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PICOS – PI
2019
FRANCISCO DAS CHAGAS BATISTA BARROS
PICOS – PI
2019
Sumario:
1. Delimitação do tema...........................................................................................4
2. Justificativa.........................................................................................................5
3. Problematização.................................................................................................7
4. Objetivos.............................................................................................................7
4.1. Objetivo Geral..................................................................................7
4.2. Objetivo específico...........................................................................7
5. Metodologia..........................................................................................................7
6. Referencial teórico...............................................................................................8
7. Cronograma de pesquisa.....................................................................................9
8. Referências..........................................................................................................10
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1. Delimitação do tema:
A origem do termo “forró” há diversas teorias. Logo, no “Dicionário do folclore
brasileiro” (2001), de Câmara Cascudo escreve que a designação provém da palavra
forrobodó, que indicaria divertimento, festança, arrasta-pé, baile reles, bate-chinela,
bailão, baile popular, desordem, confusão. No entanto, a versão mais conhecida é a de
que a palavra forró seja oriunda de uma pronúncia variada da expressão for all, que os
ingleses, no final do século XIX, usavam para referir as festas que franqueavam e que
ofereciam à população local e aos que laboravam na construção das estradas de ferro, no
estado de Pernambuco, após a jornada de trabalho.
O forro eletrônico, é uma versão mais aprimorada, aos moldes da sociedade da
década de 90, onde teve grande repercussão, não só no âmbito regional mais nacional.
Nessa época houve o início do surgimento de várias bandas, mas como foco irei analisar
a banda Matruz com Leite, que dialoga diretamente com tema em questão. A banda teve
origem na cidade Fortaleza Ceará, (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2010), ela trouxe
inovações, com relação às temáticas das letras, que falam de amor e sexo geralmente e
fazem uma introdução de novos instrumentos: como é o caso do Teclado, Baixo-elétrico,
Guitarra, Bateria, Metais (Trombone, Trompete e Sax). Outra inovação é o figurino
(roupas bem curtas para as cantoras e bailarinas).
Suas músicas, no entanto, não posso deixar de mencionar tiveram bastante
influência dos mais renomados cantores como o caso do Luiz Gonzaga, Rei Roberto
Carlos, Jackson do pandeiro, o Trio Nordestino. Os discos, produzidos pela banda, na
época conseguiram “estouro” de vendas. No seu primeiro álbum como título “Arrocha o
Nó” no ano 1992, o disco bateu recorde de vendas com a marca de 400 mil copias, em
apenas algumas regiões do nordeste.
Portanto, o tema aqui proposto tem como função analisar as músicas da banda
Matruz com Leite, e partindo dela procurar visualizar a influência feminina na construção
de algumas músicas, que são produzidas diante de uma perspectiva determinante da época
marcada no final do século XX e início do XXI. As letras produzidas trazem no
imaginário social, as relações entre homem e mulher, diante dos novos estilos de dança,
com uma música mais eletrizada, com ritmos mais variados, e com um teor mais sexual.
Portanto, este trabalho tende a observar a figura da mulher, sendo elas dançarinas,
cantoras, e todas aquelas que faziam parte da sociedade da época. Tendo como recorte
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temporal os anos da década de 90, período que teve maior crescimento desse estilo
musical “o forro eletrônico”.
2. Justificativa:
Nesse aspecto, minha escolha está mais ligada ao interesse em estudar o ritmo tão
renomado o forro eletrônico, sendo também motivado pela proposta do imaginário social
do que vem a ser a mulher nordestina, sobre as temáticas construídas sobre as figuras
femininas ao longo dos anos, pelos próprios nordestinos, uma vez que “tanto o
discriminado como o discriminador são produtos de efeitos de verdade”
(ALBUQUERQUE JR, 2011, p. 31). Ainda, no sentido de uma “relevância científica ou
acadêmica” (BARROS, 2005, p. 69), pode-se identificar que há vários autores que falam
sobre a criação do imaginário social, sendo constituída uma discriminação, e que a figura
feminina passa a ser marginalizada na sociedade, portanto, os estudos de alguns textos
sobre gênero irá proporcionar melhorar o desenvolvimento dessa pesquisa. No entanto, o
que se problematiza nessa proposta, tem como fundamento a leitura dos significados das
músicas cantadas por a banda Matruz com leite, buscando aprimorar esse debate sobre
esse gênero musical.
Esses preceitos trazem uma visão com certos conceitos das formas de olhar a
música, presentes na sociedade, como uma nova roupagem, do imaginário social, no
entanto o forro eletrônico se torna um ritmo bem atrativo, e bastante chamativo. Ele passa
a dar origem as novas formas de olhar a música, atendendo assim maior quantidade de
pessoas, e consequentemente produzindo crescimento sobretudo comercial, aumentando
a lucratividades das bandas. Segundo Freire (2010):
O forró eletrônico recebe diversas acusações, entretanto, apresenta-se
como um dos mais vendáveis. O maior lucro das bandas, não é através da
vendagem dos CD’s, mesmo porque com a pirataria fica difícil de fazer
essa contabilidade, o sucesso e consequente lucro, é obtido através da
realização dos shows, das turnês pelo Nordeste, ou dependendo do
alcance da banda, pelo país. As apresentações são, como dissemos, um
espetáculo à parte, as pessoas se identificam com um bordão, inventado
por um intérprete, para assistir as dançarinas e cantar o sucesso do
momento da banda (FREIRE, 2010, p.5)
As letras do forró eletrônico trazem em seu fundo, declarações que repassam para
a sociedade um juízo estereotipado das mulheres, que traçam identidades femininas com
conotação pejorativa e de cunho depreciativo, isso por que, a sexualidade feminina é vista
através de uma ótica machista, onde ela é tratada como produto, mercadoria e objeto.
