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APOMETRIA:
AVANÇO OU RETROCESSO?
EDIÇÃO ESPECIAL
A
Revista que
se Responsabiliza
Doutrinariamente
pelos Textos Publicados
Fidelidad ESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
expediente sumário
Jornalista Responsável
Renata Levantesi (Mtb 28.765)
Design Gráfico
Rodrigo Diniz
Revisão
Zilda Nascimento
Impressão
Citygráfica
ASSINATURAS
Assinatura: 12 Edições
Revista Trimestral
R$ 100,00 ou 4 X R$ 25,00
2 Uma publicação do Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” | Campinas/SP Assine 19 3233 5596
Fidelidad ESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
editorial
APOMETRIA,
CORRENTE MAGNÉTICA E
CROMOTERAPIA
POR Divaldo Pereira Franco*
O
médico carioca residente doutrinadores, depois de realizarem
em Porto Alegre desde os uma contagem cabalística ou um
anos 50, Dr. José Lacerda, gestual muito específico, as expul-
espírita que era então, começou a rea- sam com violência para o magma da
lizar atividades mediúnicas normais Terra, substancia ainda em ebulição
numa pequena sala de Hospital Espí- do nosso planeta, ou as colocam em
rita de Porto Alegre e ali realizou in- cápsulas espaciais que são disparadas
vestigações pessoais que desaguaram para o mundo da erraticidade.
no movimento denominado Apome- Não iremos examinar a questão
tria. esdrúxula desse comportamento, mas
Não irei entrar no mérito nem no se eu, na condição de espírito imper-
estudo da Apometria, porque eu não feito que sou, chegasse desespera-
sou apômetra: eu sou espírita, mas o do num lugar pedindo misericórdia
que posso dizer é que a Apometria, e apoio à minha loucura, e outrem,
segundo os seus próprios seguidores, o meu próximo, me exilasse para o
não é Espiritismo. Suas práticas estão magma da Terra, para eu experimen-
em total desacordo com as recomen- tar a dureza de um inferno mitoló-
dações de “O Livro dos Médiuns”. gico, ou ser desintegrado, ou se me
A presunção de alguns chegou a mandassem expulso da Terra numa
afirmar que a Apometria é um passo cápsula espacial, renegaria aquele
avançado ao Movimento Espírita e Deus que inspirou esse adversário da
que Allan Kardec encontra-se total- compaixão.
mente ultrapassado, já que sua pro- A Doutrina Espírita, baseada no
posta era para o século XIX e parte ensino de Jesus, centraliza-se no
do século XX, e que a Apometria é o amor e todas essas práticas novas,
degrau mais evoluído. A prática e os das mentalizações, das correntes
métodos violentos de libertação dos mento-magnéticas, psico-telérgicas,
obsessores que este e outros métodos que, para nós, espíritas, merecem
correlatos apresentam, a mim me pa- todo respeito, mas não tem nada a ver
recem tão chocantes que me fazem com Espiritismo.
recordar da lei de talião, que já foi O mesmo se dá com as práticas
suavizada por Moisés, com o código da Terapia de Existências Passadas
legal, e que Jesus sublimou através realizadas dentro da casa espírita ou
do amor. da cromoterapia ou da cristalterapia,
De acordo com aqueles métodos, que fogem totalmente da finalidade
quando as entidades são rebeldes os do Espiritismo.
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Fidelidad ESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
A Casa Espírita não é uma clíni- que o termo “caindo em si” signi-
ca alternativa. Não é lugar onde toda fica que a capa do ego cedeu lugar
experiência nova deve ser colocada ao encontro com o ser profundo. Ele
em execução. Tenho certeza de que despertou, e graças a ele nós conhe-
aqueles que adotam esses métodos cemos Jesus pela sua palavra, pelas
novos não conhecem as bases karde- suas lutas, pelo alto preço que pagou,
quianas e, ao conhecerem-nas, nunca apedrejado várias vezes, jogado por
as vivenciaram. detrás dos muros nos lugares do lixo,
Temos todo o material revelado foi resgatado pelos amigos e conti-
pelo mundo espiritual nestes tantos nuou pregando.
anos de codificação, no Brasil e no Então, os espíritos perversos me-
mundo, pela mediunidade incompa- recem nossa compaixão e não nosso
rável de Chico Xavier; as informa- repúdio. Coloquemo-nos no lugar
ções que vieram pela notável Yvonne deles.
do Amaral Pereira; por Zilda Gama Não temos nada contra a Apome-
e por tantos médiuns nobres conheci- tria, as correntes mento-magnéticas,
dos e desconhecidos. aquelas outras de nomes muito es-
Então, se alguém prefere a Apo- drúxulos e pseudocientíficos. Mas,
metria, divorcie-se do Espiritismo. como espíritas, nós deveremos cui-
É um direito! Mas não misture para dar da proposta Espírita.
não confundir. A nossa tarefa é de ilu- Na minha condição de Espírita,
minar, não é de eliminar. O espírito exercendo a mediunidade por mais
mau, perverso, cruel é nosso irmão de 60 anos, os resultados têm sido
na ignorância. Poderia haver alguém todos colhidos na árvore do amor e
mais cruel do que o jovem Saulo de da caridade e a nossa mentalidade
.
Tarso? Ele havia assassinado Estevão espírita não admite ritual, gestual,
a pedradas, havia assassinado ou- gritaria, nem determinados compor-
tros, e foi a Damasco para assassinar tamentos.
