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O que é IAM?

Um Infarto Agudo do Miocárdio ocorre quando o fluxo de sangue que leva ao


miocárdio (músculo cardíaco) é bloqueado por um tempo prolongado, de modo
que parte do músculo cardíaco seja danificado ou morra. Os médicos chamam
isso de Infarto Agudo do Miocárdio.

Também chamado de infarto ou ataque cardíaco. Com tratamento adequado, é


possível evitar danos significativos no músculo cardíaco e isso é primordial
para que o paciente possa viver muitos anos sentindo-se bem. Por isso, é
crucial chamar a emergência ou correr para o hospital nos primeiros sinais do
problema.

As doenças cardiovasculares são líderes em morte no mundo, sendo


responsáveis por quase 30% das mortes no Brasil. Dentre estas, o infarto é
uma das principais causas.
Causas

O infarto ocorre quando uma ou mais artérias que levam oxigênio ao coração
(chamadas artérias coronárias) são obstruídas abruptamente por um coágulo
de sangue formado em cima de uma placa de gordura (ateroma) existente na
parede interna da artéria.

A presença de placas de gordura no sangue é chamada de


aterosclerose (placa de colesterol). O paciente que possui placas de
aterosclerose com algum grau de obstrução na luz de uma artéria tem a
chamada DAC – doença arterial coronariana. Conforme a placa de gordura
(ateroma) cresce, ela leva à obstrução cada vez maior da coronária e pode
levar ao sintoma de dor no peito aos esforços (angina). Em geral, uma pessoa
tem sintoma de dor no peito aos esforços quando a obstrução é maior que
70%.

Antigamente acreditava-se que o infarto agudo do miocárdio ocorria quando


estas placas cresciam progressivamente até fechar completamente o vaso.
Hoje sabemos que não é isso que ocorre. O fechamento do vaso ocorre devido
a uma ruptura na parede da placa de gordura, levando à formação de um
coágulo que obstrui abruptamente a artéria e ocasiona o infarto agudo do
miocárdio.
Outra descoberta importante foi que esta ruptura, formação de coágulo e
fechamento do vaso pode ocorrer em placas de aterosclerose pequenas que
causavam 20% a 30% de obstrução e, por isso, eram assintomáticas.

Então, é possível que alguém que não sinta nada em caminhadas ou até em
corridas possa sofrer um infarto agudo do miocárdio? A resposta é sim! Cerca
de 50% a 60% dos infartos ocorrem em pessoas previamente assintomáticas.
Por conta disso, o check-up é tão importante.

Outra causa incomum de infarto são espasmos de uma artéria coronária, que
podem ser capazes de interromper o fluxo de sangue a uma parte do músculo
cardíaco. Drogas, como a cocaína, podem causar tal espasmo. Um ataque
cardíaco também pode ocorrer devido a uma ruptura na artéria do coração, ou
coágulos que viajaram de outras partes do corpo pelo sangue. Infarto também
pode ocorrer se o fluxo sanguíneo para o coração é severamente diminuído,
em situações como a pressão arterial muito baixa (choque).

Fatores de risco

Fatores de risco de infarto incluem:

 Idade: homens acima dos 45 anos e mulheres com 55 anos ou mais


tem maior propensão ao infarto
 Tabagismo
 Hipertensão
 Colesterol elevado
 Diabetes
 Histórico familiar de infarto
 Sedentarismo
 Obesidade
 Estresse
 Alcoolismo
 Uso de drogas ilegais estimulantes, como cocaína.

Sintomas

A dor do infarto pode ser típica ou atípica. A dor típica tem como características
ser no meio do peito, em aperto, espalhando para o braço esquerdo,
acompanhada de sudorese, náusea e palidez cutânea. Casos de dor atípica
podem ser mais difíceis de caracterizar. Em geral se diz que a dor do infarto
pode se alojar em qualquer local entre o lábio inferior e a cicatriz umbilical. As
características do infarto em mulheres são muito menos típicas, com queixas
de queimação ou agulhadas no peito ou ainda falta de ar sem dor. Qualquer
dor nessas regiões que se mantêm por mais de 20 minutos deve ser
investigada e considerada doença grave, especialmente se associada aos
seguintes sintomas:

 Vômitos
 Suor frio
 Fraqueza Intensa
 Palpitações
 Falta de ar
 Sensação de ansiedade
 Fadiga
 Sonolência
 Desmaio, tontura ou vertigem.

Nem todas as pessoas que tem um infarto sofrem os mesmo sintomas ou os


mesmos danos ao coração. Muitos infartos não são graves nem dramáticos,
podendo não apresentar sintomas ou sinais pouco específicos, como dor no
queixo.

O infarto pode ocorrer a qualquer momento – no trabalho, praticando exercícios


ou mesmo descansando. Algumas vezes ele é súbito, em outras leva horas
para a pessoa perceber que está com algum problema. Em alguns casos, pode
levar dias até que o paciente note uma dor mais forte ou alteração. Mas o que
geralmente acontece é que algum sintoma mais leve é ignorado até a piora do
quadro, quando paciente procura ajuda médica.

