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Poder de Polícia - Proporcionalidade e Abuso de Poder PDF
Poder de Polícia - Proporcionalidade e Abuso de Poder PDF
GOIÂNIA
2007
1
Banca examinadora
__________________________
__________________________
__________________________
2
Dedicatória
3
Agradecimentos
4
Resumo: Como estrutura maior de representação do poder público através dos três
níveis de Poder, o Estado tem o dever de propiciar à sociedade como um todo uma
situação em que seja possível vivenciar o que apregoa o texto legal quanto ao que se
refere a uma convivência coletiva harmônica - um estado de segurança pública real e
presente. Para isso este ente se utiliza, através de seus representantes, do poder de
polícia. Visto aqui como um poder inerente à Administração pública, se difunde de forma
abrangente por todas as vertentes administrativas e em uma atitude de supressão da
vontade individual, quando esta tende a dissuadir-se do bem-estar coletivo, age de
maneira coercitiva e discricionária para restabelecer qualquer situação de desvirtuamento
da ordem. É mais um instrumento limitador, mas também limitado, que o poder público
tem ao seu dispor para imprimir à realidade concreta, o desejo maior de uma nação
soberana e democrática, qual seja, um Estado democrático de direito. Isto é, o do bem
comum.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................
.........1
CAPÍTULO I
ORIGEM DO PODER DE POLÍCIA
1. ASPECTOS HISTÓRICOS.......................................................................3
2. QUESTÕES CONCEITUAIS....................................................................6
CAPÍTULO II
1. QUESTÕES CONCEITUAIS..................................................................19
6
4. POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA ADMINISTRATIVA................................33
CAPÍTULO III
1.1 NOÇÕES....................................................................................40
CAPÍTULO IV
7
3.5 ABUSO DE PODER NO ÂMBITO DA POLÍCIA CIVIL............................82
6. CONCLUSÃO.....................................................................................88
BIBLIOGRAFIA.........................................................................92
8
INTRODUÇÃO
Agindo dessa forma, o Estado através de seus agentes, estará utilizando dos
poderes administrativos, instrumento de trabalho do administrador público,
especificamente do poder de polícia, evidenciado através da prevenção e repressão
da conduta negativa e anti-social, preservando o interesse geral da comunidade
em face do abuso do direito individual.
9
Tendo então como objeto, todo bem, direito ou atividade pessoal que
possa afetar a coletividade ou pôr em risco a segurança desta. Ao condicionar
direitos e o uso de bens individuais delimita a execução das atividades por meio de
fiscalização e controle.
10
CAPÍTULO I: ORIGEM DO PODER DE POLÍCIA
1. ASPECTOS HISTÓRICOS
Nesta época, havia o jus politiae, poder do qual o príncipe era detentor e
que designava a este ampla ingerência na vida particular dos cidadãos, incluindo a
1
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
405.
2
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 109.
3
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
405.
11
vida religiosa e espiritual, sempre com o pretexto de alcançar a segurança e o
bem-estar coletivo. Compreendia uma série de normas postas pelo príncipe e que
se colocavam fora do alcance dos tribunais. Esta fase foi denominada de estado de
4
polícia.
A primeira etapa do estado moderno foi então caracterizada por uma fase
de opressão nas vidas dos cidadãos, com o poder intervencionista do príncipe.
Uma total intromissão do Estado, caracterizando o direito de polícia do soberano.
Era a época do estado iluminista, no qual o governante agia de acordo com a sua
própria lei, segundo a sua ótica particular e sem limitações.
A partir de então, polícia passa a ser vista como uma parte das atividades
4
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 109.
5
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 331-332.
6
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 109-110.
12
da Administração, destinada a manter a ordem, a tranqüilidade, a salubridade
públicas. Momento em que o vocábulo “polícia” deixou de ser usado isoladamente
e surgiu primeiramente na França, a expressão polícia administrativa; 7 sendo esta
essencialmente uma polícia de segurança.8
Foi o momento do estado social, no qual a polícia passou a ter nova face,
preocupando-se com questões relacionadas ao bem-estar da coletividade sempre
com o objetivo de adequar o exercício dos direitos individuais a uma situação de
harmonia com o interesse geral.
13
Pública. A qual procura contrabalancear de um lado a garantia de efetivação plena
dos direitos individuais almejada pelo cidadão, e de outro a contensão desse
mesmo direito quando seu exercício individual venha sobrepujar o coletivo.
2. QUESTÕES CONCEITUAIS
10
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 111.
11
DUTRA, Paulo de Almeida. Desvio de poder. São Paulo: Max Limonad, 1986. p. 34
12
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
419.
14
É o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os
abusos do direito individual.13
Sob esse ângulo, Petrônio Braz conceitua o poder de polícia como “um
poder de vigilância objetivando o bem-estar social, impedindo que os abusos dos
direitos pessoais possam perturbar ou ameaçar os interesses gerais da
14
coletividade”.
Ainda sob este ponto de vista, corrobora Maria Sílvia Zanella Di Pietro ao
afirmar que “o poder de polícia é tido como a atividade do Estado consistente em
limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público”.17
15
ajustando-as aos interesses coletivos designa-se “poder de polícia”. A
expressão tomada neste sentido amplo, abrange tanto atos do
Legislativo quanto do Executivo. Refere-se, pois, ao complexo de
medidas do Estado que delineia a esfera juridicamente tutelada da
liberdade e da propriedade dos cidadãos.
