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Coordenação:
Marcelo Cintra do Amaral
Gerente de Coordenação de Políticas de Sustentabilidade - BHTRANS
SUMÁRIO
2. Plano de Mobilidade......................................................................................................................12
3. Diagnóstico e Prognóstico do Sistema de Mobilidade................................................................16
3.1. Pontos Críticos do Sistema Atual..................................................................................16
3.2. Prognóstico Segundo Tendências Atuais......................................................................21
3.3. Evolução dos Indicadores Tendenciais..........................................................................24
4. Diretrizes do Plano de Mobilidade...............................................................................................30
4.1. Horizontes de Planejamento......................................................................................... 30
4.2. Objetivos Estratégicos.................................................................................................... 31
4.3. Ferramentas de Planejamento....................................................................................... 33
4.3.1. TOD - Transit Oriented Development................................................................ 33
4.3.2. BRT - Bus Rapid Transit...................................................................................... 37
4.3.3. Restrição ao uso dos modos motorizados individuais..................................... 39
5. Propostas do Plano........................................................................................................................ 44
5.1. Transporte Coletivo Mais Atrativo................................................................................. 44
5.1.1. Embasamento da Proposta.................................................................................. 46
5.1.2. Características da Proposta do PlanMob-BH...................................................... 57
5.1.2.1. Sistema de Alta e Média de Capacidade..............................................58
5.1.2.2. Diversificação de Modos........................................................................65
5.1.2.3. Intervenções no Sistema Viário.............................................................71
5.1.2.4. Desestímulo ao Uso do Automóvel......................................................75
5.2. Promoção da Segurança no Trânsito............................................................................. 75
5.2.1. Embasamento da Proposta.................................................................................. 76
5.2.2. Características da Proposta do PlanMob-BH...................................................... 78
5.2.2.1. Direitos Preferenciais aos Pedestres e Aumento da Segurança..........78
5.2.2.2. Operação do Sistema.............................................................................86
5.2.2.3. Circulação de Motocicletas....................................................................88
5.3. Melhoria da Qualidade Ambiental e Estímulo
aos Modos Não Motorizados........................................................................................89
5.3.1. Embasamento da Proposta................................................................................. 90
5.3.2. Características da Proposta do PlanMob-BH...................................................... 93
5.3.2.1. Tecnologia dos Sistemas BRT.................................................................93
5.3.2.2. Ganhos Ambientais do Plano.................................................................94
5.3.2.3. Rede Cicloviária.....................................................................................100
5.4. Potencialização do Ambiente de Negócios e Inclusão Social....................................103
5.4.1. Embasamento da Proposta...............................................................................105
5.4.2. Características da Proposta do PlanMob-BH....................................................111
5.4.2.1. Inclusão Social e Qualidade do Serviço..............................................111
5.4.2.2. Circulação de Carga Urbana.................................................................116
5.4.2.3. Integração Física e Tarifária do Sistema Proposto..............................117
6. Implementação do Plano.............................................................................................................122
6.1. Custos de Investimento.......................................................................................122
6.2. Resultados Esperados..........................................................................................129
6.3. Monitoramento....................................................................................................135
6.3.1. Identificação dos Elementos de Monitoramento.................................135
6.3.2. Definição dos Indicadores de Monitoramento.....................................138
7. Recomendações............................................................................................................................142
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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1. APRESENTAÇÃO
O Plano de Mobilidade de Belo Horizonte – PlanMob-BH foi realizado É importante destacar que Belo Horizonte sofre enorme interferência do
pela Prefeitura de Belo Horizonte, através da Empresa de Transportes e sistema de ônibus metropolitano em função de sua posição relativa em
Trânsito de Belo Horizonte – BHTRANS, entre março de 2008 e agosto de relação aos municípios vizinhos, concentrando grande parte dos polos de
2010, tendo como horizonte de planejamento o ano de 2020. atração de viagens. Embora a análise do sistema metropolitano não seja
de competência do nível municipal, devido à influência que a operação
Constitui-se em um importante instrumento orientador das ações em trans-
do sistema metropolitano provoca sobre o desempenho do sistema viário
porte coletivo, individual e não motorizado que deverão ser conduzidas
e de transporte de Belo Horizonte, em todas as análises realizadas essa
pela Prefeitura do Município para atender às necessidades atuais e futuras
influência foi considerada.
de mobilidade da população de Belo Horizonte.
O PlanMob-BH é constituído dos seguintes componentes, cujos elemen-
Este documento tem a finalidade de apresentar os resultados das ativida-
tos foram apresentados em relatórios de atividades específicos:
des desenvolvidas ao longo do processo de sua concepção, segundo uma
abordagem analítica. Consultas específicas a respeito de questões meto- • Plano de Comunicação; • Plano de Melhoria da Oferta;
dológicas e técnicas podem ser obtidas nos relatórios específicos de cada • Diagnóstico e Prognóstico; • Plano de Implantação,
uma das etapas do estudo. • Plano de Gestão da Demanda; • Gestão e Monitoramento.
Mirante Foto: Marcelo Rosa
PLANO DE MOBILIDADE
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Aliado a isso, tomando-se como referência os custos en- agentes envolvidos e os vários aspectos específicos do
volvidos em implantações de redes de transporte de alta sistema de mobilidade.
capacidade, verifica-se que os modernos sistemas do Neste sentido, baseado em um amplo programa de levan-
tipo BRT (Bus Rapid Transit) são altamente viáveis, uma tamento e análise de dados atualizados sobre as diversas
vez que garantem capacidades de transporte compará- componentes do sistema de circulação de veículos e pes-
veis aos sistemas sobre trilhos e exigem custos de inves- soas na cidade, foi desenvolvido o Plano de Mobilidade de
timento da ordem de 10 a 15% daqueles. Belo Horizonte – PlanMob-BH.
Por outro lado, poucas cidades, especialmente no Bra- A BHTRANS adota, como diretriz para todo o processo
sil, têm conseguido resultados satisfatórios em relação às de planejamento e operação dos sistemas de trânsito e
medidas voltadas para harmonizar a convivência entre transporte, o seguinte conceito de Mobilidade Urbana:
os sistemas de transporte de passageiros e o sistema de
“conjunto de deslocamentos de pessoas e bens, com base
distribuição de cargas urbanas. Em geral, tais medidas
nos desejos e necessidades de acesso ao espaço urbano,
têm sido no sentido de restringir a circulação dos veícu-
por meio da utilização dos diversos modos de transporte”.
los de carga em termos temporais, espaciais e em função
da dimensão dos veículos, sem uma avaliação clara da Este conceito envolve, ainda, preocupações com a inclu-
eficácia de tais medidas. são social, a sustentabilidade ambiental, a gestão partici-
pativa e a democratização do espaço público.
Para que se consigam resultados positivos e de longo
prazo é necessário que a questão da distribuição de Com base nesses conceitos e referências, o PlanMob-BH
cargas urbanas seja inserida no processo de planejamento foi desenvolvido a partir de uma detalhada análise das
urbano, embora ainda não estejam muito claros quais condições atuais tanto da cidade quanto da inter-relação
os instrumentos efetivos para viabilizar essa abordagem, entre esta e os demais municípios da Região Metropolita-
na medida em que poucas cidades têm informações na de Belo Horizonte, em termos dos fluxos de pessoas e
confiáveis a respeito de seu sistema de distribuição de mercadorias nos diversos modos de transporte, incluindo
cargas. os não motorizados.
Mesmo com as iniciativas que já vem sendo implemen O principal objetivo do PlanMob-BH foi, portanto, pro-
tadas em algumas cidades brasileiras, o que se observa por uma série de intervenções físicas, operacionais e de
é que, na maior parte dos casos, as ações ainda são políticas públicas, de uma forma articulada e sistêmica,
isoladas, sem uma visão sistêmica capaz de gerar buscando maximizar os benefícios para toda a sociedade
benefícios amplos, reduzindo o potencial sinérgico de e explorando as potencialidades de cada um dos compo-
medidas propostas levando em consideração os diversos nentes do sistema de mobilidade.
Igreja São Francisco de Assis Foto: Marcelo Rosa
DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO
DO SISTEMA DE MOBILIDADE
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Níveis de serviço
100% 91,9%
90%
80%
% de Malha Viária
70%
% da Malha viária
60%
50%
40%
30%
20% Figura 1:
10% 3,7% 4,4% Rede Representativa do
0% Cenário Base 2020
Vias Congestionadas Vias Saturadas Vias Livres
(vol/cap>=1.0) (1.0>vol/cap>=0.8) (vol/cap<0.8)
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Os resultados indicam que os níveis de congestionamen- No que se refere à configuração da rede viária, a Área
to em Belo Horizonte, em algumas regiões da cidade, já Central de Belo Horizonte apresenta certa falta de arti-
apresentam sinais de saturação, mas ainda em patama- culação com a área externa (somente a primeira foi pla-
res inferiores que aqueles observados nas maiores capi- nejada) em função da conformação das vias, que leva a
tais do país, particularmente São Paulo e Rio de Janeiro. uma convergência do fluxo de tráfego para a Área Cen-
Entretanto, os níveis de congestionamento verificados tral, especialmente no que se refere ao significativo trá-
em Belo Horizonte já preocupam, especialmente os veri- fego de passagem.
ficados no pico da tarde. Além disso, a concentração de atividades econômicas
nessa região associada à oferta de vagas de estacionamento
Além disso, quando analisado o carregamento da malha
induz a realização de viagens por automóvel, o que gera uma
viária, percebeu-se que os principais pontos de reten-
série de problemas. Nesse sentido, medidas de restrição ao
ção do tráfego são bastante concentrados em algumas
uso de automóvel e de prioridade aos sistemas de transporte
regiões da cidade, particularmente nas vias de acesso à
coletivo foram estudadas e se mostraram efetivas para a
Área Central, tais como as Avenidas Amazonas, Pres. An-
organização da circulação do tráfego na Área Central de
tônio Carlos e Cristiano Machado.
Belo Horizonte.
A partir das análises realizadas, verifica-se que o preço Sistema de Transporte por Ônibus
pela não adoção de medidas de priorização dos sistemas O sistema de transporte de ônibus do município, embora
de transporte coletivo e não motorizados será bastante tenha evoluído em termos de organização das linhas e de
elevado em um curto horizonte de tempo. implantação de facilidades para integração física e tarifá-
ria, ainda não se constitui em uma rede efetivamente or-
Embora Belo Horizonte possa ser considerada uma das ganizada segundo o conceito de tronco-alimentação, ou
cidades brasileiras com tradição na proposição de medi- seja, baseada em linhas de grande capacidade nos eixos
das de organização do sistema de mobilidade, diversos principais, integradas com linhas que permitam o acesso
pontos deverão ser repensados com o intuito de criar um ao interior dos bairros. A configuração atual eleva os custos
ambiente favorável para a implementação de mecanis- do sistema, uma vez que opera com sobre-oferta em vários
mos de gerenciamento da demanda, não apenas no que pontos. Além disso, o sistema municipal sofre interferência
se refere ao aspecto institucional, mas também no que direta do sistema metropolitano, especialmente ao longo
diz respeito à implementação de melhorias físicas e ope- dos corredores que se dirigem para a Área Central da cida-
racionais no sistema. de, em função da sobreposição de oferta entre os sistemas.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Medidas de racionalização do sistema municipal e sua ar- efetiva neste sentido. Essa estratégia, ao reduzir os atra-
ticulação com o sistema metropolitano deverão ser propos- sos no sistema, gera redução nos custos operacionais
tas, não apenas em termos de uma efetiva implantação da na medida em que permite a operação com uma frota
lógica de tronco-alimentação, adequando a oferta do sis- otimizada e aumenta o conforto dos usuários, uma vez
tema à demanda existente, inclusive com a utilização de que as operações de embarque e desembarque tornam-
veículos com capacidades adequadas em cada caso, mas -se extremamente rápidas.
especialmente com medidas de priorização do sistema de
Sistema Sobre Trilhos
transporte coletivo nos principais corredores.
