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MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA
Batatais
Claretiano
2014
© Ação Educacional Claretiana, 2013 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014
576 J38m
Januário, Adriana
Microbiologia e imunologia / Adriana Januário – Batatais, SP : Claretiano, 2014.
108 p.
ISBN: 978-85-8377-342-9
CDD 576
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Juliana Biggi
Dandara Louise Vieira Matavelli Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Elaine Aparecida de Lima Moraes Rafael Antonio Morotti
Josiane Marchiori Martins Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Lidiane Maria Magalini Talita Cristina Bartolomeu
Luciana A. Mani Adami Vanessa Vergani Machado
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera Projeto gráfico, diagramação e capa
Raquel Baptista Meneses Frata Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
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web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Conteúdo––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Características morfológicas, culturais e metabólicas dos microrganismos. Cul-
tivo, crescimento e reprodução microbiana. Metabolismo microbiano. Controle
do crescimento dos microrganismos. Noções de biotecnologia microbiana. Mi-
crorganismos causadores de doenças no homem. Estratégias para o ensino de
Microbiologia.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao estudo do conteúdo de Microbiologia e
Imunologia, disponibilizado para você em ambiente virtual (Edu-
cação a Distância).
Neste instrumento, você encontrará o referencial teórico das
cinco unidades em que se divide a presente obra.
Com o estudo proposto, na Unidade 1, você terá a oportu-
nidade de construir conhecimentos sobre as propriedades gerais
dos microrganismos, as propriedades gerais dos vírus, os príons e
viroides, bem como os tipos de replicação viral, vírus e tumores.
10 © Microbiologia e Imunologia
Abordagem Geral
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado nesta obra. Aqui, você entrará em contato com os assuntos
principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportu-
nidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade.
Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conheci-
mento básico necessário a partir do qual você possa construir um
© Caderno de Referência de Conteúdo 11
Replicação Viral
De modo geral, os vírus multiplicam-se em seis passos:
1) O primeiro passo consiste na adesão. Através de molé-
culas do envelope ou do capsídeo, a partícula viral ade-
re-se à membrana celular da célula hospedeira.
2) Posteriormente, o vírus realizará a Penetração: que con-
siste na introdução do vírus, ou de seu material genético
no interior da célula hospedeira.
3) Após entrar na célula, o vírus realiza o terceiro passo,
chamado de desnudamento – ou seja, perde a cobertu-
ra que protege o material genético: se for o caso, o vírus
perde o capsídeo, ou ele perde o envelope e o capsídeo.
4) Uma vez que o material genético fica exposto no interior
celular, ocorre o quarto passo chamado de síntese: nes-
ta etapa, ocorre a síntese de novas cópias do material
genético viral e das proteínas virais.
5) Com a produção das biomoléuclas virais (ácido nucleico
e proteínas, o vírus, as estruturas virais são montadas.
Este passo é chamado de "montagem"). No caso dos ví-
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados em Microbiologia e Imunologia.
Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Células eucariotas: células caracterizadas por uma es-
trutura interna baseada em organelas tal como o núcleo,
derivado de eucario, ou núcleo verdadeiro (KARP, 2005).
2) Células procariotas: células estruturalmente simples de
bactérias, que não têm organelas envolvidas por mem-
brana, derivado de prokarion, ou antes, do núcleo.
Protozoários Fungos
Microbiologia
Algas
Mofos e
Bactérias Vírus
Leveduras
Crescimento
microbiano
Doenças Imunologia
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las com a prática do ensino de Ciências Biológicas pode ser
uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a
resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se
preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso,
essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o
estudo da unidade.
Dicas (motivacionais)
O estudo desta obra convida você a olhar, de forma mais apu-
rada, a Educação como processo de emancipação do ser humano.
É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas
e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno na modalidade EaD, necessita de uma for-
mação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser
utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões au-
toavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos
desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua forma-
ção. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedi-
mentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a
este estudo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto
para ajudar você.
© Caderno de Referência de Conteúdo 25
3. referências bibliográficas
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de histologia em cores. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2007.
KARP, G. Biologia celular e molecular: conceitos e experimentos. 3. ed. Barueri: Manole,
2005.
TORTORA, G. J.; FUNKE, R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed.
2. Conteúdos
• Propriedades gerais dos microrganismos.
• Propriedades gerais dos vírus.
• Príons e viroides.
• Tipos de replicação viral.
• Vírus e tumores.
28 © Microbiologia e Imunologia
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade da obra Microbiologia e Imunologia,
veremos uma breve introdução à Microbiologia, na qual você terá
a oportunidade de conhecer os principais tipos de microrganismos
existentes e o impacto que desempenham na natureza.