A expressão “poder de polícia” pode ser tomada em sentido mais
estrito, relacionando-se unicamente com as intervenções, quer gerais e
abstratas, como os regulamentos, quer concretas e específicas (tais as
autorizações, as licenças, as injunções), do poder Executivo destinadas
a alcançar o mesmo fim de prevenir e obstar ao desenvolvimento de
atividades particulares contrastantes com os interesses sociais. Esta
acepção mais limitada responde à noção de polícia administrativa.18
Noutro aspecto, traz José Cretella Júnior que, por informar todo o sistema
de proteção que funciona atualmente nos estados de direito, o poder de polícia
deve “satisfazer a tríplice objetivo, qual seja, o de assegurar a tranqüilidade, a
segurança e a salubridade públicas”.
18
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Malheiros,
2006, p. 718.
19
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 111.
16
Administração.20
É ainda dessa noção que esse autor acentua os sentidos amplo e estrito do
poder de polícia já expostos em momento anterior. Não se limitando, portanto, a
uma definição rígida do termo. Partindo desse pressuposto, tem-se no artigo 78 do
Código Tribunal Nacional, referente à cobrança de taxa, um conceito para o poder
de polícia da Administração:
17
situação de convivência social aceitável e permissiva de benefícios à coletividade.
18
paraíso celestial.25
Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros servos,
obrigados a venerar e a amar a Deus, e que os servos estejam
obrigados a amar e venerar o seu senhor.26
Esse bem comum não é senão finalidade social a ser cumprida pelo Estado
e na lição de Dalmo Dallari de Abreu é perfeitamente definido pelo Papa João
XXIII:
19
personalidade humana. (...) Como se vê não é feita referência a uma
espécie particular de bens, indicando, em lugar disso, um conjunto de
condições, incluindo a ordem jurídica e a garantia de possibilidades, que
consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade
humana. Nesta idéia de integral desenvolvimento da personalidade está
compreendido tudo, inclusive os valores materiais e espirituais, que
cada homem julgue necessário para a expansão de sua personalidade.
Ao se afirmar, portanto, que a sociedade humana tem por finalidade o
bem comum, isto quer dizer que ela busca a criação de condições que
permitam a cada homem e a cada grupo social a consecução de seus
respectivos fins particulares.”28
28
Papa João XXIII. Pacem in terris (Encíclica), I, 58.
29
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 19.
30
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
414.
31
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
20
4. A EXPRESSÃO PODER DE POLÍCIA
21
como se existisse uma ‘natural’ titularidade de poderes em prol da Administração
e como se dela emanasse intrinsecamente, fruto de um abstrato ‘poder de
polícia’”.34
34
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Malheiros,
2006, p. 717.
35
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Malheiros,
2006, p. 717.
36
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
423.
37
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 186.
22
circunstâncias e da natureza.”38
Ainda sob o olhar desta autora, tem-se agora a autorização “como ato
administrativo discricionário e precário, pelo qual a Administração consente no
exercício de certa atividade; no âmbito do poder de polícia, diz respeito, ao
exercício de atividades cujo livre exercício pode, em muitos casos, constituir
perigo ou dano para a coletividade, mas que não é importuno impedir de modo
absoluto.” Os exemplos mais comuns são o porte de armas e o comércio de fogos.
42
38
FILHO, Marçal Justen. Curso de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.385.
39
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 48
40
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 48
41
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 337.
42
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 337-338.
23
Como exemplo de regulamentos ou portarias, tem-se também “as que
proíbem soltar balões em épocas de festas juninas” e “das normas
administrativas, as que disciplinam horário e condições de vendas de bebidas
alcoólicas em certos locais. São disposições genéricas próprias da atividade de
polícia administrativa.” 43 Em outra vertente, tem-se:
43
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Malheiros,
2006, p. 731.
44
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Malheiros,
2006, p. 731.
45
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 132-133.
46
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 132-133.
24
POLÍCIA
1. QUESTÕES CONCEITUAIS
25
desordem, mas também a atuação preventiva que possibilite a não ocorrência de
lesões à convivência pacífica da comunidade. Daí ser necessária a atuação do
poder de polícia no sentido de promover a situação de ordem pública, a qual “há
de ser garantida através de mecanismos de segurança pública, que haverão de ser
adotados por órgãos específicos.”49
Sem embargo, cumpre observar que embora aja distinção entre as polícias
administrativa e judiciária, no Brasil esta diferença “não tem integral aplicação,
porque a nossa polícia é mista, cabendo ao mesmo órgão atividades preventivas e
49
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 85.
50
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
416.
51
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
416.
26
repressivas.”52
Neste aspecto, José Cretella Júnior conceitua polícia como “a operação que
tem por fim assegurar por via geral ou individual, preventivamente e por certas
medidas apropriadas (que constituem seu objeto), a tranqüilidade, a segurança e
a salubridade públicas, a fim de prevenir as ofensas aos direitos e propriedades
dos indivíduos que poderiam resultar numa falta de tranqüilidade, de segurança ou
de salubridade.”53
Ainda neste sentido, é notório, “que a ordem pública existe sempre que não
há desordem, atos de violência, de que espécie for, contra pessoas, bens ou o
próprio Estado. Mas ela não pode ser concebida única e exclusivamente sob esta
ótica. Não se trata de figura jurídica, embora dela se origine e tenha a sua
existência formal.”54 Assim, na lição de Álvaro Lazzarini:
52
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 92.