Analisando o sistema sobre trilhos de Belo Horizonte,
Todavia, é importante ter em mente que o adequado
constata-se que o traçado da linha existente não atende
planejamento de um sistema tronco-alimentado é fun-
diretamente a Área Central, principal destino das viagens
damental para a redução dos custos do sistema e, princi-
no período do pico da manhã. Destaca-se que, na situa-
palmente, para garantir o conforto dos usuários. Existem
ção atual, o trem metropolitano, em função da limitação
pelo menos dois aspectos que podem ser as razões do
do número de composições, não tem condições de am-
sucesso ou do fracasso da operação do sistema tronco-
pliar significativamente a oferta de lugares.
-alimentado:
Todavia, com a ampliação da oferta do sistema de trem
- Inicialmente, por definição, a lógica da tronco-alimen-
metropolitano, a linha existente poderá operar como um
tação provoca um maior número de transferências.
eficiente corredor troncal, de elevada capacidade, com
Portanto, os pontos de integração devem ser projeta-
linhas alimentadoras distribuídas ao longo das estações
dos para que as transferências sejam realizadas com
do sistema, particularmente na Área Central, de modo a
conforto, segurança e rapidez, de modo a não gerar
minimizar a limitação operacional gerada pela localiza-
penalidades aos usuários.
ção da estação em relação ao real destino dos usuários
- A capacidade de um sistema troncal está limitada pela na Área Central. Com medidas de prioridade para o sis-
capacidade dos pontos de embarque e desembarque tema de ônibus, esse percurso final poderá ser vencido
de passageiros. A alternativa de pagamento externo aos com velocidade adequada e proporcionará mais con
veículos do sistema troncal tem se mostrado bastante forto aos usuários.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Este cenário, referido como “Cenário Base 2020”, vislumbra o que acon-
teceria se a matriz de demanda de viagens crescesse ao longo do hori-
zonte de análise segundo a tendência atual, servindo mais como referên-
cia de comparação do que como alternativa real.
Figura 3:
Carregamento de Passageiros
em Autos no Pico da Manhã /
Saturação Viária
Figura 4:
Freqüência de Ônibus / Carregamento
de Passageiros de Transporte Coletivo no
Pico da Manhã
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Níveis de Serviço
100%
100%
90%
80,4%
80%
70%
% da Malha Viária
60%
50%
40%
30%
20%
12,1% 7,5%
10%
0%
Vias Congestionadas Vias Saturadas Vias Livres
(vol/cap>=1.0) (1.0>vol/cap>=0.8) (vol/cap<0.8)
Figura 5: Distribuição das Extensões por Nível de Serviço na Situação Futura (2020)
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
24
60,0% 30 20,0%
18,0%
16,0%
55,0% 25
14,0%
12,0%
50,0%
20 10,0%
8,0%
45,0% 6,0%
15
4,0%
40,0% 2,0%
10 0,0%
2008 2020 2008 2020
35,0%
TC-Vel. Média BH
2008 2020
Extensão Saturação
Privado-Vel. Média BH (1.0>vol/cap>=0.8)
Transporte Privado
TC-Vel. Média Centro Extensão Congestionamento
Transporte Coletivo Privado-Vel. Média Centro (vol/cap>=1.0)
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Em termos de distribuição modal, caso nada de significa- Possivelmente, o impacto mais significativo destes efei-
tivo seja implantado no sistema de mobilidade da cidade tos será sobre o nível de congestionamento da rede viária,
no sentido de inverter as tendências atualmente observa- que passaria dos atuais 3,7% da rede total municipal, para
das, as participações dos transportes coletivos e privado níveis superiores a 12% de vias com volumes superiores
irão se inverter. às capacidades, representando um aumento de 240% em
relação à situação atual. Da mesma forma, a extensão das
Atualmente, cerca de 54% do total de viagens realizadas
vias com nível de saturação comprometido, ou seja, com
na hora de pico da manhã ocorrem em transporte cole-
volumes superiores a 80% da capacidade, também deverá
tivo. Essa participação deverá cair para menos que 48%
apresentar crescimento significativo, da ordem de 65%.
em 2020, sendo que a maioria das viagens passaria a ser
realizada em veículos privados. Portanto, observou-se que os indicadores obtidos apon-
tam para uma situação crítica nos horizontes futuros,
Essa tendência apresentou grande reflexo nas velocida-
caso não sejam propostas e implantadas medidas efeti-
des médias do sistema. Considerando toda a área urba-
vas que promovam viagens por transporte coletivo e não
na, as velocidades do transporte coletivo apresentariam
motorizadas e inibam o uso do automóvel particular.
uma queda superior a 10%, tanto na média do município
quanto na Área Central, enquanto que, no caso dos au- As Tabelas 1.1 e 1.2 apresentam os resultados obtidos
tomóveis, esta queda seria da ordem de 30% em relação para os indicadores de desempenho de rede referentes
à situação atual. aos Cenários Rede Atual 2008 e Rede Atual 2020.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Tabela 1.1 – Resultados Obtidos para as Situações Atual em 2008 e Tendencial em 2020
Cenário
Indicador Rede Atual Rede Atual
2008 2020
Total 492,514 616,486
Autos 224,154 320,299
Viagens Alocadas
Transporte Coletivo 268,36 296,187
Bicicletas - -
Autos 45,5% 52,0%
Distribuição Modal Transporte Coletivo 54,5% 48,0%
Bicicletas 0,0% 0,0%
Velocidade Média - Rede Interna (km/h) 19,8 18
Tempo Médio no Veículo - Viagens Internas (min) 29,4 34,5
Tempo Médio Caminhada-Viagens Internas (min) 12,9 14
Tempo Médio de Espera - Viagens Internas (min) 3,9 3,7
Rede Transporte Coletivo
Total de Embarques 348,868 432,433
Municipal
Total de Embarques no Metrô 18,787 59,273
Taxa de Transferência 1,3 1,46
Tarifa Média - Viagens Internas (R$) 2,18 2,27
Velocidade Média - Rede Interna (km/h) 26,2 17,1
Automóveis
Tempo Médio no Veículo - Viagens Internas (min) 16,9 25,9
Velocidade Média - Viagens Internas (km/h) - -
Bicicletas Distância Média - Viagens Internas (km) - -
Percentual da Viagem em Ciclovias (%) - -
Extensão Vias Congestionadas (vol/cap>=1.0) (%) 3,7% 12,1%
Rede Viária
Extensão Vias Saturadas (1.0>vol/cap>=0.8) (%) 4,4% 7,5%
Municipal
Extensão Vias Livres (vol/cap<0.8) (%) 91,9% 80,4%
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Tabela 1.2 – Resultados Obtidos para as Situações Atual em 2008 e Tendencial em 2020
Ext. Vias Congestionadas (vol/cap>=1.0) (%) 3,7% Cenário12,1%
Rede Viária
Indicador
Ext. Vias Saturadas (1.0>vol/cap>=0.8) (%) 4,4%
Rede 7,5%
Atual Rede Atual
Municipal
Extensão Vias Livres (vol/cap<0.8) (%) 91,9%
2008 80,4%
2020
Viagens com Origem Autos 97,528
Total 492,514 112,183
616,486
ou Destino na Área Transporte Coletivo 86,283
Autos 224,154 102,492
320,299
Viagens Alocadas
Central TransporteBicicletas
Coletivo 268,36
- 296,187
-
Velocidade Média na Área Central (km/h)
Bicicletas 14,3
- 12,5
-
Transporte Coletivo Total de Embarques
Autos 38,854
45,5% 51,608
52,0%
Área Central
Distribuição Modal Transporte Coletivo
Transferências 54,5%
24,817 48,0%
37,243
Automóveis Velocidade Média na Área Central Bicicletas
(km/h) 0,0%
18 0,0%
12,5
Rede Viária ExtensãoVelocidade
Vias Congestionadas
Média - Rede (vol/cap>=1.0)
Interna (km/h)(%) 10,4%
19,8 29,9%
18
Incluindo Av. do TempoExtensão
MédioVias Saturadas
no Veículo (1.0>vol/cap>=0.8)
- Viagens Internas (min)(%) 14,9%
29,4 14,9%
34,5
Contorno Tempo MédioExtensão
Caminhada-Viagens
Vias Livres (vol/cap<0.8)
Internas (min)
(%) 74,7%
12,9 55,2%
14
Tempo Médio de Espera - Viagens Internas (min) 3,9 3,7
Museu de Artes e Ofícios Foto: Márcio Carvalho
DIRETRIZES DO PLANO
DE MOBILIDADE
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
30
Os principais argumentos para justificar a adoção desses horizontes como referência são os
seguintes:
• 2014: em função da realização da Copa 2014, este horizonte poderá representar um mar-
co importante em termos de investimentos em infraestrutura;
• 2020: horizonte final do Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, sendo que neste
horizonte serão considerados dois cenários de oferta:
Portanto, as medidas propostas ao longo de todo o de Assim, através da simulação de diversos cenários forma-
sen
volvimento do PlanMob-BH buscaram minimizar dos por combinações dessas estratégias, foram definidos
os impactos das tendências observadas atualmente e os cenários finais com as propostas mais adequadas e
que deverão agravar as condições de circulação nos abrangentes.
horizontes futuros, caso não sejam implementadas me
didas capazes de reverter o prognóstico traçado. 4.3.1. TOD - Transit Oriented Development
Medidas específicas de caráter operacional para situa- Dentro do conceito de cidade sustentável (envolve ações
ções pontuais, especialmente para os períodos de menor operacionais e políticas com a participação da socieda-
demanda, deverão ser objeto de análises específicas, que de na resolução dos problemas do dia a dia) insere-se
não fizeram parte do escopo do presente estudo.
o Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (Transit
Tendo essas premissas em mente e buscando atender os Oriented Development - TOD), cujo foco principal são
objetivos estratégicos traçados foram definidas as pro- os transportes não motorizados e o transporte coletivo.
postas de intervenção em cada uma das componentes A ideia base do TOD é obter desenvolvimento em torno
do Sistema de Mobilidade de Belo Horizonte. da rede de transporte coletivo.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
34
• Belo Horizonte foi inicialmente planejada e a partir de - Construção de shopping center integrado à estação
um conceito de urbanização compacto e com usos mis- de integração de transporte coletivo Barreiro;
tos, o que dá um sólido alicerce para que seja implanta-
do o conceito TOD; - Iniciativa de aumentar a densidade e prover abor
dagem de planejamento mais abrangente para o Anel
• O conceito TOD se alinha com as diretrizes do Plano Rodoviário, pela Federação das Indústrias do Estado
Diretor; de Minas Gerais (FIEMG).
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
35
• O suporte fornecido pelo TOD para que se atinjam as metas e políticas estabelecidas para
o PlanMob-BH (Tabela 3) e as diretrizes de “Mobilidade, Transporte e Trânsito” (Tabela 4).
Principais Metas do
Elementos-chave do TOD
PlanMob-BH
Acessibilidade Prioridade para modos coletivos e não motorizados
Segurança Maior concentração e movimentação de pedestres
Eficiência Maior densidade de usuários no entorno dos corredores
Maior acessibi lidade, menos poluição, mais saúde para a
Qualidade de vida
população
Usos mistos nas proximidades da rede de transporte
Dinamismo econômico
coletivo
Ação integrada Uso do solo conectado com transporte
Inclusão social Melhoria da acessibilidade à população de baixa renda
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
36
Tipo Diretriz
Zoneamento e Uso Permitir um nível elevado de aderência aos costumes locais,
do Solo incluindo as tipologias habitacionais.
Criar condições para maximizar o efeito dos recursos públicos
Financiamento alocados, valorizando as economias possíveis por meio da adoção de
soluções locais.