A segunda parte desta unidade será voltada ao estudo da
biologia dos vírus, momento em que você poderá conhecer as pro-
priedades gerais dos vírus, a estrutura viral e como eles se multi-
plicam.
Espera-se que, ao final desta unidade, você seja capaz de re-
conhecer a importância dos microrganismos para o meio ambien-
te e domine os conceitos básicos sobre a estrutura e a replicação
viral.
© U1 - Introdução à Microbiologia e Propriedades Gerais dos Vírus 29
5. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA
A Microbiologia é um ramo da ciência que estuda os microrga-
nismos, que são organismos muito pequenos, não visíveis a olho nu.
Os microrganismos compreendem um grupo amplo de seres
vivos, que na maioria das vezes são encontrados na forma unice-
lular e apresentam a propriedade de realizar suas funções vitais,
como produção de energia, crescimento e reprodução, sem de-
pender de outras células. Entre eles, estão as bactérias, os fun-
gos, os protozoários, as algas e os vírus. Este último grupo possui
natureza acelular e enquadra-se entre os seres vivos e a matéria
inanimada.
Há uma enorme diversidade de microrganismos que possui
um grande espectro de vias metabólicas, que permitiram sua so-
brevivência em distintas condições ambientais, como nas fontes
termais, nas geleiras, na água, no solo, na vegetação e em outros
seres vivos. E, apesar de não serem vistos, eles desempenham im-
portantes funções para a manutenção do meio ambiente.
Veja, a seguir, algumas funções importantes dos microrga-
nismos.
1) Alguns microrganismos possuem a propriedade de cap-
tar a energia do Sol e armazená-la em moléculas que são
utilizadas como alimento para outros organismos.
2) Eles são os grandes recicladores da matéria orgânica.
Decompõem organismos mortos, produtos da excreção
de outros seres vivos.
3) São utilizados na degradação de resíduos poluentes
(como solventes, pesticidas, óleos), em um processo co-
nhecido com biorremediação.
4) Por meio da decomposição da matéria orgânica, os mi-
crorganismos disponibilizam nitrogênio, carbono e enxo-
fre na forma acessível para as plantas absorverem.
5) As vias metabólicas dos microrganismos têm sido ex-
ploradas pela indústria de alimentos na produção de io-
7. ESTRUTURA VIRAL
As partículas virais, por não apresentarem natureza celu-
lar, possuem uma estrutura bastante simples, caracterizada pela
presença de seu material genético (DNA ou RNA), que é revestido
por uma cápsula proteica. Entretanto, em alguns tipos de vírus, há
um revestimento externo adicional, que é chamado de envelope,
constituído por uma camada bilipídica de fosfolipídios, proteínas e
glicoproteínas, semelhante à membrana celular.
Os vírus que não possuem envelope são denominados vírus
não envelopados, enquanto os vírus que possuem envelope são
os vírus envelopados.
Alguns vírus especializados em infectar bactérias (bacterió-
fagos) apresentam uma estrutura mais elaborada, com estruturas
especializadas para realizar a fixação e a invasão das células bacte-
8. REPLICAÇÃO VIRAL
De modo geral, os vírus multiplicam-se em seis passos, como
demonstra a Figura 8.
9. VÍRUS E CÂNCER
Estima-se que 15% dos cânceres humanos sejam resultantes
de infecções virais. Como no caso dos bacteriófagos que fazem o
ciclo lisogênico, alguns vírus que infectam as células animais tam-
bém podem inserir seu material genético no genoma humano em
sítios aleatórios, transformando as células em um tumor maligno.
© U1 - Introdução à Microbiologia e Propriedades Gerais dos Vírus 39
12. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade da obra Microbiolo-
gia e Imunologia. Vimos, aqui, uma introdução sobre Microbiolo-
gia e discorremos sobre as propriedades gerais de vírus e agentes
semelhantes a eles.
É impressionante observar como estes agentes infecciosos,
que não apresentam natureza celular e que são estruturalmente
muito simples, promovem um forte impacto à saúde humana.
Na próxima unidade, estudaremos as propriedades das bacté-
rias. Vamos continuar conhecendo estes fascinantes microrganismos!
© U1 - Introdução à Microbiologia e Propriedades Gerais dos Vírus 41
13. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Folha de tabaco infectada com vírus do mosaico do tabaco. Disponível em:
<http://albericomarcosbioifes.files.wordpress.com/2011/02/as-plantas-tambc3a9m-
adoecem-4.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2012.
Figura 2 Fotomicroscopia eletrônica do vírus do mosaico do tabaco. Disponível em:
<http://pathmicro.med.sc.edu/mhunt/tobaccomos1.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2012.