Ananias. Jesus não o colocou numa
cápsula espacial e disparou para o in- * Transcrito do programa Presença
finito. Apareceu a ele! Conquistou-o Espírita, da Rádio Boa Nova, a par-
pelo amor. “Saulo, Saulo, por que me tir de palestra de Divaldo Pereira
persegues?” pode haver maior ter- Franco.
nura nisso? E ele tomado de espanto
perguntou: “Que é isto?” “Eu sou Je- Fonte:
Jornal Mundo Espírita. Agosto/2011. nº 1525.
sus, aquele a quem persegues”. E ele,
Curitiba. Paraná.
então, caiu em si. Emmanuel ensina
O QUE É APOMETRIA E
DIFERENÇAS ENTRE ELA E O
ESPIRITISMO
POR Alexandre Fontes da Fonseca1
A
pometria é uma técni- realização de ações sobre os desen- Espírita e as propostas da Apome-
ca de desdobramento, carnados como, por exemplo, a con- tria. A seguir, enumeramos ao Leitor
desenvolvida na dé- tenção de Espíritos obsessores [1,2]. algumas das principais diferenças
cada de 70 pelo Dr. José Lacerda entre conceitos e práticas genuina-
de Azevedo, com o objetivo de A Apometria é apresentada mente espíritas e os da Apometria:
auxiliar encarnados e desencarna- como uma teoria de caráter
dos em problemas físicos ou espi- científico avançado, por ser a) Conceitos esotéricos: a Apo-
rituais [1,2]. Uma vez em desdo- baseada em conceitos da Físi- metria adota sem demonstração
bramento, o Espírito do médium ca na formulação de suas leis conceitos comuns das diversas teo-
atua observando o enfermo ou e equações. Por essa razão, rias esotéricas como, por exemplo,
alguns Espíritos desencarnados; ela se apresenta como uma o conceito de vários corpos (astral,
executa comandos de ação do di- técnica científica inovadora e mental, etc.) incluindo o conceito
rigente ou doutrinador; e descreve de consequências mais efica- místico do número 7. O Espiritismo
o que acontece no plano espiri- zes que o Espiritismo [1]. adota terminologia a mais simples
tual. Essas técnicas se baseiam possível, de acordo com os fenôme-
em processos de contagem em Diversos confrades espíritas já nos que podem sustentá-la, como se
que energias do corpo físico ou do falaram [3] e escreveram [4-7] so- faz em toda disciplina científica e
espaço vazio se aglutinariam para bre os desacordos entre a Doutrina filosófica. Ele ensina que temos ape-
¹Alexandre Fontes da Fonseca é Professor de Física da Universidade Estadual de Campinas/SP (Unicamp). Espírita desde criança, iniciou suas
atividades doutrinárias a partir dos cursos do Centro Espírita "Allan Kardec" de Campinas/SP, no qual atua como colaborador. É membro da Liga de
Pesquisadores Espíritas (LIHPE), fundador do Jornal de Estudos Espíritas (http://sites.google.com/site/jeespiritas/) e articulista da revista Fidelidade
Espírita de Campinas/SP.
nas um corpo espiritual, o perispíri- ritismo, não são gestos nem rituais
to, que sobrevive à morte do corpo de natureza material que terão maior
físico e com o qual nos apresenta- ou menor efeito sobre os Espíritos
mos perante outros Espíritos ou en- desencarnados. Ver também o cap.
carnados. A existência do perispírito VIII da 2ª parte de O Livro dos Mé-
é demonstrada através dos fenôme- diuns [9], intitulado “Do laborató-
nos de aparições e é responsável, rio do mundo invisível”.
dentre outras coisas, pela constata-
ção da individualidade do Espírito c) O trato com sofredores encar-
desencarnado. Nas palavras de Kar- nados: a Apometria propõe levar ao
dec (ítem 17 do cap. XI de A Gênese desdobramento os enfermos encar-
[8]): “Esse envoltório, denominado nados para serem tratados no plano
perispírito, faz de um ser abstrato, espiritual (seção 4 do capítulo Apo-
do Espírito, um ser concreto, defi- metria – I. Generalidades da obra da
nido, apreensível pelo pensamento. Ref. [1]). O Espiritismo não reco-
Torna-o apto a atuar sobre a ma- menda forçar o desdobramento nem
téria tangível, conforme se dá com outro tipo de transe mediúnico nas
todos os fluidos imponderáveis, que pessoas que não possuem mediuni- de enfermos na reunião mediúnica,
são, como se sabe, os mais podero- dade (ver ítem 208 do cap. XVII de assim se expressa: “... o doente e os
sos motores.” O Livro dos Médiuns [9]). Como o acompanhantes podem ser admiti-
propósito maior do Espiritismo é a dos por momentos rápidos, na fase
b) Técnicas baseadas em práticas regeneração da humanidade através preparatória dos serviços progra-
materiais: a Apometria adota a uti- da transformação moral de cada um mados, recebendo passes e orienta-
lização de processos de contagem (ver artigo de Kardec na Revista ção para que se dirijam a órgãos de
para direcionar energias e agir sobre Espírita de Agosto de 1865 [10]), assistência ou doutrinação compe-
os desencarnados, incluindo a gera- a orientação do Espiritismo para os tentes ... Findo o socorro breve, re-
ção de ruídos através, por exemplo, enfermos do corpo e da alma é as- tirar-se-ão do recinto.” Como se vê,
de estalos nos dedos. O Espiritismo sistirem preleções de natureza evan- os bons Espíritos não recomendam a
ensina que o pensamento e a vonta- gélica e moral, tomar passes, e se presença e o tratamento de enfermos
de são as forças que agem sobre os esforçarem por sua transformação dentro do recinto onde ocorrerá a
fluidos espirituais (cap. XIV de A moral. André Luiz, no cap. 23 de reunião mediúnica. É digno de nota
Gênese [8]). Logo, segundo o Espi- Desobsessão [11], sobre a presença lembrar que durante o sono do cor-
po físico, o Espírito do encarnado
pode se afastar do seu corpo físico
e receber no plano espiritual a as-
sistência espiritual de acordo com o
merecimento e necessidade. Porém,
isso não substitue a importância do
esforço individual na sua transfor-
mação moral.
.
porque seus defensores alegam que tria assumiu o estado de uma verda- dêmicos, quando não temos conhe-
ela seria um avanço científico que de prática? Ou ainda está no domí- cimento científico suficiente para
deveria ser aceito de acordo com as nio da utopia? avaliá-las
Referências:
[1] J. L. de Azevedo, Espírito / teixeiraresponde.html (1995).