Permitir a pluralidade de formas de acesso à moradia (aquisição,
locação social, arrendamento residencial, usufruto, direito de uso, de
habitação – Art. 746 do Código Civil – e de superfície), de tipologias
Acesso e Equidade
habitacionais, de padrões mínimos necessários, referenciados
pontualmente aos grupos a serem beneficiados, garantindo bairros
salubres, mais equitativos, sustentáveis e produtivos.
Resguardar o papel indutor, normatizador e de gestor do setor público
e estimular ao máximo a participação ativa da sociedade nas ações de
Participação
concepção e implementação de programas, controle e avaliação das
ações.
Buscar a integração do Programa Habitacional de Interesse Social
com outros programas públicos e não públicos voltados para a
Residência
garantia da sustentabilidade das famílias ao longo do tempo, através
da qualificação das pessoas e sua inserção na economia.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
37
Estes sistemas, basicamente, imitam as características de • Utiliza tamanhos de veículos adequados às demandas
desempenho e conforto dos modernos sistemas de trans- existentes;
porte sobre trilhos, mas a uma fração reduzida do custo
• Opera com frequência otimizada;
de implantação e operação. Um sistema BRT custa, em
geral, entre 4 e 20 vezes menos que um sistema de bon- • Apresenta menor custo operacional em função da pos-
des ou de veículo leve sobre trilhos (VLT) ou entre 10 e sível redução de frota;
100 vezes menos que um sistema de metrô.
• Pode operar com serviços expressos ou com poucas
Alguns aspectos dos sistemas de BRT os distinguem das paradas quando são previstas faixas de ultrapassagem,
operações convencionais de sistemas de ônibus, dentre aumentando significativamente a capacidade do corre-
os quais se destacam os seguintes: dor e a velocidade comercial;
Por último, ressalta-se que se deve atentar para o fato de Um exemplo claro é a cidade de São Paulo, na qual
que a adoção de políticas de preços de estacionamento um levantamento realizado pela Companhia de Enge
tem potencial para alterar os destinos das viagens e, com nharia de Tráfego (CET), em 2007, mostrou em números
isso, as características econômicas da região. Portanto, a tendência de saturação da política implantada uma
a adoção de políticas dessa natureza devem ser monito- década antes. Todavia, as medidas testadas recente
radas de maneira a garantir que os resultados almejados mente em São Paulo no sentido de interromper o rodízio
sejam de fato obtidos. nos períodos de férias escolares (porém canceladas
Implantação de Rodízio de Placas poucos dias após) comprovaram que a cidade não tem
mais capacidade viária para não implantar rodízio ao
Nos últimos anos, a eficácia a longo prazo, do rodízio de longo de todo o ano, mesmo nos períodos de menor
placas tem sido muito discutida. Embora muitos aleguem demanda.
que o rodízio, além de reduzir os índices de congestio-
namento, contribui com o meio ambiente, melhorando a Outro ponto de controvérsia se refere à real solução tra-
qualidade do ar através da redução das emissões veicu- zida pelo rodízio. Seus defensores alegam que ele esti-
lares, outros defendem que adotar o rodízio de veículos mula o uso da carona solidária, aumentando a ocupação
para diminuir a poluição atmosférica pode ter o efeito dos veículos, além de estimular o uso do transporte pú-
contrário ao desejado. O argumento é que o rodízio in- blico. Os críticos afirmam que o modelo do rodízio de
centiva a compra de mais automóveis pelas pessoas (o São Paulo oferece uma solução limitada e já esgotada
chamado segundo veículo), visando burlar as regras do para o problema do trânsito, que só seria solucionado se
rodízio com placas diferentes. No Brasil, em função dos a restrição estivesse efetivamente vinculada à melhoria
custos menos acessíveis para veículos novos, os automó- do transporte público e ao estímulo ao uso de meios de
veis antigos, que são mais poluentes, tendem a ter uma transporte não poluentes, como foi realizado em outras
vida útil maior, constituindo, assim, um agravante para a grandes cidades do mundo.
poluição atmosférica.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
41
Cobrança de Taxa de Uso da Via individual pode levar ao esvaziamento econômico dos
(Taxa de Congestionamento) centros urbanos, levando a resultados indesejados. Por
fim, a penalização dos usuários do automóvel pode
Ao decidir trafegar de automóvel, o motorista leva em fazer com que aqueles que têm maior disposição de
consideração apenas o seu custo direto. Entretanto, como pagamento se beneficiem de forma desigual das infra
a velocidade média é função inversa do fluxo de veícu- estruturas viárias. Nesse cenário, dados os riscos polí
los, sua decisão acarreta aumento de custos para todos ticos e os custos administrativos do pedágio urbano,
os demais motoristas e passageiros que estão circulando a regulação do preço do estacionamento vem sendo
na mesma via, fazendo com que o nível de congestio- considerada uma alternativa razoável.
namento se eleve. Assim, a cobrança de uma taxa pelo
Em Londres, por exemplo, o pedágio apenas torna ex-
uso da via seria recomendável para igualar o custo pri-
plícito um custo que já existe para toda a população,
vado ao social, fazendo com que as forças de mercado
usuária ou não do automóvel. Ao implantá-lo, os ganhos
produzissem um resultado que se aproximasse do ótimo
para os proprietários de automóvel, os usuários de trans-
para a sociedade. Esse conceito traduz a racionalidade
porte público e não motorizado e a população de modo
econômica do pedágio.
geral, são reais e significativos. Esses ganhos, quando
Uma crítica que se faz à taxa de congestionamento, além bem comunicados à sociedade e acompanhados de uma
da corriqueira alegação de bitributação, diz respeito clara prestação de contas de uso dos recursos, podem ser
aos custos de sua implantação e administração. Além capazes de transformar uma medida inicialmente impo-
disso, a penalização demasiada do transporte motorizado pular em algo reconhecido como efetivo e necessário.
Parque Municipal Foto: Celso Santa Rosa
PROPOSTAS DO PLANO
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
44
5. Propostas do Plano
As propostas apresentadas, na maioria dos casos, têm nóstico que justificam suas implantações, assim como os
a capacidade de contribuir, simultaneamente, para o objetivos e estratégias que serão afetados pela implan
alcance de vários objetivos estratégicos e de um con tação das intervenções propostas.
junto amplo de estratégias associadas aos objetivos.
As propostas desenvolvidas para constituir o Plano de
Por outro lado, a meta temporal para a caracterização das Mobilidade de Belo Horizonte foram concebidas de for-
propostas foi o horizonte de 2020, partindo-se da pre- ma integrada no sentido de atender sistemicamente to-
missa de que a disponibilidade de recursos financeiros dos os componentes do sistema.
será suficiente para a implantação de todas as medidas
Embora esta visão sistêmica tenha orientado o desenvol-
propostas, de acordo com o chamado Cenário de Investi- vimento de cada proposta, permitindo a avaliação das
mentos Plenos. O Cenário de Restrição de Investimentos interferências entre as componentes em todos os aspec-
para este mesmo ano de 2020 foi considerado como a tos envolvidos, para facilitar a apresentação e caracte-
situação mínima a ser perseguida neste horizonte, e foi rização de cada intervenção sugerida, as propostas são
tratado neste relatório como uma condição conservado- elencadas tomando como referência as estratégias para
ra, porém, até certo ponto, realista. as quais as propostas são endereçadas.
A situação intermediária, representando o horizonte de 5.1. Transporte Coletivo Mais Atrativo
médio prazo, foi o chamado Cenário Copa 2014, e re-
presenta uma condição de implantação parcial do con- As propostas formuladas para o sistema de transporte
junto total de medidas propostas para o horizonte final coletivo têm capacidade de atender ao objetivo estra
do PlanMob-BH. tégico da BHTrans “Tornar o transporte coletivo mais
atrativo frente ao transporte individual” e foram conce
Assim, as propostas são apresentadas para os cenários de bidas com o intuito de contribuir para cada uma das
referência para os horizontes de médio e longo prazos estratégias associadas a este objetivo, conforme mos
e buscam identificar os elementos apontados no diag trado na Tabela 5.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
45
Tabela 5 – Estratégias da Prefeitura e Medidas Adotadas no Plano de Mobilidade Para “Tornar o Transporte Coletivo Mais Atrativo
Frente ao Transporte Individual”
Toda a rede estrutural de transporte coletivo está suportada por um conjunto de quatorze
Implantar rede estruturante do transporte coletivo, corredores exclusivos de ônibus de elevada capacidade – BRT e na expansão do sistema
integrando sistemas de alta e média capacidade sobre trilhos, com a ampliação da Linha 1 e a construção das Linhas 2 e 3, possibilitando a
integração física e tarifária entre estes sistemas e as linhas alimentadoras ao longo de toda a cidade.
Todos os corredores exclusivos de ônibus propostos operarão de forma segregada ao tráfego geral,
Ampliar as intervenções de prioridades ao proporcionando expressiva redução nos tempos de viagem em transporte público. Além disso,
transporte coletivo no sistema viário parte significativa das intervenções previstas no Programa Viurbs objetiva melhorar as condições
operacionais do sistema de transporte por ônibus.
Por definição, os sistemas de corredores exclusivos de ônibus baseados nos conceitos de BRT
Modernizar os sistemas de informação são monitorados através de sistemas de controle da operação de maneira a garantir a
sobre o transporte coletivo confiabilidade e regularidade do sistema e conforto para os usuários em termos de
atendimento e de acesso às informações.
Todo o sistema de transporte coletivo, tanto a componente estrutural quanto a de alimentação, foi
Ampliar a integração física, operacional e
concebido de maneira a garantir consistência nas operações de transferência entre modos segundo
tarifária do transporte coletivo em Belo Horizonte
os aspectos físicos, operacionais e tarifários, garantindo conforto e acessibilidade aos usuários.
e na RMBH
Mesmo com a ênfase nos períodos de maior carregamento do sistema de transporte coletivo, para
os quais as propostas buscaram priorizar o sistema convencional tronco-alimentador, o Plano de
Diversificar os modos de transporte coletivo
Mobilidade define áreas de atuação para diversos sistemas de apoio, sugerindo ampliação da
participação destes sistemas, particularmente nos períodos de menor oferta do sistema convencional.
12,0%
10,0%
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
0,0%
1940-50 1950-60 1960-70 1970-80 1980-90 1990-00 2000-2007
A Figura 9 apresenta uma comparação entre o número Analisando o caso específico de Belo Horizonte, pode-se
de empregos existentes na Região Metropolitana de Belo verificar que existe um desequilíbrio acentuado de oferta de
Horizonte, bem como a evolução entre 2002 e 2008. empregos nas áreas Centro e Savassi, com taxas de empre
go por habitante de, respectivamente, 15,8 e 4,9, que tem
Observando a evolução dos postos de trabalho entre
como principal reflexo o movimento pendular das viagens
2002 e 2008, tanto em Belo Horizonte quanto nos
com direção ao município-sede da região metropolitana.
demais municípios da RMBH, constata-se que a im
portância eco
nômica da cidade-sede se mantém ao A Figura 10 apresenta a distribuição espacial dos empre
longo do tempo, conforme pode ser verificado na referida gos e as respectivas taxas de crescimento entre os anos
figura. de 2002 e 2008 em Belo Horizonte.
