vou encerrando aqui este texto como uma provo-
das teve como missão fundar a religião Umbanda? Não se trata de classificar ou desclassificar a me- cação reflexiva, logo ampliarei esta discussão.
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5 CAPÍTULO 2
MEDIUNIDADE
rias incorporações diferentes, tornando-se um canal amplo. Ele é o ponto de apoio
das entidades que se manifestam nas linhas de ação e trabalho, como os Caboclos,
Pretos-Velhos, Baianos, Exus e outros, em sua luta ferrenha contra poderosos agrupa-
DE UMBANDA
mentos e falanges do astral negativo.
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campo eletromagnético, adequando-o ao seu padrão e direcionando suas do corpo espiritual são curados de imediato, quando um espírito sofredor
vibrações mentais. As incorporações na Umbanda são sempre ativas e rit- incorpora num médium e absorve o seu magnetismo animal.
madas, pois as entidades que se manifestam são altamente brilhantes, lu-
minosas, irradiantes e energeticamente sobrecarregadas, graças aos seus A mediunidade em geral tem eclodido para colaborar na luta contra a
constantes contatos com os pontos de força da natureza, onde estão “as- carga magnética inferior planetária, para a cooperação espiritual na reden-
sentadas”. ção dos irmãos desencarnados, confortando os sofredores, comovendo os
obsessores e orientando os irmãos confusos. Desenvolver a mediunidade
Nos rituais de Umbanda, a percussão dos atabaques, juntamente com a significa passar por um aprendizado, por uma conscientização, para deso-
entoação dos pontos cantados, cria uma sonoridade altamente vibratória
bstruir as faculdades mediúnicas dos escolhos religiosos, dos tabus, dogmas
e elevada, ativando o emocional e apassivando o mental consciente do
e medos e elevar-se espiritualmente, portando valores úteis e bons para
médium, facilitando a incorporação. O chacra básico é estimulado, dando
oferecer ao próximo.
a devida e necessária sustentação para que ele possa girar dezenas de
vezes, sem cambalear ou cair. Ao girar, as entidades incorporadas espar-
gem energias positivas, magneticamente irradiantes, que vão anulando os Médium de Umbanda! Confie em nossa maravilhosa religião, eleve seu pa-
negativismos acumulados no éter local. drão mental e energético, faça sua reforma íntima e cultive suas virtudes. Dê
atenção à sua higiene física, moral e espiritual, para o bom desempenho de
Se um médium está bem preparado, com seus chacras equilibrados, alinha- suas tarefas, e lembre-se de que a manifestação espiritual tem lugar e hora
dos e iluminados, os guias utilizam-se de seu poder para atuar nos campos
para acontecer. Integre-se a uma casa de confiança, estruturada no amor
vibratórios dos consulentes e dos espíritos necessitados. Isso pode ser facil-
mente percebido nas tarefas de tratamento de espíritos sofredores. Muitos ao Divino Criador e aos Sagrados Orixás, e estude sempre.
desses espíritos chamados sofredores são encaminhados para os templos
umbandistas por equipes socorristas que os acolhem, após o desencarne, (*) Lurdes de Campos Vieira é sacerdotisa, dirigente do Templo de Umban-
ou os resgatam, recolhendo-os nos abismos, após a evolução necessária. da Sagrada Sete Luzes Divinas, em São Paulo, e maga, preparada por Pai
Esses espíritos precisam incorporar, para serem “curados”, com a luz da Rubens Saraceni. É Geógrafa, bacharel e licenciada em Geografia, pós-
vela branca e com o magnetismo, energia e vibração carnal do médium, graduada pela USP, Pedagoga e professora universitária. É autora dos li-
pois a dor e o sofrimento físico se estendem ao corpo espiritual, até que o vros A Umbanda e o TAO, Oxumaré – o Arco-Íris Sagrado, e coordenadora
desencarnado receba o tratamento devido. Os mentores realizam a doutri- do Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista – todos
nação, a orientação para a cura das dores do mental, mas os ferimentos da Madras Editora.