Matéria – Novos Horizontes Para A [5] J. Hessen, “A apometria e as [9] A. Kardec, O Livro dos Mé-
Medicina, 7ª edição, VEC Gráfica e práticas espíritas”, O Consolador 67 diuns, Editora FEB, 1ª Edição, Rio
Editora Ltda, Porto Alegre (2002). (3 de Agosto de 2008), link: http:// de Janeiro (2008).
[2] J. L. de Azevedo, Energia e www.oconsolador.com.br/ano2/67/ [10] A. Kardec, “O Que Ensina o
Espírito, 2ª edição, Comunicação Im- especial.html Espiritismo”, Revista Espírita Jornal
pressa, Porto Alegre (1995). [6] A. O. de Oliveira Filho, “Apo- de Estudos Psicológicos Agosto p.
[3] D. P. Franco, entrevista ao pro- metria não é Espiritismo”, O Conso- 219 (1865), reproduzido pela Editora
grama Presença Espírita da Rádio lador 130 (25 de Outubro de 2009), Edicel, Sobradinho - DF.
Boa Nova, de Guarulhos (SP), em link: http://www.oconsolador.com. [11] A. Luiz, Psicografia de F. C.
Agosto/2001. Ver, por exemplo, o br/ano3/130/especial.html Xavier, Desobsessão, Editora FEB,
seguinte link: http://jornaloespirita. [7] G. J. de Sousa, “Apometria não 13ª Edição, Rio de Janeiro (1992).
blogspot.com.br/2012/02/divaldo- convém às Casas Espíritas”, O Con- [12] A. Kardec, O Livro dos Espí-
-franco-esclarece-sobre.html solador 139 (3 de Janeiro de 2010), ritos, Editora FEB, 76ª Edição, Rio
[4] J. R. Teixeira, entrevista ao link: http://www.oconsolador.com. de Janeiro (1995).
periódico O Consolador em 5 de Ju- br/ano3/139/gebaldo_sousa.html [13] A. Kardec, O Evangelho Se-
nho de 2011. Ver o link: http://www. [8] A. Kardec, A Gênese, Edito- gundo o Espiritismo, Editora FEB,
oconsolador.com.br/ano5/212/raul- ra FEB, 36ª Edição, Rio de Janeiro 112ª Edição, Rio de Janeiro (1996).
ANÁLISE CIENTÍFICA
DA TEORIA DA
APOMETRIA
POR Alexandre Fontes da Fonseca
A
Apometria, segundo ma, isto é, se ela apresenta contra-
seu fundador, Dr. José dições com seus próprios conceitos
Lacerda de Azevedo, é e com os conceitos da Física.
uma teoria científica desenvolvida A motivação para esse tipo de
a partir de “normas metodológicas análise não decorre somente do fato
utilizadas pelas ciências experi- da Apometria se considerar mais
mentais” [1,2] com o objetivo de eficaz que o Espiritismo. Mas, tam-
auxílio a enfermos encarnados e de- bém, do fato de que muitos espíri-
sencarnados. Como ela se apresenta tas, mesmo sabendo que a Apome-
como uma técnica inovadora e de tria é uma teoria em desacordo com
consequências mais eficazes que as o Espiritismo [3-7], propõem-na
do Espiritismo, decidimos estudá-la por acharem que ela representa um
e analisá-la da mesma forma como avanço científico. Eles alegam que
se estuda e analisa uma teoria nova Kardec disse que o Espiritismo deve
dentro da área de Física. Pretende- assimilar os progressos da Ciência
mos responder a seguinte questão: (ítem 55 do cap. I de A Gênese [8]),
seria a Apometria um avanço cien- mas se esquecem de que Kardec
tífico? Teria a Apometria um status também disse que isso só deve ocor-
de teoria científica só por citar e ex- rer “ ... desde que [as doutrinas pro-
trapolar conceitos da Física e apre- gressistas] hajam assumido o estado
sentar fórmulas matemáticas? Qual de verdades práticas e abandonado
a forma correta de verificar a vali- o domínio da utopia, sem o que ele
dade da utilização desses conceitos? se suicidaria.”
Para responder essas questões, Além disso, o Espiritismo é uma
analisaremos a coerência na utili- doutrina de fé raciocinada [9] o que
zação dos conceitos científicos da significa que nada deve ser acei-
Física e Matemátca e a consistência to sem a devida compreensão. No
da teoria da Apometria em si mes- caso de novidades, em seu discurso
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em matéria e a energia total sempre Conceito 2: Salto Quântico em sistemas cujas partículas que o
conserva, isto é, ela é a mesma antes compõem estão confinadas, isto é,
e depois de qualquer reação em que No enunciado da décima lei da presas de alguma forma a uma outra
uma ou mais partículas de matéria Apometria (obra [1]) lê-se: “Se, parte do sistema [18], como os elé-
se transformam em outras partículas por aceleração do fator Tempo, trons que estão confinados e presos
de matéria. Se a energia total se con- colocarmos no Futuro um espírito ao núcleo dos respectivos átomos.
serva, nenhuma energia é transfor- incorporado, sob comando de pul- Quando os elétrons recebem ener-
mada em matéria ou vice-versa. sos energéticos, ele sofre um salto gia suficiente para se libertarem da
O segundo conceito é dizer que quântico, caindo em região astral força de atração do núcleo, eles se
“energia se transforma em espaço”. compatível com seu campo vibrató- tornam livres e nessa condição não
Isso é apenas uma especulação sem rio...” Adiante, é dito que “O salto mais sofrem saltos quânticos. Isso
nenhum tipo de base experimental quântico acontece imediatamente, tem como consequência a limitação
ou mesmo teórica mais robusta em e o espírito passa a se ver no novo na amplitude máxima do salto quân-
Física. A Apometria se utiliza desse ambiente, sentindo-lhe a profunda tico que é o valor do nível de energia
conceito que não existe em Física hostilidade.” No ítem “d - Atendi- chamado fundamental [18]. Em ge-
para justificar sua proposta de que mento propriamente dito” do ca- ral, esses valores são relativamente
é possível extrair energia do espa- pítulo intitulado “Normas para o baixos e menores ainda são as di-
ço vazio através de seus métodos Contato com os Espíritos” da obra ferenças entre os diversos níveis de
de contagem. Não existe na Física [2], o Autor afirma que “Desdo- energia discretos do sistema.