53
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p.
409.
54
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 95.
55
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 202.
27
Em concordância com essa afirmativa, acentua Alexandre de Moraes que
“o objetivo inicial da clássica separação das funções do Estado e distribuição entre
órgãos autônomos e independentes tinha como finalidade a proteção da liberdade
56
individual contra o arbítrio de um governante onipotente”.
Reis Friede afirma ainda que “a divisão do poder de Estado em três órgãos
distintos (Legislativo, Executivo e Judiciário), independentes e harmônicos entre
si, representa a essência do sistema constitucional. Uma Constituição que não
contenha este princípio não é Constituição, como afirmaram os teóricos do
liberalismo”.57
56
MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 370.
57
FRIEDE. Reis. Curso de ciência política e teoria geral do estado. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2006, p. 459.
58
FENET, Alain. Les libertes publiques en France. 1. ed. Paris: Presses Universitaires de France,
1976, p. 35.
59
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 25-26.
28
60
falar-se em separação de funções. A divisão é formal, não substancial”.
60
MALUF, Sahid. Teoria geral do estado. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 205-207.
61
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 27.
62
GUIMARÃES, Diocleciano Torrieri. Dicionário técnico jurídico. 5. ed. São Paulo: Rideel, 2003, p.
50.
63
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
84.
64
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
84.
65
LAUBADÉRE, André. Manuel de droit administratif. 10.ed. Paris: Ledy, 1977. p. 11.
29
Odete Medauar assinala duas faces de observação para o termo. Sob o
aspecto funcional, Administração Pública significa “um conjunto de atividades do
Estado que auxiliam as instituições políticas de cúpula no exercício de funções de
governo, que organizam a realização das finalidades públicas postas por tais
instituições e que produzem serviços, bens e utilidades para a população (...)”66
66
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 44.
67
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 44.
68
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 54.
30
daquelas decisões governamentais, que sejam exeqüíveis em termos de ação
concreta.”69
Maria Sylvia Zanella Di Pietro citando Renato Alessi, afirma que a função
política ou de governo, “implica uma atividade de ordem superior referida à
direção suprema e geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a
determinar os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras
funções, buscando a unidade da soberania estatal”.70
69
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 28.
70
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 56.
71
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 28.
72
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 30.
31
e aprimoramento dos bens, serviços e interesses da coletividade”73, o que obriga o
administrador público ou agente público no exercício de sua atividade, a agir
conforme os preceitos de Direito e morais inerentes à posição que ocupam.
73
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
85.
74
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
87.
75
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 32.
32
No entanto, depois de eclodirem vários pontos de vista acerca desta
discussão, é predominante por parte da doutrina a aceitação da polícia bem como
das ações administrativas decorrentes do Poder de Polícia, de que o bem-estar
social deverá ser o fim último a ser alcançado. Mesmo que em algumas culturas
ora se verifique com maior ênfase a proteção à segurança, moralidade e
salubridade.
76
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 32.
77
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 30-31.
78
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 30-31.
33
multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do
CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente
inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar a agravante a
pagar multa ao agravado.79
34
que tentam explicar a desordem na qual se acha revestida a segurança nacional.
81
MAINARDI, D. Vamos soltar os bandidos. VEJA, São Paulo, nº. 18, p. 193, maio de 2005.
82
MUELLER, R. Crime e castigo. VEJA, São Paulo, nº. 44, p. 11, 14-15, novembro de 2005.
83
CARNEIRO, M. e PEREIRA, C. Terror em São Paulo. VEJA, São Paulo, nº. 20, p. 48, maio de
2006.
84
CARNEIRO, M. e PEREIRA, C. Terror em São Paulo. VEJA, São Paulo, nº. 20, p. 48, maio de
2006.
35
Uma vez que a segurança nacional é função do Poder Nacional e, portanto,
imprescindível à convivência da população, necessidade básica de toda e qualquer
sociedade e ainda instrumento do poder público para que o homem possa realizar
suas atividades do modo mais perfeito possível.
36
Por outro lado, ultimamente o que muito se tem verificado é a atuação de
policiais envolvidos em crimes, na maioria das vezes juntamente com criminosos.
Além de inúmeras ações autoritárias que acabam por desencadear e confirmar por
parte da população o descrédito desta no fator segurança nacional.
37
com a lição de alguns autores, entre eles Álvaro Lazzarini, esta diferenciação não é
absoluta, em vista de as duas polícias autuarem tanto preventiva quanto
repressivamente.
Mas ainda assim falta precisão ao critério, pois se pode inferir que a
polícia judiciária, embora seja repressiva em relação ao indivíduo
infrator da lei penal, é também preventiva em relação ao interesse
geral, porque, punindo-o, procura evitar que o indivíduo volte a incidir
na mesma infração.91
90
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 37.
91
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 37.
92
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 240.
93
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 39.
94
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 113.
38
polícia administrativa age repressivamente quando obsta a uma atividade
particular já em curso, uma vez que esta tenha se revelado divergente ao
interesse público. A polícia judiciária reprime enquadrando o perturbador nas
normas penais vigentes em auxílio ao Poder Judiciário.95
39
5. PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA E APURAÇÃO DE DELITOS
1999, p. 240.