2.000.000
1.800.000
1.600.000
1.400.000
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000 Figura 9:
200.000 Evolução dos empregos na RMBH
0
Belo Horizonte Demais Municípios da RMBH
2002 2008
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
49
Origens e Destinos
Figura 11:
Viagens Internas e Externas nas Áreas Homogêneas de Belo Horizonte
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
51
Figura 12:
Evolução da Frota de Automóveis e
Motocicletas de Belo Horizonte
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
52
Estacionamentos
As faixas exclusivas da Av. Santos Dumont e da Av. Paraná, Outro aspecto importante relativo à configuração do sis-
apesar de representarem um tratamento contínuo, trazem tema viário do Município diz respeito ao fato que exis-
significativas interferências dos movimentos de conversão te enorme carência de ligações transversais, obrigando
à direita realizados pelos veículos do tráfego geral. que viagens, tanto de transporte público quanto de auto
móveis, mesmo com destinos diferentes do Centro da
As pistas exclusivas, segregadas com relação ao tráfego
cidade, sejam realizadas utilizando o sistema viário desta
geral, se localizam na Av. Cristiano Machado e na Av.
área, sobrecarregando de forma bastante significativa a
Antônio Carlos e se constituem nas iniciativas mais re
capacidade do sistema de circulação da Área Central.
centes para melhoria da circulação dos veículos do trans
porte coletivo. Esses corredores são as principais vias Velocidades do Sistema de Transporte Público
de acesso às regiões Norte e Nordeste do município.
As velocidades médias operacionais do sistema de trans-
Na Av. Antônio Carlos, existe atualmente 3,9km de porte coletivo em Belo Horizonte, referentes ao ano de
pista exclusiva (entre a Av. Bernardo Vasconcelos e a Av. 2008, são apresentadas na Figura 16.
Santa Rosa), e mais 3km representando a complemen
Como se pode perceber, as linhas que apresentam as
tação que permite acesso à Área Central (trecho entre a
maiores velocidades médias operacionais são as troncais
Av. Bernardo Vasconcelos e o Complexo da Lagoinha).
e as alimentadoras (18km/h). Isso se deve ao fato de que
Na Av. Cristiano Machado, os atuais 5,5km de pista ex- as troncais trafegam pelos corredores de transporte cole-
clusiva ligam o Complexo da Lagoinha até a Estação São tivo, alguns com tratamento preferencial, e as alimenta-
Gabriel e fazem parte da obra viária denominada Linha doras operam em regiões mais periféricas, com menores
Verde. interferências do tráfego geral.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
56
As velocidades mais baixas são as das linhas circulares e de vilas e favelas (13km/h). Para as cir-
culares, as velocidades baixas decorrem de sua região de operação, no entorno e interna à Área
Central, local caracterizado pela alta concentração de tráfego. No caso das linhas de vilas e favelas,
a baixa velocidade pode ser atribuída principalmente à topografia dos locais atendidos. Os dados
atuais a respeito das velocidades médias já indicam padrões de operação relativamente saturados e
que tenderão a se tornar críticos nos próximos anos, caso nada seja feito com o objetivo de garantir
prioridade ao sistema de transporte coletivo.
20
Velocidade Operacional (km/h)
16
12
s
a
al
l
ar
la
a
tra
al
or
ra
ss
di
ve
ul
c
et
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In
In
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
57
Conforme destacado anteriormente, os níveis de conges As condições operacionais e físicas mostradas no item
tionamento em Belo Horizonte, em algumas regiões da anterior indicam claramente que é necessário adotar me-
cidade, já apresentam sinais de saturação, mas ainda didas no sentido de inverter as tendências observadas e
em patamares inferiores que aqueles observados nas passar a priorizar o transporte coletivo e inibir o uso in-
maiores capitais do país, particularmente São Paulo e discriminado do automóvel privado.
Rio de Janeiro. Entretanto, os níveis de congestiona
Com essa finalidade, foram concebidas intervenções obje
mento verificados em Belo Horizonte já preocupam,
tivando atender ao Objetivo Estratégico “Tornar o transpor-
especialmente os verificados no pico da tarde.
te coletivo mais atrativo frente ao transporte individual”.
Nas condições atuais, percebe-se que os principais
É importante destacar, mais uma vez, que as referências a
pontos de retenção do tráfego são bastante concentrados
serem perseguidas no processo de implantação do Plano
em algumas regiões da cidade.
de Mobilidade de Belo Horizonte deverão ser:
Em termos de divisão modal, atualmente, a participação
• 2014: Implantação parcial do conjunto completo de
do sistema de transporte público (56%) ainda é superior
intervenções propostas, tendo como objetivo ampliar a
que a do transporte privado (46%), porém com clara
infraestrutura necessária para a realização da Copa do
tendência de inversão nos próximos anos. As veloci
Mundo FIFA 2014, caracterizando o chamado Cenário
dades médias no Município ainda apresentam níveis
Copa 2014;
relativamente satisfatórios, embora na Área Central as
velocidades médias registradas já sejam bastante baixas. • 2020: Conclusão de todas as intervenções propostas
A extensão total de vias com volumes superiores às pelo Plano de Mobilidade de Belo Horizonte, caracteri-
capacidades representa cerca de 3,7% da extensão total zando o chamado Cenário de Investimento Pleno 2020.
do sistema viário do Município. A configuração mínima para este horizonte é caracteri-
zada pelo chamado Cenário de Restrição de Investimen-
tos 2020, o qual deve ser tratado como uma situação
extraordinária.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
58
5.1.2.1. Sistema de Alta e Média de Capacidade No caso de Belo Horizonte, em todos os cenários con-
siderados, as únicas diferenças entre os chamados BRT
Envolve a rede de transporte de alta e média capacidade
Completos e BRT Leves se referem à existência (BRT
proposta para Belo Horizonte, os sistemas de BRT e as
Completo) ou não (BRT Leve) de faixa de ultrapassagem
linhas metroviárias previstas, incluindo o sistema alimen-
tador desses corredores estruturais. nas estações, o que afeta a capacidade e a velocidade
operacional dos corredores.
Este sistema pode ser caracterizado como a componente
estrutural do sistema de transporte coletivo, a qual de- Em função das características específicas das vias para as
verá ser apoiada pelos sistemas de suporte. No sistema quais são previstas intervenções para a implantação dos
proposto para Belo Horizonte, tanto os chamados BRT corredores propostos, também são considerados corre-
Completos quanto BRT Leves deverão operar com as dores segregados através de faixas ou pistas exclusivas,
seguintes características operacionais: o que não altera as capacidades nem as velocidades dos
corredores por si só.
• Preferencialmente com veículos articulados com portas
à esquerda; As linhas de ônibus que compõem esse sistema foram
• Corredor exclusivo no canteiro central, sem interferên- classificadas da seguinte maneira:
cia do tráfego geral; • Grupo I: linhas troncais;
• Embarque em nível;
• Grupo II: linhas alimentadoras;
• Pagamento de tarifa e controle de acesso externo aos
veículos; • Grupo III: linhas remanescentes.
• Operação coordenada através de centro de controle; Uma vez que, em função da concepção adotada para a
especificação do sistema estrutural, as linhas de ônibus
• Integração com sistema alimentador segundo política
troncais (Grupo I) podem operar em diferentes corredo-
tarifária adotada nos terminais BHBus;
res, particularmente após a transposição da Área Central
• Integração livre entre linhas troncais. de Belo Horizonte, o detalhamento do sistema envolve,
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
59
HORIZONTE 2014
Para viabilizar a operação troncal desses corredores também é prevista a implantação de terminais em complementação àqueles
já existentes. Os terminais existentes e previstos, também mostrados na Figura 18, que deverão estar em operação neste hori-
zonte são: Venda Nova, Vilarinho, São Gabriel, Barreiro e Diamante, já existentes; e Céu Azul, Pampulha, Carlos Luz e Alípio
de Melo, a serem construídos.
As linhas que compõem os sistemas troncais previstos para este cenário estão mostradas, de forma esquemática, na Figura 19.
HORIZONTE 2020
Figura 20:
Segmentos Metroviários Previstos para o Horizonte 2020
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
63
Relativamente aos sistemas de corredores exclusivos Neste cenário, é prevista a implantação de sistema de
de ônibus de alta capacidade, previstos para este hori- integração nos seguintes terminais, também mostrados
zonte e ilustrados na figura seguinte, as quilometragens na Figura 21: Salgado Filho, Belvedere e José Cândido
totais correspondentes a cada tipo de infraestrutura e os da Silveira, sendo que este último já se encontra em
trechos previstos são apresentados na Tabela 8. operação.
Extensão Total
Tipo de Intervenção Descrição dos Corredores
(km)
Faixa exclusiva com uma faixa · Complementação do Corredor Av. Cristiano Machado;
30,2
por sentido com ultrapassagem · Corredor Anel Rodoviário.
Figura 21:
Corredores de BRT e Terminais de Ônibus Previstos para o Horizonte
2020
Figura 22: Linhas Troncais Previstas para o Horizonte 2020
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
65
Sistema Executivo
HORIZONTE 2014
Figura 24:
Linhas do Serviço Executivo Para Horizonte 2014
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
68
HORIZONTE 2020
Sistema Suplementar
taxis vazios na busca de novos passageiros representa A forma de operação deste serviço deverá ser objeto
mais veículos contribuindo para os congestionamentos de análises, embora em períodos de baixa oferta do
e, consequentemente, para o aumento das emissões de sistema de transporte coletivo exista efetivo potencial
poluentes. para a exploração deste tipo de serviço, como moda
Dada a polêmica do assunto em diversos aspectos, a re- lidade de apoio ao sistema de transporte público con
comendação para o serviço de táxis, em todos os cená- vencional.
rios considerados, é de que este mantenha sua função
5.1.2.3. Intervenções no Sistema Viário
de apoio ao transporte individual, e seja dimensionado
em função de outras cidades com características seme- Para apoiar as medidas de priorização dos sistemas de
lhantes às de Belo Horizonte, nas quais o serviço apre- transporte coletivo, o PlanMob-BH propõe uma série de
senta desempenho adequado. intervenções no sistema viário, as quais irão beneficiar
Todavia, o sistema estrutural deverá ter prioridade abso- também os usuários de automóvel privado.
luta em relação aos demais modos e, assim, não deverá
ser permitida a operação do sistema de táxis nos corre- As medidas de ampliação do sistema viário atendem a
dores exclusivos. estratégia proposta pela BHTrans no que se refere a “Am-
pliação das intervenções de prioridades ao transporte co-
Sistema de Táxi-lotação
letivo no sistema viário”, embora parte importante destas
Uma vez que o sistema de transporte coletivo deve- intervenções atendam também o tráfego geral.
rá provocar uma profunda reformulação no sistema de
mobilidade, elevando os níveis de conforto, segurança e É importante destacar que a configuração espacial do
confiabilidade dos serviços prestados, atendendo, assim, sistema viário principal de Belo Horizonte apresenta
às necessidades da população de uma forma ampla, re- muitos eixos radiais e uma enorme carência de eixos
comenda-se, para todos os cenários considerados, a não transversais fazendo com que, em muitos casos, viagens
ampliação deste tipo de serviço nos períodos de maior que não têm como destino a Área Central sejam reali
carregamento da rede, ou seja, nos períodos de pico dos zadas através desta região em função de deficiências no
dias úteis. sistema de circulação.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
72
HORIZONTE 2014
Figura 29:
Localização das Obras da Av. do Contorno – Horizonte 2020
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
75
5.1.2.4. Desestímulo ao Uso do Automóvel demandas em cada situação, de maneira que os resul
tados obtidos em termos de indicadores de demanda
Em função dos resultados das simulações iniciais, verifi
levam em consideração o efeito destas novas políticas.
cou-se que a restrição de estacionamentos na Área
Central de Belo Horizonte através do controle dos preços HORIZONTE 2014
cobrados pode ser uma efetiva medida de gerenciamento
Para estes cenários é proposta a elevação dos preços
da demanda.
atuais em 100%, passando, portanto, para valores médios
Por meio do processo de calibração do modelo de equivalentes a R$10,00 por dia.
simulação notou-se que o comportamento atual dos
HORIZONTE 2020
usuários de automóvel particular é compatível com
gastos diários com estacionamento, nessa região da cida Em relação ao Cenário de Investimentos Plenos, a eleva-
de, equivalente a R$5,00; ou seja, este é o valor que ção proposta é de 50% em relação aos cenários anterio-
representa o que os usuários estão dispostos a pagar res, o que elevaria os gastos médios diários com estacio-
atual
mente para utilizar o automóvel para viagens à namento na Área Central para R$ 15,00 por dia.
