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22 de maio de 2015 às 11h05

A importância da normalização

Esse procedimento ajuda a reduzir tensões internas induzidas por operações como
forjamento, fundição, usinagem, estampagem ou soldagem
Por que normalizar?
A normalização proporciona dureza e resistência aos componentes de ferro e de aço.
Além disso, ajuda a reduzir tensões internas (fig. 1) induzidas por operações como
forjamento, fundição, usinagem, estampagem ou soldagem. Também melhora a
homogeneidade microestrutural e a resposta a tratamentos térmicos (por exemplo,
recozimento ou têmpera) e melhora a estabilidade ao proporcionar uma “memória
térmica” para os processos com menor temperatura subseqüentes. Peças que requerem
máxima tenacidade e aquelas sujeitas a impacto são geralmente normalizadas. Quando
grandes seções transversais são normalizadas, também são revenidas para reduzir
tensões e controlar de modo mais preciso as propriedades mecânicas.
A normalização é tipicamente executada a fim de:
• melhorar a usinabilidade
• melhorar a estabilidade dimensional
• modificar e/ou refinar a estrutura de grãos
• produzir uma microestrutura homogênea
• reduzir bandeamento
• melhorar a ductilidade
• proporcionar uma resposta mais consistente quando da têmpera ou têmpera superficial
Como exemplo, muitas peças de máquinário são normalizadas antes da usinagem, de
modo que, durante a têmpera ou têmpera superficial subseqüentes, mudanças
dimensionais como crescimento, encolhimento ou arqueamento sejam melhor
controladas.
Os períodos de encharque em temperatura para a normalização são geralmente de uma
hora por polegada de área de seção transversal, mas não menos de duas horas à
temperatura. É importante lembrar que a massa da peça ou da carga podem ter uma
influência significativa na taxa de resfriamento e, portanto, na microestrutura resultante.
Peças finas resfriam mais rápido e são mais duras após a normalização do que peças
mais grossas. Por outro lado, após o resfriamento em forno em um processo de
recozimento, a dureza das partes mais finas e mais grossas é praticamente a mesma.
Aços de baixo carbono geralmente não requerem normalização. Se esses aços forem
normalizados, no entanto, não sofrerão nenhum dano. Peças fundidas com espessura de
parede e tamanho de partes relativamente uniformes são usualmente recozidas em vez
de normalizadas. Outras peças fundidas, especialmente aquelas que tenham uma forma
complexa ou partes finas e
grossas interconectadas e, portanto, sujeitas a altos níveis de tensão residual, se
beneficiam da normalização. A microestrutura obtida com a normalização depende da
composição dos fundidos (que determina sua dureza) e a taxa de resfriamento.

Como funciona
A normalização do aço (fig. 2) é realizada por meio do aquecimento a aproximadamente
38ºC acima da temperatura critica superior (Ac3 ou Acm) seguido do resfriamento a ar
à temperatura ambiente, ou não mais que a tensão de 1 bar usando nitrogênio se o
processo estiver sendo executado em um forno a vácuo.
A normalização é geralmente considerada sob um ponto de vista térmico e
microestrutural. Em termos térmicos, a normalização é a austenitização seguida de um
resfriamento relativamente lento. Em termos microestruturais, as áreas da
microestrutura que contêm cerca de 0,80% de carbono são perlíticas, enquanto áreas de
baixo carbono são ferríticas.

Normalização ou recozimento
A normalização difere do recozimento pelo fato de que o metal é aquecido a uma
temperatura mais alta e então removido do forno para resfriamento ao ar, em vez do
resfriamento no forno. Para muitos engenheiros industriais, há muita confusão sobre
quando especificar normalização e quando determinar recozimento. Existe uma razão
lógica para isso porque, em muitos casos, os procedimentos para normalização e
recozimento são os mesmos. Por exemplo, aços com teor de carbono muito baixo
podem ser quase completamente recozidos aquecendo-se acima da faixa de
transformação e resfriando ao ar.
Na normalização, a taxa de resfriamento é mais lenta do que na operação de têmpera e
revenimento, mas mais rápida que a utilizada no recozimento. Como resultado desta
taxa de resfriamento intermediária, as peças possuirão dureza e resistência um pouco
maiores do que se recozidas, mas um pouco menores do que se temperadas e revenidas.
A taxa de resfriamento mais lenta significa que partes normalizadas não serão tão
tensionadas quanto as partes temperadas. Deste modo, a normalização é um tratamento
no qual um aumento moderado em resistência é obtido sem causar um aumento de
tensão.

Efeitos da normalização sobre as propriedades físicas


O recozimento e a normalização não apresentam diferença significativa quanto a
ductilidade dos aços de baixo carbono. Entretanto, conforme a concentração de carbono
aumenta, o recozimento se mantém, em relação a uma propriedade tal como
alongamento, em cerca de 20%. Por outro lado, a ductilidade dos aços de alto carbono
normalizados continua a cair ao nível de 1-2% (fig. 3).
A resistência elástica (fig. 4) e a tensão de escoamento (fig. 5) dos aços normalizados
são mais altas do que dos aços recozidos. A normalização e o recozimento não
apresentam uma diferença significativa na resistência elástica e na tensão de
escoamento dos aços de baixo carbono. Contudo, os aços de alto carbono normalizados
apresentam resistência elástica e tensão de escoamento muito mais altos do que aqueles
que são recozidos.
Aços de baixo e médio carbono produzem níveis de dureza similares quando
normalizados ou recozidos. No entanto, quando aços de alto carbono são normalizados,
eles mantém níveis mais altos de dureza do que aqueles que são recozidos (fig. 6).

Conclusão

Referências
1. Rapid Product Deployment Research Centre (http:rpdrc.ic.polyu.edu.hk)
2. School of Engineering Technologies, Farmingdale State College
(www.lu.farmingdale.edu)

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