101
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 96-97.
102
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 104.
40
A priori, sabe-se que pelo menos até o presente momento, à polícia militar
cabe policiar as ruas na busca de promover a segurança da população contra a
ação de criminosos, e à polícia civil, incumbe nas delegacias o registro das queixas
de pessoas contra terceiros que lhe tenham causado algum dano. No entanto, os
relatos abaixo demonstram consideravelmente a contrária realidade na atuação de
grande parte da força policial:
41
nenhuma prova a imprensa deu seu veredicto. O sensacionalista jornal
“Cidade Alerta” (TV Record), com seu repórter de dedo em riste,
acusou-as de criminosas, chamou-as de pilantra, expondo sua imagem
de forma a desmoralizá-las perante a sociedade. O reacionário jornal
Estado de Minas também divulgou as falsas informações (por exemplo,
a de que elas teriam sido presas em flagrante), ocupando mais da
metade do espaço da matéria com uma foto das companheiras. (...)104
104
MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário). Mais um ato de violência da polícia contra
o povo. CMI, Belo Horizonte, abril de 2004. Disponível em: http://estudantesdopovo.hpg.com.br. e
www.midiaindependente.org. Acesso em 11 de agosto às 23h40min.
105
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 99.
106
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1.ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 100.
42
enigmáticos, respeitará o homem e fará com que a população,
constituída predominantemente por pessoas de bem, a respeite, em vez
de temê-la. Não será a polícia ostensiva apenas que deverá estar
empenhada na luta contra o crime e, portanto, não será ela a única a
responder pela preservação da ordem pública.107
1.1 Noções
43
autores entre eles Maria Sylvia Zanella Di Pietro, José Maria Pinheiro Madeira,
Jessé Torres e outros, lecionam que além dessas características há ainda o fato de
o poder de polícia corresponder a uma atividade negativa. Serão aqui expostos os
atributos do poder de polícia com o intuito de elucidar as nuances destes bem
como através de exemplos que possibilitem uma perfeita compreensão.
136.
109
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 52.
110
FARIA, Edimur. Curso de direito administrativo positivo. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1996, p.
178.
111
FILHO, Marçal Justen. Curso de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.393.
44
previsão legislativa não significa que o direito não regule a situação existente.112
É nesta esteira que Marçal Justen Filho afirma ser incorreto qualificar o
poder de polícia como um poder discricionário, pois segundo ele, não existe essa
categoria de poder discricionário e sim competências administrativas disciplinadas
por lei que contemplem margem de discricionariedade. Isto, dado o fato de o
poder de polícia ser integrado tanto por disciplina discricionária quanto
vinculada.116
112
FILHO, Marçal Justen. Curso de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.393.
113
FILHO, Marçal Justen. Curso de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.393.
114
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 132.
115
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 732.
116
FILHO, Marçal Justen. Curso de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.393.
45
No uso da liberdade legal de valoração das atividades policiadas e na
graduação das sanções aplicáveis aos infratores é que reside a
discricionariedade do poder de polícia, mas mesmo assim a sanção deve
guardar correspondência e proporcionalidade com a infração.117
46
justificada pela necessidade de não se retardar o atendimento dos interesses da
coletividade frente a interesses contrários e também ao fato de que todos os atos
e medidas administrativas gozam de presunção de legalidade.121
121
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 131.
122
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 59.
123
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 738.
124
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 738.
47
exigibilidade que resulta da possibilidade da Administração tomar decisões
executórias dispensadas de autorização prévia do Poder Judiciário. Relaciona-se
também a meios indiretos de coação. Por exemplo, a multa ou ainda a
impossibilidade de licenciamento de veículo quando não pagas as multas de
trânsito.125
125
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 114.
126
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 114.
127
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
137-138.
48
Administração” (...). Pois, “todo ato de polícia é imperativo (...), admitindo até o
emprego da força pública para seu cumprimento, quando resistido pelo
128
administrado”.
128
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
138.
129
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 115.
130
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 115.
131
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 115.
49
Nesta linha, Odete Medauar concorda ao afirmar que o poder de polícia está
situado na face autoridade, atuando, dessa forma, por meio de prescrições, ao
contrário do serviço público que opera por meio de prestações. Não deixando
ainda de observar se as prescrições estão sendo cumpridas e em caso negativo,
132
aplicando sanções em caso de desatendimento.
132
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 335.
133
DI PIETRO, Maria Sílvia Zanella. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003,
p. 115.
134
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 728.
50
desde, por exemplo, aos aspectos referentes à segurança das pessoas e seus
bens, saúde e convivência pública, como à preservação do meio ambiente natural
e cultural, de gêneros alimentícios e ainda no combate ao abuso do poder
econômico.
51
profissões (quando regulamentadas, às vezes o poder de polícia é
delegado, por lei, às ordens profissionais); poluição sonora, visual,
atmosférica, dos rios, mares, praias, lagoas, lagos, mananciais; preços;
atividade bancária, atividade econômica; trânsito.136
52
Sob este ponto de vista, caberá à União exercer o poder de polícia em
caráter exclusivo sobre o que estiver arrolado no artigo 22 da Constituição Federal
e concorrentemente sobre o que estiver explicitado no artigo 24 da mesma carta
com estados e Distrito Federal. Aos Estados caberá o exercício exclusivo nas
hipóteses do §1º. do artigo 25. Já os municípios possuem campo de atuação
exclusivo, no que disser respeito ao seu peculiar interesse, sobre as matérias
previstas no artigo 30. Ao Distrito Federal, a quem compete, por força do artigo
32, § 1º, atribuições correspondentes às dos municípios e estados (salvo ao que
se refere ao § 1º. do artigo 25), incumbirá o exercício da polícia administrativa em
caráter exclusivo no mesmo caso em que os municípios a exercem e
139
concorrentemente nas hipóteses do artigo 24.