Área Central.
5.2. Promoção da Segurança no Trânsito
A partir desse valor, definiram-se as medidas que deve-
Várias das propostas formuladas pelo Plano de Mobilida-
rão ser aplicadas em cada cenário para restringir o uso
de de Belo Horizonte, particularmente aquelas endereça-
do automóvel particular nessa área. É importante desta-
das ao sistema de transporte não motorizado e a alguns
car que para encontrar este valor médio, considerou-se
dos aspectos do sistema viário e de transporte coletivo
o fato de que, atualmente, alguns usuários pagam dife-
buscam atender ao objetivo estratégico da BHTrans “Pro-
rentes faixas de valores por dia enquanto outros utilizam
mover a segurança no trânsito para melhoria da saúde e
vagas gratuitas.
garantia da vida” e foram sugeridas com o objetivo de
Os valores considerados para os cenários propos
tos contribuir para cada uma das estratégias associadas a
foram incorporados ao processo de modelagem das este objetivo, conforme destacado na Tabela 11.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
76
O levantamento e a análise dos dados relacionados aos O Código de Posturas municipal determina que “cabe ao
deslocamentos realizados através de modos não motori- proprietário de imóvel lindeiro a logradouro público a
zados e sistemas de transportes públicos e individual, e construção do passeio em frente à testada respectiva, a sua
a consequente identificação dos principais pontos críticos manutenção e a sua conservação em perfeito estado (Art.
do sistema, possibilitaram caracterizar as propostas des- 12)”. Assim, em muitos casos, a calçada não é vista como
tinadas a minimizar os gargalos existentes no sistema de uma via de passagem, e sim como uma forma de acesso
circulação e promover maior segurança e conforto para os ao lote, e essa visão resulta em espaços descontínuos e
usuários. fragmentados.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
77
A partir de 2001 foi constituído um programa de priori Outro fator importante trata da questão do uso do solo
dade ao pedestre, que resultou no Programa Passo a lindeiro. Além da atratividade visual, a formação de
Passo, desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte. áreas de uso misto atrai demandas distintas em diferentes
Trata-se de um conjunto de propostas, que, embora não períodos do dia, evitando que determinadas áreas per-
efetivadas integralmente, constituem importante passo maneçam desertas durante determinados horários.
em direção a políticas que privilegiem, de fato, o pedestre.
No entanto, mesmo com medidas de caráter físico e de
Como parte desse programa está o projeto “Caminhos infraestrutura, a fiscalização do cumprimento das leis de
da Cidade”, que propõe soluções que incluem o trata trânsito e o policiamento constante, em todos os períodos
mento das áreas de circulação do pedestre na Área do dia, além de contribuírem para a diminuição da sensa
Central e já tem como resultado obras de melhoria de ção de insegurança do pedestre, são indispensáveis para
espaço público, orientadas pelo conceito de zoneamento a diminuição dos índices de acidentes e violência.
das calçadas.
Belo Horizonte conta com policiamento e fiscalização de
Quanto às demais áreas da cidade, não há programas trânsito, sobretudo na Área Central. Tal aparato, aliado
específicos que estimulem a melhoria e o tratamento com as demais políticas de priorização ao pedestre, vem
dos passeios, cabendo aos proprietários essa iniciativa. apresentando resultados positivos em ganhos na seguran-
Assim, mesmo que alguns implantem sinalização indi ça dos pedestres. No entanto, embora seja fato que os ín-
cativa e se adequem às normas de acessibilidade, a des dices de violência e de atropelamentos na Área Central
continuidade entre os diversos segmentos não permite vêm decrescendo nos últimos anos, é possível observar
que se usufrua de sua utilidade em curto prazo. que em algumas áreas, principalmente aquelas que não
sofreram intervenções, a iluminação noturna é insuficien-
Além da infraestrutura de calçadas, outros aspectos tam te e a sinalização é precária, situação que se estende para
bém influenciam a qualidade da caminhada, com desta outros pontos da cidade.
que para a segurança, que pode ser entendida como a
proteção contra roubos e furtos, e também como proteção Para a criação efetiva de uma rede de caminhamento de
contra acidentes resultantes de conflitos entre veículos e pedestres, portanto, devem ser considerados também os
pedestres. Assim, a questão da rede de caminhamento a pé aspectos relativos à prevenção de acidentes, sinalização
envolve também o desenho dos espaços públicos, de forma adequada, melhoria da iluminação e desenho de espaços
que estes propiciem áreas de vigilância natural, bem como atrativos que contribuam para a movimentação de pes-
tratamento adequado à iluminação noturna e sinalização soas ao longo de todos os períodos do dia, tornando o
legível, tanto para o pedestre como para os veículos. passeio público, de fato, uma área de circulação.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
78
Como dentro de cada classe criada as vias apresentam variações entre si em termos de
capacidade viária (ou seja, número de faixas) e das dimensões associadas, foram propostas
larguras de calçadas diferentes para as ruas classificadas como Maiores e Menores.
Maior 2 a 4 (5) 4a6 3a4 1,2 - 1,8 0,4 - 0,5 0,5 - 0,7
As figuras seguintes apresentam os perfis propostos para cada intervenção proposta em cada cenário considerado.
Vias Prioritárias Classificadas como Menores, Sem Ciclovia e Com ou Sem Estacionamento
HORIZONTE 2014
Figura 38:
Classes das Vias Com Intervenções no Horizonte 2014 – Corredores
Figura 37:
Classes das Vias Com Intervenções no Horizonte 2014 – Hipercentro
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
83
HORIZONTE 2020
Traffic Calming
- Praças: propõe-se a criação de uma praça nas ruas fechadas que Figura 41: Medidas de Traffic Calming e Calçadões – Hipercentro
funcionam somente como estacionamento, como no primeiro quar
teirão da R. Guaicurus, em frente à UFMG, onde só há veículos esta
cionados, atraindo estudantes, comerciantes e residentes locais.
Além disso, o Município de Belo Horizonte dispõe de caminhos alternativos, ocorrência de acidentes, reten-
sistema de Controle Inteligente de Tráfego – CIT, cuja ções, incidentes e, também, mensagens educativas;
principal meta é melhorar o gerenciamento e a segu
• Circuito Fechado de Televisão (CFTV) – 22 câmeras
rança do trânsito de Belo Horizonte. O CIT é formado
instaladas nos principais corredores de tráfego que dão
por quatro sistemas e objetiva contribuir para a melho-
acesso à Área Central e em locais estratégicos dessa re-
ria das condições do tráfego, agilizar a manutenção dos
gião. As câmeras estão interligadas ao CCO, o que per-
semáforos com acionamento de alarmes em caso de
mite o acompanhamento visual do tráfego na área de
detecção de falhas nos equipamentos, melhorar as con-
alcance, agilizando a solução dos problemas.
dições ambientais e reduzir o consumo de energia. Os
sistemas que compõem o CIT são: É importante destacar que, apesar de todos os avanços
ocorridos em Belo Horizonte em relação à operação do
• Controle centralizado de semáforos em tempo real (se-
trânsito, especialmente após a implantação do CIT, é in-
máforos inteligentes) – interseções semaforizadas, distri-
dispensável que seja elaborado um programa de ações
buídas em nove subáreas de tráfego na Área Central e
preventivas voltadas para o gerenciamento da operação
dotadas de detectores que coletam e enviam informa-
e para a promoção da segurança viária.
ções para uma Central de Controle Operacional (CCO)
sobre a demanda de tráfego a cada cinco segundos; Portanto, as principais recomendações do Plano de Mo-
bilidade no que diz respeito à operação do sistema de
• Controle centralizado de semáforos em tempo fixo –
circulação e ao aumento da segurança consistem na
cerca de 80% das interseções semaforizadas de Belo Ho-
ampliação das ferramentas de monitoramento, controle
rizonte;
e fiscalização, incluindo a ampliação e modernização
• Painéis de Mensagens Variáveis (PMV) – 10 painéis do SIT e na expansão da rede de radares de maneira a
instalados nos principais corredores de acesso à Área garantir que os veículos circulem com velocidades com-
Central, que possibilitam informar os usuários sobre as patíveis com a hierarquia viária em toda a rede de Belo
condições do trânsito e transmitir informações sobre Horizonte.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
88
5.2.2.3. Circulação de Motocicletas desejada, especialmente porque parte dos aspectos en-
O enorme crescimento do número de motocicletas em cir- volvidos está fora do controle municipal.
culação nas principais cidades do país é um fenômeno que Por outro lado, a Prefeitura de São Paulo está desenvol-
não pode ser negligenciado em qualquer estudo de cir- vendo ações no sentido de aumentar a segurança e re-
culação urbana. duzir o conflito das motos com os demais veículos, sen-
Todavia, existem grandes controvérsias a respeito das do que a ação que parece ter apresentado os melhores
medidas que podem ser efetivamente implementadas no resultados foi a implantação de faixa exclusiva para a
sentido de organizar a circulação das motocicletas, es- circulação de motos na Avenida Sumaré.
pecialmente com o intuito de aumentar a segurança e
O projeto piloto nessa avenida foi implantado a partir do
reduzir as interferências com os demais veículos.
segundo semestre de 2006, e os resultados obtidos foram
Alguns críticos a esse modo de transporte defendem a bastante satisfatórios, especialmente em função da redu-
tese de que são necessárias medidas de restrição ao uso ção do número de acidentes e dos conflitos gerados pela
da motocicleta em função dos impactos gerados ao siste- circulação das motos por entre as faixas utilizadas pelos
ma de circulação, especialmente nos aspectos segurança automóveis. Para a implantação dessa faixa, a largura
e conflitos. das faixas existentes foi reduzida, assim como o limite
Paralelamente, as grandes cidades brasileiras vêm expe de velocidade.
rimentando reduções significativas nos tempos de via- Portanto, em função das razões apresentadas anterior-
gem ao longo dos anos, o que não deverá se inverter mente e considerando que o crescimento do número de
de forma significativa no futuro; e com a vocação des- motocicletas nas principais cidades do país é uma reali-
sas cidades em ampliar atividades ligadas aos serviços e, dade, a recomendação do Plano de Mobilidade de Belo
portanto, com fluxos significativos de transporte de mer Horizonte é de que sejam estudadas e implementadas
cadorias de pequenos volumes e documentos, a tendência medidas com o intuito de garantir segurança e reduzir os
é a de que as motos ampliem sua utilização como veícu- conflitos com os demais veículos em circulação, sendo
los urbanos de transporte nas principais cidades do país. que uma delas poderia ser a avaliação de um corredor
Dessa forma, parece que medidas de desestímulo ao que poderia servir de projeto piloto para a implantação
uso de motocicletas não deverão apresentar a eficácia de faixa exclusiva.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
89
A lógica que norteou a formulação das propostas buscou atender ao objetivo estratégico da BHTRANS “Assegurar
que as intervenções no sistema de mobilidade urbana contribuam para a melhoria da qualidade ambiental e
estímulo aos modos não motorizados”, uma vez que as intervenções previstas para o sistema de transporte coletivo,
especialmente nos corredores BRT e linhas metroviárias, sugerem a adoção de tecnologias avançadas em termos
de emissões ambientais, assim como promovem a utilização intensiva de modos não motorizados, conforme
apresentado na Tabela 13.