contemporânea nada que comprove brados, os médiuns dão verdadeiro
esse tipo de ideia. "salto quântico" da dimensão física Portanto, não há o menor
Na obra [1], é dito que “Fize- para a dimensão astral, em tudo se- sentido em falar de “salto
mos esta brevíssima digressão pelos melhante ao elétron na órbita atô- quântico” de um ente ma-
campos da Matéria e da Energia mica, que ao receber energia vinda croscópico como um Espírito
porque todo o nosso trabalho espi- de fora, salta de sua órbita original encarnado ou desencarna-
ritual e, consequentemente, todo o para outra mais externa.” do, de uma região no espaço
conteúdo deste livro trata de assun- O problema com a utilização do distante da outra, ou para
tos relativos à Energia e seu empre- conceito de “salto quântico” é que um tempo passado ou futu-
go.” Como a digressão feita sobre a além dele ser algo extremamente ro. Não existe na Física salto
relação entre matéria e energia está pequeno, isto é, só se percebe o salto quântico no tempo.
errada segundo a Física, toda a pro- quântico em escalas de energia mui-
posta de trabalho espiritual da Apo- to pequenas e comparáveis ao que Regiões distantes no espaço e no
metria com base em conceitos rela- existe nos sistemas atômicos. O con- tempo não são auto-estados de um
tivos à energia também está. ceito de “salto quântico” só ocorre sistema de partículas interagentes
co e por essa razão a mente desen- serão apagados por efeito de despo-
carnada pode experimentar altera- larização magnética neuronal, e o
ções de estado de modo mais rápido. paciente esquecerá o evento relativo
Vê-se, portanto, que o fato em si é dos estímulos.” O processo de des-
muito melhor explicado pelos con- polarização magnética neuronal é
ceitos espíritas do que por conceitos baseado na forma como os impulsos
da Física indevidamente extrapola- nervosos se propagam através do
dos. sistema nervoso. Nas regiões interna
e externa de cada neurônio, se forma
Conceito 3: Corpo astral ima- uma diferença de potencial eletros-
terial tático devido à formação e manuten-
ção de diferentes concentrações de
Na seção intitulada “8 - Proprie- íons de potássio (K+) e sódio (Na+)
dades e funções do corpo astral” do nas regiões dentro e fora dos neu-
capítulo “III - Corpo Astral” de [1], rônios, respectivamente [19]. Essa
para se poder determinar os níveis é dito que “Esta facilidade de sepa- diferença de potencial eletrostático
de energia dos mesmos e, por con- rar-se do corpo físico é caracterís-
seguinte, analisar a possibilidade tica do corpo astral, imaterial e de
de haver saltos quânticos entre eles. natureza magnética, ...”. Adiante,
Portanto, a utilização equivocada na seção intitulada “9 - Alimentos e
do conceito de “salto quântico” na "morte" do corpo astral” é dito que
teoria da Apometria demonstra sim- “Nosso corpo astral perde energia
plesmente desconhecimento dos constantemente, necessitando de
conceitos básicos de Física Quânti- suprimento energético para sua sus-
ca. tentação, tal qual o corpo físico.”
Se na prática da Apometria, Espí- Em Física nada pode ser “ima-
ritos sentem que se deslocaram no terial” e, ao mesmo tempo, ser de
espaço ou no tempo, isso não signi- “natureza magnética”. Além disso,
fica um “salto quântico”, mas pode nada pode ser imaterial e perder ou
decorrer de alterações no estado ganhar “energia constantemente,
psicológico do Espírito, decorrentes necessitando de suprimento ener-
de sugestões que são feitas pelo di- gético ... tal qual o corpo físico”.
rigente encarnado ou mesmo outro Somente objetos materiais possuem
Espírito. Como sabemos, com base energia e podem trocar energia com
no Espiritismo, os fluidos espirituais outros objetos materiais.
que compõem o perispírito não tem gera uma polarização eletrostática.
a mesma “inércia” que o corpo físi- Conceito 4: Despolarização Um pulso nervoso consiste da pro-
magnética de estímulos da me- pagação, ao longo dos neurônios, de
mória uma perturbação nas concentrações
desses íons dentro e fora da célula,
O conceito acima é proposto sendo essa perturbação uma espécie
como título do capítulo 1 da parte de “despolarização” que se propa-
III da obra [1]. Nesse capítulo, a se- ga através da membrana do neurô-
guinte lei da Apometria é enunciada: nio [19]. A partir disso, podemos
“Toda vez que aplicarmos energias analisar a proposta da Apometria de
específicas de natureza magnética, que é possível, através de suas téc-
na área cerebral de espírito en- nicas, influenciar na despolarização
carnado ou desencarnado, com a dos neurônios de encarnados ou de-
finalidade de anularmos estímulos sencarnados levando ao apagamento
eletromagnéticos registrados nos dos seus registros de memória.
"bancos da memória", os estímulos Se isso é possível com encarna-
dos, uma das falhas deste conceito variável vetorial matemática ⃗ K , ca decorre de ambas as obras [1] e
de “despolarização magnética neu- e uma força vital representada pela [2] confundirem o leitor ora dizen-
ronal” é a falta de dados experi- variável vetorial matemática ⃗ Z. do que os vetores acima são forças,
mentais quantitativos. Portanto, Em seguida, é apresentada a defini- ora dizendo que são energias. Os
não há comprovação científica da ção de um outro vetor chamado ve- conceitos de força e energia são dis-
eficácia dessa técnica de despolari- tor de fluxo resultante, representado tintos em Física [21], incluindo suas
zação magnética em encarnados. pela variável ⃗Σ , que seria resulta- características matemáticas: energia
O erro de incoerência não é representada por um
com a Física, entretanto, vetor.
decorre da aplicação des- Outro problema é a falta
ses conceitos aos Espíritos de respaldo experimental.