139
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 741.
53
A atividade preventiva se vale do pressuposto de que através de uma
maneira antecipada de agir é possível à força policial imprimir meios capazes de se
adiantar a situações de perturbação contra a ordem pública. Isso significa dizer
que é possível impedir que essa ordem venha a ser novamente atingida sem que
seja necessária a concretização do ato perturbador outrora vivenciado.
José Maria Pinheiro Madeira comunga com esta idéia ao afirmar que é de
forte consenso entre os estudiosos do assunto o fato de que as medidas
preventivas devem impor-se antes de uma conduta perturbadora, a qual uma vez
iniciada pode alavancar um processo maior e de proporções gigantescas bem mais
difícil de ser resolvido.140
140
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 218.
141
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 215.
54
Sendo assim, somente serão amplamente legítimos os atos de polícia da
Administração que pautados na legalidade se amparem também na atuação
preventiva capaz de solidificar a ordem pública vigente e além de tudo permitam a
existência de um estado democrático de direito preocupado com a integridade e
valores da pessoa humana.
55
Na lição de Alexandre de Moraes “o estabelecimento de constituições
escritas está diretamente ligado à edição de declarações de direitos do homem”.144
O que demonstra o fim precípuo de limitação ao poder político, “ocorrendo a
incorporação de direitos subjetivos do homem em normas formalmente básicas,
subtraindo-se seu reconhecimento e garantia à disponibilidade do legislador
ordinário”.145
144
MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 25.
145
MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 25.
146
MORAES, Alexandre. Direito constitucional. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2005, p. 27.
56
direito na garantia dos direitos individuais e das liberdades públicas, com fulcro na
ação de um Poder Judiciário isento de limitações ao exercício pleno da
imparcialidade dos julgamentos. Destacando-se ainda dentro desse Estado, um
governo que ao ser democrático providencia a organização política, mas se depara
com o problema de encontrar homens que concretizem a democracia, fim tão
almejado ao bem-comum.147
147
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 221.
148
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 221.
149
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 222.
57
administrativo na aplicação do poder de polícia para não incorrer em abuso de
autoridade conforme lição de José Maria Pinheiro Madeira:
150
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Reconceituando o poder de polícia. 1. ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2000, p. 225.
151
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
133.
58
os abusos do direito individual.152
152
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
133.
153
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
133.
154
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
Malheiros, 2006, p. 719.
155
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
133.
59
povo, expresso na tradição, instituições e aspirações nacionais.156
Sendo assim, notório é que o poder de polícia possui fundamento legal e atua
no sentido de propiciar a existência de uma convivência harmônica à vida social
evitando através de mecanismos preventivos e repressivos toda sorte de conflitos que
venham quebrar a ordem necessária e almejada pelo estado democrático de direito.
156
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
134.
157
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 335.
158
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 335-336.
60
CAPÍTULO IV: LIMITAÇÕES AO EXERCÍCIO E ABUSO DO PODER DE
POLÍCIA
159
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
92,94.
160
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de direito administrativo. 15. ed. Rio de Janeiro:
Lúmen Júris, 2006, p. 30.
61
prescritos pelos legisladores. É com base neste princípio que o Direito não se
exaure em ato estritamente técnico, neutro e mecânico, também não se esgota
no racional, ou seja, a aplicação da vontade da lei se faz por atos humanos aptos
a imporem concretamente o que nela há em abstrato.161
161
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de direito administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 100.
162
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de direito administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 101.
163
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de direito administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 101.
62
Em relação à conveniência, a ação administrativa tem que se pautar na
escolha de conteúdo em conformidade com o objeto a ser realizado e “com uma
razoável certeza de que se trata da escolha mais eficiente”. Uma vez que a
inconveniência extravasa os limites legais discricionários e evidencia, portanto,
uma ilegalidade.164
Convém expor a visão de José dos Santos Carvalho Filho quando este
autor afirma que a “razoabilidade é a qualidade do que é razoável, ou seja,
aquilo que se situa dentro de limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que
provocaram a conduta possam dispor-se de forma um pouco diversa”.165
Nesta esteira, este autor frisa que o princípio da razoabilidade tem que ser
observado pela Administração à medida que a conduta desta se apresente dentro
dos padrões normais de aceitabilidade, pois se a atuação se der fora desses
padrões, algum vício estará contaminando o comportamento estatal, uma vez
que não pode haver violação do princípio quando a conduta administrativa for
inteiramente revestida de licitude.167 Afirma ainda que:
63
sistema constitucional vigente, é preciso lembrar que, quando se
pretender imputar à conduta administrativa a condição de ofensiva ao
princípio da razoabilidade, terá que estar presente a idéia de que a ação
é efetiva e indiscutivelmente ilegal. Inexiste, por conseguinte, conduta
legal vulneradora do citado princípio: ou a ação vulnera o princípio e é
ilegal, ou se não o ofende, há de ser qualificada como legal e inserida
dentro das funções normais cometidas ao administrador público.168
168
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de direito administrativo. 15. ed. Rio de Janeiro:
Lúmen Júris, 2006, p. 29.