Figura 3 Representação de diferentes tipos de vírus. Disponível em: <http://
portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1525>. Acesso em: 16 nov.
2012.
Figura 4 Representação esquemática de um vírus não envelopado. Disponível
em: <http://3.bp.blogspot.com/-eJPQ9ta_0z8/TZT0SDkHhfI/AAAAAAAAAB4/o_
QuGuTHPvw/s1600/estr_virus+%25281%2529.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2012.
Figura 5 Representação esquemática de um vírus envelopado. Disponível em:
<http://4.bp.blogspot.com/-zCqFvGnfY8Q/TZT0RyXLnDI/AAAAAAAAAB0/S2-YxhPa6vs/
s1600/fig01a.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2012.
Figura 6 Representação esquemática de um bacteriófago. Disponível em: <http://i39.
tinypic.com/fe1no2.jpg>. Acesso em: 16 nov. 2012.
Figura 7 Representação esquemática de bacteriófago invadindo uma célula
bacteriana. Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_9Uduc1YGrd8/S_z- 913ABmI/
AAAAAAAACRI/467fRvhHFJA/s400/ciclo+l%C3%ADtico+de+los+virus+complejos.png>.
Acesso em: 16 nov. 2012.
Figura 8 Esquema dos passos da replicação viral. Disponível em: <http://www.nsf.gov/
news/mmg/media/images/full_life_cycle_h.jpg>. Acesso em: 17 nov. 2012.
Figura 9 Esquema dos ciclos de replicação lítico e lisogênico dos bacteriófagos. Disponível
em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5a/Phage2.
JPG/300px-Phage2.JPG>. Acesso em: 17 nov. 2012.
2
1. Objetivos
• Compreender a morfologia bacteriana.
• Reconhecer as formas e os arranjos bacterianos.
• Diferenciar bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e
ácido-álcool-resistentes.
2. Conteúdos
• Estrutura bacteriana.
• Tipos de parede celular de bactérias.
• Coloração de Gram.
• Formas e arranjos bacterianos.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, iremos abordar os aspectos da morfologia in-
terna e externa das bactérias. Você terá a oportunidade de conhe-
cer os principais tipos de bactérias existentes em relação à com-
posição da parede celular, uma estrutura localizada externamente
à membrana celular. Além disso, você aprenderá uma técnica de
coloração, a coloração de Gram, que diferencia as bactérias Gram-
-positivas das Gram-negativas.
Espera-se que, ao final desta unidade, você seja capaz de re-
conhecer a morfologia e a fisiologia das estruturas bacterianas e
que seja apto a distinguir os tipos de bactérias em relação à com-
posição da parede celular.
5. MORFOLOGIA BACTERIANA
As bactérias são células procarióticas, constituídas de uma
única célula e desprovidas de envelope nuclear. Possuem um cro-
mossomo circular único, porém algumas bactérias podem possuir
informação genética extracromossômica, que está presente em
pequenas moléculas de DNA circular, chamadas de plasmídios.
As bactérias não possuem em seu citoplasma as organelas
membranosas, típicas das células eucarióticas; possuem apenas os
ribossomos, que realizam a síntese proteica.
As células procarióticas são muito pequenas em relação às
células eucarióticas. Enquanto as células procarióticas possuem
© U2 - Propriedades Gerais das Bactérias 45
6. MEMBRANA CELULAR
A membrana celular das bactérias é estruturalmente se-
melhante à membrana das células eucarióticas. Ela segue o mo-
delo mosaico fluido; é composta por uma camada bilipídica, pro-
teínas e carboidratos. Sua principal função é a permeabilidade
seletiva, isto é, fazer a seleção das moléculas que entram e saem
da célula.
8. RIBOSSOMOS
Os ribossomos são abundantes no citoplasma bacteriano. Apre-
sentam formato esférico e estão relacionados à síntese de proteínas.
© U2 - Propriedades Gerais das Bactérias 49
9. INCLUSÕES
As inclusões servem para a célula armazenar substâncias
importantes para o seu metabolismo. A quantidade das inclusões
pode variar, dependendo da quantidade de nutrientes disponível
no ambiente.
No citoplasma bacteriano, podem ser encontrados dois tipos
de inclusões:
• grânulos: contêm um aglomerado de moléculas compac-
tadas que ficam armazenadas no citoplasma. Os grânulos
não são delimitados por uma membrana. Exemplo: grâ-
nulos de glicogênio (um polímero de glicose, que serve
como fonte de energia) e grânulos de pirofosfato (políme-
ro de fosfato, importante para várias vias metabólicas).