Tabela 13 – Estratégias da Prefeitura e Medidas Adotadas no Plano de Mobilidade para “Assegurar que as Intervenções no
Sistema de Mobilidade Urbana Contribuam para a Melhoria da Qualidade Ambiental e Estímulo aos Modos Não Motorizados”
Estimular o uso de transportes não motorizados, Além da significativa melhoria proposta para a rede de caminhamento à pé, apresentada
por meio do gerenciamento da demanda, da integração anteriormente, o Plano de Mobilidade de Belo Horizonte prevê a implantação de uma
aos demais modos e da melhoria da oferta de ampla rede de ciclovias e ciclofaixas, possibilitando a integração com os modos de
infraestrutura e equipamentos transporte coletivo e a conexão direta entre os principais subcentros da cidade
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
90
20
integração aos modos coletivos nem como alternativa
00
20
l2
para os deslocamentos.
o
ua
ic
Ônibus
At
st
nó
Automóveis
og
Poluição Atmosférica
Pr
Considerando que a quilometragem rodada por cada O prognóstico tendencial para 2020 indica que as qui-
modo de transporte é um indicador importante para a lometragens rodadas na hora de pico da manhã deverão
medida comparativa dos níveis de poluição, é possível crescer da ordem de 34% no caso dos ônibus e mais de
prever que, caso não sejam implantadas medidas efetivas 57% no caso dos automóveis, o que deverá produzir enor-
para reverter as tendências observadas nos últimos anos, mes efeitos negativos em termos de poluição ambiental.
os níveis de emissões deverão crescer de forma significa-
tiva, conforme observado na figura seguinte, consideran-
do a hora de pico da manhã.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
91
Observa-se que grande parte das regiões onde foram registradas pela
pesquisa O/D as maiores participações nos deslocamentos por bici-
cleta não possuem ciclovias, exceto a região Norte de Belo Horizonte.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
93
5.3.2. Características da Proposta do PlanMob-BH público depende de muitos fatores, mais acentuadamente
do custo e do desempenho do serviço. A conveniência do
Uma das orientações básicas para a formulação das
uso de carros cria um desafiador ambiente competitivo.
propostas foi no sentido que especial ênfase deveria ser
Entretanto, pesquisas em Bogotá indicam que aproxima
dada na melhoria da qualidade ambiental e no estímulo
damente 20% dos usuários do TransMilenio, antes,
aos modos não motorizados.
usavam veículos particulares (TransMilenio, 2005).
Neste sentido, grande parte das intervenções endereça O tipo de combustível utilizado com veículos de trans-
a ampliação e racionalização do sistema de transporte porte público também contribui, em geral, para os im-
coletivo, com a implantação de ampla rede de corredores pactos ambientais. VLTs e metrôs são quase sempre
segregados de ônibus baseado nos conceitos de BRT e elétricos. Veículos BRT podem usar uma variedade de
na construção de duas novas linhas de metrô, assim combustíveis, incluindo diesel, gás natural comprimido
como a implantação de uma ampla rede de ciclovias e (GNC), gás liquefeito de petróleo (GLP), híbrido diesel-
ciclofaixas. -elétrico e eletricidade.
5.3.2.1. Tecnologia dos Sistemas de BRT A implantação do sistema BRT em Belo Horizonte deve-
Todas as opções de transporte público produzem im rá ser planejado de forma consistente com as estratégias
pactos ambientais por substituir as viagens que, de outra propostas pela Prefeitura da cidade no sentido de utilizar
forma, seriam feitas por transporte motorizado indivi o máximo potencial dessas novas tecnologias para reduzir
dual. Assim, o número de viagens esperadas e o número as emissões ambientais, sem comprometer a viabilidade
de pessoas mudando de veículos particulares para o desses novos sistemas. Deverão ser estudadas as tecno-
transporte público é o fator mais importante no cálculo logias disponíveis com o intuito de se especificar aquelas
de benefícios ambientais. capazes de, dentro de custos razoáveis de implantação,
contribuir para a melhoria ambiental.
Neste sentido, o Plano de Mobilidade de Belo Horizonte
contribui de forma significativa para a melhoria da qua- Ainda que veículos de BRT também possam ser movidos
lidade ambiental uma vez que tem capacidade efetiva a eletricidade, esses veículos, mais comumente, utilizam
de transferir usuários dos automóveis para o sistema de gás natural ou diesel limpo. A quantidade de emissões
transporte coletivo. do gás natural ou do diesel limpo depende de muitos
fatores, incluindo características geográficas e topológicas
A capacidade de sistemas de transporte de massa de locais, qualidade do combustível e comportamento dos
encorajar usuários de carros a mudar para o transporte motoristas.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
94
Sistemas de BRT, mesmo em nações em desenvolvimento, 2014 e 2020 são bastante significativos, não apenas
são bem exigentes quanto aos níveis de emissões e, de em função da reorganização do sistema de transporte
modo característico, representam uma melhoria dramá coletivo de Belo Horizonte e da adoção de tecnologias
tica sobre os serviços de ônibus convencionais antece mais modernas e eficientes em termos de emissões, mas
dentes. Apesar disso, veículos a gás natural e veículos também devido à transferência de usuários de transporte
a diesel limpo emitem certas quantidades de óxido de individual para os sistemas público e não motorizado.
nitrogênio, monóxido de carbono, material particulado
Embora não tenha sido objeto do presente Plano de
e óxido de enxofre no ambiente local. Adicionalmente,
Mobilidade o estudo ambiental específico, os resultados
esses veículos também contribuem para a emissão de
obtidos nas simulações realizadas para os diversos cená
gases de efeito estufa.
rios considerados mostram que os ganhos ambientais
Veículos de transporte de massa de todos os tipos redu são bastante expressivos em comparação com a situação
zem emissões ao andar de forma mais suave. Com menos tendencial.
paradas e menos conflitos com o tráfego misto, trans
Um dos indicadores mais relevantes no que se refere à
portes de massa em corredores exclusivos são menos
avaliação do impacto ambiental gerado pela implanta-
inclinados a ineficiências operacionais.
ção de sistemas de transporte consiste na quilometragem
Além de emissões aéreas, os transportes públicos rodada por cada um dos modos de transporte.
também são um fator colaborador para o nível geral de
Partindo da hipótese de que as tecnologias utilizadas
ruídos no ambiente da cidade. Já que um único veículo
pelos sistemas operados através de veículos convencio-
de transporte público representa 100 ou mais veículos
nais e micro-ônibus permanecem as mesmas em relação
individuais, a redução de ruído, assim como a redução
àquelas utilizadas atualmente, a redução das quilometra-
de emissões aéreas, pode ser considerável se o número
gens é diretamente proporcional aos ganhos ambientais.
de viagens aumentarem.
As figuras seguintes mostram, para as situações com e
5.3.2.2. Ganhos Ambientais
sem a implantação dos cenários de oferta propostos, as
Em termos ambientais, os ganhos gerados pela implan quilometragens projetadas para os ônibus convencionais
tação das intervenções propostas para os horizontes de e micro-ônibus.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
95
300.000.000
250.000.000
200.000.000
Sem Projeto
150.000.000
Com Projeto
100.000.000
50.000.000
Figura 46:
Ônibus Ônibus Ônibus Ônibus
Convencional Convencional Convencional Convencional Quilometragens Anuais dos Ônibus Convencionais
2008 2014 2020 - RI 2020 - IP
4.000.000
3.500.000
3.000.000
2.500.000
Sem Projeto
2.000.000
Com Projeto
1.500.000
1.000.000
500.000
Figura 47:
Micro ônibus Micro ônibus Micro ônibus Micro ônibus Quilometragens Anuais dos Micro-ônibus
2008 2014 2020 - RI 2020 - IP
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
96
50.000.000
40.000.000
30.000.000
Sem Projeto
20.000.000
Com Projeto
10.000.000
Figura 48:
Ônibus Ônibus Ônibus Ônibus Quilometragens Anuais dos Ônibus Articulados
Articulado Articulado Articulado Articulado
2008 2014 2020 - RI 2020 - IP
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
97
É importante destacar que os veículos articulados, mesmo aqueles que utilizam óleo diesel como
combustível, são muito mais eficientes, do ponto de vista energético, que os veículos convencionais,
gerando nível de emissões bastante reduzido.
Além desses benefícios gerados pela melhoria tecnológica dos veículos articulados, em termos glo-
bais, os resultados líquidos do sistema de transporte público proposto apontam para ganhos signi-
ficativos para a sociedade. Comparando as quilometragens totais rodadas por todos os sistemas de
transporte público, em cada um dos horizontes analisados verifica-se que as quilometragens totais são
decrescentes em função da implantação das intervenções propostas, conforme pode ser observado na
Figura 49.
400.000.000
350.000.000
300.000.000
250.000.000
200.000.000
Sem Projeto
150.000.000
Com Projeto
100.000.000
4.000
3.500
3.000
Milhões de Quilômetros
2.500
1.000
500
0 Figura 50:
Automóveis Automóveis Automóveis Automóveis Quilometragens Anuais dos Automóveis
2008 2014 2020 - RI 2020 - IP
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
99
Além das melhorias sugeridas para o sistema de trans que o pacote de intervenções propostas contribui signi
porte coletivo, a implantação de uma extensa rede de ficativamente para a redução das emissões.
ciclovias e ciclofaixas, cujos impactos são bastante
Além disso, observa-se, também, que as medidas de
expressivos especialmente no horizonte de 2020 com
restrição ao uso de automóvel na Área Central de
o Cenário de Investimentos Plenos, gera enormes bene
Belo Horizonte, através do gerenciamento da oferta de
fícios em termos ambientais, em função da redução da
estacionamentos com o objetivo de promover a redu
utilização do automóvel particular. Neste cenário, esti-
ção dos veículos em circulação nos períodos de pico,
ma-se que as quilometragens rodadas pelos automóveis
também apresentam desempenhos adequados do ponto
permanecerão em patamares equivalentes aos atuais,
de vista ambiental, em conjunto com as demais medidas
mesmo com a elevação prevista para a frota de veículos.
propostas.
Portanto, embora as reduções previstas para as quilo
Todavia, é importante destacar que diversas outras medi-
metragens rodadas pelos automóveis oscilem entre 10
das terão de ser estudadas com o intuito de ampliar esses
e 15% entre as situações com e sem a implantação das
benefícios.
intervenções propostas para cada um dos horizontes
analisados, a implementação da rede completa de ciclo Parte significativa das variáveis relacionadas com as
vias, que deverá alcançar mais de 360km no Cenário de emissões ambientais geradas pelos sistemas de transpor-
Investimentos Plenos, poderá produzir reduções de mais te não estão sob o controle direto do âmbito municipal
de 35% da quilometragem dos automóveis em relação e irão requerer negociações com os níveis estadual e,
à situação tendencial. principalmente, federal.
Deese modo, ao se considerar que os sistemas de BRT Destaca-se, entretanto, que atualmente já existe uma
utilizam veículos muito mais eficientes do ponto de vista consciência geral de que medidas efetivas terão de ser
energético e que, em combinação com a rede cicloviá tomadas com o intuito de alterar a matriz energética
ria proposta, são capazes de captar parte da demanda atual no sentido da adoção de fontes de energia mais
que utiliza automóveis particulares, pode-se assegurar limpas e renováveis.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
100
Figura 51: Rede Cicloviária Completa Figura 52: Ciclovias/Ciclofaixas no Horizonte 2014
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
102
HORIZONTE 2020
5.4. Potencialização do Ambiente de Negócios Neste sentido, destaca-se que a abordagem adotada
e Inclusão Social buscou propor alternativas concebidas de forma inte
grada, sustentáveis do ponto de vista econômico e obje
Os últimos dois objetivos estratégicos da BHTrans asso-
tivando ampliar a inclusão social, na medida em que,
ciados a aspectos físicos e operacionais do sistema de
mesmo com todas as melhorias propostas para o sistema
mobilidade da cidade envolvem elementos ligados à
de transporte público em termos de rapidez, conforto,
contribuição do sistema de mobilidade sobre questões
segurança e maior acessibilidade, os níveis tarifários
econômicas e sociais de Belo Horizonte.
requeridos serão inferiores aos atuais.