Assim podemos destacar algumas letras da Banda Matruz com Leite, um exemplo
é música “bomba no cabaré” “Jogaram uma bomba, no cabaré.../ Voou pra todo canto
pedaço de mulher/, Foi tanto caco de puta voando pra todo lado / Dava pra apanhar de pá,
de enxada e de colher!”, essa música sugestivamente deixa bem claro a opinião dos
homens sobre as mulheres, como se fosse um objeto que possa ser montado e utilizado.
Assim como outras bandas também demonstram esse viés como caso da banda Saia
Rodada os títulos das músicas são: Eu vou botando pra dentro; Cachaça com rapariga e
tá assim de quenga; Dança da Minhoca; Coelhinho; Lapada na Rachada; dinheiro na mão,
calcinha no chão.
No entanto, os próprios nomes das bandas denotam a relação de proximidade entre
música e sexualidade: Calcinha Preta, Moleca sem Vergonha, Garota Safada, Ferro na
Boneca, Saia Rodada, Gatinha Manhosa, Kaça Kabaço, são algumas dessas bandas (para
citar só algumas). O forró eletrônico cria “modelos de subjetividade”, as novas gerações
ao verem os artistas se apresentarem no palco quando crescerem vão querer ser cantores
destas bandas (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2010).
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3. Problematização:
5. Metodologia:
sociais, diante das pessoas que viviam na década de 90, já final do século XX. No entanto,
essa pesquisa buscou olhar as perspectivas sobre a música, que é fonte primaria desse
trabalho, de como eram produzidos os discursos sobre a mulher pela lógica masculina
marcado pela hegemonia de interpretações vulgarizadas, em sentidos pejorativos e de
certa forma discriminador.
Esse trabalho, foi produzido também por meio de fontes secundárias a partir de
leituras, de artigos científicos, que desenvolvem o tema, também por meio de livros que
falam do imaginário social, da figura da mulher e do próprio fenômeno cultural dos cantos
musicais, como no caso o forro que é análise desse discurso. Portanto essa pesquisa pode
ter como resultado, ver a mulher no final do século XX, analisando como ela é vista de
forma hegemônica como influenciadoras das produções musicais, não de forma
qualificadora, mas de forma depreciativa sobre um discurso predominante masculino.
6. Referencial teórico:
Diante desse trabalho, procurei utilizar como embasamento teórico autores que se
relacionam com o imaginário social como é o caso do Durval Muniz Albuquerque Junior,
que propôs uma ressignificação ao imaginário nordestino, assim como na música o autor
fala um pouco sobre o próprio Luiz Gonzaga como símbolo de interpretação regional,
assim como se refere a uma nova reinterpretação em destruir a visão estereotipada e
distorcida do Nordeste e reinventar um entendimento. Logo o Durval nessa pesquisa me
influenciou a observar como a música é produzida, diante do olhar do produtor que vive
inserido numa sociedade machista, com a formulação de estereótipos presente no seu
imaginário.
A própria origem dos discursos é formuladora dessa interpretação um autor que
aborda os estudos sobre as ordens dos discursos é Michel Foucault, que dialoga como
esses discursos são formulados e como influenciam nos pensamentos das pessoas que
estão antes da própria fala. Já como estudo do próprio fenômeno cultural o forro
eletrônico autores como Felipe Trotta se referem ao processo de transformação do gênero
musical entre o forro pé de serra, visto principalmente com cantor Luiz Gonzaga, com o
forro eletrônico que no caso dessa pesquisa tem como ênfase a banda Matruz com Leite.
O próprio autor Trotta faz referencia a masculinidade do forro, de como a hegemonia
masculina tem dominado o campo musical perante um viés de uma sociedade machista.
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7. Cronograma de pesquisa:
MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL
LEVANTAMENTO X X X X X
BIBLIOGRÁFICO
COLETA E X X X X X
ANÁLISE DE
DADOS
PRODUÇÃO X X X X X X X X X X X X
TEXTUAL DA
MONOGRAFIA
ENTREGA DA X X
MONOGRAFIA
[TCC 1 E TCC 2]
APRESENTAÇÃO X X
DA
MONOGRAFIA
[TCC 1 E TCC 2]
CORREÇÕES E X X
ENTREGA DA
VERSÃO FINAL
DA
MONOGRAFIA
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8. Referências:
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. 11. ed. Edição ilustrada. São Paulo:
Global, 2001.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval M. de. “O nordestino de Saia Rodada e Calcinha
Preta ou as novas faces do regionalismo e do machismo no Nordeste” In QUEIROZ,
André L. dos S. (org). Arte & pensamento: a reinvenção do Nordeste. Fortaleza: Serviço
Social do Comércio – AR/CE, 2010.
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz. A invenção do nordeste e outras artes. 5. ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
TROTTA, Felipe. No Ceará não tem disso não: nordestinidade e macheza no forró
contemporâneo. Rio de Janeiro, Folio Digital Letra e Imagem, 2014.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France,
pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 3. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1996.