• vesículas: são estruturas que armazenam moléculas (ga-
ses e lipídios) que são delimitadas por uma membrana.
15. CÁPSULA
Ao lado externo da parede celular de algumas bactérias, há
um depósito de material polissacarídico, com espessura variada,
que é denominada de cápsula ou camada limosa.
Esta camada polissacarídica está relacionada com a adesão
às células do hospedeiro, e funciona como um mecanismo de es-
cape das funções do sistema imune, uma vez que a cápsula difi-
culta o reconhecimento dos antígenos bacterianos presentes na
parede celular pelas células desse sistema.
Além disso, a presença da cápsula protege as bactérias con-
tra a dessecação, pois seus carboidratos interagem facilmente com
moléculas de água. Veja uma imagem de uma cápsula na Figura 10:
16. PILI
Os pili (plural do latim pilus, significa "pelos") são prolonga-
mentos externos pequenos e ocos, não associados com a promo-
ção da motilidade bacteriana. Há dois tipos de pili:
• Pili de ligação: também chamados de fímbrias, são curtos
e estão relacionados à adesão das bactérias nas superfí-
cies das células dos hospedeiros ou de rochas, na água,
17. FLAGELO
O flagelo consiste em uma estrutura longa e fina que, se fi-
xada na membrana celular e na parede celular, possui a função
de promover a locomoção. É composto de subunidades de uma
proteína chamada de flagelina, que confere ao flagelo uma forma
helicoidal.
Em relação ao flagelo, as bactérias são classificadas como:
1) atríquias: bactérias desprovidas de flagelo;
1) monotríquias: possuem um flagelo;
2) anfitríquias: possuem dois flagelos em polos opos-
tos;
3) lofotríquias: possuem dois ou mais flagelos em uma
extremidade;
4) peritríquias: possuem flagelos em toda a periferia
bacteriana.
19. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, estudamos as estruturas internas e externas
das bactérias. No aspecto intracelular, as bactérias não possuem
© U2 - Propriedades Gerais das Bactérias 59
20. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Representação de formas e arranjos bacterianos. Disponível em: <http://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/65/bacterial_morphology_diaGram_
pt.svg/649px-bacterial_morphology_diaGram_pt.svg.png>. Acesso em: 18 nov. 2012.
Figura 2 Esquema representativo da estrutura geral das bactérias.
Disponível em: <http://www.medley.com.br/aofarmaceutico/_files/
dbimagens/6f1b810fdad4fd465c116f704404ed96.jpg>. Acesso em: 18 nov. 2012.
Figura 3 Esquema representativo da estrutura bacteriana nucleoide. Disponível em:
<http://4.bp.blogspot.com/_veg-vqrxh9y/rgqc4jl_tyi/aaaaaaaaad8/trdzqkpvklk/s400/
img_monera1.gif>. Acesso em: 18 nov. 2012.
Figura 4 Esquema representativo de moléculas de peptideoglicano. Disponível em:
<http://faculty.ccbcmd.edu/courses/bio141/lecguide/unit1/prostruct/images/u1fig8_
ec.jpg>. Acesso em: 19 nov. 2012.
Figura 7 Esquema representativo da parede celular da bactéria ácido-
resistente Mycobacterium sp. Disponível em: <http://1.bp.blogspot.
com/- r0vwwhwkl5i/t3b1osxl7ai/aaaaaaaabgk/biotpoztjco/s1600/
parede+celular+de+uma+bacteria+mycobacterum+sp.jpg>. Acesso em: 19 nov. 2012.
Figura 8 Esquema da coloração de Gram. Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_
apnsf2xqudo/tpgixvkdrei/aaaaaaaaalc/sogdszn1j18/s1600/Gram01.jpg>. Acesso em: 20
nov. 2012.
Figura 9 Coloração de Gram. Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/
uploads/2010/02/Gram.jpg>. Acesso em: 20 nov. 2012.
Figura 10 Cápsula bacteriana. Disponível em: <http://www.icb.usp.br/bmm/ext/
arquivos/imagens/mario%20julio%20fig1a%20adesao%20bacterioides.jpg>. Acesso em:
21 nov. 2012.
Figura 11 Pili de ligação (fímbrias). Disponível em: <http://aulavirtual.usal.es/aulavirtual/
demos/microbiologia/unidades/documen/uni_02/57/figs/fig0408.jpg>. Acesso em: 21
nov. 2012.
Figura 12 Pili sexual ligando as bactérias. Disponível em: <http://lh5.ggpht.com/_
stdvfqgesji/tx-h5tgskzi/aaaaaaaacku/zefiu1aza8o/210973649_b75e67726a%5b9%5d.
jpg>. Acesso em: 21 nov. 2012.