É importante destacar que, embora essas questões envol
Além disso, a extensa rede estruturante de transporte,
vam aspectos específicos do sistema de mobilidade,
baseada em corredores de BRT e ligações metroviárias,
uma vez que as estratégias associadas a estes objetivos
já proporciona enormes ganhos em termos de compe
estratégicos tratam de temas ligados à sustentabilidade
titividade econômica e de inclusão social da cidade, uma
econô mica, logística urbana e política tarifária, por
vez que promove aumento significativo de velocidades
exemplo, os objetivos de “Tornar a mobilidade urbana
e, consequentemente, redução dos tempos gastos nos
um fator positivo para o ambiente de negócios da cida-
deslocamentos.
de” e “Tornar a mobilidade urbana um fator de inclu-
são social”, elas abordam questões muito mais amplas Deste modo, as propostas apresentadas também tiveram
e abrangentes do sistema de mobilidade. como premissa atender às estratégias da BHTrans relati-
vas aos objetivos apresentados anteriormente, conforme
mostrado na Tabela 14.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
104
Adequar o planejamento, o ordenamento e a Uma vez que a distribuição de bens e mercadorias é fundamental para o
operação da logística urbana, atuando em cooperação abastecimento da cidade, mas muitas vezes conflituosa com as demais atividades
com entidades públicas e privadas e em consonância urbanas, a questão da logística urbana foi abordada no âmbito do PlanMob-BH, de
com as políticas de uso e ocupação do solo, maneira a propor, mesmo que de forma preliminar, diretrizes capazes de
desenvolvimento econômico e gestão da mobilidade possibilitar a convivência organizada entre fluxos de pessoas e mercadorias.
Constata-se, portanto, que na hora do pico da manhã as locais de fácil acesso às rodovias e compatíveis com o
ofertas são, em geral, superiores às demandas observadas uso do solo e com o sistema de transporte;
em cada ponto, indicando que as ocupações médias
• Estabelecer uma política de internalização dos espaços
são compatíveis com a oferta disponível. Entretanto, não
destinados à carga e descarga;
foi feita uma análise desagregada por linha, logo, só se
pode afirmar que, em média, a oferta total disponível em • Controlar a circulação de veículos criando critérios
cada ponto é superior às demandas registradas. por porte, local e horário;
• Regulamentar a parada dos veículos para carga e des-
Desse modo, pode-se supor que os custos operacionais
carga sem interferir na circulação do transporte coletivo
são superiores aos necessários para a operação eficiente
e com o menor impacto possível.
do sistema, mesmo considerando a atual configuração
de linhas, o que oferece margem para uma maior a) Entretanto, apenas os dois últimos grupos de ações
racionalização da operação e, eventualmente, o repasse (circulação e carga e descarga) foram desenvolvidos, de-
da redução dos custos para as tarifas cobradas dos finindo-se critérios com participação do setor público e
usuários. privado através do Fórum de Trânsito, entre 1999 e 2000.
• Obrigatoriedade para unitização das cargas no interior entrega e de coleta de mercadorias. Nos demais casos,
dos veículos, utilizando-se paletes. Esse procedimento esse tipo de veículo é mais utilizado na execução de
encurta drasticamente o período de tempo necessário serviços públicos, comerciais e domésticos, de assis
para a operação de C/D; tência técnica, vendas e outras finalidades.
• Fixação de horários mais restritos de circulação e ope- Embora o tamanho da maioria de utilitários em circu-
ração de C/D na Área Central e corredores para os veícu- lação seja menos impactante no trânsito do que o dos
los de maior porte do que o VUC; caminhões, o estacionamento para a realização de ser-
viços ou operações de carga e descarga em fila dupla,
• Proibição da operação de C/D diurna existente, onde
por não haver vaga disponível, reduzem a capacidade
o volume de tráfego atingir níveis de saturação.
do sistema viário, podendo causar congestionamentos.
Entretanto, essas medidas, embora sejam essenciais, A proliferação desse tipo de veículo no sistema viário
visam apenas tratar os possíveis efeitos negativos de é de difícil controle, tendo em vista a valorização cada
um problema sistêmico que é a distribuição e coleta de vez maior, por parte dos consumidores e das empresas,
cargas em áreas urbanas. do recebimento de serviços imediatos.
Desse modo, as reais causas do problema, sob o enfoque Nos últimos anos, observa-se um crescimento acelerado
da logística, não são elaboradas e resolvidas, envolven- na utilização de motocicletas para o transporte de pe
do todos os agentes interessados, públicos e privados, quenas encomendas no município de Belo Horizonte,
em um esquema de parceria. Além disso, se não houver especialmente na Área Central. A utilização desse tipo
fortes investimentos em fiscalização rigorosa na regula- de veículo deve-se, principalmente, aos seguintes fatores:
mentação do sistema viário e nas condições de manu
tenção dos caminhões, essas regulamentações deixam • Economicidade: quando o volume de mercadorias é
de ser efetivas. pequeno, gerando economia de gastos operacionais;
O problema dos transportes de cargas não se restringe • Rapidez: a motocicleta permite deslocamentos com
apenas aos caminhões. Há uma quantidade expressiva reduzida espera em filas, devido à utilização (muitas
de utilitários realizando, diariamente, operações de vezes arriscada) do espaço entre veículos;
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
108
• Prazo de entrega exigido pelos clientes e dispersão dos dirigem a este Anel e à Via Urbana Leste-Oeste – VULO
pedidos no tempo, dificultando a consolidação da ope- atráves da Av. Vereador Cícero Ildefonso. Segundo os
ração de transporte por meio de veículos maiores. resultados encontrados, pela BR-040 (Brasília) chega
a maior quantidade de caminhões na RMBH e na Área
A proliferação e operação das motocicletas, da mesma
Central de Belo Horizonte;
forma que no caso anterior (utilitários), é de difícil con-
trole, tendo em vista as questões de praticidade e custo • Carência de maior capacidade de tráfego do Anel
para seus usuários e, também, considerando as dificul- Rodoviário, tendo em vista não só melhorar a fluidez de
dades para se prover tratamento diferenciado às mesmas tráfego, mas também aumentar a sua segurança. Cabe
no trânsito. O maior problema que se observa quanto ressaltar que mais de 30% do tráfego de caminhões no
às motocicletas, além da poluição sonora e ambiental, Anel Rodoviário não tem nem origem e nem destino na
é a elevada incidência de acidentes envolvendo as mes- RMBH, dificultando a utilização dessa única e impor
mas, devido às operações de risco às quais seus moto tante via com característica expressa para distribuição
ristas se submetem constantemente. do tráfego na RMBH, evitando a travessia de áreas mais
centrais dos diversos municípios da região, incluindo
Em função do diagnóstico apresentado, os principais Belo Horizonte;
problemas relacionados à movimentação de cargas no
município de Belo Horizonte podem ser sintetizados da • Carência de terminais de carga com plataforma logís
seguinte forma: tica, visando a consolidação de cargas em veículos, em
menores quantidades e mais apropriados para o ingresso
• Quantidade relativamente excessiva de caminhões, uti- na Área Central de Belo Horizonte;
litários e motocicletas em circulação, especialmente na
Área Central; • Carência de plataformas logísticas dentro da Área
Central de Belo Horizonte, visando dar suporte às ope
• Carência de infraestrutura informacional (centrais de rações de estocagem de produtos de lojas de varejo, con
fretes), visando contribuir para a redução da quantidade centrando e reduzindo a movimentação de veículos de
de veículos vazios em circulação e aumentar o controle carga no sistema viário e em horários mais apropriados;
de acesso à Área Central;
• Carência de sistema de consolidação de entregas de
• Péssimas condições do trecho de chegada da BR-040 pequenas encomendas, buscando a redução de circulação
(Brasília) no acesso ao Anel Rodoviário, gerando conges de motocicletas e outros veículos de carga em entregas
tionamentos e atrasos para os fluxos de tráfego que se individualizadas.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
109
Em termos de cobertura espacial, o sistema municipal de Belo Considerando o quociente entre a área atendida pelos
Horizonte apresenta uma densidade de atendimento bastante itinerários das linhas, estabelecida a partir de uma faixa
ampla, atingindo praticamente todas as áreas urbanizadas de de 300m de cada lado da via atendida por pelo menos
Belo Horizonte, como mostrado na Figura 55. uma linha, e a área do município, a cobertura da rede
atinge 87%. Considerando somente a área urbanizada,
a cobertura da rede atinge praticamente 100%, ou seja,
a cobertura verificada em Belo Horizonte representa
um bom indicador de qualidade na oferta de serviço.
Figura 56: Cobertura da Rede Intermunicipal de Transporte Figura 57: Configuração Espacial do Sistema Municipal
Coletivo (Densidade da Oferta na Hora de Pico da Manhã)
Além da cobertura da rede, outro indicador da qualidade sistema nos principais corredores viários, que concen
do serviço prestado é a quantidade de viagens ofertadas. tram a grande maioria da oferta de viagens na hora de
A Figura 57 apresenta a configuração espacial do siste pico. A política tarifária praticada é fator fundamental
ma de transporte coletivo municipal, com a quantidade na definição das condições de mobilidade da população
de viagens ofertadas na hora de pico da manhã, sendo da cidade, uma vez que sua estrutura garante as condi
representada pela espessura da linha desenhada. Nela, ções de acesso dos diversos segmentos da sociedade a
pode ser verificada a configuração tipicamente radial do cada um dos modos disponíveis.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
111
Considerando que na elaboração do caso básico do • Benefícios 50% inferiores ao longo do horizonte do
Fluxo de Caixa Econômico do Empreendimento estão projeto;
incluídos diversos níveis de incerteza, principalmente
envolvendo a determinação dos custos, tanto de produ • Valores de investimentos 30% superiores às estimativas
ção quanto de investimentos, e na quantificação da iniciais.
demanda a ser captada pelo novo sistema, também foi A Tabela 16 apresenta os resultados da análise de
realizada uma análise da sensibilidade dos parâmetros sensibilidade, considerando, simultaneamente, as situa
de avaliação com relação a essas variáveis de entrada.
ções listadas anteriormente e os indicadores de viabili
A análise de sensibilidade desenvolvida no estudo se dade tradicionais, ou seja, Valor Presente Líquido do
concentrou na avaliação dos impactos sobre a atrativi Fluxo de Caixa (VPL em milhões de reais), Relação Bene
dade econômica do projeto, causados pela variação fício/Custo (B/C) e Taxa Interna de Retorno Econômico
conjunta dos seguintes aspectos: (TIRE).
Os resultados econômicos obtidos para cada uma das As premissas consideradas no estudo financeiro foram as
situações analisadas em termos de cenários de implan mesmas adotadas na análise econômica em termos das
tação mostraram que o empreendimento é extrema demandas esperadas em cada horizonte e estimativa dos
mente viável, na medida em que os benefícios gerados custos de produção dos serviços de transporte.
ao longo do horizonte de análise justificam os custos
de investimento previstos. Para a condução do estudo de viabilidade financeira
do empreendimento, considerou-se, inicialmente, a
Na análise básica dos Cenários de Restrição de Inves demanda a ser captada pelo novo sistema. A projeção
timentos e de Investimento Pleno, respectivamente, as da demanda ao longo do período de análise levou
taxas de retorno econômico obtidas variam entre 39 e em conta os resultados do processo de modelagem
42%, muito acima dos patamares mínimos exigidos para da demanda do sistema para cada um dos horizontes
projetos dessa natureza, ou seja, 12%. Nestas situações considerados.
os valores presente líquidos dos fluxos de caixa se situam
em patamares que varia de R$4 bilhões a R$7 bilhões. Pelas características do modelo de simulação utilizado
no estudo, um dos resultados gerados em cada cenário
O projeto apresenta elevada robustez sob a ótica eco-
é a receita total do sistema. Portanto, para a análise
nômica, uma vez que, mesmo considerando-se a ocor-
financeira considerou-se as receitas obtidas diretamen
rência simultânea das condições adversas adotadas na
te do processo de modelagem da demanda, o qual
análise de sensibilidade, os indicadores de viabilidade
considerou a política de integração proposta para a rede
econômica do projeto ainda se mantêm em patamares
futura.
muito satisfatórios. Nessas condições, as Taxas Internas
de Retorno chegam, respectivamente, a 16 e 19%, e o Visto que o sistema de ônibus metropolitano gerenciado
Valor Presente Líquido ainda permanece em patamares pelo DER-MG e o sistema metroviário administrado
próximos a R$ 1 bilhão. pela Companhia Brasileira de trens Urbanos – CBTU
Aspecto Financeiro não estão sob a responsabilidade da Prefeitura de Belo
Horizonte, as receitas calculadas para a avaliação finan
A análise financeira avaliou a capacidade do Plano de ceira excluem as parcelas relativas a estas componentes.