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7 CAPÍTULO 3
‘
DA MASCARA
zuncê num carece de falá nada não, nêgo vai explica.”
DITADO PELO ESPÍRITO PAI ZULUA DE ARUANDA Daqui transcrevo seu ensinamento sem o sotaque característico. Então o Preto Velho,
POR RODRIGO QUEIROZ
Pai José, me ensinou: “Filho, vocês sabem que nós nos deslocamos de uma espera
Naquela noite o paciente Preto Velho havia ultrapassado os bem distante em auxílio desse mundaréu de ’necessitados’, fazemos isso por amor
30 atendimentos, e desde sua chegada à gira seu semblan- aos nossos, por essa humanidade da qual nós somos parte. Por amor ao Pai Zâmbi
te permanecia o mesmo, não sorria gratuitamente e tampou- é que sempre estamos por aqui.
A hora já sinaliza fim da gira, então me encorajei e fui ao de sofredor e humildes consulentes que são esta maioria que por aqui passaram
cia de cada gesto, estranhamente me sentia emocionado e seou um pouco mais e ainda lhe entregou uma vela.
“Sarve mi zi fio, sarve nosso Sinhô Jesuis Cristo, sarve os colocou diante deste velho e não só foi sincera ao relatar o seu motivo de estar
aqui como foi verdadeira em acreditar que de fato nós podemos colaborar em seu
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auxílio. No entanto, os outros manifestam o retrato de um quadro infeliz que Estes são os zumbis da sociedade, da existência, pois andam pra lá e pra
se apresenta nos terreiros de Umbanda por aí. cá sem consciência do que são ou do que querem.
Por isso, meu filho, que hoje viste este nêgo aparentemente indiferente, pois
Estes descompromissados indivíduos vêm ao terreiro por uma espécie de de- eu manifestei o que cada um trouxe em seu íntimo e foi exatamente isso que
sencargo de consciência, e se colocam diante dos guias com uma ‘carinha’ cada um recebeu.”
um fenômeno espetacular e, nesta expectativa, vibram no seu íntimo: ‘Não Emocionado e envergonhado ao mesmo tempo, senti na profundeza de
creio em você’. minha alma o que este Preto Velho dizia e ainda arrisquei:
“Pai José, muito obrigado pelo ensinamento, vou refletir sobre tudo e com-
Estes expectadores de fenômenos circenses ou coisa parecida são os mes- partilhar com os irmãos da casa. Se me for permitido, qual será então o
mos que escutam as orientações dos guias e as esquecem assim que cruzam desdobramento do caso da irmã que foi verdadeira?”
a porteira que separa o limite entre a corrente mediúnica e a consulência. “Esta fio, quando chegar em casa terá seu problema resolvido. E você tenha
alguma forma encontrar caminhos fáceis para atingir suas metas pessoais, Saudei o sábio Preto Velho e de certa forma perturbado voltei para meu
e esperam que nós os espíritos os auxiliemos nessa empreitada, porém não lugar, a curimba já entoava o ponto de subida.
que façamos algo ou mesmo que aqui estamos. Emocionado agradeci a Olorum por ser Umbandista!
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9 CAPÍTULO 4
Ore, peça ILUMINAÇÃO. Ajude aqueles que têm mais dificuldades que você.
Isso se chama AMIZADE. Compreenda que nem todos estão na mesma sintonia.
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10 CAPÍTULO 5
compreensão?
Abaixo perguntas e respostas formuladas por Shankara, um • Quem pode ser chamado de sábio?
dos maiores mestres do Hinduísmo. Aquele que pode discernir entre o real e o irreal.
• Qual a melhor coisa que um aspirante espiritual pode A negligência dos ensinamentos de seu guru.
fazer? • Para aquele que alcançou o nascimento humano, qual é o objetivo mais
• O que deve ser evitado? Compreender aquilo que é o seu maior bem e estar constantemente empenhado em
As ações que nos levam a uma maior ignorância da verda- fazer o bem aos outros.
mente interessado na felicidade de seus discípulos. Os objetos que roubam a verdade de nossos corações.
