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Manejo do Paciente
Crítico
1
INTRODUÇÃO
Pacientes gravemente doentes apresentam morbidade e mortali-
dade elevadas (Gwinnutt, 2006). O reconhecimento imediato e o
manejo precoce adequado de indivíduos com risco de se tornarem
criticamente doentes ou que já estão nessa condição podem ajudar
a prevenir uma piora e maximizar as chances de recuperação (Gwin-
nutt, 2006). Essa abordagem proativa pode anular a necessidade
de internação em uma unidade de terapia intensiva (UTI), bem
como reduzir a mortalidade e a morbidade daqueles internados no
momento apropriado (McQuillan et al., 1998; McGloin et al.,
1999; Young et al., 2003).
Este capítulo visa compreender o reconhecimento e o manejo
do paciente gravemente doente.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao concluir o capítulo, o leitor será capaz de:
debater a importância da prevenção de parada cardiopulmo-
nar intra-hospitalar;
enumerar os sinais clínicos de uma doença grave;
discutir o papel das equipes de resposta rápida;
discutir a importância do treinamento da equipe relativo ao
reconhecimento do paciente gravemente doente.
• Alerta
• Reage à voz
• Reage à dor
• Inconsciente
(Resuscitation Council UK, 2006)
FIGURA 1.4 Nível de consciência.
EAP
calculado
SIM SIM
Continuar
Repetir
observações SIM
observações
na freqüência
em uma hora
exigida
Chamar Contatar
Equipe da unidade
enfermeiro da enfermeiro
contatar enfermeiro
equipe de responsável
da equipe de
resposta rápida que alertará a
resposta rápida, se
equipe médica
preocupada em
qualquer estágio
Plantonista
revisa o
paciente em
30 minutos
NÃO Seguir plano de
Plantonista tratamento médico.
revisa o Observações
paciente em conforme
30 minutos solicitação.
NÃO
Registrar e revisar
paciente em 30 minutos
NÃO
Contatar
Chamar o
anestesista
consultor
e registrar
especializado
CLASSIFICAÇÃO E PROVISÃO DE
CUIDADOS A PACIENTES CRÍTICOS
TREINAMENTO DE PROFISSIONAIS
DE CUIDADOS DE SAÚDE
Vários estudos demonstram que médicos e enfermeiros carecem de
conhecimentos e habilidades necessários em cuidados a pacientes graves
(Nolan et al., 2005), por exemplo, falta de conhecimento em oxige-
noterapia (Smith e Poplett 2002), oximetria de pulso (Kruger et al.,
1997) e equilíbrio hídrico e eletrolítico (Meek, 2000). Os conheci-
mentos e as habilidades de médicos (com mais tempo de carreira) que
trabalham em instituições de saúde também pode ser deficientes. Ra-
ramente os profissionais da saúde têm confiança para cuidar de pa-
cientes em condição grave, não seguindo com freqüência uma abor-
dagem sistemática em sua avaliação. Além disso, deficiências no aten-
dimento a pacientes graves costumam envolver intervenções simples,
por exemplo, tratamento de problemas das vias aéreas, respiração e
circulação (McQuillian et al., 1998). A combinação de um reconhe-
cimento precoce insatisfatório com a falta de habilidades essenciais ao
responder a uma deteriorização aguda provavelmente contribui para
desfechos insatisfatórios do paciente (Adam e Osborne, 2005).
Várias iniciativas educacionais vêm ocorrendo para melhorar
o conhecimento multidisciplinar, as habilidades e as atitudes asso-
ciados ao manejo do paciente em condição crítica de saúde (Kause
et al., 2004). Algumas dessas iniciativas são descritas a seguir:
Curso ALERT
O curso ALERT (Acute Life-threatening Events – Recognition
and Treatment [Eventos graves com risco de morte – reconheci-
mento e tratamento]) foi criado na Portsmouth University, em
1999, visando melhorar o atendimento de pacientes graves “de
risco” e de pacientes adultos em condição crítica. Foi especifica-
mente elaborado para tratar de ansiedades e de áreas de deficiência
percebidas no manejo do paciente gravemente doente, já identifi-
Cirurgia START
O curso de treinamento sistemático em reconhecimento e trata-
mento de doenças graves para cirurgia (Cirurgia Start [Systematic
Training in Acute Illness Recognition and Treatment for Surgery])
foi desenvolvido para estagiários em fundamentos cirúrgicos. Esse
curso visa aperfeiçoar as habilidades teóricas, práticas e pessoais
necessárias ao cuidado de pacientes cirúrgicos em situação crítica.
Mais informações em www.rcseng.ac.uk.
CONCLUSÃO
Pacientes em situação crítica apresentam elevada morbidade e mor-
talidade. O prognóstico após parada cardiopulmonar em hospital
é insatisfatório. O rápido reconhecimento e o manejo precoce e
apropriado de pacientes em condições críticas são fundamentais à
prevenção de piora. Sistemas de mudança do quadro e gatilho de-
vem estar a postos para identificação de pacientes de risco e alerta
para suporte a especialistas. A equipe de cuidados de saúde deve
estar adequadamente treinada.
REFERÊNCIAS
Adam, S. & Osborne, S. (2005) Critical Care Nursing Science and Prac-
tice 2nd edn. Oxford University Press, Oxford.
Baudouin, S. & Evans, T. (2002) Improving outcomes for severely ill
medical patients. Clinical Medicine (March/April) Editorial.
Bellomo, R., Goldsmith, D., Shigehiko, U. et al. (2003) A prospective
before and after trial of a medical emergency team. Medical Journal
of Australia 179 (6), 283–287.
Bristow, P.J., Hillman, K.M., Chey, T. et al. (2000) Rates of in-hospital
arrests, deaths and intensive care admissions: the effect of the medi-
cal emergency team. Medical Journal of Australia 173, 236–240.
Buist, M., Jarmolowski, E., Burton, P. et al. (1999) Recognising cli-
nical instability in hospital patients before cardiac arrest or un-
planned admission to intensive care. Medical Journal of Australia
171, 22–25.