Figura 13 Esquema representativo de conjugação bacteriana. Disponível em: <http://
www.sobiologia.com.br/figuras/reinos/transformacao.jpg>. Acesso em: 20 nov. 2012.
Figura 14 Representação dos tipos de flagelos bacterianos. Disponível em: <http://
pt.wikipedia.org/wiki/Flagelo>. Acesso em: 14 dez. 2012.
3
1. Objetivos
• Reconhecer a organização celular dos fungos.
• Classificar os fungos.
• Compreender a importância dos fungos na natureza.
2. Conteúdos
• Estrutura fúngica.
• Replicação fúngica.
• Classificação dos fungos.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, iremos estudar os fungos, um grupo de mi-
crorganismos eucariotos bastante diverso e amplamente distribuí-
do na natureza.
Aqui, você aprenderá a distinguir a morfologia dos fungos
filamentosos e leveduriformes, bem como conhecer as principais
classes de fungos e suas formas de multiplicação.
Espera-se que, ao final deste estudo, você seja capaz de reco-
nhecer a estrutura fúngica e desenvolva habilidades para distinguir
os fungos das bactérias e dos vírus. Além disso, espera-se que você
compreenda a importância desses seres vivos para nossa vida.
7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Diferencie fungos leveduriformes, fungos filamentosos e dimórficos.
8. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, estudamos a morfologia dos fungos, carac-
terizando-os em leveduriformes, fungos e dimórficos. Além disso,
você pôde conhecer as características morfológicas e reprodutivas
dos filos: Cythridiomycota, Zigomycota, Ascomycota, Basidiomyco-
ta e Deuteromycota.
Finalizando esta unidade, foi abordada a importância dos
fungos para o ser humano na indústria alimentícia e farmacêutica,
além de serem grandes recicladores de matéria orgânica.
Até o presente momento, estudamos os principais grupos
de microrganismos: vírus, bactérias e fungos. Na próxima unidade,
serão desenvolvidos os temas sobre o crescimento microbiano e
seu controle.
9. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Levedura de Saccharomyces cerevisiae. Disponível em: <http://www.
microbiologyonline.org.uk/themed/sgm/img/slideshows/3.1.4_fungi_2.png>. Acesso
em: 22 nov. 2012.
Figura 2 Microscopia eletrônica de varredura de Penicillium sp. Disponível em: <http://
www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/
fungos6.jpg>. Acesso em: 22 nov. 2012.
Figura 3 Esquema representativo das hifas de um fungo. Disponível em: <http://www.
notapositiva.com/pt/trbestbs/biologia/imagens/11reprodassexu03.jpg>. Acesso em: 22
nov. 2012.
4
1. Objetivos
• Identificar as fases do crescimento microbiano.
• Aprender os fatores que interferem no crescimento mi-
crobiano.
• Identificar os agentes químicos e físicos que inibem o
crescimento microbiano.
2. Conteúdos
• Crescimento microbiano.
• A curva do crescimento microbiano.
• Fatores que interferem no crescimento microbiano.
• Meio de cultura.
• Fatores que inibem o crescimento microbiano.
74 © Microbiologia e Imunologia
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta unidade, iremos abordar dois temas importantes: o
crescimento microbiano e o controle do crescimento microbiano.
Aqui, você aprenderá quais são os principais fatores físicos e nutri-
cionais que podem afetar a multiplicação microbiana.
Em nosso cotidiano, há circunstâncias em que o crescimen-
to microbiano é desejável, como, por exemplo, na preparação de
um pão, em que se acrescenta fermento biológico à mistura de
farinha, leite e açúcar. À medida que as leveduras crescem neste
ambiente, elas utilizam o açúcar para fermentar a massa; neste
processo, seu crescimento é bem-vindo. No entanto, em algumas
circunstâncias, o crescimento microbiano pode ser indesejável,
como o crescimento de microrganismos nos alimentos, tornando-
-os impróprios ao consumo, ou em uma situação de uma infecção,
em que se procura minimizar seu crescimento.
Espera-se que, ao final desta unidade, você seja capaz de re-
conhecer os fatores que interferem no crescimento microbiano,
que aprenda a identificar as fases desse crescimento e reconheça
os agentes químicos e físicos que exercem atividade microbicida.
© U4 - Crescimento Microbiano 75
5. CRESCIMENTO MICROBIANO
Em Microbiologia, a palavra "crescimento" refere-se ao au-
mento do número de células. A maioria das bactérias se multipli-
ca por meio da fissão binária, demorando, em média, 20 minutos
para se desenvolver.