É muito comum confundir o infarto com uma parada cardíaca – ou seja, dizer
que o infarto só acontece quando o coração subitamente para de bater. Parada
cardíaca súbita ocorre quando um distúrbio elétrico no coração interrompe sua
ação de bombeamento e faz o sangue parar de fluir para o resto do seu corpo.
Um infarto pode levar a uma parada cardíaca, mas não são sinônimos.
Buscando ajuda médica

Na presença dessas sensações, é de extrema importância procurar ajuda no


pronto socorro mais próximo imediatamente. Conforme o tempo passa a dor
pode até diminuir, mas o dano torna-se mais extenso e irreversível. Caso você
desconfie de um infarto:

 Ligue para emergência e peça ajuda. Se você suspeita que está


sofrendo um infarto, não hesite em ligar para o SAMU ou outro número
de emergência. Se você não tiver como fazer essa ligação, peça para
alguém leva-lo até o hospital mais próximo – vá dirigindo apenas em
último caso.

Se você vê alguém tendo um infarto

 Chame a emergência
 Deixe a pessoa confortável
 Dê ácido acetilsalicílico
 Cheque o nível de consciência da pessoa constantemente
 Verifique se alguém próximo tem treinamento de atendimento básico
de emergência e sabe usar um DEA (desfibrilador automático externo)
e verifique se há um disponível. Este aparelho é capaz de salvar vidas
durante um episódio de parada cardíaca.

Diagnóstico

Se você está tendo um ataque cardíaco, ele normalmente será diagnosticado


em um cenário de emergência e não em uma consulta médica. Caso você
esteja acordado, será solicitado a descrever seus sintomas e vai ter a sua
pressão arterial, pulso e temperatura marcada. Você vai ser ligado a um
monitor cardíaco e vai começar quase que imediatamente fazer testes para
confirmar o infarto.

A equipe médica vai ouvir o seu coração e pulmão usando um estetoscópio.


Você será questionado sobre seu histórico de saúde e histórico familiar de
doença cardíaca. Os testes vão ajudar a verificar se os seus sinais e sintomas,
como dor no peito, são sinal de um ataque cardíaco ou outra condição. Estes
exames incluem:
 Eletrocardiograma (ECG)
 Exames de sangue.

Você também pode passar por esses exames adicionais:

 Radiografia do tórax
 Ecocardiograma
 Cateterização coronariana (angiografia)
 Teste ergométrico, após o quadro estar estabilizado
 Cintilografia do miocardio
 Tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética.

Tratamento e prevenção

O tratamento de IAM em um hospital varia de acordo com a situação. Você


pode ser tratado com medicamentos, ser submetido a um procedimento
invasivo ou ambos - dependendo da gravidade do seu estado e da quantidade
de danos ao seu coração.

Nunca é tarde demais para tomar medidas para prevenir um infarto - mesmo se
você já teve um. Tomar medicamentos pode reduzir o risco de um ataque
cardíaco subsequente e ajudar a sua função cardíaca danificada melhor.
Mudanças no estilo de vida também desempenham um papel fundamental na
prevenção e recuperação.

Medicamentos
Medicamentos indicados para tratar um ataque cardíaco incluem:

 Ácido acetilsalicílico
 Trombolíticos
 Medicamentos semelhantes ao ácido acetilsalicílico para ajudar a
prevenir a formação de coágulos novos, incluem clopidogrel e outros,
chamados inibidores da agregação plaquetária
 Outros medicamentos para afinar o sangue
 Analgésicos
 Nitroglicerina
 Betabloqueadores
 Inibidores de ECA
 Medicamentos para baixar o colesterol.

Procedimentos
Além de medicamentos, você pode passar por um dos seguintes
procedimentos para o tratamento de seu ataque cardíaco:

 Angioplastia coronária com implante de stent


 Cirurgia de revascularização miocárdica.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu
caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à
risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa
o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de
uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as
instruções na bula.
Complicações possíveis

 Arritmia cardíaca
 Insuficiência cardíaca
 Ruptura do músculo cardíaco, que pode ser fatal
 Problema nas válvulas cardíacas

Mudanças no estilo de vida

Além de medicamentos, as mesmas mudanças de estilo de vida que podem


ajudar você a se recuperar de um ataque cardíaco também pode ajudar a
prevenir futuros ataques cardíacos. Estes incluem:

 Não fumar
 Controlar a pressão arterial e o colesterol
 Evitar o fumo passivo
 Fazer check-ups médicos regulares
 Fazer exercícios regularmente
 Manter o peso ideal
 Ter uma dieta saudável
 Controlar o diabetes
 Controlar o estresse
 Não ingerir álcool em excesso.

Bibliografia:

Bruno Valdigem, cardiologista especialista do Portal Minha Vida - CRM


118535

Revisado por: Rafael Munerato, cardiologista e diretor médico do Lavoisier


Medicina Diagnóstica - CRM 101547

Ministério da Saúde

Sociedade Brasileira de Cardiologia

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