169
SANTO, Leonardo Motta Espírito. Curso prático de direito administrativo. 2. ed. Belo Horizonte:
Del Rey, 2004, p. 34.
170
SANTO, Leonardo Motta Espírito. Curso prático de direito administrativo. 2. ed. Belo Horizonte:
Del Rey, 2004, p. 34.
171
SANTO, Leonardo Motta Espírito. Curso prático de direito administrativo. 2. ed. Belo Horizonte:
Del Rey, 2004, p. 35.
172
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de direito administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 101.
64
veio a afirmar, inclusive nesta Corte, onde o entendimento tem sido
unânime, que a pessoa jurídica pode ser vítima também de danos
morais, considerados estes como violadores da sua honra objetiva. II -
Em se tratando de duplicata paga no dia do vencimento, deve o banco
responder pelo dano moral decorrente do protesto que levou a efeito.
III - A indenização por dano moral deve ser fixada em termos razoáveis,
não se justificando que a reparação venha a constituir-se em
enriquecimento indevido, devendo o arbitramento operar-se com
moderação, proporcionalmente ao grau de culpa, ao porte empresarial
das partes, às suas atividades comerciais e, ainda, ao valor do negócio.
Há de orientar-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela
jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do
bom senso, atento à realidade da vida, notadamente à situação
econômica atual e às peculiaridades de cada caso. IV - O arbitramento
do valor em número de vezes o expresso na cártula significa somente
um critério adotado no caso específico, dificilmente servindo de
parâmetro à demonstração do dissídio, em face das peculiaridades de
cada caso.173
173
BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REsp 214381 MG, relator ministro Sálvio de
Figueiredo Teixeira, julgamento 24/08/1999, DJ 29-11-1999 ement vol-13 pp- 285.
174
BRASIL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REsp 171084 MA, relator ministro Sálvio de
Figueiredo Teixeira, julgamento 18/08/1998, DJ 05-10-1998 pp- 102.
65
Quando esta relação for desequilibrada, seja na própria formulação da
lei (desproporcionalidade legislativa), seja na sua aplicação concreta
(desproporcionalidade administrativa), a ponto de tornar
demasiadamente onerosa a prestação do administrado, seja ela positiva
ou negativa, em confronto com o reduzido ou nenhum proveito para a
sociedade, fica caracterizada a agressão ao princípio, que se apresenta,
assim, como uma derivação do princípio maior da justiça distributiva e o
da própria legitimidade.175
175
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de direito administrativo. 14. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 102.
176
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 78.
66
Numa formulação precisa e dramática da percepção generalizada de
medo e insegurança, frente à escalada da criminalidade violenta, o
poeta Affonso Romano de Sant’Ana não hesitou em evocar imagens de
uma guerra civil, onde exércitos de marginais avançam contra uma
sociedade e uma política excludentes: há uma guerra nas ruas e o
Governo não interfere... Os pobres já são assaltados pelos miseráveis.
Quando eles se tornarem todos uma classe, ou quando tiverem
consciência de classe, virão contra o outro lado... Há um exército de 30
milhões escalando os muros de Roma.
67
imigrantes do início do século XX, que depois passaram a ser filmadas
por judeus húngaros, em Hollywood. Ainda que houvesse, em
contraponto, a arte de Chaplin e outros, o mito da violência acabou
prevalecendo. Chaplin era um realizador para quem conseguia pensar.
Hoje, crianças de três, quatro anos, treinam para matar nos vídeo-
games, em que, do sangue que espirra dos atingidos pelas balas
virtuais, só falta o cheiro da morte. Os super-heróis ganharam a força
dos elétrons.177
Sobre estes aspectos deve haver por parte do Estado através das
autoridades competentes, uma mobilização no sentido de promover campanhas
educativas e preventivas e, quando necessário, ações repressivas eficazes, sobre
177
CARTA MAIOR. Questão de ordem (O pacto com a morte – a construção de um bandido).
Disponível em: www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=350i. Acesso em
13 de outubro de 2007 às 12h30min.
178
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 52, 59-60, 126.
68
a nocividade dos elementos álcool, drogas e armas, individual e conjuntamente
com o afã de impedir seu uso e conseqüentemente a ocorrência de crimes,
principalmente nas áreas metropolitanas onde o crime urbano violento tem
consideravelmente deteriorado a qualidade de vida.
179
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 118-119.
180
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 119-120.
181
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 119.