O crescimento microbiano pode ser monitorado por meio da
contagem do número de células em uma cultura microbiana em
função do tempo. Com esses dados, constrói-se um gráfico cha-
mado de curva de crescimento microbiano, como o da Figura 1.
Temperatura
Cada microrganismo possui uma temperatura mínima, ne-
cessária à multiplicação celular, e uma temperatura máxima, que
é o limite para que as suas enzimas não sejam desnaturadas e ele
ainda continue a se multiplicar. Possui, também, uma temperatura
ótima, que é a temperatura ideal para seu funcionamento enzimá-
tico e, consequentemente, para sua proliferação máxima. Observe
o gráfico da Figura 3.
Oxigênio
De acordo com a necessidade de oxigênio, os microrganis-
mos são classificados em:
1) aeróbicos obrigatórios: necessitam de oxigênio para so-
breviver;
2) anaeróbicos obrigatórios: morrem na presença de oxi-
gênio;
3) microaeróbicos: necessitam de uma quantidade peque-
na de oxigênio para sobreviver;
4) anaeróbicos facultativos: sobrevivem na presença ou
ausência de oxigênio;
5) anaeróbicos aerotolerantes: sobrevivem na presença
do oxigênio, mas sem utilizá-lo em seu metabolismo.
Observe esta representação na Figura 5:
7. FATORES NUTRICIONAIS
Os fatores nutricionais são importantes para que os micror-
ganismos se multipliquem entre as principais fontes nutricionais.
São eles:
1) carbono: é disponibilizado para as células na forma de
carboidratos (glicose, frutose, sacarose e outros);
2) nitrogênio: é um importante componente dos ácidos
nucleicos;
3) fósforo e enxofre: são minerais utilizados na composição
de aminoácidos, nucleotídeos, fosfolipídios e ATP;
Meios de cultura
Para realizar o crescimento de um microrganismo em labora-
tório, é necessário, antes, conhecer seus requerimentos nutricio-
nais. Dessa forma, é possível preparar o meio de cultura, que pode
ser líquido ou sólido e contém nutrientes capazes de suportar o
crescimento dos microrganismos.
Observe, na Figura 6, os exemplos de meios de cultura sólido
e líquido.
Além de conter nutrientes, normalmente o meio de cultura
contém uma solução-tampão para manter o pH do meio de cul-
tura estabilizado no pH ótimo. E, após a inoculação (introdução
do microrganismo neste meio de cultura), ele é mantido em sua
temperatura ótima, em determinado período de tempo, que varia
para cada microrganismo, para que haja crescimento microbiano.
Observe esse crescimento nas figuras 7e 8.
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu
desempenho no estudo desta unidade:
1) Explique as fases do crescimento microbiano.
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, estudamos alguns aspectos que envolvem o
crescimento microbiano e o controle do seu crescimento.
Na próxima unidade, estudaremos as propriedades gerais do
sistema imunológico.
© U4 - Crescimento Microbiano 83
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Gráfico da curva de crescimento microbiano. Disponível em: <http://www.uff.
br/enzimo/images/stories/ensino/FCMgreen1.png>. Acesso em: 30 nov. 2012.
Figura 2 Distribuição dos microrganismos conforme o pH. Disponível em: <http://vsites.
unb.br/ib/cel/microbiologia/crescimento/pHs.jpg>. Acesso em: 30 nov. 2012.
Figura 3 Gráfico do efeito da temperatura no crescimento microbiano. Disponível em:
<http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/crescimento/temperaturas1.jpg>. Acesso em: 30
nov. 2012.
Figura 4 Gráfico da taxa de crescimento de diferentes tipos de microrganismos de
acordo com a temperatura. Disponível em: <http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/
crescimento/tipostermicos.jpg>. Acesso em: 30 nov. 2012.
Figura 5 Representação dos diferentes tipos de requerimentos de oxigênio das bactérias.
Disponível em: <http://www.scienceprofonline.org/images/oxygen-requirements-
bacterial- growth.jpg>. Acesso em: 30 nov. 2012.
Figura 6 Exemplos de meios de cultura. Disponível em: <http://www3.ha.org.hk/qeh/
department/path/photo/micro_culture_plate3.jpg>. Acesso em: 30 nov. 2012.
Figura 7 Meio de cultura com crescimento de colônias de bactérias.
Disponível em: <http://www.solabia.fr/solabia/produitsDiagnostic.nsf/SW_
PROD/828BE9E52AF1A593C12574C9002F3F40/$file/CSAKA_E%20sakazakii%20+%20
E%20cloacae%20d%C3%A9tour%C3%A9%20modifi%C3%A9%20copie.jpg>. Acesso em:
30 nov. 2012.