Mobilidade proposto de gerar receitas líquidas suficien-
tes para cobrir os custos de operação do sistema, verifi- A Tabela 17 apresenta as variações das receitas totais do
cando se as propostas poderão ser implementadas com sistema de transporte de Belo Horizonte em relação à
os patamares tarifários vigentes. receita atual do sistema.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
115
A tabela mostra a variação da receita total em relação Os custos de produção dos serviços de transporte leva-
aos valores obtidos em 2008, em cada um dos cená- ram em consideração a quilometragem rodada por cada
rios considerados. Por exemplo, a receita do sistema em subsistema e os custos fixos e variáveis específicos para
2010, mantida a sua configuração atual, deverá crescer cada tipo de tecnologia adotada. Do mesmo modo que
1,05% no período, enquanto que no Cenário de Rede no caso do cálculo das receitas do sistema, na apropria-
Completa em 2020, o crescimento esperado é da ordem ção de custos de operação foram excluídos o sistema de
de 20,46%, especialmente pela enorme atratividade do ônibus metropolitano gerenciado pelo DER-MG e o sis-
sistema municipal. tema metroviário administrado pela CBTU.
Observa-se que a melhoria do sistema municipal pro- urbanas são constituídos pelo Anel Rodoviário e pelas
voca um crescimento relativo maior dos custos opera- ligações viárias da região Central da cidade, as quais per-
cionais no sistema de Belo Horizonte (sendo que para mitem conexão com Contagem e Betim. Por outro lado,
o sistema de transporte público como um todo ocorre os fluxos de veículos pesados na Área Central não são
redução do custo operacional, como mostrado na ava tão significativos.
liação socioeconômica, detalhada no Plano de Melhoria
Portanto, considerando que os dados disponíveis são
da Oferta) para a situação com projeto em relação àque-
muito restritos para uma análise mais profunda e reco-
la esperada para a situação nada a fazer.
mendações mais específicas, as recomendações relativas
Com base nos resultados obtidos, observou-se que à Logística Urbana são as seguintes:
mesmo com os aumentos estimados para os custos
• Intensificar a fiscalização à utilização dos Veículos
totais de operação do sistema municipal (embora ocorra
Urbanos de Carga – VUC e às operações de carga
uma redução dos custos totais de operação do sistema
e descarga, especialmente na Área Central de Belo
de transporte coletivo como um todo), os crescimentos
Horizonte, uma vez que os principais problemas
esperados para as receitas, em todas as situações consi
identificados são localizados e possivelmente gerados
deradas, são sempre superiores aos aumentos nos custos,
por operações irregulares;
comprovando a viabilidade financeira do sistema de
mobilidade proposto pelo Plano de Mobilidade de Belo • Estimular a implantação de terminais de carga em lo-
Horizonte. cais de fácil acesso às rodovias e compatíveis com o uso
do solo e com o sistema de transporte, particularmente
5.4.2.2. Circulação de Carga Urbana
nas áreas no entorno do Anel Rodoviário;
Em função dos resultados obtidos nas simulações rea- • Sempre que possível, estabelecer uma política de in-
lizadas constatou-se que, em termos gerais, a situação ternalização dos espaços destinados à carga e descarga;
de Belo Horizonte pode ser considerada como menos
crítica que aquelas observadas em outras cidades. Veri- • Desenvolver base de dados para possibilitar a elabora-
ficou-se que os principais eixos de circulação de cargas ção de um Plano de Logística Urbana da cidade.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
117
HORIZONTE 2014
Total 11,1
Custo Total
Intervenção Fonte do Custo Custo Total (R$)
(milhões de R$)
Melhoria da rede de caminhamento Estimativa Logit 1,4 1.400.000
HORIZONTE 2020
Total 25,8
Custo Total
Intervenção Fonte do Custo Custo Total (R$)
(milhões de R$)
Melhoria da rede de caminhamento Estimativa Logit 1,0 1.000.000
Total 1.847,2
• Como resultado, espera-se um ganho significativo em Conforme mencionado anteriormente, para o horizonte
termos de aumento de velocidade média tanto do trans- 2020, além do cenário de oferta contemplando todas as
porte coletivo (35%) quanto para o tráfego geral (15%) intervenções propostas, denominado Cenário de Inves
em relação às médias observadas atualmente. timentos Plenos, também foi considerada uma situa
ção intermediária que contempla um mínimo de inter
• Em relação à divisão modal, no Cenário de Investimen-
venções, caracterizando uma situação conservadora
tos Plenos em 2020, a participação do transporte indi-
chamada de Cenário de Restrição de Investimentos.
vidual deverá cair para cerca de 40%, especialmente
em função da expectativa de crescimento do número de A tabela seguinte apresenta os resultados obtidos para os
viagens por bicicleta, em função da expansão da rede indicadores de desempenho de rede referentes ao Ce-
cicloviária. A participação do transporte coletivo deve- nário Copa 2014 e Investimentos Plenos e Restrição de
rá permanecer no mesmo nível esperado para o Cenário Investimentos para o horizonte de 2020.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Tabela 33 – Resultados Obtidos Para os Cenários Copa 2014 e Investimentos Plenos e Restrição de Investimentos em 2020
Cenário
Restrição
Indicador Copa Investimento
Investimento
2014 Pleno 2020
2020
Total 557,213 626,477 626,515
Autos 248,638 282,257 249,967
Viagens Alocadas
Transporte Coletivo 303,348 337,974 339,169
Bicicletas 5,227 6,246 37,379
Autos 44,6% 45,1% 39,9%
Distribuição Modal Transporte Coletivo 54,4% 53,9% 54,1%
Bicicletas 0,9% 1,0% 6,0%
Velocidade Média – Rede Interna (km/h) 23,5 24,7 26,3
Tempo Médio Veículo – Viag. Interna (min) 23,9 23,6 21,4
Tempo Médio Caminhada – Viag. Interna (min) 10,6 10,6 10,9
Tempo Médio Espera – Viag. Interna (min) 3,1 2,8 3
Transporte Coletivo
Rede Municipal Total de Embarques 536,926 696,226 681,73
Total de Embarques no Metrô 21,746 85,929 105,24
Taxa de Transferência 1,77 2,06 2,01
Tarifa Média – Viag. Internas (R$) 2,11 2,1 2,06
Velocidade Média – Rede Interna (km/h) 26,1 23,1 26,5
Automóveis
Tempo Médio Veículo – Viag. Interna (min) 16,9 18,7 14,7
Velocidade Média – Viag. Internas (km/h) 19,6 19,5 19,9
Bicicletas Distância Média – Viag. Internas (km) 9,2 9,4 8,9
Percentual da Viagem em Ciclovias (%) 80,0% 80,0% 85,0%
Ext. Vias Congestionadas (v/c>=1.0) (%) 4,6% 7,3% 4,0%
Rede Viária Municipal Ext. Vias Saturadas (1.0>v/c>=0.8) (%) 5,0% 6,9% 5,1%
Extensão Vias Livres (v/c<0.8) (%) 90,3% 80,0% 90,9%
Autos 74,631 86,484 65,848
Viagens com Origem ou
Transporte Coletivo 109,964 132,539 134,923
Destino na Área Central
Bicicletas 2,646 2,888 21,14
Velocidade Média na Área Central (km/h) 18,6 19,0 21,0
Transporte Coletivo Total de Embarques 101,978 110,789 123,285
Área Central
Transferências 85,628 89,241 101,634
Automóveis Velocidade Média na Área Central (km/h) 18,4 15,6 19,4
Ext. Vias Congestionadas (vol/cap>=1.0) (%) 13,4% 22,7% 11,2%
Rede Viária Incluindo Av.
Ext. Vias Saturadas (1.0>vol/cap>=0.8) (%) 13,5% 16,8% 12,0%
do Contorno
Extensão Vias Livres (vol/cap<0.8) (%) 73,1% 60,5% 76,8%
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Os gráficos apresentados nas figuras a seguir ilustram o comportamento dos indicadores obtidos em cada uma das
situações analisadas, permitindo avaliar comparativamente o desempenho relativo em cada aspecto relevante dos
sistemas de transporte tanto privado quanto coletivo.
O cenário de investimentos plenos aponta uma melhoria significativa na velocidade média tanto no transporte
privado, mas especialmente no transporte coletivo, quando comparado ao cenário tendencial. Constata-se tam-
bém que, em relação à situação observada em 2008 somente ocorrem melhoras para o transporte coletivo. Além
disso, no cenário de 2014, o transporte coletivo apresenta sensível aumento de velocidade frente à situação atual.
54,40%
54,10%
54,50% 53,90%
50,90%
52,00%
49,10% 48,00%
45,50% 45,10%
46,60%
39,90%
0,9% 6,9%
0% 0,9%
2008 2014 2020
Rede Atual
Restrição de Investimentos
Investimento Plano
12,1%
6,7%
7,3%
3,7% 4,6%
4,0%
Identificadas as componentes do sistema de mobilidade Tendo estas premissas em mente, foram propostos os in-
que deverão ser monitoradas, o estágio seguinte do proces- dicadores que, em uma avaliação preliminar, poderiam
so de proposição do sistema de monitoramento consistiu na compor a ferramenta de monitoramento do Sistema de
determinação dos indicadores a serem adotados. Mobilidade de Belo Horizonte.
Antes, todavia, é importante destacar mais uma vez que É importante mencionar que o sistema proposto deverá
o presente estudo, por se tratar de um Plano Estratégico, contemplar tanto indicadores capazes de avaliar o de
buscou identificar soluções em nível de planejamento sempenho da oferta, quanto medidas que permitam
para os períodos de maior solicitação do Sistema de analisar o desempenho do nível de atendimento da
Mobilidade da cidade, sem uma análise mais profunda demanda.
a respeito dos períodos de menor carregamento da rede,
Além disso, como a fase atual é de proposição de um sis-
por exemplo, finais de semana e períodos noturnos,
tema de monitoramento, e o sistema urbano, em sua na-
quando a oferta de serviços públicos é menor.
tureza, é dinâmico, o objetivo é elaborar uma proposta
Medidas específicas de caráter operacional para situa- inicial de um conjunto de indicadores que poderão e de-
ções pontuais, especialmente para os períodos de menor verão ser aperfeiçoados ao longo do tempo, e revisados
demanda, deverão ser objeto de análises específicas, que sempre que for considerado necessário, para melhorar o
não fazem parte do escopo do presente estudo. sistema de monitoramento.
Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte | Relatório Final
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Código do Objetivo
Componente Monitorado Indicadores Propostos
Estratégico Associado
· Número de unidades habitacionais nas zonas lindeiras a cada um dos corredores
de transporte público;
D Urbanização
· Número de empregos nas zonas lindeiras a cada um dos corredores de
transporte público.