desencarnados. Se o corpo Não é suficiente definir ve-
astral é imaterial como dito tores para supostas forças
no conceito 3 acima, então ou energias de natureza
não pode ser formado por mental, e fazer uma analo-
partículas de carga elétrica. gia entre elas e vetores bem
Se o corpo astral é de natu- definidos dentro de uma
reza magnética, então não teoria da Física, no caso, o
pode ser formado por par- Eletromagnetismo. O cha-
tículas de carga elétrica já mado vetor de Poynting re-
que, segundo a Física, um presenta o fluxo de energia
campo magnético é o efei- por unidade de tempo e uni-
to do movimento de cargas dade de área do campo ele-
elétricas [20] e por ser ima- tromagnético e ele é deduzi-
terial não pode conter car- do de um teorema também
gas elétricas. Assim, a me- de Poynting que equaciona
mória do Espírito não pode a conservação de energia na
estar contida em estruturas dinâmica da radiação ele-
despolarizáveis, pois so- tromagnética. Isso significa
mente partículas com carga que o vetor de Poynting está
elétrica (como os íons K+ e inserido dentro do contexto
Na+) podem gerar uma po- da teoria eletromagnética
larização. Dessa forma, a enquanto que na Apome-
afirmativa em [1] de que a tria, os vetores são apenas
comprovação da “natureza definidos sem nenhum tipo
magnética” do corpo men- de respaldo, teórico ou ex-
tal advém de experiências perimental, que sustente a
de “despolarização mag- existência de cada um deles.
nética” de “estímulos de
memória” é inconsistente Equação 2: Energia do
e, portanto, equivocada. pensamento
do de um produto vetorial entre os
Equação 1: Força mental, for- dois primeiros vetores: ⃗
Σ =⃗K ×⃗Z No capítulo intitulado “Nohti-
ça vital e equação de Poynting Essa equação é chamada de equação xon - O pensamento como trabalho
de Poynting em comparação com do Espírito” da obra [1], o Autor
O capítulo “III - As forças empre- uma equação de mesmo nome for- apresenta uma análise quantitativa
gadas na apometria” da obra [1], mulada pela teoria do Eletromagne- do pensamento através de uma de-
apresenta dois conceitos de forças: tismo [20]. finição matemática. Ele afirma que:
uma força mental representada pela A falta de coerência com a Físi- “Para facilitar a compreensão das
1. O Leitor é referido aos artigos [15] e [16] da revista FidelidadESPÍRITA para ver uma definição de partículas do tipo bósons.
A ssine 26935 1 Uma publicaç ão do Centro de Es tudos Es píritas “Nosso L ar” | C ampinas/SP 13
Fidelidad ESPÍRITA | Edição Especial | Jul/Ago/Set/2013
físicas dadas pela equação (4). Por e Matemática que embora sejam de ondas mentais pois em Física, os
exemplo, como ele mediu a distân- difíceis de se perceber para o Lei- conceitos de frequência, vibração e
cia percorrida pelo Espírito? Como tor leigo em Ciência, aos olhos de propagação dependem dos concei-
medir a imantação do Espírito ou um especialista se tornam bem cla- tos de tempo e espaço.
sua frequência vibratória? Como ros como comentado nos diversos Na mesma seção, ao falar sobre
medir a densidade do plano espi- exemplos acima. Em Física, não se o fenômeno de previsão do futuro é
ritual? Nenhuma dessas questões extrapolam conceitos e equações de dito que: “Quando o ser consegue
é respondida o que invalida a pro- um domínio de fenômenos (no caso, transportar-se para essa dimensão
posta dada acima. Além disso, uma os fenômenos materiais) para outro [mental] e penetrar integralmente
análise dimensional simples da domínio (no caso, os fenômenos em seus parâmetros, tem possibili-
equação (4) mostra que é impossível espirituais), sem um forte respaldo dade de esquadrinhar os escaninhos
que uma grandeza de distância, que experimental quantitativo. do Tempo e vislumbrar fatos que se
se mede em unidades de metros ou situam além do tempo presente.”
quilômetros, por exemplo, seja rela- Seção II. Inconsistência Se o tempo não existe na dimensão
cionada com grandezas de energia, interna (contradições) da mental, então como saber se uma
intensidade de campo magnético e teoria da Apometria percepção dessas se refere ao pas-
densidade da forma como proposta sado ou ao futuro? Se for possível
acima. Portanto, essa equação não Aqui, analisaremos alguns con- discernir o período de tempo de uma
tem validade científica por não ser flitos internos da própria teoria da percepção da mente, então o tempo
coerente com a Física e por faltarem Apometria. Verificaremos a existên- existe na dimensão mental.
os dados experimentais bem justifi- cia de contradições lógicas entre
cados para dar respaldo à mesma. conceitos e afirmativas diferentes da Contradição 2: Vetor força
teoria. Esse tipo de análise também mental
Conclusão parcial: O espaço faz parte da forma como os cientis-
não permite enumerar todos os pro- tas analisam novas teorias. Na seção I, analisamos a equa-
blemas conceituais relacionados ção de Poynting que envolvia forças
com a Física. Porém, os exemplos Contradição 1: Tempo e Es- mental e vital. A primeira força era
acima permitem verificar que a teo- paço não existem na dimensão representada pelo vetor ⃗ K . Nisso
ria da Apometria contida nas suas mental encontramos outra contradição in-
obras básicas [1] e [2] é incoeren- terna da teoria da Apometria, rela-
te com os conceitos da Física e da O conceito acima é o título da se- cionada à contradição 1 acima. Se
Matemática, o que mostra que eles ção 7 do capítulo “IV – Corpo Men- tempo e espaço *não existem* na
foram muito mal empregados na tal” de [1]. A contradição decorre dimensão mental, então não se pode
formulação dos princípios da teo- do seguinte raciocínio: se o tempo definir um vetor força mental por-
ria da Apometria. Essas falhas de- e o espaço não existem na dimensão que um vetor é um objeto matemá-
correm da extrapolação e aplicação mental, então não se pode falar de tico que só pode ser definido dentro
superficial dos conceitos da Física frequência, vibração e propagação de um espaço.