Figura 8 Meio de cultura sólido com crescimento de colônias de fungo. Disponível em:
<http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2011/286/quando-os-microrganismos-
salvam-vidas/image_preview>. Acesso em: 30 nov. 2012.
5
1. Objetivos
• Compreender os princípios que regem o sistema imune.
• Diferenciar imunidade inata e adquirida.
• Conhecer as principais células e tecidos do sistema imune.
• Adquirir noções sobre imunidade humoral
2. Conteúdos
• Propriedades gerais do sistema imune.
• Imunidade inata e imunidade adquirida.
• Fases das respostas imunes.
• Células do sistema Imune.
• Órgãos linfoides.
• Imunidade humoral.
• Imunidade celular.
86 © Microbiologia e Imunologia
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta última unidade, aprenderemos os fundamentos da
Imunologia.
O sistema imune é responsável por reconhecer os compo-
nentes próprios e não próprios do corpo e, por consequência dis-
so, efetua a defesa contra a invasão de patógenos e outras subs-
tâncias estranhas ao corpo.
Você terá a oportunidade de conhecer os tipos de imunida-
de existentes, as células do sistema imune e a localização anatômi-
ca dos órgãos linfoides.
Posteriormente, você poderá ter uma breve visão da imuni-
dade humoral, mediada pelos anticorpos, e da imunidade celular,
coordenada pelos linfócitos T.
Ao final desta unidade, espera-se que você possa distinguir
a imunidade natural e a imunidade adquirida, para ter uma visão
panorâmica do funcionamento do sistema imune, das principais
células e órgãos linfoides, além de noções sobre as imunidades
humoral e celular.
© U5 - Noções do Sistema Imune 87
ÓRGÃOS LINFOIDES
Os linfócitos, os fagócitos e as células acessórias são concen-
trados em alguns órgãos e tecidos definidos, chamados de órgãos
linfoides.
Esses órgãos são anatomicamente organizados para favorecer
o encontro entre os antígenos e as células reconhecedoras de antí-
genos, otimizando o reconhecimento e a ativação dos linfócitos.
São classificados em dois tipos:
• Órgãos linfoides geradores ou primários: compostos pela
medula óssea e pelo timo, onde ocorre a produção e o
amadurecimento dos linfócitos, no sentido de estarem
aptos para reconhecer os antígenos.
• Órgãos linfoides periféricos ou secundários: são os locais
onde os linfócitos maduros reconhecem os antígenos es-
tranhos, como os linfonodos, o baço e o sistema imune
cutâneo e de mucosas.
© U5 - Noções do Sistema Imune 95
Medula óssea
A medula óssea, como foi mencionado anteriormente, ori-
gina todas as células do sangue a partir de uma célula precursora
não diferenciada, que é comissionada a se diferenciar em diversos
tipos de células presentes no sistema imune, como os eritrócitos,
os leucócitos e as plaquetas, de acordo com as citocinas estimula-
doras ao seu redor. Observe a medula óssea e as células formadas
no esquema da Figura 6:
Timo
O timo é um órgão bilobado, localizado na parte anterior
do coração, conforme você pode observar na Figura 7, que sofre
involução (diminuição de tamanho) a partir da adolescência. Em
seu interior, ele é subdividido em lóbulos menores que possuem
uma região externa chamada de córtex, rica em linfócitos T e uma
região central, a medula, onde os linfócitos são encontrados em
menor quantidade.
Os timócitos (linfócitos imaturos no timo) encontram-se em
diferentes estágios de maturação; eles migram no sentido córtex-
-medula e, nesta jornada, amadurecem, tornando-se os linfócitos
T CD4 ou T CD8.
© U5 - Noções do Sistema Imune 97
Linfonodos
Os linfonodos são nódulos de tecido linfoide distribuídos
pela rede de vasos linfáticos do corpo. Observe o esquema da Fi-
gura 8. Os vasos linfáticos transportam a linfa, um líquido derivado
dos resíduos excretados pelas células e tecidos do corpo.
À medida que a linfa passa pelos linfonodos, as células fagocíti-
cas capturam os possíveis antígenos e apresenta-os para os linfócitos
T e B. Poderíamos dizer que os linfonodos filtram os antígenos da linfa.
Baço
O baço é um órgão abdominal que possui a mesma função
que os linfonodos, porém ele filtra os antígenos presentes no san-
gue. Veja sua imagem na Figura 9.
Histologicamente, ele é dividido em polpa vermelha e polpa
branca. A polpa vermelha contém os sinusoides vasculares, com
grande quantidade de macrófagos que fazem a digestão de eritró-
citos mortos. Já a polpa branca contém tecido linfoide, com linfó-
citos T e B e células fagocíticas.