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A preguiça.
O raciocínio correto.
Na paciência.
• Que é o destemor?
A impassibilidade.
O amor a Deus.
O ciúme e a inveja.
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12 CAPÍTULO 6
DA ALMA
maioria dos fiéis Umbandistas ter ido procurá-la em situações de desespero, aflição,
ou como quero chamar aqui de “Dor Existencial”.
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Caso 01 - “Chega ao terreiro uma jovem senhora desesperada, pois seu pontuar algumas questões.
casamento está indo de mal a pior. Ela já tentou de tudo, foi em tudo que
é religião possível e nada! Aos pés do Preto Velho ela se lamenta, chora e
A ideia do Karma chegou para nós aqui no Ocidente de forma importada,
pede uma ajuda emergencial, ao que o Velho responde: - Fia, tenha paci-
ência, você está pagando seu KARMA!”. quer seja pelas religiões de cunho oriental ou outras influências, como é o
caso do kardecismo, e fatalmente toda manifestação espiritualista vai ter no
Caso 02 – “Um rapaz descobriu ‘repentinamente’ que está com um grave karma algumas “respostas”. Entretanto, o que me aflige é a maneira que o
câncer. Em busca de uma resposta, vai a um terreiro. Consultando uma ocidental tem interpretado e convivido com a ideia do karma, pois por mais
entidade, a mesma lhe aplica a sentença: - Filho você vai superar isso, pois que alguns estudiosos tentam explicar este conceito, pouco se entende e fica
esta é a VONTADE de Deus!”. de forma superficial a constatação de que karma é sinônimo de sofrimento
gratuito, pagamento de dívidas que não se sabe quando e onde contraiu,
Caso 03 – “Um iniciante na religião de Umbanda pergunta ao seu Pai no tampouco quem é o credor e, o pior dos resultados: a acomodação diante
Santo: - Pai, como a Umbanda explica o fato de existir tanta atrocidade às dificuldades e desafios, uma aceitação imediata da dor existencial e a
aqui na Terra? Porque tanta guerra, assassinatos, corrupção? Porque Deus paralisação fatal da evolução pessoal.
- Ah filho, acontece que isso independe da vontade de Deus, pois todos nós o karma é uma verdade presente na cultura de uma nação e a relação que
temos o LIVRE ARBÍTRIO que nos permite agir como bem entender e Deus este povo estabelece com este conceito é muito diferente da nossa. Lá é
não interfere nisso”. motivo de autossuperação. Certa vez, Dalai Lama questionado sobre o que
era o Karma respondeu: “É o resgate de erros passados de forma conscien-
Os casos acima, apesar de serem ficções, ocorrem corriqueiramente nos te e satisfeita, jamais sinônimo de sofrimento e cegueira”. Aqui diríamos o
terreiros de Umbanda, e até aí não tem nada de errado. Vamos apenas contrário!
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Apesar desta confusão cultural, uma coisa é certa: o karma traduz bem a imediatamente encerra Sua participação em nossa existência, ficando sob
ideia de que para toda ação haverá uma reação, e passe o tempo que for nossa responsabilidade o que será daí por diante. Somente pensando assim
é que fico maravilhado com esta força que chamamos de Deus.
você deverá responder pelos seus atos.
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LAPIDAÇÃO DA ALMA Todos encarnados vivem vários momentos de “crise” e “dor existencial”, e
Se Deus não interfere em nossa vida, como agir diante à dor? Como reagir nesta hora procuram Deus e religiões, tudo bem, porém a religião deverá
quando sei que não é culpa e nem vontade de Deus e que Ele não poderá nortear o indivíduo ao encontro de si mesmo, pois quanto mais o indivíduo
interceder por nós? se afina com seu compromisso de evoluir, mais facilmente ele se alinha ao
Divino. Sabe por quê? Porque quanto mais alinhado consigo, mais próximo
É aí que encontro a motivação para aquilo que Ele espera de sua Criação, do Divino se encontra, pois o Divino não está fora, mas dentro de cada um
a evolução. de nós.