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Contradição 3: Corpo mental estiver magneticamente muito pesa- equação (4) dizendo que um Espí-
do, procura-se cortar esses campos rito evoluído pode se deslocar mais
Na seção intitulada “3 - Outras negativos com "vento solar", a fim pois tem maior frequência vibratória
propriedades” do capítulo “IV – de cortar e fragmentar esses cam- e menor imantação magnética. Até
Corpo Mental” de [1], é dito que pos parasitas”. Em seguida, o con- aí, se a equação (4) tivesse validade,
“Não se conhece, na intimidade, a ceito de “vento solar” é explicado o comentário estaria coerente com a
fisiologia desse campo, estrutura, ser a “emanação proveniente do Sol mesma. Daí, o Autor diz que “Por
dimensão ou corpo que chamamos de bilhões de partículas sub-atômi- outro lado, a densidade do meio
"mental". Tudo indica, porém, que cas, tais como Prótons, Neutrons, ambiente em que vivem os espíritos
seja de natureza magnética, com Elétrons e uma infinidade de outras evoluídos, segundo nos revelam as
frequência vibratória muito supe- partículas...”. De fato, o “vento so- obras espíritas, também muito rare-
rior à do corpo astral.” lar” é a emissão contínua de partí- feita, compatível com a sua evolu-
Nessa afirmação encontramos culas carregadas provenientes da ção, facilitando, portanto, o movi-
duas contradições. Primeiro é dizer coroa solar [23]. Porém, o vento so- mento dos mesmos.”
que “não se conhece” a fisiologia e lar é um fenômeno que ocorre inces- A afirmativa acima parece cor-
estrutura do corpo mental e depois santemente e, portanto, está atuando reta, porém, ela suscita o seguinte
dizer que “tudo indica” que seja de em todas as regiões do nosso pla- questionamento: quando os Espí-
natureza magnética, etc. Se não se neta, independente de o evocarmos ritos evoluídos visitam regiões no
conhece uma coisa, então nada pode ou não. A recomendação de se usar plano espiritual de maior densidade
indicar a sua natureza. Ambas op- o “vento solar” para *cortar campos fluídica, ou mesmo visitam a nos-
ções são mutuamente excludentes. negativos* não tem sentido pois se sa casa espírita que está imersa na
A outra contradição também decor- de fato o “vento solar” pudesse cor- densidade material da atmosfera, o
re da contradição 1. Se tempo e es- tar e eliminar fluidos mais densos, deslocamento deles se torna menor?
paço não existem na dimensão men- não seria necessário evocá-lo já que Em outras palavras, os Espíritos
tal, então o corpo mental não pode ele por atingir o nosso planeta a todo evoluídos podem ser aprisionados
ter “frequência vibratória” alguma, momento, isso impediria a formação em regiões mais densas do mundo
já que o conceito de frequência de- de tais campos negativos. espiritual ou mesmo do plano mate-
pende do conceito de tempo. rial? Se o deslocamento dos Espíri-
Contradição 5: Deslocamento tos obedecer rigorosamente a equa-
Contradição 4: “vento solar” dos Espíritos ção (4), então é possível prender
como meio de eliminar am- Espíritos mesmo os mais evoluídos,
bientes magneticamente “pesa- Na seção I, analisamos a equação à medida que eles adentrem ambien-
dos” para o Deslocamento dos Espíritos tes densos. Portanto, além de ser
(equação 4) proposta na obra [2]. uma contradição e incoerência in-
Na obra da Ref. [2], no capítulo Após a apresentação da fórmula da terna da teoria da Apometria, o con-
“Normas para o Contato com os Es- equação (4), o Autor analisa as con- ceito de deslocamento espacial dos
píritos”, é dito que “Se o ambiente sequências da mesma. Ele analisa a Espíritos contradiz o Espiritismo
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novidades da Ciência para justificar Espiritismo nos ensina a agir através o é de fato, não é a negação da an-
a adoção de práticas como a Apo- das seguintes regras: 1) analisar fria- terior, mas, justamente, a sua confir-
metria. Vimos, nesse artigo, que as mente tudo (Kardec, no discurso aos mação dos pontos fundamentais que
coisas não são tão simples assim e espíritas lioneses [10]); 2) seguir a lhes servirão de degraus de apoio.”
que nem sempre o discurso de “algo recomendação de Erasto (ítem 230 (Yvonne do Amaral Pereira em O
ser científico” significa que, de fato, de O Livro dos Médiuns [26]): “É zelo da tua casa [27]).
ele o seja. Como agir, então, quan- melhor repelir dez verdades do que As três recomendações acima,
do uma novidade se apresenta em admitir uma única falsidade, uma portanto, servem de guia e seguran-
.
nome da Ciência e não dispomos só teoria errônea”; e 3) nunca se ça para com relação a qualquer no-
do conhecimento e experiência ne- esquecer que “o que costuma carac- vidade que seja proposta no Movi-
cessários para avaliá-la? O próprio terizar uma nova revelação, quando mento Espírita.
Referências:
[1] J. L. de Azevedo, Espírito / gundo o Espiritismo, Editora FEB, 31, 1306 (2009).
Matéria – Novos Horizontes Para A 112ª Edição, Rio de Janeiro (1996). [18] R. Eisberg e R. Resnick, Fí-
Medicina, 7ª edição, VEC Gráfica e [10] A. Kardec, O Que É o Espi- sica Quântica – Átomos, Moléculas,
Editora Ltda, Porto Alegre (2002). ritismo, Editora FEB, Rio de Janeiro Sólidos, Núcleos e Partículas, Edito-
[2] J. L. de Azevedo, Energia e (2006). ra Campus, 21ª Reimpressão (1979).