69
Ainda segundo este autor o tipo de criminoso que causa maior pavor é
aquele que possui pouco ou nenhum envolvimento com a vítima, pois estes
causam maior insegurança para a população, uma vez que todos estariam
sujeitos, ou seja, seriam vítimas potenciais. “Mais frios, mais assustadores
portanto, porque, ao se expandirem, criam ameaça indiscriminada a todo
182
cidadão, ampliando sobremaneira o sentimento coletivo de insegurança”. João
Manoel Simch Brochado classifica os crimes segundo o quadro abaixo:
70
estúpida. O Brasil tem cerca de duzentos milhões de habitantes, e uma
exígua parcela dessa população se envolve em episódios violentos, seja
no campo ou nas cidades, maiores e menores. Os criminosos não
chegam a meio por cento da população. Crimes horripilantes – como os
de canibalismo - ocorrem no berço da civilização ocidental, que é a
Europa, isso sem falar nos Estados Unidos, onde meninos de dez, onze
anos, matam seus colegas de escola a tiro limpo. As penas são
pesadíssimas e, em alguns Estados, como o Alabama, o Arizona, e
Lousiana, crianças de qualquer idade poderiam ser condenadas à morte
até 1º de março de 2005, quando a Suprema Corte proibiu a execução
de menores de 18 anos, com base na oitava emenda da Constituição,
que proíbe castigos cruéis. Nem por isso a criminalidade juvenil nos
Estados Unidos se viu reduzida.183
71
organização base na busca de proteção e socorro – com a comunidade, pois é
por meio dessa interação que os problemas relativos à segurança pública serão
discutidos visando assim a obtenção de soluções de eficácia máxima, além de
restaurar a confiança da população na polícia. Sobre este aspecto João Manoel
Simch Brochado afirma:
72
insatisfação dos juízes em relação à lei de execução penal. Sobre este assunto,
interessante é atentar para o posicionamento de Álvaro Lazzarini:
187
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 169-170.
188
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 170.
189
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 122.
190
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 62.
73
Uma discussão entre policiais da Rotam e uma delegada da polícia civil
gerou um conflito entre as polícias ontem. Agentes civis, delegados e
escrivães exigiram medidas enérgicas e urgentes contra as
“arbitrariedades” cometidas por militares da Rotam. O protesto ocorreu
horas depois que cinco equipes da Rotam chegaram à Delegacia
Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), com uma adolescente de
17 anos e o sogro dela. Os dois eram acusados de traficar drogas, e os
policiais exigiram que a delegada Alessandra Batista Dias os autuasse
em flagrante. A delegada recusou-se a fazer a autuação já que não
havia testemunhas e a jovem tem menos de 18 anos, e deveria ser
encaminhada à Delegacia de Apuração de Atos Infracionais.
191
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 172-173.
192
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 67.
74
iniciativa política em gerir os recursos públicos para a construção e
aperfeiçoamento das penitenciárias, não haverá mesmo qualquer melhoria na
193
segurança.
193
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 67-68.
194
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 220-222.
75
Ao longo da história, mudanças na legislação incitadas por interesses
políticos acabaram por demonstrar as distorções a que essas corporações foram
submetidas, o que resultou no distanciamento do foco principal das polícias
militares. Foi o que aconteceu, por exemplo, no ano de 1934 quando o governo
central preocupado com os movimentos revolucionários em alguns estados
agitados, implantou sobre essas corporações militares a idéia de reserva do
Exército, submetendo-as à legislação e fiscalização federal.195
Foi por meio desse decreto que as polícias militares passaram, com
exclusividade, a executar o policiamento ostensivo fardado. Além de serem
extintas outras guardas civis uniformizadas e todas as outras polícias com
uniforme que existiam com atividades semelhantes nos estados, dando lugar às
polícias militares.197
76
liberdade. Cuidando, pois, que não sejam lesados pelo comportamento ilícito de
alguém.198
198
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 217.
199
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 236-237.
200
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 250-251.
77
execução de atividades policiais características, que guardam certa
homogeneidade e exigem qualificação de seus integrantes, além de
equipamentos e até uniformes diferenciados, devendo, por isso, ter supervisão
centralizada.201
78
documento foi entregue à família. "Quando pedi a ele (policial) um
boletim de ocorrência, ele disse que não poderia dar, só poderia
fornecer o número do boletim", afirma o pai que também não quis se
identificar.
O comandante da polícia, Marcos Teodoro Schremeta, informou que os
policiais foram afastados e que uma investigação interna foi aberta para
apurar o caso. O comandante admitiu que a descrição da ação dos PMs
tem característica de abuso.
203
Sob esta ótica, necessário é pontuar que o Brasil ainda não possui um
modelo de polícia militar capaz de garantir a ordem pública por meio de
patrulhamento e atividades coordenadas, além de preventivo-repressivas
inibidoras e neutralizadoras de crimes com a respeitabilidade necessária ao ser
humano e executando os mandos do poder de polícia da Administração. Uma vez
que aliado aos diversos fatores de deficiência mencionados neste trabalho,
conta-se com a falta de compromisso dos governantes em atender realmente a
necessidade de segurança da população.
203
GAZETA DO POVO. Policiais são afastados acusados de abuso de poder contra estudante.
Disponível em: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/parana/conteudo.phtml?id=643532. Acesso
em 15 de outubro de 2007 às 23h50min.
204
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 170.
79
circunstâncias e dos autores.205
De acordo com este autor, a polícia civil também conta com a inegável
falta de apoio por parte do poder público, no tocante a ausência de investimentos
técnico-operacionais quanto em termos de efetivo humano. No entanto, a grande
tônica da organização polícia civil deve ser a responsabilidade voltada para a
comunidade. “Corresponde à definição de preocupações que comprometem a
autoridade policial com a repressão ao crime e à criminalidade que acometem os
cidadãos (...)”.206
Nesta esteira para que a polícia civil desempenhe com eficácia o seu papel
frente à sociedade, mister é que esta se ache organizada dentro de um sistema,
um “conjunto policial judiciário operacional”207 dotado de uma estrutura básica e
lógica e auxiliado pelas delegacias especializadas em determinados tipos de
crimes. A organização se dá, portanto, dentro de uma circunscrição territorial,
normalmente dividida por regiões e denominada distrito policial sendo ainda
composta pelo delegado de polícia e os demais policiais civis (agentes e
escrivães).