Normalmente são em momentos de dor e crise que o indivíduo reflete sobre Lapidar a alma requer muito tempo, sinceridade e dor, pois o ferreiro preci-
si, sobre sua condição e percebe sua falibilidade, limitação, e poderá acei- sa muito bater na barra de ferro, incandescer e gelar, pois senão jamais se
tar sua real condição. tem a lâmina perfeita de uma espada real.
Quando num momento de desespero e dor, o indivíduo mais facilmente Portanto, na sua dor existencial você tem duas alternativas: lapidar-se e evo-
pode afastar de si o orgulho, a arrogância, a vaidade e sentimentos que luir ou revoltar-se e nada aprender.
A dor existencial é a mais importante oportunidade que nós seres humanos tou como estava, ao que respondi: “Tudo ótimo, graças a Deus!?!”
nos colocamos a fim de refletir, e quando com olhos abertos, poder encon-
trar os pontos que necessitam de ajuste para assim feito de verdade promo- Saravá!
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16 CAPÍTULO 7
KARDECISMO
Era Orzil, um dos guardas da mansão, em serviço nas sombras.
A breves instantes, achávamo-nos na intimidade de pouso tépido.
Aos ralhos do guardião dois dos seis grandes cães acomodaram-se junto de nós,
Salve amados irmãos, é com muita alegria que recebo esta
deitando-se-nos aos pés. Orzil era de constituição agigantada, figurando-se-nos um
oportunidade para falar de Exu e vou aproveitá- la para es-
urso em forma humana.
clarecer um assunto que me parece polêmico: o fato de
existir ou não Exu trabalhando junto às correntes kar-
No espelho dos olhos límpidos mostrava sinceridade e devotamento.
decistas.
Tive a nítida ideia de que éramos defrontados por um penitenciário confesso, a
caminho da segura regeneração.” Ação e Reação - pág. 62
Bem, uma coisa é clara, para todos nós, em sua forma ca-
racterística, eles não incorporam no kardecismo, isso é fato,
“Três guardas espirituais entraram na sala, conduzindo infeliz irmão ao socorro do
mas afinal tem ou não espíritos no grau de “guardiões” a
grupo.” Nos Domínios da Mediunidade - pág. 53
proteger o trabalho Kardecista? Para que cada um julgue e
considere segundo suas concepções do que é um Exu, vou
“Apenas o irmão Cássio, um guardião simpático e amigo, de quem o assistente
me limitar apenas a transcrever alguns trechos de livros da
nos aproximou, demonstrava superioridade moral.” Nos Domínios da Mediunidade
série “Nosso Lar” de André Luiz, psicografado por Chico
- pág. 251
Xavier:
Bem, não precisamos nos alongar não é, encontraremos o mesmo tema abordado
“De súbito, um companheiro de alto porte e rude aspecto
em várias outras obras de cunho Espírita-Kardecista. Só para citar mais uma, do
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autor J.R.Rochester, que se é polêmico, no entanto, tornou-se um clássico, temos na obra Os Magos um
certo Abin-ari, espírito sem luz que vive de retirar de nosso meio os espíritos rebeldes e “larvais” que
Espero ter ajudado na compreensão do mistério Exu, que forma uma hierarquia muito forte de trabalhos
espirituais no astral, onde muitas destas hierarquias já estavam formadas antes da Umbanda, mas que
por ela foram absorvidas sem deixar de prestarem o seu trabalho a outras religiões ou grupos espiri-
tualistas. Onde estiver um “guarda do astral”, um “guardião da luz para as trevas”, um “penitenciário
confesso” trabalhando no resgate e proteção entre a luz e as trevas, lá estará o que na Umbanda se
chama Exu, no caso do kardecismo vimos esses guardiões trabalhando no astral, só não têm eles ali a
liberdade de ação que encontram na Umbanda, como incorporar, fazer descarrego, barganhar com
outros incorporados, trabalhar na magia... porque tudo isso não cabe dentro da dinâmica Kardecis-
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