Espírito, 2ª edição, Comunicação [11] A. F. da Fonseca, “Análise [19] Ver, por exemplo, os seguin-
Impressa, Porto Alegre (1995). Científica da Apometria”, O Conso- tes sites: http://pt.wikipedia.org/
[3] D. P. Franco, entrevista ao lador 289 (2 de Dezembro de 2012), wiki/Impulso_nervoso e
programa Presença Espírita da Rá- link: http://www.oconsolador.com. http://www.afh.bio.br/nervoso/
dio Boa Nova, de Guarulhos (SP), br/ano6/289/especial.html nervoso1.asp
em Agosto/2001. Ver, por exemplo, [12] A. F. da Fonseca, “Análise [20] D. Halliday, R. Resnick e
o seguinte link: http://jornaloespiri- Científica dos Fundamentos Teóri- J. Walker, Fundamentos da Física
ta.blogspot.com.br/2012/02/dival- cos da Apometria”, capítulo de uma – Volumes 4 – Eletromagnetismo,
do-franco-esclarece-sobre.html obra que será lançada em Agosto Editora LTC, 8ª Edição (2009).
[4] J. R. Teixeira, entrevista ao de 2013, de coletânea de trabalhos [21] D. Halliday, R. Resnick e
periódico O Consolador em 5 de Ju- apresentados no 8º Encontro Nacio- J. Walker, Fundamentos da Física
nho de 2011. Ver o link: http://www. nal da Liga de Pesquisadores em Es- – Volumes 1 – Mecânica, Editora
oconsolador.com.br/ano5/212/raul- piritismo (ENLIHPE), ocorrido nos LTC, 8ª Edição (2009).
teixeiraresponde.html dias 18 e 19 de Agosto de 2012, em [22] H. L. Guidorizzi, Um Cur-
[5] J. Hessen, “A apometria e as São Paulo, SP. so de Cálculo – Vol. 1, Editora Li-
práticas espíritas”, O Consolador 67 [13] J. A. Valadares, “O Conceito vros Técnicos e Científicos Editora
(3 de Agosto de 2008), link: http:// de Massa. I. Introdução Histórica”, LTDA., 2ª Edição (1987).
www.oconsolador.com.br/ano2/67/ Revista Brasileira de Ensino de Físi- [23] Ver, por exemplo: http://
especial.html ca 15, 110 (1993). pt.wikipedia.org/wiki/Vento_solar
[6] A. O. de Oliveira Filho, “Apo- [14] J. A. Valadares, “O Conceito [24] A. Kardec, O Livro dos Espí-
metria não é Espiritismo”, O Conso- de Massa. II. Análise do Conceito”, ritos, Editora FEB, 76ª Edição, Rio
lador 130 (25 de Outubro de 2009), Revista Brasileira de Ensino de Físi- de Janeiro (1995).
link: http://www.oconsolador.com. ca 15, 118 (1993). [25] Nora, psicografia de E. Cris-
br/ano3/130/especial.html [15] A. F. da Fonseca, “Um En- tiano, Aconteceu na Casa Espírita,
[7] G. J. de Sousa, “Apometria saio Sobre Matéria e Energia – Parte Departamento Editorial do Centro
não convém às Casas Espíritas”, 1”, FidelidadESPÍRITA 91, Abril, 6 Espírita “Allan Kardec”, 1ª Edição,
O Consolador 139 (3 de Janeiro de (2010). Campinas (2001).
2010), link: http://www.oconsola- [16] A. F. da Fonseca, “Um En- [26] A. Kardec, O Livro dos Mé-
dor.com.br/ano3/139/gebaldo_sou- saio Sobre Matéria e Energia – Parte diuns, Ed. FEB, 1ª Edição, Rio de
sa.html 2”, FidelidadESPÍRITA 92, Maio, Janeiro (2008).
[8] A. Kardec, A Gênese, Edito- 20 (2010). [27] Espíritos diversos, psico-
ra FEB, 36ª Edição, Rio de Janeiro [17] M. A. Moreira, “O Modelo grafia de E. Cristiano, O zelo da tua
(1995). Padrão da Física de Partículas”, Re- casa, Editora Allan Kardec, Campi-
[9] A. Kardec, O Evangelho Se- vista Brasileira de Ensino de Física nas (2009).
RECOMENDAÇÕES DE
KARDEC PARA AS NOVIDADES
POR Alexandre Fontes da Fonseca
O
Leitor espírita leigo em
Ciência, muitas vezes se
perde com relação a como
se portar perante novidades que
se apresentam no meio espírita, e
mais ainda perante àquelas que se
consideram baseadas nos avanços
da Ciência. O movimento espíri-
ta desenvolveu bastante o aspec-
to religioso e moral, o que educou
as pessoas na prática da caridade e
da fraternidade. Isso fez com que
as pessoas adotassem uma postura
aberta com relação à exposição dos
pensamentos dos confrades. Em ou-
tras palavras, não se questiona o que
um confrade ou orador diz em públi-
co ou pela literatura espírita (livros
ou artigos) porque ninguém imagina
que ele(a) pode estar enganado(a).
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Por excesso de fraternidade, o mo- progressos atuais tanto do conheci- pois, evitar o deixar-se seduzir pe-
vimento espírita tem se esquecido mento em si quanto da facilidade de las aparências, tanto da parte dos
do fato de que todos, encarnados e acesso à informação, se faz neces- Espíritos, quanto da dos homens;
desencarnados (exceto os Espíritos sário orientar o movimento espírita ... é preciso que tudo seja friamente
puros), somos ainda falíveis e não a como se portar perante novidades examinado, maduramente pesado,
detemos o conhecimento absoluto. que surgem em nome da Ciência. confrontado, e, se desconfiamos
E nos esquecemos de que, por essa Para isso, vamos citar alguns co- do próprio julgamento, (...), é pre-
razão, nunca devemos deixar de mentários e recomendações do pró- ciso recorrer a outras pessoas.” O
aplicar a razão para com tudo o que prio Kardec e, após, apresentamos comentário acima, de Kardec, é um
dizem ou escrevem. uma sugestão de postura para com dos mais importantes com relação à
A Ciência é uma ativi- questão sobre aceitação
dade humana que permi- das novidades por duas
tiu o desenvolvimento do razões. Primeiro por
conhecimento. E, com o enfatizar a necessidade
conhecimento, a saúde, de se fazer um exame
a tecnologia e o bem es- frio e maduramente
tar se desenvolveram em pesado, o que significa
nossa Humanidade. Mes- analisar todos os de-
mo com todo o avanço talhes. Segundo, por-
científico, a Humanidade que Kardec não sugere
ainda sofre com o atraso aplicar isso apenas às
moral que ainda permeia comunicações dos Es-
o coração das pessoas. O píritos desencarnados,
propósito do Espiritismo mas também às ideias
é a regeneração da Huma- e teorias que nós encar-
nidade através da trans- nados venhamos a de-
formação moral de cada senvolver. A análise das
um de nós [1]. teorias da Apometria
A forma pela qual o [3,4] foi motivada por
Espiritismo propõe aju- orientações como essa
dar a Humanidade é apre- de Kardec.