8. IMUNIDADE HUMORAL
A imunidade humoral é coordenada pelos linfócitos B, que
possuem em sua membrana celular um receptor que reconhece
os antígenos (moléculas capazes de induzir uma resposta imune),
denominado de BCR (Receptor da Célula B) ou mais comumente
de anticorpo ou imunoglobulinas (Ig).
Um linfócito B virgem (célula que ainda não interagiu com
seu antígeno específico), ao reconhecer um antígeno, é ativado,
aumenta de tamanho e começa a produzir e excretar anticorpos. A
célula B produtora de anticorpos é chamada de plasmócito.
Estrutura do anticorpo
A estrutura geral de uma molécula de anticorpo é composta
por quatro cadeias peptídicas, que apresentam o formato da letra Y.
O anticorpo possui duas cadeias pesadas idênticas, e duas
cadeias leves, idênticas. Cada cadeia leve está ligada a uma cadeia
pesada e as duas cadeias pesadas estão ligadas entre si por meio
de ligações dissulfeto. Veja a Figura 12.
9. IMUNIDADE CELULAR
Os linfócitos T são células que reconhecem os antígenos por
meio do receptor membrânico TCR, que, em oposição aos linfóci-
tos B, que reconhecem antígenos de natureza molecular variada
(carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos), reconhecem
primariamente peptídeos proteicos que necessariamente devem
estar associados às moléculas do MHC.
O MHC (Complexo de Histocompatibilidade Maior) é um
conjunto de genes cujos produtos são expressos na superfície ce-
lular. O papel fisiológico das moléculas de MHC é apresentar antí-
genos para os linfócitos T.
As moléculas de MHC são divididas em dois tipos principais,
como veremos a seguir.
MHC classe I
O MHC classe I é uma molécula composta por duas cadeias
peptídicas (cadeia alfa e cadeia beta 2 microglobulina).
A cadeia alfa possui três domínios chamados de α1, α2 e α3.
Os dois primeiros domínios são variáveis e formam uma fenda en-
tre si, onde o antígeno se liga. O domínio α3 é constante. Para
compreender melhor, veja o esquema da Figura 16.
MHC classe II
O MHC classe II é uma molécula composta por duas cadeias
peptídicas (cadeia alfa e cadeia beta) que contêm domínios variáveis
e constantes que formam uma fenda entre os domínios variáveis que
se associa a antígenos extracelulares. Veja seu esquema na Figura 17.
© U5 - Noções do Sistema Imune 105
12. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 4 Esquema representativo das células do sistema imune. Disponível em: <http://3.
bp.blogspot.com/_zxggjiyyvoo/s_6kjk8msti/aaaaaaaaacq/bu-v67rq_ty/s1600/
hematopoiese.jpg>. Acesso em: 22 nov. 2012.
Figura 5 Esquema representativo dos órgãos linfoides do corpo humano. Disponível
em: <http://3.bp.blogspot.com/- E8AtphWtBnc/TtKuUALx9yI/AAAAAAAAAHU/
UbcMMtDMsdI/s1600/linfatico.jpg>. Acesso em: 29 nov. 2012.
Figura 6 Esquema representativo dos componentes da medula óssea. Disponível em:
<http://1.bp.blogspot.com/_TYKXEPKoytc/SSiTUG0y8bI/AAAAAAAABTg/Rr6Jem65oEI/
s320/s9.bmp>. Acesso em: 28 nov. 2012.
Figura 7 Esquema representativo da localização anatômica do timo. Disponível em:
<http://trialx.com/curetalk/wp-content/blogs.dir/7/files/2011/05/diseases/Thymus_
Cancer-3.jpg>. Acesso em: 28 nov. 2012.
Figura 8 Esquema representativo da estrutura de um linfonodo. Disponível em:
<http://www.cancerresearchuk.org/prod_consump/groups/cr_common/@cah/@gen/
documents/image/crukmig_1000img-12068>. Acesso em: 29 nov. 2012.
Figura 9 Esquema representativo da localização do baço e das suas estruturas (detalhe).
Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d6/Illu_
spleen.jpg/250px-Illu_spleen.jpg >. Acesso em: 29 nov. 2012.
Figura 10 Esquema representativo da cabeça, em corte sagital, apresentando as tonsilas
faríngeias, palatinas e linguais. Disponível em: <http://www.dejadrn.com.br/wp-
content/uploads/2012/11/amidalas.jpg>. Acesso em: 29 nov. 2012.
Figura 11 Esquema representativo de uma placa de Peyer. Disponível em: <http://www.
immunopaedia.org.za/typo3temp/pics/c39e02acb3. >. Acesso em: 29 nov. 2012.