80
autoridades policiais, o cerco ao narcotráfico.
Por conseguinte, fator não menos importante a ser aduzido neste trabalho
é também o abuso de poder cometido por policias civis no exercício de suas
funções. Corriqueiramente a mídia tem noticiado acerca destas situações, mas
nem sempre a sociedade fica sabendo o desfecho da cena. Alguns exemplos
seguem abaixo:
81
pedido anterior. As mortes ocorreram durante a onda de violência
promovida em vários pontos do Estado pelo PCC (Primeiro Comando da
Capital). Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, entre os
boletins estão 123 casos de suspeitos de envolvimento nos crimes
mortos durante confrontos com a polícia; 41 referentes às mortes de
agentes de segurança, policiais civis e militares, guardas municipais e
agentes penitenciários; e 23 sobre mortes de presos em motins. Com os
boletins, a secretaria cumpre dois dos três itens solicitados pelos
promotores do Gecep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo
da Atividade Policial) na terça-feira (22). Na noite de ontem (25), a
secretaria havia encaminhado cópias dos rascunhos de 130 laudos
periciais do IML (Instituto Médico Legal) sobre as mortes ocorridas no
mesmo período.
O objetivo do Ministério Público é apurar se houve abuso de poder por
parte dos policiais na repressão à onda de crimes.210
Há quem concorde com Álvaro Lazzarini quando este autor afirma que a
violência a cargo da polícia civil acontece nos porões, nas chefias de
investigadores, durante os interrogatórios e longe das vistas públicas,
evidenciada até mesmo no inquérito policial.211 É o que ponderarem também José
Carlos Dias e Luís Francisco Carvalho Filho:
210
FOLHA ON LINE/ Cotidiano. (MANZINI, Gabriela.) Secretaria entrega boletins da polícia civil ao
Ministério Público. Disponível em http://folhaonline.com.br/cotidiano. Acesso em: 16 de outubro de
2007 às 21h28min.
211
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 173.
212
DIAS. José Carlos e CARVALHO. Luís Francisco Filho. Quando a polícia julga. São Paulo: Folha de
São Paulo/Tendências/Debates. Domingo 11 de fevereiro de 1990, p.03.
82
considerável nesta esteira:
213
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 173.
214
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 94-95.
215
BROCHADO. João Manoel Simch. “Socorro...! Polícia!” Opiniões e reflexões sobre segurança
pública. 2. ed. Brasília: Universa, 1997, p. 92.
83
Tudo isso, por meio de firmes investimentos de governantes e políticos,
bem como a ação unida e conjunta das instituições policiais. Uma vez que
através da coordenação entre os diversos órgãos de polícia e posterior
aperfeiçoamento de cada um deles será possível enfrentar os problemas que os
norteiam e dificultam suas ações em prol do alcance do estado de segurança
pública tão almejado.
Todo poder para ser legítimo primeiramente deverá ser legal, ou seja, a
legalidade é a base da atuação de todo agente público. No entanto, não basta ser
legal, pois se assim o fosse, em nome da legalidade, poder-se-ia cometer toda
sorte de atrocidades em detrimento do verdadeiro bem que se procurasse
tutelar, ou seja, o bem comum.
Isto quer dizer que “os limites do poder de polícia administrativa são
demarcados pelo interesse social em conciliação com os direitos fundamentais do
indivíduo assegurados na Constituição da República (art. 5º)”.216
Conseqüentemente o poder de polícia não sendo ilimitado, encontra óbice nas
atividades humanas despóticas que ofereçam barreira ao exercício legítimo dos
direitos fundamentais.
216
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Mallheiros, 2006, p.
135.
217
CRETELLA, José Júnior. Curso de direito administrativo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006,
p. 420.
84
manifestação do pensamento e à divulgação pela imprensa (art. 153, § 22), ao
exercício das profissões (art. 153, § 23), ao direito de reunião (art. 153, § 27),
aos direitos políticos (art. 154), à liberdade do comércio (art. 160).218
218
LAZZARINI, Álvaro. Estudos de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1999, p. 194.
219
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 340.
220
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 340.
221
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2006, p. 340.
85
6. CONCLUSÃO
86
a coexistência pacífica desses dois sustentáculos da sociedade, o anseio ao bem
comum foi o elo que, além de justificar o exercício do poder de polícia, norteou o
ponto convergente entre Estado e Igreja.
87
sociedade, desde, por exemplo, aos aspectos referentes à segurança das pessoas
e seus bens, saúde e convivência pública, como à preservação do meio ambiente
natural e cultural, de gêneros alimentícios e ainda no combate ao abuso do poder
econômico.
Ressalte-se ainda que o poder de polícia deve ser mensurado com base
nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, os quais visam juntos
assegurar que as ações administrativas sejam elas dotadas ou não de
discricionariedade, venham a acontecer de maneira que o poder público atinja o
fim do bem comum e possibilite a convivência harmônica dos administrados,
88
desde que isto se dê de forma equilibrada, portanto, legítima.
89
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história. Lisboa: Plátano, 1975.
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maio de 2006.
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1990.
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92
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