sentando uma doutrina Nos artigos anterio-
que nos explique o que res, destacamos que
somos, de onde viemos, apesar do Espiritismo
para onde vamos, e qual ter caráter progressista
as consequências de nos- e, portanto, “assimilará
sos atos. E faz isso reco- sempre todas as doutri-
mendando que tenhamos nas progressivas, de
fé raciocinada, isto é, que qualquer ordem que se-
a nossa crença seja basea- jam...” Kardec diz “ ...
da na razão para que a fé desde que hajam assu-
se torne fortalecida perante os con- relação às novidades. mido o estado de verdades práticas
vites do egoísmo e do orgulho. e abandonado o domínio da utopia,
Ciente de que os Espíritos ain- Recomendações de Kardec sem o que ele se suicidaria.” (ítem
da inferiores tentarão fazer de tudo 55 do cap. I de A Gênese [5]). Kar-
para prejudicar o desenvolvimento Numa rápida biografia de Kardec dec, em Obras Póstumas [6] no ítem
do Espiritismo, Kardec, sob inspira- contida na obra O Que é o Espiritis- intitulado “Constituição do Espiri-
ção dos bons Espíritos, nos apresen- mo, edição da FEB [2], destacamos tismo, Dos Cismas” diz “Se é cer-
ta uma série de recomendações no o seguinte trecho do discurso feito to que a utopia da véspera se torna
tocante à integridade e divulgação por ele em 19 de setembro de 1860 muitas vezes a verdade do dia se-
da Doutrina Espírita. Em razão dos aos espíritas lioneses: “É preciso, guinte, deixemos que o dia seguinte
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Livros pois o Leitor, em geral, con- remos enumerar as recomendações 3. Se, mesmo perante as dúvidas,
sidera como verdadeiro o conteúdo de Kardec com relação às novida- decidir-se por publicar e divulgar
de um Livro, enquanto nem sempre des: uma novidade, publicar na forma de
isso é verdade. Se realmente for ne- 1. Sejam elas oriundas de encar- artigo, para que seja lido por muitos
cessário dar publicidade a uma no- nados ou desencarnados, analisar e Leitores especialistas no assunto,
vidade, uma sugestão que fazemos é examinar friamente tudo (Kardec, e analisado friamente conforme o
optar primeiro por publicá-la na for- no discurso aos espíritas lioneses ítem 1 acima, antes de se considerar
ma de artigo pois isso permite que [2], e Revista Espírita [9]); a novidade como verdade. (Ver ítem
Leitores especialistas no assunto 2. Havendo dificuldade em se II da Introdução de O Evangelho Se-
possam realizar análises críticas. O analisar a validade das novidades, gundo o Espiritismo [10]).
artigo tem um peso menor que o Li- como nos casos em que elas se ba- 4. Como mencionado na con-
vro. Ainda com relação aos comen- seiam em teorias científicas que não clusão final do artigo de análise da
tários acima, de Kardec, é curioso temos conhecimento aprofundado Apometria, nunca se esquecer que
destacar, também, que essa postura ou profissional, seguir a recomen- “o que costuma caracterizar uma
cuidadosa não é falta de tolerância dação de Erasto (ítem 230 de O nova revelação, quando o é de fato,
e, pelo contrário, é uma recomenda- Livro dos Médiuns [7]): “É melhor não é a negação da anterior, mas,
ção das mais importantes para que repelir dez verdades do que admitir justamente, a sua confirmação dos
não sejamos, posteriormente, cha- uma única falsidade, uma só teoria pontos fundamentais que lhes servi-
.
mados de levianos ou possuidores errônea.” (Ver também, ítem II da rão de degraus de apoio. ” (Yvonne
de credulidade irrefletida. Introdução de O Evangelho Segun- do Amaral Pereira em O zelo da tua
A partir das citações acima, pode- do o Espiritismo [10]). casa [11]).
Referências:
[1] A. Kardec, “O Que Ensina o Impressa, Porto Alegre (1995). [9] A. Kardec, “Considerações
Espiritismo”, Revista Espírita Jornal [5] A. Kardec, A Gênese, Editora Sobre a Prece no Espiritismo”, Re-
de Estudos Psicológicos Agosto p. FEB, 36a. Edição, Rio de Janeiro vista Espírita Jornal de Estudos
219 (1865), reproduzido pela Editora (1995). Psicológicos Janeiro p. 9 (1866);
Edicel, Sobradinho - DF. [6] A. Kardec, Obras Póstumas, reproduzido pela Editora Edicel, So-
[2] A. Kardec, O Que É o Espiri- IDE, 1ª edição, Araras (1993). bradinho - DF.
tismo, Editora FEB, Rio de Janeiro [7] A. Kardec, O Livro dos Mé- [10] A. Kardec, O Evangelho Se-
(2006). diuns, Ed. FEB, 1ª Edição, Rio de gundo o Espiritismo, Editora FEB,
[3] J. L. de Azevedo, Espírito / Janeiro (2008). 112a Edição, Rio de Janeiro (1996).
Matéria – Novos Horizontes Para A [8] A. Kardec, “Observação Ge- [11] Espíritos diversos, psicogra-
Medicina, 7ª edição, VEC Gráfica e ral”, Revista Espírita Jornal de Es- fia de E. Cristiano, O zelo da tua
Editora Ltda, Porto Alegre (2002). tudos Psicológicos Julho p. 229 casa, Editora Allan Kardec, Campi-
[4] J. L. de Azevedo, Energia e (1860); reproduzido pela Editora nas (2009).
Espírito, 2ª edição, Comunicação Edicel, Sobradinho - DF.
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