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Química da matéria orgânica do


solo- MOS

Conceitos Matéria Orgânica do


Solo(MOS)
• Todo material orgânico, de origem vegetal ou
animal, como a liteira, os fragmentos de residuos
parcialmente decompostos, a biomassa
microbiana, os compostos orgânicos solúveis e a
matéria orgânica estabilizada no solo (Stevenson,
1994).
• Roscoe e Machado (2002)- dão uma abordagem
mais ampla quando incluem a biomassa total do
solo (meso e macrofauna) e todas as substancias
resultantes da decomposição de plantas
terrestres e aquáticas, incluindo a turfa.

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• Dick et al., (2009)- definem a MOS como todo


material orgânico de origem biológica vivo ou
morto que se encontra no solo, que passa em
peneira com malha de 2mm.
• Os autores levam em conta esse conceito
quando são considerados os aspectos
operacionais dos métodos de amostragem e
de preparo das amostras. Eles excluem a
liteira.

CONCEITUAÇÃO TEÓRICA DA MOS


• Todo Corg presente no solo na forma de
resíduos frescos ou em diversos estágios de
decomposição, compostos humificados e
materiais carbonizados (ex.: carvão em solos
de savana), associados ou não à fração
mineral; assim como a porção viva, composta
por raízes e pela micro, meso e macrofauna.

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Raízes 0,2-0,4%
Vivente Macrorganismos ou fauna 0,6- 1,2%
Max 4% Microrganismos (biomassa microbiana) 2,4-3,2%

MOS Mat. Macrorgânica ou fração leve


(100%) 10-30%

-substâncias ñ-húmicas ou
Não- biopolímeros naturais- 19,8%
vivente Húmus
- subst. húmicas - 46,2%
Máx
98%

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Biomassa Microbiana
• Essencial nos processos de decomposição dos
residuos;
• Atua na estabilização dos agregados do solo
• Na formação da matéria orgânica humificada
• Representa fonte lábil de nutrientes às
culturas

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COMPOSIÇÃO DA MOS

- Restos de animais e de vegetais


- Composição elementar:
C (52 a 58%) O ( 34 - 39%)
H (3,3 - 4,8%) N ( 3,7 - 4,1%)
S e P < 2%
Metais em formas trocáveis (ex. Ca e Mg) e
complexados (ex. Cu, Mn, Zn, Al, Fe)

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ESTRUTURA MOLECULAR

MODELO MAIS SIMPLES COM CARÁTER AROMÁTICO


REDUZIDO

“Modelo supramolecular”

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MODELO SUPRAMOLECULAR proposto por Piccolo (1997), conforme


Canellas et al. (2005).
Representação esquemática do modelo supramolecular de ácidos
húmicos

MACROMOLECULAR versus SUPRAMOCELULAR

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MATÉRIA ORGÂNICA FRESCA

MINERALIZAÇÃO PRIMÁRIA

CO2
M O pouco Compostos
fenólicos solúveis Moléculas simples
transformada

Mineralização Secundária
Herança Ac Himato
Ac. Fulvico

Microorganismos
Ác. Húmico

H.I
H.R H.R= Humina Residual
H.M H.I= Humina de insolubilização
H.M= Humina de neo-síntese
microbiana

INSOLUBILIZAÇÃO

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Comportamento
Ácido
Carboxila,
Enol, Quinona
OH-fenólico

Comportamento
Alcalino : Grupos
Nitrogenados

Reações da MO em solos
principais grupos funcionais
O
O OH
R C
OH

carboxílico OH fenólico quinona

R CH CH OH R CH2 OH R CH2 NH2

enol OH alcólico amina

O O
R C R CH2 O CH2 R R C
H O R
aldeído éter ester

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Estrutura do ácido fúlvico

composição química média: C135H182O95N5S

Estrutura do ácido húmico

MODELO
DE
ÁCIDO
HÚMICO

Composição química (média): C187H186085N9S

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Humina
• Composição variável e depende do material
que a originou;
• A insolubilidade em meio aquoso pode ser
devida não só à hidrofobicidade como
também à forte interação com componentes
inorgânicos
• Na sua composição pode ter componentes
lipídicos, estruturas de carboidratos e
aromáticos em diferentes proporções.

PROPRIEDADES COLOIDAS
• Forma e flexibilidade
• Propriedades superficiais:
alta SE (800-1400m2 g-1)
• Interações
• Dimensões: grande relação área/volume

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Propriedades: Reatividade
• Carga pH dependente: solos tropicais e
subtropicais: NEGATIVA
• Proveniente dos vários grupos funcionais,
principalmente:
- carboxílico: -COOH;
-OH fenólico: anel-OH
• CARGA NEGATIVA: capacidade de participar da
maioria das reações do solos

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CTC da MOS de solos mato-grossenses


Local Solo Prof argila MO CTC CTC CTC
Total da MO devido à
MO

(m) ----------g/kg ---------- ---cmolc dm-3-- %

Glória
D’Oeste LVA 0-0,2 4,9 91
32 5,39
Cáceres GXTa 0-0,2 43 69 5,64 3,94 70

Primavera do
Leste LVA 0-0,2 1,57 58
93 21 2,72
S. José dos 143 2,8 72
Quatro PVe 0-0,2
Marcos 60 3,88
Cáceres LAe 0-0,2 60 157 2,16 1,53 71

(Fonte: Weber et al., 2005)

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Propriedades: Reatividade
Com minerais
• Argilominerais: carga negativa
• Óxidos: carga positiva
• Quartzo: adesão às partículas

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Propriedades: Reatividade
Com Moléculas Orgânicas: agroquímicos
• Ligações eletrostáticas
• Pontes de H: grupos carboxila, hidroxila,
carbonila e amina
• Forças de Van der Walls
• Complexos de Coordenação

Propriedades: Espaços Vazios


• Estrutura da MO contém espaços vazios de
diferente tamanhos
• Alojam-se compostos orgânicos: carboidratos,
materiais proteináceos, lipídios, agrotóxicos e
outros poluentes
• Alojam-se também: argilominerais e óxidos

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Modelo tridimensional de ácidos humicos proposto por Schulten & Schnitzer (1997)
C= azul claro; O= vermelho; N= azul escuro e H= branco.
As letras A, B e C indicam os espaços vazios presentes, provavelmente na estrutura das SHs

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Figura1- Representação esquemática do processo de ordenação do solo,


destacando os principais sub-processos e fluxos de energia e matéria

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Mecanismos de associação entre grupamentos


funcionais da MOS e minerais do solo
Mecanismo Grupo funcional envolvido

Troca de cátions Amino, NH aromático, NH-anel

Protonação amino, N-heterocíclico, carbonil,


carboxilato
Troca de ánions carboxilato

Pontes de água amino,carboxilato, carbonil, OH –


alcóolico
Ponte de cátions carboxilato, aminas, carbonil, OH-
alcóolico
Troca de ligantes Carboxilato
Pontes de H Amino, carbonil,carboxil,OH-fenólico
Interações de van der Waals Unidades orgânicas não carregadas

Sposito, 1989

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1.TROCA DE CÁTIONS

H H
Mineral do M+
+ + Mineral do +
solo + R N H R N H + M
solo
H H

grupo amina
protonado

Troca de Cátions

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2. PROTONAÇÃO

H
+
H H H N R
O O
H + H H
Fe + N R Fe H
H
O O
H H H
amino
óxido de ferro

em baixos pH e baixos teores de umidade

3. TROCA IÔNICA (menos comum)


Ocorre em solos ácidos com óxidos
metálicos
Ánions como Cl- e NO3-

Cl- RCOO-
RCOO- + + Cl-

óxido
óxido

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Troca Iônica

4. PONTES DE ÁGUA E PONTE DE CÁTIONS

RCOO- (H2O)M+
RCOO- + (H2O)M+
óxido óxido

Coordenação de esfera-externa

(H2O)M+ = metal fortemente solvatado, Ex. Mg2+

+
RCOO- M
RCOO-
+ (H2O)M+
óxido óxido

Coordenação de esfera-interna

(H2O)M+ = metal fortemente solvatado, Ex. Mg2+

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5. TROCA DE LIGANTES
Refere-se especificamente a ligação direta entre o
grupo carboxílico e o Al e o Fe dos óxidos

H+ -
O OOC - R
H -
Fe + RCOO Fe H + H2O
H
O O
H H

óxido de ferro

Favorecida em baixos pH
Primeira etapa na dissolução dos minerais no
processo de intemperização

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6. PONTES DE HIDROGÊNIO

Ocorre entre o grupo funcional orgânico com


os argilominerais e com os óxidos e parece
não ser muito significativa porque a
eletronegatividade dos oxigênios de
superfície usualmente não são é suficiente
alta para formar pontes de H fortes.

R N H - - - -O argila

Pontes de Hidrogênio

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7. INTERAÇÕES DE van der WAALS


É importante para as interações húmus-minerais
do solo e para os compostos orgânicos- húmus.
Por exemplo:
-a interação de biopolímeros como proteínas e
carboidratos com os minerais do solo - ligações
fortes e de longo alcance.
-interações com carbaril, alaclor, 2-4D

Forças de Van der Walls

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